Podcasts about DGS

  • 223PODCASTS
  • 1,236EPISODES
  • 23mAVG DURATION
  • 1EPISODE EVERY OTHER WEEK
  • Jun 26, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about DGS

Show all podcasts related to dgs

Latest podcast episodes about DGS

Convidado
Clandestinidade: a frente esquecida na luta de libertação de Cabo Verde?

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 26, 2025 20:03


Nos 50 anos da independência de Cabo Verde, a RFI publica e difunde várias reportagens sobre este tema. Neste quarto episódio, fomos à procura de pessoas que se dedicaram à luta na clandestinidade, algo que continua a ser uma das frentes menos visíveis na luta de libertação de Cabo Verde. Para conhecermos o trabalho feito nas ilhas, mas também na diáspora, as técnicas para ludibriar a polícia política, assim como as experiências daqueles que a PIDE prendeu nos "cárceres do Império", conversámos com Óscar Duarte, Gil Querido Varela, António Pedro da Rosa, Marline Barbosa Almeida, Adão Rocha e Manuel Faustino. Foi no ano 2000, na cidade da Praia, que os Tubarões Azuis conquistaram a X Edição da Taça Amílcar Cabral, talvez a mais importante vitória da selecção de Cabo Verde. A prova, com o nome do líder da luta pela independência, foi conquistada quando os jogadores eram treinados por Óscar Duarte, um nome que ficou conhecido no futebol português nos finais da década de 70: foi campeão pelo FC Porto em 1979 e chegou a vestir a camisola das Quinas no Parque dos Príncipes, em Paris, em 1978. Antes disso, Óscar Duarte tinha travado uma outra luta, a da libertação de Cabo Verde, o que o levou a estar preso quase dois anos no campo de São Nicolau em Angola, depois de ter passado pelo Tarrafal, da ilha de Santiago, e por Caxias, em Portugal. “Era das piores prisões que havia na era colonial. Quando a pessoa - para eles - cometesse qualquer erro, surravam nas pessoas. A mim também me bateram. Eu sou técnico agrícola e ao trabalhar na agricultura, se tirasse qualquer produto da agricultura batiam-me. Utilizavam esses dois utensílios: palmatória e chicote. Sabe o que é uma pessoa levar às vezes 200 palmatoadas na mão? Quando a mão incha, as veias ficam ensanguentadas. E batiam no rabo com a palmatória. Portanto, houve muita gente que morreu assim. Eu, durante o tempo que lá estive, uma vez houve um problema qualquer e - como era uma prisão natural, não havia prisão lá dentro - eu estive quase três meses numa cela com cinco palmos de comprido, três de largo. Eu sentava-me, esticava a perna e ocupava aquilo tudo. Era sempre escuro, onde fazia as minhas necessidades é que tinha de abrir a torneira também para beber e havia uma refeição por dia”, conta. Essa cela era a “frigideira durante o verão” e “frigorífico na época de cacimbo que é o frio”. “Durante esse tempo que estive na frigideira ou no frigorífico, era uma refeição por dia. Era só o pequeno almoço, fuba, um bocadinho de amendoim e uma chávena de café preto. Depois a pessoa ia perdendo peso. Houve muita gente que foi à loucura. Eu aguentei, mas houve muita gente que morreu por lá. E depois havia uma outra agravante, que era que quando iam buscar uma pessoa à noite, dificilmente apareciam. Matavam-nas”, recorda Óscar Duarte. Era preciso resistir para sobreviver. Resistir à "frigideira" ou "frigorífico", aos espancamentos, à fome, aos trabalhos forçados, à loucura. Óscar Duarte viu muita gente morrer. Um dia, um prisioneiro que tinha tentado fugir foi crucificado para todos verem. Mas Óscar Duarte resistiu. A dada altura, foi transferido do Campo de São Nicolau para o Campo da Foz do Cunene e também aí continuou a resistir e até a jogar à bola, entre lacraus, cobras e jacarés. “Tínhamos de trabalhar todos os dias, era deserto e tal, a temperatura era quase de 50 graus. Hoje, abríamos vala, amanhã tapávamos. Cortávamos pedra, depois arrumávamos. Só para ocupar tempo. Era um castigo. E depois tínhamos muito receio porque não tínhamos sequer uma aspirina, um vidro de álcool. Nada disso. E havia lá muito lacrau, se o lacrau picar uma pessoa é terrível porque tem veneno. Havia lacrau, havia cobras, havia tudo isso. Havia lá um rio e nós fizemos lá alguma agricultura com o limo do rio, misturámos com a terra e tirávamos sempre qualquer coisa. Às vezes íamos para o rio jogar a nossa bola e  jacarés com quatro metros e tal! Uma pessoa se se distrai, até podia ser apanhado pelo jacaré!”, lembra. Criado em 1962, o Campo de Recuperação de São Nicolau situava-se num território desértico no litoral angolano, a norte da então Moçâmedes (Namibe). Para lá eram enviados guerrilheiros suspeitos de actividades subversivas, por vezes acompanhados da família. Em 1964, estavam lá presas 651 pessoas. Em 1972, eram 1.123 prisioneiros. Óscar Duarte foi desterrado para lá por fazer parte da rede clandestina de militantes do PAIGC em Cabo Verde. “Eu fui para São Nicolau porque tínhamos um núcleo e trabalhávamos na clandestinidade. Na altura, a PIDE tinha a coisa muito bem controlada e por cada informação que a pessoa desse, eles pagavam 500 escudos. E nessa altura já era algum dinheiro. Deitámos uns panfletos em São Vicente e houve um indivíduo que pertencia ao nosso núcleo, que foi deitar panfletos no cinema, foi apanhado e depois torturaram-no. Inclusive ele falou-nos de um alicate nos testículos. Portanto, ele teve que 'cantar', teve que dizer tudo”, acrescenta. Óscar foi preso na cidade da Praia e submetido a tortura nos interrogatórios: uma semana virado para uma parede sem dormir e a ter alucinações da mãe a chorar. No Tarrafal da ilha de Santiago, em Cabo Verde, também era preciso resistir. Numa primeira fase, entre 1936 e 1956, ali estiveram presos portugueses que contestavam o regime fascista e o local ficou conhecido como “Campo da Morte Lenta”. Em 1962, passou a chamar-se “Campo de Trabalho de Chão Bom” e foi então que se tornou na cadeia de militantes nacionalistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Em Cabo Verde, a luta na clandestinidade começou a ser forjada, em 1959, por nomes como Abílio Duarte, do PAIGC, e José Leitão da Graça, ligado ao partido UPICV, que são obrigados a deixar o país devido à polícia política. Depois, vários militantes do PAIGC fizeram trabalho político para mobilizar a população em torno da causa independentista e para criar um ambiente favorável ao desembarque no arquipélago de guerrilheiros armados. Isso acabaria por não acontecer, mas foi minuciosamente preparado. A polícia política portuguesa também não permitiu o desenvolvimento da rede clandestina porque foi prendendo, ao longo do tempo, vários dos responsáveis nas ilhas. Foi o caso de Carlos Lineu Miranda, Fernando dos Reis Tavares, Jaime Schofield, Luís Fonseca e vários outros. Gil Querido Varela foi preso em 1968, interrogado e torturado pela polícia no Plateau, transferido para a Cadeia Civil da Praia e entra no Tarrafal em Abril de 1970. Sai em Janeiro de 71. Era suspeito de prática de “crime contra a segurança interior e exterior do Estado”. Gil Querido Varela era militante do PAIGC e fazia a luta política na clandestinidade. “Nós trabalhávamos, visitávamos amigos. Eu, por exemplo, ia à Ribeira da Barca, aproveitava no momento em que estava trabalhando no campo e lá ia fazer o trabalho político, [dizer] que devíamos entrar no PAIGC para libertar a terra. Quem já tinha visto a fome de 1947 - que eu vi uma parte - não ficava sem fazer nada. Vi crianças morrerem de fome, com o corpo inflamado de fome. Mães com crianças mortas nas costas que não tiravam para poderem achar esmola. Os colonialistas troçando da fome do povo. Eu já estava farto deles e entrei rápido no PAIGC. Quem viu aquela fome era impossível não lutar. Só quem não tem sentimento”, afirma Gil Querido Varela, aos 90 anos, enquanto nos mostra o Tarrafal ao lado do camarada António Pedro da Rosa, de 76 anos. O amigo, António Pedro da Rosa, também lutava na clandestinidade e foi detido em Agosto de 1970, interrogado e torturado, transferido para a Cadeia Civil da Praia e enviado para o Tarrafal em Fevereiro de 1971, de onde saiu a 1 de Maio de 1974. “A luta na clandestinidade nós fazíamos da seguinte forma: Eu tinha um colega, Ivo Pereira, que trazia sempre jornais, panfletos e líamos para os rapazes colegas. E tínhamos um livro também que era “Luta Armada”, líamos e explicávamos a alguns rapazes sobre esta situação. Por isso é que fazíamos este trabalho na clandestinidade, através de panfletos e livros que íamos estudar com os rapazes colegas. Íamos sentar aqui num sítio qualquer porque também já sabíamos que havia alguns