Podcasts about eeeee

  • 68PODCASTS
  • 72EPISODES
  • 49mAVG DURATION
  • 1MONTHLY NEW EPISODE
  • Dec 3, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about eeeee

Latest podcast episodes about eeeee

Pergunta Simples
O que nos torna humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 54:43


O Corpo, o Erro e a Imaginação: Uma Conversa Aberta Sobre o Que Nos Torna Humanos Há conversas que não vivem apenas na superfície; conversas que abrem espaço para respirar, repensar e reorganizar o que levamos por dentro. A conversa de Jorge Correia com um dos atores mais intensos e inquietos da ficção portuguesa é uma dessas. Ao longo de quase uma hora, falámos de corpo, erro, infância, imaginação, afeto, tecnologia, masculinidade e do que significa estar vivo com alguma atenção. O episódio gira em torno de uma ideia simples, mas transformadora: a vida é uma negociação permanente entre o que sentimos e o que conseguimos colocar no mundo. E é isso que o convidado pratica — no teatro, no cinema, e na forma como se relaciona com os outros. Essa reflexão nos leva a perguntar: O que nos torna ainda humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo O corpo como primeiro lugar de comunicação Uma das ideias que atravessa toda a conversa é o papel do corpo — não como acessório do trabalho, mas como a sua raiz. É através da respiração, do gesto, da postura e do ritmo que se organiza a verdade de uma cena. Antes da palavra, antes da técnica, antes da intenção, está o corpo. O que nos torna ainda humanos num mundo de máquinas? Albano Jerónimo Fala-se disso com uma clareza rara: o corpo não mente, não adorna, não otimiza. O corpo não tem discurso — tem presença. E na era da comunicação acelerada, onde tudo é mediado por filtros, algoritmos e versões de nós mesmos, esta é uma ideia que nos devolve ao essencial. Comunicar não é impressionar; é estar presente. O erro como método e como espaço seguro A segunda grande linha desta conversa é o erro — não como desgraça, mas como ferramenta. E aqui há um ponto forte: ao contrário da ideia dominante de que falhar é perigoso ou condenável, o convidado assume o erro como ponto de partida. É no erro que se descobrem novas possibilidades, que se afinam gestos, que se encontra o tom certo. O erro é uma espécie de laboratório emocional. E esta visão não se aplica só à arte. É também um modelo de liderança. No teatro e nas equipas, defende que o ensaio deve ser um lugar onde se pode falhar sem medo — porque a criatividade só existe quando não estamos a proteger-nos o tempo todo. Criar espaço para o erro é criar espaço para a coragem. Infância pobre, imaginação rica A conversa revisita ainda as origens do convidado — um contexto de escassez que se transformou numa máquina de imaginação. Um tapete laranja, bonecos de bolo de anos, uma casa pequena que exigia inventar mundos alternativos. “Há quem estude para aprender a imaginar. Há quem imagine para sobreviver.” Esta frase resume bem o impacto da infância na sua forma de estar. A imaginação não é um escape — é uma estrutura vital. E quando mais tarde se interpretam personagens duras, frágeis ou moralmente difíceis, não se parte de conceitos abstratos; parte-se dessa memória de observar o mundo com atenção e curiosidade. Entrar num personagem é entrar num corpo que podia ter sido o nosso. A relação com a tecnologia e o palco: carne.exe e o confronto com a Inteligência Artificial Uma das partes mais inesperadas e ricas da conversa é a reflexão sobre a peça carne.exe, em que o convidado contracena com um agente de inteligência artificial criado especificamente para o espetáculo. Uma “presença” que responde, improvisa e interage — mas que não sente, não cheira, não erra. A conversa revela uma inquietação legítima: o que acontece ao humano quando se retira o corpo da equação? Quando a imaginação é substituída pela otimização? Quando a falha desaparece? Há uma frase que se tornou icónica: “Uma máquina pode descrever um cheiro… mas não o sente.” É aqui que a arte se torna também crítica do seu tempo: o perigo não está na tecnologia em si, mas na possibilidade de nos esquecermos do que nos diferencia dela. Masculinidade, vulnerabilidade e o lado feminino O episódio toca ainda num tema essencial: as masculinidades contemporâneas. Fala-se de dúvidas, fragilidades, contradições — de como fomos educados para esconder sentimentos e de como isso nos limita. E há uma admissão honesta e importante: a presença de um lado feminino forte — não no sentido identitário, mas sensorial. Esse lado que observa, que cuida, que escuta, que sente. É talvez a parte mais desarmante da conversa: a vulnerabilidade não diminui; amplia. A sensibilidade não fragiliza; afina. A mãe, a sobrevivência e aquilo que nos organiza por dentro Um dos momentos mais humanos surge quando se fala da mãe — do que ela ensinou, do que ficou, do que ainda ressoa. A conversa entra aqui num registo íntimo, afetivo, não sentimentalista, mas cheio de verdade. É um lembrete de que, por muito que avancemos na vida, há sempre uma pergunta que nos organiza: como é que sobrevivi até aqui e quem me segurou? Cuidar dos outros: uma ética para a vida e para o palco A conversa termina com uma ideia simples e luminosa: cuidar é uma forma de estar no mundo. Cuidar do colega, da equipa, do público, de quem está ao nosso lado. Não é um gesto heroico; é uma prática diária. E é a base de qualquer comunicação que queira ser mais do que um conjunto de palavras. Albano Jerónimo está em cena entre 12 e 14 de dezembro, no CAM – Gulbenkian, com o espetáculo carne.exe, de Carincur e João Pedro Fonseca, onde contracena com AROA, um agente de inteligência artificial desenvolvido especificamente para a peça. O projeto explora as fronteiras entre corpo, tecnologia, imaginação e presença — um prolongamento direto dos temas que atravessam esta conversa. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Por vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre a comunicação hoje com o ator e encenador albane Jerónimo, alguém que procura o erro para se fertilizar, que acha que tudo começa no corpo, numa respiração, no momento. 0:29 Albano Jerónimo, que fala neste programa, não é só o ator, é uma pessoa que aparece ora com uma simplicidade radical, ora com uma complexidade e a profundidade que nos obriga a seguir atrás. 0:51 Hoje vamos falar do corpo, da imaginação, do erro, do cuidado, do afeto e dessa coisa difícil que é ser pessoa. Porque, sejamos honestos, há dias em que não sabemos comunicar, não sabemos ouvir, não sabemos lidar, connosco e mesmo assim continuamos a tentar. 1:06 É isso que nos salva, é isso que nos torna humanos. O convidado de hoje viu exatamente nesse território onde as palavras às vezes não chegam para ele. Tudo começa numa frase, num gesto, num olhar, numa respiração, na forma como se ocupa um espaço, como se sente o chão. 1:22 Há quem passe anos a tentar treinar a dicção, mas ele comunica da maneira como está e isso, muitas vezes explica mais do que qualquer discurso. Ao longo desta conversa, percebe que o trabalho dele não é só interpretar personagens, é observar o mundo como quem escuta. 1:37 É absorver o que acontece à volta e devolver sem couraça, sem esconder o que é frágil. E no meio disto tudo, há ali sempre um cuidado discreto, uma preocupação em não ferir, em não atropelar, em não roubar espaço ao outro. Ele fala muito de afeto, não como romantismo, mas como ética, e percebe se que para ele comunicar é isso, é cuidar. 1:58 E depois há o erro, o tema que atravessa toda a conversa. Há quem fuja dele e ele corre na direção contrária. Ele procura o erro. Não porque queira provocar, mas porque percebeu que é no erro que acontece qualquer coisa. O erro obriga nos a parar, a ajustar, a aprender outra vez. 2:15 É o momento em que a máscara cai e vemos quem somos e, no fundo, é o lugar onde ficamos mais próximos uns dos outros. Ele diz isso como a simplicidade desarmante, falhar não é cair. Falhar é encontrar. Quer sempre experimentar coisas diferentes. Agora, por exemplo, está a criar uma peça a carne ponto EXEA, peça onde contracena com uma inteligência artificial criada só para estar em palco com ele. 2:40 E aqui abre se uma porta grande, o que é a presença, o que é a relação, o que é que um corpo humano consegue fazer? Ele disse uma frase que me ficou na cabeça, uma máquina pode escrever e bem, um cheiro, mas não o consegue sentir. E percebemos que este confronto com a inteligência artificial. 2:55 Não é só teatro, é uma reflexão sobre o mundo que estamos a construir, onde tudo é rápido, mas muito pouco sentido. Falamos também de masculinidade, não a do peito feito, mas a das dúvidas e contradições. E aqui acontece uma coisa bonita. E ela admite, sem qualquer agitação, que tem um lado feminino muito forte, que contracena quase a tal masculinidade e que a sensibilidade feminina e masculina é uma ferramenta. 3:18 Ainda é uma ameaça. No fim, falamos deste tempo em que vivemos, da pressa da polarização. Do cansaço e de empatia. E eu aprendi 3 coisas principais. A primeira é que comunicar começa no corpo, antes da palavra. Há sempre uma respiração que diz tudo. Um gesto aparece no corpo antes de aparecer dentro da nossa cabeça. 3:37 A segunda? É que o erro não É o Fim, é o princípio, é o lugar onde crescemos e onde nos encontramos com os outros também da comunicação. E a terceira é que a sensibilidade não é um luxo, é uma forma de sobreviver, sim, mas muitas vezes é a única forma de percebermos quem temos à frente. 3:54 Se esta conversa o fizer, aprendar um pouco ou simplesmente respirar fundo já valeu a pena. Viva Albano Jerónimo. Apresentar te é sempre um desafio ou fácil ator? Canhoto, estamos aqui 2 canhotos, portanto já estamos aqui. 4:13 Como é que tu te apresentas? Quando, quando, quando quando aparece alguém que não te que não te conhece, EE tu chegas lá e dizes. Eu, eu sou o Albano. Normalmente nós definimos sempre pela pela profissão, habitualmente não é? Não sei com não sei se é da idade, mas digo o meu nome, Albano. 4:29 Digo que sou pai, sou irmão, sou amigo e que calha ser também ator e às vezes encenador. E às vezes encenador, já gostas mais de ser ator ou encenador, imagino que. São zonas diferentes, zonas de comunicação diferentes. 4:47 Ser ator tenho o privilégio de ser ator e consigo estar por dentro, de certa forma, do processo, junto dos corpos dos atores ou de quem eu convidar para fazer um determinado trabalho e teres uma perspetiva de todo que é construíres um objeto artístico. 5:03 Que é outra perspetiva. Isso enquanto encenador, enquanto encenador, o trabalho do encenador é muito o estimular que os atores façam uma determinada coisa. Como é que funciona o processo mesmo porcas e parafusos, como eu costumo dizer. É, é. É um pouco no sentido em que, no fundo, eu tenho que gerir escutas e sensibilidades em torno de uma determinada zona de ação, ou um momento específico, ou um texto. 5:28 E então, para mim, passa muito por uma gestão quase pessoal. E emocional e obviamente, muito técnica também, muitas vezes. Como a técnica quer dizer o quê diz isto desta maneira dá mais ênfase que eu ou não é preciso, porque tu quer dizer, quando trabalhas com profissionais, eu lembro me sempre mal comparado com com os treinadores de futebol. 5:47 Estava sempre a pensar no Mourinho, por exemplo, que é não se ensina nada um jogador de futebol profissional de topo. Suspeito que no caso de 1/01/1 ator profissional de topo, também há muito pouca coisa que se possa ensinar em termos técnicos ou não. De certa forma, acho que podemos sempre aprender qualquer coisa uns com os outros. 6:05 Mas é um bocado a imagem do pastor. O pastor não muda AA ovelha, por mais que se esforce, e nessa uma teimosa sim, também se apanha. Mas no fundo, aquilo que eu tenho, a minha função central como encenador, é, é, é escolher o pasto onde as ovelhas podem comer. 6:23 E nessa lógica também me permite ter um afastamento e divertir me. Ter uma perspetiva, uma posição de tal forma afastada que me permite olhar e divertir me com esse processo todo. És uma espécie de primeiro espectador. Sim, e sou. 6:39 Tento sempre criar uma zona confortável, uma zona de segurança, uma zona segura de trabalho, onde nós estamos aqui é uma espécie de comunhão em torno de uma coisa concreta. E então isso é uma zona segura. É um safe SPACE, como se costuma dizer, o. Que é que é o que é que é o espaço seguro? Ou ou podemos, ou, pelo contrário, o que é que é um espaço inseguro? 6:57 É um espaço onde tu podes um inseguro. É um espaço onde tu existes com limitações, pelo menos aquilo que eu pretendo no teatro nacional 21, que é a estrutura profissional que eu tenho e não só eu. A Claudia lucaschew e o Francisco Leon tentamos sempre desenvolver zonas de Liberdade, zonas onde tu podes existir, contudo, em pleno, ou seja, com erros, porque é isso que nos interessa. 7:18 No fundo, é quase trazer à superfície. Essas falhas, porque é isso que nos torna de facto mais interessantes. E depois o erro é para aperfeiçoar e para apagar ou para assumir? Não sei como é que eu. Acho um bocadinho disso tudo, mas tendencialmente é para assumir, porque o erro. Eu costumo costumo dizer que o erro é o nosso melhor amigo de facto, porque é o momento onde tu deixas de pensar e te conectas com o momento. 7:40 Não há cá, digamos, preconceitos de qualquer coisa, ideias feitas à partida. Há um erro, há uma falha. Paras a narrativa, a tua própria. E então estás em conexão total com o momento e, de certa forma, na falha. 7:55 Existe uma proximidade com o espectador, com esta coisa de estarmos vivos. A falha tira te essas defesas, dá te corpo. A vulnerabilidade, sem dúvida, então, mas para um ator como tu, com, com, com a capacidade, com o talento e com os anos que tens de profissão, esta ideia de de de falhar não é uma coisa que te perturba. 8:15 Não é mesmo o oposto, eu quero falhar. Eu tento sempre muito, falhar muito, porque é aí que eu me sinto numa espécie de de vertigem qualquer, neste Salto de fé que é um bocado. Aquilo que nós fazemos também é uma vertigem qualquer próxima do corpo. 8:33 EE fazer coisas que eu desconheço, no fundo é pôr me a jeito numa escuta ativa, para aquilo que eu não sei. E fazes isso de uma forma deliberada. Sim, faço como trabalhando imenso, sei lá, no caso específico de um filme, decorar, quando digo decorar é mesmo decorar total a totalidade do guião, as minhas dessas, as tuas deixas para depois em plateau, eu poder destruir tudo e não pensar no texto. 9:03 O texto é o corpo. Portanto, é é mais ou menos como quando nós estamos a conduzir um carro pela primeira vez, em que temos que pensar nas mudanças e nos pedais e fins. O que tu estás a dizer é que tu absorves o texto, o teu e da das outras, da da, da, dos outros atores com quem tu estás a contracenar, para depois ter a Liberdade de dançar sobre sobre esse texto. 9:21 Precisamente. E aí vem o erro. E o erro é o momento de descoberta as pessoas, não sei porque há uma tendência de associar o erro. Não é o erro, é uma coisa má. Na vida, no dia a dia, digo, obviamente há casos e casos, não é? 9:38 Mas o erro é sem dúvida nenhuma a coisa mais interessante, então, nomeadamente nos tempos que hoje correm com tecnologias onde com instagrams, onde temos uma espécie de best of das nossas pessoas e tudo é perfeito. Tudo é bonito, o ângulo perfeito, a luz perfeita. 9:55 O erro é urgente. É trazer me quase um elogio do erro ou o elogio da falha acho que é mesmo necessário. Há uma plasticidade falsa nesse nesse mundo perfeito. Com certeza, há umas personas todos nós representamos. Quando saímos de casa, dizemos, OK, eu sou esta persona e, portanto, vou, vou fazer, vou fazer uma coisa qualquer, mas isso é uma coisa. 10:16 Provavelmente intuitiva, uma inconsciente sequer inconsciente, não é? Sim, sim, sim. Bom, tu com esta vontade de te pores a jeito, porque na realidade eu acho que é quando eu te olho como espectador, eu vejo te como o comunicador que se põe a jeito que é. Ele meteu, se ele meteu, se noutra alhada é sempre aquilo que eu estou à pena, estou bom. 10:34 Princípio. Ele meteu se noutra alhada, como é que como é que ele se vai desenrascar disso? EEE quando quando nós combinamos esta esta conversa? Um passarinho disse me que tu estavas a fazer a montar uma peça AA encenar uma a ensinar não. Neste caso, tu vais ser o ator da peça em que decidiste falar com uma máquina, ó diabo, tu és o novo kasparov. 10:57 Neste caso, na sua versão, o homem vai bater a máquina, não é porque kasparov foi aquele que tentou, tentou, na realidade conseguiu. Depois há dúvidas sobre se havia alguma batota naquela máquina na primeira vez que a máquina bateu kasparov. O que é que se fala com uma máquina? 11:14 É um é um projeto, um espetáculo, uma performance. O que for do coletivo zabra, o coletivo zabra já agora faço aqui uma nota que é é um coletivo que eu gosto imenso do trabalho que tem feito, nomeadamente numa zona experimental de vídeo de som. 11:30 Tem objetos artísticos muito interessantes, na minha ótica, onde são sempre muito próximos da filosofia de uma perspetiva existencialista. Juntando isso com uma tecnologia que eu acho isso Superinteressante, aqui há uma otimização desse discurso onde o homem versus máquina surge em cena e, de facto, foi desenvolvido um modelo de inteligência artificial. 11:50 Estamos a falar do espetáculo carne, ponto EXE, que vai estrear agora na gulbenkian, a 1213 e 14, no centro, no cam, no centro de artes modernas, só 3 dias, só 3 dias e já está esgotado. É verdade, mas isto para te dizer o que é que é este diálogo? 12:06 Onde é que nós nos situamos? E é um projeto experimental, nunca feito até hoje em Portugal, pelo menos que eu saiba onde nos colocamos, digamos, frente a frente com uma máquina. O que é que prevalece, o quais é, quais é que são as valências de uma inteligência artificial versus uma inteligência humana? 12:25 E vamos jogar um bocadinho o nosso diálogo por aí com uma dose de improvisação total. Eu posso dizer literalmente o que quero. Perguntar o que quiser à máquina e a máquina vai me responder literalmente o que ela quiser. Quer dizer que tu não vais fazer um ensaio em que as tuas falas estão definidas e a máquina também tem falas definidas? 12:43 Não, não queres este livro? É tudo livre? É tudo livre? Sim. Eu. Não quero estragar o espetáculo, mas o que é que tu perguntas à máquina? O que é que tu queres saber da máquina? Vou deixar isso à consideração do espectador, convido vos sim a irem à sala, mas as? Pessoas vão poder também também ajudar te nesta nesta conversa com a máquina. 13:01 Não sei. Podemos abrir aqui agora essa caixa de Pandora. Podemos abrir aqui 111 espécie de sugestões de perguntas que as pessoas achariam interessantes para para perguntar à máquina. Eu acho que isso é um grande exercício. Como é? Como é que tu te dás com os com os chat GPTS cá da vida? Eu tento não usar ou não uso de todo. 13:17 Eventualmente usei uma vez para desenvolver. Lá está um guião, numa questão dramatúrgica e de possibilidades várias. Então, e se esta personagem fosse assim? Então e se esta trama fosse, ele não tivesse uma relação com esta pessoa, fosse com outra, para perceber as ramificações de um possível outro, guião à volta daquilo que me é dado, não é? 13:36 Assusta te essa ideia. Achas que te que te pode retirar criatividade ou que nos pode pode nos transformar todos no fundo, na linguagem da máquina? Susta me um bocadinho, porque se perde aqui não só a questão do erro que falávamos há pouco, esta otimização do ser humano não é perde. 