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O músico, autor, compositor e antigo Ministro da cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio deslocou-se esta semana aos estúdios da RFI antes de participar no festival musical "Au fil des voix", na sala de concerto 360 aqui em Paris, onde vai tocar e cantar neste sábado 1 de Fevereiro a partir das 20H00. Por ocasião deste certame que homenageia este ano alguns países de África Lusófona pelos 50 anos das suas respectivas independências, Mário Lúcio representa Cabo Verde, com o seu novo álbum lançado oficialmente neste 31 de Janeiro.Este novo trabalho que é o seu sétimo álbum em nome próprio, intitula-se "Independance", com "A" para evocar a palavra "dança". Nele, o músico recorda e retoma alguns dos êxitos do pós-independência. Com 10 anos de idade na altura em que o seu país conquistou a liberdade, Mário Lúcio lembra-se nomeadamente do fervilhar musical daquela época e diz que a sua vida mudou completamente com a independência.RFI: Quais são as sonoridades deste novo álbum?Mário Lúcio: Quando nós falamos de independência ou de qualquer acontecimento, nós temos a parte analítica e depois temos uma memória escondida. E é engraçado que isto só me aconteceu há pouco tempo. Qual é a minha memória da independência? Eu tinha dez anos. Para além de analisar, é bom lembrar-me das festas. Mas qual é a memória? É a música. Portanto, há pessoas que têm memória de lugares através dos cheiros e a música, porque em 1975 chegaram a Cabo Verde músicas desconhecidas para nós. Nós somos um arquipélago de uma música muito particular no contexto africano e mundial. Uma mistura de música, de reminiscências de música africana com música europeia. E de repente, chega-nos a música do continente africano. Até lá, eu ia sempre a uma mercearia muito pequenita, lá no Tarrafal. O senhor tinha um gira-discos. O que é que nós ouvíamos? Era Roberto Carlos, Luiz Gonzaga e também ouvíamos muita música norte-americana, James Brown, Otis Redding, Percy Sledge. Era o que nós ouvíamos. É como se nos negassem o acesso à música do continente. África estava efervescente havia algumas décadas. Vários países foram independentes nos anos 60 e digamos que esconder isso evitava o contágio. Mas, de repente, chega a música da Guiné-Bissau -que nós não conhecíamos- na mesma língua. A música da Guiné-Conacri, aquelas guitarras, a música de Angola e a música do Congo, mais a música do Senegal, Gana, Camarões e Nigéria, mas também a música das Antilhas, Martinica, Guadalupe, Haiti. Então, é como se nós tivéssemos também achado a nossa própria identidade. E por casualidade, nós começamos a tocar essas músicas, aprender no violão os primeiros acordes que eu aprendi de uma música de um cantor chamado Prince Nico Mbarga. E a música chamava-se "Aki". Eram dois acordes. E depois fui tocar no grupo Abel Djassi, na cidade da Praia, quando fui lá estudar. E já tocávamos nos bailes nocturnos. Os bailes duravam das 20h00 às 05h00. Tínhamos repertório com 100 músicas. Fazíamos quatro intervalos e basicamente eram essas músicas. Então, depois que eu tomei a minha profissão do músico, depois de exercer outras profissões, sempre com a música, tinha o sonho de um dia recuperar essas memórias. Eu não sabia como é que haviam de vir e eu lembrei-me que era o som ligado à dança. Essas músicas chegaram com as danças. Eu lembrava no Tarrafal, as casas, umas casas muito velhas, cheias de gente, rapazes e meninas, cada um no seu canto, a dançar essas músicas, a tentar descobrir uma forma de dançar. As nossas danças são sempre muito coladas, o homem e a mulher. E esses ritmos não exigiam muito malabarismo. Então, a palavra "independance" reflecte a minha memória da independência. São músicas ligadas à dança. E esse disco é um disco para dançar. Felizmente, toquei muitos anos em baile. É uma coisa que eu gosto de fazer, então é um testemunho, digamos assim, uma homenagem a essa época.RFI: Como é que foi todo esse trabalho de recolher as músicas do seu baú pessoal e reformulá-las?Mário Lúcio: As coisas têm os seus mistérios, não é? Normalmente, todos os meus discos, eu vou ao baú e lá selecciono às vezes 60, 80 músicas. Depois passa para 40, 20. Levo para o estúdio 20 músicas. E de repente gravo 12. Ou saem as 12, ou saem oito ou dez. Este processo não. Eu compus todas as músicas de uma assentada. Passei duas noites, compus todas as músicas, excepto a música "Independance", que eu compus no estúdio. Mas, como havia ali alguma coisa para dizer, há muito tempo que nós estávamos à espera que venha esse tipo de música, esse tipo de ritmo. Então, foi muito rápido. E eu sabia o que que as músicas estavam a dizer. E vieram já com o seu ritmo, seu balanço. As letras todas desceram rapidamente e a única música que eu gravei é um tema que eu fiz que se chama "Minha Bio", que é exactamente a minha biografia, que é uma música muito icónica na minha vida. Eu nunca tinha feito uma música sobre mim ou para mim. Esta sim conta a história do meu nascimento e também é uma música acústica. É mesmo uma pausa dentro do disco.RFI: é também uma espécie de balanço pessoal de uma longa carreira que começou quase praticamente depois da independência.Mário Lúcio: Obrigado por essa pergunta, porque eu não tinha sentido isso ainda. E é verdade. Acho que sim. A minha vida está muito ligada à independência, isto é, até os nove anos de idade não se sabia na minha aldeia, o que era um menino precoce. Então eu sofri muita protecção, sobretudo das mulheres mais velhas. A minha avó e a minha tia-avó. A minha mãe não ligava muito. Ela estava sempre a parir. Então a minha avó tomava conta. E aos dez anos, de repente, eu encontrei um poema no bolso das calças do meu irmão, um poema sobre Amílcar Cabral. Isto mudou a minha vida. E isso me levou à música, porque detectaram-me na rua a recitar poemas. Tinha uma memória fabulosa. E o Estado adoptou-me: "temos que lhe dar uma educação especial, porque isso ainda vai ser gente, não é?" Ainda há poucos dias encontrei o antigo Primeiro-Ministro Pedro Pires e ele ria muito. Ele foi lá à minha casa ao Tarrafal e dizia "realmente somos amigos há 51 anos, não é?" Ele está com 95, mais ou menos isso. E olhamos para trás, disse "Olha aquele encontro". Parece que ele se sente satisfeito e muito orgulhoso disso. Então, na verdade, estes 50 anos de dependência são 50 anos de um percurso da noite para o dia. Nada do que eu estava a fazer, do que estava previsto, depois eu vim a fazer, que era ser um pescador ou um pedreiro lá da zona, com muito poucas condições, como não tiveram o resto dos meus irmãos ou dos meus vizinhos. A independência trouxe isso. Estudei e tive acesso às artes. Tive acesso à universidade, tive acesso, depois, às condições que foram criadas depois da independência para as crianças, para os adolescentes. E também fui recebendo. Fui reciclando e dando também. Hoje, quando olho para trás, do alto dos meus 60 anos, tenho 50 anos de dádiva e de gratidão. Porque, na verdade, logo que eu comecei, com dez anos, eu já era músico na minha aldeia e também no grupo Abel Djassi, lá no Tarrafal, com instrumentos e dávamos concertos. E já aos 15, eu era profissional, a meio termo porque eu era estudante, mas tocava também nos bailes. De modo que isto também, essa pergunta é uma prenda para mim. Vou agora pensar nisso nos próximos dias. Como é que, na verdade, é um balanço junto com a história do meu país.RFI: E relativamente à História do seu país? Quando olha para esses 50 anos de percurso livre para Cabo Verde, como é que olha para todo este caminho já atravessado?Mário Lúcio: Tem dois lados, a independência, como a descolonização, esses reveses do domínio e também do aprisionamento e do cerceamento da liberdade. Esses reveses são sempre positivos, porque o homem nasceu para ser livre e feliz e dentro disso tem as matizes que é ser amado, amar, ser generoso, ter ética. Várias coisas. Mas, na verdade, tem o outro lado. Muitos países africanos pioraram as suas condições para as suas populações depois da independência. Isso é inaceitável. Um povo livre, um povo autónomo e países com muita riqueza, não é aceitável que passem a viver igual ou pior do que antes da independência. Cabo Verde é uma belíssima excepção. Eu não sei as razões. Evidentemente, podemos analisá-las. A formação desse povo é uma formação diferente, a escolaridade. Cabo Verde, em 1975, tinha uma taxa de analfabetismo de 75%. Hoje tem (uma taxa de alfabetização) acima de 98%. E então isso faz com que seja um país que progride todos os dias. Em Cabo Verde, é o progresso, o desenvolvimento humano. O desenvolvimento económico é apenas um índice. Mas o desenvolvimento humano passa por ter escolas. A escolaridade obrigatória e gratuita é boa, como existe em Cabo Verde, ter saúde, nós temos uma saúde básica boa. Em Cabo Verde, ter liberdade, liberdade de expressão e outras liberdades identitárias, respeita-se isso. Em Cabo Verde, os Direitos Humanos são respeitados e é um país onde todo o mundo trabalha. Não está infestado de corrupção e de ditaduras. Eu tenho uma sorte. Hoje a minha bandeira é as últimas eleições autárquicas em Cabo Verde. Portanto, as eleições foram no domingo e na segunda-feira todo mundo foi trabalhar. Nas minhas palestras falo da democracia de Cabo Verde, mas desta vez falo com mais felicidade porque houve uma região da ilha de Santiago, acho que era São Lourenço dos Órgãos, onde o vencedor saiu por um voto. Está a ver em África ou no mundo, ou nos Estados Unidos, algum candidato que vence o outro por um voto e não houve briga, não houve manifestações? Muito bem. Vamos recontar, contar, recontar. E se alguém tiver dúvidas, existem as instâncias próprias. Isso é saudável, de modo que quando se sente a maturidade para um povo ser livre e cuidar dos seus destinos, os resultados são como os resultados que existem em Cabo Verde e vários outros países. Vale a pena. E esse processo de Cabo Verde valeu a pena.RFI: Algum ponto talvez menos positivo, que também mereça a sua atenção? Alguma coisa que talvez possa melhorar em Cabo Verde, a seu ver?Mário Lúcio: O mundo todo! Eu acho que neste momento há uma desumanização da política, há uma desumanização da economia, há uma desumanização do próprio ser humano. E isso tem a ver com várias situações sociais. Quando o ser humano não tem acesso à cultura, é uma parte de si, principalmente a parte invisível, que é a alma da pessoa, que está a ser menosprezada, desvalorizada. Quando a pessoa não tem acesso à educação, está a ser-lhe negada uma das vias do progresso e do desenvolvimento humano. Em relação ao meu país, o que eu acho é que, também por fazermos parte do mundo, julgo que temos correcções a fazer. Essas