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No entender do professor de direito desportivo na Universidade Lusíada, Lúcio Correia, o FCP não deve sofrer sanções. Considera também que não existe qualquer tipo de assédio por parte do clube.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Portugal é um Estado laico, onde vigora a liberdade religiosa - mas até que ponto somos um país de ‘brandos costumes'? Neste episódio, o historiador Paulo Mendes Pinto e Hugo van der Ding percorrem o fio da História e analisam os credos e influências religiosas que moldaram a nossa identidade.Que relação existe entre a situação geográfica de Portugal e a diversidade religiosa que habitou o nosso território, ao longo dos séculos? Numa viagem que recua até ao século VIII a.c., a dupla percorre os 'cilindros compressores' da religião que moldaram Portugal: do domínio romano ao cristianismo, da presença muçulmana à sombra da Inquisição. Sem esquecer a antiguidade da presença judaica, anterior ao cristianismo, e o papel transformador do islamismo, que deixou marcas na língua, na ciência e na cultura portuguesas.Ao longo da conversa, debate-se também a evolução da religião católica em Portugal: da tolerância da 1ª Dinastia ao anticlericalismo do século XIX, da liberdade religiosa da I República ao retrocesso civilizacional do Estado Novo.Com o humor e a curiosidade que os caracterizam, Paulo Mendes Pinto e Hugo Van der Ding percorrem séculos de fé, imposição e convivência, para perceber até que ponto a diversidade religiosa desenhou — e continua a influenciar — a identidade portuguesa.Um episódio [IN]Pertinente, singular e plural, a não perder.LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEISCatálogo da exposição: «Heranças e vivências judaicas em Portugal»«Os mitos de origem e a etnicidade» (Visão, 2021)«A filiação latina: de Diana a Ulisses» (Visão, 2021)«Património Cultural Imaterial da Humanidade»BIOSPaulo Mendes Pinto Historiador e especialista em História das Religiões, com foco na mitologia antiga e no diálogo entre tradições religiosas. Docente da Universidade Lusófona desde 1998, coordena a área de Ciência das Religiões e é atualmente Diretor-Geral Académico do Ensino Lusófona – Brasil. Foi Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões e fundador da European Academy for Religions. Comentador na CNN Portugal, colabora com o Público e a Visão e é autor de dezenas de livros e artigos científicos. Hugo van der Ding Locutor, criativo e desenhador acidental. Uma espécie de cartunista de sucesso instantâneo a quem bastou uma caneta Bic, uma boa ideia e uma folha em branco. Criador de personagens digitais de sucesso como a «Criada Malcriada» e «Cavaca a Presidenta», autor de um dos podcasts mais ouvidos em Portugal, «Vamos Todos Morrer», também escreve para teatro e, atualmente, apresenta o programa «Duas Pessoas a Fazer Televisão», na RTP, com Martim Sousa Tavares.
Neste ano em que são assinalados os 50 anos das independências de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e de Angola, debruçamo-nos sobre a reflexão que estas celebrações têm ocasionado ao longo das diversas iniciativas que têm sido organizadas nestes últimos meses em Portugal e nos países de África Lusófona. Estas comemorações coincidem, em Portugal, com um momento político de crescente crispação à direita, nomeadamente com a nova lei de nacionalidade que torna mais complexo o acesso à cidadania portuguesa, enquanto nos países de África Lusófona, o balanço dos últimos 50 anos é feito de contrastes, entre as narrativas dominantes e o surgimento de olhares críticos. Foi sobre este momento particular que conversamos com Sheila Khan, socióloga, investigadora e professora na Universidade Lusófona do Porto, especializada nas questões do pós-colonialismo e cidadania no espaço lusófono. Ao considerar que ainda permanece muito por fazer, a estudiosa coloca em destaque o dinamismo das novas gerações dos afro-descendentes em Portugal que têm impulsionado questionamentos e novos ângulos de análise do legado comum de Portugal e África. RFI: Neste ano em que se comemoram os 50 anos das independências de vários países de África Lusófona, em que estado está a reflexão sobre a história colonial em Portugal? Sheila Khan: O estado ainda está muito incompleto, embora já tenhamos muitos avanços. Existem muitos estudiosos que vieram das ex-colónias africanas portuguesas e que fizeram dos seus percursos, quer biográficos, quer académicos, compromissos de memória, de investigação e de uma cidadania maior, isto é, estiveram sempre ligados a partir do espaço português e também europeu. As suas vivências familiares e aos seus países originais, alguns de nascimento, mas outros também de originalidade em termos de família, trouxeram sempre esse pensamento para o seu percurso académico, para a sua investigação, para os seus desafios e também, acima de tudo, para esta interpelação perante vários pactos que são pactos que vão evoluindo ao longo do tempo na sociedade portuguesa. E eu refiro-me aos pactos de silêncio. E era importante aqui sermos muito cuidadosos, porque estes silêncios não foram os mesmos. A sua densidade e a sua especificidade não foi a mesma. Os anos 70 e os anos 80 não são os anos de hoje. Hoje há uma maior visibilidade, uma maior projecção e até um maior espaço de interacção com a esfera pública. Vemos efectivamente várias comemorações. Eu estive recentemente, a semana passada até, na Fundação Calouste Gulbenkian, onde foi organizada pela professora Ana Mafalda Leite e pelo professor Lucílio Manjate, uma iniciativa que foi dedicada aos 50 anos da literatura moçambicana. Isto significa que o espaço público de interacção, de pensamento e de produção do saber histórico entre Portugal e as suas ex-colónias e os legados coloniais tem sido maior e tem sido mais mediatizado e projectado também para fora das academias. E também é preciso não esquecer que nesta janela temporal, que é um caminho também temporal, temos aqui outros sujeitos sociológicos que eu chamaria de sujeitos afro-descendentes diaspórica que são pessoas que ou nasceram em África e vieram de lá muito pequeninos ou então já nasceram aqui, foram formados e educados no espaço português europeu, mas continuam pela partilha e pela relação que têm com os seus familiares, assumem-se como uma espécie de cumpridores e de curadores de uma determinada memória e de um compromisso de memória. E também eles têm feito um trabalho muito importante. Eu chamaria até de vibrante. Neste momento estamos a viver uma altura muito vibrante em termos desta interpelação e destes contributos, vários dos afro-descendentes, interpelando a historicidade portuguesa, interpelando os seus silêncios, interpelando acima de tudo, esta ideia de que a história da democracia portuguesa, tal como a história das independências africanas, tem de ser muito maior, tem que ser muito mais representativa e eles têm um papel a desempenhar na redefinição, na reinterpretação dessas várias histórias. E as manifestações artísticas têm sido infinitamente ricas e infinitamente partilhadas no espaço público. Eu vou citar aqui um exemplo actual, mas é um exemplo que já vem sido construído de uma forma lenta, mas de uma forma robusta e sólida. Começamos lá atrás com o Joaquim Arenas, escritor cabo-verdiano. Depois tivemos, obviamente, o grande "boom" da literatura dos retornados. Tivemos a Isabela Figueiredo e a Dulce Maria Cardoso. Mas, curiosamente, temos aqui um momento excepcional, com várias vozes, nomeadamente a Djamila Pereira de Almeida, a Luísa Semedo, a Gisela Casimiro e hoje temos uma figura que ninguém consegue escapar a ela, que é o Dino D'Santiago, que está a ser uma voz muito representativa dessas outras histórias silenciadas, desses outros pactos de silêncio, quer familiar, quer público, e que estão a vir à superfície da luz e que têm convidado diferentes experiências humanas, sociais e culturais, identitários e geracionais para pensar o estado da arte da maturidade portuguesa e também o estado da arte da maturidade dos países africanos, hoje independentes. Dino D'Santiago, como afro-descendente, tem feito do seu percurso musical também um aqueduto, uma ferramenta de inspiração e de outro tipo de pensamento. Criou uma ópera que é o "Adilson", em que vai efectivamente colocar o dedo em pontos cruciais e que ainda magoam esta ideia de cidadania portuguesa. Portanto, o "Adilson" é a história baseada numa pessoa real que, mesmo tendo crescido e vivido décadas em Portugal, continua sem lhe ser reconhecida a cidadania portuguesa. Mas também agora publicou um livro, "Cicatrizes", que tem percorrido e está a viajar pelo país e está inclusivamente a ser falado, discutido, debatido em pontos importantes e em pontos descentralizados do país. Isto é um caminho lento, mas está a ser um caminho, a meu ver, robusto, sólido e, acima de tudo, um caminho que se espelha nesta ideia de que é preciso que haja uma cidadania representativa, uma cidadania clarividente das muitas histórias dentro das histórias oficiais que estes muitos países ex-colonizados e colonizadores nos quiseram de alguma forma "vender" e de alguma forma manipular as nossas mentes. Acho que este é um momento extraordinário, embora citando Samora Machel, "a luta continua" e vai ter de continuar, porque há muitas questões, muitos assuntos e nós viemos agora com este debate sobre a lei da nacionalidade. Isto vai espicaçar, isto vai magoar, isto vai desafiar muitas sensibilidades, umas que vão no sentido da fraternidade e da hospitalidade e da solidariedade. Mas estamos num contexto que se vai defender essas outras sensibilidades que querem o fechamento, o controlo, a vigilância e, acima de tudo, o discurso da desconfiança, da suspeita e da instabilidade desse outro no tecido social português. RFI: Antes de abordarmos a questão política, queria ainda voltar um pouco atrás. Estava a falar da expressividade das vozes de afro-descendentes na sociedade portuguesa em termos culturais e nomeadamente, na literatura e na música. Qual é essa expressividade numa cultura, digamos assim, mais popular, como, por exemplo, o cinema, as ficções que nós vemos na televisão? Como é que é representado o afro-descendente ou simplesmente a África lusófona? Sheila Khan: Penso que ainda estamos muito aquém daquilo que se poderia falar, de uma representatividade. Nós temos uma representatividade, se me permite, a expressão, muito anoréctica. A RDP África e RDP África efectivamente fazem um trabalho excepcional, assim como a RFI. Em Portugal, os meios de comunicação ainda continuam muito esquecidos ou distraídos desta riqueza sociológica, cultural, identitária e, acima de tudo, geracional. Porque estamos a esquecer que muitos destes contributos que estão a emergir dos afro-descendentes e de gente jovem, embora uma juventude muitas vezes nela já madura, de 30, 40 ou 50 anos, mas a verdade é que os que aparecem é que são nivelados para um estatuto mais visível. São pessoas que já têm uma projecção muitas vezes internacional. Eu falo, por exemplo, dos Calema. Falo, por exemplo, Dino D'Santiago. Falo, por exemplo, da Selma Uamusse. Mas também há muitos outros aqui à volta que têm feito trabalhos muito importantes, mas que não conseguem entrar neste "mainstream". Mas também esse "mainstream" comunicacional ou dos meios de comunicação, também é verdade, não os convida a estar presentes em debates, em espaços de reflexão pública, no espaço da cidadania comunicativa. Portanto, continuamos ainda muito ancorados a meios de comunicação, cujo carácter e personalidade é muito virado para a relação das diásporas africanas e populações africanas. E volto a repetir a RTP África e RDP África. Mas os outros meios de comunicação ainda não têm a representatividade que nos pudesse animar e estimular. Porque, como diz bem o ditado popular "uma andorinha não faz a primavera". Como dizia recentemente numa entrevista o rapper General D, "não é por termos uma pessoa afro-descendente nos partidos políticos principais da sociedade portuguesa que devemos aplaudir e celebrar a representatividade". A representatividade requer uma metodologia da igualdade, de algum equilíbrio na presença daqueles que são convidados a estar para um determinado compromisso, para uma determinada função e papel e, portanto, nos meios de comunicação, neste momento, esse compromisso é ainda muito frágil, muito volátil e, acima de tudo, eu diria profundamente e lamentavelmente desequilibrado. RFI: O que é que diz o momento político que se vive em Portugal sobre o estado da reflexão da sociedade portuguesa relativamente à sua relação com África, com os afro-descendentes e com a sua história comum? Estou a pensar, designadamente naquilo que estava a referir, a lei da nacionalidade, mas também o grau de participação dos afro-descendentes, por exemplo, em termos de candidatos para eleições, etc. Sheila Khan: Este momento político, e ainda bem que faz essa pergunta, porque vivo e habito nesse momento