13:53 Se aqui um bocadinho, é como a caligrafia. Nós hoje em dia já muito pouca gente escreve EE, esse exercício da caligrafia é absolutamente fundamental, não só te define enquanto pessoa através do tipo de letra que tu usas, como escreves da forma como escreves. Então aquilo que eu tenho de certa forma pena ou receio, se quiseres, é que se perca um bocadinho esta. 14:15 Este este usa esta experimentação de se ser humano que é das coisas mais fascinantes que existe, que está intimamente porque ligado com a questão do erro que falávamos há pouco também. Olha, e outra coisa que é profundamente humana é, é a relação tal e qual relação entre pessoas, a relação entre atores que tu estavas a dizer, mas tu neste aqui tens que te relacionar com com aroan, que é que é o nome da precisamente, que é o nome. 14:38 Não sei se lhe posso chamar personagem, não sei o que é que lhe posso chamar. Como é que tu te relacionas lá está com uma máquina, sabendo que a máquina não tem inteligência? Chamo lhe inteligência artificial, mas não tem uma inteligência, não tem seguramente uma sensibilidade, é um modelo. 14:55 Como é que é essa relação? É uma descoberta também em tempo real. Nós estamos estamos a ensaiar, mas existe uma espécie de diálogo com uma ideia de quase de de de uma biblioteca de uma Alexandria. Imagina como é que tu falas com uma coisa destas? 15:12 Sendo que nós temos corpo, o corpo de uma aroa é outra coisa. Digamos que a minha realidade é o meu corpo, como é que eu contraponho a uma realidade toda ela? Informática, de certa forma quase bélica. Como é que tu começas um diálogo em setas, uma conversa, um imaginário, com uma máquina? 15:33 Então um bocadinho estes limites até receios que nós hoje temos. Há pessoas, muitos. Conhecidos e amigos que eu tenho que têm um certo receio desta evolução quase de bruto. Não é brutal, é? Não é. É cavalar da da tecnologia, ou seja, que nos está a colocar numa zona que nós ainda não sabemos qual é. 15:53 Então, o espetáculo também se propõe um pouco AAAA mexer a trazer à superfície estas questões. Porque é uma fala sem rede no fundo não é porque a máquina lá está por um lado, é muito rápida, por outro lado é muito dócil, vai, vai sempre tentar encontrar uma solução, nem que a tenha que inventar ou ou alucinar. 16:09 E nós começamos a perder o controlo de perceber onde é que está ali a Fronteira entre entre a verdade ou ou ou entre o que é que em em que é que nós podemos explorar melhor a máquina ou ou em que é que a gente devia dizer não, obrigado, máquina, eu agora vou escrever aqui o meu texto à mão. Sim, mas que digamos que há uma tendência para ir diminuindo. 16:28 O papel de estarmos aqui vivos não é da tua criatividade, da tua, digamos, o teu trabalho intelectual, emocional. Uma máquina não tem cheiro. Quanto muito pode descrever um cheiro? Esse cheiro é queimado, não é bom. 16:44 Exato. Agora nós podemos sentir esse cheiro. A própria máquina não sente esse cheiro, é queimado, pode detetar, uma falha qualquer. Algures. Portanto, é um bocadinho este diálogo entre aquilo que tu de facto valorizas no fundo, aquilo que me tem dado. Assim, de uma forma muito resumida e não querendo levantar o véu, é que o privilégio das coisas simples e a importância que elas têm no teu dia a dia e. 17:08 Isso é uma necessidade para ti? Sem dúvida, sem dúvida é, é vital. Olha, eu tinha. Eu estava a falar do corpo. EE num dos tópicos desta conversa, tinha tinha escrito aqui o corpo. Que quando te vejo como instrumento político, poético e comunicacional, o teu corpo fala antes da voz, antes de tu dizeres qualquer coisa num palco ou num 7 filmagens. 17:30 É pá, eu espero que sim, porque estou. Eu estou estava aqui a pensar no estávamos a falar bocadinho do do Arruda, da da da série rabo de peixe. Aquele Arruda ainda não disse nada. EEE isso. EE só. Eu estou a olhar a tua testa AA boca. 17:48 E eu já disse, eu não quero, eu não quero encontrar esta pessoa à noite. Quer dizer, porque ele quer dizer, fiquei estendido. Não, não sei o que é que acontece, como é que se compõe isso, como é que se faz isso? Como é que tu usas isso? Como é que tu usas o teu corpo? Acho que é um pouco isso que estavas a dizer há bocado, que é o corpo tem que falar. E a memória do corpo é algo que não engano. 18:06 É um pouco como a memória dos sapatos. Os sapatos nunca mentem. Podes ter uma máscara, mas os teus sapatos? Vão te denunciar no andar que tu tens. Portanto, o corpo imprime uma impressão digital no chão, que se traduz num sapato à partida. 18:22 Portanto, eu tento sempre que o corpo seja um bocadinho. Essa alavanca tem tudo que passar pelo corpo, por mais cerebral que seja um trabalho mais intelectual que seja, mas o corpo tem que lá estar, porque a minha realidade é o meu corpo, não é dentro dessa lógica que falei há pouco. 18:37 E então? Respondendo de outra forma, a melhor definição de um ator que eu ouvi foi esta que é um ator, é um cerco que respira e só isto. E então o respirar vem do corpo, passa pelo teu corpo. 18:54 E se te focares nesses impulsos primários que eu acho que aquilo que eu faço é um elogio, é uma espécie quase Bárbara de existir aos impulsos básicos de vida, de vida, de existência. Procuro sempre que o corpo venha sempre em primeiro lugar, até às vezes faço um exercício que é, como é que eu poderia comunicar isto sem palavras, porque o corpo tem que lá estar primeiro, porque atrás vem tudo. 19:19 Eu posso não saber o meu texto, mas se eu adquirir esta posição que agora adquiri, se calhar aqui neste gesto está associado a 11 solilóquio e eu não sabia. E eu, AI verdade está aqui, esta é a parte que eu ponho aqui a mão, pois é. Um exemplo básico, mas a verdade é que o corpo tem que ser a alavanca de tudo, para mim, pelo menos. 19:37 Que instintos básicos são esses? Quais são esses, essa paleta de cores que tu trabalhas? São os sentidos básicos. É uma coisa meio de sobrevivência. Eu venho do meio pobre também. Importante referir isto neste sentido, e sempre me habituei a gerir aquilo que tinha e não aquilo que gostaria de ter. 19:57 Então, para mim, pequenas coisas eram mundos. Como é que é? Foi essa tua experiência na tua infância? Sim, sim, eu lembro me perfeitamente. Eu brincava imenso no tapete laranja que tinha em casa, que tinha os cantos arredondados, era um tapete assim mesmo, pequeno, e via aqueles bonecos de futebol que vinham nos bolos de anos. 20:13 E pelos tubotios. Exatamente. E eu tinha uma série deles e passava horas, mas horas mesmo, a jogar naquele tapete. E aquilo para mim era o mundo sem fim. Pegando nesse exemplo. Eu amplio para o meu dia a dia e tento que a minha vida seja exatamente que exista diariamente em pequenos mundos, onde um plano apertado em cinema para mim é o mundo muitos atores sentem se enclausurados. 20:37 Mas não. Isto aqui é tão pequenino que eu posso viver nisto tudo. Não é arriscado esses planos de lá? Está da tua cara muito fechado. Não ampliando o conceito também de saber o lugar que tu ocupas, que é muito importante na vida. Num plano apertado em cinema, também é saber o lugar onde tu existes e os olhos são uma arma absolutamente brutal. 20:58 Eu posso ter um olhar aqui contigo, mas se abaixar, sei lá, umas pálpebras. Até metade do meu olhar já é outra coisa. E. Denuncia nos logo porque nós conseguimos ler. Automaticamente qualquer um de nós lê o outro de uma forma parece que viemos com essa programação. No fundo, está a fazer me a dizer, tu vens? De um meio economicamente pobre agarraste a que, mestres, onde é que, onde é que, como é que como é que tu transformaste no fundo, essa escassez em abundância? 21:25 À minha mãe, aos meus irmãos, à capacidade de trabalho, ao conceito de família, ao amor EEA, importância do outro se quiseres em comunidade. 21:41 Como é que tu sobrevives? O que te disse, o que te disse à tua mãe? O que te disse à tua? Mãe disse me muitas coisas, mas destaco aquilo que disse há pouco, saber o lugar que tu ocupas. Se queres alguma coisa, tens de trabalhar para ela. E se não te respeitares a ti, ninguém te vai respeitar. 21:59 Portanto, são princípios que eu hoje ainda uso e tento passar à às minhas filhas e ao meu filho. Olha como é que se constrói? E eu acho que tu és um bom exemplo disso. EE, há bocado estavas a falar da vulnerabilidade e da falha num tempo em que estamos a discutir ou a reorganizar um bocadinho o universo feminino e masculino. 22:18 EE todas as diversidades que cabem aqui, nesta, nesta paleta, como é que se constrói diferentes masculinidades corporais, se quisermos? Onde tu tens que demonstrar isso, lá está desde a fragilidade até à violência, desde a intensidade até à suavidade. 22:39 Eu acho que vêm todas do meu lado feminino. Do teu lado feminino? Sim, eu tenho um lado feminino, tu sentes te. Feminino. Sim, muitas vezes sim. E acho que é dos lados mais interessantes que eu tenho. Pode vir da minha mãe, pode vir do convívio com a minha mulher, com as minhas filhas, dos meus colegas, os meus amigos, colegas atores, o que seja. 22:56 Mas eu sou um homem feminino. Gosto de pensar em mim dentro dessa lógica do sentir ou de absorver aquilo que está à minha volta, porque não gosto de reduzir aquilo que faço ao meu corpo masculino, biologicamente falando. 23:13 Gosto de ampliar o meu espetro de entendimento das coisas e de mim próprio, através do meu ser feminino. Acho que é muito mais fértil, se calhar. Dando te outro exemplo, o meu trabalho é político. No que diz respeito à minha atitude pessoal, tenho obviamente, as minhas tendências ou preferências ou crenças, o que seja. 23:35 Mas o que é interessante não é fechar. Me outro exemplo, eu não fecho. Eu não gosto de pensar em personagens. Acho que me fecha o leque de possibilidades. Eu fecho sozinho quê? Em momentos, momentos que imagina, entrava agora aqui um homem com uma metralhadora neste estúdio. 23:51 A forma como tu reagias ao mesmo acontecimento é que te poderia eventualmente definir como uma possível pessoa ou possível personalidade, portanto, uma vez mais, é no sentido de abrir o meu leque de opressões, aumentar o meu alfabeto de comunicação. E estás sempre a tentar fazer isto. Tento, tento, porque eu gosto muito de viver. 24:10 EEE ficar fechado numa só leitura, no só corpo, numa só pele. Aqui me cria me aqui uma espécie de toiro toiro enraivecido, citando aqui Martin score César. Lá está, mas é curioso tu a definires te como eu quero ir à procura do meu eu feminino, mas o teu corpo e até muito da tua atuação, da tua fórmula, da tua, da tua marca na nos trabalhos que fazes eu eu defino desde já como um, como um ator profundamente masculino também nessa afirmação. 24:40 Nem que seja pelo contraste. Ir buscar o meu lado feminino para fazer o oposto. E dá para misturar? Completamente, completamente. Eu gosto dessa desse menu de degustação, desse melting POT que pode ser por estarmos aqui. 25:00 E acho que é também importante. Por outro lado, hoje em dia, quando se fala em conceitos como masculinidade tóxica, por exemplo, acho muito pertinente e interessante que se fale. Que há homens que não têm receio de assumir uma certa fragilidade, um certo lado feminino, um certo espectro de sensibilidade de outro. 25:23 Porque acho que é importante uma vez mais um homem esta ideia de que homem macho, alfa, branco, o que seja, acho que tudo tão redutor ao mesmo tempo. Foi uma armadilha que nos montaram. Há várias armadilhas sociais que nos catalogam de determinada forma e que nos marcam os comportamentos, quer dizer. 25:43 As mulheres levaram a fatura. Pior não é? Quer dizer, é isso, mas, mas provavelmente agora, nos últimos anos e tempos, as coisas estão estão a mover se mas o que tu estás a dizer é que para os homens também é uma fatura, que é que é uma menor? Permissão de de de estar também nesse espectro da familiaridade. 25:59 Sim, acho que sim. Se não, vejamos os últimos exemplos que temos de jovens vários jovens AA terem opiniões extremadas, nomeadamente de direita, não só de direita, mas também de esquerda, mas os vários casos agora, recentemente no Instagram, 111 espécie de associação, eu não quero dizer o nome de propósito, mas que se pauta exatamente por valores ultramasculinos. 26:19 O que é que é isso? Repressão feminina total, portanto, acho que. Na base de tudo isto, uma das coisas que existe, não tenho dúvidas, é o receio. É o receio de existir de outra forma, porque o que é que há depois deste desta embalagem de masculina tóxica, forte, super bombada, proteína style. 26:39 O que é que há? Não sabem? E então eu proponho exatamente a fazer um exercício oposto, não tenho a coragem de tirar essas máscaras de. De não corresponder a um estereótipo, o. Que torna cada vez mais difícil. Lá está estava estava a falar da polaridade da polarização. 26:56 Não, não citando, eu também estou contigo. Acho que há coisas que a gente não deve citar que é para não as propagar. Acho que é. Acho que é uma boa, uma boa estratégia. Aliás, agora que o quando o Nuno markl ficou doente e houve. Algumas probabilidades, uma em particular, mas houve outras que tenta porque perceberam obviamente o carrinho que isso dava de popularidade e fizeram uma declaração profundamente imbecil e infeliz EEE, eu e eu apanho Montes de amigos meus, pessoas de quem eu gosto, a dizer, já viste o que está a acontecer? 27:24 E eu alguns ligo e diz, e tu já viste o que é que estás a fazer quando estás AAA propagar na tua rede aquilo que é uma coisa imbecil, quer dizer, mostra vasos de flores, quer dizer, é preferível quem estás a fazer uma coisa, é a melhor gato a tocar piano, será a fazer qualquer coisa. Menos, menos dar esse esse Lastro a é o que está a acontecer. 27:42 Como é que num mundo tão polarizado e onde tudo está a ficar muito extremado, à esquerda e à direita, mas não só com as pessoas todas cheias de grandes certezas. Oo papel da arte, isto é, quando tu arriscas coisas no Na Na arte, o que é que levas como reação? 27:58 OK, os teus fãs obviamente vão aparecer a dizer que tu és extraordinário e o fel levas com muito fel. Nas re erguesinas, sim, eu espero que sim. Eu costumo dizer que um bom espetáculo é quando algum algum espectador sai, porque acho que um objeto artístico não tem que forçosamente agradar a todos. 28:19 Aliás, até sou da opinião que se não agradar a todos é mais interessante, porque isso significa, entre muitas outras coisas, que está a provocar aqui alguma reação, que alguém está em desacordo, completo e não gosta de tal forma que sai de uma sala de espetáculos. Eu acho isso extremamente interessante e útil. Porque estamos a apelar a um espectador emancipado no sentido em que ele tem que se chegar à frente com uma atitude, tem que tomar uma decisão sobre aquilo que está a haver. 28:41 E se sair, a gente diz, OK, esta pessoa teve esta opinião, não está a gostar disto? Ótimo. O que 11 dos objetivos daquilo que eu faço é que, de facto, aquilo que se constrói, trabalha com todo o amor e profissionalismo e por aí fora, que provoque reações e que as pessoas tenham a coragem de se inscrever nessa reação, nesse gesto que é preciso ter coragem também para se inscrever numa ação tão. 29:03 Barulhenta, como sair de uma sala? Portanto, que a arte surge, surge para exatamente estimular uma atitude em quem recebe, seja ela qual for, seja ela qual for. Eu gosto imenso de fazer espetáculos onde estão escolas, por exemplo. A maior parte dos meus colegas detesta fazer espetáculos. 29:21 As. Crianças são cruéis, não é? Elas são muito viscerais e muito dizem te logo. O que é que pensam sobre aquilo? Eu adoro isso, adoro isso porque não há filtros no sentido em que é um espectador super justo, porque nos coloca ali. Perante aquilo que estamos a fazer de forma justa, muitas vezes cruel e desnecessária e grata até ou gratuita. 29:40 Mas o que é interessante aqui, uma vez mais, é que estamos AA estimular uma reação, um pensamento sobre e acho que uma das funções da arte é, sem dúvida, estimular o pensamento, o pensamento crítico, o pensamento pessoal, questionas te no fundo. Estamos a perder esse essa veia do do pensamento crítico, sem dúvida. 30:00 Porque há uma, há uma higienização, há uma ingenuidade de tudo, do gosto, do sentir. Esta educação do gosto dá muito trabalho. E a cultura tem um papel fundamental nessa nessa perspetiva sobre as coisas e o mundo, não só sobre os objetos artísticos, mas sobre a vida, sobre tudo. 30:16 E a cultura vem exatamente para estimular essa capacidade de reação, de ter a coragem de dizer, não me tocou, não acho interessante porque no fundo, é que há uma ausência de pensamento crítico. E de discurso em si, posso dizer, não gosto nada daquela pessoa XYEZE. 30:35 Porquê vemos isso em debates políticos, quando se prende e se vive em chavões, vamos mandar fora do país determinadas pessoas, mas porquê? Desenvolva com que base baseie, se em quê factos, números, venha. 30:51 Temos OINE que é tão útil muitas vezes, mas. Nós está, mas depois entramos numa discussão que é uma discussão de propaganda e uma discussão de. Naturalista barata, não. É sim, e é. E é o aquele chavão. E eu ponho aquele chavão repetindo a mentira 1000 vezes. Se calhar ela transforma se numa numa verdade EE esta até estamos todos a discutir coisas sem ter esse cuidado até de ir verificar se aquela fonte faz sentido ou se aquela declaração faz sentido. 31:15 Mas, em princípio, se essas coisas deveriam ser até. Relativamente fáceis de parar. A minha sensação é que estamos todos cansados, não é? E quando ficamos frustrados com determinada coisa, uma boa solução populista, apesar de mentirosa, se calhar é aquela que a gente se agarra, porque porque estamos a sentir que que não conseguimos fazer nada. 31:35 No fundo, não. É, acho que uma das coisas que este desenvolvimento agora fala de uma forma geral, não é do desenvolvimento da tecnologia, não querendo empacotar tudo no mesmo saco. Mas as redes sociais, por exemplo, acho que contribuem para, de certa forma, a nossa empatia. 31:52 Está cansada? O algoritmo me deu cabo disto. Acho que é um pouco isso. Acho que estamos um bocadinho anestesiados. Estamos cansados. Ouve lá, temos uma revista que eu costumo comprar, que tinha uma publicação, um número muito interessante que. Exatamente dentro desta lógica que estamos a falar aqui da imagem do cansaço, que isso já deposita numa espécie de anestesíaco geral, que era uma edição sem fotografias e no lugar da fotografia tinha a descrição daquilo que estaria lá, e isso provoca te isso, só esse simples mecanismo. 32:23 Quase um irritante, não é? É irritante, mas é. Foi muito interessante porque, de facto, estimula o teu exercício de imaginar e não sei hoje em dia o que é que é mais horrível. Tu imaginas uma imagem concreta ou imaginares dentro do teu horror. Da tua história, cultura e educação, o que seja imaginares o possível horror através daquela descrição. 32:40 Portanto, no fundo, acho que temos que baralhar aqui o jogo e voltar a dar e ter a clara noção que, de facto, a empatia e os mecanismos de comunicação, de receção, de escutas são outros. O tempo é outro. Sim, porque se nós estivermos num mercado ou se estivermos num num não quer dizer num jogo de futebol, se calhar é um péssimo exemplo. 32:58 Mas Nenhum de Nós, ou a maioria de nós não diz as barbaridades que a gente lê. Nas caixas de comentários dos instagrams e dos facebooks quer dizer de pessoas que estão a dizer coisas completamente horríveis, verdadeiramente um insulto aos outros. Sem dúvida são montras de de disfarce, não é? 33:18 As pessoas escondem se atrás dessas matrículas. Tecnológicas para existirem de formas completamente grotescas. E aproveitam e aproveitam isso no tempo em que nós deixamos praticamente de ir ao cinema. Eixos que aparece uma série chamada rabo de peixe, filmada nos Açores, que para mim 11 série absolutamente fabulosa. 33:42 Onde tu entras? Desempenhando um tal de Arruda. Não sei se podemos descrever te nessa série como o pequeno meliante, o pequeno traficante OOOO pequeno mal, mas na realidade que sabe mais do que os outros no dia em que aparece droga, em que aparece cocaína em rabo de peixe, uma das freguesias mais mais pobres do do país e faz se o rabo de peixe, essa série, o que é que esta série teve de tão? 34:13 Extraordinário. Acho que a história em si é de facto, logo o ponto de partida é é absolutamente brutal e único, não é Na Na Na freguesia mais pobre da Europa, rabo de peixe da Acosta, fardos e fardos de cocaína e logo isso logo só esta. 34:30 Este enquadramento já é suficiente quase e depois passa se nos Açores não é Açores uma ilha que também é muito importante, pelo menos para mim, foi na construção desta deste possível Arruda. Tudo isto acho que traz à superfície para mim, no final do dia, o que é que tu fazes para sobreviver? 