correcções têm a ver exactamente com colocar a felicidade e a liberdade e o acesso ao progresso humano no centro das políticas e não ir, digamos assim, na moda e com o vento das várias possibilidades que estão a existir, de tornar o ser humano secundário, em que se dá demasiada importância às máquinas e à ganância. Então, acho que o Cabo Verde também está a sofrer disso nesse momento.RFI: Cabo Verde faz parte dos países que são homenageados pelos 50 anos das suas respectivas independências no festival "Au fil des voix" aqui em Paris. Como se sente por representar o seu país neste festival?Mário Lúcio: Eu nunca pensei ser um "representante oficial". Mesmo quando eu estava no governo. Mas na verdade, no outro dia, na minha aldeia, na minha vila, um historiador parou-me na rua para me cumprimentar e disse "que orgulho! Mas saiba uma coisa tu és património do Tarrafal." E eu disse "olha, eu que nasci com espírito livre e nunca quis pertencer a nenhuma agremiação e não ser nada para nada". Mas eu disse "para a minha pequena vila, eu aceito, então sou património". E quando me dizem que eu represento o meu país, tomo como uma leveza. Isto é o meu país. Representas ou sentes-te representado nas minhas acções. Por isso, também faço as minhas acções com a maior qualidade possível. E faço-as num contexto internacional, mundial, para que a sua representação não seja menos do que a sua realidade. Tenho trabalhado para isso.RFI: Está a lançar neste momento o seu novo disco. Como é que vai ser a sua actualidade nos próximos meses?Mário Lúcio: Bom, esse disco vai-me fazer tocar bastante. Como já não tocava em bailes, festivais, quero fazer bailes mesmo. Vai ser uma descoberta para as novas gerações, porque é um disco para se ouvir de pé. É um disco para libertar energias. Então, vamos fazer muitas turnês. Muitos concertos e já começamos. Agora vou a Cabo Verde descansar. Em Março, retomo e por aí adiante. Em Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto. Setembro, Outubro, Novembro, já está tudo encaminhado. Hoje, vivo no Tarrafal, onde eu nasci, na minha cabana, e é onde quero estar mais tempo. Então começo a fazer as turnês de forma diferente. Não longas turnês, mas muito compactas, a vir à Europa, ir a outras partes do mundo, trabalhar e logo regressar para o meu mar, o meu sol, o meu povo, a minha terra.RFI: O que é que gosta de ouvir neste momento?Mário Lúcio: Eu sou muito eclético. Mas eu diria que se me dessem para escolher cinco músicas para ouvir permanentemente, escolheria, "Gracias à La Vida" de Violeta Parra, se possível interpretada por Mercedes Sosa. Ouviria também "Imagine" de John Lennon. Ouviria "What a Wonderful World" do Louis Armstrong e ouviria uma das "chaconnes" e "partidas" de Johann Sebastian Bach para violino e para violoncelo. E também ouviria "Sodade" na voz de Cesária Évora.Eis a programação do festival "Au fil des voix": https://www.aufildesvoix.com/
1 - Los Piconeros - Adelita Trujillo con Rafael de Paz – 19382 - Bonita Guadalajara - Jorge Negrete con El Mariachi Vargas de Tecalition - 19423 - Fly Too High, Fall Too Deep - Marguerite Viby og Frederik Jensen med Kai Julian og hans Orkester – 19324 - Since Mother Goes to Movie Shows - Billy Murray – 19165 - At the Ten-Cent Movie Show - Walter Van Brunt – 19136 - Sodade, Meu Bem, Sodade - Vanja Orico - 19537 - I Wanna Be a Cowboy in the Movies - Beatrice Kay with Mitchell Ayres and his Orchestra – 19478 - Onkel Fichte mit der Nichte - Helene Ballot – 19079 - The Last Jasmine - Tonis Maroudas – 195110 - In Waikiki - Frances Langford with Dick McIntire and his Harmony Hawaiians – 194411 - If War Breaks Out Tomorrow - U. S. S. R. Red-Banner Ensemble - 193912 - Ringo No Uta (The Song of the Apple) - Noboru Kirishima and Michiko Namiki – 194513 - Pepitas de Oro - Xavier Cugat y su Orquesta – 194914 - La Strada Del Bosco - Carlo Buti con Orchestra D. Olivieri - 194615 - C'est Merveilleux - Edith Piaf – 1949
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. (Rediffusion) Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV.Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. (Rediffusion) Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV.Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
“Saudade, ici et là-bas” está pelo segundo ano consecutivo no Festival Off de Avignon. As memórias, os cheiros, os sons e paladares que contam as histórias dos que já cá não estão, pintadas com os acordes da lusofonia! A autoria é de Isabel Ribeiro e conta com a participação do músico Dan Inger dos Santos. RFI: Isabel Ribeiro é a autora deste espectáculo, qual é a temática do “Saudade, ici et là-bas”?Isabel Ribeiro: A temática é a emigração portuguesa em França. Mas nem só. É uma história também de uma família que vende a casa dos pais em Portugal. Por isso, também é um assunto universal. É também uma história de amor. Uma história de amor para com o país, uma história de amor para com as recordações dos pais. Uma história de amor entre os pais?Isabel Ribeiro: Sim, sim, é o amor com esse país, com essa cultura, essa ligação que temos com a história desse país, até mesmo quando estamos longe. É essa ligação através das gerações também. Este é o segundo ano consecutivo que a peça está em Avignon. Quais são as alterações que o espectáculo sofreu ao longo deste tempo? Isabel Ribeiro: Agora temos um novo actor em palco, por isso tivemos que nos adaptar um bocadinho às proposições dele. E afinal é sempre uma coisa positiva, porque fez com que o espectáculo evoluísse e nós, também, temos que procurar novas maneiras de ver os nossos papéis, as personagens. Não nos habituarmos, é uma maneira de fazer evoluir a história e evoluir a trajectórias desses personagens. Temos uma ou duas canções a mais agora também no espectáculo. Quer dizer, é um espectáculo vivo. É um espectáculo vivo que acaba por crescer e por se adaptar ao longo do tempo? Isabel Ribeiro: É isso tudo! E também quando falamos com o público depois das representações, é sempre maneira de reflectir na maneira de apresentar a história. E porque não tentar? Porque eles vêm com perguntas, com pensamentos sobre o trabalho que viram em palco. Então nós pensamos: e porque não tentar assim, dessa maneira, como eles pensaram que podia ser possível de interpretar essa história? Dan Inger dos Santos: E, depois, as observações do encenador quando vem com a gente aos vários teatros onde actuamos e, certamente, há ainda a adaptação ao local, ao espaço do teatro. Adaptamos a peça ao teatro, ao sítio. Por exemplo, fomos actuar no Mónaco. O palco não tinha pano de fundo. Era um muro em pedra com três janelas. Isso fez com que a peça tivesse um novo início, porque adaptámos a peça ao sítio, ao teatro. Isabel Ribeiro: Deu outro ritmo ao início da peça e, afinal, quando estivemos no teatro seguinte, pensámos que temos de encontrar aqui nesse sítio esse dinamismo que tivemos no outro teatro, porque havia esse cenário diferente. Então tentamos sim adaptar-nos. Há algum reflexo da vossa vida pessoal, da história da vossa família? Dan Inger dos Santos: Sempre um pouco, mas não é uma peça biográfica. Mas há sempre uma parte de nós em cada papel. Mesmo assim, a história não é bem a mesma. No meu papel há sempre os sentimentos que levo da minha história, da história dos meus pais. Isabel Ribeiro: Sim, eu inspirei-me um pouco da história da minha família, dos meus pais, um bocado, mas nem só, dos meus tios, das minhas tias e amigos à volta de nós e, também, de outras pessoas que conheci porque tive ocasião de fazer entrevistas também a certas pessoas.Falando com elas e depois também lendo testemunhos de percursos como esses, deu-me essa ideia de fazer uma história. Uma história que representa essas histórias todas, essas pessoas todas que migraram. Chamamos-lhes de Manuel e Ilda, são eles todos nessas duas personagens e nessa história. Porque é que decidiu este caminho de falar sobre a imigração, sobre as dificuldades de terem vindo para França, as esperanças que se criam e as desilusões que também existem?Isabel Ribeiro: É uma ideia que tive há mais de dez anos, quando queria realizar um documentário sobre esse assunto, mas nunca tive a possibilidade. Depois, quando vieram falar comigo e dizer que eu tinha que criar uma história sobre a cultura portuguesa no palco, pensei que seria uma boa oportunidade para contar essa imigração de um povo que não fala muito, não transmitia muito.Nós, a descendência, sentíamos sempre que havia ali qualquer coisa a descobrir. Falar directamente com as pessoas não era fácil, porque eles não conseguiam falar e nós também tínhamos medo. Parece que ou iam ficar zangados ou iam chorar. Não sabíamos qual iria ser a reacção deles, mas é um assunto que eu acho indispensável, porque é uma parte da história que já aconteceu há muito tempo. Essas pessoas já têm uma idade avançada e alguns já faleceram. Não podemos esquecer que temos a missão de transmitir e para mim também era a maneira de fazer um reconhecimento a essa geração, uma homenagem a essa geração tão discreta, tão silenciosa, essa “comunidade silenciosa” como costumava ser chamada cá em França e mostrar que é um percurso cheios de coragem e de esperança. Sobretudo quando se vê o que se passa agora na sociedade, no mundo. A história é sempre uma repetição. É também uma maneira de dizer que é um assunto actual e é uma necessidade, porque nós, a descendência, ficamos com essas bagagens que não sabemos bem como utilizá-las.A peça também é pintada com música, que não é só portuguesa, até porque começa com “Sodade” de Cesária Évora, com acordes da lusofonia. Como é que chegaram a este rol musical? Isabel Ribeiro: Era essencial para mim e para o encenador. Ele queria música. Queríamos uma viagem, mas eu também queria mostrar a lusofonia. Queria mostrar esse poder da língua portuguesa, essa presença portuguesa em vários países do mundo através da música. E que a música também não é só o fado.Isabel Ribeiro: Não é só o fado, não. Dan Inger dos Santos: Morna, Bossa Nova…Isabel Ribeiro: E as pessoas quando saem da peça, em geral, perguntam que canções são essas? Quem são os artistas? Nós ficamos contentes porque também é uma maneira das pessoas procurarem e verem o que se passa musicalmente em Portugal. O fado é aquele cartão-de-visita de Portugal. Mas não é só isso, claro. Quando e onde é que a peça pode ser vista em Avignon?Isabel Ribeiro:Até ao dia 18 [de Julho] às 19h40, no Théâtre des 3S, 4 rue Buffon, em Avignon e depois - esperamos - em França toda. Dan Inger dos Santos: O meu orgulho com essa peça é que falamos, certamente, muito dos portugueses, mas é uma peça que apresenta Portugal também ao público francês e que dá conhecimento da história de Portugal.
