POPULARITY
Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten
Nik, Keefy , and Don continue our foray into @aliceinchains with their 1995 self-titled album affectionately called "Tripod" - much to their dismay. This album seemed like a labor of love to finish in the face of tough circumstances. What do you think of this experimental album? Critics didn't love when it released, but has grown in admiration over time. Check out our last series on the first 15 years of Ozzy Osbourne's solo career • Ozzy Osbourne
Nik, Keefy , and Don return with more Alice In Chains! We discuss the aftermath of "Dirt" - including the departure of Mike Starr. We chart the course from Lollapalooza, The "Last Action Hero" and "Clerks" soundtracks, and "Jar of Flies!" Check out our last series on the first 15 years of Ozzy Osbourne's solo career • Ozzy Osbourne
OA1202 - We are pleased to welcome American Immigration Council Senior Fellow Aaron Reichlin-Melnick for this unique conversation between a practitioner and a policy expert. The AIC is one of the country's leading sources of information and advocacy on US immigration matters, and Aaron watches and comments on these issues like no one else out there right now. Topics include, among many other things, how the Trump administration keeps getting in its own way on immigration issues, how the law of who can be released from ICE custody on bond has been radically reinterpreted within the past few months, and our hopes for the future in this critical moment for American immigration law. Aaron Reichlin-Melnick's bio on the American Immigration Council website Aaron Reichlin-Melnick on Bluesky Donate to support the American Immigration Counsel
Nik and Keefy , minus Don, continue with @aliceinchains! We examine AIC's meteoric rise after "Facelift" - both with "Sap" - the "Singles" soundtrack, and then "Dirt!" Win tickets to see The Cult and Death Cult in Los Angeleshttps://gleam.io/lHLTd/goldenvoice-th...Check out our last series on the first 15 years of Ozzy Osbourne's solo career • Ozzy Osbourne
Thursday Headlines: Israel says one of four bodies handed over by Hamas is not a hostage, three Australian men accused of Bali villa shooting could face the death penalty, the world’s carbon dioxide levels have reached record highs, NRL players now face 10-year ban for joining rival competition, and Virgin Australia’s pets on flights trial is underway! Deep Dive: New research has revealed the worst offenders for image-based sexual abuse in Australia, including those who create deepfakes and revenge porn, or take photos and videos without consent. The Australian Institute of Criminology says such crimes are disproportionately carried out by young men, while the type of offending differs across age groups and genders. In this episode of The Briefing, Tara Cassidy speaks with AIC research manager Tom Sullivan about what's needed to address the growing problem, and how tech advancements are making it harder to stop. Follow The Briefing: TikTok: @thebriefingpodInstagram: @thebriefingpodcast YouTube: @TheBriefingPodcastFacebook: @LiSTNR Newsroom See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quỹ An Sinh Xã Hội - Sécurité Sociale tròn 80 tuổi. Pháp tự hào có hệ thống an sinh xã hội công bằng nhất tại châu Âu và còn rộng hơn thế nữa. Là biểu tượng của công bằng xã hội, là thành tựu tiêu biểu nhất cho đồng thuận giữa các tầng lớp « chủ và thợ » trong giai đoạn tái thiết kinh tế hậu Thế Chiến Thứ Hai, quỹ Sécurité Sociale liên tục là một gánh nặng tài chính, thâm hụt ngân sách kinh niên. Đâu là những thách thức để có thể tồn tại và bảo vệ « ngọn hải đăng » về công bằng xã hội trên thế giới ? « Đến tháng 7/1946 Quỹ An Sinh Xã Hội -Sécurité Sociale và Quỹ Trợ Cấp Gia Đình Caisse d'Allocation Familiale bắt đầu hoạt động. Ngay từ đầu 1946 những người đóng góp lập tức trông thấy hoàn cảnh của họ được cải thiện nhiều » : Bộ trưởng Lao Động Pháp Ambroise Croizart, một người cộng sản dưới chính phủ lâm thời của tướng Charles de Gaulle sau Thế Chiến Thứ Hai đã thông báo như trên vào tháng 10/1945. Cùng lúc Quỹ An Sinh Xã Hội Sécurité Sociale mà người Pháp là « la Sécu » đã bắt đầu « xử lý » hồ sơ đầu tiên, hỗ trợ bệnh nhân « La Sécu » : kết quả từ một sự đồng lòng trong xã hội Trên đài phát thanh France Culture, Eric Chenut, giám đốc điều hành Quỹ Bảo Hiểm Bổ Sung Quốc Gia -Fédération Nationale de la Mutualité Française, nhắc lại điểm khởi đầu : « La Sécu » là một biểu tượng của những tiến bộ trong xã hội Pháp trong thời kỳ tái thiết sau chiến tranh, trong thời kỳ mà giới chủ và thợ và các đảng phái chính trị, bất luận tả hữu cùng đặt quyền lợi chung lên trên hết : « Quỹ an sinh xã hội bắt đầu nảy sinh từ thời Đệ Nhị Thế Chiến, trước khi tàn chiến tranh. Đây là một sự đồng thuận chưa từng thấy giữa các thành phần trong xã hội. Khi đó trong xã hội, trong hàng ngũ kháng chiến, những người đi theo chủ nghĩa cộng sản, những người đi theo đảng xã hội và cả những người đi theo tướng de Gaulle, giữa giới chủ và thợ thuyền … Tất cả đều đồng lòng để hướng tới một mô hình xã hội công bằng hơn, ở đó mọi người cùng tránh được cảnh bần cùng, tránh được những chia rẽ trong xã hội. Tất cả các thành phần trong xã hội khi đó đều hướng tới ý tưởng đầy nhân tính, vì một xã hội hài hòa, nơi mà mỗi công dân có trách nhiệm che chở, bảo vệ những người chung quanh. Sự liên đới đó dẫn đến việc mọi người cùng phải đóng góp. Đóng góp cho một quỹ an sinh xã hội. Nỗ lực chung này được giới chủ, giới làm công chia sẻ. Mục đích là làm thế nào để tránh được những hậu quả tai hại của bệnh tật, tránh được rủi ro tai nạn lao động gây nên, giúp đỡ người nghỉ hưu, hỗ trợ những gia đình đông con ». Quỹ Sécurité Sociale chính thức ra đời từ hai sắc lệnh được ban hành vào các ngày 4 và 19 tháng 10 năm 1945. Vào thời điểm đó, vực dậy đất nước sau mười năm khủng hoảng kinh tế và chiến tranh. Các lực lượng chính trị chủ chốt (khi đó là đảng Cộng Sản, Xã Hội và phe của tướng de Gaulle cánh hữu) cùng hướng đến mục tiêu xây dựng một hệ thống bảo vệ xã hội phổ cập. Đây cũng là một sự tiếp nối trong truyền thống lâu đời hơn. Nhà sử học Léo Rosell đại học Paris Dauphine lưu ý : Từ cuộc Cách Mạng 1789 tại Pháp đã nảy sinh ý tưởng trợ cấp xã hội là một nghĩa vụ thiêng liêng của một quốc gia đối với từng cá nhân. Trong suốt thế kỷ XIX, ý tưởng về một hệ thống bảo vệ xã hội phổ cập dựa trên tinh thần đoàn kết quốc gia đã lớn mạnh dần và thêm vào đó là những hướng đi để bảo vệ tần lớp công nhân trên tinh thần liên đới. Eric Chenut, giám đốc quỹ an sinh xã hội bổ sung của Pháp nêu bật những thành tựu về mặt y tế, xã hội mà Quỹ Sécurité Nationale cùng FNMF đã mang lại : « Nhờ có quỹ an sinh xã hội, cộng thêm với bảo hiểm bổ sung còn được gọi là Mutuelle giúp các phí tổn y tế giảm đi đáng kể. Về mặt ý tế, người Pháp được bảo vệ tốt nhất trong toàn khối châu Âu. Đây là một may mắn rất lớn. Nhờ thế mà tuổi thọ của dân Pháp tăng thêm được 40 %, tỷ lệ tử vong nơi trẻ em giảm đi 15 lần so với 80 năm về trước ». Sử gia chuyên nghiên cứu về xã hội Pháp Léo Rosell lưu ý : từ ngày hoạt động đến nay, câu hỏi chính luôn là các nguồn chi và thu của quỹ này. Năm 1946 ngân sách của « La Sécu » đã là đề tài dẫn tới những cuộc tranh cãi « nảy lửa » ở Quốc Hội. Năm 1967 tổng thống Georges Pompidou là người đầu tiên nói đến « Le Trou de la Sécu » thâm hụt sâu như một cái hố của Quỹ An Sinh Xã Hội. Năm 2024 quỹ này thu vào 628 tỷ euro (từ các khoản đóng góp xã hội của giới chủ, của những người làm công ăn lương, từ những người còn trong tuổi lao động và cả từ những người đã về hưu, cũng như từ nhiều loại thuế khác), nhưng lại chi ra 643 tỷ euro bảo đảm trợ cấp y tế cho 68 triệu dân Pháp. Thâm hụt ngân sách của quỹ này năm ngoái là hơn 15 tỷ euro, tăng lên gấp rưỡi so với hồi năm 2000. Mỗi lần kinh tế bị khủng hoảng hay có biến cố bất thường như hồi đại dịch Covid 2019 lập tức thâm hụt của quyx Sécurité Sociale lại bị đẩy lên cao. Năm 2020 khi mà toàn bộ nước Pháp bị « đóng cửa » để chống dịch, kinh tế bị đóng băng vì virút Corona SARS Cov2 ; không biết bao nhiêu người vào bệnh viện, bắt hàng ngàn người phải nghỉ việc và làm xét nghiệm miễn phí … thì thâm hụt ngân sách của Quỹ An Sinh Xã Hội năm 2020 đụng trần 40 tỷ euro ! Eric Chenut trên đài Pháp thanh France Culture giải thích vấn đề dân số của Pháp khiến hiện tượng « thâm hụt kinh niên » của quỹ này là một tiến trình « không thể đảo ngược » : « Ban đầu, toàn bộ quỹ an sinh xã hội đều dựa vào các khoản đóng góp của giới chủ và người làm công ăn lương. Thế nhưng rồi tình hình dân số ở Pháp đã thay đổi rất nhiều từ sau Đệ Nhị Thế Chiếu đến nay. Ở vào thập niên 1940-1950 thì 5 người đang làm việc đóng góp để cho lương hưu của 1 người, tỷ lệ này hiện tại là 1,6 và trong tương lai, đến cuối thập niên này sẽ là 1,2. Nói cách khác các khoản đóng góp của mỗi người còn đang đi làm cho quỹ hưu trí càng lúc càng nặng. Thêm vào đó, số người về hưu tại Pháp cũng đã tăng lên nhiều so với những thập niên trước đây. Thành thử không thể chỉ trông chờ vào đóng góp của giới chủ và người còn trong tuổi lao động. Từ những năm 1980 các chính phu liên tiếp tìm kiếm các nguồn tài trợ bổ sung để quỹ an sinh xã hội có thể tồn tại trong một môi trường mà cạnh tranh với các quốc gia khác trên thế giới càng lúc càng mạnh. Cụ thể là chính phủ huy động thuế CSG và một phần thuế trị giá gia tăng TVA cho quỹ an sinh xã hội. Hiện nay 1 phần 3 thu nhập của quỹ này do giới chủ và giới làm công ăn lương đóng góp, hơn 40 % các khoản chi tiêu của quỹ an sinh xã hội do thuế CSG và TVA đóng vào, cộng thêm với một số thuế đặc biệt đánh vào rượu hay thuốc là chẳng hạn (...) Aicũng biết nhu cầu của quỹ an sinh xã hội càng lúc càng lớn, do dân số đang già đi. Nhu cầu về ý tế càng lúc càng nặng. Thí dụ như một người ngoài 75 tuổi, sức khỏe suy yếu, nhu cầu về y tế cao gấp 3 lần so với 1 người còn trong độ tuổi 30. Cùng lúc, thì từ nay đến năm 2050, số người già trên 75 tuổi ở Pháp sẽ cao hơn gấp 3 lần so với hiện tại. Trong những điều kiện đó, ngân sách của quỹ an sinh xã hội không thể nào được cân bằng ». Dân số của Pháp đang trên đà lão hóa có nghĩa là số người trong tuổi lao động đóng góp cho quỹ càng lúc càng ít. Trái lại nhu cầu về y tế của xã hội thì lại không ngừng gia tăng. Người cao tuổi được chăm sóc tốt hơn, tăng thêm tuổi thọ. Theo các dự báo đến ngưỡng 2050 nước Pháp sẽ phải dành hẳn từ 3 đến 5 % GDP chỉ để tài trợ cho các khoản chi phí và bảo hiểm về y tế. Theo thẩm định của Liên đoàn quốc gia về an sinh xã hội FNMF, với hệ thống an sinh xã hội của Pháp hiện nay, để được xã hội gánh vác bớt một phần phí tổn y tế khi cần mua thuốc, đi khám bệnh hay nhập viện, để vẫn nhận được một phần lương cho dù có phải nghỉ ốm, để được hưởng trợ cấp gia đình tùy theo thu nhập và số đông con cái… mỗi ngày trung bình, một người Pháp phải chịu đóng vào quỹ chung cho xã hội 11 euro. Eric Chenut điều hành quỹ này đánh giá : đây là cái giá không quá đắt, mà lại cho phép tất cả cùng được giúp đỡ. Ông đánh giá cao sự liên đới này trong xã hội ở Pháp. Trong bối cảnh ngân sách Quỹ An Sinh Xã Hội bị thâm hụt một cách thường trực, giải pháp hiển nhiên nhất là « giảm chi » mà « tăng thu ». Một số tiếng nói cho rằng, ngừng trợ cấp cho những người có thu nhập cao -nhưng họ vẫn phải đóng góp cho xã hội, để chỉ tập trung vào những đối tượng cần được giúp đỡ, có thể là một giải quyết gánh nặng này. Nhưng Michael Zemmour, giáo sư kinh tế Đại học Paris Dauphine cho rằng đề xuất sau cùng này động chạm đến bản chất của mô hình xã hội Pháp, vốn dựa trên nguyên tắc « phổ quát » : « Các nghiên cứu cho thấy quỹ an sinh xã hội là một công cụ tuyệt vời tạo nên bình đẳng trong xã hội, để phân phối lại lợi tức cho người dân … Nguyên tắc cơ bản là đóng góp của mỗi người tùy thuộc vào khả năng, tùy thuộc vào mức thu nhập, vào thuế trị giá gia tăng hay thuế xã hội CSG. Đổi lại thì chúng ta được giúp đỡ về tài chính khi đau ốm. Sự giúp đỡ đó tùy thuộc vào nhu cầu về y tế, vào tình trạng sức khỏe của mỗi người. Nguyên tắc này dễ chấp nhận được bởi vì khi đóng góp cho quỹ an sinh xã hội, là đóng góp cho bản thân. Nhưng nếu may mắn, không phải sử dụng đến số tiền đó, thì những đóng góp này được dùng để tài trợ các phí tổn y tế cho những người không có điều kiện ». Một cơ đồ cho xã hội Thực tế không thể chối cãi là dân số Pháp đang già đi, nguồn lực lao động giảm sụt. hệ quả kèm theo là khả năng tạo ra thêm của cải cho đất nước bị tác động trong lúc nhu cầu về y tế không ngừng gia tăng. Đối với quỹ y tế không thể tránh khỏi tình trạng bội chi. Nhìn đến quỹ hưu bổng, áp lực với những người trong tuổi lao động ngày càng nặng. Cùng lúc, xã hội Pháp hiện tại không còn « đồng lòng » như 80 năm về trước. Eric Chenut điều hành quỹ xã hội FNMF đã nhấn mạnh rằng, sở dĩ mà người Pháp gắn bó với quỹ Sécurité Sociale trước hết đây là một di sản chung của xã hội Pháp. Đây không là di sản của cánh tả hay cánh hữu, của một tầng lớp trong xã hội mà Quỹ này được hình thành khi mà tất cả cùng theo đuổi mục đích : tạo điều kiện giảm thiểu những rủi ro về y tế, đề phòng tai nạn, hay bệnh tật cướp đi cơ hội của những con người sinh sống trên cùng một đất nước. Ý tưởng về một cơ đồ chung cho nước Pháp của những năm sau Thế Chiến Thứ Hai đó nay không còn nữa. Các đảng phái chính trị Pháp, và những hố sâu trong xã hội Pháp ngày nay làm phai mờ lợi ích chung của đất nước. Để tiếp tục tồn tại với hy vọng được mừng thọ 100 tuổi, Quỹ An Sinh Xã Hội Pháp đương nhiên phải thích nghi với môi trường cạnh tranh quốc tế càng lúc càng khốc liệt hơn. Từng là một ngọn hải đăng của thế giới về những tiến bộ xã hội, quỹ Sécurité Sociale của Pháp cũng vẫn bị những rào cản về tài chính trói buộc.
