Um podcast sobre comunicação. Assinado por Jorge Correia. Tudo começa com uma pergunta simples. As respostas é que podem ser mais difíceis.
Portugal
No mundo novo, a verdade e a mentira parecem valer o mesmo.As falsidades travestidas de notícia contaminam a nossa confiança e a manipular as nossas formas de ser e estar.Um programa cujo mote principal é: ver, entender e resistir.E não, não são simples boatos ou pantominas.São atos deliberados de comunicação para manipular, para enganar.Há que estar atento. A ameaça é séria. Há coisas que só acontecem quando tudo se apaga. Quando o mundo à nossa volta fica em silêncio. Quando as luzes falham. Os dados caem. Os telefones deixam de dar sinal. E o ecrã — esse ecrã sempre aceso — de repente fica negro. Há um par de semanas. Um apagão elétrico, nacional, deixou milhões de pessoas sem energia. Durante horas. Sem rede, sem ‘internet', sem televisão, sem rádio. E foi precisamente nesse vazio — nesse momento em que todos esperávamos respostas — que alguém decidiu criar uma mentira. Não uma daquelas que costumam vir de fora. Importadas, traduzidas, adaptadas. Não. Pela primeira vez, nasceu aqui. Uma fake news portuguesa. Made in Portugal. Com uma estrutura clássica: citava a CNN Internacional, punha palavras falsas na boca da presidente da Comissão Europeia, falava de um ataque cibernético russo. E o mais impressionante: funcionava. Porque parecia verdadeira. Porque tinha fonte. Porque tinha aspas. Porque aparecia bem escrita. E porque o momento era propício. O país estava vulnerável. E a mentira encontrou o espaço perfeito para crescer. A desinformação não precisa de muito para se espalhar. Só precisa de parecer plausível. De encaixar na emoção do momento. De tocar naquele nervo exposto. E isso basta. Este episódio começa aqui. Com Filipe Pardal, diretor de operações do Polígrafo e dirigente da rede europeia de verificação de factos, a European Fact-Checking Standards Network, fazemos a autópsia dessa notícia falsa. E de muitas outras. Desmontamos a anatomia de uma mentira. E tentamos responder à pergunta que não quer calar: por que é que acreditamos nisto? A conversa é tudo menos técnica. É direta, desassombrada, útil. O Filipe conhece o fenómeno por dentro. E partilha connosco um conhecimento raro: o de quem passa os dias a ler frases suspeitas, a verificar factos, a desmontar falácias — e a lidar com o ódio que isso provoca. Falamos do termo fake news — que, é uma contradição em si mesmo. Porque uma notícia, para o ser, tem de ser verdadeira. E o que é falso… não é notícia. É desinformação. Ou, se quisermos, um boato — palavra antiga, que talvez descreva melhor o que enfrentamos hoje. Mas o que enfrentamos, afinal? Falamos de plataformas de desinformação profissional, com ligações a interesses geopolíticos. De fábricas de trolls ( uma espécie de robôs da internet, ou excertos de pessoas, que operam como agências — com orçamento, estratégia e objetivos. De vídeos falsos criados por inteligência artificial. De notícias recicladas com novos títulos. De imagens antigas vendidas como atuais. De WhatsApp s de família onde as mensagens falsas correm mais rápido do que em qualquer rede aberta. E falamos de outra coisa: da nossa fragilidade emocional. Porque o problema da desinformação não é só tecnológico. É humano. É psicológico. A mentira cola porque é simples. Porque confirma o que queremos acreditar. Porque nos poupa o esforço de duvidar. Vamos aprender como se combate isso. Com factos, sim. Com verificação. Mas também com literacia digital. Com transparência. Com ética jornalística. E com uma ideia clara: quem afirma um facto tem de o poder provar. Falamos também do preço de dizer a verdade. Do assédio, das ameaças, das pressões. E do cansaço de ser, todos os dias, o chato que diz “isso não é bem assim”. Mas falamos sobretudo da utilidade desse trabalho. Da sua importância para a saúde da democracia. Porque, como diz o Filipe: “Todos têm direito à sua opinião. Mas ninguém tem direito aos seus próprios factos.” Esta frase, simples e poderosa, resume o espírito do episódio.
Filipa Martins esteve na Ucrânia em plena guerra. Decidiu lá ir, há poucas semanas. Dormiu num bunker, ouviu sirenes de bombardeamento, escreveu com o corpo em sobressalto e regressou com uma história para contar. É a partir dessa experiência — descrita num texto publicado na revista Visão — que começa esta conversa, mas o que se segue vai muito além da crónica de uma viagem a um país em conflito. Filipa Martins é escritora, jornalista e argumentista. Publicou romances, ensaios, argumentos televisivos e, até uma biografia: O Dever de Deslumbrar, dedicada à vida e à obra de Natália Correia — um projeto de seis anos de investigação e escrita, que reconstitui o percurso de uma das figuras mais complexas e livres da cultura portuguesa do século XX. Neste episódio do Pergunta Simples, Filipa Martins fala sobre tudo isso: o processo criativo, o método, as viagens, os limites da exposição pessoal na escrita, sobre a responsabilidade de narrar vidas reais, nas biografias.. Mas fala também — e com contundência — sobre o estado da democracia, o espaço das mulheres na cultura e na sociedade, e o modo como certos retrocessos se tornam visíveis nas estatísticas, nos discursos, e até nos algoritmos das redes sociais. Ela assinou o argumento das séries Três Mulheres e Mulheres às Armas, onde a ficção histórica serve como espaço de reconstrução de memórias silenciadas — em particular, as histórias de mulheres que tiveram um papel ativo em momentos decisivos da história portuguesa, mas que a narrativa oficial nunca destacou. Na conversa, há espaço para o rigor e para a emoção. A autora explica por que razão sente necessidade de “palmilhar” o território antes de escrever — uma herança do jornalismo que molda a sua literatura. Explica também por que razão vê a escrita como um gesto de observação e de resistência — mesmo quando isso significa abrir feridas ou reescrever memórias difíceis. Falamos das notas tiradas em viagem, da organização caótica dos cadernos perdidos, da vida doméstica retratada nas redes, da romantização dos papéis tradicionais, do papel do medo e da intimidade na criação literária. Filipa Martins está, presentemente, a terminar o seu próximo romance. Não é autobiográfico, diz — mas é, até agora, o mais pessoal. Um livro que volta à memória, à linhagem feminina e às marcas que se herdam. Esta conversa é sobre tudo isto. Sobre escutar, observar e transformar o que se vive — em literatura, em pensamento, em matéria para não esquecer. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:03:06 Filipa Martins, Jornalista, escritora. 00:00:03:06 - 00:00:11:04 Imagino que agora te sintas mais escritora do que jornalista. Um sim, mas um género com. 00:00:11:06 - 00:00:38:06 Esta conversa que é quase uma conversa de karma, porque a primeira vez que nós tentamos, ainda na nossa santa ignorância, descobrimos que não havia luz. Na verdade, houve um apagão ibérico, na verdade mais do que ibérico, certo? Creio que esta luz não diz tudo, ainda mais sabendo que falar contigo era um enorme gosto. Mas só hoje de manhã, sabendo que vinha cá hoje na rádio, eu estava a temer que houvesse outro cataclismo que nos separasse. 00:00:38:07 - 00:01:11:01 E aí passávamos então a ser banco. Como é que tu vives? Tu paga um. Olha, na verdade foi muito agradável. Eu sei que houve situações muito complexas, mas a minha versão dos acontecimentos foi foi, foi bastante simpática. Encontrei amigos por acaso na rua, que é uma coisa absolutamente estranha em Lisboa, quase como aquela que os encontros casuais da aldeia e de repente se combinamos juntar crianças. 00:01:11:03 - 00:01:34:14 Então passámos um serão. Tivemos também a sorte de ser uma altura do ano em que em que a noite chegou bastante tarde, portanto, e até às 08h30 tivemos o lusco fusco, vendo os fusco, as crianças a subirem, encher as casas com lanternas e a brincarem com a fazer sombras chinesas na parede. Portanto,