político, como tantos outros de nós, é um momento político que demonstra alguma secura e alguma falta de imaginação sociológica e histórica perante um legado extenso, infinito, de várias narrativas e de várias histórias e, acima de tudo, dos contributos destas antigas colónias e dos contributos das suas populações para a maturidade, para o crescimento de Portugal. E, portanto, eu acho que este contexto político hoje é um contexto que eu não chamaria de "distraído", acho que é muito pouco. Eu chamaria de muito pouco formado eticamente, moral e historicamente mal formado perante estas populações. E esta lei da nacionalidade, que depois põe toda a gente no mesmo saco, demonstra exactamente essa falta de imaginação, de sensibilidade e acima de tudo, de reconhecimento destas populações, porque estamos também armadilhados ou caímos na armadilha de não perceber os muitos "outros" que vêm de diferentes contextos, contextos que nos aproximam, que nos tornam fraternais e contextos que nos distanciam e, portanto, pomos todos no mesmo saco. Nivelamos todas estas pessoas na mesma categoria de "estrangeiro" e "estranho", um "outro" que vem provocar turbulências, instabilidade e insegurança e perdemos um pouco o compromisso perante também aquilo que as instituições nos vêm devolver. É que, estatisticamente, estes "outros" que estão a ser aqui rotulados como agentes potenciais de instabilidade e insegurança têm contribuído para o tecido da Segurança Social. E a pergunta é: como é que um país que se fez a partir de outros países e da relação com outros países -e não foram apenas os países africanos- não consegue hoje compreender e reconhecer esta ideia de que verdadeiramente somos maiores e nobremente maiores, incluindo em nós outras vozes, outras narrativas e reconhecendo-as como nossas. E, portanto, este tipo de contexto político denota, acima de tudo, uma imaturidade. Uma infantilidade histórica. E, finalmente, uma certa arrogância, quase que muito pouco sólida. Porque às vezes há pessoas arrogantes que têm argumentos. Mas esta é uma arrogância pouco fundamentada, pouco estruturada em dados concretos. E depois temos efectivamente, por detrás dos políticos, também temos cidadãos cuja formação e percepção do mundo também não vêm de todo contribuir para esta ideia de uma cidadania maior, muito mais nobre e rica. Bem pelo contrário. É que esquecemo-nos que por detrás dos políticos e por detrás dos governantes, há cidadãos que se formaram, que estudaram, que pertencem a famílias, a grupos e comunidades. E eles trazem também para o espaço da política todas essas percepções, estereótipos, preconceitos que, de alguma forma e infelizmente, porque o contexto também europeu, é o contexto global, assim o favorece. E retomando um pouco a segunda pergunta que me fez, é inevitável a necessidade de uma acção e de um pensamento vibrante, activo, cívico e atento das comunidades afro-descendentes. RFI: Vamos agora fazer um pouco o caminho inverso. Nós falamos do contexto português. Como é que é na África lusófona? Em termos de narrativa, o que é que predomina? Há também essa vitalidade para contar outros lados da história que até agora não tinham sido explorados, pelo menos em Portugal? Sheila Khan: Essa é uma pergunta que se nos liga tanto uns e outros, porque assim como as comunidades diaspóricas e os afro-descendentes e outras populações estão a combater e a refutar e a incomodar a História, também em África o mesmo acontece, nomeadamente na África lusófona, porque nós vemos que, e é preciso não esquecer que o factor demográfico tem aqui uma influência profundíssima e importante, que é os jovens estão a reivindicar a responsabilidade dos seus governantes, porque é preciso não ignorar o seguinte: havia no tempo das independências, a promessa de uma melhoria de vida, de igualdade, de estabilidade, de fraternidade. O que nós vemos nos nossos países lusófonos é que isso não aconteceu e, portanto, tal como estes outros que são os nossos na diáspora, os africanos no continente africano também estão eles a incomodar uma determinada história que foi feita, que é a história de uma determinada hegemonia africana, em que os governantes mantêm-se quase que numa perpetuidade no poder. Basta olhar para Moçambique, para Angola, a Frelimo e o MPLA e, portanto, toda esta cidadania que tem por detrás esta vitalidade de uma demografia jovem está também a incomodar as histórias e as narrativas oficiais destas nações independentes. Basta olhar também para a instabilidade política e não só política que estamos a testemunhar na Guiné-Bissau e com a aproximação das eleições, acho que estamos todos muito preocupados com tudo o que está a acontecer e o que aconteceu recentemente com o ex-presidente da Liga dos Direitos Humanos, que foi espancado, que foi brutalmente violentado. Mas podemos também olhar para outra situação de São Tomé e Príncipe, Cabo Verde. E aqui é importante distinguir isto. Cabo Verde aparece sempre nos rankings internacionais, no que toca a direitos humanos, uma boa governação, é sempre o país da lusofonia que aparece bem melhor. Mas não quero distanciar-me e não quero esquecer a sua pergunta e dizer que, tal como nós, aqui no espaço português e europeu, estamos a querer incomodar a história que traz consigo silêncios, esquecimentos, também os nossos países independentes estão a ser incomodados por esta cidadania activa pró-activa, porque eles também se esqueceram de incluir na história pós-independência muitas outras histórias que foram necessárias, que contribuíram para as independências. Acima de tudo, esqueceram-se dos grandes projectos de igualdade social, igualdade económica e o que nós vemos hoje nos nossos países é o contrário, o oposto de tudo isto que foi prometido e, portanto, de alguma forma, embora com esta distância enormíssima em termos de quilómetros, há uma fraternidade e há uma solidariedade e há uma empatia e uma consciência de ambos os lados. Há a urgência e a premência de incomodar a história e incomodar a hegemonia de uma história que se quer fazer autoritária, que se quer fazer ignorante da diversidade, da riqueza e dos contributos maiores que vêm de uma cidadania representativa e representada no espaço da esfera pública e política destes vários países e diferentes continentes. RFI: Neste ano em que se comemoram os 50 anos das independências de vários países da África lusófona, sente que todas as reflexões que tem havido ao longo destes meses e que ainda vão acontecer até ao final do ano servem para fazer avançar o debate? Sente que há algum contributo maior que emergiu ao longo destes últimos meses? Sheila Khan: Eu penso que as pessoas estão sedentas de debate. As pessoas querem sair dos seus espaços domésticos e estão sedentas de debate. E isso vê-se não só ao nível das redes sociais, mas também se vê ao nível dos múltiplos eventos e actividades que foram feitos. A pergunta é: quantidade e qualidade? Aqui eu vou dizer que sim. Porquê? Porque a qualidade é diversa. Já não estamos fechados num discurso académico. Nestes vários eventos que eu tenho acompanhado, uns à distância e outros presencialmente, o que nós vemos é uma miríade muito rica de gentes de diferentes formações e diferentes enquadramentos. Escritores, investigadores, jornalistas, activistas, pessoas que trabalham para organizações não-governamentais e todos eles acham, e pelo menos é isto que eu tenho sentido e escutado, uma vontade de se ouvirem, de partilhar. Porque as pessoas começam a perceber que sozinhas não vão chegar a lado nenhum e que a solidão não traz contributos a ninguém e que é verdadeiramente importante, à luz daquilo que eu disse, esta ideia de incomodar a história, que é preciso conversar, debater e acima de tudo, trazer para o espaço, para a mesa do diálogo, a presença, muitas vezes ausente de muitas experiências, de muitas narrativas, emoções e memórias que são cruciais para se compreender porque é que as nossas sociedades não evoluem e percebemos isso quando estamos a debater os caminhos da literatura moçambicana. Nós temos ali como convidados não só escritores, mas temos antropólogos, sociólogos, politólogos, pessoas de vários enquadramentos da arte. E, portanto, isso tem um significado muito importante. A diversidade tem de estar presente para a construção de uma maturidade histórica política dos nossos países. E para terminar, dizer que há uma consciência clara, muito bem articulada, que as histórias dos nossos países não são totalmente cumpridas. Se não forem, e se não estiverem entrelaçadas, não há como compreender Portugal sem a sua experiência e todo o seu caminho imperial e colonial. Mas também não há como compreender e enquadrar um conhecimento mais cuidadoso e rigoroso das nossas ex-colónias, se não as relacionarmos com Portugal, porque, efectivamente há uma relação umbilical, histórica, geracional, que se transmite e que circula nos vários meridianos, que é a palavra "legado". Nós estamos constantemente a debater os "legados coloniais", as "heranças coloniais", porque nós ainda não fizemos o luto. E o luto requer conhecimento e requer o entendimento que nós somos múltiplos. Há uma pluralidade e não uma monocultura histórica que nos querem "vender". Nós estamos a incomodar a história refutando essa ideia.
Entrevista com o Professor Dr. Diogo Teixeira sobre a psicologia do exercício.Diogo dos Santos Teixeira é professor na Universidade Lusófona, em Lisboa, Portugal. Tem graduação em Educação Física, bem como Mestrado e Doutorado na área. Possui mais de 100 artigos publicados e se dedica a investigar uma área de interesse comum: a psicologia do exercício.Nesse papo falamos sobre a promoção de atividade física e exercícios, motivação e afeto no exercício, bem como investigações no exercício aeróbico e de força para melhor promover respostas afetivas. O Professor Diogo nos contou sobre a realização de magnífico experimento testando treinos guiados pelo afeto e seu impacto na aderência de praticantes em academias, além das futuras investigações na psicologia do exercício.
No primeiro de quatro episódios dedicados à identidade religiosa, o historiador Paulo Mendes Pinto e Hugo van der Ding mergulham nas origens e evolução do sagrado, do Neolítico às festas populares, revelando como a fé não só move montanhas, mas também molda sociedades.O que originou o sentimento religioso? Paulo Mendes Pinto, especialista em História das Religiões, explica como a morte e a alimentação terão sido o motor da crença religiosa e acrescenta que «a religião que temos hoje deve muito ao Neolítico».A dupla analisa ainda como, ao longo dos séculos, as diferentes religiões foram incorporando personagens, crenças e rituais umas das outras, o que ajuda a explicar as semelhanças surpreendentes entre o judaísmo, o cristianismo e o islão.Nesta viagem pela espiritualidade, identidade e memória, há também espaço para falar da religiosidade popular. Que ligação têm as festas de aldeia à ancestralidade simbólica? O que é que a música pimba revela sobre a perda da identidade regional e religiosa? E por que é que o fenómeno de Fátima, na sua génese, pode ser entendido como um «culto de guerra»?Se ficou curioso, não perca este episódio do [IN]Pertinente.LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEIS:- «Cosmovisões Religiosas e Espirituais: guia didático de tradições presentes em Portugal» (Alto Comissariado para as Migrações, 2016);- Mendes Pinto, Paulo «A 'Des-simbolização' da Sociedade em tempo de Trevas e do Sol Invicto» (Revista Visão, 2021);- Documentário: «Rituais de Inverno com Máscaras». Realização Catarina Alves Costa e Catarina Mourão, 2001; - Mendes Pinto, Paulo «A Origem dos Rituais Iniciáticos como Reformulação Existencial da Visão do Homem» (Revista Relicário, 2022); - Mendes Pinto, Paulo «Da Natureza e das Funções do Símbolo» (Revista Relicário, 2021) BIOSPaulo Mendes Pinto é historiador e especialista em História das Religiões, com foco na mitologia antiga e no diálogo entre tradições religiosas. Docente da Universidade Lusófona desde 1998, coordena a área de Ciência das Religiões e é atualmente Diretor-Geral Académico do Ensino Lusófona – Brasil. Foi Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões e fundador da European Academy for Religions. Comentador na CNN Portugal, colabora com o Público e a Visão e é autor de dezenas de livros e artigos científicos. Membro de várias academias internacionais, foi distinguido com a Medalha de Ouro de Mérito Académico (2013) e com a Medalha Estadista Getúlio Vargas (2023). Hugo van der Ding - Locutor, criativo e desenhador acidental. Uma espécie de cartunista de sucesso instantâneo a quem bastou uma caneta Bic, uma boa ideia e uma folha em branco. Criador de personagens digitais de sucesso como a «Criada Malcriada» e «Cavaca a Presidenta», autor de um dos podcasts mais ouvidos em Portugal, «Vamos Todos Morrer», também escreve para teatro e, atualmente, apresenta o programa «Duas Pessoas a Fazer Televisão», na RTP, com Martim Sousa Tavares.