34:53 E que mecanismos são esses? E a que é que tu te agarras? E o que é que é mais fácil? O que é que tu optas por um bocado? Se tens a coragem ou não de quebrar os moldes de educação com que tu cresceste. É uma discussão moral interna. Eu acho que também passa por aí, sem dúvida nenhuma. 35:09 Que é uma vida desgraçada. E o que é que a gente faz para sobreviver? O que é que o que é que tens que fazer qualquer coisa? Eu acho que sem dúvida, se queres sobreviver, sim, claro, tens que fazer qualquer coisa e às vezes não é a coisa mais correta de todo, não é? Mas acho que o que é que faz de rap de peixe? 35:26 Acho que é o facto de ser isto que já mencionei ser feito em Portugal. A Geografia também, para mim é absolutamente fundamental. E depois tem esta questão que é universal, que é esta esta necessidade de te reinventares e de repente toma lá fartos de cocaína, o que é que tu fazes com isto? 35:47 Tem o teu euromilhões em cocaína. É para muitas pessoas, alguns sabiam ou muito pouca gente sabia quando de facto, chegou à ilha. E depois, toda a forma como o conceito, a ideia, o conhecimento se propaga é super fascinante para mim. Como é para mim é das coisas mais interessantes. 36:04 Como é que o conceito de que que é isto? Ah, isto é uma caneca, dá para beber coisas, Ah, dá para beber isto já não sabia. E isto e esta descoberta para mim é das coisas mais fascinantes. Eu acho que é das coisas mais inocentes, que eu acho que prende o espectador. Portanto, houve 11. No fundo, uma aprendizagem em rede que é mostrada nessa série. 36:21 Que é, eu não sei se isto é farinha para fazer bolos. Isto é uma coisa que nos vai aditivar a vida ou que vai matar alguém, porque depois também ouve esses esses fenómenos. Como é que se faz a composição desse mauzão, desse, desse Arruda, que contrasta muito com o personagem principal da série, mas nem tanto EE que e que aparece ali um bocadinho, como entre, por um lado, o ameaçador, por outro lado, Oo protetor e acolhedor. 36:46 Quer dizer, há ali, há ali muitos sentimentos que que aparecem no meio de no meio desta desta série. Então, como é que se cria? Eu tento sempre criar algo incompleto, algo que necessita de público. A Sério? Sim, tento sempre criar objetos coxos, objetos que carecem de um outro olhar para serem confirmados de alguma forma como. 37:07 É que é isso? Ou seja, o que é interessante para mim é quando tens 111 personagem ou um ou uma pessoa ou uma ideia de de uma pessoa que é o Arruda e que é 11 aliante como disseste 11 dealer um pequeno dealer. Interessa te só fazer isso ou interessa te que seja, de facto um ser incompleto, que tenha, que tenha essa capacidade de proteger a família, que é perfeitamente legítimo, que goste genuinamente da da sua filha à sua maneira, ou seja, que não seja declaradamente mau. 37:36 Acho que isso tão pouco interessante, uma vez mais, é tão redutor. Então temos que criar coisas incompletas, coisas abrangentes e nessa abrangência, detetas falhas. E é exatamente aí que eu, que eu trabalho, eu tento sempre criar. Objetos que é pá, que que carecem, que estão mal se quiseres ou que estão com falhas ou com rachas e que precisam de alguém para ficar completo, precisa do teu olhar para tu absorveres aquilo que viste do rabo de peixe e de certa forma sintetizar este Arruda. 38:08 Isso cria uma dinâmica de comunicação, sem dúvida. Sem dúvida. E a próxima? Esse sim e aproxima e aproxima das pessoas. Acho que Humaniza de certa forma. Porque a minha pergunta é, porque é que eu gosto deste mau? É um bocado isso. Não era suposto, não é? Quer dizer, então, mas ele é assim. Ele faz bullying ao resto dos seus amigos e ali à comunidade, ele trafica. 38:29 Em princípio, eu devia pôr te uma Cruz em cima e dizer por amor da Santa. Quer dizer, tira, tira me esta pessoa daqui, mas não, a gente tem essa empatia em relação a. Essa não há nada mais fascinante do que isso. Como é que tu tens empatia por um ser abjeto? E isso é fascinante. Como é que tu é quase grotesco? 38:46 E eu acho que é isso. Isso é que é fascinante. Acho que isso revela em parte, a matéria daquilo que nós somos feitos esta quase quase absurda em que vivemos, esta vida com que que é violentíssima? Como é que tu tens empatia por um ser violento? Eu acho isso fascinante em. 39:02 Princípio eu não devia acontecer. Pois. Mas, mas empatia, imagina? Tens um arco incrível para seres altamente violento ou altamente brutal. E isso é que eu acho que é interessante. É fascinante teres numa mesma cena, uma empatia com o público, uma comicidade até se quiseres e de repente acabares essa cena com uma violência Extrema. 39:21 Acho isso super fascinante, porque isso é que é destabilizador para mim enquanto espectador, é uma coisa que não é óbvia. Olha como é que foi a construção da série? Porque tu tu contracenas com? Atores muito jovens que que lá estão e que e que são, quer dizer, e para mim, ainda mais surpreendentes, porque não porque não conhecia o trabalho deles. 39:38 É tão simples como isso é pura ignorância. Mas como é que, como é que tu os ajudas? Como é que tu? Como é que tu? Há muitas cenas em que, em que se sente claramente que tu és o motor daquele. Provavelmente o realizador obviamente escolhe te também por isso. Como é que tu, como é que tu os ajudas? 39:54 Como é que tu, como é que tu os ajudas? Ou como é que tu lhes dás cabo da cena, não faço a mínima ideia se se tu, nesse afã de criar um desequilíbrio que crie comunicação, se os se os se os questionas, se os, se os, se os passas, eletricidade. 40:09 Não, não faço a mínima ideia. Como é que? Como é que é esse movimento? A melhor forma de os ajudar é é ser o mais competente possível. Na minha, na minha função, é a melhor forma que eu posso ter. Eu, eu não. Eu não sou muito de. De dar conselhos, porque não me coloco nessa posição. Obviamente, se alguém me perguntar alguma coisa, estarei sempre cá para isso. 40:27 Mas a melhor forma de os ajudar é eu ser altamente competitivo numa forma saudável. Ser competitivo, literalmente. Eu vou fazer isto muito bem. Se quiseres agora não, eu vou trabalhar tanto. Eu vou trabalhar tanto que eu parto sempre do princípio que eles sabem mais do que eu, isto de uma forma transversal no cinema, teatro, televisão. 40:48 Quem está ao meu lado, à minha volta, sabe mais do que eu. Portanto, eu, para os acompanhar, tenho que trabalhar muito e trabalho, de facto, muito, para quando for a jogo ter alguma coisa a dizer. E se eu for, se eu tiver focado naquilo que trabalhei e acho que o meu desempenho vai ser fiel àquilo que eu trabalhei, acho que é. 41:07 Estou a ser justo, não estou cá como bolshet para ninguém. E é a melhor forma de eu ser colega ou de dar na ideia de conselhos se quiseres. Portanto, não é uma ideia paternalista nesta tua relação com eles. De todo eu vou ser bom, vou trabalhar para ser muito bom e para que este produto seja extraordinário. 41:22 Exatamente isto é, deve criar uma pressão do catano em em em atores mais jovens e que estão a começar a sua carreira ou não. Eu espero que sim. É é difícil contracenar contigo. Eu acho que não. Eu sou muito lá está. Eu trabalho muito numa escuta e eu quero muito quem está ao meu lado. 41:41 Que que esteja no seu, na sua melhor versão, e então eu vou fazer tudo para que isso aconteça. Somos melhores, os outros são melhores também. Sem dúvida nenhuma isso eu espero sempre que os meus colegas sejam muito bons mesmo. E digo muito bons de propósito, sejam mesmo bons naquilo que sejam atores iluminados em estado de graça, porque é a única forma de eu também me quase educar, de de melhorar, de me potenciar naquilo que faço. 42:07 Porque se não for assim, é mesmo desinteressante aquilo que eu faço. Portanto, tu tens um poder secreto verdadeiramente, não é que acabas de confessar aqui que é na realidade, esse é o teu segredo, é conseguir potenciar no outro. Esse esse vislumbre de excelência é, é, é, é não conceder, não dar qualquer concessão a que o nível tem que ser muito elevado. 42:28 É pá sim, numa premissa de que eles sabem mais do que eu. Isso é o contrário da inveja portuguesa? Ah, eu não tenho nada disso, não tenho nada disso. Acho que isso é uma coisa que não não faz parte do meu alfabeto. Acho isso um sentimento horrível de transportar. 42:43 Não te acrescenta rigorosamente nada e sempre experiência. E o ego, o que é que tu fazes ao ego? O ego está sempre de férias. Tu não, tu és vaidoso. Eu olho para ti, quer dizer, tu pela pela maneira como estás. Como tu és vaidoso ou não? 42:58 Ou ou queres um desmentir já. Obrigado. Pela maneira como te cuidas, pela maneira, pela maneira como entraste no estúdio, pela. Maneira, palavra certa, cuidar. E a minha mãe sempre dizia uma das coisas que a minha mãe dizia não me ensinei há pouco, que é o afeto, o afeto, afeto, o afeto tens dúvidas, afeto e eu parto sempre deste princípio. 43:21 Eu não sei como é que as pessoas estão à minha volta e acho que a narrativa da vida muda quando tu és confrontado com a dor, não é? Portanto, ao saboreares essa experiência da dor, tu, o corpo, a realidade das outras pessoas, daquilo que tu desconheces do estrangeiro, ganha outra sensibilidade em ti. 43:41 Portanto, eu tenho sempre que cuidar das pessoas que estão à minha volta. E digo isto de uma forma transversal e de. Eliminar a sala, porque quando tu entraste aqui no estúdio, tu cruzaste com 34 pessoas e todas as pessoas com quem tu te cruzaste sorriram. É das melhores coisas que me podem dizer porque. 44:00 O meu trabalho passa por aí se quiseres a minha vida passa por aí, que é nesse cuidar do dia a dia de todas as pessoas. E sinceramente, se eu tiver se acabar um dia de trabalho e tiver feito 2 ou 3 pessoas, quebrar a narrativa do seu dia, já tenho o dia a ganho. 44:19 E digo te isto com todo o carinho e com toda a sensibilidade, porque é isso, cuidar, cuidar daquilo que tu desconheces é tão importante e isto é tão importante. EE, ou seja, no fundo, ainda a pergunta que fizeste há pouco em relação aos meus colegas e aquilo que eu faço é através do afeto. 44:39 Esta palavra é mesmo muito importante todos os dias. Cultivar isso em ti é uma espécie de nutrição? Sem dúvida, é a nutrição interessante para mim é essa foi assim que me relacionei com o Augusto Fraga, foi assim que me relacionei com o André schenkowski, que é uma peça absolutamente fundamental para a temporada, um que não esteve na segunda, segunda temporada, nem na terceira. 45:00 Foi assim que eu me é assim que eu me. Ou seja, no fundo, como é que eu posso ser fiel a uma visão de um realizador, de um encenador, o que seja de um colega meu, se eu não cuidar dessa pessoa, se eu, porque através do cuidar eu consigo entrar melhor nessa pessoa, consigo confiar, porque estamos a falar daqui de uma coisa que é basilar, que é a confiança que tu estabeleces com alguém. 45:23 Nem sempre isso é possível. Trabalhas lá fora, não estabeleces, às vezes, muita relação com quem te dirige ou por aí fora. Mas eu tento sempre deixar aberto esse canal da confiança, porque quanto mais eu confiar, mais consigo espreguiçar me naquilo que é a tua ideia sobre um texto. 45:41 Como é que tu lidas com as tuas neuras? É pá que é o contrário disso, não é que é o contrário da da nutrição. Quer dizer, quando tu estiveres solar, quando tu estiveres presente, quando tu acreditas que mudas a vida dos outros, Eu Acredito que tu estás em expansão, mas imagino o dia em que tu acordas ou que tu vais deitar. 46:00 EEE, tu EEEEE, te drenaram energia. E eu tenho muitas vezes essa sensação de quando a gente está com algumas pessoas que por alguma razão não interessa, mas que que que a única coisa que fizeram na nossa vida durante aquele dia foi drenar a nossa energia. EEE geralmente, e essa é a boa notícia, é que são são pessoas que são que que nem sequer são muito significativas para nós. 46:22 O que ainda é mais ainda me leva AO que é que como é que tu? Como é que o que é que tu fazes? Fechas te na conchinha? Não. Começas AAAA restaurar te. Já houve tempos em que me fechava, mas acho que me fechava por inexperiência ou por medo, e depois acho que está intimamente ligado com com esta coisa que te falei há pouco, da dor. 46:43 A dor acho que te devolve o corpo e devolve te o corpo. Numa consciência do agora. E nessa lógica, como é que eu vou gerindo estas estas coisas? Eu tento o facto de ser pai também te limpa muito a porcaria, porque os teus filhos são, podes vir e chegar a casa, todo partido, mas um filho é uma realidade tão forte, pelo menos para mim, e contagiosa. 47:11 Totalmente, que te obriga rapidamente AA ser altamente seletivo. E o hiper foco aí vem. Ou seja, o que é que é o que é que é completamente adereço, o que não é relevante. Tu tiras automaticamente tu limpas. Então tento exercitar me nessa autogestão, em tentar perceber o que é que de facto importa e aí filtrar aquilo que eu posso capitalizar em prol do meu trabalho, em prol do meu dia a dia. 47:37 E tento que não contamine muito aqui outras coisas, porque acho que é pouco interessante. E a no dia seguinte seguramente desaparece. Olha, nós estamos praticamente AA puxar, mas eu quero falar do estamos em tempo de ruído e para mim é muito interessante. E ri me muito a ver a série do Bruno Nogueira, onde tu, onde tu apareces que é? 47:54 Na realidade, é um conjunto de Sketch, mas que é completamente distópico. Em primeiro lugar, nós, quer dizer, estamos num mundo completamente em que é proibido rir. Não sei se é distopia ou se a realidade já está mais próxima. Aquilo é completamente louco, é completamente incongruente, é completamente absurdo e é absolutamente mágico. 48:15 Ali, eu tenho a certeza, apanho as minhas fichas, que houve ali uma comunhão geral na naquela, naquela tribo. Sem dúvida, é uma tribo falaste bem todas essas esses adjetivos que usaste para definir este ruído. 48:30 É, é. Passa tudo por aí que disseste, mas a confiança, a forma como nos conhecemos. A relação que temos já de vários anos, acho que tem ganho ali outra expressão, a expressão através de uma coisa que nos une ainda mais, que é aquilo que fazemos, o amor que sentimos por aquilo que fazemos, juntamente com aquela ideia de de Recreio, não é que é um Recreio? 48:52 Aquilo é um Recreio mesmo, não é? Portanto, vocês devem se ter rido à brava para fazer aquelas coisas. É muito livre, é muito solto e o Bruno tem essa, tem essa característica que é criar objetos soltos, livres, onde? A diferença existe e não só existe como eu. 49:08 É o motor central de tudo isto é o que nos alimenta é sermos tão diferentes e ali encontrarmos 11 ilha onde podemos coexistir em prol de quem está em casa. O que é que aquilo, o que a narrativa é, que aquilo tem de de de especial é, é, quer dizer, porque é que aquela aquela série, por um lado é deprimente, é opressiva. 49:29 Por outro lado, lembro me sempre da Rita cabaço com a mandar calar os os seus entrevistados já completamente fora assim. Quer dizer, há há ali coisas aquilo está escrito, aquelas coisas todas ou ou vocês têm têm essa possibilidade e capacidade de reinterpretar aquilo. Temos a capacidade de ajustar, mas obviamente 9590 a 95%. 49:50 Aquilo que lá está é escrito, como é óbvio, mas tentamos sempre expandir um bocadinho também, não fechar aquilo ao momento. Sei lá as exigências de um decore às vezes, mas há um momento como tu estás, como o meu colega está, como é que eu reajo a uma roupa que eu tenho e depois passas por processos de criação? 50:07 Make up guarda roupa que também são camadas de criatividade. Como é que tu no final desse bolo? Consegues existir, então, nesse momento ajustas sempre uma coisa à outra. Consegues sempre ir levar ou ir levar o discurso e ver onde é que, onde é que se tentar de ver, onde é que o público pode agarrar, o que é que se pode? 50:24 Eu espero que seja elevar. Porque? Porque muitas vezes muita coisa que sugere não é, não é, não é interessante, ponto. Mas sim, tentamos sempre potenciar aquilo que lá está, que por si só ganha. E depois aquilo, aquilo consegue, obviamente consegue, claro, respirar. 50:42 Mesmo nas coisas profundamente obsessivas. Quer dizer, porque há há momentos em que a gente sente até quase quase vergonha alheia, não é? Estamos a ver aqui uma coisa até até se pôr assim, uma Mona cara e outras. E outros momentos em que há momentos de expansão e que nós é é mais fácil fazer rir ou fazer chorar. Então a perguntar, me mais mais clichê do mundo, mas. 50:58 Não, não é. Não é o meu percurso todo. Estou. Estou mais habituado a fazer coisas ditas dramáticas ou sérias, ou o que seja. Mas a comédia também é séria, mas mais dramáticas. A comédia tem sido 111, registo que eu tenho vindo a descobrir nos últimos anos, sobretudo EE. 51:16 Eu acho que é igualmente difícil. Ainda não tenho experiência suficiente para te responder de forma clara que o drama, por assim dizer, é mais difícil que a comédia. Aquilo que eu sei é que exige existências diferentes. Numa zona cómica ou numa zona mais dita dramática, mas o cómico e o trágico está sempre muito junto. 51:37 O dramático está sempre junto com o com o cómico e a comédia com o trágico, portanto. Podemos nos rir de uma de uma boa desgraça? Claro. Então não é essa das coisas mais fantásticas que a evita nos dá. Portanto, não te consigo dar uma resposta certa, porque para mim, está tudo num Horizonte comum. 51:53 Há, há. Há uma atmosfera que se toca inevitavelmente. Olha o que é que tu nos podes oferecer a nós? Cidadãos comuns que ainda por cima não temos como ferramenta a comunicação. Não somos atores para na nossa vida aprender um bocadinho dessa tua arte para comunicarmos melhor. 52:12 É pá. Posso partilhar? Aquilo que eu fui aprendendo ao longo da vida? Nunca tomarem nada como garantido. Não há nada que seja garantido, pelo menos para mim. Acetuando o amor pelos meus filhos, acho que. 52:28 Para já na experiência que eu tenho digo te isto, daqui a uns anos pode ser diferente, mas para já digo te isto não tomar nada como garantido, não te levares a Sério saber o lugar que tu ocupas e esta ideia do pastor que eu te falei ao início. Isto aplica se a muitas coisas, nomeadamente a filhos, por exemplo, os filhos. 52:47 Se tu olhares para eles como ovelhas de um rebanho que não consegues mudar, não consegues, fazer com que pronto uma ovelha seja outra ovelha seja um cão, não dá. Portanto, a única facto, a única coisa que podes fazer é, de facto, escolher o pasto onde elas vão comer. E isso isto para focar o quê? 53:03 Esta posição de de curtires, de apreciares, o crescimento, a vida a acontecer. Ou seja, no fundo, o que é que eu te estou a dizer? Não se esqueçam que viver é uma coisa boa. Às vezes, no stress do dia a dia, isto é tão complicado uma pessoa parar e meteres isto na tua cabeça. 53:23 Mas sim. Eu falo por mim às vezes, não tenho essa capacidade, mas de facto, estar aqui há um prazer nas pequenas coisas e de facto, viver é um privilégio. E é quase uma espécie de não sendo religioso, um milagre. No final desta conversa, fica claro que o trabalho do Albano Jerónimo está encorado numa ideia simples, compreender o mundo através do corpo e da relação com os outros. 53:45 Falamos de infância, da construção de personagens. De direção de atores e desse novo território, um duro humano contracena com inteligência artificial. A forma como ele articula estes temas mostra um criador atento às mudanças do seu tempo, mas firme na importância do que não se pode digitalizar. 54:03 Há um tópico principal desta conversa, que é o erro, não como falha, mas como método. O Albano Jerónimo descreve o erro como um lugar de descoberta, onde se ajusta, se afina e se encontra. Uma voz acerta para cada momento. Até para a semana.