这一期节目,是我所做的另一种尝试。我一直想用声音这种形式,做一期类似记录片加文艺片混合的内容,而这一期选择的方向,是一个小众的世界音乐,佛得角的Morna。在佛得角的语言中,有一个词很难用其他的语言去解释,那就是“Sodade”。这是一个从葡萄牙语演变而来的词。简单的来说,Sodade 的意思是悲伤,但是特指一种很具体的悲伤,一种因为关心或喜爱的某件事或某个人的失去而产生的怀旧或者极度忧郁的悲伤。但这个悲伤又不是绝望的悲伤,它暗含着一种失去的人或事物还有一丝丝可能回到自己身旁的希望。从某种意义上讲,Sodade 是佛得角这个国家,和国家中的人的一个注脚。想要将这个词讲清楚,恐怕需要一整期的播客。Why for Jazz 开通了微信听友群。我会对进群的朋友一次性收取199元的入群费,作为对本节目的支持。想要进群的朋友可以添加微信号Y4JZXZS,在确认群规及转账成功之后,我会将你拉进本节目的微信群。爵士乐的现场性导致了单纯的音频没办法表现它的全部魅力,因此 Why for Jazz 在小红书和B站开通了视频号。我会在上面分享一些非常哇塞的爵士乐现场,也会发一些自己的视频,欢迎大家点赞关注 Why for Jazz 视频号,作为播客伴侣,配合使用。Playlist of the Show:[00:00] Sodade - Kepa Junkera & Julio Pereira[07:34] Fado Meu - Amaria Rodrigus[12:20] Sodade - Bonga[32:07] Sodade - Cesaria Evora
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. (Rediffusion) Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV. Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. (Rediffusion) Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV. Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
A Praça Amílcar Cabral, na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, acolhe até este domingo, a 8ª edição da URDI – Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde. Decorre sob o lema “Emigração na poética das ilhas”, onde busca reflectir sobre a condição atlântica dos ilhéus, intrinsecamente ligada às diversas influências culturais que moldaram as ilhas ao longo dos tempos. “É uma feira que incentiva a partilha do saber-fazer e troca de experiência para que haja uma união dos artistas que temos em Cabo Verde” refere a técnica do Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design, Elisangela Monteiro, afirmando que 145 artesãos dos 22 municípios de Cabo Verde participam da Feira do Artesanato e Design.Este ano, a URDI destaca os municípios do Tarrafal de São Nicolau e de São Filipe na ilha do Fogo, pela ligação histórica com a emigração, tendo em conta o lema “Emigração na poética das ilhas”.Em Tarrafal de São Nicolau, os primeiros emigrantes foram para São Tomé e Príncipe, de onde surgiu a inspiração para o compositor, natural da localidade de Praia Branca, Armando Zeferino Soares, da célebre morna interpretada por Cesária Évora - Sodade.O presidente da Câmara Municipal de Tarrafal de São Nicolau, José Freitas, disse que trouxe para a Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde o melhor do Tarrafal de São Nicolau, como a farinha de mandioca, a farinha de pau e o atum enlatado.São Filipe, na ilha do Fogo, com a tradição de emigração para os Estados Unidos da América é o outro município em destaque na 8ª edição da URDI – Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde. A vereadora da cultura da Câmara Municipal de São Filipe, Lia Barbosa, disse que a participação do município na URDI é uma mais-valia para os artesãos e também dar a conhecer as festas das bandeiras e dos santos que começam em Janeiro e vão até Dezembro, bem como o vinho do Fogo.Os artesãos que participam no certame consideram a URDI com sendo um espaço onde o artesão bem como o artesanato são dignificados. A programação 8ª edição da URDI – Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde que é desenvolvida até este domingo das 9h às 22 horas é bastante diversificada, para além da feira em si e dos concertos musicais, na Praça Amílcar Cabral, inclui a exposição 6.1, enquadrada no “Salão created in Cabo Verde”, em que as peças do concurso de design dos anos anteriores estão expostas em diversas montras, na Rua de Lisboa.Este evento inclui igualmente a exposição “Pasárgada” do artista plástico cabo-verdiano residente na Escócia, Irineu Rocha que acontece na Gare Marítima do Porto Grande; a Urdi Júnior, em que alunos do 10º ao 12º anos de Artes e Design Gráfico, da Escola Industrial e Comercial do Mindelo, embarcam no tema da emigração, propondo a reflexão e reinterpretação criativa deste fenómeno.Noutro aspecto, a URDI abrange igualmente o Food Design com a gastronomia tradicional das ilhas, o Urdi Depôs d'Hora com as noites musicais nos espaços de diversão da ilha de São Vicente e ainda “Grandes Conversas” no Centro Cultural do Mindelo, que buscam reflectir sobre a arte e a criatividade relacionadas à emigração, explorando seu papel no desenvolvimento criativo.Podem percorrer a feira aqui em imagens:
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV. Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
Nous recevons la réalisatrice portugaise et cap-verdienne Ana Sofia Fonsaca pour le film « Cesaria Evora, la diva aux pieds nus » et Oriane Lacaille pour l'album iViV dans la #SessionLive. Cesaria est un mystère qui ne s'élucide pas d'après Lusafrica, lire la suite sur le site de son label.Patrick Chamoiseau écrit :Cesaria Evora est faite de cet humus dans le sec de ces sables. Ce n'est pas une biographie, c'est une révélation obscure, chargée de terre, de vie, de musiques, de simplicité, d'amitié, d'amour, d'interrogation et de lucidité. J'ai compris dans ces pages que Cesaria Evora est à elle seule une terre créole où la diversité des imaginaires et des hommes donnait naissance à une musique valable pour tous, là où la mélodie, l'harmonie et la polyrythmie ont rencontré les souffrances des hommes : creuset du blues, du jazz et de la morna. J'ai compris que Cesaria Evora est aussi une douleur, la sienne d'abord, celle de sa vie, de ses amours terribles, de cette ivresse destructrice qui suppléait aux bourgeons abîmés de l'espoir. Et cette vie familière des extrêmes parle à la nôtre en un direct sensible. Quand elle chante, elle vient avec une existence entière rescapée des bars sordides et des dorures factices de chez les grandes gens, dotores du Cap-Vert qui voulaient l'écouter. Elle vient aussi avec son exil immobile, ce but d'exil irrépressible qui maintenant gît en chacun de nous, îles en dérive dans le monde qui fait monde. Elle vient avec une incomparable tristesse envers le tout possible. Elle dit le bonheur perdu mais à portée de main. Elle dit la blessure nègre en absence et silence. Elle dit le souvenir en ses limons précieux. Elle dit la mort et l'oubli, la fidélité et la patience, la liberté offerte sur des vagues amères où l'on ose mettre le pied. Elle dit le monde ouvert des îles tellement peu clos, tellement livré aux métissages et aux souffles de la terre. Elle dit sous la fatalité, la joie, l'espoir, la force ronde, la patience aiguisée. Ses pieds sont nus, sa voix est nue, son cœur nu est offert dans la parure de toutes les grâces. Chez les êtres humains, Cesaria est une reine.Texte écrit par Patrick Chamoiseau, paru dans Le Monde, à propos de la publication de la biographie écrite par Véronique Mortaigne, peu après la sortie de l'album « Cabo Verde » en février 1997. En 2023, c'est au tour de la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca de raconter la Cesaria Evora qu'elle a découverte pendant 5 ans en regardant des kilomètres d'archives privées.« Mon film se compose d'images et de sons provenant de diverses sources, presque toutes issues d'archives privées. Grâce à ce film, j'ai rencontré des personnes exceptionnelles qui nous ont beaucoup aidés et nous ont fait confiance, en nous donnant accès à leurs souvenirs mais aussi à leurs archives. Je ne peux que les remercier. »Dans ce documentaire, la journaliste et réalisatrice Ana Sofia Fonseca utilise de nombreux plans de coupe de paysages capverdiens.« Je crois qu'il est nécessaire de comprendre l'environnement d'une personne pour la connaître. En ce qui concerne Cesária, il s'agit du Cap-Vert et plus particulièrement, de l'île de São Vicente et plus encore, de la ville de Mindelo. On ne parle pas seulement du sol sur lequel elle a marché mais de l'air qu'elle a respiré. Elle est cette mer bleue, ces montagnes arides, ce vent. On retrouve Mindelo dans sa personnalité, sa manière d'être, son humour... »La traduction de Ana Sofia Fonseca est assurée par Elisabeth Perello. Titres joués : Mar Azul, Lagrimas Negras Feat. Compay Segundo, Petit Pays, Sodade, Carnaval de São Vicente.Sortie en salle le 29 novembre 2023, bande annonce. Puis nous recevons Oriane Lacaille dans la #SessionLive pour la sortie de l'album iViV. Oriane Lacaille était prête sans le savoir. Quand elle rembobine la genèse d'iViV, le premier album sous son nom, elle décrit une étincelle qui a allumé un feu de joie. Notez le graphisme du titre, avec ses « i » comme des allumettes et ses « V » comme des flammes : iViV (Ça vit, en créole) consume un héritage, deux identités, trois musicien(ne)s et une brassée de rencontres pour alimenter le brasier. La chaleur du foyer procure son réconfort, son halo suggère une spiritualité et on y danse autour. Le feu couvait depuis longtemps. Il trouve son origine dans une maison haut-savoyarde remplie d'instruments lointains. Oriane y a grandi, après que ses parents eurent quitté La Réunion à la faveur de la nomination de sa mère comme professeure de français dans un lycée d'Annemasse. Son père a suivi. L'accordéoniste René Lacaille forme, avec Alain Péters et Danyèl Waro, le triangle rénovateur des musiques insulaires dans les années 1970. Le triangle est aussi la première percussion dont Oriane – née en 1986 – s'empare quand elle est enfant. Suivent les maracas, la clave, le kayamb et tout ce qui lui tombe entre les mains. Mais elle rêve d'abord d'être chanteuse : dans la génération précédant la sienne, le métier de musicienne n'est pas encore accessible aux femmes réunionnaises et ses tantes n'ont pas le droit de toucher aux instruments que tous ses oncles pratiquent avec son grand-père. Oriane et ses cousines plus âgées avant elle, sont les premières qui, grâce aux changements de mentalités obtenues de haute lutte par leurs aînées, ont la chance de perpétuer la tradition familiale.Dans le clan Lacaille, Oriane est le métronome : son sens du rythme est implacable et, dès ses 13 ans, elle devient le socle du groupe paternel. Durant les vacances scolaires puis à plein temps après son Bac, la percussionniste-choriste parcourt le monde avec son père qui improvise en intégrant des ingrédients avec la même générosité que quand il cuisine le cari ou le rougail dans ses marmites. Oriane, qui ne chante qu'en créole jusqu'à ses 20 ans, côtoie des artistes caribéens, africains, japonais ou indiens, intègre le jazz et les musiques de bal, sans dévier du ballant métronomique qui lui confère une sensation d'enracinement. Les racines d'Oriane Lacaille font le grand écart entre une mère métropolitaine et un père créole réunionnais. Elle se dit « Zoréol », moitié zoreil moitié créole, deux identités reliées par un fil sur lequel elle a longtemps cherché l'équilibre. De cette bâtardise assumée, elle embrasse aujourd'hui la richesse extraordinaire : ses deux cultures et ses deux langues sont au cœur d'iViV. Titres interprétés au Grand studio- iViV Live RFI- Lam La Mer Feat. Loy Erhlich et René Lacaille, extrait album iViV- Kaf Do Lo Live RFI.Line Up : Oriane Lacaille : chant, ukulélé soprano, diatonique et baryton, aouicha, kayanm, tambour, Heloïse Divilly : chant, batterie, kayanm, percussions, Yann-Lou Bertrand : chant, contrebasse.Son : Jérémie Besset & Mathias Taylor.► Album iViV (Ignatub - MDC - Pias2023)Réalisation : Hadrien Touraud.