Está tudo à beira de um ataque de nervos. Adolescentes, pais, professores. Já repararam que quase ninguém anda feliz com a vida que leva? Pode ser uma mera perceção minha. Mas há já múltiplos estudos que evidenciam sintomas de que o nosso bem-estar está abalado. E ninguém parece saber a receita para reequilibrar isto. Decidi assim ir em busca de respostas, com Tania Gaspar, psicóloga clínica, autora e coordenadora de múltiplos estudos sobre a saúde mental dos jovens ou o bem-estar dos pais, enquanto trabalhadores. E os resultados não são nada animadores. A saúde mental dos jovens em Portugal está sob uma pressão silenciosa, mas cada vez mais evidente. Apesar de viverem numa era de oportunidades aparentemente infinitas, muitos jovens sentem-se perdidos, sobrecarregados e emocionalmente fragilizados. Na nossa conversa Um dos temas que mais destacou foi o sistema educativo e a sua incapacidade de apoiar os alunos mais vulneráveis. Para Tânia Gaspar, a escola tornou-se um ambiente que, em vez de promover crescimento, muitas vezes contribui para o aumento da ansiedade e do insucesso. Este ciclo de exclusão começa cedo e afeta, sobretudo, os jovens de contextos socioeconómicos mais frágeis. Sem suporte emocional e estratégias de recuperação, muitos acabam por abandonar os estudos. A pandemia veio agravar estas dificuldades. As crianças que estavam no 1.º e 2.º anos durante o confinamento sofreram um corte drástico no desenvolvimento das suas competências básicas. Um estudo piloto conduzido pela equipa de Tânia Gaspar em escolas públicas demonstrou que, com intervenção personalizada e apoio emocional, grande parte dos alunos conseguiu recuperar a literacia e as competências sociais. Será que estamos a perceber os sinais? Os jovens estão emocionalmente mais frágeis. Tânia Gaspar descreve um cenário preocupante, onde as expressões emocionais muitas vezes se manifestam através de comportamentos disruptivos — agitação, agressividade ou, no extremo oposto, retração silenciosa. Estes comportamentos são frequentemente interpretados como problemas de disciplina, mas podem esconder questões emocionais profundas. O ambiente escolar, em vez de integrar essas crianças, tende a isolá-las, criando um ciclo de exclusão e retração emocional. E depois há a família. A família é um dos pilares fundamentais para o equilíbrio emocional dos jovens. No entanto, Tânia Gaspar reconhece que nem sempre existe um acompanhamento adequado. Cito uma frase que podem ouvir a seguir: “Os pais estão exaustos, sobrecarregados com o trabalho, e isso reflete-se na capacidade de ouvir e apoiar os filhos” Para a psicóloga, é urgente investir em literacia parental, para os pais compreenderem melhor os ciclos de desenvolvimento e os desafios específicos de cada idade. Ser jovem acabadinho de entrar no mercado é uma carga de trabalhos. A transição para o mercado de trabalho tem sido marcada por um misto de incerteza económica e falta de propósito. Muitos jovens sentem-se pressionados a encontrar um rumo rápido, sem espaço para experimentar ou errar. Vale aprender um conceito que se está a tornar comum entre os jovens trabalhadores: o "boreout" — o tédio crónico associado à falta de estímulo no trabalho. Além disso, muitos jovens rejeitam o modelo tradicional de carreira. Para esta geração, a ideia de escola-universidade-emprego desaparece, dando lugar a trajetórias mais fluidas, onde o propósito e o equilíbrio emocional ganham destaque. Obviamente é essencial preparar melhor os jovens para os desafios da vida adulta, promovendo resiliência emocional e literacia em saúde mental. Tania Gaspar é psicóloga e mãe de adolescentes. E observa de forma muito atento que se passa na escola dos nossos tempos. E o correr bem ou mal depende muitas vezes das condições da vida familiar e doméstica. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:36:14 - 00:01:07:20 Fazer isso, porque olha, já temos os bombeiros,
Na segunda-feira em que Portugal ficou sem eletricidade durante várias horas, muitos portugueses fizeram a mesma pergunta: “O que se passa?” E ficaram sem resposta. Sem redes sociais, sem tv, sem telemóvel. Sobrou a rádio. Sempre no ar. A velhinha rádio provou que está pronta para responder à emergência. E isso é uma boa notícia. A crise desta segunda-feira tem uma vertente técnica, sobre o que aconteceu, como se recuperou e como se previne o futuro. E outra, mais importante para o programa, de comunicação. Como se comunica durante um evento inesperado e com potencial para provocar disrupção. O apagão iluminou vulnerabilidades, como sempre acontece nas crises., mas também nos oferece um ponto de partida: como se deve comunicar quando acontece o inesperado? Que papel têm os líderes, as empresas e os media? E o que significa, afinal, estar preparado para uma crise? Convidei a especialista em comunicação de crise Mariana Victorino, professora na Universidade Católica, que lembra: “A crise não começa quando algo corre mal. Começa quando ninguém sabe o que dizer.” Uma crise não é somente um problema técnico. É um momento de exceção, onde há risco para a segurança, para a reputação ou para a confiança numa organização ou país. Pode ser um apagão, um acidente, uma falha grave de serviço ou até uma polémica pública. E numa crise, o tempo conta. Há uma ideia chave em comunicação de crise: a golden hour - a hora de ouro — a primeira hora. É nesse intervalo que se decide muito do que virá depois: a confiança, a perceção pública, o tom da resposta. Para Mariana Victorino, há três ingredientes essenciais para qualquer resposta inicial: 1. Reconhecer o problema — mesmo sem admitir culpa;2. Expressar empatia — sobretudo se houver pessoas afetadas;3. Explicar o que está a ser feito — mesmo que seja apenas “estamos a recolher informação”. Quem deve comunicar? Depende. Mas alguém deve. A comunicação de crise exige que haja uma estrutura definida, com papéis claros: quem decide, quem coordena, quem comunica. Idealmente, o líder toma decisões e pode ser a cara pública em momentos-chave. Mas a figura do porta-voz — preparado, humano, credível — é central. Esse porta-voz deve conhecer os media, os públicos, os canais. E deve conseguir manter a calma, reconhecer a realidade e inspirar confiança. Fundamental é a preparação previa. Preparar antes, agir durante, aprender depois. A comunicação de crise começa muito antes da crise. Implica treino, simulações, planos escritos e revistos, mensagens preparadas para diferentes cenários — e sobretudo uma cultura de responsabilidade e transparência. Também é importante saber onde e como comunicar. Durante o apagão, por exemplo, muitos canais digitais falharam — mas a rádio manteve-se no ar. Era aqui que se se poderia ter investido mais. E depois da crise? Avaliar. Aprender. Ajustar procedimentos. E comunicar também a recuperação. A boa notícia: é possível fazer melhor A conversa com Mariana Victorino é clara: não é preciso adivinhar o futuro. Mas é preciso treinar o presente: preparar equipas, alinhar mensagens, construir confiança com o público — antes que a crise nos obrigue a improvisar. E é possível fazê-lo bem. E aproveitar a luz para prevenir a sombra. Talvez este apagão, que durou entre o pico da do meio-dia até ao fim da hora do busco fusco , tenha vindo para nos avisar que temos de estar preparados e de comunicar melhor. Principalmente quando algo corre mal. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:02:14 Viva Mariana Vitorino! 00:00:02:14 - 00:00:40:13 Possa tentar que, como uma especialista em crises, acho que sim. Essa Santa Bárbara bom formalmente doutorada em Ciências da Comunicação Pública Católica Portuguesa e professora na Faculdade de Ciências Humanas, especialista em Comunicação Estratégica e em Comunicação de Crise. Ligam me muitas vezes quando quando estão em dificuldades.