Fit and Free with Aim
T5DTG Day 1: How you're going to thrive in the most chaotic month of the year

Fit and Free with Aim

Play Episode Listen Later Nov 30, 2025 28:26


Eeeee! So excited for this week. You know what I'm sick of? The whole vibe of needing to survive this month. Because yeah I know it's hectic, I know you might have to pull some things back and engage more flexibility AND ALSO this is the perfect time to practice being less rigid, less all or nothing and see that you CAN be flexible and still nail the hand December deals you - whatever that looks like. This is where The 5 Day Thrive Guide comes in! One episode each day this week to take you through setting your month, food, training, body image and dealing with other peoples bullshit - to help you thrive. Hope you love it! Aim Download your December calendar here: https://drive.google.com/file/d/1eht5hIJMPIvd-E5kfoudgzblv6LaHp6H/view?usp=share_link For 1:1 coaching enquiries inside the Glam Body Program please click here: https://thefemalephysiquehub.mykajabi.com/Glam%20Body%20Program Wanna say hey or suggest a topic? DM Aimee on Instagram https://www.instagram.com/the_femalephysiquehub/

Pergunta Simples
Como se filma uma boa história? Manuel Pureza

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 56:11


Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten

netflix tiktok donald trump hollywood brothers european union portugal desde matrix os estamos brasil rio antes era hist quando qual uma quer ent bloomberg espero tudo rom ia esse ant sim nas sol ele depois agora vem aa tamb deus isso ao pelo aaa quais mois parece david lynch ainda foi malta fazer sem muito herman sabemos reden seja fala monte peter pan falamos primeiro gpt espera claro anal pereira perd tens monty python temos nem pronto muitas pois ei mayer sketch ee bora assume no no ferreira angola chegou esperan num conta bahrain lisboa essas falar bom liberdade tiago contar talvez pensando gra podem mel brooks vasco quase quero estou tenho esses imagina pouco fonseca faz mello posso inf vende deixa realiza obrigado voltamos isto henrique quantas sou influ dali gon benfica messias olha corrida neve portanto hum filipe dizer jesus cristo vontade enfim excelente crescer monteiro mota obviamente estrela acho nenhum gosto coimbra horizonte jardim jeito completamente pergunta fellini houve extraordin oo pureza branca perdemos regra franca rui nova iorque tive alunos tornou eram caldas gda evidentemente rtp beb fiz naquele ptc queres fraga na na ouvimos oooo rame viu escutar deles aic polariza atores voltei rir exatamente cresceu aprendeu nessas oka eee devia filma lembro quadra eventualmente complementar independentemente conseguem eea pensei o rei le coliseu soraia eeo imaginem filmar ricardo ara eeee entraram filmado connosco bruno nogueira gajo eeeee tiago pereira exato herman jos rimos cristiano santos aact ooa gabriela barros
LessWrong Curated Podcast
“Early Chinese Language Media Coverage of the AI 2027 Report: A Qualitative Analysis” by jeanne_, eeeee