Estreia na próxima quarta-feira, 29 de Novembro, nas salas de cinema francesas, o filme “Cesária Évora, a diva dos pés descalços” realizado por Ana Sofia Fonseca. Uma viagem à intimidade da cantora cabo-verdiana que conta com imagens inéditas e testemunhos dos que conheceram a “diva dos pés descalços” no dia-a-dia. Em entrevista à RFI, Ana Sofia Fonseca sublinha a importância de “conhecer a mulher para melhor perceber a voz”. Cesária aparece aqui enquanto “mulher completa”, sem esconder questões como alcoolismo ou depressão, que nas palavras da realizadora “não definem a Cesária. São apenas mais duas características dela.” Sobre a estreia do filme em França, Ana Sofia Fonseca fala numa “mistura de sentimentos” na medida em que a França “era a segunda casa” de Cesária Évora.Estrear este filme nas salas francesas. É caso para dizer que é uma grande responsabilidade. Qual é o sentimento?Uma mistura de sentimentos, por um lado, é óbvio que é uma grande responsabilidade e é muito especial partilhar aqui o filme. É muito especial partilhar o filme em França, com o público francês, porque para a Cesária isto era muito mais do que só um país, isto era a sua segunda casa. Aliás, a Cesária costumava dizer que se não fossem os franceses, ela nunca teria tido o sucesso que teve. A Cesária tinha uma casa de ‘porta aberta', sempre aberta para toda a gente. Adorava receber os amigos e mesmo os desconhecidos, mas sempre que chegavam franceses à sua porta, ela ficava ainda mais contente porque tinha esta noção de que França tinha sido o começo de tudo.Esta é uma viagem à intimidade de Cesária Évora. Cesária que preenche todos os estereótipos de quem não poderia singrar neste caminho: mulher, negra, pobre, colonizada, feia para os estereótipos da música. Ainda para mais, nos anos 90. Foi este, desde sempre, o objectivo final do filme?Este filme fala da mulher e da artista, porque eu acredito que é realmente importante conhecer a mulher para melhor perceber a voz. E foi a voz que levou a Cesária ao mundo inteiro. A mim interessa-me bastante a complexidade humana da Cesária. Nós falamos de uma mulher com todas as fragilidades e as fortalezas que caracterizam a complexidade humana, a natureza humana. A Cesária tem todos esses preconceitos colados à pele, mas, ainda assim, conseguiu singrar. Isto pode ser uma história inspiradora, no sentido em que nos mostra que a vida de qualquer um pode mudar a qualquer instante, mas sobretudo inspiradora, porque nos faz pensar no mundo em que vivemos e no papel que cada um de nós pode ter neste mundo, na necessidade de empatia. Acho que nestes tempos conturbados que vivemos, isso é muito importante. Empatia para com o outro, a curiosidade para com o outro. E a Cesária teve a sorte de chegar a França numa altura em que havia realmente um interesse pela World Music.Não esconde questões como a depressão ou o álcool. Em entrevista a Janete Évora (neta da Cesária Évora) e a José da Silva (agente), ambos disseram que foi duro ver esta parte da intimidade dela exposta. Porquê mostrar?Nós mostramos uma mulher completa. Uma mulher que tem em si toda a complexidade humana. Não seria, talvez, correcto esconder essas partes. São abordadas com muita subtileza e de uma forma muito cuidada. Isso era uma preocupação. Há intimidade no filme, mas não há voyeurismo. Isso para mim é um ponto de honra.Esses aspectos são mencionados no sentido em que são mais uma das características da Cesária e que nos podem fazer entender melhor a sua voz. Mas como disse, de uma forma subtil e tendo a preocupação de mostrar que esses aspectos não a definem, são apenas mais duas características e isso faz também de Cesária uma diva de carne e osso, e uma diva de carne e osso, é muito mais interessante, apelativa, cria empatia com os outros, connosco. Quem é que não tem pontos mais fortes? Pontos mais fracos? As suas dificuldades, as suas grandezas?Mas neste mundo de redes sociais, onde só se apresenta o lado solar da vida, acaba por ser aqui uma bofetada na realidade.A Cesária não é uma personagem de redes sociais, ela é uma mulher que conquistou o mundo inteiro, sendo ela própria.Vê-se neste documentário que há aqui um grande trabalho de pesquisa. Quanto tempo é que levou para montar este puzzle?Foram cinco longos e intensos anos. Eu devo dizer que é um trabalho de equipa, porque o cinema é sempre um trabalho de equipa e nós investigamos imenso. Falamos com centenas de pessoas em vários pontos do mundo, sempre à procura de imagens de arquivo. E porquê? Porque quero muito que as pessoas saiam da sala de cinema com o sentimento de que estiveram durante 1h34m com a Cesária, que foram a casa da Cesária, que embarcaram com ela nas digressões e, para isso, é preciso que as pessoas vejam a Cesária, que estejam com ela.Nós procuramos imagens, sons, recortes de jornais, fotografias um pouco por todo o lado. Há imagens inéditas. Há imagens mais conhecidas, outras menos conhecidas. Há imagens de José da Silva [agente de Cesária Évora], há imagens de músicos, amigos, família, jornalistas e antigos militares portugueses. Temos imagens de diferentes fontes.Eu editei o filme com a Cláudia Rita Oliveira, que é a montadora, e nós discutimos imenso e foi um processo realmente duro, mas ao mesmo tempo muito feliz, porque é um privilégio enorme poder contar a história de alguém como a Cesária Évora e eu só lhe posso agradecer.Não a conheceu pessoalmente?Não.Mas acaba por sentir que, de alguma forma, a conheceu? Mostra-nos 1h34m de imagens da Cesária, mas viu muitas mais ao longo destes cinco anos.Eu vi dezenas, centenas… foram meses a ver imagens da Cesária…Hoje em dia, depois de ter passado tanto tempo com a Cesária e a ver imagens que foram feitas sem o objectivo de serem mostradas e que, por isso, nos trazem a verdadeira Cesária, dá-me a sensação de que ela é uma pessoa de família, eu sei que isto é um pouco estranho e não sei explicar, mas é a verdade.No seu documentário não há planos de entrevista. Aparecem as pessoas, aparecem as fotografias, as imagens que mostram essas pessoas. Mas o testemunho é feito pela voz. Isto foi uma escolha propositada.Foi uma escolha, foi uma opção muito mais narrativa do que estética por algumas razões, por um lado, porque o objectivo é que as pessoas, que o público esteja com a Cesária. Se eu tivesse planos de entrevista, as pessoas teriam de sair do universo da Cesária para depois voltar a entrar. Por outro lado, todas as pessoas que aparecem no filme aparecem no sentido em que nos acrescentam algo sobre a vida da Cesária ou sobre o contexto. São, na sua maioria, pessoas muito próximas da Cesária Évora. Foram muito importantes num determinado espaço de tempo, no passado. Não me faria muito sentido estar a ver essas pessoas hoje. Prefiro que as possamos descobrir nos arquivos. A Cesária é uma história de voz, foi a voz que a levou ao mundo inteiro e este é também um filme que pretendemos que seja um filme de voz, um filme que nos traz a Cesária pela sua própria voz, na primeira pessoa, e pela voz daqueles que a conheceram melhor. Portanto, acabamos por ter aqui esta unidade que é a voz.Há também a opção de não dobrarem as músicas que são cantadas em crioulo. Porquê? O facto dela cantar em crioulo acaba por transmitir um sentimento e não a mensagem. O maior sucesso da Cesária, o ‘Sodade' fala sobre escravatura, fala sobre trabalho forçado, sobre os cabo-verdianos que iam para as roças de São Tomé e Príncipe. A mensagem dela não fica pelo caminho pela não-dobragem das letras?Em relação à música ‘Sodade', o objectivo foi mesmo que as pessoas que vão ver o filme, que provavelmente muitas delas conhecem bem a música, que a oiçam como se fosse a primeira vez, que o filme tenta trazer uma nova leitura sobre a música. Por outro lado, porque é que nós não legendámos as canções porque eu tentei que o filme fosse feito um bocadinho à imagem da Cesária. O arquivo não é extremamente bem tratado. Há aqui uma simplicidade, pelo menos aparente, no filme que eu acho que corresponde com a alma da Cesária.A Cesária cantou a vida inteira em crioulo, uma língua que quase ninguém entende. Mas, mesmo assim, ela conseguiu emocionar o mundo inteiro. Ora, isto é só um ponto de vista, mas eu não me sentiria confortável a legendar, quando ela sempre cantou em crioulo e as músicas não foram legendadas. Vamos deixar a magia, a arte, a música também vive muito desta magia do fazer sentir, das emoções, e eu não poderia ir contra o que foi a carreira da Cesária, num filme que pretende ter um bocadinho da sua alma.Apesar de ser um filme sobre a Cesária, não se esquece do contexto, da questão do colonialismo, da questão feminismo. É preciso contextualizar sempre para compreender?Eu acho que é impossível contar a história de alguém se não conhecermos o contexto dessa pessoa, de onde é que ela vem, o contexto social, o contexto político, o contexto económico. Há temas que me fascinam e que têm todo o meu respeito e atenção, como é o caso do racismo, como é o caso do colonialismo. Já trabalhei bastante essas questões. Acho que isso também marca a personalidade da Cesária.Seria impossível mostrar a dimensão, os paradoxos desta mulher, sem mostrar o seu contexto. E nós falamos de uma mulher que, com uma generosidade sem fim, com uma consciência social enorme, não conhecia expressões como empoderamento feminino, mas vivia essas lutas no seu dia-a-dia. Ela não fazia discursos, ela agia e eu acho isso muito interessante.Na verdade, ela vivia essas questões e, isso, acho que se vê no filme, não é dito. Não penso que os temas tenham que ser postos totalmente à frente das pessoas, até porque a Cesária não usava rótulos nem discursos, mas estão lá porque estavam na sua vida e na sua forma de ser.Que projectos que tem em mãos neste momento?Contar histórias. Eu gosto muito de contar histórias. Gosto muito de cinema e estou a trabalhar em dois outros projectos documentais. Um que será filmado entre Portugal e Moçambique e outro que será filmado totalmente em Cabo Verde.Pode desvendar um bocadinho desse Portugal-Moçambique?A história de um homem que aos 61 anos e à beira de uma cirurgia ao coração, decide embarcar para Moçambique, para o norte de Moçambique, uma região hoje à mercê de ataques terroristas relacionados com o extremismo islâmico, à procura do irmão, porque na verdade, essa é a única forma que ele tem de tentar descobrir a sua própria identidade.Como é que tem uma paixão tão grande pela questão do colonialismo?Se nós não conhecermos bem o passado, dificilmente conseguiremos construir um futuro melhor. As questões do colonialismo são passado, mas continuam muito presentes na nossa sociedade, no nosso dia-a-dia. Por outro lado, tem também a ver com a minha própria experiência pessoal que me leva a querer saber mais, e acho que é importante continuarmos a falar destes assuntos numa perspectiva de construção, ou seja, numa perspectiva de futuro, de tentar que realmente o conhecimento do passado sirva para alavancar os tempos futuros. E nestes tempos conturbados que nós vivemos, acho que é muito importante não nos esquecermos de questões como o racismo, como a necessidade de empatia para com o outro.
On teste un nouveau format pour les gens pressés, celles et ceux qui ont envie d'avoir le meilleur du Son d'Après chaque semaine : un extrait d'une discussion de l'épisode sorti le lundi. Le morceau qu'on estime le plus ou un moment où la discussion est particulièrement animé.Dans cet extrait de l'épisode 71 : Louise vous présente Boy Gé Mendès, prononce 63 fois le mot "capverdien" et se plaint de DiscogsLe morceau présenté : Boy Gé Mendès - JoiaBOY GÉ MENDÈSLa mornaLa coladeiraLa funanáLe titre « Sodade » de Césaria EvoraL'album « Lagoa »The BeatlesThe Rolling StonesJean-Claude MendèsCabo Verde ShowMendès e MendèsLe titre « Grito di bo fidje »Le « Best Of » de Boy Gé MendèsL'album éponyme de Mendès e MendèsLes titres « Cumba Letu » et « Ayuweh » Les titres « Mas Qui Sabe » et « Riqueza & Valor » Le titre « Roda » de Dino D'SantiagoL'album « Kriola »Le titre « Morna » en session chez Colors StudioDiscogsLa chaîne YouTube de l'UNESCOOn espère que ça vous plaira !Faites-le nous savoir sur nos réseaux sociaux @lesondapres sur Instagram, Tiktok et Twitter. Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
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Mais um episódio do Bailinho no ar! Dessa vez nos reunimos com nosso grande camarada Jones, guitarrista da banda .Sodade. para falar sobre Post Metal. Um estilo que não ocupa muitos espaços dentro das mídias independentes. E justamente por sentirmos essa falta, resolvemos produzir esse episódio. Falamos desde a origem do estilo até as bandas novas que estão lançando ótimos trabalhos atualmente. Então se você é fã de metal torto, senta na cadeira e vem com nóis! † ESCUTE O SOM DA .SODADE. https://sodade.bandcamp.com/track/anagnorisis † CONHEÇA O TRAMPO NO NOSSO ILUSTRADOR LUIZ ALCAMIM: https://www.instagram.com/moshdigiart/ † COMPRE NOSSO MERCH: https://bailedocapiroto.com.br † INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL: https://www.youtube.com/bailedocapiroto † SIGA-NOS NO INSTAGRAM: https://instagram.com/bailedocapiroto † SIGA-NOS NO TWITTER: https://twitter.com/BaileCapiroto † NOSSA CHAVE PIX CASO QUEIRA NOS APOIAR: bailedocapiroto@gmail.com --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/bailedocapiroto/message
Nous sommes le 17 décembre 2011, il est 17h23. Dans l'hôpital de Baptista de Sousa, sur l'île de Sao Vicente, une famille entoure le lit d'une grande chambre lumineuse. Sur le lit, une vieille dame intubée tente d'adresser ses dernières paroles aux quelques proches qui l'accompagnent. Seulement dehors, sur le parvis de l'hôpital de Sousa qui surplombe la baie de Mindelo, c'est tout un pays qui retient son souffle. Son icône nationale, la chanteuse Cesaria Evora, est en train de rendre son dernier soupir. Mindelo, Cap Vert, le 17 décembre 2011. Il est 17h23 : c'est l'Heure H de mon histoire. Merci pour votre écoute Retrouvez l'ensemble des épisodes de l'Heure H sur notre plateforme Auvio.be : https://auvio.rtbf.be/emission/22750 Et si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement.