Se há algo que não falta durante uma campanha eleitoral… são sondagens. Diariamente somos bombardeados com gráficos, percentagens, setas para cima, setas para baixo, empates técnicos, surpresas, coligações imaginadas e quedas espetaculares. A cada novo estudo, há quem se entusiasme e quem duvide. Quem diga “isto confirma o que eu já sabia” e quem desconfie: “isto tem dedo de alguém”. Mas afinal… como se fazem as sondagens? Como se escolhe quem é ouvido? Como se garante que aquilo que nos mostram é mesmo o que o país pensa? E, mais importante ainda: o que as pessoas respondem… quando alguém lhes pergunta? Neste episódio do Pergunta Simples, vou procurar respostas com quem sabe. António Gomes, diretor-geral da GfK Metris e uma das pessoas que melhor conhece os bastidores da opinião pública em Portugal. Há mais de 30 anos que António lidera equipas que estudam o que pensamos, o que desejamos, do que temos medo. Faz sondagens eleitorais, estudos de mercado, inquéritos qualitativos e quantitativos. E já viu de tudo: vitórias inesperadas, derrotas mal digeridas, candidatos ofendidos com os dados, e eleitores a esconder aquilo que verdadeiramente pensam. Nesta conversa falámos de tudo isso — com a calma de quem já passou por muitas campanhas e com o humor de quem sabe que, na política, nem sempre a lógica vence. Começámos pelo princípio: como se faz uma sondagem séria? António explicou-nos os diferentes métodos de recolha — por telefone, presencial, ‘online' — e a ciência por detrás da construção de uma amostra representativa. Falámos de margens de erro, de amostras estratificadas, de critérios técnicos que, para o público, são muitas vezes invisíveis. E falámos do que acontece quando, apesar de tudo isso, a sondagem falha. Falámos de erros estatísticos. Mas falámos, sobretudo, de erros humanos. Das recusas. Das portas que não se abrem. Dos estratos difíceis de preencher. E das situações em que, por mais que se controle sexo, idade e região, saindo da amostra é… uma surpresa. Uma dessas histórias inclui um ‘fax', uma jornalista célebre de televisão, um resultado inesperado e um telefonema a dizer: “Isto só pode estar errado”. Mas estava certo. Ou, pelo menos, era aquilo que os dados evidenciavam naquela semana. António também nos explicou o que é o fenómeno do votante envergonhado. Aquela pessoa que vota num partido, mas tem vergonha de o assumir. Que diz uma coisa ao entrevistador… e faz outra na urna. Já aconteceu um par de vezes em Portugal e voltar a acontecer com qualquer partido que, num dado momento, esteja no centro da polémica ou do julgamento social. Mas será que as pessoas mentem mesmo? “Não mentem por maldade”, diz António Gomes. Muitas vezes, mentem a si próprias. Porque o tempo passou, porque se arrependem, porque querem parecer coerentes. Às vezes, quando lhes perguntamos como votaram há cinco anos, respondem com base no que gostariam de ter feito. Não no que fizeram. Este episódio é também uma lição de psicologia eleitoral. Falámos do uso das sondagens pelos partidos. Não somente para medir intenções de voto, mas para testar ideias, frases, cartazes. Há uma parte do que vemos nas campanhas que vem diretamente dos dados. Desde o tipo de fotografia que se escolhe para um cartaz gigante na rua, até à linguagem usada num debate. Não é manipulação, é estratégia — é afinação estratégica com base em evidência. E sim, falámos dos políticos. António contou como, muitas vezes, é preciso preparar os líderes para ouvir o que não querem ouvir. Como alguns usam a intuição (“sinto a rua”) para negar a realidade dos números. E como há um equilíbrio delicado entre respeitar essa intuição… e mostrar que a ciência também sente — de forma diferente, mas não menos certeira. “Eu não digo o que eu acho. Digo o que os eleitores disseram”, explica. Este episódio não é somente sobre sondagens. É sobre como pensamos, como escolhemos,
Até 18 de maio, e nas semanas seguintes, até tudo estabilizar, veremos a dança de vários tipos de comunicação: a política, a do ‘marketing' e a institucional. Todas a rodar no palco mediático. Media que ora fazem o papel de observadores, ora de criadores de agendas públicas. É neste contexto que convido Nuno Santos, jornalista e diretor do canal de notícias mais visto da televisão por cabo, a CNN Portugal. Nuno Santos passou pela RTP, pela rádio pública, onde coincidimos, pela SIC e pela TVI. Ora no lado das notícias, ora no lado do entretenimento. Na dupla função de diretor de informação da TVI e do canal CNN Portugal, montar a gigantesca operação de cobertura eleitoral. Antes, durante e depois. Esta edição contém boas pistas de como se organizam os debates entre os candidatos ao lugar de Primeiro-ministro. Como se escolhem os temas, como se negoceiam as regras comuns. Quais os interesses dos jornalistas mas também dos candidatos. Os debates já começaram, as equipas de reportagem estão na rua e as caravanas políticas também. As mensagens já enchem as redes sociais. Estão aí as eleições. Mais uma vez, o país vai escolher um governo e, como sempre, a imprensa é chamada a cumprir o seu papel de relatar, explicar, analisar. Nada de novo, certo? Talvez não seja bem assim. Porque se há coisa que muda mais depressa do que as vontades do eleitorado, é a maneira como recebemos e consumimos informação. E é aqui que as coisas se complicam. Porque a verdade, aquela verdade sólida, bem fundamentada e confirmada, tem hoje uma concorrência feroz. As redes sociais tomaram de assalto o espaço público. Opiniões, factos mal digeridos, "soundbites", teorias da conspiração… está tudo ali, à distância de um gesto de dedos. O jornalista deixou de competir com o seu camarada da estação concorrente e passou a competir com o mundo inteiro. Gente que publica o que quer, quando quer, como quer. Sem editores, sem filtros, sem regras. Tantas vezes sem ética. Muitas outras de forma mal intencionada. E depois há outra coisa: o público que mais cresce nas redes, e que já olha com desconfiança para o jornalismo tradicional, é publico o mais jovem. Aqueles que preferem ouvir uma notícia no TikTok, em 20 segundos, do que assistir a um telejornal completo. São milhões que consomem informação em pedaços soltos, descontextualizada, sem critérios claros. O ‘sexy', panfletário ou incendiário é escolha do algoritmo para servir constantemente. E o que fazem os jornalistas perante isto? Tentam adaptar-se. Tentam perceber como se faz jornalismo relevante e apelativo num mundo que está sempre a correr para a próxima coisa. E é aqui que entram projetos como a CNN Portugal. Os outros meios onde se faz informação a sério. Confiável, credível, escrutinada. A CNN Portugal nasceu com a promessa de trazer um jornalismo sério, factual, com um selo de qualidade que carrega décadas de história da marca-mãe, dos Estados Unidos. Mas será que isso é suficiente num país onde a informação já não é recebida, é disputada? Porque hoje não basta fazer bem. É preciso que alguém, do outro lado, queira ver e ouvir. A campanha eleitoral que agora começa vai ser um teste real a este modelo. Porque cobrir uma eleição em 2025 não é o mesmo que em 2015 ou em 2005. Agora, cada acontecimento é imediatamente esmiuçado, comentado, até distorcido, e partilhado por milhões de pessoas, muitas vezes antes mesmo de chegar aos canais oficiais. E então? Como se trabalha assim? Como se garante que o jornalismo de qualidade sobrevive e se faz ouvir num mundo onde a gritaria é mais audível do que a conversa sensata? Há outra questão que também se impõe: a da credibilidade. Porque, se o jornalismo perdeu a sua aura de autoridade intocável, isso não aconteceu por acaso. Os erros existiram e continuam a existir. Os enviesamentos, intencionais ou não, acontecem. E a verdade é que o público,