LessWrong Curated Podcast

Play Episode Listen Later May 1, 2025 27:35


In this blog post, we analyse how the recent AI 2027 forecast by Daniel Kokotajlo, Scott Alexander, Thomas Larsen, Eli Lifland, and Romeo Dean has been discussed across Chinese language platforms. We present: Our research methodology and synthesis of key findings across media artefacts A proposal for how censorship patterns may provide signal for the Chinese government's thinking about AGI and the race to superintelligence A more detailed analysis of each of the nine artefacts, organised by type: Mainstream Media, Forum Discussion, Bilibili (Chinese Youtube) Videos, Personal Blogs.Methodology We conducted a comprehensive search across major Chinese-language platforms–including news outlets, video platforms, forums, microblogging sites, and personal blogs–to collect the media featured in this report. We supplemented this with Deep Research to identify additional sites mentioning AI 2027. Our analysis focuses primarily on content published in the first few days (4-7 April) following the report's release. More media [...] ---Outline:(00:58) Methodology(01:36) Summary(02:48) Censorship as Signal(07:29) Analysis(07:53) Mainstream Media(07:57) English Title: Doomsday Timeline is Here! Former OpenAI Researcher's 76-page Hardcore Simulation: ASI Takes Over the World in 2027, Humans Become NPCs(10:27) Forum Discussion(10:31) English Title: What do you think of former OpenAI researcher's AI 2027 predictions?(13:34) Bilibili Videos(13:38) English Title: [AI 2027] A mind-expanding wargame simulation of artificial intelligence competition by a former OpenAI researcher(15:24) English Title: Predicting AI Development in 2027(17:13) Personal Blogs(17:16) English Title: Doomsday Timeline: AI 2027 Depicts the Arrival of Superintelligence and the Fate of Humanity Within the Decade(18:30) English Title: AI 2027: Expert Predictions on the Artificial Intelligence Explosion(21:57) English Title: AI 2027: A Science Fiction Article(23:16) English Title: Will AGI Take Over the World in 2027?(25:46) English Title: AI 2027 Prediction Report: AI May Fully Surpass Humans by 2027(27:05) Acknowledgements--- First published: April 30th, 2025 Source: https://www.lesswrong.com/posts/JW7nttjTYmgWMqBaF/early-chinese-language-media-coverage-of-the-ai-2027-report --- Narrated by TYPE III AUDIO.

Northern News
Eeeee Liquid (with guest correspondent Daliso Chaponda)

Northern News

Play Episode Listen Later Nov 14, 2024 48:13


A comedy news podcast hosted by Amy Gledhill and Ian Smith, two Northerners living in London who find the funniest news stories from up north.Headlines this week include a police raid of illegal fake vapes in Goole, and a shocking price rise of bus fares in Yorkshire.Featuring guest correspondent, comedian Daliso ChapondaDaliso is on tour with his show Feed This Black Man Again. For tickets and information head to dalisochaponda.com/tour.Want Extra! Extra! content? Join our Patreon or Apple Subscription for weekly bonus content.Got a juicy story from t'North? Email it to northernnewspod@gmail.com.Follow Northern News on Twitter @NorthernNewsPod and Instagram @NorthernNewsPodcastAnd follow Daliso on Twitter and Instagram @dalisochapondaRecorded and edited by Aniya Das for Plosive.Artwork by Welcome Studio.Photography by Jonathan Birch. Get bonus content on Patreon Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

She's a Creative Podcast
292. MamaCEO Diary (Part 1) with Hailey Schmitt of the MAMA Method Podcast

She's a Creative Podcast

Play Episode Listen Later Apr 1, 2024 35:48


Eeeee! Today I'm having a transparent chat with Hailey Schmitt of the MAMA Method Podcast. She's a business coach for moms and she has two little girls. On Part 1 we talk about the journey and evolution of business in motherhood and how we've managed to build to six and multiple six figure companies.  And then on HER podcast in PART 2 (the MAMA Method Podcast) we will talk about the unique challenges we've faced and how we overcame them!  ------------- Grab the FREE Make More Sales Mama Roadmap a private podcast and 20+ page guide on going from no figures to multiple six figures. Inside you'll identify what stage of growth your business is in, as well as have a clear map to see where you currently are in business, where you wanna be, and how to get there. You'll know the 7 things that are absolutely necessary to create a peaceful and profitable business and wehre you can start TODAY to get there. I'll also share with you where you'll focus in each stage of growth as you go from $0 to consistent $3-5K months to scaling to multiple six figures - all with tiny humans at your side. ------------ Join the $CHMONEY Mama Membership for a one time fee of $55/mo for 12 months (or $500)! This is our monthly marketing and sales membership to help mamas create a sustainable marketing and sales system that makes you MORE MONEY!  You'll learn how to create consistent content, leads, and sales. Inside you'll receive resources, tools, and community to help you strategically and energetically bring in more sales. We focus on prioritizing the things that make you MONEY (aka learn the actions to sign clients)! Learn how to create an offer, 3x your visibility & leads, make high converting content, sell, and sign MVP clients who say “take my SCHMONEY.” $CHMONEY is all about teaching you how to print money (legally). See you inside!  ------------ Get the show notes here:  Links and Resources Join the SCHMONEY Gang Email list for the TEA - CEO Corner Newsletter Join the Mom's Do Business Different Lifetime Group Coaching Experience Kay Hillman Photography - Branding or VIP Experience Follow me on Instagram: @mrskayhillman Follow the podcast on Instagram: @momsdobusinessdifferent

The HoneyPot 🍯

⚠️Spoilers⚠️This is one of my fav moments!

Ja. Aber Nein.
#038 Eeeee, ok?

Ja. Aber Nein.

Play Episode Listen Later Sep 20, 2023 69:21


Instagram: @jaabernein_podcast

Urbana Play 104.3 FM
#TodoPasa - Maia TV: El A, B, C, D, EEEEE de la autobiografía

Urbana Play 104.3 FM

Play Episode Listen Later Mar 27, 2023 18:52


La tele, siempre la tele. Y la curaduría infaltable de nuestra gurú. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/urbanaplayfm/message

Goddess Hangs
Mysterious Lost Cities and How Ancient History is Meeting the Modern World

Goddess Hangs

Play Episode Listen Later Mar 6, 2023 93:07


Goddess Hangs Mindset, Magick and Manifestation Channel: https://www.youtube.com/GoddessHangs Grab your scuba gear and magnifying glass, because this week we're looking for evidence of the lost cities of Atlantis and Lemuria! Oooo! What we discover is so intriguing... We're so curious what YOU think about these places. Do you have past life memories there? Do you have any gut feelings about them? Plz drop comments and let us know!!

Stripped by SIA
#157 - Showing Up for Our Trans Performers and Embracing Your Rad Self with Kristel Penn of Grooby

Stripped by SIA

Play Episode Listen Later Feb 12, 2023 74:34


Eeeee, I love love LOVED recording this episode with my new friend, Kristel Penn, of Grooby. Kristel is the Creative and Editorial Director at Grooby, a 2-time award-winning XBIZ Executive, runs the Trans Erotica Awards (TEAs), founder of Ikigai Marketing and outspoken advocate for trans folks in the SWer community. I brought Kristel onto the show to reflect on our time during the busy awards season in Las Vegas and Los Angeles this past month and Kristel sheds light on what really goes on behind the scenes for trans folks. Kristel spills the tea on how traditional award ceremonies and mainstream adult industry events still exhibit trans exclusionary behaviour and practices and although the industry has come along way, they reveal that there is still much work left to be done to be fully inclusive. They shed light on how and why the TEAs came to be and the things that they are doing right to ensure that their attendees and the performers they celebrate feel safe, are protected and celebrated. In addition to this, Kristel is also studying towards obtain their Masters in Psychology in becoming a therapist, as another one of their passions is talking about mental health. They run an account on TikTok, the Sad But Rad Club, which highlights the importance of changing the narrative surrounding mental health. twitter.com/thekristelpenn TikTok: sadbutradclubxo instagram.com/kristelpenn ikigaimarketing.com Fox Digital is an official partner of the show. Stripped by SIA listeners get 20% off! Message Anthony on https://foxdigital.design and mention the show to take advantage of big savings on your website. Watch the video exclusive only on Patreon: www.patreon.com/strippedbysia Don't forget to LIKE, SHARE, COMMENT, RATE, REVIEW and SUBSCRIBE! twitter.com/strippedbysia instagram.com/strippedbysia patreon.com/strippedbysia www.strippedbysia.com

The Sportsballers Podcast
Country singers can't actually sing and "Free-EEEEE!!" - Ep. 228

The Sportsballers Podcast

Play Episode Listen Later Feb 7, 2023 99:17


S5 E26 - Kyrie Irving is headed to Dallas, Steph Curry is out for a few weeks, LeBron is days away from making NBA history, Sean Payton returns, and it's Super Bowl Prop Bet time! Follow us on Twitter @Sportsballers18, @evan_ash13, @CoryPuffett and @QuagMeyer67

Nativa FM Campinas
Lucas Lima comemora aniversário de 40 anos

Nativa FM Campinas

Play Episode Listen Later Jan 30, 2023 2:39


O músico Lucas Lima aproveitou o aniversário de 40 anos da cantora Sandy para se declarar à mulher e relembrar a trajetória dos dois como casal. Ele publicou um vídeo no Instagram e não economizou no textão para exaltar a companheira. "A primeira madrugada conversando sem parar com essa guria foi há 24 anos, no níver de 16. Ainda só amigos, nem tinha interesse. Da parte dela, no caso… Foi ali que eu comecei a me encantar e muito do que tinha de encantador lá atrás permanece até hoje. Fora 24 anos de inteligência, sabedoria, gentileza, força e doçura que ela cultivou e cultiva diariamente. Dona Sandy é uma BAITA duma guria. Tudo que eu tenho de mais legal ou ela me ensinou ou me inspirou a ser e buscar", escreveu Lucas. Por fim, ele brincou com a idade da cantora e falou sobre o vídeo que postou, que foi inspirado em "White Lotus", série que os dois assistem juntos: "E agora eu vou pegar uma quarentona. E isso é muito tri. Eeeee ainda se presta pra recriar ceninha de White Lotus no meio da viagem… é pra casar, memo! Te amo, guriazinha. Feliz 40! 'Pode mergulhar, a água tá uma delícia!'". --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/nativa-fm-campinas/support

Shine on You with Renee Novello
Overcoming Self Sabotage with your North Node

Shine on You with Renee Novello

Play Episode Listen Later Jan 2, 2023 40:47


Eeeee! I am SO excited the time has come to release this new podcast with a fresh direction- the common thread in each episode is introducing a way to FEEL GOOD, when we are able to be present with all that we are and opening up to growth & expansion we naturally feel good. I am so grateful -HONORED actually, you are coming along for the adventure iof self exploration in each episode! This is the first episode we have the sassy spiritual & astrology mentor, Renata. We talk with us about the power of understanding your astrological North & South Nodes. And how these placements offer great insight into your life direction & soul purpose as well as potential self sabotaging patterns. IMO this is THE most important part to grasp and experiment with in your astrological birth chart. In this episode, we talk about:-What is the North & South Node & how it impacts us /our life purpose-Experimenting and embodying the energy of our North Node-Awareness of the conditioning & potential sabotaging tendencies of our South Node energies-How Renata is incorporating Human Design to better understand & help her clients better work with their energy -How Renata as a Generator is embracing responding to her environment - How Renata has seen her clients have breakthroughs by aligning with a Human Design and astrology -The consequence of not aligning with your UNIQUE energy & being susceptibly to burnout as a result- How blanket approach to "one size fits all" advice get us off track-What is Renata's favorite aspect of Human Design to teach Plus, we get into astrological trends for 2023 you need to know!To learn more about Renata - https://www.renatataravski.com/IG- @alignwithrenataCheck out Renee - www.reneenovello.com

Jay-Jay & Flynny Catch Up Podcast
Listen To What Happened At 4pm: Un-Inviting Family For Xmas

Jay-Jay & Flynny Catch Up Podcast

Play Episode Listen Later Nov 21, 2022 10:40


Eeeee, this gets a bit awkward. We hear from people about why & who they are un-iviting for christmas.  Also our new team member Producer Pledge is shaving his hair for cancer. It's the first time in 5 years he'll be getting a haircut, to donate click here https://givealittle.co.nz/cause/pledgers-shave-for-a-cure-1 Listen to Jay-Jay & Flynny 3-7pm on More FM or on the ROVA App See omnystudio.com/listener for privacy information.

F**k
Balance is a Verb, Not a Noun with Nicole Lapin

F**k "It All": Modern Women Redefining It All

Play Episode Listen Later Sep 15, 2022 55:42


To the people that say money can't buy happiness, Nicole Lapin's take is that they either don't have a good relationship with money OR they don't know how to manage it well... YET. *Thinking to yourself - Eeeee, some things need to change.*  Yeh, us too. Start with this episode!

Le Boost! de l'Abitibi
LIBÉRÉEEEEE,DÉLIVRÉEEEE...une VRAIE TORTURE!

Le Boost! de l'Abitibi

Play Episode Listen Later Jun 21, 2022 54:31


Aujourd'hui dans l'édition du mardi du BOOST !:  La Question chienne La petite vite de SM: Le plus jeune millionnaire MO a failli ne pas être là ce matin!! Est-ce que vous accepteriez que votre fille lance son OnlyFan Top 5 des choses qui vont changer avec l'arrivée d'un 4e membre dans le Boost  Pour punir quelqu'un, quel film lui feriez-vous écouter en boucle pendant 24h? Quoi manger quand il fait chaud Le légendaire Louis Pelletier nous parle de cinéma ! Bonne semaine!  En Abitibi, plus de classiques, plus de fun, Énergie ! 

The Keezia Leigh Show: The Preggo Bitch Diaries
22: Pregnancy, Moving countries and Sister hood wounding with Abergale Bremner

The Keezia Leigh Show: The Preggo Bitch Diaries

Play Episode Listen Later Jun 12, 2022 59:54


EEEEE. This week feels so special (I mean I feel like you will hear me say that EVERY WEEK haha) but for reals.This week our guest is my dear dear sister ABERGALE BREMNER.And this comes at the MOST perfect timing as she announced publicly just a few days ago that her and Vuja Deus are expecting a baby. HOW EXCITING.Connect with Abergale:Follow her: https://www.instagram.com/abergale_bremner/Connect with Keezia leigh :Follow me : https://www.instagram.com/keezialeigh/Work with me 1:1 https://www.thekeezialeigh.com/work-with-me-1-1

Vinyasa In Verse
Episode 119 - Where am I Right Now? Part 2 of Light of the World: Midlife Transitions and Spiritualities

Vinyasa In Verse

Play Episode Listen Later Jun 1, 2022 42:25


“Whatever space you make, the thing that you most desire will come to trust that the universe has your back and magic will happen as it always does.” - Leslieann Hobayan We are on our 2nd of the 4-part series - Light of the World: Midlife Transitions and Spirituality. In this conversation, we will lay out where we are right now. Midlife women are in, what I'm calling, “the threshold of change”. This is the point in most people's lives where they pause, look around, and say: “This is it? I thought there was more.” When you were younger, you imagined The Path – the career, the kids, the house. But did you dream past that? Because that's where we are now. That place where no one told you that you'd be sandwiched between starting to care for aging parents while still raising kids. This threshold where we can see the second half of life opening up before us. Will we continue down the path we've been on? (We know where that goes.) Or will we answer the call of our heart's burning desires? The call of our life's purpose? (And let's not forget the magical chemistry of The Pause!) Where do you go from here? What life do you want to intentionally create? * Follow me on Instagram for Maverick Mondays, Free Verse Fridays, and some real talk about healing, poetry, AND play: @leslieannhobayan or email me at leslieann@suryagian.com * Sign up for Joyful Meditation, a 5-part introductory series to meditation. Each recorded class is just a half-hour. Five classes to create self-awareness and inner peace-- for just $11.11! * Subscribe to my NEW! advice column, Dear Tita Tarot, to get insights on all of your burning questions about life, relationships, money (say what? yes, money!), and sure, spirituality, too - haha! For just $11.11, you'll also get monthly tarot-inspired writing prompts to help you dive deeper into your spiritual development. And if you sign up for an annual subscription, you'll get 2 months free! Subscribe today! First column drops June 1st! Eeeee! I'm so excited!! Today's poems/ Books / Oracle / Tarot Cards mentioned: Oracle Deck: Loosing our Grip

Purely Being Guided Meditations

Take a gentle moment to slow down and feel your being. Simply be with yourself and what's alive in you now. Let that be enough.