rapazes que eram informantes da PIDE, porque cada informação que eles levavam para a PIDE eram 500 escudos e 500 escudos na altura era muito dinheiro. Por isso fizemos todo esse trabalho, mas com muito cuidado”, recorda António Pedro da Rosa, na biblioteca do campo de concentração do Tarrafal que vai ser candidato a Património Mundial da UNESCO. Voltaremos ao Tarrafal guiados por Gil Querido Varela e António Pedro da Rosa no oitavo episódio desta série, mas concentremo-nos, por agora, na luta clandestina que se fazia em Cabo Verde. Havia quem fingisse ser namorada de um dos presos do Tarrafal para levar mensagens do exterior. Foi o que fez Marline Barbosa Almeida que trabalhava na célula clandestina do PAIGC na Praia, criada em 1968, sob direcção de Jorge Querido, o coordenador das actividades clandestinas do PAIGC em Cabo Verde, entre 1968 e 1974. Foi assim que ela conseguiu levar para a prisão informação e mensagens, incluindo dentro de tubos de pasta dos dentes. “Nós tínhamos alguns guardas, conseguíamos conversar, então mandávamos bilhetes através de pastas de dentes que nós abríamos com aquela dobrinha. Então nós tirávamos a maioria da pasta, metíamos as informações num plástico, tornávamos a meter lá e mandávamos. Depois, o director da cadeia era cunhado da minha irmã e sabia no que é que eu andava. Mas como ele era católico, presumidamente democrata, eu arranjei “namoro” com um dos presos. E ia lá e nós éramos obrigados a ir com ele assistir à missa e depois eu ia ver o meu noivo. Foi assim que nós tínhamos informações do que se passava na cadeia e transmitíamos informações aos presos”, recorda. Além da pasta de dentes, as mensagens também circularam dentro de bíblias, acrescenta Marline, quando conversa com a RFI em sua casa, na cidade da Praia. “Houve até um caso interessante de um angolano que tinha sido liberto. Eu tinha ido à praia e ao regressar a casa, eu vi-o a sair da igreja do Nazareno com uma Bíblia na mão. Ele dirigiu-se a minha casa e eu estava precisamente a entrar. ‘É a senhora fulana de tal?' ‘Sim.' ‘Eu sou fulano de tal, saí do Tarrafal ontem e vim com mensagens dos seus amigos. E eu ‘Sim, sim, como é que eles estão? Há muito que não os vejo', enrolando porque eu não sabia quem era. Até que ele abriu a Bíblia, descolou as páginas, tirou o bilhete do Carlos Tavares e mostrou-me para certificar que era uma pessoa de confiança”, recorda. Marline Barbosa Almeida chegou a ser presa e a sofrer tortura. A luta na clandestinidade “era um trabalho difícil” porque “numa ilha não havia onde fugir, não há mato, não há onde esconder”. Por isso, serviam-se de “festas, bailes, piqueniques” para trocar informações e atrair mais pessoas para a causa. Depois, procuravam dar informações à sede do PAIGC, em Conacri, sobre as condições dos presos no Tarrafal. No livro “O PAIGC perante o dilema cabo-verdiano [1959-1974]”, o historiador José Augusto Pereira conta que a PIDE/DGS instalou-se em Cabo Verde em 1959 com a criação da subdelegação da cidade da Praia. Em 1961, são criados os postos da PIDE no Mindelo e no aeroporto do Sal. Em 1965 o posto de Chão Bom, na vila de Tarrafal, em Santiago, em 1968 o posto de São Filipe na ilha do Fogo. Teria 33 efectivos em 1973. Em 1974 a cidade da Praia albergava a sede da DGS e no resto da ilha haviam postos em Santa Catarina e Tarrafal. Depois, havia postos nas ilhas de São Vicente, Sal, Santo Antão, Fogo e Boa Vista. Um dos principais golpes da PIDE/DGS acabaria por ser a detenção de Jorge Querido em Janeiro de 1974, depois de anos a fintar a apertada vigilância da polícia política. O elemento básico da luta clandestina eram as células, cada uma tinha um responsável e o conjunto de responsáveis formava uma secção. Por sua vez, os responsáveis de secção formavam um sector e os responsáveis de sector formavam zonas. O trabalho político clandestino em Cabo Verde consistia em fazer agitação política e em capitalizar em prol da causa nacionalista todas as carências, como a pobreza, a fome e as injustiças sentidas pela população. Por outro lado, havia que acicatar o espírito de revolta, predispor as massas para o apoio a acções armadas, recolher e enviar informação para a direcção do PAIGC em Conacri e dar apoio logístico aos guerrilheiros nacionalistas quando se desse o desembarque no arquipélago. O que não viria a acontecer, como já explicámos noutros episódios desta série de reportagens. Havia, ainda, mobilização junto da diáspora cabo-verdiana. Adão Rocha fazia parte do grupo de Lovaina, na Bélgica, e o trabalho político era também essencial. “Tínhamos várias frentes de luta. A frente diplomática, que Amílcar Cabral prezava muito, ele achava que era uma parte importante da luta mesmo. Ele mesmo se distinguiu como um exímio diplomata. No fundo, era tentar contactar as autoridades dessa zona e sensibilizá-las para a justeza da luta de libertação das ex-colónias e, particularmente de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. Também tínhamos uma frente de apoios, mobilização para a luta, o que se conseguia através de organizações não governamentais ali dessa zona, da Bélgica e também da Holanda, que na altura apoiavam as lutas de libertação. Também alguns governos, poucos, já apoiaram a luta ainda antes da independência. Tínhamos, ainda, a frente de divulgação da luta junto da sociedade europeia para sensibilizá-la mais uma vez sobre a questão da repressão colonial, a questão do fascismo em Portugal e criar um ambiente propício para que os seus governos também tivessem uma posição mais favorável em relação à luta. Mas o essencial da nossa luta prendia-se com a mobilização das comunidades emigradas”, conta. Na conversa com a RFI na Fundação Amílcar Cabral, na Praia, onde é membro do Conselho de Administração, Adão Rocha destaca que é preciso que a juventude saiba que, naquela altura, em muitos países, várias pessoas abandonaram os estudos para se juntarem à luta armada ou clandestina. Em Portugal, também havia luta clandestina e a cantiga também foi uma arma para os cabo-verdianos. Manuel Faustino era estudante de medicina em Coimbra quando compôs a primeira música, “Ca bo ba pa tropa”, em 1968, que era um apelo à fuga ao serviço militar. Em 1973, é lançado o LP “Música Cabo-Verdiana-Protesto e Luta”, gravado na Holanda e editado pelo PAIGC, em que aparece outra composição de Manuel Faustino. Chamava-se “Nho Queiton” e era uma denúncia directa à política de Marcello Caetano e à miséria no arquipélago. “Nho Queiton era uma referência a Marcello Caetano que tinha feito uma viagem a Cabo Verde e, então, era uma música que denunciava os propósitos políticos, demagógicos da visita dele. A visita dele inscrevia-se num contexto de tentar seduzir as pessoas, tentar aparecer como um rosto diferente de Salazar. E essa música que vem nesse ‘Long Play' era uma denúncia dessa visita, tentando desmascarar, dizendo que era uma manobra política que serve para nada e que a solução aos problemas era a independência”, conta Manuel Faustino, lembrando que o seu nome não aparece no disco “senão ia preso”.  A historiadora Ângela Benoliel Coutinho, autora de “Os Dirigentes do PAIGC: da fundação à ruptura: 1956-1980” admite que tenham havido algumas centenas de pessoas na luta clandestina, mas diz que é preciso um centro de pesquisa histórica sobre Cabo Verde para se poder estudar todas as temáticas da história contemporânea do país. “Há uma Associação dos Combatentes pela Liberdade da Pátria em Cabo Verde, que tem várias pessoas inscritas. Portanto, serão centenas. Pelas entrevistas que tenho feito, tenho presente o facto de que há pessoas que participaram e alguns até que tiveram um papel importante em dados momentos e não se inscreveram nessa associação. Já pude ter essa conversa com alguns dirigentes e penso que terão sido - entre os que integraram as células - algumas centenas. E depois há todo este apoio por parte da população, não só em Cabo Verde”, sublinha. Em Cabo Verde, em Portugal, na Guiné-Bissau, em Angola, mas também na Bélgica, na Holanda, no Senegal e noutros países para além das fronteiras do então Império Colonial Português, foram muitos os militantes e nacionalistas que lutaram na clandestinidade. Um número ainda não calculado de pessoas foram presas, torturadas e mortas, depois de perseguidas pela PIDE/DGS. Porém, mais de meio século depois, a acção na clandestinidade continua a ser uma das frentes menos visíveis na luta pela independência de Cabo Verde. Se quiser aprofundar este assunto, pode ouvir aqui as entrevistas integrais feitas aos diferentes convidados.