Viện Kiểm sát nhân dân TP.HCM đã hoàn tất cáo trạng, truy tố bà Nguyễn Thị Thanh Nhàn - chủ tịch HĐQT kiêm Tổng giám đốc Công ty AIC, ông Lê Hồng Sơn - cựu giám đốc Sở Giáo dục và Đào tạo TP.HCM và 14 đồng phạm về tội vi phạm quy định đấu thầu.
The boys are back for Season 9 of AiC and talk about their experiences at the Oasis reunion gigs in Cardiff, Ryan's been on the back of a chicken chaser going head on into traffic in Tunisia and Paddy's offended an Astronaut. The boys talk about water parks being the greatest thing on Earth, the assassination of Charlie Kirk, the Cwmbwrla floods, Chat GPT, the sad death of Ricky Hatton and the exciting prospect of Swansea City's season plus much much more….@ambitioniscritcal1997 on Instagram @TheAiCPodcast on Twitter
The UK Investor Magazine was thrilled to welcome Thomas Moore, Fund Manager of Aberdeen Equity Income Trust, to discuss the trust's award-winning strategy and approach to achieving a high yield with a UK equity income mandate.The trust has earned AIC Dividend Hero status and won Best Income Trust at the Online Money Awards. The trust is among the best performing AIC equity income trusts over the past 52 weeks on a NAV growth basis while maintaining an attractive 6% yield.Find out more about Aberdeen Equity Income Trust here.The conversation begins by exploring Moore's distinctive approach to UK equity investing and what sets Aberdeen Equity Income Trust apart from its peers. We delve into the trust's index-agnostic approach to portfolio construction and how it enhances the trust's payouts.Thomas provides his view on the current UK political environment and the implications for UK shares.Financials dominate the trust's portfolio, Thomas explains the attraction of the sector and what the future holds. We explore portfolio companies including HSBC, BP, Coats and Ithaca Energy. Thomas also provides his view on the housebuilders. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
欢迎收听雪球出品的财经有深度,雪球,国内领先的集投资交流交易一体的综合财富管理平台,聪明的投资者都在这里。今天分享的内容叫政策直击债市,未来会有什么影响?来自ice_招行谷子地的雪球。财政部、税务总局公告,自2025年8月8日起,对在该日期之后(含当日)新发行的国债、地方政府债券、金融债券的利息收入,恢复征收增值税。对在该日期之前已发行的国债、地方政府债券、金融债券(包含在2025年8月8日之后续发行的部分)的利息收入,继续免征增值税直至债券到期。这一政策对股市和银行有何影响?下面我就来谈一谈我个人的理解:第一,老债价格一次性跳涨,新债实际收益率下降。此次恢复征收国债地方债和金融债的增值税采用了新老划断的方式,即从2025年8月8日之后新发行的上述债券所取得的利息收入需要缴纳增值税。在此日期之前已经发行的债券继续免征增值税。这也就意味着如果新老债券的票面利率完全相同,机构持有老债的实际利息收入将会高于持有新债的利息收入。所以毫无疑问,老债作为稀缺资源将会出现供小于求,价格上涨情况。对于银行等金融机构来讲,未来新债券的利息收入需要缴纳增值税。而且由于银行缺乏增值税进项抵消,增值税会影响实际的利息收入。假设,新债券的利率是2%,按照扣除6%的增值税后其实际收益率相当于1.88%。第二,由于老债会受到追捧,可以预见债券牛市将会进入最后的冲刺阶段。新老划断期后,由于新债的实际利率会低于票面利率。机构的资产配置策略可能会发生边际改变。后期随着老债逐渐到期退出市场,新债占比越来越高,整体债券市场的吸引力会缓慢下降。债券市场的牛市将会进入慢撒气阶段。第三,理财收益将进一步下降。我国理财市场目前以固收类理财为主。固收类理财或多或少都会配置政府债和金融债作为压舱石。由于目前我国的理财已经基本全部实现净值化,所以债券市场的波动会对理财的收益产生直接影响。存量理财的短期收益会受益于税收新老划断的政策。但是,8月8日之后理财的收益将会缓慢下行。我相信银行理财产品会以新老划断为标志展开一波理财收益高的宣传。建议投资者不要被短期年化收益率的假象所迷惑。长期看,理财产品的收益将会持续缓慢下行。第四个,政策出台的目的是为了将盘踞在债券市场上的资金挤出去。这些资金转向权益市场、实体投资、甚至是转去消费。前面说过了,新老划断政策,会使得债券市场和理财收益缓步下行。那么对于持有此类债券的机构和个人投资者就意味着投资回报率下降。这些资金要么转向收益率更高的权益类资产,要么去做投资,或者干脆取出来花掉。今年,监管机构已经多次出手压低无风险投资类的收益率,从降低存款利息到恢复征收政府债和金融债的增值税。目的都是为了把钱从银行存款,理财这些固收类资产中赶出来,让资金去投资,去消费。第五,对银行的影响。这一政策对银行的影响分为短期和长期。短期债券市场冲高,有利于银行三季报交易类金融资产的公允价值变动增益,有利于银行通过卖出高收益老债兑现当期盈利。从长期看,债券牛市终结,银行会调整其资产配置的策略。降低交易类金融资产的占比,降低金融投资类资产的占比,增加信贷投放,特别是结合上周个人消费贷和经营贷贴息的政策,银行会增加消费贷和经营贷的投放。对于银行业绩短期向好,长期看信贷投放多,拥有AIC直投牌照的银行基本面会表现更佳。收入对于债券市场依赖较大的银行面临更大的挑战。第六,对于股市,这一政策有何影响?恢复债券增值税征收的政策对于股市的影响主要在资金面和基本面两个方面。降低债券投资的实际回报率可以促使资金转向权益类投资、实业投资和消费。对于保险机构和个人投资者,红利股的潜在价值会提升,有更多的资金会流入股市刺激股市走高。转入实业投资和消费的资金会刺激经济进一步复苏,经济复苏对于整个股市的基本面都是利好。第七,政策出台的时机。政府债和金融债免征增值税的政策是从2016年开始执行的,到今年正好10年。根据某大型金融媒体的统计,过去一年国债、地方政府债券、金融债券累计发行规模达到32.6万亿元。恢复政金债增值税征收的政策,虽然对于刺激经济和股市有积极的作用。但是,同时也会抬高这类融资渠道未来的融资成本。选在现在的时点出台政策,从另一个侧面暗示地方化债和金融企业融资需求告一段落,各方已经拿到了足够多的廉价资金。国家在未来一段时间可能会通过通胀手段稀释现有债务,中期市场利率抬升的可能性增加。最后,未来还有什么刺激经济的政策?我理解常规手段已经用了不少了,但还有一些常规手段没有使用,比如存款利息税。对于存款利息税,我国在1999年-2008年期间为了应对经济通缩曾经执行过针对存款利息征收20%个人所得税的规定。这一政策被视为应对经济通缩和流动性陷阱的最终常规手段。这就是我对近期债券市场政策对于各个方面的理解,感谢您的观看与倾听。
This episode is for you if you'd like to learn how trackers like Apple Watches, Oura Rings, Fitbits, Whoops, the Lumen and continuous glucose monitors (CGMs) can support your behavioral choices & help you lose weight, sleep better, eat better and exercise more consistently. Dr. Lara Zakaria is a pharmacist and nutritionist with a focus on implementing solutions for functional medicine and personalized nutrition. Dr. Zakaria works one-on-one with patients helping them with behavioral change.We learn:How trackers like Oura ring, Apple Watch, Whoop, FitBit, Lumen and continuous glucose monitors help you change body compositionHow body composition scales can help track muscle and bone densityMany people say they thrive under stress and get caught up in constant “fight or flight”High cortisol levels can eventually lead to burnout and a lack of cortisolHow to check in with your body while using trackersMuscle building is key in midlife; lifting heavy is necessaryThe better you can maintain your muscle, the longer you can maintain your heart, your brain and your boneIf you wake up at 3 am to pee, it could be your blood sugar crashing; using a continuous glucose monitor could track thisIf you're not going to use the data from trackers to make changes, maybe you don't need oneHow Lumen tells you if you're burning fat or glucose helping you become more metabolically flexible*This episode was recorded at the 2025 Institute for Functional Medicine annual international conference (AIC) in San Diego, California.*Connect with Dr. Zakaria:https://www.instagram.com/foodiefarmacist/https://www.linkedin.com/in/lara-zakaria/https://www.tiktok.com/@foodiefarmacist/https://www.facebook.com/foodiefarmacist/https://larazakaria.com/https://www.youtube.com/@functionalmomspodcasthttps://www.instagram.com/functionalmomspodcastinfo@functionalmoms.com