A quatro dias da votação da moção de confiança ao Governo do primeiro-ministro francês, François Bayrou continua a reunir os partidos e declara-se disponível para fazer concessões, nomeadamente quanto à supressão de dois dias de feriado. Em entrevista à RFI, Victor Ramon Fernandes, professor de Relações Internacionais na Universidade Lusíada, em Lisboa, e em Sciences Po Aix-en-Provence, afirma que o país “está num estado ingovernável” e que o cenário mais provável será a queda do executivo. François Bayrou continua a reunir os partidos e diz-se disponível a fazer concessões, nomeadamente quanto à supressão de dois dias de feriado. Esta abertura de François Bayrou ao diálogo ainda chega a tempo? É capaz de ser um pouco tardio por duas razões. A primeira é que, do ponto de vista estratégico, o que François Bayrou fez foi pedir, logo de início, a confiança - no sentido da aprovação da moção de confiança, que será submetida a 8 de Setembro -, ficando para depois um espaço de negociação sobre uma série de questões. Porém, a maioria dos partidos, bem ou mal, considerou isso inaceitável e prefere derrubar o Governo. A segunda razão tem que ver com um certo oportunismo, digamos assim, no sentido de vários partidos considerarem que, eventualmente, poderão melhorar a sua posição no Parlamento e, quem sabe, até apresentar um candidato a primeiro-ministro. Refiro-me, por exemplo, ao caso da União Nacional, com Jordan Bardella, mas talvez também a outros partidos. E depois há ainda a França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon - a meu ver, os profissionais da desorganização, especialistas em lançar o caos. Tendo em conta que defende um plano de austeridade superior a 44 mil milhões de euros, não deveria o primeiro-ministro ter promovido negociações mais cedo? Ou estará François Bayrou a preparar o terreno para o próximo chefe de Governo francês? Pode estar. Todavia, as negociações que ele poderia ter feito seriam sempre muito complicadas. O nível de dívida, a situação económica da França, é de facto muito complicada, acima de 100% do PIB. Os mercados estão a penalizar imenso o país com o aumento dos juros e a redução de notação da qualidade de crédito por parte das agências. A situação é complicada do ponto de vista económico e do ponto de vista político. Por outro lado, existe um certo sentimento da parte dos franceses, de que pagam demasiados impostos e que são sempre os mesmos a fazer os esforços. Alguns partidos também pensam dessa forma. É que, de facto, são aqueles mais afortunados, digamos assim, que deveriam fazer um esforço maior, o que, na realidade, nunca acontece. Porque a base, digamos assim, não é suficiente para resolver estes problemas. Tem sempre que se ir, digamos, tributar mais a classe média, a menos que haja reduções de despesa pública, que é, no meu entender, aquilo que a França deveria fazer. Mas isso é muito difícil. Na verdade, são os mais afortunados, por assim dizer, que deveriam suportar o maior esforço - o que, na prática, quase nunca acontece, acabando-se sempre por aumentar a carga fiscal sobre a classe média. A meu ver, a França deveria reduzir a despesa pública, mas trata-se de uma medida muito difícil de implementar. O antigo Presidente da República, Nicolas Sarkozy, veio defender que a dissolução do Governo é a opção mais sensata. A França está ingovernável? Já há bastante tempo que a França está ingovernável. A França tem um regime semipresidencialista, com os poderes muito concentrados no Presidente da República, mas, neste momento - nem da parte do Parlamento nem do Governo se consegue obter maiorias e consensos. A situação torna-se insustentável porque há uma radicalização das forças políticas - França Insubmissa, União Nacional e até mesmo no partido Republicanos, com o PS ainda muito colado à França Insubmissa. Se não houver a demissão do primeiro-ministro, o cenário servirá, porventura, para se ganhar mais tempo, mas é um adiar de uma dissolução. Por outro lado, também se houver uma dissolução, não há, no meu entender, garantias nenhumas de que possa haver uma maioria estável. E, nesse sentido, podemos, de facto, argumentar com algum suporte que a França está um pouco num estado ingovernável. Face a uma nova crise política, o chefe de Estado, Emmanuel Macron, vira-se para o Partido Socialista. Esta decisão pode impedir a queda do Governo? Eu tenho dúvidas, porque o Partido Socialista, maioritariamente, está muito próximo da França Insubmissa e penso que aí há um erro político da parte de Emmanuel Macron, com essa postura de apoio ao Partido Socialista. O Partido Socialista, de facto, não quer manter a situação e já houve manifestação de disponibilidade de Olivier Faure - secretário-geral do Partido Socialista - para assumir o cargo de primeiro-ministro, mas, ainda assim, também não haveria uma maioria absoluta. Não havendo essa maioria absoluta, a situação torna-se complicada. A escolha da esquerda é uma aposta arriscada, numa altura em que a Nova Frente Popular [coligação que reúne os partidos mais à esquerda] também está, de alguma forma, muito dividida. A situação em França está extremamente complexa. Quem sai fragilizado desta situação, o Presidente Emmanuel Macron ou o primeiro- ministro François Bayrou? Emmanuel Macron fica fragilizado a partir do momento em que opta pela dissolução do Parlamento, precipitando o país para a instabilidade política a nível de governação. Quanto a François Bayrou, o primeiro-ministro francês está naquela posição de fazer aquilo que sente que deve fazer. Ele forçou -se assim podemos dizer - a sua entrada como primeiro-ministro e agora faz esta aposta arriscada que pode até passar. Ainda não tivemos a votação, mas, se passar, é no limite e se houver um milagre. Há muitos [franceses] que consideram que, na realidade, o culpado de tudo isto é Emmanuel Macron (...) Mas enfim, com uma situação muito instável, como nós sabemos, há várias forças, quer à esquerda quer também à direita, que gostariam de ver Emmanuel Macron demitir-se, o que não deverá acontecer, certamente
Para Alexandra Cruchinho, diretora do curso de Design e Produção de Moda da Universidade Lusófona, Giorgio Armani foi um visionário que trabalhou até ao fim, sempre à frente do seu tempo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Após uma jornada agitada em Kananaskis, no Canadá, o Presidente dos Estados Unidos abandonou a reunião do G7. Para o académico Vítor Rámon Fernandes, o apoio dos norte-americanos a Israel é inequívoco e a Rússia poderia sim assumir um papel de mediação caso isso fosse aceite pelos países ocidentais. No quinto dia de conflito entre Israel e o Irão, Donald Trump voltou a agitar as águas abandonando na noite de segunda-feira a reunião do G7 em Kananaskis, no Canadá, e voltando a Washington. Nas suas redes sociais, o Presidente norte-americano pediu a evacuação de Teerão, lançando a inquietação sobre a escalada de violência no Médio Oriente. Para o Vítor Rámon Fernandes, professor auxiliar da Universidade Lusíada e na Sciences Po de Aix en Provence, o apoio dos norte-americanos a Israel é inequívoco. "Há aqui uma incerteza muito grande quanto aos comentários dele. Enfim, já nos habituámos mesmo desde o primeiro mandato e isso não é uma surpresa. A posição dos Estados Unidos é inequivocamente de apoio a Israel e, portanto, aquilo que nós temos neste momento é um presidente Trump que, por um lado, continua a apoiar Israel, mas por outro lado, também não quer, penso eu, ou está a tentar evitar, inflamar o conflito. Até porque já houve avisos também do lado da China, a dizer que os Estados Unidos não podem de facto inflamar este conflito", declarou o académico. Entre outros comentários, o Presidente norte-americano negou ter partido para preparar uma cessar-fogo, mas algo "muito maior" e disse que o Presidente Emmanuel Macron, que tinha passado essa informação à imprensa, "não sabia de nada". Estes comentários marcam para Vítor Rámon Fernandes a dificuldade de posicionamento da Europa. "A Europa tem dificuldade em ter influência neste conflito. Nós termos do lado ocidental, pelo menos a vontade do primeiro ministro de Israel que basicamente acaba por fazer aquilo que quer. É um primeiro ministro que toma decisões em função daquilo que considera serem os interesses fundamentais de Israel, independentemente de tudo o resto. E já vimos isso em várias situações, inclusive no que toca a Gaza. E temos os Estados Unidos, por razões óbvias, que é um parceiro fundamental de Israel e um actor fundamental no Médio Oriente. E, portanto, a Europa, no fundo, ali no meio, está um bocadinho numa situação que pretende influenciar, faz umas declarações, mas na realidade não tem uma verdadeira capacidade de ter impacto no conflito", explicou. Actualmente já há forças norte-americanas que estão a reforçar a Europa e também a região do Médio Oriente, de alguma forma a preparar o alargamento deste conflito, tendo havido também a confirmaçaõ por parte de Israel da vontade eliminar o líder supremo iraniano Ali Khamenei. Perante estas declarações de guerra, Vítor Rámon Fernandes não coloca de lado a forma como a Rússia pode vir a mediar este conflito, algo rejeitado, por exemplo, pelas autoridades francesas. "A Rússia tem uma situação curiosa, porque a Rússia tem um bom entendimento e, aliás, comércio com Israel. Historicamente, tem um relacionamento também de bom relacionamento com o Irão. Aliás, como acontece com os outros países árabes da região, estou a falar da Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos. E, portanto, de facto, a Rússia, sob esse ponto de vista, podia ser visto como aquilo que se considera na gíria um eventualmente um honest broker, no sentido de que, diferentemente dos Estados Unidos, não tem uma posição à partida. Agora, é verdade que, neste momento, a Rússia não tem a credibilidade aos olhos do mundo ocidental, tendo em consideração aquilo que é a situação na Ucrânia", concluiu.
A saúde psicológica e o bem-estar motivam uma nova coleção da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Se é algo que toca a todos, os seus impactos são sentidos de forma diferente em função do género, da idade ou dos contextos pessoais e profissionais.Os estudos mais recentes estimam que metade dos portugueses já sentiu pelo menos um sintoma de burnout, síndrome baseado em stress laboral crónico. O sinal prevalente é a exaustão, seguido da irritabilidade e da tristeza. A tristeza e a solidão fazem parte da experiência humana, mas podem tornar-se patológicas se não forem sujeitas a estratégias que respondam a esses estados emocionais.O que podemos fazer, como indivíduos ou comunidades, para travar estes fenómenos, antes que deixem marcas sérias em nós? O que está na mão das empresas e das políticas públicas? Que boas práticas podem ser seguidas?O tema é debatido por Tânia Gaspar, da Universidade Lusófona, autora do livro «Burnout: Uma pandemia» e Gina Tomé, da Faculdade de Motricidade Humana, que assina «Tristeza e Solidão», ambos publicados na nova coleção da Fundação Francisco Manuel dos Santos.O Da Capa à Contracapa é uma parceria da Fundação com a Renascença.
A reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola está a ser contestada pela sociedade civil e pela UNITA, que fala numa escolha “eivada de ilegalidades”. Já o partido no poder, MPLA, afirma que esta escolha resulta “da lei”. António Ventura, jurista e director da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Angola, reconhece que há motivos para considerar a reeleição do Presidente da CNE ilegal. Há motivos para considerar ilegal a reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola?Sim, há motivos, em função do contexto em que são preparados os processos eleitorais em Angola. Quem está no poder, há todo este tempo, controla todos os instrumentos do poder e, consequentemente, a Comissão Eleitoral e as comissões provinciais. E, tendo a maioria no Parlamento, usa e abusa dessa maioria para introduzir leis cuja constitucionalidade é questionável e, muitas vezes, até para exercer maior controlo sobre a Comissão Nacional Eleitoral. Infelizmente, temos uma comissão eleitoral cujo modelo resulta de acordos políticos firmados em 1992. A representação é maioritariamente partidária. É certo que tivemos uma ligeira alteração, porque o número de votos e de assentos aumentou para a oposição, concretamente para a UNITA. No entanto, o MPLA entende que esta alteração substancial não pode ter impacto sobre o número de comissários indicados pelo partido e, por isso, introduziu um mecanismo de indicação de comissários, repartindo – com base em cálculos que só a maioria consegue explicar – a possibilidade de a UNITA indicar mais comissários, atribuindo essa mesma prerrogativa aos outros partidos da oposição.Refere-se ao processo de concurso para a eleição do Presidente da CNE de Angola?Não, refiro-me ainda à composição da Comissão Eleitoral. Todavia, realizou-se um concurso para o provimento do cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral, liderado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, no qual foram anunciados os requisitos para o efeito. Propositadamente – esse é o nosso entendimento – foram introduzidos requisitos que já se sabia que iriam favorecer o actual Presidente da CNE.Um concurso feito para beneficiar o Presidente da CNE?Sim. Um dos requisitos, por exemplo, era o de que o candidato, para ser eleito, teria de ter experiência em processos eleitorais durante um longo período.O que é o caso do juiz Manuel Pereira da Silva?Exactamente. Ora, no nosso contexto legal, se o juiz ou a Comissão Nacional Eleitoral deve ser liderada por um juiz, não se pode exigir do juiz experiência em gestão de processos eleitorais. Quando o legislador optou por propor um juiz para liderar a Comissão Nacional Eleitoral, fê-lo porque entendeu que essa pessoa deveria possuir alguma independência, imparcialidade e uma actuação que não fosse permanentemente questionada no contexto das disputas políticas.A UNITA, o principal partido da oposição em Angola, apresentou uma providência cautelar para tentar travar a tomada de posse do presidente da CNE, que, entretanto, foi indeferida pelo Tribunal Constitucional. Essa providência não tem fundamento jurídico?A providência tem fundamento jurídico. O que sucede é que o Tribunal Constitucional, com todo o respeito pelos juízes que o integram, dificilmente decide a favor dos partidos da oposição. E, nesse quesito, a jurisprudência tem sido clara: o Tribunal Constitucional não “andou” bem.O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais e Jurídicos do Parlamento, António Paulo, do MPLA, afirmou que a escolha do presidente da Comissão Nacional Eleitoral e a tomada de posse pela Assembleia Nacional resultam da lei. O que é que isto quer dizer?Resulta da lei, até aí não há dúvida. Mas trata-se de uma interpretação casuística e oportunista por parte dos deputados do MPLA. Porque se temos um processo que, desde o início, foi viciado para favorecer o actual presidente da CNE, então, mesmo que seja legal, não é legítimo. Este processo está viciado desde o princípio. Na altura, a sociedade civil já tinha questionado os requisitos que haviam sido propositadamente colocados para beneficiar o actual presidente da CNE. A contestação não é recente; remonta ao concurso de 2019 e às últimas eleições gerais. A primeira eleição também já tinha sido questionada, inclusive com processos em tribunal.O juiz Manuel Pereira da Silva, que preside à Comissão Nacional Eleitoral desde 19 de Fevereiro de 2020, viu a sua idoneidade ser contestada. Considera que ele não reúne condições éticas nem legais para exercer o cargo?Do ponto de vista da experiência eleitoral, acredito que, ao longo dos anos em que participou nas comissões provinciais e na Comissão Nacional, tenha adquirido – provavelmente – experiência técnica em processos eleitorais. No que toca à integridade, independência e imparcialidade, essas são, evidentemente, questionáveis. Nas últimas eleições, realizadas em 2022, o então presidente da CNE tomou decisões e emitiu directivas – muitas das quais contrárias à lei – sobretudo no que respeita à observação eleitoral, com o objectivo de impedir os cidadãos de exercer controlo sobre o processo eleitoral, de forma a garantir que este fosse justo e transparente.Essa realidade reforça a ideia de que a CNE não é independente e que actua como uma extensão dos interesses do partido no poder?Estamos agora a assistir a uma tentativa de alteração da Lei Orgânica das Eleições Gerais, introduzindo pontos que já resultaram de decisões do presidente da Comissão Nacional Eleitoral. Por exemplo, pretende-se, mais uma vez, aumentar a distância entre a contagem e a publicação das actas nos locais de eleição.As actas que, até agora, permitiam à sociedade civil acompanhar o processo eleitoral…Exactamente. O controlo genérico por parte da sociedade civil, ao nível dos locais de votação. E é precisamente esse controlo que se pretende eliminar da lei, impedindo os cidadãos de permanecerem nos locais para verificar e publicar as actas. A intenção é obrigá-los a esperar em casa, em frente à televisão, pela divulgação dos resultados.A UNITA apela à manifestação. Acredita que essas manifestações irão ocorrer?Com certeza, é provável que ocorram. No entanto, o Governo controla de forma autoritária todas as forças de segurança – polícia, forças armadas, serviços de inteligência – e, obviamente, irá utilizar todos os meios ao seu dispor para controlar, perseguir e, em última instância, reprimir essas manifestações, com o apoio dos meios de comunicação social que o servirão. É necessário afirmar com clareza que vivemos sob um regime autoritário, pois o partido no poder capturou todas as estruturas do Estado, e não é possível falar em eleições livres, justas, pacíficas, transparentes e, naturalmente, numa Comissão Nacional Eleitoral que se queira independente e imparcial.