Sim, chef, pronto chef. A sair, chef Portugal é um país que come por prazer. Não tenho dúvidas. Às vezes temos mais olhos que barriga. Outras vezes não temos barriga para tanta gula. Ou temos demasiada gula para tão pouco dinheiro para gastar restaurantes mais estrelados que os ovos. Comemos e falamos do que comemos. Fazemos disso um ritual, uma celebração. E é fácil perceber por quê. Somos um país pequeno, com uma cozinha rica e variada, construída por séculos de encontros e desencontros com o mundo. Cada povo que nos invadiu, cada imigrante que chega ou emigrante que regressa traz um livro de receitas. E os misturamos tudo e reenviamos sabores. A comida, para os portugueses, é muito mais do que aquilo que se mete no prato. É aquilo que se conta à volta dele. Dizem que nós, portugueses, somos bons a queixar-nos. Digo que somos bastante bons a falar de comida. Porque não há prato que não mereça um comentário, um elogio ou um desabafo. Ao almoço falamos do que vamos comer ao jantar. E todos sabemos que os grandes problemas do mundo resolvem-se não numa reunião, mas à volta dos comes e bebes. Podemos estar na conversa mais séria do mundo — e de repente aparece alguém a dizer que descobriu um restaurante incrível numa aldeia perdida que faz o melhor cabrito de sempre. E toca a organizar uma expedição ao dito sítio. Ou que o arroz de polvo da mãe é impossível de bater Que a carne de porco à alentejana que comemos na festa de aniversário do amigo do amigo era má, péssima, incomestível. Mas já que lá estávamos, comemos, claro.. E quando não é o prato, é o preço. Ou como o serviram. Ou a espera, que foi longa demais. Ou o facto de, naquele restaurante, não aceitarem reservas e termos ficado 40 minutos à espera, para depois nos sentarem numa mesa junto à casa de banho. Ou na porta. Ou, pior, ofenderem.nos descaradamente dizendo: já não há lugar para si, Mas isto é Portugal. E com jeitinho tudo se desenrasca. Os portugueses falam de comida como falam do tempo ou do futebol. Porque a comida, para nós, é mais do que sabor. É identidade. É memória. É território. É desafio e tradição. Há quem ache que, neste país, o bom e barato acabou. Que agora se come bem, mas paga-se um balúrdio. Outros defendem que as tascas continuam a existir, contudo é preciso procurar melhor. O que é certo é que as referências mudaram. Há 30 anos, um bom restaurante era o que servia muito e barato. Depois passou a ser o que tinha um prato bem-feito, com sabor e sem grandes artifícios. Agora, é o que nos tira uma fotografia bonita para as redes sociais. Que nos serve um prato que queremos partilhar com o mundo, mas que vamos comentar com os amigos ao vivo, numa esplanada, enquanto pedimos um fino e uns tremoços. Porque, se há coisa que o português gosta, é de contrariar a moda. Dizer que já foi a esse restaurante de que todas as pessoas falam e não gostou. Que a nova estrela Michelin o deixou indiferente. Que o menu de degustação não vale nem metade do que cobram. “Comia melhor na minha aldeia por metade do preço”, é uma frase que já ouvimos todos, mais do que uma vez. E depois há as comparações. Porque o português gosta de medir. O melhor pastel de nata. A melhor bifana. O melhor arroz de pato. A melhor feijoada. A melhor chanfana. A melhor caldeirada. Discutimos comida como se discutem jogadores de futebol. “O melhor é o meu”, dizemos, com um orgulho que só quem gosta de comer compreende. Mas o mais interessante é que, mesmo quem não sabe cozinhar, sabe falar de comida. Sabe avaliar. Sabe criticar. E sabe dizer, com a certeza de um especialista, que o bacalhau estava seco, que o arroz de tomate precisava de mais caldo, que o polvo estava tenro, mas podia ter mais sabor. Talvez seja por isso que temos tantos chefs talentosos. Porque, desde sempre, fomos educados a ter opinião sobre o que está no prato. Seja o cozido à portuguesa da avó,
Susan Sontag escreveu no seu livro “A doença como metáfora” “A doença é o lado noturno da vida, uma cidadania mais onerosa. Todos que nascem têm dupla cidadania: no reino dos sãos e no reino dos doentes.” Quando Susan Sontag escreveu isto, em 1978, estava a falar de cancro. Mas podia estar a falar de solidão. De ressentimento. Daquela dor difusa de quem se sente por dentro fora de lugar. Porque a verdade é esta: há uma doença que não aparece nas radiografias, que não se vê ao microscópio, que não se trata como as outras. É a doença da falta de relação. E essa, está em todo o lado. Vivemos cercados de tecnologia, mas cada vez mais distantes. Nunca estivemos tão ligados — e nunca estivemos tão sós. A produtividade sobe, os gostos digitais disparam, mas o silêncio entre duas pessoas que vivem na mesma casa, escritório ou aldeia, vai crescendo. Chamamos-lhe esgotamento, chamamos-lhe ansiedade, chamamos-lhe stresse crónico — mas muitas vezes é só isto: défice relacional. Falta de cuidado. Falta de olhar. Rui Marques chamou-lhe saúde relacional. E dá-lhe corpo. E nome. E método. Não é uma metáfora. É literal. Há pessoas que adoecem porque não têm com quem falar. Há pessoas que saram porque alguém lhes sorriu no momento certo. E não é só uma intuição: é ciência. Um estudo de Harvard que há mais de 80 anos acompanha centenas de pessoas chegou à conclusão mais simples e mais desarmante de todas: o que mais contribui para uma vida feliz — e mais longa — é a qualidade das relações. Não o dinheiro. Não o estatuto social. São As relações. É fácil esquecer isto. Sobretudo num mundo que corre. Que empurra. Que valoriza o fazer mais do que o estar. Que trata as pessoas como recursos. Como números. Como peças. Mas a verdade volta sempre. E a verdade é esta: sem relação, não há saúde. As crises que vivemos — na educação, nas organizações, nas instituições públicas — são provavelmente e antes de tudo, crises relacionais. Não se resolvem somente com planos, orçamentos ou reformas estruturais. Resolvem-se na qualidade do vínculo entre as pessoas. No modo como se escutam. No modo como se respeitam. No modo como se reconhecem. Rui Marques fala de literacia relacional. Como quem diz: isto aprende-se. Treina-se. Trabalha-se. Há oficinas. Há modelos. Há maneiras de regenerar relações que foram danificadas. Porque o que nos adoece não é só o conflito — é o conflito não resolvido, mal digerido, ignorado. E isso, sim, tem impacto direto na saúde física, mental e social. Há relações que nos elevam. E há relações que nos esvaziam. E depois há o digital. Que entra na equação como uma espécie de perturbação crónica. Crianças que nunca treinaram o conflito real, que não subiram árvores nem discutiram cara a cara, e que agora são adolescentes ansiosos, hiperconectados e emocionalmente frágeis. Adultos que se refugiam a percorrer, com o dedo no écran, infinitivamente as últimas novas das redes sociais, para não ter de lidar com o desconforto do silêncio. Relações filtradas, encenadas, mediadas — mas raramente inteiras. A saúde relacional também passa por aqui: por reaprender o toque, o olhar, o tempo partilhado sem agenda. Por aceitar o silêncio sem o preencher com barulho. Por ter conversas difíceis sem medo do erro. Por construir confiança — esse oxigénio invisível que sustenta qualquer equipa, qualquer família, qualquer sociedade. E passa, claro, pelo cuidado. Cuidar não é uma palavra delicodoce. É uma palavra difícil. Cuidar exige tempo, exige atenção, exige compromisso. Não é um botão que se carrega — é um caminho que se percorre. E nesse caminho, todos falhamos. Todos tropeçamos. Todos erramos. Mas também todos temos a possibilidade de voltar. De pedir desculpa. De escutar melhor. De tentar outra vez. A saúde relacional é isto: não é sobre relações perfeitas. É sobre relações vivas. Com tensão, com conflito, com sombra — mas com vontade de permanecer.