After a mad old season 8 of AiC the boys roll into the final episode and talk about the big return of Oasis this weekend, the Glastonbury festival red button coverage, James Lilley's return to winning ways at BKFC in Birmingham and Rod Stewart buying Elton John a fridge. The lads talk about the sad passing of their friend and Swansea City legend Dudley Lewis, Paddy has been to see Rob Beckett and has got a fly infestation in his house and both boys had a great night watching Chris Coleman at a gentleman's evening. Peter Kaye has stolen Paddy's whole act, Ryan's fallen down a school shooting rabbit hole and the boys go recommendation crazy to keep everyone busy while they take a break before season 9 kicks off. When that will happen is anyone's guess….@ambitioniscritcal1997 on Instagram @TheAiCPodcast on Twitter
What happens when two irresistible forces meet head on with two immovable objects? We have no idea, but this is what happens when two different toy shows become one to talk all about (and maybe speculate a bit) the upcoming San Diego Comic Con, SH Figuarts Cyclops, and so, so much more. Listen as the boys of AIC are joined by J-Shot and Matchu from Between 2 Sentinels in this re-broadcasting of their epic crossover!Follow J-Shot @jshot_820 and Matchu @matchutoy on Instagram to stay up-to-date with B2S!Follow us @aic_podcast on Instagram, Facebook, X, and YouTubeStart creating a podcast today with Zencastr! Learn more.Intro and other voices by Joe Azzarihttps://www.instagram.com/voicesbyjoe/Theme Music is "Game Boy Horror" by the Zombie DandiesProudly part of the Non-Productive Network
On this episode of The Savvy Adjuster Podcast, Senior Account Manager Chris Nichols explores the 100% structural assessment process with Jarrod C. Burns, MS, PE, Founder and Principal Engineer of BSC Forensics, part of Alpine Intel's suite of services. Joining them is Pre-Loss* Co-Founder and Executive Large Loss Specialist Steven Romero, CPCU, AIC, ARM, who offers insurance-industry insight into how this method helps during disputes by reducing exposure and providing easy-to-understand documentation of an entire property. Learn how a team approach, spatial modeling (SAM), and other strategies can lead to more accurate complex claim resolutions. *Note: Pre-Loss is an independent consulting firm not affiliated with Alpine Intel.Discussed in This EpisodeHow the 100% assessment process worksHow BSC's spatial modeling (SAM) provides visual scene representationsThe importance of the 100% assessment approach in disputes and resolutionThe value of reducing total exposure in a large lossBSC and insurance industry insights from an actual 100% assessmentAdditional ResourcesAlpine Intel Resource Page: https://bit.ly/446IjoIBSC Forensics: https://bit.ly/4ndwvd1Additional Large Loss Resources:Article: Tech-Supported Commercial Assessments Enhance Claims Process: https://bit.ly/3HIYQaR eBook: Tackling Large Loss Fire Claims with Subrogation Potential: https://bit.ly/3FGeP92Guide: Settling Commercial HVAC Large Loss Claims: https://bit.ly/3Ts6adn
The Functional Nurse Podcast - Nursing in Functional Medicine
In this episode of the Functional Nurse Podcast, Brigitte Sager DNP shares her insights from the annual international conference for the Institute for Functional Medicine (AIC). She discusses the themes that emerged during the conference, including the importance of connection and purpose in healthcare, the role of technology in patient care, and the significance of nutrition and group medical visits. Brigitte emphasizes the need for research to validate functional medicine practices and explores future directions for functional nursing. IFM 2026 AIC: https://www.ifm.org/aic Catalyzing and Promoting Functional Medicine Research: https://www.ifm.org/about/research
Around 1 in 2 people living in the UK will be diagnosed with cancer during their lifetime according to Cancer Research UK. That stark statistic is a reminder how the disease can impact families up and down the country, but it's not just the health of people diagnosed that can forever be changed. The finances of those who survive the disease can also be devastating too. We'll hear from a man recovering from a cancer diagnosis about how it impacted his life, and speak to a charity that is calling for better financial support for cancer survivors.As the Bank of England cuts interest rates to 4.25%, we'll discuss what the best deals are at the moment. Data shows that while some lenders are offering deals at less than 4%, you'd need a big deposit and have to pay a fee, so what is out there and who can get it?And investment platforms should be required to pass on voting rights to shareholders. That's the call from the trade body, the Association of Investment Companies. If you buy a share in a company you have the right to vote on corporate decisions. At the moment, some investment platforms pass on the right to vote, others require you to opt-in, some don't pass on the rights at all and some even charge to do it. The AIC wants that to change so that all platforms are required to pass on the rights, which would require a change in the law. In response, the Personal Investment Management and Financial Advice Association says a wholesale change to regulation to force this issue could result in significant costs to firms and an overwhelming level of paperwork for customers. Presenter: Paul Lewis Reporter: Dan Whitworth Researchers: Eimear Devlin and Jo Krasner Editor: Jess Quayle (First broadcast on Radio 4 at 12pm on Saturday 10th May 2025)
In this episode I review the process I follow for fitting a base pharmacokinetic (PK) model. I talk from the perspective of an individual PK model, but include some differences associated with population PK models. I go over exploratory data analysis, getting initial estimates, and how to choose between different base models.Links discussed in the show:AIC and BICYou can connect with me on LinkedIn and send me a message Send me a message Sign up for my newsletter Copyright Teuscher Solutions LLCAll Rights Reserved