Purely Being Guided Meditations

Today we're diving into one of my favourite meta-living mindsets that soothes resistance and offers an incredible whoosh of faith, trust, and a more spacious perspective on life. META LIVING offerings are tools and practices that have the power to shift your energy & perspective in a powerful way. They're tools that allow you to transcend old mindsets, behaviours, and realities, and enter a new dimension of a more abundant life. You can listen to this sitting, laying down, or as you move around. The format of this is similar to a #spokenlove in that there's nothing here you need to do or accomplish. Just listen, let the words wash over you. How I use this tool: I sploosh it onto everything I'm experiencing as a kind of "blanket statement". It gets my mind thinking and wondering — "hmmm... how could this be joy!? How could this be a blessing and serve me!?" And I orientate my energy in that direction. #thisismyoriginstory #BOOYAH #alwayswinning

Podcast Umbanda EAD
Benção da Semana #07 - Evocação de Boiadeiros

Podcast Umbanda EAD

Play Episode Listen Later Apr 18, 2022 8:51


Cocina Delirante
¿Masa quéeeeee? Te decimos qué es y cómo hacer pan de masa madre

Cocina Delirante

Play Episode Listen Later Apr 13, 2022 5:56


Desde que inició el confinamiento por la pandemia muchas personas comenzamos a buscar actividades que nos ayudaran a sobrellevar esta situación y uno de los grandes pasatiempos descubierto por muchos, fue hornear, sin embargo, hay técnicas más complejas, por ello hoy te contamos cómo hacer pan de masa madre.

CantinhoCast
#027 - Mushoku Tensei - O Desempregado que Reincarnou como uma Tilápia

CantinhoCast

Play Episode Listen Later Apr 7, 2022 110:53


Eeeee estamos de volta galerinha, desculpa pelo hiato repentino, mas voltamos a todo vapor como de costume! Mushoku Tensei: Isekai Ittara Honki Dasu (Jobless Reincarnation: I Will Seriously Try If I Go to Another World) é uma light novel de Rifujin na Magonote sobre um homem desempregado e desesperado que reencarna em um mundo de fantasia enquanto guarda suas memórias, determinado a viver sua nova vida sem arrependimentos. Originalmente publicado no site de novelas da internet Shōsetsuka ni Narō desde 22 de novembro de 2012, um ano depois, foi anunciado que a série receberia uma versão impressa sob o selo MF Books da Media Factory com ilustrações feitas por um usuário do Pixiv chamado Shirotaka. Uma adaptação do mangá por Yuka Fujikawa começou a serialização na edição de junho de 2014 da Monthly Comic Flapper. A Seven Seas Entertainment licenciou os volumes tankōbon do mangá para localização na América do Norte. A empresa também licenciou os light novels originais. No ranking de Syosetu, o romance na web fez aparições cumulativas como a obra mais popular no site. Uma adaptação de série de anime para televisão pelo Studio Bind estreou em janeiro de 2021. Estamos aqui para explanar sobre Mushoku Tensei, esse anime que tem feito muito sucesso nos últimos anos! Quer ficar atualizado sempre que sair algum conteúdo novo? Gostou do nosso conteúdo? Siga nosso perfil no Instagram, visite nosso site para se integrar mais sobre os episódios e se quiser pode apoiar nosso projeto através do Apoia-se: Site: https://cantinhocast.com.br Apoia-se: https://apoia.se/cantinhocast Instagram: https://instagram.com/cantinho_cast/ Dúvidas, sugestões, caneladas? E-mail: zartel@cantinhocast.com

Roblox forever
Unboxing brina squishmallow + somiko play set

Roblox forever

Play Episode Listen Later Apr 2, 2022 3:17


Remember Me
Side Chat: Reunited

Remember Me

Play Episode Listen Later Mar 15, 2022 45:29


Your favorite ladies are back for side chat after Maria made the trip cross country to spend the weekend in La-La-Land. This episode is a candid recap of all the things the Remember Me ladies did, including a trip up the golden coast to the magical town of Santa Barbara. Laughs, tears, and so so much work. The big dreams are starting to take shape, you guys! Eeeee!!! Tune in and listen to this seasons second sidechat. It's a good one! Housekeeping: Join Re-Members Only for access to our Film Viewing Event with Katie on March 30th at 8PM EST. Make sure you don't miss our Merch Drop 3/20 - Sign up for our newsletter at www.remembermeftd.com/ When you listen to this episode, let us know what you think on instagram. ---------------------------------------- TODAY'S SPONSORS: NANA'S BOOKS: Bring back connection, one page at a time. NANA'S BOOKS pair nostalgic fine art and verse to engage and delight people living with dementia and their care partners. Check out nanasbookseries.com Want more Remember Me? Join our Re-Members Only Space for extra podcasts, events + more at www.remembermeftd.com/joinro ---------------------------------------- Remember Me is a podcast created by two moms who became fast friends on Instagram while caregiving for their parents. It features stories of Frontotemporal Dementia (FTD) with a focus on remembering individuals for who they were before the disease. The stories shared are raw, real, and so full of love. We hope it inspires you to "accept the good." --- Support this podcast: https://anchor.fm/rememberme/support

Skamfrelst
Ep. #256 - Helv*$te, din j&#la lillasjallete krystalf$#%EEEEE!

Skamfrelst

Play Episode Listen Later Dec 15, 2021 35:05


Damn! For å være verdens treigeste år, så har 2021 gått unna fort! For meg vil uansett alltid 1984 være verdens lengste år, etterfulgt av fjoråret. Har hatt ting å gjøre i år. Og tid er relativt. Ta vaksinen. Og har en spennende ny teori om Botox, jeg hyller Dronning Sonja og har endt opp i beef med Truls Svendsen! See omnystudio.com/listener for privacy information.

Yeah the Girls
EP4 | COVID Vaccine

Yeah the Girls

Play Episode Listen Later Nov 17, 2021 32:42


Eeeee, this is a scary one to discuss! This week we chat about the jab, Liz and I are both pro-vax but we have some close people in our lives that are pro-choice so we thought this would be a good one to discuss. As always, we would love to hear your thoughts! Remember to always be kind and respectful, this topic can always go out of hand and we don't want that for our beautiful listeners. Happy listening!

Rfinal Nathan
Rfinal #68 - Eeeee anéis externos

Rfinal Nathan

Play Episode Listen Later Oct 19, 2021 16:32


by Nathan Sahium com as participações de Ricardo Arcuri, Raphael Teixeira e Pedro Rodrigo.

Trash Box: A Real Housewives Podcast

Trash Box is back after a week hiatus (it was a family wedding, give me a goddamn break!), and I missed you. I did. Three really strong eps of Housewives to recap/snark on this week, but first I talk a bit about the new LA Times interview with Garcelle, Sutton, and Crystal. Worth a read, very entertaining! First up is the finale of Beverly Hills, where I Google everybody's net worth, fawn over Crystal's Chinese New Year party, champion Sutton, and wish bad things on the Fox Force Five (I guess we're still including the Ghost of Teddi Mellencamp?). Then it's over to Potomac where Candiace gets so, so mean! Then Salt Lake City, where we witness the extremely satisfying takedown of Lisa Barlow, via new girl Angie.   Next week it's Part One of the BH Reunion! Eeeee!   Follow us on Twitter @thetrashboxpod and on Instagram @trashboxhousewives. Like, subscribe, (positively, PLEASE, I'm so sensitive) review us on all the apps you have on your phone. Thanks for listening!

Go Home Heat: A Wrestling Podcast
Episode 278: Rastlin(Impact,AEW,& NJPW)4/3/21

Go Home Heat: A Wrestling Podcast

Play Episode Listen Later Apr 3, 2021 52:57


Jared and KP talk the world outside of the EEEEE! Forbidden Doors galore! Don Callis is scumbag supreme! What is going on with the Belt in NJPW? Cody corrects the course of this QTmess! 

Your Aunties Favorite Podcast
Native Women in Leadership

Your Aunties Favorite Podcast

Play Episode Listen Later Jan 25, 2021 56:53


This is probably how Navajo Nation Council gets. Eeeee.

Unsal Unlu
Eeeee, hiç çıkıyor musun sokağa falan?

Unsal Unlu

Play Episode Listen Later Nov 18, 2020 29:24


İktidarın gerçeklikle mücadelesi sürüyor. Daha doğrusu, her alanda gerçek konuşulmasın diye attığı adımlara her gün bir yenisi ekleniyor... Üzerine bir de muhalefetin pısırıklığı eklenince...

Haitian All-StarZ
Simply The Best R'n'B (Relationship Edition) - DJayCee

Haitian All-StarZ

Play Episode Listen Later Nov 14, 2020 79:06


DJayCee is back again with his latest Mix. Simply The Best R'n'B series continue, This mix was created for a special someone. Follow us on IG: @DJayCeeNYC@HaitianAllStarZEnjoy and Share. Track List: 1. All You Need (feat. Quavo & Bluff City) – Jacquees2. Snowchild - The Weeknd3. Indigo - Chris Brown4. Come Thru - Summer Walker & Usher5. Champion – Tank6. EEeee (feat. TK Kravitz) - Jacquees 7. Exchange - Bryson Tiller8. Trip - Ella Mai9. Come Together (feat. H.E.R.) - Chris Brown10. All I Want (feat. Tyga) - Chris Brown11. Boo'd Up - Ella Mai12. Damage - H.E.R.13. Bad Luck - Khalid14. Rather Be – Brandy15. I Want You Around - Snoh Aalegra16. My Bad – Khalid17. Heartless - The Weeknd18. Dirty (Remix) [feat. Chris Brown, Feather & Rahky]- Tank19. Back Home (feat. Summer Walker) - Trey Songz20. Lie To Me (feat. Lil Durk) - Queen Naija21. Nothing To Me - Snoh Aalegra22. No Guidance (feat. Drake) - Chris Brown23. Risk It All (feat. Tory Lanez) – Jacquees24. How You Want It? (feat. King Combs) - Teyana Taylor25. Slide (Remix) [feat. Pop Smoke, A Boogie wit da Hoodie & Chris Brown] - H.E.R.26. Cheap Shot - Ella Mai27. Better – Khalid28. Sauce - Ella Mai29. Good Bad - Ella Mai

Haitian All-StarZ's Music Mix
Simply The Best R'n'B (Relationship Edition) - DJayCee

Haitian All-StarZ's Music Mix

Play Episode Listen Later Nov 14, 2020 79:06


DJayCee is back again with his latest Mix. Simply The Best R'n'B series continue, This mix was created for a special someone. Follow us on IG: @DJayCeeNYC @HaitianAllStarZ Enjoy and Share. Track List: 1. All You Need (feat. Quavo & Bluff City) – Jacquees 2. Snowchild - The Weeknd 3. Indigo - Chris Brown 4. Come Thru - Summer Walker & Usher 5. Champion – Tank 6. EEeee (feat. TK Kravitz) - Jacquees 7. Exchange - Bryson Tiller 8. Trip - Ella Mai 9. Come Together (feat. H.E.R.) - Chris Brown 10. All I Want (feat. Tyga) - Chris Brown 11. Boo'd Up - Ella Mai 12. Damage - H.E.R. 13. Bad Luck - Khalid 14. Rather Be – Brandy 15. I Want You Around - Snoh Aalegra 16. My Bad – Khalid 17. Heartless - The Weeknd 18. Dirty (Remix) [feat. Chris Brown, Feather & Rahky]- Tank 19. Back Home (feat. Summer Walker) - Trey Songz 20. Lie To Me (feat. Lil Durk) - Queen Naija 21. Nothing To Me - Snoh Aalegra 22. No Guidance (feat. Drake) - Chris Brown 23. Risk It All (feat. Tory Lanez) – Jacquees 24. How You Want It? (feat. King Combs) - Teyana Taylor 25. Slide (Remix) [feat. Pop Smoke, A Boogie wit da Hoodie & Chris Brown] - H.E.R. 26. Cheap Shot - Ella Mai 27. Better – Khalid 28. Sauce - Ella Mai 29. Good Bad - Ella Mai

Los viajeros
#12. Un poco de lo q está pasando en esta nueva era . Parte 2

Los viajeros

Play Episode Listen Later Aug 8, 2020 29:43


Eeeee más mierrrda! --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app

Save Our Progress
Episode 187 - Aaaah, Ooooo, Eeeee

Save Our Progress

Play Episode Listen Later Jun 12, 2020 82:56


Topics Covered: 00:00:45 - Let's watch Thor: Ragnarok 00:06:22 - Pete's sodium content (With fighting games) 00:11:28 - Uncut Gems, Adam Sandler, and the Shaggy Dog movies 00:17:32 - Path to Trashness: Girly Air Force + other anime 00:28:35 - We've been indcoctrinated 00:34:04 - Throw away your Vita, P4G might be coming to Steam 00:40:22 - Tag In Battle Charity Tournament 00:55:45 - Paul's playing Games 01:07:38 - Weird games like 'Control' 01:13:57 - BLACK CLOVER, CRAIG BECAME THE WIZARD KING 01:16:17 - Destiny and positive messaging Links: blmsites.carrd.co blacklivesmatters.carrd.co blackliveswillalwaysmatter.carrd.co blmstanguide.carrd.co Email us at: email@saveourprogress.com Follow us on Twitter at: https://twitter.com/SaveOurProgress Or follow the hosts on twitter at: Craig - https://twitter.com/SearosCanoel Paul - https://twitter.com/pomorales Pete - https://twitter.com/EspadaPete Zac - https://twitter.com/AronZacField Produced by Zachary Field Podcast Artwork by Natalie Fang Dai Opening Theme https://www.youtube.com/watch?v=yJEPTk7FLmk Pamgaea by Kevin MacLeod [Check out more of Kevin MacLeod over at http://incompetech.com/] Credits: Helltaker "Vitality" by Mittsies

O-Tower
#7 バーチャル大会がやりたいいeeeee!

O-Tower

Play Episode Listen Later May 3, 2020 44:20


※SoundCloud4/16配信のものと同一です。 02:36-LockdownO/11:13- http://routechoicegame.com /19:20-NaviTabiUpdate/29:16-Course setting/35:55-Catching Features/38:00 Futsu-Ota

F*ck Your Degrassi Podcast
Ep 4: Girls Just Wanna Have Drugs

F*ck Your Degrassi Podcast

Play Episode Listen Later Mar 9, 2020 85:09


This week, Ashlee and Bre cover "Jagged Little Pill" and how to have fun when your parents are gone. Big mood headbands, fruit snacks, Eminem, and a-b-c-d-EEEEE! Remember, drugs are only fun when you're doing them. WARNING: This episode was deemed NOT SAFE for Ashlee's & Bre's moms!!   Vocal cameos by Hammy the cat and Robyn the person!   Follow on Instagram @degrassipodcast Music by Arielle LaGuette

Loathed Strangers: Swindon Town Podcast

Eeeee pet, a week is a long time in football, like! The euphoria of last weeks victory over Exeter has been dampened somewhat by a draw up in Carlisle. It's definitely not the end of the world but with a tricky fixture against Northampton approaching, who knows? I'm joined by journalist Ben Wills and he's got the sniffles so be nice! This episode is sponsored by the STFC Official Supporters Club. SUH-WIN-DON!