Convidado
Moçambique 50 anos: a ocupação efectiva do país e a segregação

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2025 20:00


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No segundo episódio desta digressão, evocamos as circunstâncias em que se deu a ocupação efectiva de todo o território que viria a ser Moçambique. Após séculos de ocupação muito relativa de Moçambique, os portugueses, mais concentrados até agora no comércio de matérias-primas e de mão-de-obra escrava -apesar da abolição da prática no decurso da primeira metade do século XIX- enfrentam a concorrência cada vez mais feroz de outras potências coloniais, em particular da Grã-Bretanha. No âmbito da conferência de Berlim de 1884-1885 em que os regimes coloniais europeus repartiram entre eles os territórios africanos, Portugal apresentou o que ficou conhecido como o “Mapa cor-de-rosa”, um projecto estabelecendo novas fronteiras para o império africano português e em que Angola ficava ligada a Moçambique. Só que a coroa britânica tinha a ambição de ligar por via-férrea a África do Sul ao Egipto. A Rainha Vitória lançou então um ultimato a Portugal em 1890, recorda o académico moçambicano Luís Covane. “Portugal queria, por exemplo, ter uma colónia em África. Como Angola e Moçambique apareciam ligados e era chamado para o “mapa cor-de-rosa”, que não foi negociado nem com os franceses nem com os ingleses, e deu logo com um projecto britânico de construir uma linha férrea que ligaria o Cabo ao Cairo, em território britânico. Esse era um projecto também alimentado por sacerdotes e isso resultou num ultimato muito agressivo contra Portugal”, conta o historiador referindo que “Portugal teve que se encolher e abandonar as terras que reclamava como suas.” Na ânsia de evitar os crescentes apetites dos restantes impérios sobre os territórios que controlava, Portugal adopta uma política de conquista e ocupação efectiva de Moçambique, não sem enfrentar resistência. O caso mais emblemático será o do imperador de Gaza, Ngungunhane, que tentou lutar contra a ocupação portuguesa mas acabou por ser capturado em 1895 pelo oficial Mouzinho de Albuquerque, sendo em seguida levado para Lisboa onde foi exibido perante a multidão, antes de ser deportado para os Açores onde faleceu em 1906. “Ngungunhane é neto daquele que construiu o Império de Gaza, que veio da Zululândia, parte da África do Sul, nas primeiras décadas do século XIX. Invadiram o território. Encontraram um território sem grandes unidades políticas, pequenos reinos, pequenas unidades políticas. E eles eram guerreiros.”, recorda Luís Covane. “Quando se realiza a Conferência de Berlim e a pressões sobre Gaza, os protugueses avaliaram Gaza. Era um grande império, com uma força militar tremenda e Portugal sentia-se inferior. Quis assinar um tratado de vassalagem. Dizer que ‘vocês fazem parte de Portugal'. (...) A coisa não correu lá muito bem e esse fracasso cimentou nas lideranças militares e civis portuguesas que era necessário ir para o conflito armado. E Mouzinho de Albuquerque é aquele que comandou as forças portuguesas para a conquista de Gaza. E quando ele vai para onde ele (Ngungunhana) estava baseado (...) ele levou a tropa portuguesa para o combate. A sorte dele é que, de facto, a povoação estava desguarnecida. Até o chefe do exército não estava lá e não teve como enfrentar aquela força. Foi assim que Ngungunhane é preso em Chaimite por Mouzinho de Albuquerque que foi celebrado como um combatente muito valente”, recorda o universitário. Dez anos após a independência de Moçambique, o executivo português restituiu os restos mortais de Ngungunhane ao seu país, a pedido de Samora Machel que o apresentou como um herói. Esta não deixa contudo de ser uma figura controversa, dado o rasto de crueldade que marcou o seu reinado, com refere outro estudioso, Egidio Vaz, também parlamentar da Frelimo no poder. “Depois de o Presidente Samora Machel reclamar a suas ossadas, vieram para Moçambique. E depois há uma história muito interessante que aconteceu em Gaza, onde alegadamente se ergueu um busto em sua memória. Porque ele é controverso, no seu último bastião, as pessoas tinham percepções diferentes das oficiais. Então as pessoas usavam o busto de Gungunhana para sacudir enxadas ou afiar catanas quando fossem às machambas. O que significa, por outras palavras, que existe uma percepção diferente de um sanguinário, de um Ngungunhana déspota, de um Ngungunhana que se impôs pela força. Ora, a historiografia moçambicana começa com, diríamos nós, um embuste. Das duas uma, ou Ngungunhana é importante por ter sido capturado pelos portugueses e desterrado para os Açores, onde cuidaram dele até à sua morte. Ou, eventualmente, todos temos uma percepção um pouco mais diferente. Mas qual era o desafio dos historiadores de então, quando se estava a criar uma Nação? Porque este Moçambique é um Estado com várias nações lá dentro, mas que depois, com um objectivo eventualmente de representação e simbolismo”, optou-se por apresentar Ngungunhane como um herói, diz Egidio Vaz que vê na celebração dos 50 anos da independência de Moçambique um oportunidade para “olhar a história de forma crítica”. Entretanto, nos primórdios do século XX, apesar de a escravatura já não existir oficialmente, o trabalho forçado torna-se prática corrente, refere Luís Covane. “Com essa incapacidade de fazer investimentos em áreas de produção mais avançadas, vai-se olhar para o homem como única máquina que pode ser usada. (...) E foi assim criar-se um imposto que tem de ser pago em dinheiro. E o dinheiro só pode ser ganho numa plantação, porque o trabalho é importante, mas a pessoa só vai trabalhar voluntariamente quando é capaz de resolver problemas. Mas o Estado colonial foi capaz de criar problemas que só podiam ser resolvidos com dinheiro. Criar problemas para indígenas, dizer que ‘você tem que pagar imposto em dinheiro'”, explica o historiador ao referir que “o objectivo é de facto colectar o imposto para assegurar mão-de-obra nas plantações dos colonos portugueses que não tinham capacidade de pagar salários. E depois há outra forma que é a introdução de culturas forçadas. Por exemplo, o algodão. As pessoas não comem algodão. E o benefício imediato do algodão, também não o conseguem ver. A indústria têxtil portuguesa precisava de algodão em quantidades cada vez mais crescentes para produzir têxteis a um preço altamente competitivo. Conseguir mão-de-obra, conseguir matéria prima das colónias muito abaixo do mercado internacional para produzir os textéis e vender nas colónias a preços muito acima dos preços praticados. Foi essa lógica”, diz Luis Covane ao referir que a situação torna-se a tal ponto insustentavel que por altura dos anos 60, evita-se ao maximo o convivio entre comunidades em Moçambique. O facto é que a chegada de Salazar ao poder em 1933 em Portugal vem acrescentar o fascismo ao colonialismo, Moçambique vivendo num regime instituindo os privilégios dos colonos face aos assimilados e aos indígenas, recorda o estudioso moçambicano Calton Cadeado. “Do lado do colonizador em relação ao colonizado, por exemplo, havia histórias que se contam sobre a forma como agente colonial não permitia que os moçambicanos negros nativos tivessem acesso a educação, que fosse uma educação de progresso. Havia limitações no acesso à educação para os negros e o limite máximo que alguém podia ir à escola em termos de educação, por vezes não passava da quarta classe e se passasse da quarta classe, era um privilegiado. Há muita gente que nem sequer teve possibilidade de chegar a esta quarta classe porque não era de acesso universal à educação. Essa é uma das formas que as pessoas retratam a violência. Negaram o direito ao conhecimento. Mas, mais do que isso, era também a forma como a polícia, a forma como os serviços de segurança, na altura a PIDE, depois a DGS, perseguia, torturava todos aqueles que tivessem opinião diferente ou ousassem questionar seja o que fosse ligado a aspectos políticos aqui em Moçambique”, refere o estudioso. Num contexto em que lá fora, no resto do mundo, antigas colónias acediam à liberdade, Portugal mantinha com mão de ferro um sistema em que eram muito poucos aqueles que tinham acesso à educação, a empregos assim como à saúde, recorda Helder Martins, ministro da Saúde do primeiro governo de Moçambique independente. “A época colonial, era uma quase escravatura, uma escravatura disfarçada porque, primeiro, às populações, não lhes eram reconhecidos direitos cívicos nenhuns. Havia uma distinção entre os chamados ‘indígenas' e os ‘cidadãos' e, teoricamente, a missão de Portugal, dita civilizadora, entre aspas, consistia no processo de assimilação. Mas em 500 anos de colonialismo, os assimilados foram só 1% da população. Portanto, isto diz tudo. Segundo, havia trabalho forçado, havia por legislação, porque partia-se do princípio que o indígena era preguiçoso e que, portanto, era preciso obrigá-lo a trabalhar e todas as outras coisas, a discriminação racial, etc. Agora na área da saúde, a saúde colonial era do mais incrível que se pode imaginar. Não só era altamente discriminatória, como era discriminação racial descarada, discriminação socioeconómica e discriminação geográfica. Porque a população que vivia nas zonas rurais, naquela altura, 90% da população vivia nas zonas rurais, praticamente não havia infraestruturas de saúde nenhuma. As infraestruturas de saúde estavam nas principais cidades onde viviam os colonos e nas zonas rurais só havia uma delegacia de saúde onde houvesse cinco brancos funcionários públicos. A população não interessava em termos de planificação de saúde. Em qualquer livro de planificação de saúde fica claro que o critério que deve presidir à planificação de saúde é a população. Mas isso nunca foi no tempo colonial. Por outro lado, do ponto de vista técnico, era um sistema anacrónico, atrasado. Bom, Portugal naquela altura era um país atrasado sobre todos os pontos de vista e sob o ponto de vista tecnológico também. E na área da saúde também era. (...) O pouco que havia era os programas de combate às grandes endemias. Mas mesmo isso era anacrónico na sua organização, porque havia diversos programas. O da malária e da tuberculose, ou da lepra, ou da tripanossomíase. Os directores desses serviços dependiam directamente do governador-geral e não do director dos serviços de saúde. Então, não havia coordenação nenhuma. Quer dizer, isto era completamente anacrónico”, conta o antigo governante. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:    