Hoje vamos falar da magia da rádio. Naquilo que posso definir como uma conversa entre duas pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e nasceram profissionalmente na telefonia. É a rádio. Para os mais distraídos, modernos e digitais. Telefonia sem fios. E agora nesta versão moderna do seu nome podcast. O mundo está a apagar as palavras portuguesas bonitas e a enchermos de palavras vindas de outros lugares, menos interessantes. Convidei o Nuno Markl para se juntar à conversa. Trazendo na mochila os cromos da caderneta, na mochila ou na algibeira e conceitos tão lunáticos como os gravadores de fita. Afinal, o pretexto da conversa era a magia da rádio. Aviso: Esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica. Nuno Markl é uma das vozes mais reconhecidas da rádio portuguesa, com uma carreira que atravessa diferentes meios de comunicação. O humorista e guionista é um dos rostos das “Manhãs da Comercial”, onde, diariamente, dá forma a conteúdos que combinam humor, nostalgia e observação do quotidiano. Criador de rubricas como a “Caderneta de Cromos”, tem sido uma referência no modo como recupera memórias culturais e as transforma em entretenimento acessível ao grande público. Além da rádio, Markl construiu um percurso sólido na televisão e no guionismo. Escreveu para programas de humor de grande impacto, como o “Herman Enciclopédia” e o “Último a Sair”, e mais recentemente tornou-se uma das figuras centrais do “Taskmaster Portugal”, na RTP. A sua capacidade de adaptação e reinvenção tem-lhe permitido manter uma presença relevante no espaço mediático, acompanhando a evolução das plataformas de comunicação e do consumo de conteúdos. O impacto da sua comunicação vai além do humor. Markl tem abordado temas como ansiedade e saúde mental, tornando-se uma voz influente na forma como essas questões são discutidas publicamente. A sua atividade nas redes sociais reflete essa dimensão mais pessoal, mas também ilustra os desafios da exposição pública num ambiente digital. A entrevista pretende explorar todas estas facetas da sua trajetória, abordando o seu percurso na rádio, o seu processo criativo, a relação com o público e os desafios do humor no contexto atual. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje vamos falar da magia e da rádio naquilo que posso definir como uma conversa entre 2 pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e que nasceram profissionalmente na telefonia. 0:30 É a rádio para os mais distritos modernos e digitais, telefonia sem fios a rádio. E agora, nesta versão Moderna de seu nome podcast, o mundo está claramente a apagar palavras portuguesas bonitas e encher o dicionário de palavras vindas de outros lugares. 0:46 Algumas palavras menos interessantes. Convidei o Nuno markl para se juntar a esta conversa, trazendo na mochila os cromos da caderneta e falando, claro, de algibeiras e conceitos tão lunáticos, estranhos e pouco modernos. Como gravadores magnéticos de fita. 1:01 Afinal, o pretexto desta conversa é falar da magia da rádio. Mas fomos por aí fora. 1:18 Aviso, esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica. O Nuno markl. Aceitou mostrar se numa conversa profunda, onde cruzamos o humor, a comunicação, a cultura pop e as vulnerabilidades que marcam o seu percurso pessoal e profissional, reflexões sobre o mundo atual, sobre a importância da linguagem e sobre o papel da rádio e da necessidade de manter um olhar crítico sobre as redes sociais ao longo de quase 1 hora de conversa que passa muito depressa. 1:45 Aviso desde já. O markl fala sobre o poder transformador da rádio, o meio onde se sente mais autêntico e livre da rádio, que diz que continua a ser o espaço por excelência para contar histórias, para criar imagens e estabelecer relações íntimas com quem ouve. A capacidade de falar diretamente ao ouvido de alguém, essa coisa mágica,
Num mundo onde a palavra “igualdade” já faz parte do discurso oficial, o que falta para que ela se torne realidade? Como comunicamos o que ainda não foi alcançado? E, mais importante: como comunicar de forma eficaz num contexto de resistência, desconfiança ou mesmo hostilidade? Neste episódio, na semana que assinala em semana do Dia Internacional da Mulher, refletimos sobre o papel da comunicação pública na promoção (ou bloqueio) da igualdade de género. A convidada deste episódio é Sara Falcão Casaca, professora catedrática no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), socióloga, investigadora, especialista em desigualdade de género, mercado de trabalho e políticas públicas. Atualmente, lidera o Observatório Género, Trabalho e Poder, e coordena a recém criada comissão de prevenção do assédio no ensino superior, um espaço onde a comunicação — ou a falta dela — pode fazer toda a diferença. Este é um episódio sobre comunicação. Comunicação que pode ser uma ferramenta de transformação ou, se mal usada, um mecanismo de bloqueio. Falamos sobre como os media continuam a construir imagens públicas das mulheres em lugares de liderança. Falamos sobre os estereótipos que ainda marcam as narrativas políticas, empresariais e mediáticas. Falamos sobre o desafio de comunicar dados difíceis de compreender, como o fosso salarial entre homens e mulheres, sem que se tornem somente mais um número a circular sem impacto real. Mas também refletimos sobre o papel das redes sociais, que democratizam a comunicação, mas que são palco de ataques dirigidos a mulheres que ousam ocupar o espaço público. Como se constrói uma narrativa de igualdade num ambiente polarizado? E como se lida com o discurso de ódio sem abdicar do espaço público? Este episódio passa ainda pela comunicação invisível nas organizações: como se falam — ou não se falam — os problemas de assédio, as desigualdades salariais, a falta de mulheres em posições de topo. E pela linguagem silenciosa das escolhas institucionais, desde a escolha das lideranças até à ausência de mulheres em debates, painéis ou cargos de poder. Falamos também de um desafio central na comunicação pública da igualdade: como envolver os homens neste debate? Como evitar que a igualdade de género seja comunicada como um “tema de mulheres para mulheres”? Num país onde se registam avanços importantes — desde a maior participação de mulheres na política até à adoção de códigos de conduta para a igualdade — ainda falta uma narrativa pública consistente, que traduza em palavras, exemplos e políticas o que se diz defender. Por isso, este episódio não é apenas sobre o que falta fazer em termos de igualdade de género, mas sobre o como comunicar tudo o que falta fazer, sem desistir de tentar, mesmo quando a comunicação se torna difícil. Porque a comunicação pública, quando bem-feita, não é só uma descrição do mundo como ele está. É uma ferramenta para o mudar. A conquista de qualquer direito social implicou sempre alguma forma de luta. A cultura, a tradição, o fizemos sempre assim, será sempre um obstáculo. Mesmo nas coisas mais óbvias, mudar demora sempre tempo. Muito tempo. Qualquer mudança substantiva é lenta e gradual. A comunicação pode ajudar a criar entendimentos e coligações. Mas não resolve tudo. Ajuda, mas não resolve. A resistência à mudança é um valor cultural intrincado. E quando tema gravita à volta da questão do poder e da sua divisão equitativa, quem o tem não gosta de o perder. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:17:24 Viva Sara Falcão Casaca, professora catedrática do ISEG e uma especialista em sociologia económica e das organizações, dedica muito do seu tempo e da sua investigação a investigar esta coisa da desigualdade de género no mercado de trabalho e as questões das políticas de igualdade. 00:00:18:01 - 00:00:44:12 E porque se me perguntar e tu, onde é que estão as mulheres? Estamos a falar dos mesmos para o público e o m...