Joana FERRARIA – Joined in 2013 Joana Ferraria, a Portuguese national, is a Director at Amaris Consulting, where she has been for nearly 11 years, having joined in 2013. She holds a degree in Computer Engineering from Universidade Lusófona and began her career as a Technical Consultant in IT, breaking barriers in a traditionally male-dominated... L'article Scaling-Up & Intrapreneurship – Episode 04 – Joana FERRARIA – Amaris Consulting & Audencia est apparu en premier sur La 1ère chaine académique de podcasts sur l'entrepreneuriat.
Neste magazine falamos de saúde mental, um tema ainda envolto em muita incompreensão, estigmatização e falta de recursos. A Guiné-Bissau conta apenas com um centro público de saúde mental e duas clínicas privadas. Qual é a realidade diária de uma pessoa com doença mental? A estigmatização ainda é sinónimo de rejeição? Qual é o peso das crenças religiosas e tradicionais? Existem estratégias políticas para maior inclusão e tratamento? A Guiné-Bissau conta apenas com um centro público de saúde mental, o Centro Osvaldo Vieira, integrado na Faculdade de Medicina. Trata-se de um centro ambulatório, que não tem serviço de internamento. Para além desse local, existem duas clínicas privadas, nos arredores de Bissau.Sendo clínicas privadas, coloca-se inevitávelmente a questão dos recursos financeiros que podem deixar de lado grande parte da população, gerando ainda outro nível de desigualdade, desta vez no acesso ao tratamento. "Se o guineense já luta diáriamente para poder garantir o pão na mesa, como é que podemos imaginar que o guineense seria capaz de investir num membro da estrutura familiar que tenha problemas de saúde mental", questiona Pedro Cabral.Presidente da Federação das Pessoas com Deficiência na Guiné-Bissau, é com ele que abordamos estas questões. As estratégias políticas para tratamento da saúde mental são "inexistentes" no país, até porque "o próprio Estado considera que as doenças mentais e deficiências físicas são transmissíveis", aponta o também sociólogo.Fora da esfera política, é no núcleo famíliar que a exclusão agrava o percurso de vida do paciente. "Certas famílias consideram que uma pessoa com deficiência terá menos utilidade do que uma pessoa sem deficiência. A família é a origem de tudo, a origem de tudo. E os níveis de rejeição brutais que se vive na Guiné-Bissau enquanto deficiente mental ou físico têm génese na estrutura familiar. O estereótipo começa dentro da própria família", analisa Pedro Cabral. Existe também influência das práticas religiosas e culturais na percepção dos guineenses relativamente à doença mental e física. Testemunhando com a sua própria experiência, Pedro Cabral nota que se diz dos cegos "que, caso não morram cedo, são feiticeiros ou têm bruxaria".A pessoa com deficiência tem dupla limitação: limitação natural decorrente da deficiência e limitação decorrente rejeição da sociedade.Ficam no entanto algumas notas positivas: o progresso tecnológico facilita a vida das pessoas em causa e, é verdade, nota-se maior tolerância e compreensão do fenómeno graças ao trabalho dos actores da sensibilização (associações, ONG, etc). Por exemplo, Pedro Cabral com quem falámos, portador de deficiência visual, tirou um curso na Universidade Lusófona de Bissau e mestrado na Faculdade de Direito; responde às mensagens do telemóvel graças a uma aplicação e é hoje um exemplo encorajador para muitos jovens na mesma situação. Falta agora a implementação de políticas a nível do Estado para que o progresso dos direitos das pessoas com deficiência seja efectivo. Ouça a entrevista por completo:
In this episode Ed Taks with Dr. Mathew Back of Harper Adams University in the United Kingdom, Dr. Luís Bonifácio and Dr. Maria de Lurdes Inácio of Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) in Portugal and Dr. Manuel Galvão de Melo e Mota of Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias in Portugal. They discuss the worldwide impacts of pine with disease (PWD) and the issues that have arisen in Portugal due to this complex system. Additional Resources https://bsppjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ppa.13875 How to cite the podcast: Zaworski, E. (Host) Back, M.A., Bonifcaio, L., Inacio, M.L. and Mota, M. (Interviewees). S3:E47 (Podcast). Nematode Nightmare: The Worldwide Impact of Pine Wilt Disease Part 2. 2/5/25. In I See Dead Plants. Crop Protection Network.
In this episode Ed Taks with Dr. Mathew Back of Harper Adams University in the United Kingdom, Dr. Luís Bonifácio and Dr. Maria de Lurdes Inácio of Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) in Portugal and Dr. Manuel Galvão de Melo e Mota of Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias in Portugal. They discuss the worldwide impacts of pine with disease (PWD) and the issues that have arisen in Portugal due to this complex system. Additional Resources https://bsppjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ppa.13875 How to cite the podcast: Zaworski, E. (Host) Back, M.A., Bonifcaio, L., Inacio, M.L. and Mota, M. (Interviewees). S3:E46 (Podcast). Nematode Nightmare: The Worldwide Impact of Pine Wilt Disease Part 1. 1/29/25. In I See Dead Plants. Crop Protection Network.
Depois da trégua em Gaza, Israel lançou uma operação na Cisjordânia. Pelo menos oito pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas num ataque israelita ao campo de refugiados de Jenin. Kamel Abu Rab, governador de Jenin, fala em "invasão" do campo de refugiados. Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que se tratou de uma operação antiterrorista contra o "eixo iraniano". Vítor Ramon Fernandes, professor auxiliar na Universidade Lusíada de Lisboa e professor adjunto da Sciences Po Aix en Provence, afirma que devido à fragilidade do cessar-fogo, Israel está a manter pressão para tirar partido das negociações que vão ser extremamente difíceis. O que procura o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com esta operação na Cisjordânia?Toda a questão palestiniana é uma questão que continua a ser importante para Israel. Ou seja, no sentido de manter a pressão e também tirar partido da posição de força, em que Israel se considera, para as negociações que vão ser extremamente difíceis. Estamos na presença de um cessar-fogo em Gaza, que não é na Cisjordânia, extremamente frágil. Vamos ver como é que termina toda esta situação.Benjamin Netanyahu pode estar também a tentar salvaguardar a coligação, que o mantém no poder, após a saída dos três ministros da extrema-direita?Esse aspecto é muito importante. Está ligado a toda esta questão, não só da Cisjordânia, mas mesmo da Faixa de Gaza. Muito do que vai acontecer, relativamente à primeira fase do acordo de cessar-fogo, vai depender da política interna de Israel.O primeiro-ministro israelita tem de facto aqui umas fragilidades internas. Por um lado, há uma ameaça por parte da coligação dos elementos mais extremistas, já tivemos aqui a demissão de três ministros, que ainda não põem em causa a manutenção do Governo, mas a prazo pode acontecer. Por outro lado, isto é uma forma do primeiro-ministro, no fundo, demonstrar que está a pôr uma pressão na questão de Gaza e da Palestina, mostrando-se de alguma forma fiel aos elementos da coligação e às suas preocupações.Em Telavive, quatro pessoas ficaram feridas num ataque com uma arma branca nesta terça-feira, 21 de Janeiro. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar preocupado e pediu a Israel para exercer a máxima contenção, usando a força letal apenas quando for absolutamente inevitável para proteger vidas. Estes episódios, na Cisjordânia e em Telavive, podem pôr em causa o cessar-fogo?Claramente. O cessar-fogo já está muito frágil, não só pelas questões ligadas a Gaza, mas todos estes elementos - que acabou de referir- são elementos adicionais. A primeira fase do acordo de cessar-fogo tem uma parte muito importante que tem a ver com a retirada das tropas de Israel de Gaza. Este vai ser um elemento fundamental. Porque, de facto, neste momento, temos um Hamas enfraquecido, mas que não está acabado. O Hamas vai aprovisionar-se e a retirada de tropas israelitas pode, de alguma, forma facilitar isto, em particular na parte sul de Gaza.Relativamente à retirada das tropas israelitas de Gaza, porque não acredito na retirada do corredor de Filadélfia [exigências dos palestinianos] isso colocaria em causa e fragilizaria os objectivos estratégicos de Israel. Israel nunca vai abandonar estes objectivos e de certeza que vai ter a mesma postura no que se refere a Gaza. Porém, estes factores podem, com toda a probabilidade, pôr em causa o cessar-fogo e o acordo está na primeira fase. Ainda não chegamos à segunda.Todos os acontecimentos que se passem no interior de Israel, no fundo, são elementos que são mais próximos ao povo israelita e, portanto, que dão a justificação ao Governo de Israel e ao primeiro-ministro para que se tomem determinadas acções. A questão da política interna e das acções que ocorrem em Israel é também determinante para o que venha a acontecer no futuro, relativamente a este acordo.Até mesmo na libertação de reféns. O Hamas vai libertar quatro reféns israelitas, no próximo sábado, na segunda troca de prisioneiros com Israel, ao abrigo do acordo de tréguas. Há aqui uma questão que eu gostaria de abordar. Nas imagens divulgadas vimos os reféns israelitas, mas não vimos o estado de saúde em que estão os prisioneiros que estavam nas mãos de Israel…Foi uma opção de imagens dos media israelitas. Tivemos uma aposta nas imagens dos reféns israelitas, porque o que está relacionado com os ataques de 7 de Outubro é a tomada de reféns, para além dos mortos, naturalmente. A libertação de prisioneiros palestinianos, que são numa proporção muito maior, leva menos atenção. São pessoas que estão lá, alguns deles há anos. De alguma forma, é pena porque seria também interessante ver o estado em que estão os prisioneiros palestinianos. Certamente não estão em muito bom estado, não deve ser muito agradável passar cinco, dez às vezes 15 anos numa prisão israelita, sendo tido como terroristas. E não esqueçamos que muitos desses prisioneiros não são só supostamente combatentes. Muitos deles são mulheres e às vezes crianças ou jovens.Após 15 meses de guerra contra Israel em Gaza, o Hamas está longe de ser erradicado. Benjamin Netanyahu tinha prometido destruir o Hamas. Netanyahu falhou?O Hamas não foi destruído, mas está enfraquecido, naturalmente. Uma das questões fundamentais que se coloca aqui - que está relacionada também com as questões que referi - é a retirada das tropas israelitas da Faixa de Gaza, em particular, da parte sul e do corredor de Filadélfia. O Hamas vai ter que se aprovisionar e, portanto, este aspecto é fundamental. Porquê? Porque o Hamas - neste momento - não quer dar parte fraca. Eles até apareceram com uniformes novos e muito bem equipados [na troca dos reféns israelitas]Até em termos bélicos, o Hamas apareceu reforçado…Exactamente. Portanto, querem mostrar que estão aqui, que não acabaram e que querem ser tidos em consideração nas negociações. Agora vamos ver como é que as coisas acontecem. O Hamas é mais do que um grupo militar. É uma ideia, um movimento que tem o apoio, como nós sabemos, da Irmandade Muçulmana. Está aqui uma tensão e um conflito que perdurará certamente.No entanto, é preciso ter em consideração que há uma questão fundamental que é a Cisjordânia e que não se pode pensar em paz na região, sem haver um tratamento adequado - para além de Gaza. A questão da Cisjordânia tem de ser acautelada, tem que ser tida em consideração. Aquilo que têm sido os colonatos israelitas e a situação em que está Cisjordânia. Tudo isto tem de se enquadrar para pôr termo a isto, se é que é possível. É urgente uma discussão séria sobre as questões relacionadas com a autonomia palestiniana.A solução de dois Estados?Não sei se passa pela criação de dois Estados. Eu não sou crente na situação dos dois Estados. A maior parte da comunidade internacional pensa que essa é a solução, nomeadamente a União Europeia. Eu tenho grandes dificuldades em ver a possibilidade da existência de uma solução de dois Estados, porque Israel, enfim, não tem muita vontade nisto. Não é só este Governo.Não sou um crente nessa solução, mas tem que haver alguma solução séria e que seja aceite por ambas as partes. Agora, a autonomia é uma parte que não pode ser deixada de lado em qualquer acordo de paz e em qualquer cessar-fogo, para que seja durável ou tenha a possibilidade de ser durável.