#556 caprichando nas participações cascudas de sinead com massive attack, the the, chieftains, asian dub foundation e muito mais!
Rencontre à Praia, la capitale du Cap-Vert, lors de l'Atlantic Music Expo, avec une artiste new-yorkaise dont le prénom, en hindi, signifie "poésie" : Kavita Shah. Compositrice et vocaliste de jazz multiprimée, enseignante, ethnomusicologue polyglotte, elle s'apprête à livrer un album tout entier dédié à l'archipel de Cesária Évora, Cabo Verdan Blues. Portrait. Impossible de résumer le CV de la New-Yorkaise Kavita Shah. De l'université de Harvard à la Manhattan School of Music, en passant par Human Rights Watch et des concerts sur les six continents, il est long comme le bras !Il faut dire qu'à 10 ans déjà, Kavita Shah se produisait régulièrement dans des lieux comme que le Carnegie Hall et le Lincoln Center, au sein du prestigieux Young People's Chorus of New York City. C'est là qu'elle a rencontré le jazz, "la liberté" selon ses mots. Depuis, ils ne se sont pas quittés. C'est le guitariste de jazz béninois Lionel Loueke qui a co-produit son 1er album, Visions, et c'est en duo avec le contrebassiste français installé à New York, François Moutin, qu'elle a imaginé le 2e , Interplay. Pour celui qui vient, Cabo Verdan Blues, Kavita Shah est accompagnée par le guitariste virtuose Rufino Almeida, plus connu sous le nom de Bau : le maître des mornas et des coladeiras qui fut un temps le directeur musical de feu la Cap-Verdienne Cesária Évora. Qu'a ressenti Kavita Shah en découvrant la "diva aux pieds nus" ? Qu'a-t-elle compris en séjournant pour la 1ère fois au Cap-Vert, cet archipel d'îles volcaniques situé au large de la côte nord-ouest de l'Afrique, au point d'apprendre le créole et de lui consacrer un album ? C'est pour le savoir que je l'attends dans la torpeur de ce début d'après-midi dans le lobi de son hôtel, situé dansla vieille ville de Praia, la capitale. Dans quelques heures, sous les étoiles de la rue Pedonal, devant le public familial de l'Atlantic Music Expo, Kavita Shah présentera pour la 1ère fois devant un public cap-verdien, sa lettre d'amour à l'archipel…Site officiel / Facebook / Instagram / YouTubeJournaliste : Hortense VolleRéalisation : Benjamin SarraliéMixage 3D en Dolby ATMOS pour une écoute immersive au casque : Jérémie BessetResponsable d'unité de production FMM – RFI Labo : Xavier Gibert Titres diffusésSingles :Diyabarana (2023) feat Yacouba Sissoko, Jayme Stone Extraits de l'album Visions (Kavita Shah – 2014) : Sodade (feat Lionel Loueke) ; Paper Planes (feat. Steve Wilson) ; Triste (feat. Steve Wilson) ; Moray ; Oju Oba (feat Lionel Loueke) ; Rag Desh : Meltdown Et aussi :Chega de Saudade de Antonio Carlos Jobim Gangsta's Paradise de CoolioHypnotize de Notorious BigPaper Planes de MIATribut a manel d'novas Vasco Martins by BauAutums in New York de Sheila Jordan Verde de Vasco Martins A Tisket a Tasket de Ella Fitzgerlad Miss Perfumado de Cesaria Evora
Den barfodede sanger fra Kap Verde var fattig en stor del af sit liv. Men det hele vendte, da José Da Silva hørte hende ved en tilfældighed på et lille spillested i Portugal. Aldrig før havde en stemme rørt ham på den måde. Så han blev hendes manager. Hendes lykke vendte, og hun oplevede blandt andet, hvordan sangen "Sodade" fra albummet "Miss Perfumado" blev et stort hit over hele verden - en sang, alle nynnede med på, men som handlede om et af de mørkeste kapitler i Kap Verdes historie. Vært: Ida Rud Redaktør: Kasper Christensen
Amélie Fonlupt publie «La Passagère », un premier roman sensible imaginé comme le récit d'apprentissage d'une jeune fille issue de la diaspora capverdienne. Une histoire entre mélancolie de l'exil et rêve d'un avenir meilleur, racontée à travers le prisme de trois générations de femmes. Il y a des romans de l'entre-deux. Celui-ci pourrait être un roman de l'entre-trois. Trois lieux, l'archipel ouest-africain du Cap-Vert, Lisbonne la capitale de la puissance coloniale, et Paris la ville de la vie nouvelle. Mais, surtout trois générations de femmes, la grand-mère Mamé, la mère Reine, et la fille Lena, narratrice de cette histoire familiale dans laquelle affleurent la mélancolie de l'exil, le rêve d'un avenir meilleur et la peur de ne pas y parvenir. Entre l'héritage - si fondamental mais parfois si pesant- du passé, les difficultés quotidiennes du présent, et l'aspiration à un avenir meilleur, comment avancer et devenir soi-même, en se délestant des entraves, mais tout en préservant l'essentiel ? La réponse est peut-être dans ce premier roman qui fait vibrer les cordes sensibles des cavaquinhos, du piano et de l'écriture. « La Passagère », d'Amélie Fonlupt, est publié aux éditions Rivages Rediffusion de l'émission du jeudi 6 octobre
Notre 1er invité est Kepa pour la sortie de son 2ème album Divine Morphine (Éditions Miliani). C'est toujours la même chanson, celle qui tient en un mot. Cinq lettres, trois consonnes et deux voyelles. Un B, un L, un U, un E et la marque du pluriel au bout. Un mot international, qui désigne à la fois une musique, un état émotionnel et vaguement une couleur. Vous l'avez, là ? Chut… Il ne faut plus l'écrire, ni le nommer, pour ne pas tomber dans ses clichés, ni y emmener les auditeurs du deuxième album de Kepa. Kepa ne veut plus en entendre parler, pourtant il l'a. Dans sa guitare en métal qui, entre de bonnes mains, ressemble à une lampe d'Aladin, à une épée mythologique. Dans son harmonica, cet instrument qui fait trembler le cerveau quand on en joue avec le cœur. Dans sa vie de tous les jours et même de tous les hiers. Au fond de ses tripes, comme un frisson qui remonte jusqu'à ses cordes vocales, un super pouvoir dont il faut aussi avoir peur. Dans ses gênes, son corps endolori, son sang altéré. Dans le titre de ce nouvel album, Divine Morphine. Le premier, sorti il y a trois ans, s'appelait Doctor, Do Something. Un début de concept, toujours la même chanson, comme une affection longue durée. Kepa l'a attrapé comme une maladie. En 2013, Kepa s'appelait Bastien Duverdier et il vivait la vie de skater professionnel, humain augmenté capable de voyager loin et de s'envoler sur une planche à roulettes. Quant tout à coup, il s'est senti devenir vieux. Rongé par une maladie auto-immune qui a bouleversé sa vie, les chiens de l'enfer à ses trousses, qui ne le lâcheront jamais. Il a trouvé une planche de salut, sans roulettes mais avec des cordes, dans la musique, pratiquée sur sa guitare en métal et de préférence sur un ou deux accords qui tournent, à la recherche d'une transe intérieure, d'une vibration musico-thérapeutique, d'un rite auto-chamanique. Bastien est devenu musicien, sortant donc en 2018 Doctor, Do Something, premier album réalisé avec Taylor Kirk du groupe canadien Timber Timbre. L'album a été très bien accueilli, et des centaines de concerts ont fait connaître Kepa, son humour, sa musique et ses jolies chemises. Mais, malgré tout le bien qu'on a pensé de Doctor, Do Something, on peut l'affirmer sans forfanterie : Divine Morphine est mille fois mieux. Doctor, Do Something était une carte de visite. Divine Morphine est le récit d'une expédition au fond de soi, d'un voyage au bout de l'enfermement. Personne ne t'entendra crier. Il a fait ce disque pour chercher à comprendre, dompter et raconter cette maladie qui l'a chamboulé jusqu'à l'implosion, à l'orée de la folie. «Du plomb dans l'Eldorado», chante-t-il en duo avec Sarah McCoy sur l'incroyable dark-pop song Eldorado, un vrai tube du nouveau monde. Du plomb dans l'Eldorado, c'est un peu ce que tout le monde ressent depuis l'année 2020, non ? Le calvaire des uns est la Covid-19, le sien s'appelle HLA-B27, pour human leucocyte antigen. Personne ne peut le vivre à sa place, mais tout le monde peut ressentir et apprécier comment il s'est soigné avec Divine Morphine. Le premier morceau est un peu son All Aboard (Muddy Waters) à lui. Un solo d'harmonica basse façon train song, qui aurait eu sa place sur Doctor, Do Something, mais qui d'un coup tourbillonne, se dérègle et annonce la suite. Le train vient de dérailler et d'entrer dans une autre dimension, celle du vertige opiacé, de la perte de contrôle, de la musique qui rêve et dérive… Une chanson va sonner comme la bande-son d'un western où Kepa fait un duel avec lui-même (Dog Days). Une autre emmène les vieux Bukka White et Alan Vega danser dans un club de Détroit pendant un tremblement de terre (Wet Dream). Le temps de deux reprises, Kepa s'agenouille sans se prosterner devant des totems intimes : Hard Time Killin Floor Blues de Skip James (avec Rodolphe Burger), et Sodade de Cesaria Evora dans une version hallucinée, où l'on voit l'océan geler autour des îles du Cap-Vert. Six pieds sous terre reste sous les tropiques le temps d'une murder ballad. La chanson Divine Morphine est presque badine, indolente, ritournelle dans un état second. L'instrumental Messe HLA-B27 montre les progrès guitaristiques fulgurants de Kepa, affranchi des exercices de styles, devenu son propre maître. Sa voix aussi a changé, il la pousse vers la plainte dans des aigus hululants. Il joue différents instruments, des claviers comme des stalactites, la trompette et d'autres choses avec sa bouche, des bruitages d'origine non identifiée. Il est l'homme-orchestre du Titanic, au final seul survivant du naufrage, puis échoué sur une île déserte – le dernier morceau, Merle, ressemble à la prière païenne d'un Robinson en lévitation. L'album est maintenant terminé. Personne n'en sortira indemne. Et tout le monde n'aura qu'une envie : y retourner. Stéphane Deschamps. Titres interprétés - Divine Morphine, Live RFI - Sodade, extrait de l'album Divine Morphine - Eldorado, Live RFI - Hard Time Killing Floor, extrait de l'album Divine Morphine. Puis nous recevons Jawhar pour la sortie de l'album Tasweerah (62TV/PIAS). Tasweerah est le quatrième album du singer / songwriter tunisien Jawhar. Tasweerah veut dire en tunisien à la fois : portrait, image, mais aussi : projection de l'esprit… L'album est une série d'arrêts sur image, de portraits plus ou moins personnels. Les chansons sont, chacune à leur manière, des tentatives vers un portrait universel de l'artiste. Elles questionnent sa place et celle de l'imaginaire dans la société, posent «la création et la quête de la beauté» au centre de l'album. Volontairement brut et sans artifice, Tasweerah nous replonge dans la folk / pop claire-obscure de Jawhar, proclamé dans la catégorie Arabic Dream Pop. Né d'une mère professeure de Littérature arabe, éprise de musique et de poésie, et d'un père qui se consacre au théâtre puis à la politique culturelle, Jawhar grandit dans la banlieue au sud de Tunis, à Radès. Très tôt, il est fasciné par une certaine culture populaire, par la force de ses images et de ses expressions verbales, musicales et gestuelles. Quand il part à l'âge de vingt ans étudier l'anglais à Lille, c'est plutôt la poésie abstraite qui l'attire, celle de William Blake et d'Emily Dickinson… En plus d'un amour grandissant pour un certain Nick Drake qui le liera de manière irrévocable à sa folk impressionniste. Titres interprétés - Malguit Live RFI - Schizo Hyout, extrait de l'album Tasweerah voir le clip - Sayyed Ezzin, extrait de l'album Tasweerah - Foug Layyem Live RFI voir le clip. Son : Fabien Mugneret, Mathias Taylor, Benoît Letirant. (Rediffusion du 27 mars 2022)
#520 tropeçando na sodade + SAULT, mott the hoople, nino rota, the pale fountains, brian jones, jorge ben na copa1978... e muito+!