Um escritor que foi jornalista. Um romancista que é argumentista. Um grande repórter que nos ofereceu frescos de impressões do cerco de Saraievo ou na missão de paz num barco até Timor. Rui Cardoso Martins, autor dr uma escrita única, de célebres crónicas judiciais onde se retrata a nossa sociedade e, não menos importante criador de frases como “penso eu de que” dita pela personagem do Contrainformação que representava o mais mítico dos presidentes de clubes de futebol portugueses. Esta edição está carregada de boas histórias. Aquelas histórias onde se responde à pergunta “Afinal o que está em causa aqui? Há conversas que nos fazem viajar no tempo, atravessar fronteiras e mergulhar em mundos que, à primeira vista, parecem distantes. A entrevista com Rui Cardoso Martins é uma dessas viagens. Ele é um contador de histórias nato. Seja na literatura, no jornalismo ou no humor, a sua escrita é um jogo constante entre a ironia e a profundidade, entre o detalhe do quotidiano e o impacto dos grandes acontecimentos da história recente. É um dos poucos escritores portugueses que transita com naturalidade entre registos tão diferentes como o romance, a crónica, o argumento de cinema e a televisão. Nesta conversa, percorremos a sua trajetória desde os primeiros passos no jornalismo, passando pela experiência como repórter internacional em cenários de guerra, até ao seu impacto no humor português e na literatura contemporânea. Uma Vida Entre a Palavra e o Mundo Rui Cardoso Martins começou no jornalismo nos anos 90, num momento de transformação da imprensa em Portugal. Foi um dos repórteres fundadores do jornal Público, onde aprendeu o ofício na escola dura das redações, entre máquinas de escrever, cigarros acesos e chefes de redação que gritavam ordens por cima das secretárias. Foi no Público que começou a construir uma assinatura própria, com uma escrita que misturava rigor e criatividade. Depressa percebeu que a notícia não era só uma questão de factos, mas também de como os factos eram contados. Ao longo dos anos, aprimorou um estilo que tornaria inconfundível: um olhar atento para o detalhe humano, uma ironia afiada e uma capacidade rara de transformar o banal em extraordinário. Mas o jornalismo não o manteve somente nas redações. Desde cedo, partiu para o terreno e viu de perto acontecimentos que moldaram a história recente. Esteve no cerco de Saraievo, testemunhou o medo e a fome de uma cidade destruída pela guerra. Acompanhou as primeiras eleições livres na África do Sul, um momento que simbolizou o fim do ‘apartheid' e o nascimento de uma nova democracia. E embarcou no Lusitânia Expresso, a missão de solidariedade que tentou furar o bloqueio a Timor-Leste. O contacto com a guerra, a violência e a injustiça foram marcantes. Mas talvez o mais impressionante seja a forma como nunca perdeu o sentido crítico nem a capacidade de encontrar humanidade mesmo nas situações mais brutais. O Humor Como Arma e o Impacto na Televisão Se o jornalismo lhe deu o rigor e o olhar clínico sobre a realidade, o humor deu-lhe uma outra ferramenta poderosa: a sátira. Rui Cardoso Martins foi um dos criadores de Contra-Informação, o programa que, durante anos, disse coisas que mais ninguém ousava dizer sobre a política portuguesa. Foi também um dos argumentistas de Herman Enciclopédia e ajudou a criar personagens e frases que se tornaram parte da cultura popular. Para muitos, o humor político em Portugal nunca foi tão ácido e certeiro como nessa altura. A televisão deu-lhe outro tipo de notoriedade e permitiu-lhe explorar um registo diferente. Mas, para Rui, a sátira nunca foi somente entretenimento. Sempre foi uma forma de resistência, de expor as contradições do poder e de obrigar o público a pensar. A Literatura e o Olhar para a Vida Real A dada altura, a escrita tornou-se o seu grande território. Primeiro com as crónicas judiciais Levante-se o Réu, onde transformou julgamentos banais em relatos literá...
O conselho que sempre ouvimos foi: antes de falar, pense. Normalmente acompanhado de alguma história mais ou menos lendária de alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis da plateia. Esta edição é para todos os que tem capacidade de comunicar e vontade de pensar. De pensar bem. Neste caso da arte do pensamento crítico. Com José Maria Pimentel. Pensar bem é difícil. Mas alguém tem de o fazer. Até diria mais: todos temos de o fazer. O mundo está cada vez mais confuso. Somos bombardeados por informação constantemente, por todos os lados. Mas entre tanta notícia, opinião e ruído, há uma pergunta que vale a pena fazer: estamos a pensar bem? Estamos a tomar boas decisões? Estamos a ver o mundo como ele realmente é – ou apenas como queremos que ele seja? O nosso convidado de hoje dedica-se a responder precisamente a estas questões. José Maria Pimentel é economista, professor e autor do podcast 45 Graus, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates televisivos raramente fazem: parar para pensar. Nesta conversa, falamos de pensamento crítico – essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões. Falamos de como a escola, sem querer, pode estar a treinar-nos para aceitar respostas fechadas, em vez de nos ensinar a pensar por nós próprios. Falamos das redes sociais e do efeito bolha, que nos leva a ouvir apenas quem confirma aquilo em que já acreditamos. E falamos, claro, de decisões. Porque pensar bem não é um exercício teórico. Na vida real, tomamos decisões todos os dias – algumas pequenas, outras enormes. Mas será que sabemos mesmo decidir? Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego? Será que conseguimos, de facto, ver a realidade como ela é – e não apenas como gostaríamos que fosse? José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é o mais forte. Porque é que nem sempre o especialista tem razão – mas também porque é que confiar cegamente no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser um erro monumental. Falamos também da inteligência artificial. Vamos confiar nela para pensar por nós? Ou será que, ao automatizar tarefas, a IA nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis, aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós? E, claro, falamos de podcasts. Do 45 Graus, um projeto que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas, menos apressadas. Um espaço onde a pressa dá lugar à profundidade e onde as perguntas são mais importantes do que as respostas fáceis. Se gosta de pensar – e de pensar bem – esta conversa é para si. No Pergunta Simples, exploramos os desafios da comunicação e do pensamento. Neste episódio, José Maria Pimentel ajuda-nos a perceber porque é tão fácil cairmos em armadilhas mentais e porque é tão difícil pensar de forma verdadeiramente crítica. Entre a lógica, a emoção e a desinformação, há um campo de batalha onde cada um de nós precisa de aprender a mover-se melhor. Falámos de argumentação, de vieses cognitivos, do impacto das redes sociais e da dificuldade em distinguir factos de narrativas. E falámos de decisões – essas escolhas que fazemos todos os dias, quase sempre sem tempo para refletir. Pensar bem é como comunicar bem: dá trabalho, mas será que podemos dar-nos ao luxo de não o fazer? LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 0:13 Vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação. O conselho que sempre ouvimos foi, antes de falar, pensa normalmente acompanhado. De alguma história mais ou menos lendária? De alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis de uma plateia que tem, no fundo, o coração ao pé da boca? 0:36 Nesta edição, é para todos aqueles que têm capacidade de comunicar e vontade de pensar, de pensar bem.