Após décadas de conflito mais ou menos activo, desde 7 de Outubro de 2023, data em que o Hamas levou a cabo uma série de ataques em Israel onde morreram 1.200 pessoas, que o Médio Oriente está em ebulição, com o conflito a alargar-se em 2024 para o Líbano, assim como o Irão e ainda a Síria. Vitor Ramon Fernandes, Professor Auxiliar na Universidade Lusíada de Lisboa e professor adjunto da Sciences Po Aix en Provence, fala-nos deste momento de reconfiguração do Médio Oriente."2024 é um ano de reorganização e de mudança com contornos ainda pouco conhecidos daquilo que vai ser o panorama, digamos assim, genérico, do Médio Oriente, que já não estava estável, que tinha um conjunto de problemas importantes por resolver e alguns deles, porventura até insolúveis, mas que claramente agora toma uma nova dinâmica com a problemática síria, que ainda tem muita incerteza associada. Portanto, claramente é um ano de viragem e de instabilidade", disse o académico.A generalização do conflito na região começou no início do ano, quando em Abril Israel atacou a embaixada do Irão em Damasco, matando diplomatas iranianos. Seguiram-se ataques de drones e falhanços sucessivos por parte de Israel para recuperar reféns, com cerca de 100 pessoas ainda estarem detidas pelo Hamas.Em Setembro, num dos volte-faces mais espetaculares do conflito e já depois de fogo trocado com o Hezbollah no Líbano, Israel fez explodir uma rede de pagers que seriam como sistema de comunicação aos membros do Hezbollah, mostrando que apesar do falhanço para prevenir o ataque de 7 de Outubro de 2023, os serviços de inteligência israelitas continuam a tentar enfraquecer os seus inimigos.Israel tem também apostado em decapitar estes movimentos, tendo matado em Julho o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irão e alguns meses mais tarde, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. No entanto, estas mortes não são o fim destes movimentos.Em Outubro, o Irão lançou um ataque de 200 drones contra Israel de forma a responder à morte do líder do Hezbollah e a uma possível ofensiva terrestre no Líbano. Um momento tenso, em que se chegou a temer uma guerra aberta entre Israel e Irão. Ainda por resolver, está a situação do nuclear iraniano, um ponto de tensão segundo Vitor Ramon Fernandes.O capítulo mais recente desta transformação do Médio Oriente é o fim do regime de Bachar Al-Assad na Síria, uma consequência indirecta do conflito entre Israel e a Faixa de Gaza. No início do mês de Dezembro, uma ofensiva relâmpago de vários grupos de rebeldes sírios conseguiu acabar em poucos dias com este regime que já durava há mais de cinco décadas. Os sírios vivem agora entre a esperança do fim da ditadura e a apreensão entre os extratos mais moderados da sociedade sobre o futuro do país."Tenho uma posição bastante negativa e preocupada sobre a questão da Síria e com aquilo que está a acontecer com a queda do regime de Bashar al-Assad. Nós temos aqui, digamos, alguns vencedores mais evidentes. Eu diria que Israel, a Turquia e, de alguma forma, os Estados Unidos também na linha de frente. A situação veio trazer aqui um enfraquecimento, ou perdedores, que são claramente a Rússia, o Irão e o Hezbollah. Na Síria temos no momento uma situação muito complexa e confusa, porque nós temos basicamente três grandes grupos que são uma coligação que se opôs ao regime de Bashar Al Assad, o Hayat Tahrir al-Sham, que é um grupo basicamente sunita radical, que teve ligações ou que ainda tem Al-Qaida e cujo propósito de alguma forma, é da criação de um Estado Islâmico. Eu sei que o líder da coligação argumenta que se tornou um homem mais moderado, dialogante. Estamos para ver. Temos um segundo grande grupo que são as forças democráticas sírias. Estas forças basicamente são milícias curdas apoiados pelos Estados Unidos, enfim, que querem basicamente militar para a criação do Estado curdo. E temos um terceiro grupo que é e que tem alguma ligação ao PKK, que é um grupo considerado terrorista na Turquia. E temos ainda o Exército Nacional Sírio, que é considerado por muitos sírios como um grupo de bandidosmuito corruptos. Agora dentro destes grupos vão começar a aparecer as divergências dada a sua grande heterogeneidade", indicou o especialista no Médio Oriente.O ano de 2024 foi repleto de cimeiras e encontros para tentar alcançar o cessar fogo no Médio Oriente, no entanto, nenhuma iniciativa internacional conseguiu travar o avanço de Israel contra a Faixa de Gaza, nem amenizar a resolução do Hamas de continuar a insurgir-se contra a ofensa israelita. Países como o Qatar, mas também os estados Unidos, tentaram agir como mediadores, com as Nações Unidas, nomeadamente o secretário-geral da ONU, a tentar pôr cobro às mortes de inocentes de parte a parte. Fica agora a dúvida sobre como o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, vai influenciar este conflito.Após mais de um ano de conflito, estima-se que já tenham morrido mais de 45 mil palestinianos devido aos ataques de Israel, entre eles, maioritariamente mulheres e crianças. Em Novembro, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandato de prisão contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o antigo ministro da Defesa – entretanto demitido - Yoav Gallant. Também o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, é visado pelo Tribunal Penal Internacional.Cerca de 645 mil crianças palestinianas perderam o ano lectivo e 86% da população da Faixa de Gaza é agora deslocada, tendo já sido obrigada a mudar várias vezes de local de abrigo. Uma situação "devastadora e dramática", segundo Vitor Ramon Fernandes.
Lúcio Correia, professor de direito do desporto na Universidade Lusíada de Lisboa, explica que a atual lei não faz justiça à gravidade dos crimes cometidos. A suspensão do clube pode ser uma hipótese.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Episódio 8 da temporada especial do Appleton Podcast - FARRA - numa parceria com o MACE, Centro de Arte Oliva e Córtex Frontal. Susana Stoyanova, licenciada em Pintura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com Pós- Graduação em Mercado da Arte e Colecionismo pela NOVA FCSH (Lisboa), e cedo se iniciou no meio artístico como Assistente de Produção e Comunicação, progressivamente caminhando no sentido da Gestão de Coleções de Arte privadas. A sua trajetória profissional dos últimos 14 anos é marcada por uma acção diversificada no cenário da arte contemporânea, onde tem desempenhado papéis importantes na organização e logística de obras de arte no âmbito das Coleções de Arte privadas, assim como na concepção e execução de projetos expositivos e editoriais, nomeadamente na edição e produção de catálogos e livros de artista. Recentemente abriu o seu leque de experiências profissionais, a projetos onde colabora como Produtora de exposições, bem como a outros de cariz curatorial, nomeadamente com a curadoria da exposição “Por um Rio.Por um Fio” com obras da Coleção João Luís Traca. Lourenço Egreja é o curador do Carpe Diem – Arte e Pesquisa (Lisboa, Portugal), plataforma de pesquisa, experimentação e estudos no âmbito da arte contemporânea, desde Janeiro de2009. Lourenço Egreja tem vindo a desenvolverem projectos curatoriais a nível nacional e internacional tais como o projeto Arte Jovem, desde 2016, O programa Cultural da Abreu Advogados, desde 2019, o FARRA em Elvas, e o Tour dos Múltiplos Limited Editions do Carpe Diem, desde 2010. Recentemente foi convidado a dirigir a Feira JUSTLX 2018 no Museu da Carris, a Seção Portuguesa na JUSTMADX em 2019, e a segunda edição da JUSTLX em Lisboano mesmo ano. A experiência no painel de seleção dos projetos artísticos originou convites para integrar o júri de seleção dos candidatos ao programa INOV-ART (Ministério da Cultura), o Gabinete Fulbright em Lisboa, GAU (Galeria de Arte Urbana), Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Bienal de Cerveira, entre outros. Lourenço Egreja é Mestre em estudos Museológicos e História de Arte pela CUNY, EUA, licenciado em História pela Universidade Lusíada de Lisboa e foi bolseiro do programa Erasmus através do qual estudou, durante um ano, no programa de História da Universidade de Barcelona. Links: https://fundacaomillenniumbcp.pt/ https://institutodehistoriadaarte.com/research/seed-projects/estudo-da-coleccao-do-millenium-bcp-de-pintura-portuguesa-dos-seculos-xix-xx/ https://www.lacs.pt/pt/entrevista-com-lourenco-egreja-carpe-diem/ https://sigarra.up.pt/fbaup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=29302 https://www.dgartes.gov.pt/en/node/5495 https://galeriasmunicipais.pt/wp-content/uploads/2022/01/GM_SaraAndre_FS_PT_web.pdf https://www.linkedin.com/in/susana-stoyanova-22a76035?originalSubdomain=pt https://farra.pt/portfolio-item/colecao-joao-luis-traca-2/ https://farra.pt/portfolio-item/colecao-millenium-bcp/ Episódio gravado a17.07.2024 Créditos introdução efinal:David Maranha - GuitarraManuel Mota - Guitarra http://www.appleton.pt Mecenas Appleton:HCI / Colecção Maria eArmando Cabral / A2P / MyStory Hotels Apoio:Câmara Municipal de Lisboa Financiamento:República Portuguesa - DGArtes
Patrícia Sousa nasceu em Espinho em 1975 e foi no ambiente familiar que se iniciou nos trabalhos manuais, explorando a arte do tricot, do croché e dos bordados. Embora tenha se formado em Ciências Económicas pela Universidade Lusíada e trabalhado como gestora em várias empresas privadas a sua paixão pelas técnicas manuais nunca a abandonou. Após a crise económica de 2008, enfrentou dificuldades ao tentar adaptar-se às mudança de estratégia da empresa onde trabalhava e decidiu seguir uma nova direção. Sem um plano definido, comprou um prédio com o irmão, transformando-o no Hotel Rosa et al Townhouse no Porto, onde aplicou as suas habilidades em patchwork e croché na decoração, criando peças de vestuário e decoração 100% manuais e únicas . Além de dar workshops, inaugurou uma loja multimarca- a Earlymade, em 2016, que posteriormente expandiu para Lisboa, em 2022. Embora a transição de economista para empresária em nome próprio tenha sido desafiadora, Patrícia encontrou a sua realização pessoal na expressão artística.
O biólogo Gonçalo Calado é há muito uma voz crítica ao modo como os políticos desvalorizam as recomendações científicas para os limites de pesca, com grande destaque para a captura da sardinha. Esteve envolvido no afundamento de quatro navios no Algarve, que atraem muitos mergulhadores. Quem também afunda alguns navios na Península Ibérica (neste caso, veleiros) são as orcas, outro tema da nossa conversa. Gonçalo Calado é professor de Ecologia e Biologia Marinha na Universidade Lusófona, em Lisboa, e também investigador no MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente. Doutorou-se em Biologia na Universidade de Santiago de Compostela em 2001. Foi assessor do secretário de Estado do Ambiente, entre 2009 e 2011, tendo sido responsável pelas questões marinhas, das pescas, da agricultura e da conservação. Foi também gestor da Iniciativa Gulbenkian Oceanos, que visava a protecção, conservação e boa gestão dos oceanos e dos ecossistemas marinhos. Foi Vice-Reitor de Investigação e Internacionalização da Universidade Lusófona e, somando a isso tudo, é instrutor de mergulho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As eleições para o Parlamento Europeu decorrem na próxima semana, do 6 ao 9 de Junho, num contexto geopolítico sem precedentes: A guerra nas fronteiras da União Europeia, um aliado americano instável, tensões no Médio Oriente que ameaçam a economia mundial. O especialista em questões de segurança ligado Universidade Lusíada em Lisboa, José Manuel Anes, espera que "estas eleições não ponham em perigo a unidade europeia para que a UE possa continuar a apoiar a Ucrânia". RFI: Todos os cinco anos, os eleitores europeus são chamados às urnas para escolher os membros do Parlamento Europeu. A votação tem um impacto directo na política da União Europeia durante a próxima legislatura. As eleições europeias determinam o lugar da Europa e da União Europeia no mundo. O que é que estas eleições podem vir a mudar na questão de defesa e de segurança da União Europeia?José Manuel Anes: Tenho receio que estas eleições possam vir a mudar a situação europeia num sentido negativo. Porque há toda uma direita radical e populista que anda para aí com avanços. Não é? Nem toda ela é perigosa porque, por exemplo, no caso da Itália, a Giorgia Meloni, primeira-ministra é completamente diferente do senhor Salvini. O Salvini é próximo de Putin, da Rússia de Putin e de Giorgia Meloni, tem uma aproximação à Europa, à NATO e também à Ucrânia. Portanto, há dois universos que curiosamente estão aliados. Não sei porquê, são de facto diferentes. Portanto, eu tenho receio é que essa direita radical e populista, por exemplo, lamento dizer, mas a senhora Marine Le Pen, na verdade ela tem uma posição agora, é dúbia, mas aqui há poucos tempos não era nada dúbia, era claramente uma aliada de Putin. Ora bem, e isto é que eu lamento, porque a Europa não pode correr riscos. Saúdo vivamente Macron porque tem tido alguma força para aguentar estas investidas de uma direita radical e populista.A subida da extrema-direita de que fala ou o risco do crescimento destes partidos de extrema-direita na União Europeia pode comprometer as relações geopolíticas tal como as conhecemos hoje?De facto, pode ir. Pode haver uma fractura dentro da Europa e seria a coisa pior que podia haver. Já temos realmente sinais de fractura. Veja se o caso da Hungria. O Viktor Orban é um homem que toda a simpatia vai para os russos e vai para o Putin e põe em causa essa unidade, essa convergência que é desejável na Europa. Portanto, há sinais completamente perigosos e preocupantes. Portanto, eu creio que, e faço votos para que estas eleições não ponham em risco essa unidade europeia que tem sido muito importante para apoiarmos a Ucrânia, porque a Ucrânia não pode perder a guerra se a Ucrânia perder a guerra, é a Europa que perde. E, de facto, nós estamos em risco porque a Rússia de Putin não vai parar por ali de modo algum.A defesa e a segurança são matérias internas dos Estados, mas a Cooperação estruturada permanente é uma questão em análise no seio da União Europeia. No momento em que a Europa vive uma guerra há mais de dois anos, faz sentido a União Europeia criar uma estrutura de defesa comum, um Exército europeu, como defendeu Emmanuel Macron, o Presidente francês? Eu sou partidário dessa ideia. É evidente que isso custa dinheiro. Diziam aqui há uns anos, quando se começou a levantar essa ideia de que para nós termos dinheiro para esta questão social e o Estado social europeu, depois temos que desviar para a defesa. Mas eu acho que pode haver soluções intermédias e naturalmente, contamos sempre para além de uma capacidade própria da Europa a nível de defesa e segurança, podemos comparar também com os Estados Unidos da América e esperemos que Joe Biden ganhe as próximas eleições. Serão será uma desgraça, uma desgraça para os Estados Unidos e para a Europa e para o mundo.Precisamente sobre as eleições presidenciais norte americanas, marcadas para o final deste ano, em Novembro, existe um perigo de uma eventual reeleição de Donald Trump provocar o fim da unidade europeia e haver mudanças reais nas relações transatlânticas?Esse é um perigo enorme. Eu, como já sou uma pessoa de idade, realmente tenho muito medo do futuro. Sinceramente, a reeleição ou a eleição de Donald Trump eu não fui agora eleito, mas há o risco e esse risco real será muito mau, muito negativo. De facto, a Europa vai sofrer com isso claramente. E o mundo.Mas que consequências poderiam decorrer desta reeleição de Donald Trump, na questão de defesa e de segurança da União Europeia?Já ele tem aquele slogan de América First, primeiro a América e o resto não interessa. Essa é a primeira questão que tem consequências a nível da economia, da política, da diplomacia e também na segurança e defesa. É possível que Joe Biden, apesar de idoso que ainda possa vencer, mas será mesmo à tangente e tem que haver de parte dos democratas norte-americanos um esforço enorme, porque agora a esquerda do Partido Democrata está, digamos, de alguma maneira cindida do resto do partido. Porque por causa da questão de Israel. Agora, a verdade é que nós temos que passar por cima disso. É evidente que Israel não pode fazer o que quer e que lhe apetece, mas também tem o direito a defender-se. Foi essa política que Joe Biden lançou e acho muito bem, agora tem que ter cuidado com a população de Gaza, sem dúvida nenhuma.Nesta questão do conflito na Faixa de Gaza, a União Europeia pode ter uma posição demarcada para que se concretize a solução de dois Estados Israel e Palestina?Sim, a solução de dois Estados, eu creio que é para mim, no meu entendimento e de muita outra gente, é a única solução que pode assegurar paz para aquela zona. Porque, digamos, Israel sozinho no meio daqueles países todos, vai ter uma vida de inferno ao longo dos anos e, portanto, temos de assegurar essa situação dos dois Estados e com garantias de segurança para ambos os Estados. Temos que investir todos os nossos esforços diplomáticos, políticos, de toda a natureza para que essa solução se prevaleça. Isso é muito importante mesmo.Voltando a falar do conflito à porta da Europa, da invasão russa na Ucrânia, até onde é que pode ir o apoio militar da União Europeia à Ucrânia, à integração da Ucrânia na União Europeia pode implicar mudanças internas na UE, a seu ver?É evidente que nós temos que ajudar a Ucrânia tanto quanto nos for possível porque ajudar a Ucrânia é ajudarmos a nós próprios. A Rússia, como disse, não vai parar por ali no seu sonho imperialista e expansionista está claro. Eu lembro me perfeitamente que eu era um jovem radical e em 1968, à invasão da Checoslováquia, os tanques soviéticos, então em Praga. E eu nessa altura vi logo qual era o filme que se ia seguir e está à vista hoje. É dos últimos casos da Ucrânia, mas com outras, digamos, situações altamente preocupantes. Portanto, a Europa tem de se defender e para se defender tem que ajudar a Ucrânia. Isso é que não há a mais pequena dúvida.A grande linha importante na defesa da União Europeia hoje é defender se da Rússia. E é isso que está a dizer?Com certeza. É realmente impressionante. Depois de uma acalmia que há uns 20 anos atrás, em que a Rússia parecia ser um cordeirinho, ele está de facto aí a assumir o papel da pele do lobo e não vai parar por aí a Transnístria ali ao pé da Moldova. E também a questão do fim da Geórgia, que é um assunto que não está e por vários países. De facto, a Rússia é um perigo internacional. Temos de ter essa noção e portanto, ajudar a Ucrânia e defendermos contra a Rússia.Esse é um dos pontos importantes nestas eleições europeias?Claramente, claramente e volto a dizer, eu saúdo o Presidente Macron, que tem sido muito claro nesta postura. Não há meio-termo ou nos defendemos da Rússia e, portanto, apoiamos a Ucrânia, ou então o nosso futuro está muito em risco, mas muito em risco.