1. Vestido de amor. Chico Cesar 2. Sobrehumano. Chico Cesar 3. Yamore. Salif Keita & Cesaria Evora 4. Cesaria Evora. Sodade
Cimafunk est devenu la révélation musicale cubaine de l'année 2018 avec son thème Me Voy, qui lui a valu d'être désigné "artiste de l'année" par le magazine Vistar et de recevoir le prix Lucas de la vidéo la plus populaire. Les chansons de son premier album Terapia comme Me Voy, Paciente ou Parar el tiempo ont conquis inexorablement une multitude de publics. Il a rompu des records d'assistance dans des salles iconiques à Cuba et dans le monde, avec des milliers de fans transportés par le groove du funk afro-cubain. À Cuba, les millenials reproduisant son style et son apparence, qui s'inspire fortement de ses racines africaines et des showmen noirs du XXème siècle. Le nom de Cimafunk fait référence à son héritage de « cimarrón », des Cubains d'origine africaine qui ont résisté et échappé à l'esclavage, ainsi qu'à l'essence de sa musique qui vise à subvertir les sons conventionnels en innovant avec les rythmes. En faisant ressortir le meilleur des rythmes et des traditions cubaines et en y infusant des sons et des styles d'Afrique et des États-Unis, Cimafunk a créé quelque chose d'unique et de spécial, non seulement en termes de musique, mais aussi des valeurs qu'il défend. Nommé par Billboard comme un des "Top 10 des artistes latinos à suivre", Cimafunk a fait un début fracassant au festival de musique South by Southwest 2019 et a effectué une tournée encensée aux États-Unis et en Europe. Fito Paez l'a qualifié de "futur" de la musique latino-américaine, et Rolling Stone a décrit sa musique comme "une combinaison électrisante de funk et de soul, superposée à la clave à cinq temps, ou le battement de cœur de la musique cubaine, apportée à Cuba par les esclaves en provenance de l'Afrique de l'Ouest." Cimafunk a sorti un EP Cun Cun Prá, en décembre 2020. Composé de 5 morceaux dont un son afro-caribéen contagieux : Cun Cun Prá ; un morceau de pop funky La Papa, avec la sensation pop cubaine Diana Fuentes ; un remix R&B sensuel de Parar El Tiempo, avec la prometteuse chanteuse mexicaine Salma ; Caliente, un morceau de hip-hop où la Nouvelle-Orléans rencontre la Havane en featuring avec Tarriona "Tank" Ball de Tank and the Bangas et le brass band The Soul Rebels ; et El Potaje où Cimafunk invite les légendes vivantes Omara Portuondo, Chucho Valdés, Pancho Amat et la Orquesta Aragón pour unir le passé, le présent et l'avenir de la musique cubaine. Lors d'un concert historique à Miami, le 16 octobre 2021, Cimafunk a réuni sur scène ses deux principales inspirations : le pianiste légendaire d'Irakere, Chucho Valdés, et le parrain du Funk, George Clinton de Parliament Funkadelic. Titres interprétés : Funk Aspirin Live RFI Rompelo Live RFI Te Quema La bemba Live RFI Salvaje Feat. Chucho Valdes Musiciens : Erik Alejandro Iglesias Rodriguez dit Cimafunk, chant Arthur Luis Alvarez Torres, piano Raul Zapata Suri, cajon Son : Fabien Mugneret, Benoît Letirant. Playlist : ♦ Bonga Feat. Camelia Jordana, Kudia Kuetu (Lusafrica 2021) ♦ Kepa, Sodade extrait de l'album Divine Morphine (Miliani/Peer Music) ♦ De La Crau, Shaman extrait de l'album Temperi (Pagans 2022) ♦ Tina Mweni, Nayikimba, extrait de l'album Nayikimba (WePresent 2021) (Rediffusion du 9 janvier 2022)
Amélie Fonlupt publie « La Passagère », un premier roman sensible imaginé comme le récit d'apprentissage d'une jeune fille issue de la diaspora capverdienne. Une histoire entre mélancolie de l'exil et rêve d'un avenir meilleur, racontée à travers le prisme de trois générations de femmes. Il y a des romans de l'entre-deux. Celui-ci pourrait être un roman de l'entre-trois. Trois lieux, l'archipel ouest-africain du Cap-Vert, Lisbonne la capitale de la puissance coloniale, et Paris la ville de la vie nouvelle. Mais, surtout trois générations de femmes, la grand-mère Mamé, la mère Reine, et la fille Lena, narratrice de cette histoire familiale dans laquelle affleurent la mélancolie de l'exil, le rêve d'un avenir meilleur et la peur de ne pas y parvenir. Entre l'héritage - si fondamental mais parfois si pesant- du passé, les difficultés quotidiennes du présent, et l'aspiration à un avenir meilleur, comment avancer et devenir soi-même, en se délestant des entraves, mais tout en préservant l'essentiel ? La réponse est peut-être dans ce premier roman qui fait vibrer les cordes sensibles des cavaquinhos, du piano et de l'écriture. « La Passagère », d'Amélie Fonlupt, est publié aux éditions Rivages. Reportage : Saviez-vous qu'il existe en France une école de clown ? Le Samovar est situé près de Paris, à Bagnolet, et il fait figure d'exception dans le domaine de cette formation au métier de clown, car il propose des formations au long cours, sur trois cycles avec un diplôme à la clé. Notre reporter pince-sans-rire Fanny Bleichner nous emmène avec elle faire un tour de piste.
A 2ª temporada de "Warrior Nun". "Sodade" é a série sobre Cesária Verde que começa a ser rodada em Setembro. António Variaçoes com presença confirmada em concerto.
In today's episode Nicole speaks with Ayoleka Sodade, and Rasheeda Bull about unpacking imposter syndrome letting go & letting GOD, undoing generational trauma, and the power in healing, community, & relationships. Rasheeda's Instagram Ayoleka's Instagram
La storia di "Sodade", una canzone resa famosa da Cesaria Evora (e Peppino di Capri che ci racconta come ha deciso di farne una cover...). L'omaggio ai pescatori pugliesi di Matteo Salvatore. Il gospel 'pasquale' di Aretha Franklin...
Rufino Almeida, conhecido como Bau, é uma figura incontornável na música de Cabo Verde, mas nunca quis deixar a sua ilha, São Vicente. É que “isto de estar no meio do mar traz toda uma nostalgia” e acarreta inspiração, tanto mais que o Mindelo respira música. Para Bau, essa vitalidade artística é simplesmente porque “o cabo-verdiano tem o dom da música”. O encontro foi marcado para o Jazzy Bird, clube icónico do jazz e da música ao vivo na cidade do Mindelo, em São Vicente, onde Bau vai tocar regularmente. É noite de mais um concerto e o passeio da rua começa a encher como é habitual por estas bandas, onde a música faz parte do dia-a-dia e ainda mais da noite. Como explicar a vitalidade musical desta ilha? Bau responde: “O cabo-verdiano tem esse dom da música. São Vicente, principalmente, teve sempre um desenvolvimento musical diferente por causa do Porto Grande. Vinham aqui muitos músicos, havia muitas influências. No cinema ouvia-se muito música americana, swing e aquelas coisas. Então, o pessoal ganhou toda aquela desenvoltura em torno da música que é diferente das outras ilhas. Já não digo agora porque agora a coisa globalizou, o mundo ligou com a internet, mas antigamente não. Não se podia ter um livro com acordes. Era difícil, era só de ouvido.” E foi de ouvido, com o pai, que Bau aprendeu a tocar guitarra, cavaquinho e violino, os instrumentos que vão regressar, em breve, a estúdio. Rufino Almeida anda a preparar várias surpresas, nomeadamente trabalhos em nome próprio e participações em discos de outros artistas. Por enquanto, prefere não adiantar muito, dizendo simplesmente que vai entrar em estúdio “ainda este ano” no que toca aos novos projectos pessoais. Bau nunca deixou São Vicente, que descreve como a sua ilha, onde nasceu e cresceu rodeado de “todo o ambiente musical”. “Sinto-me feliz em viver aqui. Saio sempre para o estrangeiro para fazer os meus trabalhos, espectáculos, gravações, etc. Agora, com alguns estúdios aqui, aproveito e gravo aqui, salvo algumas coisinhas a nível de masterização e mistura que vou fazer fora”, conta. O Jazzy Bird está decorado com fotografias de vários músicos cabo-verdianos, incluindo uma de Cesária Évora, mesmo atrás do balcão. Bau dirigiu a orquestra da “diva dos pés descalços” vários anos e o que ficou foi muito mais que “Sodade”. “Todo aquele percurso que fiz com ela marcou-me muito por vários motivos. Foi uma grande cantora da música de Cabo Verde, principalmente morna e coladeira. Foi uma pessoa com um 'feeling' e um sentimento a cantar que é uma coisa extraordinária. Eu gostava muito. Eu gosto do que ela fez. Deixou um grande legado a nível musical. Foi uma experiência interessante. Andei em vários palcos do mundo durante quatro anos como chefe de orquestra, arranjador. Conheci vários músicos, várias pessoas…”, recorda. “Paris era a nossa segunda casa”, acrescenta, admitindo que gostaria de voltar aos palcos da capital francesa para apresentar os seus projectos. Depois das digressões com Cesária Évora, surgiu o convite para que a música “Raquel”, do seu primeiro disco a solo, entrasse no filme “Fala com Ela” de Pedro Almodóvar. “Raquel é uma mazurca bastante lenta. Ele ouviu a música, não sei onde. Ele ouviu, estava a fazer o filme e interessou-se pela música. Contactou o produtor que falou comigo e eu ‘Ok, por mim não há problema' (…) Teve um grande impacto. Houve vários compositores, Caetano Veloso e outros, que participaram na banda sonora. Foi muito bom, foi um grande reconhecimento realmente”, conta. Em Cabo Verde, canta-se a saudade, o amor à terra-mãe, o amor simplesmente, a coragem, a abertura ao mundo. E o que contam as melodias de Bau? “Nós temos um ‘feeling' da ilha. Isto de estar no meio do mar traz toda uma nostalgia, com as pessoas que saem para emigrar, etc. A morna toca-nos muito. É como o fado, como o blues, é uma música que traz muita emoção. Para nós, a morna é que identifica o sentimento cabo-verdiano”, resume, poeticamente, o músico. Veja aqui um pouco de um dos seus concertos, a solo, na véspera da entrevista com a RFI.