Quiseram os deuses da chuva e do sol fazer coincidir com a publicação deste episódio a chegada de um comboio de tempestades ao nosso país. Já vos explico o que quer dizer a expressão “comboio" de tempestades embora a coisas seja mais ou menos intuitiva de entender. Quero deixar duas notas: a primeira é que quando ocorrem estes fenómenos típicos é mais difícil prever o tempo que vai fazer. A segunda é que esta conversa foi gravada há semana e meia e por isso é importante situar no tempo, o do relógio, quando foi criado este episódio. Em todo o caso a conversa é muito interessante e aprendi muito sobre a fascinante ciência meteorológica. E o que tem a vez com comunicação? Tudo. Dizer que vai chover, que vem ventania ou vai ficar um calor de. Rachar cria uma expectativa. E na nossa cabeça a previsão passa rapidamente a certeza absoluta e não a uma probabilidade mais ou menos certa. Em caso de dúvida vá à janela e observe com atenção. Isso ajuda. Se ainda tiver incertezas inultrapassáveis, leve o guarda-chuva. Se não chover batize o instrumento como guarda-sol. A meteorologia é uma ciência de precisão… mas também de incerteza. Ouvimos a previsão na rádio, vemos os mapas na televisão, conferimos a ‘app' no telemóvel–e, no final, ou confiamos, ou desconfiamos. “Mas afinal vai chover ou não?” é talvez a pergunta mais repetida a um meteorologista, e esta semana traz-nos um cenário perfeito para explorar essa questão: um verdadeiro “comboio de tempestades” está já a chegar a Portugal. Se nos últimos dias tem sentido o tempo instável, prepare-se porque a tendência não vai mudar tão cedo. Um bloqueio anticiclónico sobre as ilhas britânicas está a funcionar como um muro invisível, empurrando depressões diretamente para a Península Ibérica. Os ingleses quiseram experimentar o clima algarvio e mandaram chuva cá para baixo. O resultado? Uma sequência de tempestades que nos vão atingir quase dia sim, dia não, com chuva intensa no sul já que começou nesta terça-feira e previsões de instabilidade pelo menos até ao fim de semana. E a questão que se coloca é: podemos confiar totalmente nas previsões? Se tudo depende de modelos matemáticos e observações, porque é que por vezes a chuva anunciada nunca chega ou, pelo contrário, uma tempestade inesperada varre tudo sem aviso? Para responder a isto, convidei Bruno Café, meteorologista do IPMA, um dos rostos da previsão do tempo em Portugal. Se já o viu na televisão ou ouviu na rádio, sabe que tem o dom de explicar a meteorologia claramente e sem rodeios. E nesta conversa, ele ajuda-nos a perceber como tudo funciona nos bastidores: como se fazem previsões, que instrumentos são usados, o que mudou na meteorologia nos últimos anos e por que motivo a incerteza nunca desaparece completamente. A pergunta chave é: Como se prevê o tempo? Sabia que diariamente são lançados balões meteorológicos que sobem na atmosfera para medir pressão, vento, temperatura e humidade? E que os radares meteorológicos conseguem detetar em tempo real a formação de tempestades? Mas mesmo com esta tecnologia, há fatores que tornam algumas previsões mais difíceis do que outras–como os famigerados aguaceiros isolados, que podem cair forte num local e deixar outro completamente seco a poucos quilómetros de distância. O que permite o desejo de poder ter afinal chuva no nabal e sol na eira. Bruno Café explicou-me como os meteorologistas trabalham com milhares de dados e recorrem a modelos matemáticos complexos, mas também precisam de experiência e análise humana para interpretar a informação. A meteorologia não é um jogo de certezas absolutas, mas sim de probabilidades bem calculadas. Então e os fenómenos atípicos.? O impacto das alterações climáticas. Afinal, temos mais fenómenos extremos ou apenas mais atenção sobre eles? Bruno Café explica como os dados mostram um aumento real de temperaturas e eventos severos,
A relação entre cientistas e jornalistas, entre investigadores e comunicadores é uma relação de amor-ódio. Os cientistas tentam sempre chegar à descoberta que sonham revolucionar o mundo. São escravos do método e adoradores do rigor absoluto. Nem que para isso tudo se diga com tal complexidade que só eles entendem. Os jornalistas, pelo seu lado, buscam a história que vai fazer a próxima manchete. E confrontados entre o rigor absoluto e a máxima comunicação, tendem as escolher a simplicidade radical. É bom de ver que apesar de precisarem uns dos outros para que a ciência e o conhecimento chegue mais longe, a relação tem alguma tensão. No meio desta batalha estão os comunicadores da ciência, Uma espécie de tradutores da complexidade dos cientistas e advogados. Da simplificação quase absurda da comunicação para o grande público. Uma edição para se falar de histórias e factos, mitos antigos e pós-verdades. E de desvendar finalmente porque são tão poderosas as histórias, mesmo aquelas que contrariam a mais elementar evidencia científica. Sara Sá é hoje comunicadora de ciência. Mas traz a bagagem de 20 anos de jornalismo. Além disso, começou por estudar engenharia espacial. Hoje, no Pergunta Simples, falamos de ciência, de jornalismo e de boas histórias. Ou melhor, falamos de como se conta uma boa história. E para isso, quem melhor do que Sara Sá? A Sara é jornalista, ou foi jornalista, é comunicadora de ciência e alguém que passou os últimos 20 anos a contar histórias sobre saúde, ciência e inovação. Agora, trabalha no INESC- ID, onde ajuda cientistas a comunicar melhor o que fazem. Mas a essência do seu trabalho continua a ser a mesma: procurar a lógica que faz uma boa história funcionar. Como rigor, e simplicidade. Mas sempre uma boa história. E isso leva-nos ao primeiro dilema da conversa: o jornalismo e a ciência são amigos ou inimigos? De um lado, os jornalistas que querem simplificar, traduzir conceitos complicados para toda a gente perceber. Do outro, os cientistas, rigorosos, meticulosos, nem sempre muito pacientes para explicar os detalhes. Durante muito tempo, estes dois mundos desconfiaram um do outro. Mas hoje, mais do que nunca, precisam de trabalhar juntos. O problema é que, no meio disto, há sempre um risco: até onde se pode simplificar sem deturpar? Como se pode contar uma boa história sem perder o rigor? A Sara diz que o truque está na coerência e na lógica. Se um argumento não faz sentido, se um mito não bate certo, o cérebro dela dispara um alerta. E esse radar já evitou muita asneira. Depois, claro, falamos de inteligência artificial. No INESC, a Sara acompanha projetos que aplicam IA à saúde, como o Halo — um sistema que ajuda pessoas com doenças graves que impedem a fala a voltarem a comunicar, recriando digitalmente a sua própria voz. A IA está a transformar tudo, mas será que sabemos mesmo o que estamos a fazer? A Sara diz que há dois tipos de pessoas neste debate: os otimistas, que veem a IA como uma ferramenta incrível, e os pessimistas, que acham que estamos a brincar com fogo. No INESC, onde se trabalha com os conceitos de base da IA há mais de 25 anos, a perspetiva é clara: é preciso separar o mito da realidade. E, já que falamos de mitos, entramos num dos temas mais divertidos da conversa. Será que só usamos 10% do nosso cérebro? Será que o frio causa constipações? E, já agora, será que fazer sexo queima tantas calorias como um treino no ginásio? (Alerta expectativas: não, exceto caso estejamos a fazer algo mesmo muito inovador. E atlético. ) A verdade é que adoramos acreditar em histórias simples. E é por isso que os mitos sobrevivem. Porque encaixam bem, porque explicam o que não conseguimos entender e, muitas vezes, porque dão jeito a alguém. Como aqueles cursos que te prometem desbloquear os outros 90% do seu cérebro. A Sara escreveu um livro sobre isto — Cem Mitos, Sem Lógica — onde desmonta estas histórias com ciência e bom humor.
Quando há uma crise de saúde, terramoto, fogo ou inundação de escala cataclismica todos os países de mobilizam para responder. Seja uma pandemia de gripe, um sismo na Turquia ou uma guerra no centro de África. Ou em plena Europa. As primeiras equipas de socorro precisam de chegar e instalar.-se depressa. E esse movimento é um desafio gigantesco em contra relógio. Um desafio de logística e de comunicação. Qual é o melhor sítio para aterrar? Onde se colocam os hospitais de campanha? Como se distribuem as equipas de ajuda? É para resolver rapidamente estes problemas que uma equipa de portugueses criou uma ferramenta com o curioso nome de TERRATACTIX. Mas o que é, afinal, o Terratactix? Imagine um sistema que combina imagens de satélite em 3D, realidade aumentada e inteligência artificial para ajudar equipas médicas de emergência a planear operações em qualquer canto do mundo. É como se juntássemos tecnologia espacial, algoritmos avançados e um guia prático de organização — tudo ao serviço de salvar vidas. O Terratactix permite que estas equipas definam previamente onde colocar tendas de campanha, incineradores, veículos ou outros recursos, tudo com base em dados precisos. Mais do que isso, ele ajuda a prever situações críticas, como cheias, incêndios ou mesmo os efeitos de desastres naturais, permitindo que as decisões sejam tomadas com segurança e eficiência antes mesmo de se chegar ao terreno. Este é apenas um exemplo prático de como a inteligência artificial está a mudar a forma como enfrentamos problemas globais. Afinal, a inteligência artificial já não é apenas um conceito futurista ou algo que vemos nos filmes. Ela é usada para gerir crises de saúde, prever desastres naturais, otimizar a logística de operações em tempo real e até para simular o comportamento humano em situações críticas, como a evacuação de um estádio. Nos próximos minutos, vamos explorar este universo de possibilidades e desafios. Vamos falar sobre como a inteligência