Kartoffeln unter Kiwis
Eeeee - ab in den Süden

Kartoffeln unter Kiwis

Play Episode Listen Later Jan 20, 2020 28:16


der Sonne hinterher eyo was geht der Sonne hinterher eyo was geht

Pitaco & Prosa
Pitaco e Prosa #74 - Pitacoverso #4: Rebelião das Máquinas

Pitaco & Prosa

Play Episode Listen Later Dec 5, 2019 29:20


Eeeee chegamos a mais um Pitacoverso, esse quadro que você aprendeu a amar, e dessa vez, a bancada do Pitaco está enfrentando a rebelião das máquinas!!! A Skynet mandou um Cyberdyne 101 atrás da gente, os robôs resolveram se rebelar, microondas assassinos, enfim, são tantas possibilidades que fica difícil imaginar como sobreviver hahahaha, mas a gente tenta, né?! Então chega aí para esse papo muito louco onde vamos explorar táticas de sobrevivência numa possível Rebelião das Máquinas!!! Redes Sociais do Pitaco: Twitter e Instagram Convidados: @artvieiraa Visite o Nosso Blog: www.pitacoeprosa.com E-mail para Contato: contato@pitacoeprosa.com Mande o seu feedback via e-mail ou pela DM de nossas redes sociais! --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app

Bajkowy Podcast
BP #030 - SuperMocny wóz strażacki

Bajkowy Podcast

Play Episode Listen Later Oct 19, 2019 8:10


Tytuł: SuperMocny wóz strażackiAutor: Ewelina JaskiCzyta: Wojciech StrózikW pokoju Bruna od zawsze było bardzo kolorowo. Różnorakie, pstrokate auta prezentowały się dumnie na białych półeczkach. Natomiast te większe, takie jak: koparki, spychacze, betoniarka oraz duży lśniący wóz strażacki miały swoje miejsce pod niebieskim stoliczkiem przy oknie. Bruno uwielbiał swój pokoik.Kiedy wracał z przedszkola, wbiegał do niego i wywoływał swoje auta do zabawy na dywanie. Lubił bawić się w wyścigi resorakami! Ileż wtedy było emocji, gdy ustawiał je w jednym końcu pokoju i wyznaczał metę w drugim końcu, pod oknem. Na środku ustawiał różne przeszkody, najczęściej zostawiając tam swój kapeć, czy wieżę z lego.- Siuuu….brrrrum….Szuuuuuu….!!!!!-naśladował autka Bruno.Każde autko w wyścigach Bruna wyróżniało się niezwykłą zwinnością, szybkością i lśniąca karoserią. Bo… kiedy mama nie widziała, Bruno polerował autka rękawem swojej flanelowej koszuli w czarno-czerwoną kratę☺Niemniej jednak tego dnia, przyszła mu ochota na zabawę większymi pojazdami, tymi spod niebieskiego stoliczka. Chciał zorganizować zabawę w budowę placu zabaw.- Będą zjeżdżalnie! Huśtawki! Ooooooo ….taaakie wysokie!- emocjonował się Bruno- Dalej koparki! Dalej spychacze! Do dzieła!-wołał radośnie.Bruno ustawił autka na dywanie, wziął klocki i rozpoczął budowanie placu. Zaczął od zbudowania kolorowego płotu z klocków.- O tak! Ogrodzenie musi być, żeby dzieci na placu zabaw mogły się bezpiecznie bawić- komentował zadowolony z siebie, mały budowniczy.Kiedy ogrodzenie było gotowe, Bruno postanowił zabrać się za zjeżdżalnię.- Hmm…potrzebowałbym jakiejś śliskiej płaskiej powierzchni… Czego, by tu użyć? –zastanawiał się chłopiec?-Już wiem!!- z radością zawołał Bruno i czym prędzej pobiegł do pokoju swojej siostry.- Iga, Iga…. pożycz mi proszę, najdłuższą linijkę, jaką masz w tornistrze!!! Buduję najbardziej niebezpieczną i stromą zjeżdżalnię świata! Eeeee…. to znaczy, najbardziej niebezpieczną zjeżdżalnię w moim pokoju☺Iga uśmiechnęła się do brata, wyjęła półmetrową przezroczystą linijkę z szuflady swojego biurka, tym samym, stając się częścią budowlanego projektu swojego pomysłowego braciszka☺- Dziękuję, dziękuję! Juppii! – dziękował siostrze Bruno w locie do swojego pokoju.Zjeżdżalnia miała podpórkę z wieży z klocków. Z drugiej strony przy pomocy plasteliny zamontowana została linijka Igi. Zjeżdżalnia była naprawdę wysoka. Chłopiec użył do jej budowy wszystkich swoich klocków w kolorze żółtym i niebieskim. - Ooo tak, to jest najniebezpieczniejsza zjeżdżalnia w moim pokoju!! – komentował dumny z siebie młody konstruktor.Bruno jednak miał wątpliwości. Plac zabaw powinien być bezpiecznym miejscem. Spojrzał na swoje budowlane pojazdy, kolejno wodząc po nich wzrokiem. Koparka, spychacz i betoniarka spełniły już swoje zadania podczas budowy placu.Koparka wykopała małą piaskownicę z piasku kinetycznego w foremce w kształcie muszelki. Spychacz spychał klocki, potrzebne do budowy odrodzenia w kierunku prawej rączki Bruna, która układała je kolejno jeden na drugim. Betoniarka użyła szarej ciastoliny i wylała ją przy mocowaniu nóg huśtawki, które Bruno zrobił z kolorowych cienkich bierek.Wzrok Bruna utkwił teraz na lśniącym wozie strażackim. - Hmm… przyjacielu, jeszcze Ty nie miałeś okazji się przydać w trakcie budowy… - zamyślił się chłopiec.Myślał, myślał, rozglądał się dookoła… iiii wymyślił!Spojrzał na swoją zjeżdżalnię, tę… najniebezpieczniejszą…., której nieumyślnie nie zbudował schodków, do wspinania się po niej. Poza tym, zjeżdżalnia nie była zbyt bezpieczna. Zabawa na placu zabaw powinna być miła i przyjemna.- Już wiem! - wykrzyczał Bruno.- No, no koleżko, będziesz miał odpowiedzialną rolę - powiedział i wziął do ręki wóz strażacki.Postawię Cię przy zjeżdżalni, będziesz rozciągał swoją strażacką drabinę i przenosił moje ludziki na szczyt zjeżdżalni.- Genialne!!- cieszył się chłopiec-Poza tym….- Bruno kolejny raz zwrócił się do wozu.- Będziesz czuwał nad bezpieczeństwem zabawy na moim placu - oznajmił chłopiec.Gdy właśnie przydzielił ostatnia rolę dla wozu strażackiego, do pokoju weszła Iga.- Brawo Bruno! Jaki ładny plac zabaw!- pochwaliła brata- Widzisz.., jest i wóz strażacki, dba o bezpieczeństwo i przenosi ludziki na zjeżdżalnię- wyraźnie dumny z pomysłu odezwał się Bruno.- Widzę! Ciekawie i mądrze to wymyśliłeś. Straż pożarna nie tylko gasi pożary, ale dba o nasze bezpieczeństwo, tam, gdzie istnieje duże ryzyko jakiegoś przykrego zdarzenia, wśród dużych skupisk ludzi. Na przykład podczas różnych koncertów, festynów, konkursów plenerowych, wydarzeń sportowych. Organizuje też akcję ratowniczą. – doprecyzowała Iga- Wow! Mój wóz strażacki ma naprawdę poważne zadania! Dbanie o bezpieczeństwo to jego SUPERMOC!- podsumował Bruno- Ooo tak! To zdecydowanie jego supermoc. Twoją natomiast jest wymyślanie i konstruowanie przeróżnych budowli braciszku☺ Może zostaniesz inżynierem, architektem, kto wie?! - A może strażakiem?! kto wie?- dodał Bruno i wspólnie z siostrą bawili się w jego pokoiku aż do kolacji pod okiem lśniącego SuperMocnego wozu strażackiego.Ewelina Jasik

Beholder's Eye
Episode 64 - A Bit Tense

Beholder's Eye

Play Episode Listen Later Jul 1, 2019 38:11


Eeeee.http://www.beholderseyecast.comJoin us on discord at https://discord.gg/MAtXjz4Music from //FILMMUSIC.IO//"Action", "Air Prelude", "Dragon and Toast", "The Descent", "Despair and Triumph", "Earth Prelude", "Curse of the Scarab", "Our Journey Begins",Kevin MacLeod (incompetech.com)Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/Sound Effects by //ZAPSPLAT.COM//Blastwave_FX_BodyFallSnow_S011HO.32Blastwave_FX_Fireball_BW.61110Blastwave_FX_FireBarnInt_S08FI.2bottlerocket_Swell+To+Impact_Distorted_01comedy_missle_launchfoley_cork_pull_out_from_wine_bottle_004fork_media_sound_design_horror_realisation_shrillgregor_quendel_Designed_Fire_Short_Swoosh_burst_sizzling_01_006gregor_quendel_Designed_Fire_Winds_Swoosh_04_009household_door_shed_closehuman_hand_slap_around_facejulien_matthey_nature_fire_fireball_passbyPM_FN_Spawns_Portals_Teleports_5science_fiction_device_power_upskyclad_sound_stab_whistles_cluster_metallic_shrill_alarmed_magic_cold_149sound_spark_Glitch_Factory_01_Boom_Crackle_17soundbits_JustChains_pitched_Just_Chains-Drops_17soundbits_Screams%26Shouts_human_female_039zapsplat_fantasy_magic_spell_water_whoosh_rise_thud_26489zapsplat_horror_breath_reverb_ghost_004_10804zapsplat_impact_metal_heavy_thump_clunk_001_13429zapsplat_magic_wand_reversed_whoosh_build_001_12537zapsplat_magic_wand_whoosh_001_12543zapsplat_magic_wand_whoosh_003_12545zapsplat_multimedia_musical_branding_intro_piano_harp_soft_choir_calm_trustworthy_17459zapsplat_science_fiction_light_sabre_swing_electronic_hum_005_17372zapsplat_warfare_battle_axe_swing_001_11885zapsplat_warfare_sword_swing_fast_whoosh_metal_003

1 plano para dominar o mundo
#015 - 1 plano para: Vingadores Endgame Pt.3 FINAL

1 plano para dominar o mundo

Play Episode Listen Later Jun 21, 2019 59:52


EEEEE a última parte de Vingadores Ultimato está no ar. Comentamos sobre a batalha final épica, feiticeira escarlate metendo pau no Thanos, Capitã Marvel overpower e várias teorias sobre o que vai vir para a próxima fase do MCU. CONFIRA ESSE EPISÓDIO! se você quer participar dos próximos episódios, entre em contato conosco por e-mail ou direct do instagram! E-mail: 1planopdm@gmail.com Não deixe de enviar e-mails para sugestões, criticas e comentários. SIGA O PODCAST NAS REDES SOCIAIS: Twitter/ Instagram : @1planopdm #podcastchê :   https://podcastche.com.br  --- Support this podcast: https://anchor.fm/1plano/support

Gaming on Ten Minutes a Week
Episode 50 - Eeeee, Three Hosts!

Gaming on Ten Minutes a Week

Play Episode Listen Later Jun 14, 2019 119:15


This week, Nick and Don are joined by our friend Chefstar to discuss all the exciting news from E3 2019, as well as news and just a couple games we've played.  Thanks for listening! News/Notes:  E3 News Thread via ResetEra Google Stadia details revealed New Light Gun coming soon for retro gaming Details on how they got Doom to run on SNES Square Enix sucks at keeping track of their games Intro/Outro Music - Verbena - It's Alright, It's Okay Contact Info: Twitter Facebook Join us on Discord Gaming on Ten intro track playlist on Spotify GamingonTen (at) gmail.com Leave us a message at 1-724-BINGOS-1 For Amusement Only Podcast Virtually Human Podcast GO BUY COIN-OP CARNIVAL. BUY IT TWICE. Tags: gaming, video games, xbox, ps4, playstation, pinball, bingo, podcast, xbo, fortnite, xboxone, xbox one, nintendo, switch, nintendo switch, arcade, qbblitz, coinop, gameroom, jprg, ddr, stepmania, rhythm games, apex legends, software, overwatch, league, c64, labo

Meet Us in Paris
COOO-FFFFF-EEEEE

Meet Us in Paris

Play Episode Listen Later Jun 10, 2019


To quote Anonymous: “Coffee, a magical substance that turns “leave me alone or die” into “Good morning!”.   Needless to say, when we are abroad, our need for coffee consumption doesn’t wane, if…Read the postCOOO-FFFFF-EEEEE

The Descent is Easy: A Shadowhunters Podcast

Website - Tumblr - Twitter We discuss all things Clary, amongst ourselves, but also with Kat McNamara! Eeeee! So excited! Visit our Clary Character Page for all things Clary! Fill in our Character Questionnaire now! Group 1 has closed, but Group 2 is here - fill it in for entry into our The Descent Is Easy goodie bag giveaway!

VivaFit Cast
#24 - ZERO ESCAPADINHA [ DESAFIO BÔNUS ]

VivaFit Cast

Play Episode Listen Later May 7, 2019 12:53


Você vai na academia, sofre, corta carboidrato, corta isso corta aquilo.Zera glúten, Zera Lactose, Zera a vida! Eai ....se olha no espelho e pensa: Porque Diabos meu corpo continua do mesmo jeito?! ENTÃO!! ENTÃO!! ENTÃO !! RESPOSTA: AS ESCAPADINHAS!EEEEE eu vou te ensinar a largar essas escapadinhas, usando o método #ZEROESCAPADINHAPLAY!Ajudamos pessoas cuidarem da saúde mental e física nas suas lutas diárias ˆSiga em nossas redes sociais:Instagram : @felipevivafitFacebook : /felipevivafitTwitter : felipeximaYoutube : vivafitTvSeja Bem Vindo(a) a maior comunidade saudável do Brasil :)

YuSkool's podcast
#10- Diggin up Bones... reverse roles -- Al & Clayton

YuSkool's podcast

Play Episode Listen Later Mar 21, 2019 103:52


In this episode, Bones (@cousinclay) reverses the roles, turns the tables and takes the hot seat and does the interview asking me the questions. We take it to a deeper level than normal. EEEEE. Prepare to get jazzed!

PropaneFitness Podcast
PropanePodcast #204 – How To Start Your Summer Diet

PropaneFitness Podcast

Play Episode Listen Later Mar 19, 2019


Eeeee hasn't this year flown by.  We're already at the end of the first bloody quarter of 2019.  I usually don't like it when people say things like this (as time is NOT passing quicker than normal).  But, it does feel like yesterday that it was New Years Day and the start of 2019.  Apparently, time passes quickly as you age because your life is less varied.  Same routine. Every day.  Before you know it, it's no longer March...it's July.  Then it's October and you're seeing Xmas adverts.  And that ambitious goal you set yourself at the start of 2019 never happened.  Every year I put out what I consider to be a "warning notice".  If you wait until late May to get leaner for your holiday in July - it'll be too bloody late.  However, before we know it...it WILL be May and it WILL be too late.  If you want to drop some weight before the Summer, don't wait to get started...start today.  The question is - what should you do?  If you feel like you're flapping around, constantly changing goals and swapping to new diet and training plans with little progress to show for it...what do you change and how?  Here's a quick and dirty guide of how to start the ball rolling for you Summer fat loss diet.  1. Set the bar low  The WORST place to start is assuming that you can drop 1kg per week for the next 12 weeks.  Let's be honest - if you're currently struggling to stay consistent, you probably can't.  Rather than setting yourself up for disappointment from day 1 - set a goal you can easily hit.  Aim to decrease your average weight by 0.2-0.4kg per week for the next month or so and see how you go.  Weigh yourself every day.  *YES*, every day.  Work out the average every 7 days and aim to decrease that number by 0.2-0.4kg every week.  2. Keep your nutrition simple Rather than jumping on the latest keto, boom-bod, XTREME fat loss bollocks - just change two things.  a. Manage HOW MUCH you eat - keep your food choices largely the same.  Need some calorie & macro targets? Enter your details below and we'll send them over now… Enter Your Goal* Fat Loss Muscle Gain Bodyweight (lbs)* jQuery(function() { var $slider = jQuery( '.moon-gforms-slider' ); var $sliderInput = $slider.next('input'); $slider.slider({ min: 57, max: 500, value: 221, slide: function( event, ui ) { $sliderInput.val( ui.value ); $sliderInput.trigger('change'); }, create: function( event, ui ) { $sliderInput.val( 221 ); } }); }); Select Your Gender* Male Female Name* First Last Email* * I understand that I will receive further communications from PropaneFitness related to the calculator and can unsubscribe at any time. Full details here http://propanefitness.com/privacy-policy/ jQuery(document).ready(function($){gformInitSpinner( 2, 'https://propanefitness.com/wp-content/themes/propane2016/moon-digital/assets/dist/ima...