A pedido de algumas famílias analisámos, pela primeira vez, a obra de um analfabeto funcional: Bruno Nunes, deputado do CHEGA, entregador de pénis de barro e organizador de jogos de futebol em topless."Diário de uma Stripper" é um livro que tem a mesma origem que alguns dos maiores clássicos da literatura. Começou por ser um trabalho de uma cadeira no curso de direito da Universidade Moderna.Sim, "Crime e Castigo" foi escrito no âmbito de um trabalho optativo da cadeira de Direito Penal I no curso de direito da Universidade Lusófona de São Petersburgo. Teve 10. Tal como Bruno Nunes, Dostoiévski era um advogado e produtor televisivo medíocre. Sigam-nos e comentem este episódio em: instagram: https://www.instagram.com/livrosdapica/ twitter: https://twitter.com/livrosdapica Genérico da autoria de Saint Mike: https://www.instagram.com/prod.saintmike/
Sem uma maioria folgada e com a linha vermelha traçada ao Chega, Luís Montenegro terá de procurar o conforto parlamentar necessário para governar caso venha a ser nomeado primeiro-ministro. O líder da Aliança Democrática (AD) terá de garantir, pelo menos, a abstenção do PS e do Chega para assegurar a viabilização das propostas sociais-democratas. Os Orçamentos do Estado e eventuais moções de censura serão a maior dor de cabeça para o governo liderado pelo PSD, que deverá incluir o CDS e, segundo apurou o PÚBLICO, a Iniciativa Liberal. Mas participar num Governo de perspectiva instável vale o risco para os liberais? Episódio gravado ao vivo no auditório da Universidade Lusófona, no âmbito da Semana da Comunicação, Artes e Tecnologia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Licenciou-se em Sociologia, pela Universidade Lusófona de Lisboa em 2004.Iniciou a sua carreira de modelo em 1995 e desde então tem sido imagem de várias campanhas publicitárias e de moda. Em 2004 inicia a sua carreira de actriz e em 2006 estreou-se no mundo da apresentação no icónico TOP+. Em 2009, veio a vez do grande ecrã em Second Life.Fez várias formações de representação e em 2013 decide apostar em formação nos EUA, em Los Angeles.Em 2016, lançou um livro "Em Forma Todo o Ano".N'A Caravana Liliana Santos.
No quarto episódio do Eurotopia, fazemos um percurso pelos desafios ligados à ascensão do populismo e de governos eurocépticos. A radicalização da política, a crescente representatividade de partidos populistas no Parlamento Europeu, os problemas com a extrema-direita, as migrações e os possíveis entraves ao avanço do projecto europeu são alguns dos tópicos em destaque. Com Cátia Moreira de Carvalho, consultora e especialista em contraterrorismo na OSCE, e Jorge Botelho Moniz, Director da Licenciatura em Estudos Europeus e Relações Internacionais da Universidade Lusófona, e moderação de Joana Gama Gomes e Beatriz Capão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Prof. Dr. Fausto Viana é bacharel em artes cênicas com habilitação em cenografia (1992) pelo Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo- CAC ECA USP. Tem mestrado em Artes (2000) e em Têxtil e Moda (2015) pela Universidade de São Paulo. Seu primeiro doutoramento foi em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (2004) e o segundo em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia (2010). Fez seu primeiro pós-doutoramento em conservação de têxteis no Museu Nacional do Traje em Lisboa, Portugal e o segundo em moda, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professor livre docente da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Artes e Museologia, atuando principalmente nos seguintes temas: teatro, figurino, caracterização, cenografia, conservação e restauro de trajes. É associado da Cooperativa Paulista de Teatro; da Oistat, Organização Internacional dos cenógrafos, técnicos e arquitetos de teatro; da ABEPEM, Associação Brasileira de Estudos e Pesquisa em Moda e da Association of Dress Historians, do Reino Unido. @viana.fausto O livro "O Figurino Teatral e as renovações do século XX - Um Estudo de Sete Encenadores" resgata o trabalho de criação de trajes cênicos de sete encenadores do século XX que de alguma maneira contribuíram para a renovação dos padrões de interpretação teatral. Adolphe Appia (suíço que ainda muito jovem decide mudar as formas de encenação contemporâneas), Edward Gordon Craig (inglês que decidiu renovar a cena teatral moderna no final do século XIX), Konstantin Stanislavski (criou um sistema de representação para atores que é utilizado na maior parte das escolas de teatro do mundo), Max Reinhardt (de origem austríaca, fez empreendimentos de qualidade em espaços não convencionais para o teatro), Antonin Artaud (francês que propôs novas formas de interpretação), Bertolt Brecht (teórico e encenador alemão) e Ariane Mnouchkine, diretora francesa que ainda dirige o Thêátre du Soleil.
Estão dizendo por aí que o minimalismo é um perigo. Será? Dê o play para ouvir sobre as origens, as características, as polêmicas e o futuro do minimalismo na arquitetura. Assine o podcast para ter acesso a conteúdos exclusivos: https://apoia.se/arquiteturaobjetiva Imagem da capa: Apartamento em Copenhagen | John Pawson | 2019-2022 | Fotógrafo Marcus Clausen | http://www.johnpawson.com/works/copenhagen-apartment REFERÊNCIAS: https://www.tate.org.uk/art/art-terms/m/minimalism https://www.youtube.com/watch?v=XEi0Ib-nNGo ALMEIDA, Décio Otoni de. Estratégias minimalistas na arquitetura dos anos 1980 e 1990. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. QUARESMA, Carina Caldeira Gomes. Dois olhares sobre uma arquitectura de “ausência”: John Pawson e Aires Mateus. Dissertação (Mestrado em Arquitetuctura) – Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada, Lisboa, 2020.
Nesta entrevista em que tive o prazer de entrevistar a Bárbara estivemos à conversa sobre a arte de navegar na vida e como aproveitar não só os seus desafios como também celebrar as nossas conquistas. Durante esta entrevista generosamente partilhou princípios que nos permitem lidar com desafios constantes e criar uma maior adaptação a novas situações. Explicou como o coaching pode ser útil em áreas como nutrição, liderança e alta performance. Também abordamos a importância de cuidar da parte mental e emocional dos atletas, bem como da parte física e técnica. Falamos sobre como o stress e a pressão podem afetar o desempenho dos atletas e como lidar com os pensamentos negativos. Destacamos a importância de identificar e controlar pensamentos nocivos e a meditação como uma ferramenta útil nesse processo. Abordamos a questão de não-resistência aos resultados e como lidar com emoções negativas. A importância de realizar as escolhas com calma e encontrar ferramentas para lidar com desafios constantes e tomar as melhores decisões. Bárbara Ruano Guimarães nasceu em Leiria, em 1977. Licenciada em Arquitectura pela Universidade Lusíada de Lisboa. Formação Superior em Arquitetura.Coach certificada pela EEAPPT (European Association of Peak Performance Trainers) e pela LifeTraining. Praticante de Programação Neuro Linguística Código Clássico e Novo Código certificada pela ITA (International Training Academy). Certificada em Brain-Based Coaching Conversation Skills e Brain Based Results Coaching certificada pelo NLI (NeuroLeadership Institute). Coach no Desporto para treinadores e atletas.A frequentar o curso “Teacher of Presence” com Eckhart Tolle Anfitriã do Podcast Fora de Série: https://www.youtube.com/watch?v=OC_r-z40hhs&list=PLAeWt8RnAgPiZRJ3Z976LuI35Fiq-n-8i Autora do livro “O Poder de Saber” em 2017 e “Saber (re)Agir” em 2021 - https://www.wook.pt/autor/barbara-ruano-guimaraes/4331406
Na Bolívia o povo saiu às ruas para protestar contra os abusos sexuais nas escolas católicas. Os bolivianos tem uma relação contraditória com a igreja católica que é simultaneamente a igreja da teologia da libertação e um símbolo de opressão e colonização. O Presidente Luís Arce garante que a justiça fará o seu trabalho e pediu acesso a todos os ficheiros do Vaticano sobre abusos sexuais no seu país. Para nos falar deste drama que é comum a toda a América do Sul, temos connosco dois convidados neste episódio do podcast O Mundo a Seus Pés: Paulo Mendes Pinto, coordenador do Departamento de Ciências da Religião da Universidade Lusófona, e investigadora brasileira Mariana Malheiros que fez uma pesquisa na Bolívia sobre descolonização, despatriarcalização e feminismo indígena. Ouça o podcast O Mundo a Seus Pés com Manuela Goucha Soares. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Liberdade continua a passar por aqui. A liberdade da mulher sobre o seu corpo. A liberdade religiosa. A liberdade criativa. A liberdade conquistada pelos capitães do MFA. Neste programa do REC, participam os alunos Carolina Rocha e Cristiana Marques, da Universidade Autónoma de Lisboa; Cláudia Coelho, Rita Casqueiro e Margarida Santos, da Universidade Lusófona; […]
Mais um Papo Transatlântico. Mais um episódio em terras lusitanas. Desta feita, o podcast Papo no Auge! discute quadrinhos, transmídia e storytelling. Para elucidar tais pontos, convidamos o designer português Marco Fraga, doutorando em comunicação midiática pela Universidade Lusófona de Lisboa. Nosso convidado é autor da HQ Uluru: crônicas do tempo e do espaço, trabalho reconhecido em Portugal como o melhor roteiro nacional do Prêmio Bandas Desenhadas (quadrinhos) de 2022. A história de Uluru, trazida ao Brasil pela Editora Quadriculando, é um projeto ambicioso e muito bem estruturado. Mais do que isso: é uma boa narrativa, que nos leva à ficção científica pós-apocalíptica, cruzada com reflexões sobre genética, robótica e inteligência artificial. Para saber mais sobre Uluru: crônicas do tempo e do espaço, segue site do projeto. Para ser um patrocinador da HQ, segue link para a vaquinha virtual do projeto Uluru no Brasil. Ouça o Papo no Auge! desta semana. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/paponoauge/message
Quando comecei a Hamlet, há alguns anos, a comunicação de marketing B2B era um tema de que não se falava em Portugal. Para nós isto tinha uma vantagem, mas também inspirava receio. A vantagem era termos uma mensagem que era novidade. O receio era que o silêncio à volta fosse sintoma de falta de mercado. Felizmente o receio já não se justifica. O mercado foi acordando para as especificidades do marketing B2B, em Portugal como em todo o lado, e hoje este é um tema de que já se fala bastante. E, aos poucos, fui descobrindo que tínhamos concorrência, o que me agrada muito. Agrada tanto que a convidada deste episódio é a Ana Barros, CEO da Martech Digital e sócia da OUTMarketing Brasil – empresas também focadas na comunicação de marketing B2B – e, portanto, concorrente da Hamlet. Concorrente no melhor sentido: alguém que corre pelos mesmos objetivos, fazendo crescer o mesmo mercado. Ouça o episódio e descubra: Qual a primeira pergunta que é preciso fazer para dotar a sua empresa B2B de um marketing realmente diferenciador Como a tecnologia está a mudar a própria função marketing dentro das empresas O que significa “humanizar” a comunicação B2B O que é preciso para que a tecnologia ajude a tornar a comunicação das empresas B2B mais humana Como a tecnologia pode ajudar na integração entre as equipas de marketing e vendas Quais os erros de marketing mais frequentes das empresas de tecnologia Sobre a convidada: Perfil da Ana Barros no LinkedIn Site da Martech Digital Página do LinkedIn da Martech Digital Perfil no Instagram da Martech Digital Site da OUTMarketing Brasil Página do LinkedIn da OUTMarketing Brasil Perfil no Instagram da OUTMarketing Brasil Referências feitas ao longo do episódio: Universidade Lusófona ISLA Santarém Apresentação da campanha Think Different (Apple) Marketing business-to-business: o podcast – episódio 21 (com Pedro Caramez) Rory Sutherland Livros recomendados: Carlos Fino - Portugal-Brasil: raízes do estranhamento Rui Ribeiro e Paulo Veiga - Transformação digital: os desafios, o pensar e o fazer Pedro Caramez - Vencer com o LinkedIn Filme e série recomendados: WALL-E 3 Mulheres Para continuar a acompanhar-nos vá ao site da Hamlet e fique em dia com a comunicação de marketing B2B no nosso blog.