Convidado
As negociações e a proclamação da independência de Moçambique

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2025 20:46


Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No quinto episódio desta digressão, evocamos a independência de Moçambique. Após vários anos em várias frentes de guerra, capitães das forças armadas portuguesas derrubam a ditatura no dia 25 de Abril de 1974. A revolução dos cravos levanta ondas de esperança em Portugal mas também nos países africanos. A independência pode estar por perto, mas é ainda preciso ver em que modalidades. Óscar Monteiro, militante sénior da Frelimo e um dos membros da delegação que negociou os acordos de Lusaka juntamente com Portugal, recorda como recebeu a notícia. “No dia 25 de Abril, tenho a primeira notícia sobre o golpe de Estado em Portugal, quando procurava ouvir a Rádio França Internacional. Nós estávamos num curso político e eu estava à procura do noticiário da RFI quando ouço ‘Cette fois, c'est pour de bon' (desta vez, é a valer). Então parece que houve mesmo qualquer coisa em Portugal e a partir daí começamos a procurar informações. No dia 27, nós produzimos uma declaração que eu acho que foi dos mais bonitos documentos políticos em que participei. Continuamos a dar aulas porque era a nossa tarefa. A luta não termina só assim. Mas à tarde o Samora chamou-nos, nós tínhamos um telefone de campanha daqueles com manivela. ‘Venham cá porque a coisa parece ser séria'. Então fomos para lá e começamos a produzir. Devo dizer que estávamos num muito bom momento politicamente e por isso que não ficamos perturbados. Dissemos ‘Sim senhor, muito bem. Felicitamo-nos por esta vitória do povo português, mas a nossa luta é pela independência.' (...) Sabe que o Manifesto das Forças Armadas tinha só uma linha, a linha final, que dizia depois de 20 e tal pontos sobre a democratização de Portugal, dizia que ‘a solução do problema do Ultramar é política e não militar.' Quer dizer, foi agarrados nessa linha que nós começámos as primeiras conversações. Aí devo dizer e relevar que nós nunca falamos suficientemente do papel do Dr. Mário Soares, que propõe logo conversações com os movimentos de libertação. E, portanto, estamos a falar logo no dia 5 de Maio por aí. Ele vem a Lusaka. Nós ensaiamos esse momento. Então vamos para lá, mas como é que cumprimentamos? Então dissemos ‘Não vamos cumprimentar, dizendo o seguinte -até me recordo da frase- Apertamos a mão porque o senhor representa um Portugal novo'. Sabe que para evitar intimidades excessivas, até pedimos aos zambianos, porque as conversações foram em Lusaka para não os forçar a vir a Dar-es-Salaam, que era muito conotado com o apoio aos movimentos de libertação. E ele surpreendeu-nos quando nós começamos com a nossa expressão ‘saudamos o novo Portugal'. Ele disse ‘deixe-me dar-lhe um abraço' e atravessou a mesa que nós tínhamos posto para separar e dá um abraço ao Presidente Samora. Eu acho que isso foi de uma grande generosidade humana, porque a opinião pública portuguesa não estava preparada para aceitar a independência. Nós éramos os ‘terroristas', nós éramos ‘os pretos', nós éramos ‘os incapazes.' Como é que eles vão ser capazes de governar? O que explica depois o abandono em massa dos colonos. Portanto, nós começamos este período de negociações com muitos factores contra nós. Eu acho que foi a qualidade e a generosidade dos moçambicanos que permitiu que este processo tivesse andado bem. (...) Eu sei que a solidariedade da opinião pública portuguesa, não da classe política mais avançada, não do Movimento das Forças Armadas, foi mais para com os colonos do que para connosco. E houve a ideia de que nós, intimidamos os colonos. Não. Os colonos, intimidaram-se com o seu próprio passado. Quer dizer, cada um deles pensava como tinha tratado o seu empregado doméstico, como tinha tratado o negro no serviço e fugia, fugia de si-próprio, não fugia de perseguições. Nessa altura, e honra seja feita ao Presidente Samora, ele desdobrou-se em declarações até que, a um certo ponto algumas pessoas disseram Mas olha lá, vocês estão sempre a falar da população portuguesa que não deve sair, que são tratados como iguais. Vocês já nem falam muito a nós moçambicanos negros. Mas era deliberado, era deliberado porque nós sabíamos que a reconstrução do país só com moçambicanos negros ia ser muito difícil. E felizmente -é um ponto que vale a pena neste momento focar- houve muitos jovens, a nova geração, brancos, mulatos, indianos que eram estudantes da universidade, que tinham criado um movimento progressista e que foram eles, naquela fase em que era preciso pessoas com alguma qualificação, que foram os directores, os colaboradores principais dos ministros. E é momento também de prestar homenagem a essa nova geração. Foi um grupo progressista que se pôs declaradamente ao lado da independência. Também tiveram as suas cisões. Houve outros que foram embora. São transições sociais muito grandes. Nós próprios estamos a passar transições muito grandes”, diz Óscar Monteiro. Pouco depois do 25 de Abril, as novas autoridades portuguesas e a Frelimo começaram a negociar os termos da independência de Moçambique. O partido de Samora Machel foi reconhecido como interlocutor legítimo por Portugal e instituiu-se um período de transição num ambiente de incerteza, recorda o antigo Presidente Joaquim Chissano. “A nossa delegação veio com a posição de exigir uma independência total, completa e imediata. Mas pronto, tivemos que dar um conteúdo a esse ‘imediato'. Enquanto a delegação portuguesa falava de 20 anos, falávamos de um ano e negociamos datas. Deram então um consenso para uma data que não feria ninguém. Então, escolhemos o 25 de Junho. Daí que, em vez de um ano, foram nove meses. E o que tínhamos que fazer era muito simples Era, primeiro, acompanhar todos os preparativos para a retirada das tropas portuguesas com o material que eles tinham que levar e também em algumas partes, a parte portuguesa aceitou preparar as nossas forças, por exemplo, para se ocupar das questões da polícia que nós não tínhamos. Houve um treino rápido. Depois, na administração, nós tínhamos que substituir os administradores coloniais para os administradores indicados pela Frelimo. Falo