The DisJointed Podcast
Ep #241 Rosa Mariposa

The DisJointed Podcast

Play Episode Listen Later Feb 18, 2019 64:38


EEEEE! Rosa Mariposa is on The DisJointed Podcast! We talk about relationships, theater, and making the transition from Theater to Stand-Up Comedy! Follow her hereDon't forget to subscribe and follow me on Instagram at disjointedpod --- Support this podcast: https://anchor.fm/disjointedpod/support

i want what SHE has
#56 Megan Offner (NY Heartwoods) / Erica Chase-Salerno (Thank You Cancer) "Living and Dying On Your Own Terms"

i want what SHE has

Play Episode Listen Later Feb 13, 2019 119:41


Hello to you, and happy Feb 13th, the day before Valentines Day, which we like to think of as 'self-love day.' Yes, Girl Talk is about Valentine's Day, but not in the way you THINK we're going to talk about it. Theresa had a One Billion Rising event this last weekend, which not only raised money for survivors of sexual assault and domestic violence, but also the one and only Eve Ensler came and married everyone to themself. Eeeee! You can watch the video of the event speakers HERE. If you want ALL the vows, send us an email. Our first guest today is Megan Offner of New York Heart Woods. Her company consciously produces lumber, live-edge slabs, furniture and retail displays from fallen and urban Hudson Valley trees. Yet another amazingly creative person coming from Brooklyn, creating a life out of the world of set design and DJ'ing in the city. Yes she was raised in Missoula MT, yes she renovated a crack house in Ocean Hill Brooklyn, yes she researched green building materials, yes she invested in her own education... started her own business in Brooklyn and moved up to the Hudson Valley. Heck YES! She's been clear from the beginning to stay true to her passions and principles. She learned through some ups and downs, a bout with skin cancer and an awareness of the roles the masculine versus the feminine has played in her life to also stay true to her own needs. She's a true model for how we can all both live and work sustainably not only for ourselves but for our world. Our second guest today is Shana's dear friend Erica Chase-Salerno. Erica is a force, a healer, a writer, a mother, a lover of life and connection. She gifted her community and family with a dynamic and diverse view of the world, working with new mothers with Wyld Acres Healing Arts & Prenatal Communication, working with families as an intuitive, homeschooling her own kids, and always exploring creative projects, outings and activities. It's no wonder that her own backyard labyrinth inspired a dedication to her at The Forsyth Nature Center. Prepare yourselves, Erica talks about the GIFT of Cancer, the CAN in cancer, each new chapter a gift. Ever since we (her friends and family) learned about her cancer, we were not aloud to use certain language. We were instructed to lose the 'fight cancer' lingo, the 'I'm so sorry for you' offerings, instead we were all encouraged to join her in her wonder and joy, her excitement and her desire to share every detail of her experiencing this part of her LIFE.  Shana knew that Erica would be down to do an interview to share her story with us one last time, so she sat with her bedside, wheeling the breathing machine into the hallways (although you can still hear it).  The entire interview  (one hour and 40 minutes) is available to all who what it, you can email: she@iwantwhatshehas.org. It is meant to offer you a positive story of death, dying, cancer, and what it's like to do the ultimate transition with grace and joy. Erica passed away 6 days after this interview, Feb 7th, 2019. In lieu of flowers, donations may be made in Erica's loving memory to her children's education fund by mailing checks made payable to Michael Chase-Salerno to PO Box 300, Modena, NY 12548. Write “education” in the memo. Online tributes and remembrances may be posted at https://erica.chasal.net. You can read her obituary HERE. Her TMI reading starts us off and you can watch that HERE. Today's show was engineered by Manuel Blas from Radio Kingston. We heard audio from Ashley Knox from this past weekend's 1st Annual Sojourner Truth Walk, and music from our one and only Shana Falana. Until next week, love yourself and uplift one another. ** Please: SUBSCRIBE to our pod and leave a REVIEW wherever you are listening, it helps other users FIND US :) Follow Us: INSTAGRAM FACEBOOK TWITTER

High Vibe Babe
8 // I’m Training for a Half Marathon!

High Vibe Babe

Play Episode Listen Later Feb 8, 2019 7:01


Eeeee announcing to the WORLD that I've decided to CHOSE to follow a desire and run a half marathon!!!   Join my Facebook group High Vibe Babes Community. Follow me on IG @highvibebabe Follow me on Facebook @angharad.woollaston Go here to purchase my #1 Amazon Best Selling book Desperate to Determined Angharad xx

High Vibe Babe
8// I’m Training for a Half Marathon!

High Vibe Babe

Play Episode Listen Later Feb 7, 2019 7:01


Eeeee announcing to the WORLD that I've decided to CHOSE to follow a desire and run a half marathon!!!

Podcasterapira
Podcasterapira Ep 04 - plantas que ensinam, música e blogueirisses

Podcasterapira

Play Episode Listen Later Jan 2, 2019 110:09


Eeeee 2019 chegou e além de um governo autoritário, temos também um podcast só com gente elegante. Nesse episódio, o Eu Lírico Studio recebeu Gustavo Vedana, que é Gerente de Conteúdo e o Dj de bom gosto e multiartista, Julian Grunnüp. O papo foi tão legal, que fo podcast acabou tendo 1h and fuckin 47 minutos. Turubom. Brisamos sobre como as plantas nos ensinam no dia-a-dia e também falamos muuuuito sobre música. Teve papinho sobre Madonna, Rihanna e maior diva da blogosfera Blogueirinha de Merda. A arte/capa da semana fica a cargo do próprio Grunnüp. Sigam a gente nas seguintes arrobas. @joaomiguelsantana @euliricostudio @grunnup @gussvedana Feliz 2019 e ninguém solta a mão de ninguém!

The Jig Is Up
Episode 137: King Mee, Eeeee, Eeee

The Jig Is Up

Play Episode Listen Later Dec 18, 2018 133:04


In this episode, we gave our top five albums of 2018, along with Honorable Mentions. We also spoke on what the requirements are to be The King of R&B and if we agree with Jacquees or not. Nessa brings another NSA about The Cardi & offset situation and How Men are with their double standards in a relationship and if cheating is a deal breaker. Enjoy.

Walk the Walk
S01EP02: Ebie Hepworth

Walk the Walk

Play Episode Listen Later Dec 2, 2018 41:36


Before we started recording, I quizzed Ebie on how to pronounce her name. The hazard of podcasting with people you’ve only met online is it’s a little like learning big words in books instead of the spoken language. You sometimes don’t know how they sound when you’re supposed to say them outloud. For the record, it’s Eeeee-bie, like E.B., which as it happens stands for her full first name Elizabeth. Great to know. :)I wanted to talk with Ebie because she’s just this vibrant force of a woman. She pushes hard after the Lord, and she has had so much about her life change in the past few years, I wondered if the way she thinks about God has changed at all.In this episode, Ebie talks about her adoption from Liberia, the surprise medical diagnosis when they got home, and her belief that God is a God who heals.Ebie Hepworth’s vulnerable and relatable heart has allowed her to encourage countless women across the globe. Ebie served Wipe Every Tear, an organization bringing freedom and restoration to women trafficked in the sex trade, for 5 years, giving her a front row seat to redemption. She and her husband Zac have two adorable little ones Birdie and Asa.More from Ebie: Instagram @EbieHepworth // Website SHOW NOTES:Duchenne Muscular DystrophyThe Day of Asa’s DiagnosisRiverhouse Ministries (Ebie’s church) Podcast

god lord zac liberia eeeee ebie ebie hepworth
Key Radio - Mike and Heather in the Morning
Let’s Talk About EEEEE-VIL

Key Radio - Mike and Heather in the Morning

Play Episode Listen Later Oct 31, 2018 36:08


Evil is a very real thing, and it’s important and healthy to talk about evil with a biblical approach.

The Full Voice Podcast With Nikki Loney
FVPC #53 Spooky Vocal Warm-Ups 2 (With Wicked Repertoire Recommendations)

The Full Voice Podcast With Nikki Loney

Play Episode Listen Later Sep 28, 2018 28:38


The Halloween Season is here! (And so is our new FREEBIE Friday download!) Using the scary themes from Halloween can be a fun time in the private teaching studio. Singing minor triads and arpeggios or exploring a chromatic scale is far more engaging with a ghostly “Oooo” or “Eeeee”. Have some fun with your singers of all ages this month. Don't forget to get your FREEBIE FRIDAY DOWNLOAD www.thefullvoice.com/freeresources

GoatCast
GOATCAST 04 AS PRIMEIRAS DE MUITAS INDICAÇÕES

GoatCast

Play Episode Listen Later Sep 2, 2018 80:36


EEEEE voltamos oficialmente em nova casa, com novo episódio!!! Dessa vez The Nada, Vinnie, Godoka e Matusa (entrando no finalzinho ;D ) vieram indicar uma PORRADA de bandas que eles tem ouvido!!!!!!

Tysto film commentaries
2001: A Space Odyssey

Tysto film commentaries

Play Episode Listen Later Nov 12, 2017 145:26


Join Mehul and me as we explore the vastness of space and discover it full of character actors! We contemplate the nature of the universe, discuss alien life and intelligence, talk about the film's influence on our culture and movies, and generally have a very good time with this slow, contemplative, visual feast of a film. Altho we discuss what we think could have made it better, and altho I don't say it, I consider this to be a nearly perfect film. But is it entertaining...? Eeeee, maybe not as much as it could be.

PermissionLESS
Pamela Lund

PermissionLESS

Play Episode Listen Later Mar 15, 2016


EEEEE! It’s the inaugural episode of PermissionLESS Season 1! I couldn’t have launched with a more badass guest. Please give a toasty welcome to Pamela Lund. I can’t wait to hear your thoughts and feedback! If you love it, please share it. The ability to subscribe on iTunes will be live soon!   Show Notes […] The post Pamela Lund Ep. 0101 appeared first on permissionLESS.

Yes Was Podcast
#77 – Opóźnieni

Yes Was Podcast

Play Episode Listen Later Sep 6, 2015 51:17


Wyjątkowo niedziela, bo nie wyrobiliśmy się przez IFA. Ale nadal was kochamy i liczymy na wybaczenie! Eeeee… No… IFA? Pamiętajcie, że w każdym tygodniu możecie zaproponować tematy do odcinka przez […]

The John Dredge Nothing To Do With Anything Show

This week's barmy bonanza of bits and pieces brings you the BBC Mallard Orchestra direct from the lake, like, and there's a rather unusual visitor for both Terry and, indeed, June. We present an extremely dangerous space adventure complete with ice lollies, but who is Barry Morse? And can you think of a link? (Please note: Eeeee is pronounced eeeeeeeeeeeeeeee. Thank you.)

Nerds Do Fundão
Minicast NDF 5 – Olha aqui meu machucadinho + 18

Nerds Do Fundão

Play Episode Listen Later Nov 24, 2013 13:55


Nesse Episódio, Seráfa Xina, Garu, Rike & Soneca vão discutir e dissecar a seguinte noticia: Britânica faz cirurgia no abdômen e fica chocada ao acordar com ”pênis” Escute nesse episódio: – Quem não erra mais? – EEEEE caralho…(quer entender? clica aqui) – Mais vale um pássaro na mão ? Não deixe de comentar no nosso […]

Ocarina of Grime
Episode 17: Sven Wafflnaffl leads the Spartans to vic-tor-eeeee

Ocarina of Grime

Play Episode Listen Later Sep 21, 2012 51:11


Stephen Walking - Move KOAN sound - Sly Fox (Opiuo remix) Knife Party - Internet Friends (Revolvr Bootleg) Stereotronique - Exoskelephone Fabio Lendrum - Out the Water (501 remix) Calvertron - Battleface Benga - Pour Your Love(Taiki and Nulight remix) Excision & Downlink - Crowd Control (Pixel Fist remix) Skrillex & Damien Marley - Make it Bun Dem (Culprate remix) Metzo vs Yeo - Devil CRNKN - Signs of Life Tim Ismag - E.A.P. Excision & Skism - Sexism (Far Too Loud remix) Torro Torro - Go deep Pegboard Nerds - Fire in the Hole DotEXE - Hipster Cutthroat Ooah & LoBounce - Trash Talk Funtcase - Dem Mans Foreign Beggars - Apex (prod. by Knife Party) KOAN sound - 80s Fitness Craze & JWLS - Selekta (JWLS remix) KOAN sound - Eastern Thug Doctor P - Flying Spaghetti Monster Excision & Messinian - X Rated (Calyx & TeeBee remix) Excision - Execute (High Rankin remix) Excision & Datsik - Deviance (Dirtyphonics remix)

Live Paranormal
Crypto zoo

Live Paranormal

Play Episode Listen Later May 24, 2012 63:00


Welcome to the Crypto zoo!

No Title
Episode 15: Our Pet Rat

No Title

Play Episode Listen Later May 23, 2010 57:10


"Some Strange Feelin'" is by Davis Coen, and is available at Mevio.com. "Our Pet Rat" is an essay published anonymously in Chambers's Journal of Popular Literature, Science, and Arts in 1878. I found it in Google Books. The publisher, William Chambers, was the Lord Provost of Edinburgh who was included as a character in the film Greyfriars Bobby. (He paid for Bobby's dog license so the dog would not be put down by the authorities after the dog's master had died.) Read about bee space at the University of Illinois Extension website. McGee harassing Gibbs: [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Wl2G3TKckGw&hl=en_US&fs=1&rel=0&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999] Notice that, at about 53 seconds in, Gibbs turns on McGee with his fur fluffed out like an angry cat. "Ain't It Strange" is by Bosco and Peck, and is available at Mevio.com. A friend of mine went with me to The International Gem and Jewelry Show in Rosemont, IL. She and her husband also went to the Anime Central Convention, which was held in the same building that weekend. I would have gone to both, too, if it weren't for the facts that (a) I still had to grade a lot of final papers for my classes, (b) I am a huge wuss and a whole day of fun would have been too much for me physically, and (c) I did not have enough money lying around loose to pay for both shows. As it was, I got to take some pictures of some awesome costumes. Most people were very gracious when I asked if I could photograph them (getting asked is a compliment, I'm told). I, on the other hand, was very pleased that whenever I asked someone to pose, three or four other people immediately started photographing my models too. I took that as a signal that I have a good eye for costumes -- even though I know zippo about anime. I've tried looking these characters up, and all I found was an ad image for a site, not the series: See them there? Right in the middle? Blue eye patches, blue eye patches! The two girls (I think) in blue warned me that they were not from the same series, and I told them, "I don't care. I don't know anything about series. I just like your costumes." They were not impressed with my answer, as you can tell from their facial expressions. This guy is not from a series. Lots of people just dress up as animals. I am mainly interested in her arm armor, which she made. My friends told me later that there was a girl with homemade, lightweight armor all over her body, in curlicues reminiscent of (but less chilly than) Princess Leia's outfit in Jabba the Hutt's den. Eeeee! The guy was walking around with the box slightly open, and just his eyes peering out. I wish I knew who this was supposed to be. Gas mask! And, perhaps, Waldo. Unicorn! "Strange Town" is by Ivan Chew, used under a Creative Commons Noncommercial Sampling Plus license.