This weeks episode:Joy Diggs IG: @digdeepfit1. How did you become a Dietitian?2. What is AIC, High blood readings3. Most common mistakes when trying to lose weight?4. What are some power foods?5. How can we lose weight without starving?6. Sugar and Alcohol?SUBSCRIBE AND ADD US ON ALL PLATFORMS@CULTURALLYDISTINCTPODCASTFacebook page:https://www.facebook.com/profile.php?id=100080353285179&mibextid=ZbWKwLApplehttps://podcasts.apple.com/us/podcast/culturally-distinct-network/id1516660814Instagram:https://instagram.com/culturallydistinct?igshid=ZDdkNTZiNTM=Spotifyhttps://open.spotify.com/show/6du7xitGWnSqbsN680uPbmIHEARTCulturally Distinct Network | iHeartYoutubehttps://youtube.com/@culturallydistinctpodcast
In this episode, we sit down with Dr. Javier Galvis, the first Latin American physician certified by the Institute for Functional Medicine (IFM), to explore the remarkable rise of functional medicine across Latin America. Dr. Galvis shares his journey from discovering the IFM Annual International Conference (AIC) in 2010 to completing his certification in 2013—and how the AIC has continued to inspire his practice. As the founder of the Functional Medicine Academy in Colombia, Dr. Galvis is at the forefront of a growing movement, with thousands of physicians across Latin America now embracing a functional approach to care. He also gives us an exciting preview of the 2025 AIC and its cutting-edge focus on the future of medicine. Tune in to learn more about: Why the AIC has been a game-changer for clinicians around the world How functional medicine is expanding rapidly across Latin America The role of the Functional Medicine Academy in training new practitioners Hot topics at the upcoming AIC, from psychedelic and peptide therapies to longevity and energy medicine How the conference bridges traditional wisdom with modern science Why this global movement is transforming the future of healthcare Don't miss this inspiring conversation! Be sure to listen, share, and help spread the word about the transformation happening in medicine today.
Jim Jones is the co-creator of the new In The Know podcast music and has been the Executive Director of the Katie School of Insurance & Financial Services at Illinois State University since 2001. The Katie School supports over 500 students majoring in Risk Management and Insurance (RMI), actuarial science, and other majors, who are interested in careers in insurance. Jones works with ISU faculty, staff, administration, and industry executives in helping to develop talent for industry and educate students at the velocity of change. He holds an MBA in International Business from Saint Louis University, a BSBA in Finance and Accounting from the University of Missouri Trulaske College of Business, and CPCU, AIC, ARM, and AIS. In this episode of In the Know, Chris Hampshire and Jim discuss microinsurance in developing countries, the next generation of talent, what Gen Z is looking for in a career, and tactics for successfully addressing the talent gap in the insurance industry. Key Takeaways Jim's current role in the insurance industry focuses on the next generation of risk management professionals. As the Director of Claims Education, Jim taught 20,000 students each year. Jim's research in creating inclusive insurance in developing countries. In The Know's new theme song was written while Jim was in Kathmandu. Expanding the reach of microinsurance to underserved populations. A portrait of today's recently graduated insurance professional. Tactics for addressing the talent gap in the insurance industry. Characteristics of companies that successfully hire recent graduates. Jim's stand-apart advice to his early career self. In the Know podcast theme music written and performed by James Jones, CPCU, and Kole Shuda of the band If-Then. To learn more about the CPCU Society, its membership and educational offerings, tools, and programs, please visit CPCUSociety.org. Follow the CPCU Society on social media: X (Twitter): @CPCUSociety Facebook: @CPCUSociety LinkedIn: @The Institutes CPCU Society Instagram: @the_cpcu_society
The UK Investor Magazine was delighted to welcome Nick Britton, Research Director at the AIC, to delve into the AIC's Dividend Heroes; those investment trusts that have increased their dividends every year for 20 years or more.Get the full list of Dividend Heroes here.We explore the underlying asset classes the AIC's dividend heroes invest in and why these asset classes are supportive of consistently growing dividends.Nick explains the structural advantages of investment trusts, which allow them to pay and even increase dividends even during periods when the underlying portfolio companies may pause or cut their dividends.We touch on a selection of Dividend Heroes and the characteristics they share, and how they differ in terms of dividend yields and dividend growth.In addition to the Dividend Heroes, the AIC track's ‘next generation' Dividend Heroes that have grown their dividend for more than 10 years but less than 20 years. We compare the underlying asset classes of the next generation Dividend Heroes and reflect on the evolution of investment trusts over the years.Find out more about Next Generation Dividend Heroes. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
VOV1 - Ban Công nghệ, chuyển đổi số và tự động hóa của Cục Thuế cho biết, từ 8h sáng nay, toàn bộ hệ thống thuế điện tử sau một thời gian tạm dừng để phục vụ nâng cấp và chuyển đổi các danh mục của cơ quan thuế đã chính thức hoạt động trở lại.- Tổng Bí thư Tô Lâm làm việc với Tiểu ban Kinh tế-Xã hội Đại hội đại biểu toàn quốc lần thứ 14 của Đảng.- Chủ tịch Quốc hội Trần Thanh Mẫn chủ trì cuộc họp cho ý kiến về một số nội dung về bầu cử Đại biểu Quốc hội khoá 16, HĐND các cấp nhiệm kỳ 2026 – 2031 và tiến độ sửa đổi Hiến pháp.- Hệ thống thuế điện tử hoạt động trở lại từ 8h sáng nay, sau thời gian tạm dừng để nâng cấp và chuyển đổi các danh mục.- TAND TP Hà Nội mở phiên tòa hình sự sơ thẩm xét xử vụ án xảy ra tại Trung tâm Ứng cứu khẩn cấp máy tính Việt Nam, thuộc Bộ Thông tin và Truyền thông (trước đây), Công ty AIC và một số đơn vị liên quan.- Leo thang căng thẳng mới tại Yemen khi Mỹ tuyên bố sẽ tiếp tục tấn công Houthi đến khi nhóm vũ trang này chấm dứt các hành động quân sự nhằm vào tài sản của Mỹ và hoạt động vận tải biển toàn cầu.- Cuba khôi phục 50% dịch vụ điện năng cho người dân, sau hơn 30 giờ xảy ra sự cố sập hệ thống điện quốc gia.