dos administradores nos distritos e dos governadores nas sedes das províncias. Nas capitais provinciais, portanto, havia governadores de província e administradores de distritos e até chefes de posto administrativo, que era a subdivisão dos distritos. E então, fizemos isso ao mesmo tempo que nos íamos ocupando da administração do território. Nesses nove meses já tivemos que tomar conta de várias coisas: a criação do Banco de Moçambique e outras organizações afins, seguros e outros. Então houve uma acção dos poderes nesses organismos. Ainda houve negociações que foram efectuadas em Maputo durante o governo de transição, aonde tínhamos uma comissão mista militar e tínhamos uma comissão para se ocupar dos Assuntos económicos. Vinham representantes portugueses em Portugal e trabalhavam connosco sobre as questões das finanças, etc. E foi todo um trabalho feito com muita confiança, porque durante o diálogo acabamos criando a confiança uns dos outros”, lembra-se o antigo chefe de Estado moçambicano. Joaquim Chissano não deixa, contudo, de dar conta de algumas apreensões que existiam naquela altura no seio da Frelimo relativamente a movimentos contra a independência por parte não só de certos sectores em Portugal, mas também dos próprios países vizinhos, como a África do Sul, que viam com maus olhos a instauração de um novo regime em Moçambique. “Evidentemente que nós víamos com muita inquietação essa questão, porque primeiro houve tentativas de dividir as forças de Moçambique e dar falsas informações à população. E no dia mesmo em que nós assinamos o acordo em Lusaka, no dia 7 de Setembro, à noite, houve o assalto à Rádio Moçambique por um grupo que tinha antigos oficiais militares já reformados, juntamente com pessoas daquele grupo que tinha sido recrutado para fazer uma campanha para ver se desestabilizava a Frelimo”, diz o antigo lider politico. A 7 de Setembro de 1974, é assinado o Acordo de Lusaka instituindo os termos da futura independência de Moçambique. Certos sectores politicos congregados no autoproclamado ‘Movimento Moçambique Livre' tomam o controlo do Rádio Clube de Moçambique em Maputo. Até serem desalojados da emissora no dia 10 de Junho, os membros do grupo adoptam palavras de ordem contra a Frelimo. Na rua, edificios são vandalizados, o aeroporto é tomado de assalto, um grupo armado denominado os ‘Dragões da Morte' mata de forma indiscriminada os habitantes dos bairros do caniço. O estudioso moçambicano Calton Cadeado recorda esse momento. “Foi notório, naquela altura, que havia uma elite branca colonial que percebeu que ia perder os seus privilégios e ia perder poder. Isto é mais do que qualquer coisa, poder, influência, que eles tinham aqui, poder económico. Não estavam predispostos a negociar com a nova elite dirigente do Estado e temiam que eles fossem subalternizados. Então construíram toda uma narrativa de demonização da independência e das futuras lideranças, a tal ponto que criou um certo ódio dentro da sociedade portuguesa. E vale dizer que este ódio não era generalizado. Podemos ir ver nos jornais de 1974, temos o retrato de pessoas que vivenciaram abraços entre militares da Frelimo e militares portugueses que estavam a combater juntos e que diziam que não percebiam o motivo de tanta matança que existia entre eles, mas fizeram um abraço e estavam dispostos a fazer a reconciliação. Mas a elite branca e económica que tinha perdido e sentia que ia perder os privilégios, os benefícios, criou esta narrativa e esta narrativa foi consumida por algumas pessoas também dentro do círculo de defesa e segurança. Estou a falar da PIDE e da DGS a seguir. Não é toda a gente. Houve alguns círculos que conseguiram mobilizar algumas pessoas para fazer a desordem que aconteceu a seguir ao dia 7 de Setembro, que é a tomada do Rádio Clube. Depois tivemos o dia 21 de Outubro, que foi um dia sangrento, violento na história aqui em Moçambique. E quem estiver aqui em Maputo e for visitar a Praça 21 de Outubro e conversar com as pessoas que viviam naquelas zonas, percebem a violência que foi gerada. Infelizmente, essa foi uma violência que tomou conotações de cor de pele. Que era matar o branco, matar o negro. Mas foi uma coisa localizada, de curta duração, que não foi para além daqueles dias, porque a euforia da preparação e da visão da independência que vinha ali era mais forte do que o contágio de ódio que foi gerado entre estes grupos. Entretanto, não podemos menosprezar esse ódio que foi gerado. Essas perdas foram geradas porque as pessoas que perderam os privilégios não se resignaram, não se conformaram e, por causa disso, saíram de Moçambique. Foram se juntar a outros e fizeram o estrago que fizeram com a luta de desestabilização de 1976 a 1992, que aconteceu aqui”, conta Calton Cadeado. Vira-se uma página aos solavancos em Moçambique. Evita-se por pouco chacinas maiores. Antigos colonos decidem ficar, outros partem. Depois de nove meses de transição em que a governação é assegurada por um executivo hibrido entre portugueses e moçambicanos, o país torna-se oficialmente independente a 25 de Junho de 1975. Doravante, Moçambique é representado por um único partido. Uma escolha explicada por Óscar Monteiro. “Pouco depois do 25 de Abril. Começam a pulular pequenos movimentos. Há sempre pessoas que, à última hora, juntam algumas iniciais e criam um partido político. Houve quantidades de organizações e uma parte poderia até ser genuína, mas nós sentimos que essa era a forma de tentar frustrar a independência. Isso foi a primeira fase. Depois, houve outra coisa. Agora é fácil falar dessa época, mas naquele momento, nós estávamos a cravar um punhal no coração da África branca, e essa África branca ia reagir. Portanto, tínhamos a oeste, à Rodésia, tínhamos a África do Sul, Angola tinha Namíbia e África do Sul. Então, é neste contexto que nós temos que preparar uma independência segura, uma independência completa, Porque esta coisa de querermos ser completamente independentes é um vício que nos ficou mesmo agora. Nós queremos ser independentes”, explica o membro sénior da Frelimo ao admitir que ao optarem pelo monopartidarismo os membros da sua formação demonstraram “um bocado de autoconfiança excessiva e mesmo uma certa jactância”.