Notre 1er invité est Kepa pour la sortie de son 2ème album Divine Morphine (Éditions Miliani). C'est toujours la même chanson, celle qui tient en un mot. Cinq lettres, trois consonnes et deux voyelles. Un B, un L, un U, un E et la marque du pluriel au bout. Un mot international, qui désigne à la fois une musique, un état émotionnel et vaguement une couleur. Vous l'avez, là ? Chut… Il ne faut plus l'écrire, ni le nommer, pour ne pas tomber dans ses clichés, ni y emmener les auditeurs du deuxième album de Kepa. Kepa ne veut plus en entendre parler, pourtant il l'a. Dans sa guitare en métal qui, entre de bonnes mains, ressemble à une lampe d'Aladin, à une épée mythologique. Dans son harmonica, cet instrument qui fait trembler le cerveau quand on en joue avec le cœur. Dans sa vie de tous les jours et même de tous les hiers. Au fond de ses tripes, comme un frisson qui remonte jusqu'à ses cordes vocales, un super pouvoir dont il faut aussi avoir peur. Dans ses gênes, son corps endolori, son sang altéré. Dans le titre de ce nouvel album, Divine Morphine. Le premier, sorti il y a trois ans, s'appelait Doctor, Do Something. Un début de concept, toujours la même chanson, comme une affection longue durée. Kepa l'a attrapé comme une maladie. En 2013, Kepa s'appelait Bastien Duverdier et il vivait la vie de skater professionnel, humain augmenté capable de voyager loin et de s'envoler sur une planche à roulettes. Quant tout à coup, il s'est senti devenir vieux. Rongé par une maladie auto-immune qui a bouleversé sa vie, les chiens de l'enfer à ses trousses, qui ne le lâcheront jamais. Il a trouvé une planche de salut, sans roulettes mais avec des cordes, dans la musique, pratiquée sur sa guitare en métal et de préférence sur un ou deux accords qui tournent, à la recherche d'une transe intérieure, d'une vibration musico-thérapeutique, d'un rite auto-chamanique. Bastien est devenu musicien, sortant donc en 2018 Doctor, Do Something, premier album réalisé avec Taylor Kirk du groupe canadien Timber Timbre. L'album a été très bien accueilli, et des centaines de concerts ont fait connaître Kepa, son humour, sa musique et ses jolies chemises. Mais, malgré tout le bien qu'on a pensé de Doctor, Do Something, on peut l'affirmer sans forfanterie : Divine Morphine est mille fois mieux. Doctor, Do Something était une carte de visite. Divine Morphine est le récit d'une expédition au fond de soi, d'un voyage au bout de l'enfermement. Personne ne t'entendra crier. Il a fait ce disque pour chercher à comprendre, dompter et raconter cette maladie qui l'a chamboulé jusqu'à l'implosion, à l'orée de la folie. "Du plomb dans l'Eldorado", chante-t-il en duo avec Sarah McCoy sur l'incroyable dark-pop song Eldorado, un vrai tube du nouveau monde. Du plomb dans l'Eldorado, c'est un peu ce que tout le monde ressent depuis l'année 2020, non ? Le calvaire des uns est la Covid-19, le sien s'appelle HLA-B27, pour human leucocyte antigen. Personne ne peut le vivre à sa place, mais tout le monde peut ressentir et apprécier comment il s'est soigné avec Divine Morphine. Le premier morceau est un peu son All Aboard (Muddy Waters) à lui. Un solo d'harmonica basse façon train song, qui aurait eu sa place sur Doctor, Do Something, mais qui d'un coup tourbillonne, se dérègle et annonce la suite. Le train vient de dérailler et d'entrer dans une autre dimension, celle du vertige opiacé, de la perte de contrôle, de la musique qui rêve et dérive… Une chanson va sonner comme la bande-son d'un western où Kepa fait un duel avec lui-même (Dog Days). Une autre emmène les vieux Bukka White et Alan Vega danser dans un club de Détroit pendant un tremblement de terre (Wet Dream). Le temps de deux reprises, Kepa s'agenouille sans se prosterner devant des totems intimes : Hard Time Killin Floor Blues de Skip James (avec Rodolphe Burger), et Sodade de Cesaria Evora dans une version hallucinée, où l'on voit l'océan geler autour des îles du Cap-Vert. Six pieds sous terre reste sous les tropiques le temps d'une murder ballad. La chanson Divine Morphine est presque badine, indolente, ritournelle dans un état second. L'instrumental Messe HLA-B27 montre les progrès guitaristiques fulgurants de Kepa, affranchi des exercices de styles, devenu son propre maître. Sa voix aussi a changé, il la pousse vers la plainte dans des aigus hululants. Il joue différents instruments, des claviers comme des stalactites, la trompette et d'autres choses avec sa bouche, des bruitages d'origine non identifiée. Il est l'homme-orchestre du Titanic, au final seul survivant du naufrage, puis échoué sur une île déserte – le dernier morceau, Merle, ressemble à la prière païenne d'un Robinson en lévitation. L'album est maintenant terminé. Personne n'en sortira indemne. Et tout le monde n'aura qu'une envie : y retourner. Stéphane Deschamps. Titres interprétés - Divine Morphine, Live RFI - Sodade, extrait de l'album Divine Morphine - Eldorado, Live RFI - Hard Time Killing Floor, extrait de l'album Divine Morphine. Puis nous recevons Jawhar pour la sortie de l'album Tasweerah (62TV/PIAS). Tasweerah est le quatrième album du singer / songwriter tunisien Jawhar. Tasweerah veut dire en tunisien à la fois : portrait, image, mais aussi : projection de l'esprit… L'album est une série d'arrêts sur image, de portraits plus ou moins personnels. Les chansons sont, chacune à leur manière, des tentatives vers un portrait universel de l'artiste. Elles questionnent sa place et celle de l'imaginaire dans la société, posent "la création et la quête de la beauté" au centre de l'album. Volontairement brut et sans artifice, Tasweerah nous replonge dans la folk / pop claire-obscure de Jawhar, proclamé dans la catégorie Arabic Dream Pop. Né d'une mère professeure de Littérature arabe, éprise de musique et de poésie, et d'un père qui se consacre au théâtre puis à la politique culturelle, Jawhar grandit dans la banlieue au sud de Tunis, à Radès. Très tôt, il est fasciné par une certaine culture populaire, par la force de ses images et de ses expressions verbales, musicales et gestuelles. Quand il part à l'âge de vingt ans étudier l'anglais à Lille, c'est plutôt la poésie abstraite qui l'attire, celle de William Blake et d'Emily Dickinson… En plus d'un amour grandissant pour un certain Nick Drake qui le liera de manière irrévocable à sa folk impressionniste. Titres interprétés - Malguit Live RFI - Schizo Hyout, extrait de l'album Tasweerah voir le clip - Sayyed Ezzin, extrait de l'album Tasweerah - Foug Layyem Live RFI voir le clip. Son : Fabien Mugneret, Mathias Taylor, Benoît Letirant.
DHI President and CEO, Chad Emerson, sits down with Coach Babyele Sodade, Huntsville High Varsity Soccer Coach. They discuss all things soccer in Huntsville and the growth of the sport across the United States.
Ça fait 10 ans que la chanteuse Cesaria Évora nous a quittés. C'est elle qui a rendu populaire dans le monde entier la Morna, cette musique du Cap Vert, mélange de larmes et de soleil. Par exemple dans ce blues océanique "Sodade", elle évoque le travail forcé et l'envie de retrouver les siens. Quand elle ne parcourait pas la planète, Cesaria vivait dans sa ville natale de Mindelo, sur l'île de Sao Vicente. Une des pépites de son répertoire est une chanson dans laquelle elle raconte le Carnaval de Sao Vicente, 3 jours de fête extravagante. Cesaria Evora, d'une générosité sans borne, disait qu'elle était la meilleure mutuelle de son île en couvrant les dépenses de tous ceux qui la côtoyaient. Ecoutez La pépite musicale avec Anthony Martin du 17 décembre 2021
Fátima Rü "Esperanza": "Esperanza" "Ternura” “Irremediablemente” “Soñé” “Estela Isaac y Nora “Latin & Love Studies”: “Veinte Años” “En tu pelo” “Arroz Con Coco” “Sodade” Fetén Fetén “Cantables II”: “Solamente tú” con Isaac et Nora “De noche” con Kevin Johansen Emilia y Pablo “Territorio De Delirio”: “Sonrío” - Convulsión “Pájaro” - Expansión Escuchar audio
“I'm scared. I'm fragile, weak, and scared.” Roy Dib smokes, checks Instagram, and looks out onto the Mediterranean while delivering a pensive monologue on love, sex, nationhood, and migration. Between drags, Dib pries apart the norms that ostensibly unite societies (marriage, the nation-state, the pursuit of happiness), forging a critique embedded in his own entanglements and complicities. “Artists-in-Presidents” is initiated by Constance Hockaday, curated by Christine Shaw, and commissioned by The Blackwood (University of Toronto Mississauga). Podcast production by Vocal Fry. Transmissions are released every Friday from August 6–December 17, 2021. To view the portrait gallery, access ASL videos and transcripts, and for additional information about the project, visit www.artistsinpresidents.com and www.blackwoodgallery.ca. Roy Dib (born in 1983) is an artist and filmmaker based in Beirut. On both formal and conceptual levels, Roy Dib challenges common notions of space and boundary, weaving together archival material, scripted text and hypothetical circumstances to chronicle the political narratives of our day. His work has been presented at Studio la Città (2021), Loop Barcelona (2020), Galerie Tanit (2018), MAXXI Museum (2017), Sharjah Biennial 13 (2017), ALFILM (2017), JCC (2016), Forum Expanded – 64th and 65th Berlinale, Exposure 2015 – Beirut Art Center, Uppsala International Short Film Festival (2014), Queer Lisboa (2014), Images Festival (2016) - Toronto, Contemporary Art Festival SESC_Videobrasil (2013, 2015 and 2017), Ashkal Alwan (2014), and Video Works (2011–2014). Song credit: Cesária Évora, "Sodade," 1992. Photo: Aly Saab
The longing for home or for those who've left in search of a better life is summed up in one word. Sodade. Cape Verde and its sons and daughters of singers, poets and musicians capture it all in mornas. AJ Long Reads explores this musical practice as Cape Verdeans observe independence from Portugal on July 5th, Written by-Beatriz Ramalho da Silva. Read by Jo de Frias.
L'histoire de « Sodade », la plus célèbre chanson de la Capverdienne Césaria Evora, surnommée la diva aux pieds nus.