Hosts Jim Connelly (@jimmyconnelly), Derek Schooley (@derekschooley), and Ed Trefzger (@EdTrefzger) review games of the weekend and news of the week.In this episode, key games and outcomes in the Big Ten, Atlantic Hockey, CCHA, ECAC, Hockey East, and NCHC are examined, with special attention given to underdog victories and their implications for the upcoming semifinals and NCAA tournament. The hosts also delve into the complexities of the Pairwise rankings and what teams need to do to secure their spots. Special mentions include Jeff Jackson's 600th win and, sadly, the conclusion of AIC's program.This episode is sponsored by the NCAA Men's Division I Frozen Four, April 10 and 12 in St. Louis. Get your tickets now at ncaa.com/frozenfourTimes are approximate:00:15 Introduction and sponsorship00:42 Big Ten upsets and highlights04:06 Big Ten semifinals preview06:28 Atlantic Hockey playoff drama12:47 CCHA playoff recap and upcoming games16:06 ECAC playoff overview18:31 Hockey East playoff scenarios21:17 NCHC playoff matchups and predictions25:46 Pairwise bubble analysis38:37 Closing remarks and notables
This week a continuation of our series called “In The Shadow Of…”, where we compare obscure bands to a mainstream act. This is not about copycats, but more about artists with similar vibes, sharing a sonic landscape, or whose songwriting and playing styles are sympatico. This is another band that is near and dear to both of you humble hosts. A band whose unique harmonies and awesome riffs inspired both hosts to pick up guitars and start singing; the amazing Seattle grunge gods ALICE IN CHAINS! Join us as we discover other bands influenced and inspired by AIC's revolutionary game-changing music.What's this InObscuria thing? We're a podcast that exhumes obscure Rock n' Punk n' Metal and puts them in one of 3 categories: the Lost, the Forgotten, or the Should Have Beens. This is not a statement about bands trying to copy one another, but more that they have a shared sound and vision. It's been said that there is no originality left in rock n' roll and it has also been stated that imitation is the sincerest form of flattery. As always, we hope we turn you onto something new!Songs this week include:Cicadastone – “Dime A Dozen” from Cold Chamber (2021)A Pale Horse Named Death – “Heroin Train” from And Hell Will Follow Me (2011)Drain STH – “Serve The Shame (acoustic)” from Horror Wrestling (1998)EMBASSYROWE – “Volition” from Dreamliar (2024)Failure – “Let It Drip” from Magnified (1994)Seventh Void – “Shadow On Me” from Heaven Is Gone (2009)My Sister's Machine – “Wasting Time” from Diva (1992)Please subscribe everywhere that you listen to podcasts!Visit us: https://inobscuria.com/https://www.facebook.com/InObscuriahttps://x.com/inobscuriahttps://www.instagram.com/inobscuria/Buy cool stuff with our logo on it!: https://www.redbubble.com/people/inobscuria/og-shopCheck out Robert's amazing fire sculptures and metal workings here: http://flamewerx.com/If you'd like to check out Kevin's band THE SWEAR, take a listen on all streaming services or pick up a digital copy of their latest release here: https://theswear.bandcamp.com/If you want to hear Robert and Kevin's band from the late 90s – early 00s BIG JACK PNEUMATIC, check it out here: https://bigjackpnuematic.bandcamp.com/
Marisol Schulte, CPCU, AIC, is a Senior Consultant of Personal Lines Strategic Planning and Insurance at TransUnion. Marisol supports in developing and executing TransUnion's product strategy for the personal lines property and casualty markets. She has over 18 years of property and casualty insurance experience, beginning in claims, with additional positions in R&D and Product Management for State Farm, CSAA, and Farmers. Schulte attained her CPCU in 2017 and graduated cum laude from California State Polytechnic University, Pomona with a bachelor's and master's degree in Mathematics. In this episode of In the Know, Chris Hampshire and Marisol examine the current conditions in Southern California in the wake of the January 2025 wildfires and discuss her journey in the insurance industry. Key Takeaways Marisol's humble upbringing underscored the importance of education. From claim rep to actuarial work to the vendor side, Marisol has found there is always something new to learn in the insurance industry. You don't need to have a family member in the industry to succeed in your insurance career. The importance of networking in a successful career. The impact of the Southern California wildfires on insurance ratings and carrier approvals. Increasing insurance premiums are creating unique challenges for vendors. Long-term solutions for insurance in California. The pros and cons of moving from claims to strategy. CPCU courses provide insights into every aspect of the insurance industry. Marisol's decision to move from the carrier to the vendor side. Insurtech aims to address the unicorns of the technology industry. Marisol's decision to earn her CPCU designation stemmed from the example of her mentors. Insights into what's coming next in the insurance industry, the market, and the economy as a whole. A five-year look at the future role of insurance in the constantly changing environment. Strategies for fostering a more welcoming insurance industry. Marisol's bold advice to her early career self. Quotes “If you are willing to network, there will be someone willing to help.” “Beyond just insurance, there has to be something more that someone comes up with that helps with the new climate that we're in.” “Going through the CPCU courses allowed me to see what else is out there.” “In CPCU courses, I was having deeper and more meaningful conversations with different folks within the insurance industry.” “Everything is changing, and we have to keep abreast on how we can provide solutions in this changing environment.”
Hosts Jim Connelly (@jimmyconnelly), Derek Schooley (@derekschooley), and Ed Trefzger (@EdTrefzger) review games of the weekend and news of the week.Derek speaks about fans at RIT ranking him last among USCHO podcast hosts and the recent U.S. Hockey Hall of Fame dinner in Pittsburgh. The hosts analyze recent game results, with a focus on Michigan State, Wisconsin, Denver, and Minnesota. They commend Minnesota for likely becoming the new No. 1 team and delve into the Big Ten and Hockey East standings. The episode also includes a review of an unexpected game cancellation for AIC due to goalie injuries and the ongoing debate over appropriate roster sizes in college hockey. Finally, they play a segment of "Buy or Sell" regarding conference strengths and NCAA tournament predictions.Times are approximate.00:15 Introduction and Hosts' Banter03:15 Weekend game highlights05:07 Wisconsin's performance07:30 Denver and Western Michigan recap10:13 Minnesota's dominance15:34 Providence and Colorado College19:51 Other key games28:46 Roster sizes and discussion of AIC's possible forfeit39:47 Buy or Sell (or Hold?)47:03 Conclusion and Sign-off