Die Sendung mit der Maus
Schiffshebewerk Niederfinow

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 11:14


Wie funktioniert ein Schiffshebewerk? In Niederfinow in Brandenburg steht neben dem ältesten noch arbeitenden Schiffshebewerk Deutschlands auch das modernste in Europa. Die helfen Schiffen dabei, eine 36-Meter-Stufe zu überwinden. Eine Art Aufzug für Schiffe! Welche Mechanik dahinter steckt und was die beiden Schiffshebewerke unterscheidet, findet André bei seinem Besuch vor Ort heraus.

Resposta Pronta
Mortalidade infantil aumenta 20%. "É necessário resolver questão das urgências fechadas"

Resposta Pronta

Play Episode Listen Later May 12, 2025 5:55


Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública recusa que esta seja questão única. Quanto a principais causas, Bernardo Gomes pede que se aguarde pelas conclusões da comissão indicada pela DGS.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Hart aber Fairway - Golf Podcast
Zu Gast: Robert Bruck vom DGS (Deutsche Golf Sport GmbH)

Hart aber Fairway - Golf Podcast

Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 59:29


... logged sich mit seinem DGV Ausweis heute ein: Euer Podcast

The Dave Glover Show
The DGS in space- h1

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Apr 17, 2025 34:21


The DGS in space- h1 full 2061 Thu, 17 Apr 2025 21:10:03 +0000 RGBzAYotm439OwWbB0xJtmbOU01pIfRJ comedy,religion & spirituality,society & culture,news,government The Dave Glover Show comedy,religion & spirituality,society & culture,news,government The DGS in space- h1 The Dave Glover Show has been driving St. Louis home for over 20 years. Unafraid to discuss virtually any topic, you'll hear Dave and crew's unique perspective on current events, news and politics, and anything and everything in between. © 2025 Audacy, Inc. Comedy Religion & Spirituality Society & Culture News Government False https://player.amperwavepodcasting.com?feed-link=https%3A%2F%2Frss.amper

Die Sendung mit der Maus
Modellauto (mit Gebärdensprache)

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Mar 28, 2025 8:31


Wie wird ein Modellauto gemacht? Ein echtes Einsatzfahrzeug der Feuerwehr soll einen kleinen Doppelgänger bekommen: ein Spielzeug-Auto. Das Maus-Team zeigt Schritt für Schritt, wie aus den ersten Entwürfen mithilfe eines 3D-Druckers, Handarbeit und einer besonderen Maschine ein fertiges Modellauto wird…

Dona da Casa
Rita Sá Machado, diretora-geral da Saúde

Dona da Casa

Play Episode Listen Later Mar 8, 2025 56:29


A desconfiança sobre ser-se jovem, a decisão da candidatura, os boletins azuis e rosa e as "pessoas que menstruam", Trump e a saída da OMS, o género nas doenças, o aumento dos comportamentos de risco, a renovação na DGS.

Die Sendung mit der Maus
Wieso rutscht man auf einer Bananenschale aus?

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Feb 28, 2025 9:13


André liebt alte schwarz-weiß-Sketche, in denen jemand auf einer Bananenschale ausrutscht, aber sind die Schalen wirklich so rutschig? An der RWTH Aachen forschen die Studierenden Zita und Amos dazu und untersuchen mit André die Reibung zwischen Boden und verschiedenen Obstschalen. Bananenschalen sind die rutschigsten und ein Blick ins Laser-Mikroskop zeigt auch, warum.

RADIO4 MORGEN
Onsdag d. 19. februar kl. 7-8

RADIO4 MORGEN

Play Episode Listen Later Feb 19, 2025 55:09


(02:00): Historiker: Det er Danmarks egen skyld, at USA nu vil have Grønland. Medvirkende: Thorkild Kjærgaard, historiker og tidligere lektor og institutleder på Grønlands Universitet. (18:00): Den nye gymnasiereform: DGS er ikke tilfredse. Medvirkende: Amalie Breinstein, elev på Aarhus Statsgymnasium, medlem af Danske Gymnasieelevers Sammenslutning. (33:00): Forsvarschefen bliver magtfuld i en grad, du aldrig har set før. Medvirkende: Peter Ernstved Rasmussen, vært på Frontlinjen RADIO IIII og redaktør på forsvarsmediet OLFI. (41:00): Anna Thygesen: Sisse Sejrs undskyldning er ikke god nok. Medvirkende: Anna Thygesen, indehaver af kommunikations-bureauet WeDo Communication. Værter: Kasper Harboe og Nicolai DandanellSee omnystudio.com/listener for privacy information.

The Dave Glover Show
Think Tank Tackles Trump's Elon Problem, The Fun with Four Nations Hockey- Hour 4

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 21:35


The DGS is joined by Chuck Summers & Steve Ehlman for two segments of the Think Tank to talk about the issues coming out of Trump's and Elon's purge of federal employees, the issue with an unelected beurecrat having this much power, the real issue with schooling and education for the youth of this country and the future of nuclear power. Plus a dive into one of Rachel's recent past time and the fun of watching two kids with St. Louis ties dominate world hockey.

The Dave Glover Show
Full Show 2-17-25

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 123:07


In Todays episode of the DGS: they are joined by Bernie Miklasz in Hour 2 to talk about the latest Cardinals news, Dave Murray in Hour 3 to get updates on the upcoming Winter Storm & Chuck Summer Steve Ehlman join in studio for the weekly Think Tank. Plus, the DGS enters a new era when they go to a live camera feed from 2-4PM for the first time, Andrew tells his horror story & the entire cast tries to prepare to listeners for what to expect from the cameras.

The Dave Glover Show
It's Like Y2K In Here & Bernie Miklasz Talks Spring Training - Hour 2

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 36:41


The DGS has entered the 21st Century! We're streaming live over video and it's leading to plenty of distractions and new fun, plus Bernie Miklasz joins the show to talk about the latest news from Cardinals Spring Training.

The Dave Glover Show
A New Era of DGS, Bailing on a Story & Dave Murray Updates on the Winter Storm - Hour 3

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 29:52


In Hour 3 of the DGS, the cameras are still ruling the roost, as the attention in the studio and from the audience is all in on this new medium, Dave gets into a story that he regrets starting halfway through...and he still finishes it, we all learn something new about Granite City & Dave Murray joins to break down what we know about the winter event on its way to St. Louis.

The Dave Glover Show
Andrew's Ordeal, Snow Storm Prep & DGS Enters the 21st Century - Hour 1

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 34:58


Dave & Kevin are joined in studio by Chris & Amy to talk about another rash ofbad press for the city of St. Louis, Andrew's ordeal changing the way Dave now goes through life on a daily basis, we're starting to prepare for this snow storm, have you ever admitted to being wrong, the origins of certain sayings and the things to remember as DGS prepares to enter the 21st century.

Die Sendung mit der Maus
Pit und Peggs Traumreise

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jan 24, 2025 5:07


Die Weltpremiere von „Pit und Peggs“ zeigt, wie die 90 Jahre alte Vision eines Trickfilms von Felix Nussbaum und Michael Loewen vollendet wurde. In der fantasievollen Geschichte machen Pit und Peggs im Traum eine rasante Fahrt mit ihrem Auto durch die Berge. Dabei treffen sie nicht nur andere Autofahrer, sondern auch eine Giraffe, lebende Tanksäulen und Sonnenblumen – und gewinnen zum Schluss sogar einen Preis.