In this episode of Let Us Vent Now - The Vent Podcast, we're venting about the realities and difficulties of immigrating to the United States. We are also expanding on the importance of Bilingual Programs and Services available to families. --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app Support this podcast: https://anchor.fm/letusventnow/support
BRASIS PROGRAMA DE RÁDIO DA CULTURA BRASIL AM - 18 DE AGOSTO DE 2020__SELEÇÃO MUSICAL E APRESENTAÇÃO: Teca Lima**__Abertura__001 - Cabocla Jurema - Maria Bethânia & Miúcha**002 - Cabocla Jurema - Juçara Marçal & Kiko Dinucci**003 - Jurema - Vozes Bugras**__2º Bloco:__004 - Fulô de Mamoeiro - Zabé da Loca**005 - Areia - Selma do Coco**006 - Me Leva - Renata Rosa**__3º Bloco:__007 - Sodade - Arirê - Grupo Vocal**008 - Sodade, Meu Bem, Sodade - Socorro Lira & Vanja Orico**009 - Que Moda - Passoca**__4º Bloco:__010 - Sonho de Violeiro - Chico Lobo**011 - A Coisa Tá Feia - Conversa Ribeira** __5º Bloco:__012 - A Sede do Peixe - Milton Nascimento** 013 - Vento Bravo - Edu Lobo & Tom Jobim**014 - Faina - Roberto Diamanso **__Encerramento:__015 - Antigas Cidades - Renato Anesi**
O realizador brasileiro Joel Zito Araújo, actualmente em Cabo Verde, tem como projecto produzir um filme ficção em torno do arquipélago e que teria por título ‘Sodade’. Em paralelo o cineasta, Joel Zito Araújo, tem outros projectos e ainda tem em exibição o filme «Meu Amigo Fela», «My Friend Fela», sobre o músico nigeriano Fela Kuti. Em entrevista à RFI, Joel Zito Araújo revelou em que estado se encontra ’Sodade’, abordando ao mesmo tempo a ligação que tem com Cabo Verde, admitindo que ideias não lhe faltam, no entanto o problema para a realização de todos os projectos é o financiamento.
durée : 00:58:49 - Toute une vie - par : Elodie Maillot - Surnommée la diva aux pieds nus, Cesaria Evora est née au Cap-Vert le 27 août 1941. Chanteuse de morna, musique nostalgique cap-verdienne, elle la popularisa auprès du grand public, devenant une vraie icône nationale. Sa chanson "Sodade" est connue dans le monde entier. - réalisation : Nathalie Salles - invités : Teofilo Chantre Chanteur et compositeur cap-verdien; Véronique Mortaigne Journaliste et auteur; Bonga Musicien
Armando – BanaLa Morna cap-verdienne, c’est ce style de musique. Cesaria Evoria chantait aussi la morna.Elle était connue pour son titre « Sodade », qui veut dire nostalgie avec une pointe de tristesse.On chantait la Morna lors de la « partida » le départ.Parce que la diaspora cap-verdienne est supérieure, en nombre, à la population qui réside sur l’île. 700 000 capverdiens vivent de par le monde, et 500 000 sont répartis sur les 10 îles que composent l’archipel du Cap-Vert.Le plus connu de la diaspora cap-verdienne, c’est qui ? Patrick Vieira bien sûr ! Son a Lumumba – Carlos Puebla Y Su TradicionalesC’est le chanteur de la Révolution cubaine. Il soutient et s’engage au côté de Fidel Castro lors de la révolution de 1959.Révolution qui voit s’affronter d’un côté la dictature de Batista et de l’autre le Leader Maximo et consorts.Une petite précision sur ce cher Batista.Il est né en 1901, à Banes, petit village situé à l’opposé de La Havane sur l’île de Cuba.Il fait une carrière de militaire, jusqu’à devenir chef des armées au début des années 30. Il renverse une première fois le gouvernement en 1934 pour instaurer un régime pro-américain, de là vont s’en suivre des années compliquées, les grèves sont sévèrement puni, des opposant politiques assassinés... Et puis, avec la fin des années 30, s’ouvre un nouvel horizon à Cuba. Batista va introduire une constitution basée sur celle des États-Unis et, il va organiser des élections.Le 14 juillet 1940, il est élu président de la république de Cuba en étant le candidat d'une coalition hétéroclite mêlant sociaux-démocrates, conservateurs et parti communiste cubain. Un truc démocratique quoi. Y a deux autres candidats face à lui et il gagne.De 1940, à 1944. Un président quasi-modèle ; bon il se trouve qu’il est très sympa avec les américains mais il est on ne peut plus démocratique pour l’époque.D’ailleurs en 1944, tout le monde salue l’œuvre de Batista : les communistes, les travaillistes, Pablo Neruda « grandes affection », « homme d’État démocratique et progressiste » , « capitaine des îles » et « homme du peuple »En 1944, il ne se représente pas parce que c’est interdit, et son successeur est battu. Batista se casse vivre en Floride, durant ce temps il est sénateur.Il va passer 4 ans en Floride. En 52, il se représente à la présidentielle, et les sondages le donnent pas du tout favoris. Alors qu’est-ce qu’il se passe ? Et bien on se tourne vers les anciens amis, et les anciens amis vous aident.La CIA organise des actions de déstabilisations politiques dans l'ile afin d'instaurer un climat propice à un coup d’État. Celui-ci a lieu le 10 mars 1952, soutenu par une frange de l'armée à laquelle Batista promet des augmentations salariales.A partir de là, c’est le bordel commence.Il fait quintupler le salaire présidentiel, suspend la constitution, rétablit la peine de mort, interdit le droit de grève, et crée un « Bureau de répression des activités communistes » pour consolider l'autorité de son régime.A partir de 1954 et jusqu’en 1959, Cuba est plongée dans une guerre opposant les deux axes de la guerre froide Mercedes – Simon Diaz (Venezuela)L’histoire d’un mec qui a envie de s’acheter une bagnole et qui fait le tour de tous les concessionnaires et qui finit par s’acheter une fiat uno.Non en vrai, c’est un mec qui mate la meuf de son pote qui est en train de se baigner à la rivière. Le gars est caché derrière un fourré, la nana ne le voit pas, et le gars il se dit, cette nana est trop bonne. Boh en fait il dit exactement « elle ressemble à une émeraude avec des fleurs de chupa-chups ». En fait le chupa-chups en Amérique du sud c’est une plante grimpante qui fait des jolies fleurs en forme de tube.Bon bref, il est en train de mater la meuf de son pote et elle, elle ne le voit pas.A moment donné, le gars, il voit non loin de la meuf, un crocodile, ou plutôt un caïman pour ceux qui savent faire la différence. Bon la meuf ne voit pas le caïman non plus. Qu’est c’qu’elle branle la meuf quoi ? Tout le monde la mate et elle, elle ne mate personne.Bref, le gars, plutôt que de lui faire et psssst, gaffe t’as un caïman derrière toi, qu’est c’qu’il fait le gars ? Il se lève, et il va trouver son pote pour lui dire, « gars, fait gaffe, ta meuf, à l’heure à laquelle on se parle, elle est en galère, mais en vraie galère, pas juste des galères de meuf t’vois.Donc là qu’est c’qu’ils font ? Ils té-saute sur le T-Max, deux coups d’gouache et ils sont à la rivière. Là, ils arrivent où y avait la feumeu normalement, mais la feumeu elle a disparu. Par contre le caïman lui il est là. Il est pépouze, sur le dos, allongé sur le la berge.Le gars immédiatement il lui dit à son pote « condoléance frérot », il le prend dans ces bras et il lui dit c’est des choses qui arrivent, dorénavant tu peux compter sur moi poto.Ça c’est exactement ce que raconte l’histoire ! Et j’ai collé hein ! Tagarigu Nanigui – Grupo Garifuna de Honduras (Honduras)Les garifunas, c’est un peuple des caraïbes, issu du métissage des africains et des indiens autochtones qu’étaient les Caribes et les Arawaks.Ils vivaient sous tutelle française et anglaise.En 1795, poussée par la révolution française, la présence de Victor Hugo en Guadeloupe à cette époque, et la naissance de la piraterie aux Antilles, les Garifunas se révoltent contre le pouvoir anglais.La guerre dure quand-même dix-huit mois, jusqu’en juin 1796.Les Garifunas sont vaincus, et déporté par les anglais sur une toutes petite île d’un peu moins de 1000m de long pour 500 de large que l’on nomme Baliceaux. 5 000 Garifunas furent embarqués dans huit navires pour rejoindre Baliceaux, dans les Grenadines. En avril 1797, moins d’un an après leur déportation, il ne reste que 2 026 hommes, femmes et enfants, que l’on va désormais déplacer sur l'île de Roatán, en face des côtes du Honduras.Plus tard, ils quittèrent l'île, trop petite, pour s'installer sur le continent. Ils fondèrent plusieurs villages, comme Livingston en 1806 sur la côte atlantique du Guatemala.
Financial planning expert, Bunmi Sodade discusses the shock of ageism, her career change and economies of scale for retirees. Check https://narp50plus.com/ The Time-With-Flora podcast is sponsored by Nikuncept Consulting https://nikuncept.com/ TIME-WITH-FLORA is a Headway Point production. CHECK https://linktr.ee/timewithflora for more information. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/time-with-flora/message
En una nueva emisión de Mirá lo que te traje, Héctor Larrea arranca con Ice Cream, de Wynton Marsalis y Eric Clapton. Del otro lado, Bobby Flores trae a Cesária Évora, con su tema Sodade.
J’aurais pu débuter cet épisode avec le classique Sodade de Césaria Evoria. Parce que l’histoire de Mama Rahmatou, c’est avant tout cela. Du moins, durant ses premières années. Un départ de la capitale du Togo très jeune, le décès d’un grand-père trop tôt, une sévère déconvenue au Burkina Faso et une arrivée en France où elle sera victime de travaux forcés orchestrés par une proche parenté. Mais heureusement, après la difficulté vient certes la facilité et parfois même… la félicité. Une rencontre déterminante, une belle revanche et un enfant plus tard Maman Rahmatou découvre les joies du métissage, mais aussi ses barrages. Mais cela, elle vous le racontera bien mieux que moi. Cet épisode est audible grâce au lien DANS LA BIO DE LA PAGE DEDIEE @mmmp_podcast, sur Apple Podcast pour les Iphoners et toutes autres les plateformes d’écoutes (Spotify, Soundcloud, Castbox entre autres) J’en profite pour vous remercier à nouveau et du fond du cœur pour vos partages, vos retours, vos suggestons. Si vous souhaitez que votre maman ou votre papa vienne témoigner : mes dm et mon micro sont ouverts. Pour plus d’informations sur le podcast, les interviewés ou votre obligée
La fin de la saison approche, alors on en profite pour mettre les bouchées doubles et finir cette saison en beauté !Une nouvelle invitée en la personne de Pam et un envoyé spécial sur le terrain incarné par Juan pour cet épisode S3E21 !Aujourd'hui on parle du Cap Vert, de flams, de quadrillage identitaire, de croix grecque et de MMA antique !Au programme :4:37 Cesária Évora29:38 Qu'est-ce Que Putain de Quoi by Juan33:33 Le Tartan1:05:59 Pourquoi ? by Ilias1:11:54 Les GladiateursPardon Maman, podcast de vulgarisation vulgaire.Retrouvez-nous sur :Le site : http://pardonmaman.friTunes : https://podcasts.apple.com/fr/podcast/pardon-maman/id1234291617Spotify : https://open.spotify.com/show/3qaC9qCtUSFh60idYUlSKfDeezer : http://www.deezer.com/show/54685Youtube : https://www.youtube.com/channel/UCH6doNjB102NpaR7p4MHDewFacebook : https://www.facebook.com/PardonMamanPodcast/Twitter : https://twitter.com/PardonMamanPodInstagram : https://www.instagram.com/pardonmamanpodcast/ See acast.com/privacy for privacy and opt-out information. Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
In Episode #5, Tiago Costa stops by the studio and talks about popular surf spots in Portugal, the fresh seafood and good wine he misses so dearly and reveals the one mistake you should never make around a Portuguese person. Check it out! This episode features three songs from noteworthy Portuguese artists: Intro and Outro song: Capitão Fausto - "Amanhã Tou Melhor" First break: Sara Tavares - "Bom Feeling" Second break: Cesaria Evora - "Sodade" Please check these artists out on Spotify if you like what you hear!
Talking with Denise Martins. List of songs: Cesária Évora – Sodade; Ildo Lobo – N’cria ser poeta; Tito Paris – Dança ma mi criola; Mirri Lobo – Encomenda de terra; […] O conteúdo Bem-vindo #8 – From Cabo Verde aparece primeiro em Engenharia Rádio.
Jacob Bain has traveled to SE Asia, Cuba, and Africa. And though he sometimes has climbing gear, he always has a guitar. In the summer of 2010, Johnny Fernandes invited Jacob and his band Publish the Quest to Cape Verde to partake in a musical experience as part of his goal to preserve the local music. Can a hook, a horn line and a new take on a traditional song overcome culture and language barriers?