In Lexicat part 1, we met the author Mary Robinette Kowal and her cat Elsie, and learned about how they communicate via a set of buttons programmed with words. In part 2, two talking dogs, Bastian and Parker - and their humans, Joelle Andres and Sascha Crasnow - join us too, and explain how they discovered some very unexpected things about what their animal companions are thinking and feeling thanks to the buttons, and how they changed the ways they communicate with other humans too. Find out more about the episode and read the transcript at theallusionist.org/lexicat2. Content note: this episode contains mentions of Parkinson's disease, dementia, and death - human and animal death. But no descriptions of death. To help fund this independent podcast, take yourself to theallusionist.org/donate and become a member of the Allusioverse. You get regular livestreams with me reading from my ever-expanding collection of dictionaries, inside scoops into the making of this show, and watchalong parties - coming up, we've got Carol, Die Hard and Cold Comfort Farm. And best of all, you get to bask in the company of your fellow Allusionauts in our delightful Discord community. And go to theallusionist.org/events for information about the upcoming livestreams where I read A Christmas Carol, and the Allusionist's big 10th birthday live show. This episode was produced by me, Helen Zaltzman, with music and production assistance from Martin Austwick of palebirdmusic.com. Find @allusionistshow on Instagram, Facebook, YouTube, Threads, Bluesky, TikTok, etc. Our ad partner is Multitude. If you want me to talk about your product or thing on the show, sponsor an episode: contact Multitude at multitude.productions/ads. This episode is sponsored by: • Squarespace, your one-stop shop for building and running your online bailiwick. Go to squarespace.com/allusionist for a free 2-week trial, and get 10 percent off your first purchase of a website or domain with the code allusionist.• Constant Wonder, the podcast that opens our eyes and ears to the nature around us and its, yes, constant wonders. Listen to Constant Wonder in your usual podcast-listening places.• Quince, luxurious clothing and homewares at prices 50-80% lower than comparable brands. Go to Quince.com/allusionist for free shipping on your order and 365-day returns.• Home Chef, meal kits that fit your needs. For a limited time, Home Chef is offering Allusionist listeners eighteen free meals, plus free shipping on your first box, and free dessert for life, at HomeChef.com/allusionist.Support the show: http://patreon.com/allusionistSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Elsie the cat has a set of 120 buttons programmed with words. She uses them to lie, swear, apologise, express grief and frustration and love to her human, the author Mary Robinette Kowal, who talks about what's involved in learning to communicate via language buttons with companion animals. And animal behaviour expert Zazie Todd explains how animals might be interacting with human language. This is the first half of a two-parter: in the next episode, some talking dogs - and their humans - come to visit, and we hear about the kinds of things you find out about what your animal friend is really thinking, and how it changes the ways you communicate with other humans too. Find out more about the episode and read the transcript at theallusionist.org/lexicat1. Content note: this episode contains a few category B swears. To help fund this independent podcast, take yourself to theallusionist.org/donate and become a member of the Allusioverse. You get regular livestreams with me reading from my ever-expanding collection of dictionaries, inside scoops into the making of this show, and watchalong parties - coming up, we've got A Room With A View, Carol, Cold Comfort Farm and Hot Frosty. And best of all, you get to bask in the company of your fellow Allusionauts in our delightful Discord community. This episode was produced by me, Helen Zaltzman, with music and editorial assistance from Martin Austwick of palebirdmusic.com. Find @allusionistshow on Instagram, Facebook, YouTube, Threads, Bluesky, TikTok, etc. Our ad partner is Multitude. If you want me to talk about your product or thing on the show, sponsor an episode: contact Multitude at multitude.productions/ads. This episode is sponsored by:• CATAN - Dawn of Humankind, the game that lets you experience the rise of early human societies. Buy it at Catanshop.com and use the coupon code ALLUSIONIST to get a 10% discount.• Audio Maverick, a new 9-part documentary podcast from CUNY TV about radio maven Himan Brown. Hear about the dawn of radio and Brown's remarkable career, via archive footage and new interviews with audio mavericks, by subscribing to Audio Maverick in your podcast app.• Home Chef, meal kits that fit your needs. For a limited time, Home Chef is offering Allusionist listeners eighteen free meals, plus free shipping on your first box, and free dessert for life, at HomeChef.com/allusionist.• Squarespace, your one-stop shop for building and running your online bailiwick. Go to squarespace.com/allusionist for a free 2-week trial, and get 10 percent off your first purchase of a website or domain with the code allusionist.Support the show: http://patreon.com/allusionistSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Jak umělá inteligence ovlivní trh práce a jak se mohou jednotlivci i společnosti na tyto změny adaptovat? Jaké dovednosti budou v éře AI klíčové a jak by se měly změnit vzdělávací systémy? A jak zajistit, aby vývoj umělé inteligence probíhal v souladu s etickými normami a lidskými hodnotami? Hostem jubilejního 200. dílu podcastu DEEP TALKS byl profesor Michal Pěchouček, přední český odborník na umělou inteligenci. Působí jako ředitel Centra umělé inteligence (AIC) na Fakultě elektrotechnické ČVUT. Publikoval více než 400 impaktovaných publikací, které přispěly k výzkumu umělé inteligence, a jako hostující profesor působil na mnoha zahraničních univerzitách. Podílel se také na založení několika technologických startupů, například společnosti Cognitive Security, kterou v roce 2013 koupila firma Cisco, a v letech 2019 až 2024 zastával pozici technického ředitele ve společnosti Gen (dříve Avast).
These are busy days in men's college hockey and Brad Schlossman (Grand Forks Herald) and Jayson Hajdu (College Hockey Inc.) are back to break it all down. First, they discuss Schloss' latest article taking a look at an NCAA rule unique to college hockey that may or may not under consideration for change. Then they unpack all the happenings on the ice, including a spate of injuries nationwide, Alaska's successful run through a gauntlet of a road trip, some expected goals data that may surprise you, Robert Morris' strong start, a challenging portion of Michigan Tech's schedule, Dartmouth getting by without its top returning scorer, a compelling UMass-Lowell vs. Vermont matchup, a pair of NCHC juggernauts in the state of Colorado, plus tons more! Rundown (time stamps approximate due to editing): 1:05 – College hockey's deferred enrollment rule 8:15 – AIC's final year of NCAA Division I hockey 11:00 – Schlossman's thoughts on Minnesota Duluth 12:45 – Early-season injuries across the country 17:10 – Independents 19:55 – Atlantic Hockey 23:50 – Big 10 28:20 – CCHA 31:40 – ECAC Hockey 34:20 – Hockey East 39:15 – NCHC Grand Forks Herald article on deferred enrollment: https://bit.ly/3YPMFOk Follow Brad Schlossman on X (@SchlossmanGF) and Bluesky (@schlossmangf.bsky.social) Follow the Grand Forks Herald on X (@GFHerald) Follow Jayson Hajdu on Bluesky (@jaysonhajdu.bsky.social) Follow College Hockey Inc. on X (@collegehockey), Bluesky (@collegehockey), Threads (@collegehockeyinc) and Instagram (@collegehockeyinc) Email the show at info@collegehockeyinc.com!
The Gophers get two 3-2 weekend wins in Madtown to extend their winning streak to 8 games! Jimmy Snuggerud was big on the weekend earning the BigTen 1st Star of the week! But not all the news was good. We talk about the loss of Påhlsson until what sounds like January. Falloon & Thomas still out for a bit as well. AIC is dropping from D1 to D2 hockey. So a lot is going on for this episode.