Como acalentar a arquitetura moderna nas geladas terras finlandesas? Dê o play para descobrir como Alvar Aalto criou obras que celebram a luz, a paisagem e a vida humana. REFERÊNCIAS LAMPREIA, Catarina Isabel Revez das Neves. Alvar Aalto e a essência humana da arquitectura. Dissertação (Mestrado em arquitetura) – Faculdade de Arquitectura de Artes da Universidade Lusíada de Lisboa, 2018. PELKONEN, Eeva-Liisa. Alvar Aalto around 1930 – Between Modernism and the Avant-Garde. In: A Cultural History of the Avant-Garde in the Nordic Countries 1925-1950. Leiden: Brill, 2019. https://www.alvaraalto.fi/en/information/alvar-aaltos-life/?gclid=CjwKCAiAioifBhAXEiwApzCztm4_iep25EMkSCgj5H8f7oFy5RmrejAKQ9NE96Tvw-j4pIuA14by1RoCZ_wQAvD_BwE
Hoje junta-se a nos um fantástico convidado para debatermos o tópico de hoje, é licenciado em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa, e doutorado em Filosofia de Pensamento Contemporâneo pela Universidade Lusófona,. Com uma tese em Filosofia da IA sobre a possibilidade de simulação artificial do pensamento humano, um tópico muito em linha com a nossa discussão de hoje. Presentemente é investigador no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa onde trabalha sobre filosofia da Física Quântica não linear e sobre Filosofia da IA. Tivemos o prazer de estar juntos no primeiro Simpósio Português sobre Filosofia e Inteligência Artificial que o nosso convidado coorganizou. Estou claro a falar do Paulo Castro, Paulo muito obrigado por teres aceite o nosso convite para estares connosco neste nosso humilde cantinho de debate e pensamento sobre IA. Ora o nosso tópico de hoje não será surpresa para ninguém dado o background do nosso convidado e até com base em algumas das ultimas discussões que temos tido em episódios anteriores. Vamos hoje dedicar o episodio de hoje a falar sobre Filosofia da Mente e Consciência. Existe imenso debate e até relativamente pouco consenso sobre a definição formal de consciência no que toca a IA, foram desenhados vários testes formais, muitos deles já provados ultrapassados e outros completamente inatingíveis. As máquinas ditas inteligentes de hoje estão cada vez mais proficientes em imitar os humanos e em enganar estes testes e não tanto em realmente ter esta dita consciência de uma forma mais completa. A verdade é que existem muitas perguntas que estão a ser estudadas na área da filosofia sobre se as maquinas conseguem ter uma mente própria, com a sua própria consciência muito ligada a definição de Strong IA do John Searle, enquanto que por outro lado as neurociências estão a definir a consciência de forma mais mecânica como algo emergente das ligações que conseguimos ter ao interligar diferentes componentes do cérebro humano como se um sistema complexo se tratasse, caso em que os engenheiros de IA teorizam que assim sendo então será possível de construir um sistema suficientemente complexo para atingir o mesmo fim e por isso chegar a essa dita consciência. Temos imensos ângulos para falar sem duvida e claro muito para explorar no episodio de hoje por isso fiquem desse lado que vai ser mais uma excelente conversa que não vão querer perder AI News: Will Robots Take My Job? https://WillRobotsTakeMyJob.com OpenAI Releases Point-E, A 3D DALL.E (analyticsindiamag.com) https://analyticsindiamag.com/openai-releases-point-e-a-3d-dall-e/ openai/point-e: Point cloud diffusion for 3D model synthesis (github.com) https://github.com/openai/point-e Email us at podcast@buildingthefuture.pt Guest: Paulo Castro: https://www.linkedin.com/in/paulo-castro-1488875a/ Hosts: Marco António Silva: https://www.linkedin.com/in/marconsilva/ José António Silva: https://www.linkedin.com/in/canoas/ Vitor Santos: https://www.linkedin.com/in/vitor-santos-ab87662/ Produção: Beatriz Herrera González - https://www.linkedin.com/in/beahgonzalez/
Liliana Reis, diretora do curso de Relações Internacionais da Universidade Lusófona, diz que a visita marca "compromisso de continuidade da ajuda dos EUA" enquanto se "antecipa uma ofensiva terrestre"See omnystudio.com/listener for privacy information.
O mundo tem os olhos postos nas presidenciais brasileiras. Jair Bolsonaro, seguindo a narrativa de Donald Trump, ameaça golpe de estado, uma séria ameaça à democracia. Lula da Silva é o projetado vencedor mas só no domingo saberemos os resultados que podem gerar uma segunda volta. Para debater estas eleições estiveram em estúdio Christiana Martins, jornalista do Expresso e autora do podcast Brasileiros, Que Tal?, Sabrina Medeiros, professora de relações internacionais da Universidade Lusófona, Juliana Miranda, jornalista e comentadora da SIC, Paulo Nora, economista e Samuel Pessoa investigador do Instituto Brasileiro de Economia, a partir do Brasil. O programa foi moderado por Ricardo Costa e exibido na SIC Notícias a 29 de Setembro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O aumento do custo de vida, a pobreza, a falta de oportunidades profissionais e a corrupção são alguns dos temas que preocupam os são-tomenses. A poucos dias das eleições legislativas, regional e autárquicas em São Tomé e Principe, a RFI foi ouvir as queixas e as expectativas dos que vão votar no domingo, 25 de Setembro. “Tudo está caro. São Tomé está caro, caro, caro. Não tem nada normal. Tudo está péssimo. O pobre não consegue viver assim”, conta Fátima da Conceição, que trabalha há 17 anos no mercado do centro de São Tomé. Por entre a azáfama de clientes, a “palaiê” constata que os clientes, e ela própria, não conseguem acompanhar o aumento dos preços dos produtos básicos de alimentação. Fomos também ao Mercado de Peixe de Bôbo-Fôrro, a três quilómetros da cidade, e as queixas são as mesmas. Clementina António tem seis filhos e diz que os pobres estão cada vez mais pobres, mas que as crianças não podem passar fome. O desenrasque é, talvez, o bem mais precioso nos tempos que correm. Perante o aumento dos preços, ela faz contas para provar que a vida está difícil, mas avisa que “morrer de fome não se pode”. A constatação repete-se de boca em boca. Em ambos os mercados, feirantes e clientes dizem que está tudo mais caro em São Tomé e Príncipe. A poucos dias das eleições legislativas, regional e autárquicas em São Tomé e Príncipe, o aumento do custo de vida é um dos temas incontornáveis para os eleitores. Depois da crise provocada pela pandemia de covid-19, agora o país sofre o impacto da guerra na Ucrânia e da inflação global dos preços. Fomos à Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP) tentar perceber o que agravou a situação dos são-tomenses. O economista Arlindo Tavares Pereira avisa que agora essa situação “está muito mais difícil” porque o país é dependente do exterior em termos alimentares e a inflação afecta, sobretudo, o bolso dos mais pobres. O economista indica que “em Julho do ano passado, a inflação acumulada era de 2.7 % e, este ano, é de 11,2%, no mesmo período”. O professor na USTP acrescenta que “cerca de 70% a 80% da população vive com menos de três dólares por dia”, ou seja, “a vida das populações, de forma geral, está muito mais difícil agora do que antes”. Muitas famílias ainda vão contando com as remessas dos emigrantes, mas a emigração também comporta riscos para o desenvolvimento de São Tomé. “Estamos a perder os nossos recursos humanos e nós precisamos de recursos humanos para desenvolver nossa economia. Inclusive, jovens com algum talento estão a sair do país e, a curto e médio prazo, teremos dificuldade em desenvolver a nossa economia porque não teremos mão-de-obra. Por outro lado, eu acredito que a saída desses jovens poderá ser uma mais-valia para a nossa economia, ou seja, eles poderão enviar remessas para a nossa economia e tentar ajudar as famílias e a nossa economia”, reconhece o economista são-tomense. Os jovens fogem, realmente, do país, conta Romilson Silveira, presidente da Rede Pan-africana de Jovens para a Cultura de Paz em África. A culpa é da falta de oportunidades e de perspectivas. Há, ainda, a seu ver, o esquecimento por parte do próprio Estado, exemplificando com cerca de oito mil jovens que não vão poder votar nas eleições de domingo. “Estamos a falar de um número bastante significativo de jovens que deveriam exercer o seu direito de voto que está consagrado na Constituição da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Oito mil jovens é um número bastante significante. Ainda que fosse apenas um jovem, é um direito constitucional consagrado. Então, esses jovens deveriam, sim, exercer o seu direito de voto como tem sido a tradição", afirma. O advogado de 32 anos sublinha, também, que São Tomé e Príncipe “é um país maioritariamente jovem”, ou seja, “65% da população”, e que a juventude começa a olhar com uma certa decepção para a vida política. O resultado é o seguinte: “Toda a juventude são-tomense, ou senão a grande parte, quer sair do país porque não encontra aquela alternativa para ter uma vida condigna.” A emigração nunca foi tão significativa como agora, alerta Fernanda Pontífice, antiga ministra da Educação e antiga reitora da Universidade Lusíada de São Tomé, que continua a bater-se pelo ensino no país. “Aliado à questão de falta de oportunidades e de emprego, há a questão também de busca de melhores condições de vida porque os salários são muito, muito baixos. É um investimento que se tem feito no país. Como se diz aqui em São Tomé, é apanhar água com o cesto. Quer dizer, por mais que se faça, não se vê o resultado. O cesto é entrançado, então a água esvai-se toda. É nesta situação em que hoje nós nos encontramos, com muita pena, porque a tendência para a emigração em São Tomé e Príncipe nunca foi tão grande como agora”, explica Fernanda Pontífice. “Apanhar água com o cesto” é ainda mais complicado num país onde a luta contra a corrupção é um tema que se repete em todas as eleições. O problema é que “a corrupção é uma doença social”, alerta Arlindo Tavares Pereira, que defende a urgência de uma reforma na função pública. “Nós realmente temos muita dificuldade em combater a corrupção. Afecta muito o nosso dia-a-dia, afecta muito a nossa economia porque quando num país existe muita corrupção, não se atrai investimento estrangeiro. Eu acredito também que as pessoas não nasceram corruptas, se calhar, a situação do país e os problemas sociais e económicos estimulam as pessoas a terem essa atitude. É preciso termos a capacidade de mudar. Como é que se muda? Com medidas, com reformas”, defende o economista. Todos falam do país do “leve-leve”, mas as preocupações são bem palpáveis. Domingo, 25 de Setembro, há eleições legislativas, regional e autárquicas em São Tomé e Príncipe.
Liliana Reis, diretora do curso de Relações Internacionais da Universidade Lusófona, alerta: "Devemos estar todos mais preocupados depois deste discurso". Rússia não contava com esta "união" Ocidental. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Gorbachev morreu aos 91 anos."Muito apreciado no Ocidente, mas não tanto nas eleites russas". Análise da professora Liliana Reis, diretora do curso de Relações Internacionais da Universidade Lusófona See omnystudio.com/listener for privacy information.