ANTIC The Atari 8-bit Podcast
ANTIC Interview 452 - Dean Garraghty, DGS Software

ANTIC The Atari 8-bit Podcast

Play Episode Listen Later Jan 23, 2025 32:27


ANTIC Interview 452 - Dean Garraghty Hello, and welcome to this interview-only episode of ANTIC, The Atari 8-bit computer podcast.  I'm Randy Kindig, your host for this episode. Dean Garraghty is the proprietor of DGS Software, which sold, and continues to sell, software for the Atari 8-bit computers since the 80's.  This is a very low cost, 191-disk set that includes an entire utility pack, games, issues of a disk-based newsletter, a sound and music package, an interesting programming language called Quick, and more.  Dean has been an Atari enthusiast since the 80's and has an interesting story to tell concerning his journey with the Atari 8-bit. This interview took place on April 6, 2024. Links DGS Website - http://www.dgs.clara.net/  DGS post on AtariAge - https://forums.atariage.com/topic/268373-dgs-pd-library-the-whole-lot-to-download/  YouTube channel - https://www.youtube.com/channel/UCLn2nyiuk_OaW1Is4cZtvtQ   

Die Sendung mit der Maus

In einer Kita in Ravensburg gibt es Risse in den Wänden. Denn ein Teil des Gebäudes ist ein kleines Stück abgesackt. Das Maus-Team schaut sich an, wieso das passiert ist und wie man die Kita ganz ohne Muskelkraft wieder anheben kann. Bodenproben verraten, dass der Boden unter der Kita zu trocken geworden ist und sich deshalb zusammengezogen hat. Doch wie kann der Boden wieder so stabil gemacht werden, dass die Kita problemlos darauf stehen kann? Mit einigen Rohren, einer Pistole und zwei ganz besonderen Flüssigkeiten…

Die Sendung mit der Maus
Apfelplantage | Winter

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 14:33


Wie werden Äpfel richtig gelagert? Es ist Winter und Jana besucht ein weiteres Mal Familie Nachtwey auf dem Biohof, um zu sehen, was bei der Lagerung von Äpfeln besonders wichtig ist. Nachdem die Äpfel sortiert und in großen Kisten gepackt wurden, werden die Tore der Lagerhalle besonders dicht verschlossen. Jana findet heraus, wie der Reifeprozess der Äpfel mit einer Art „Winterschlaf“ verhindert werden kann und was das mit den Löchern auf dem Apfel, den Lentizellen, zu tun hat…

Gov Tech Today
E40: Simplifying Tech Procurement: New Terms and Conditions for California

Gov Tech Today

Play Episode Listen Later Dec 31, 2024 16:38


In this episode of Gov Tech Today, hosts Russell Lowery and Jennifer Saha discuss the recent changes to the Terms and Conditions for IT contracts released by the Department of General Services (DGS) and the California Department of Technology (CDT). They delve into the implications for vendors and state agencies, highlighting improvements in contract language, simplification of provisions, and the newly imposed limitation on liability for cybersecurity. Emphasizing collaboration between DGS and CDT, the episode outlines the importance of clear regulations and cooperative efforts to streamline the contract process, making it more accessible and understandable for all involved. 00:00 Introduction to Gov Tech Today 00:36 New Terms and Conditions Released 04:04 Simplifying IT Contracts 07:51 Collaboration Between Departments 10:07 Impact on Procurement Process 13:20 Final Thoughts and Summary

Die Sendung mit der Maus
Wie wird eine Lichterkette gemacht?

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Dec 20, 2024 9:28


Für viele Familien gehört sie zum Weihnachtsbaum fest dazu: Die Lichterkette. Aber wie wird die eigentlich hergestellt? Das Maus-Team ist in Coburg und schaut sich die einzelnen Stationen im Herstellungs-Prozess einmal genau an. Denn sie sind dabei, wenn die letzte Lichterkette in diesem Jahr produziert wird…

Explicador
Colorir boletins de saúde infantis é prioridade?

Explicador

Play Episode Listen Later Nov 13, 2024 14:38


Bruno Vitorino, PSD, sublinha que a ação faz parte de uma “agenda ideológica perigosa”. Mário Amorim Lopes, IL, não tem dúvidas de que a DGS se deixou influenciar por uma “palermice”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Spring Office Hours
S3E37 - Spring GraphQL with Rossen Stoyanchev & Brian Cozel

Spring Office Hours

Play Episode Listen Later Nov 7, 2024 63:37


Join Dan Vega as he explores Spring for GraphQL with special guests Brian Clozel and Rossen Stoyanchev from the Spring team. In this deep-dive episode, the experts discuss the evolution of Spring for GraphQL, its relationship with GraphQL Java, and how it compares to Netflix's DGS framework. Learn about GraphQL Federation, handling N+1 problems with batch loading, and when to choose GraphQL over REST. The conversation covers practical insights on error handling, security considerations, and the future roadmap of Spring for GraphQL.Show Notes:* Origins of Spring for GraphQL and collaboration with GraphQL Java* Use cases for choosing GraphQL in enterprise applications* Federation support and microservices architecture* Batch loading and handling N+1 problems* Error handling in GraphQL vs REST* Spring for GraphQL and Netflix DGS framework integration* Future roadmap with Spring Framework 7* Tips for getting started with Spring for GraphQLJoin the live stream to ask questions or catch the replay on your preferred podcast platform.

Total Information AM
Experiencing the diversity of youth voters

Total Information AM

Play Episode Listen Later Nov 5, 2024 7:12


Rachel Zimmerman, co-host of the DGS, shares her experience chatting with young voters while out on local college campuses.

Die Sendung mit der Maus
Kaffeebecher aus Kaffeesatz

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Sep 29, 2024 21:49


Anlässlich des Aktionstages Türen auf mit der Maus 2024 blickt das Maus-Team tief in den Kaffeesatz und erzählt eine Kaffeesatz-Kaffeetassen-Geschichte. Wie wird aus altem Kaffeesatz ein neuer Kaffeebecher? Getreu dem Motto des Türöffner-Tages – „ZusammenTun“ – besucht Jana Schritt für Schritt alle Stationen, die es braucht, um aus Kaffeesatz einen Becher zu machen.

The Dave Glover Show
The legend Ozzie Smith joins the DGS!

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Sep 23, 2024 25:26


The legend Ozzie Smith joins the DGS! full 1526 Mon, 23 Sep 2024 19:51:45 +0000 JcfxpZCNVQDvitYMyd206F8iWh28xyGs comedy,religion & spirituality,society & culture,news,government The Dave Glover Show comedy,religion & spirituality,society & culture,news,government The legend Ozzie Smith joins the DGS! The Dave Glover Show has been driving St. Louis home for over 20 years. Unafraid to discuss virtually any topic, you'll hear Dave and crew's unique perspective on current events, news and politics, and anything and everything in between. 2024 © 2021 Audacy, Inc. Comedy Religion & Spirituality Society & Culture News

The Dave Glover Show
Another Trump assassination attempt - hour 3

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Sep 16, 2024 29:00


The Dave Glover Show
Dave Murray details the weekend weather - hour 3

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 28:35


This hour, The DGS crew plays Pyramid with the newsroom crew at KMOX, as well as Dave Murray previewing the weekend weather.

Die Sendung mit der Maus

André ist bei den Pfadfindern in Gifhorn eingeladen. Doch wie findet er bloß den Weg von der Bushaltestelle bis zum Pfadfinder-Lager? Zum Glück haben ihm die Pfadfinder ein paar Hinweise hinterlassen: Verschiedene Pfeil-Symbole weisen André den Weg und mit einem selbst gebauten Kompass kann er gen Osten wandern – dorthin, wo sich das Lager befindet. Hier findet André heraus, was die „Wölfchen“, also die kleinen Pfadfinder, schon alles können – und darf selbst mitmachen: Er hilft beim Zelt aufbauen, macht den Taschenmesser-Führerschein, lernt, wie man sich unter Pfadfindern die Hand gibt und entzündet ein Feuer mit Feuerstahl. Was für ein schöner Tag bei den Pfadfindern!