November is National Diabetes Awareness Month, and many peri- and postmenopausal women have questions. Like why is my fasting blood glucose and/or AIC going up? What role do hormones, diet, exercise, and lifestyle play? What does it mean (and not mean) for my current and future health? So, this week we sat down with midlife health and nutrition specialist Val Schonberg to explore “prediabetes” (which, spoiler alert, is not recognized as a diagnostic category by the World Health Organization) and how we should think about it as active midlife women.Val Schonberg RDN, CSSD, is a Registered and Licensed Dietitian with a master's degree in nutrition science from the University of Minnesota. She is Board Certified as a Specialist in Sports Dietetics, a Certified Menopause Practitioner with The Menopause Society, and a Fellow of the Academy of Nutrition and Dietetics. Val owns a private practice in Atlanta, Georgia where she specializes in midlife health and menopause, recreational and professional sports nutrition, all types of eating disorders and helping individuals break free from dieting and disordered eating. She is the consulting dietitian for Emory Sports Medicine, Orthopedics, Atlanta Ballet, and the Atlanta Dream Women's NBA team. Val is passionate about providing nutrition care to populations vulnerable to disordered eating and promoting positive nutrition messages that help people make informed decisions about their health and live a life where they are at peace in their relationship with food and their body. You can learn more about her at valschonberg.com.ResourcesThe Problem with the PRE in Prediabetes for Women in Midlife and BeyondSubscribe to the Feisty 40+ newsletter: https://feistymedia.ac-page.com/feisty-40-sign-up-page Feisty Menopause Performance Retreat: Join us from November 21st-23rd, 2024 https://www.feistymenopause.com/retreat Follow Us on Instagram:Feisty Menopause: @feistymenopause Hit Play Not Pause Facebook Group: https://www.facebook.com/groups/807943973376099 Join Level Up:https://www.feistymenopause.com/monthly-membership-1 Support our Partners:Lagoon Sleep: Go to LagoonSleep.com/hitplay and use the code HITPLAY to get $25 off any pillow between now and December 2, 2024. Midi Health: You Deserve to Feel Great. Book your virtual visit today at https://www.joinmidi.com/ Nutrisense: Go to nutrisense.io/hitplay and book a call with a Registered Dietitian Previnex: Get 15% off your first order with code HITPLAY at https://www.previnex.com/ This podcast uses the following third-party services for analysis: Podscribe - https://podscribe.com/privacyPodcorn - https://podcorn.com/privacySpotify Ad Analytics - https://www.spotify.com/us/legal/ad-analytics-privacy-policy/
A 4-3 win at AIC sets up UMass hockey for a weekend on the road Vermont. Assistant coach Tommy Upton joins the program this week See Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
Send us a textThis is the first episode of a four-part series in which the In the Crease boys delve into the 2024 coaching changes across D2 Men's Lacrosse. In this first episode, we start up North. We were honored to be able to talk with Coach Boardeau at St Anselm, Coach Nehlig at AIC, and Coach Spallone at St Thomas Aquinas. Check out their teams at:St A's: Twitter- @STAHawksMLAX Instagram - @stahawksmlaxAIC: Twitter -@aic_mens_lax Instagram - @aic_mlaxSTAC: Twitter - @staclacrosse Instagram - @stac_mlaxIf you like what we are doing, subscribe on your favorite podcast platform and help us spread the word of the great things happening in D2 Men's Lacrosse!Follow us at: Instagram: @in_the_crease_d2_lax Facebook: In the Crease with Danny and Kevin Twitter: @D2_Lax_podcast
AIC 12—The Last Things --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 10.1—Top 5 Luther Quotes on Baptism --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 10.3—Top 3 Lutheran Hymns on Baptism --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 11—The Lord's Supper --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 10—Baptism (part 3) --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 9.1—“What's the Difference Between Jesus' and John's Baptism?” --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 9.2—“Why was Jesus Baptized?” --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 9.3—“Why wasn't Jesus Baptized as an infant?” --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
AIC 9.5—“What Happens to Those Who Die Before Baptism?” --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/christforyou/support
Episode No. 664 features curator Sarah Kelly Oehler and artist Rebecca Manson. With Annelise K. Madsen, Oehler is the co-curator of "Georgia O'Keeffe: “My New Yorks." The exhibition spotlights O'Keeffe's paintings of New York City, surrounding them with pictures she made of Lake George and the Southwest. It's at the Art Institute of Chicago through September 22, when it will travel to the High Museum of Art in Atlanta. The exhibition catalogue was published by the AIC. Amazon and Bookshop offer it for $40-46. The Modern Art Museum of Fort Worth is showing "Rebecca Manson: Barbecue," an immersive installation made from ceramic. Manson's work has been shown in group shows at institutions such as Ballroom Marfa in Texas, and the Center for Craft, Asheville, NC, and at Tribeca Park in New York. "Manson" was curated by Clare Milliken and will be on view through August 25. Instagram: Sarah Kelly Oehler, Rebecca Manson, Tyler Green.
On episode 133 of Ask The Compound, Ben Carlson and Duncan Hill are joined by RWM Advisors Cameron Rufus, CFP, and Dan LaRosa, QPFC, AIC to discuss 20-year expected returns, tips for renewing insurance, starting a defined benefit plan, pros and cons of alternative investments, and much more! Submit your Ask The Compound questions to askthecompoundshow@gmail.com! Thanks to Rocket Money for sponsoring this episode! Visit: http://rocketmoney.com/atc and cancel your unwanted subscriptions today! The Compound x Tropical Bros: https://tropicalbros.com/products/super-stretch-the-compound-hawaiian-shirt Subscribe to The Compound Newsletter for all the latest Compound content, live event announcements, find out who the next TCAF guest is, get updates on the latest merch drops, and more! https://www.thecompoundnews.com/subscribe
In this bonus Q&A with Ryan, he shares:His proudest moment and biggest failure in his career so farA trend that he is following in Talent Development right nowThe biggest challenge he sees in Talent Development todayBooks that have made a big impact on his lifeOne piece of career advice he has for youRyan began his career with Amica in 2009 as an Associate Claims Adjuster and spent his first five years in Hartford, CT. Ryan also worked as a Sr. Claims Adjuster and as a Claims Supervisor in this location. In 2015, Ryan joined the Training and Development team as a Training Supervisor before transferring to the Claims Executive Department (CED) where he spent two years working on the Claims Compliance team. In 2018, Ryan was promoted to Associate Claims Examiner in the Claims Executive Dept. Ryan is currently the Director of Talent Development in Human Resources at Amica Mutual Insurance Co.Ryan holds several certifications including, AIC, AINS, AIM, AIC-M, API, and SHRM-CP. Outside of work, Ryan is a passionate fan and participant of CrossFit, and enjoys spending time with his wife, Crystal and dog, Bruno.Connect with Andy Storch:WebsiteLinkedInJoin us in the Talent Development Think Tank Community!Join us at the Talent Development Think Tank ConferenceConnect with Ryan Caldarone:LinkedIn
In this episode, we delve deep into the intricacies of Amica's dynamic leadership development program, exploring how it's designed to cultivate a diverse and inclusive group of future leaders. Ryan shares his journey from an associate claims adjuster to spearheading talent development, emphasizing the critical balance between task-oriented leadership and the need for reflection and brainstorming.We'll discuss:How Amica's training calendar is constantly evolving, especially during National Career Development MonthThe unique pathways developed for leading self, projects, and others.How the program's success is rooted in effective communication, community engagement, and meticulous competency mapping.The expanding career mentoring program and the challenges of balancing development with day-to-day responsibilities.Join us as we unpack the elements that make Amica's leadership development program a model of internal talent cultivation and hear Ryan's insights on creating a culture of continuous learning.Ryan began his career with Amica in 2009 as an Associate Claims Adjuster and spent his first five years in Hartford, CT. Ryan also worked as a Sr. Claims Adjuster and as a Claims Supervisor in this location. In 2015, Ryan joined the Training and Development team as a Training Supervisor before transferring to the Claims Executive Department (CED) where he spent two years working on the Claims Compliance team. In 2018, Ryan was promoted to Associate Claims Examiner in the Claims Executive Dept. Ryan is currently the Director of Talent Development in Human Resources at Amica Mutual Insurance Co.Ryan holds several certifications including, AIC, AINS, AIM, AIC-M, API, and SHRM-CP. Outside of work, Ryan is a passionate fan and participant of CrossFit, and enjoys spending time with his wife, Crystal and dog, Bruno.Connect with Andy Storch:WebsiteLinkedInJoin us in the Talent Development Think Tank Community!Join us at the Talent Development Think Tank ConferenceConnect with Ryan Caldarone:LinkedIn