A ONU alertou ontem numa reunião do Conselho de Segurança que apesar de ter sofrido derrotas nomeadamente na Síria e no Iraque, o grupo Estado Islâmico continua a representar uma ameaça à segurança global, as Nações Unidas referindo que Daesh tem vindo a progredir nestes últimos meses em algumas regiões, nomeadamente em África. De acordo com Vladimir Voronkov, responsável do gabinete da ONU de luta contra o terrorismo, que apresentou ontem no Conselho de Segurança o seu mais recente relatório sobre a questão, apesar de no passado mês de Fevereiro, o até então líder da organização Abu Ibrahim al Hashimi al Qurashi, ter sido morto na Síria, e apesar também de vários comandantes do grupo terem sido abatidos ou capturados nestes últimos meses, a organização tem vindo a registar progressos durante o primeiro semestre deste ano. Na óptica do perito da ONU, a “estrutura descentralizada” do grupo terrorista deu-lhe a possibilidade de continuar as suas ofensivas até mesmo em terrenos onde tem perdido força. A título de exemplo, Vladimir Voronkov estima que 6 mil a 10 mil homens continuem mobilizados no Iraque e na Síria. No respeitante ao continente africano, o relatório da ONU dá conta da sua preocupação perante as acções levadas a cabo pelo grupo jihadista no Sahel, em vários estados costeiros do Golfo da Guiné, no Uganda e em Moçambique. Ainda segundo as Nações Unidas, noutro ponto do globo, no Afeganistão, onde os Talibã retomaram o poder há um ano, o Estado Islâmico tem vindo a ganhar influência, à medida que outra organização terrorista poderosa na região, a Al Qaeda, tem vindo a sofrer derrotas, nomeadamente a recente perda do seu líder, assassinado há dias em Cabul, durante uma operação americana. Estes são alguns dos aspectos que a RFI abordou com José Manuel Anes, especialista em terrorismo e segurança ligado à Universidade Lusíada em Lisboa, para quem a cooperação e a troca de informações é essencial na luta contra o grupo Estado Islâmico. RFI: Qual é a força que tem actualmente Daesh em comparação com Al Qaeda no Afeganistão e Paquistão? José Manuel Anes: Claro que o Estado Islâmico é o grande rival da Al Qaeda, rival senão mesmo inimigo. Enquanto a Al Qaeda teve agora essa derrota com o assassinato do seu líder Ayman Al Zawahari em Cabul, a verdade é que o Estado Islâmico não tendo um grande líder com um nome conhecido, tem uma capacidade operacional muito grande. Ali naquela zona do globo, no Afeganistão, no Paquistão, o Estado Islâmico do Khorassan, demonstrou há um ano no aeroporto de Cabul quando estavam imensas pessoas a tentar embarcar em aviões para saírem daquele país, eles cometeram um atentado que matou várias dezenas de civis e 13 soldados norte-americanos. Portanto, o Estado Islâmico, apesar de não ter aquela capacidade que tinha na Síria e no Iraque, ao descentralizar-se, manteve e desenvolveu a sua capacidade operacional em várias partes do globo. RFI: Há uns anos atrás, o grupo Estado Islâmico parecia estar bastante activo na Europa, tendo havido uma série de ataques em várias cidades europeias, nomeadamente em Paris. O Estado Islâmico continua activo ou há acções mais eficazes de luta contra o terrorismo na Europa? José Manuel Anes: As duas coisas. Continua activo, espreita sempre oportunidades. Das últimas vezes que atacou, até foi com arma branca, porque o transporte de armas de fogo ou de explosivos é mais problemático nesta fase em que os serviços de informação e as polícias antiterroristas desenvolveram uma capacidade de observação destes fenómenos, eles preferem atacar com arma branca. Mesmo assim matam. Na catedral de Nice (no dia 29 de Outubro de 2020), foram duas ou três pessoas que mataram. Por um lado, os serviços de informação e a polícia antiterrorista estão a trabalhar cada vez melhor e a permuta de informações entre os diversos países é fundamental mas eles também não têm aquela visibilidade nem o "descaramento" que tinham e que, por exemplo, levou ao atentado do Bataclan em Paris (13 de Novembro de 2015). Portanto, actualmente o Estado Islâmico está mais contido, mas não podemos deitar foguetes. Sempre que têm uma oportunidade, atacam. RFI: No seu mais recente relatório, a ONU diz que, em compensação, no continente africano, o Estado Islâmico tem vindo a progredir nomeadamente em toda a zona do Sahel. A que se deve este fenómeno a seu ver? José Manuel Anes: A verdade é que no Sahel, quem mandava lá sob o ponto de vista do terrorismo, era a AQMI (Al Qaeda do Magrebe Islâmico) que estava no Mali. Mas depois, o Estado Islâmico foi ganhando força progressivamente nessa zona, em todo o Sahel, e agora também tem presença em Moçambique. Aqueles 'Shebabs' de Moçambique não têm nada a ver com os 'Shebabs' da Somália, esses são ligados à Al Qaeda desde sempre. Os 'Shebabs' de Moçambique são um ramo do Estado Islâmico da África Central e que vão para sul e têm uma presença forte, têm feito vários ataques e isto é altamente preocupante. RFI: Precisamente, um dos aspectos apontados nesse relatório da ONU sobre o grupo Estado Islâmico é que deveria haver uma maior cooperação a nível das regiões afectadas por esse fenómeno. Julga que efectivamente este poderá ser o calcanhar de Aquiles? José Manuel Anes: De facto, no começo das acções do grupo Estado Islâmico em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, a verdade que o país teve uma certa reticência em buscar aliados. Agora, tem agora o conjunto de países da SADC, da África do Sul, que estão a trabalhar bem e de alguma maneira já se começam a ver alguns efeitos dessa cooperação. Tem havido alguma reticência por parte da Tanzânia, mas o resto dos países estão a trabalhar bem, a ajudar Moçambique nessa luta antiterrorista que é fundamental. Esperemos que esta cooperação internacional continue porque doutra maneira não conseguimos e corremos o risco de que o Estado Islâmico tenha ali uma zona de influência e de acção que será depois muito mais difícil de neutralizar. RFI: E no caso do Sahel? Há uma série de países que têm conhecido situações de instabilidade política e tem também havido uma série de 'mexidas' no campo da segurança, nomeadamente com a retirada da União Europeia e da França do Mali, e vários questionamentos sobre a estratégia regional de combate ao terrorismo. José Manuel Anes: Pois. A atitude do governo do Mali nos últimos tempos tem sido lamentável. Desde logo, as reticências e mesmo um distanciamento relativamente à acção antiterrorista que a França teve durante muitos anos com a operação Serval, com a operação Barkhane, coisas extremamente importantes e úteis, porque se o terrorismo vingar naquela zona do Sahel, desde o Mali, o Chade, Níger, Burkina Faso, isso vai ser um perigo depois para o norte de África e consequentemente para a Europa. Temos que ser muito sérios e encarar isto como uma grande ameaça. Lamento dizer que o governo do Mali tem sido bastante reticente em relação à cooperação francesa de luta antiterrorista, mas esperemos que eles se compenetrem de que efectivamente se não houver um auxílio dos países ocidentais, nesse caso concreto da França, eles vão ter problemas com Estado Islâmico e com a Al Qaeda também. RFI: A ONU apontou como um dos factores que poderão contribuir para o reforço do grupo Estado Islâmico, nomeadamente no continente africano, as falhas que tem havido a nível de abastecimento de alimentos provocadas pelo conflito na Ucrânia, que potenciariam movimentos de revolta no seio das populações mais expostas. José Manuel Anes: Sem dúvida nenhuma. Eles são hábeis em aproveitar essas crises e o Estado Islâmico tem uma categoria ideológica muito forte, mais forte do que a Al Qaeda. Mas de qualquer modo, aproveita sempre os problemas que existem nas infra-estruturas socioeconómicas, isto é evidente. Agora, mesmo quando o Estado Islâmico quase que desapareceu na Síria e no Iraque, a ideologia continuava a circular na internet e a contaminar as mentes mais frágeis. A verdade é que as infra-estruturas também colocam problemas e isso, o Estado Islâmico é hábil em aproveitar isso. No caso de Cabo Delgado é outro exemplo. Também aproveitam todas as carências, algumas que são provocadas por eles, mas depois naturalmente aparecem como os salvadores. De facto, essa crise de alimentos e todos os problemas que assolam aquelas populações, o Estado Islâmico vem aproveitar. RFI: Há também a questão do financiamento. Como é que até agora não se conseguiu travar a acção desse grupo ao nível do seu 'motor'? José Manuel Anes: O financiamento, eles conseguem através do aproveitamento de matérias-primas locais, eles conseguem arranjar o dinheiro e há sempre alguém dessas correntes extremistas que está pronto a dar dinheiro. Mas a verdade é eles chegam a uma zona e começam a vender os recursos naturais e assim recolhem financiamento para as suas operações terroristas. RFI: De um modo global, quais seriam eventualmente as suas recomendações? José Manuel Anes: De um modo geral, é evidente que nós precisamos de muita cooperação internacional a nível de antiterrorismo. Assim como há países que não têm o mais pequeno problema em colaborar internacionalmente com países mesmo ocidentais na luta antiterrorista, felizmente que há e em África há bastantes, mas há também outros que têm reticências e espero que não se venham a arrepender. Portanto, (as prioridades são) cooperação internacional e permuta de informações entre os serviços de informação dos diversos países são essenciais e unidades de antiterrorismo que existem em África e que têm que ter a sua acção não entravada.
O sétimo episódio do podcast Bloco de Leste é dedicado à Sérvia. Este antigo território da Jugoslávia tem uma posição que parece paradoxal. Por um lado, busca entrar na União Europeia (de que ainda não faz parte, ao contrário da Eslovénia e da Croácia), por outro, é um dos países europeus que demonstra maior proximidade com a Rússia, com quem partilha uma aliança histórica. Uma conversa com Liliana Reis, professora da Universidade da Beira Interior e da Universidade Lusófona, onde dirige o curso de Ciência Política e Relações Internacionais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
JOSÉ PAULO NETTO: DEMOCRACIA OU REVOLUÇÃO? - 20 Minutos EntrevistaO professor, escritor e intelectual marxista José Paulo Netto é o convidado do programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (16/05) para discutir alternativas ao sistema capitalista. Imperdível! É ao vivo, às 11h, nos canais de Opera Mundi. José Paulo Netto é um reconhecido intelectual marxista. É professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor honoris causa pela Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires e pela Universidade Lusíada de Lisboa, além de atuar junto à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), centro de estudos e debates vinculado ao MST. Incansável divulgador do marxismo crítico no Brasil, é também responsável por traduções de textos de autores clássicos, entre eles Marx, Engels, Lênin e Lukács. Figura importante na recepção de György Lukács no Brasil, é coordenador da “Biblioteca Lukács”, da Boitempo. Também pela Boitempo, lançou, em 2020, uma das mais qualificadas biografias de Karl Marx.----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instância Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★
Na semana em que se celebram os 77 anos desde a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi, a Rússia de Vladimir Putin prepara-se para uma parada militar de comemoração, em Moscovo mas também em Mariupol, na Ucrânia. Dia de festejo e de afirmação do poderia militar do país, com os olhos do mundo atentos a todas as movimentações russas. Debate com José Milhazes, comentador SIC, o general Arnaut Moreira, Liliana Reis, diretora do Curso de Relações Internacionais da Universidade Lusófona, e o jornalista Rui Cardoso. Com moderação de Ricardo Costa e Ângela Silva, o Expresso da Meia-Noite foi exibido na SIC Notícias a 06 de maio. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Estamos habituados a ver dirigentes religiosos a apelar ao fim dos conflitos armados. Na invasão da Ucrânia houve uma diferença: o patriarca Cirilo, máxima autoridade ortodoxa russa, justificou e defendeu a agressão ao país vizinho. Pretexto para explorar o papel da igreja na guerra, com Paulo Mendes Pinto, coordenador do departamento de ciências da religião da Universidade Lusófona; Arturo Zoffman Rodríguez, investigador na Universidade Nova que tem trabalhado sobre questões russas; e Manuela Goucha Soares, jornalista da secção internacional do Expresso. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Luzia Lima-Rodrigues é co-coordenadora do Núcleo de Estudos em Inclusão Social e Educativa do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento. Docente do Doutoramento em Educação e do Mestrado em Educação Especial da Universidade Lusófona. Docente na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, na Licenciatura em Educação Básica e em Animação Sociocultural, o Mestrado em Educação Pré-Escolar e a Pós-Graduação em Educação Especial.
Como a guerra na Ucrânia impacta as políticas de refúgio e migração? Como imigrantes não-brancos, mulheres e outros grupos vulnerabilizados são afetados por esse conflito? Nesse episódio bônus, Femigrantes BR convida três excelentes especialistas para discutir com a gente essas questões: - Barbara Motta, internacionalista, professora da Universidade Federal de Sergipe (UFES) e pesquisadora do GEDES - Juliana Wahlgren, advogada, diretora da Rede europeia contra o racismo, membra do Expert Group sobre migração, integração e asilo da Comissão europeia, fundadora e diretora executiva da REVIBRA - Sabrina Medeiros, internacionalista, professora na Universidade Lusófona de Portugal, Pesquisadora no InterAgency Institute e no Instituto de Defesa Nacional de Portugal Esperamos vocês nessa conversa! Siga a gente no nosso Instagram @femigrantesbr.pod ou na nossa página do facebook Femigrantes BR Pod. ***** Se você aprecia nosso trabalho, considere nos financiar com o valor de um café pelo www.buymeacoffee.com/femigrantesbr. É muito fácil, não toma nem dois minutos ;) Agradecimento especial às apoiadoras que financiam a manutenção do Femigrantes BR: - Membras da REVIBRA (Rede europeia de apoio às vítimas brasileiras de violência domestica) - Marcia Rocha Schöne - Gabriela Cavalcanti - Paloma Godoy - Natalie Rios - Danielle Rios ***** CRÉDITOS: Apresentação e roteiro: Lilian Moreira Edição, música e sonorização: Glauco Salmazio Design: Patrícia Kuniyasi
"Autoridades e organizações do futebol deviam criar mecanismos de controlo mais próximos", defende Lúcio Correia, professor de direito de desporto da Universidade Lusíada de Lisboa See omnystudio.com/listener for privacy information.
Bartilónia Almeida voou da Guiné Bissau para Portugal aos três anos, o que a tornou numa europeia centrada na estética africana, que promove através do seu trabalho como consultora de imagem. Licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais, pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Barth (como gosta de ser chamada) imerge, inicialmente, no mundo da moda de forma lúdica e é aí que começa a explorar o seu lado criativo. Durante o podcast que podes ver e ouvir abaixo, a consultora de imagem falou-nos também sobre o facto de pessoas negras serem potenciadoras de tendências e estilos de moda, que muitas vezes só ganham visibilidade e reconhecimento depois de pessoas brancas as adoptarem - como por exemplo o uso de capulana (nome moçambicano para tecidos com padrões africanos).
De um desejo de liberdade da prática religiosa depois de um período de intensos conflitos na Europa por motivos religiosos, nasce uma América laica, mas na qual a religião tem cada vez mais peso e até influência política. Para nos explicar esta história complexa convidámos Paulo Mendes Pinto, investigador especializado em História das Religiões Antigas, e coordenador da área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona.
Helena Garrido iniciou a sua carreira profissional como jornalista no Jornal do Comércio em 1986, e desde então passou pelas principais redações em Portuga: Diário de Notícias, Expresso, Público, Diário Económico e Jornal de Negócios, tendo exercido vários cargos de direção. É professora de Jornalismo Económico na Universidade Lusófona, colaboradora do Observador e comentadora na RTP e RDP.