Die Sendung mit der Maus
Solidarische Landwirtschaft

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 30, 2024 11:05


Was ist solidarische Landwirtschaft? Das möchte Clarissa herausfinden und besucht gemeinsam mit Michel, Juliane und Thorsten einen Hof in der Nähe von Leipzig. Der wird nach dem Konzept der kooperativen Landwirtschaft geführt: Das heißt, dass sich viele Menschen zusammen geschlossen haben, um den Hof zu betreiben und zu finanzieren, so auch Michel, Juliane und Thorsten. Und die Mitglieder können jederzeit selbst beim Jäten oder bei der Ernte von Obst und Gemüse helfen. Clarissa ist diesmal dabei und lernt, welche Vorteile eine solidarische Landwirtschaft hat…

Die Sendung mit der Maus
Solidarische Landwirtschaft

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 30, 2024 11:05


Was ist solidarische Landwirtschaft? Das möchte Clarissa herausfinden und besucht gemeinsam mit Michel, Juliane und Thorsten einen Hof in der Nähe von Leipzig. Der wird nach dem Konzept der kooperativen Landwirtschaft geführt: Das heißt, dass sich viele Menschen zusammen geschlossen haben, um den Hof zu betreiben und zu finanzieren, so auch Michel, Juliane und Thorsten. Und die Mitglieder können jederzeit selbst beim Jäten oder bei der Ernte von Obst und Gemüse helfen. Clarissa ist diesmal dabei und lernt, welche Vorteile eine solidarische Landwirtschaft hat…

Die Sendung mit der Maus
Esel - Wie ist er zum Haustier geworden?

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 23, 2024 6:25


Esel sind ganz schön stur – oder etwa nicht? Ilona hat sechs Esel auf ihrem Hof und zeigt ihren Gästen bei einer Esel-Wanderung, wie man mit den Tieren richtig umgeht. Bei der Wanderung fallen viele Gemeinsamkeiten auf, die die Herden-Tiere mit ihren Vorfahren, den afrikanischen Wildeseln, haben. Und wenn man weiß, worauf man achten muss, ist bei den Eseln von stur keine Spur!

Die Sendung mit der Maus
Esel - Wie ist er zum Haustier geworden?

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 23, 2024 6:25


Esel sind ganz schön stur – oder etwa nicht? Ilona hat sechs Esel auf ihrem Hof und zeigt ihren Gästen bei einer Esel-Wanderung, wie man mit den Tieren richtig umgeht. Bei der Wanderung fallen viele Gemeinsamkeiten auf, die die Herden-Tiere mit ihren Vorfahren, den afrikanischen Wildeseln, haben. Und wenn man weiß, worauf man achten muss, ist bei den Eseln von stur keine Spur!

Die Sendung mit der Maus
Blobben mit André

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 16, 2024 5:23


Wie funktioniert Blobben? André probiert es selbst aus: Dabei liegt er auf einem riesigen Luftkissen im Wasser und wird von Jumperin Mieke in die Luft katapultiert, als sie aus 5 Metern Höhe auf das andere Ende des Kissens springt. Wieso das funktioniert, zeigt André mithilfe eines Katapults und Gewichten. Und dann macht er noch ein spannendes Experiment: Wie kann er es schaffen, noch höher zu fliegen?

Die Sendung mit der Maus
Blobben mit André

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 16, 2024 5:23


Wie funktioniert Blobben? André probiert es selbst aus: Dabei liegt er auf einem riesigen Luftkissen im Wasser und wird von Jumperin Mieke in die Luft katapultiert, als sie aus 5 Metern Höhe auf das andere Ende des Kissens springt. Wieso das funktioniert, zeigt André mithilfe eines Katapults und Gewichten. Und dann macht er noch ein spannendes Experiment: Wie kann er es schaffen, noch höher zu fliegen?

Die Sendung mit der Maus

Wie funktioniert eine Türklinke? Wenn man eine Türklinke runter drückt, schiebt sich der Riegel zurück in die Tür. Doch schiebt man den Riegel per Hand zurück in die Tür, so bewegt sich die Türklinke nicht. Warum ist das so? Diese Frage hat Mausfan Miyuki an die Maus gestellt. Um eine Antwort zu finden, besucht sie gemeinsam mit Jana eine Schreinerei.

Die Sendung mit der Maus
Pannenschutz im schlauchlosen Fahrradreifen

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 2, 2024 7:14


Warum bekommt man bei einem schlauchlosen Fahrradreifen keinen Platten? Das findet André heraus, als er Jule, Leon und Marten trifft. Die brauchen beim Radfahren keinen Flickzeug, schließlich reparieren sich ihre Fahrradreifen bei kleinen Löchern von ganz allein. Um sich anzuschauen, was in einem solchen Reifen passiert, wenn er ein Loch bekommt, besucht André Marco, der in seiner Firma Fahrräder testet.

Die Sendung mit der Maus
Pannenschutz im schlauchlosen Fahrradreifen

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Aug 2, 2024 7:14


Warum bekommt man bei einem schlauchlosen Fahrradreifen keinen Platten? Das findet André heraus, als er Jule, Leon und Marten trifft. Die brauchen beim Radfahren keinen Flickzeug, schließlich reparieren sich ihre Fahrradreifen bei kleinen Löchern von ganz allein. Um sich anzuschauen, was in einem solchen Reifen passiert, wenn er ein Loch bekommt, besucht André Marco, der in seiner Firma Fahrräder testet.

The Clement Manyathela Show
Is the DA request for some ministerial posts fair?

The Clement Manyathela Show

Play Episode Listen Later Jun 25, 2024 7:09


    We discussed whether the DA's preferred ministerial positions make sense for the listeners. Clement also spoke to Dr Somadoda Fikeni, the Chairperson of the Public Service Commission about whether the DA's request for new DGs in the departments they prefer to occupy is fair. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Die Sendung mit der Maus
Ameisenlöwe: Wie fängt er seine Beute? (mit Gebärdensprache)

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jun 21, 2024 8:02


Ameisenlöwen, die Larven von Ameisenjungfern, haben eine spezielle Technik, um ihre Beute zu fangen. Wie sie das machen und wie die Tiere zu ihrem Namen kommen, zeigt das Maus-Team in einer beeindruckenden Tier-Reportage.

Die Sendung mit der Maus
Immer geradeaus

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jun 14, 2024 7:51


André will wissen, wie lange man eigentlich immer geradeaus gehen kann. Gar keine leichte Aufgabe in einer Großstadt wie Köln. Denn immer wieder trifft André auf Hindernisse. Seinen nächsten Versuch startet er auf dem Land: Dort kann er schon deutlich länger immer geradeaus laufen, doch im nächsten Dorf beendet ein Zaun seine Reise. Einen letzten Anlauf nimmt André mitten in der Natur… wie lange er dort wohl immer geradeaus laufen kann?

Die Sendung mit der Maus
Immer geradeaus

Die Sendung mit der Maus

Play Episode Listen Later Jun 14, 2024 7:51


André will wissen, wie lange man eigentlich immer geradeaus gehen kann. Gar keine leichte Aufgabe in einer Großstadt wie Köln. Denn immer wieder trifft André auf Hindernisse. Seinen nächsten Versuch startet er auf dem Land: Dort kann er schon deutlich länger immer geradeaus laufen, doch im nächsten Dorf beendet ein Zaun seine Reise. Einen letzten Anlauf nimmt André mitten in der Natur… wie lange er dort wohl immer geradeaus laufen kann?

The Dave Glover Show
Hour 2: Chet Pleban's top legal stories of 2023

The Dave Glover Show

Play Episode Listen Later Dec 29, 2023 39:41


Wheels flies the ship solo today, but is joined by Chet Pleban to discuss the top legal stories of the year, and Dave Murray for the New Year's Eve forecast.