artificial funciona, o que está por trás de expressões como “algoritmos” e “nuvem”, e, porque é que estamos tão fascinados — e, ao mesmo tempo, um pouco assustados — com esta tecnologia. Vamos desmistificar o que parece complicado e mergulhar nas questões mais profundas: •Será que estamos no caminho para uma inteligência artificial verdadeiramente independente? •O que ainda falta para a Europa alcançar outros países no desenvolvimento destas tecnologias? •E mais importante: onde é que entra o papel do ser humano neste processo? Se é verdade que a inteligência artificial pode substituir tarefas repetitivas e resolver problemas complexos, também é verdade que nunca deixará de depender da criatividade humana, da visão do “sonhador”. Afinal, máquinas podem processar dados em velocidades impressionantes, mas são os humanos que conseguem imaginar o que não existe e transformar ideias em realidade. Falaremos ainda sobre como esta tecnologia pode ser democratizada. Hoje, com ferramentas como o ChatGPT e outros modelos de linguagem natural, qualquer pessoa consegue interagir com sistemas avançados de IA sem precisar de ser programador. Isso significa que a IA não é apenas para especialistas — ela está acessível a todos, desde que saibamos como usá-la conscientemente. E, claro, não podíamos deixar de discutir a questão da privacidade. Num mundo onde quase tudo está na nuvem — desde as nossas fotografias até dados de saúde, sensíveis por definição —, como protegemos as informações mais pessoais? Será que modelos locais, instalados nas próprias organizações, podem ser a solução para minimizar os riscos? Ao invés das grandes nuvens de servidores? Os servidores são na prática computadores gigantes que armazenam e distribuem informação. Hoje, no Pergunta Simples, vamos descomplicar o complexo, celebrar os avanços tecnológicos e refletir sobre o que ainda precisa de ser feito. O Terratactix, com o seu reconhecimento pela OMS,
O meu fascínio pelas boas histórias é lendário,E a minha curiosa de sobre a maneira como os escritores trabalham é sempre grande.Por isso vamos lá mergulhar de cabeça na arte de criar estórias, escritas no papel.Nessa fabulosa invenção chamada livro. Sempre quis saber como escrevem os autores os seus livros.De onde nascem as ideias, como se criam personagens e se escorem as histórias.Por isso convidei Patrícia Reis, jornalista e escritora, para nos levar numa viagem ao coração do seu universo criativo.Ela partilha como constrói as suas histórias, como lê os livros que a inspiram e aborda temas que vão além da literatura, tocando questões sociais e culturais atuais. Para Patrícia Reis, a escrita começa sempre com as personagens. Elas não surgem apenas como ideias abstratas, mas como figuras completas — com histórias, personalidades e uma necessidade urgente de serem contadas. É a partir delas que os seus livros ganham forma. Num processo quase intuitivo, ela rejeita esquemas rígidos de narrativa, preferindo deixar as histórias fluírem naturalmente, numa descoberta constante. Por vezes, as personagens assumem tal autonomia que alteram completamente o rumo que ela inicialmente imaginava. A leitura, por outro lado, é descrita como um refúgio, uma fonte de inspiração e, acima de tudo, uma experiência transformadora. Patrícia acredita que cada livro tem um momento certo na vida do leitor que a sua interpretação muda com a idade e a experiência. Alguns livros resgatam-nos em tempos difíceis, outros desafiam-nos a ver o mundo de uma nova perspetiva. E há ainda os que nos deixam órfãos ao terminarem, tamanha é a sua profundidade e impacto. Para além da escrita e da leitura, falámos de temas sociais e culturais que atravessam os dias de hoje.Patrícia Reis é uma voz ativa na defesa do papel da mulher no mundo.O feminismo, por exemplo, surge como uma luta por igualdade e justiça, longe de qualquer polarização. Ela reflete sobre como as mulheres em posições de poder enfrentam ataques específicos, como as críticas diretas e maldosas ao corpo das mulheres na espera pública, e sobre a persistência de desigualdades salariais e sociais. As redes sociais também entram na conversa como um espelho das dinâmicas sociais atuais. Patrícia questiona o impacto que a polarização e o discurso de ódio têm sobre o diálogo e a construção de pontes entre pessoas com opiniões diferentes. Para ela, a falta de espaço para conversas abertas e para a troca de ideias é um dos maiores desafios da era digital. Claro que falamos também de jornalismo,Sobre a importância do jornalismo. Patrícia Reis defende que uma democracia saudável depende de um jornalismo que aprofunde contextos, promova pensamento crítico e mantenha a sociedade informada. Aponta, no entanto, os desafios do setor, como a precariedade das redações e a superficialidade de muitos conteúdos na atualidade. Este episódio é uma oportunidade para explorar o poder transformador das palavras — escritas e lidas. A biografia dos escritores está sempre expressa nos livros que escrevem. Ao escolher os temas, ao imaginar uma história os autores escolhem as armas com que nos vão ora encantar, ora desassossegar. Na página do Pergunta Simples está lá a informação dos livros que Patrícia Reis escreveu até agora. Vale sempre a pena ler. Livros de Patrícia Reis A Desobediente (2024) Da Meia Noite às Seis (2021) As Crianças Invisíveis (2019) A Construção do Vazio (2017) Contracorpo (2013) Mistério no Benfica - O Roubo da Taça dos Campeões Europeus (2012) Assalto à Casa Fernando Pessoa (2012) Por Este Mundo Acima (2011) Mistério no Oceanário (2011) Mistério na Primeira República (2010) Um Mistério em Serralves (2010) Mistério no Museu da Presidência (2009) Antes de Ser Feliz (2009) O Que nos Separa dos Outros por Causa de um Copo de Whisky (2014) No Silêncio de Deus (2008) A fada Dorinda e a Bruxa do Mar (2008)
Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade. Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante exige muito mais do que técnica; é necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir, através das imagens, uma narrativa que comunique tanto com a população quanto com os públicos institucionais. O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial, sempre para criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe do governo. Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaneidade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer “aquela” fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo. Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz. Tudo vale para contar a história. A experiência acumulada no fotojornalismo mostrou-se crucial para lidar com a pressão e a velocidade do trabalho. Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso. No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso. Uma parte essencial deste trabalho é a comunicação com o fotografado. Hoje Luís Montenegro. Como antes com mil pessoas noticiáveis. Ou de fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática- A necessidade de criar um ambiente de conforto e confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes. O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos. Aprendi que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e causadoras de impacto para quem as observa. Seja usando luz pontual para destacar o protagonista ou matricial para capturar o todo, a atenção aos detalhes é uma constante. Outro aspeto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelos protocolos, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o humano. As imagens visam mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como uma figura de estado, mas também como pessoa. Este tipo de fotografia tem os seus desafios únicos, principalmente quando comparada ao fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto ao registo histórico quanto à comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político e institucional de cada imagem. Não é jornalismo, é comunicação institucional. O papel do fotógrafo oficial é também um trabalho de equipa. A sintonia com os assessores de comunicação, protocolo e outros profissionais é fundamental para garantir que cada momento seja capturado com qualidade e alinhado à narrativa pretendida. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Transcrição automatica 00:00:00:00 - 00:00:44:20 Ora, vivam. Bem vindos ao Pergunta simples o vosso caso sobre comunicação. Imaginem que vossa vida, nos próximos meses ou anos, será como sombra em todos os passos do Primeiro-Ministro. Neste caso, sombra e luz, principalmente luz. Apresento vos Gonçalo Borges Dias, fotógrafo profissional e agora fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro Luís Montenegro. Vai a todo lado. Está sempre lá e oferece nos a história ao ritmo de um click da sua máquina fotográfica. 00:00:44:22 - 00:00:57:06 Em todo lugar, a todo o momento. 00:00:57:08 - 00:01:23:02 Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade. Documentar o dia a dia de uma figura política t...
Nunca tiveram a sensação de que o dinheiro se está a esvaziar na nossa carteira? É a economia, estúpido, dizem-me vocês, cheios de razão. Se há realidade que se altera por decisão das pessoas, essa realidade é a economia. Talvez isso explique porque é tão difícil fazer previsões económicas ou comunicar estas coisas do dinheiro. Se anunciamos a crise, as pessoas acautelam-se e compram menos. Em princípio é inteligente. Cautelas e caldos de galinha não fazem mal a ninguém. O será que fazem? Se todos ficarmos com medo, gastamos menos, compramos menos, logo vende-se menos e com isso produz-se menos. Daí à queda dos impostos cobrados e ao desemprego é um saltinho. E basta um susto. E lá se vai a expectativa por aí abaixo. Ou então o contrário: uma súbita euforia, um par de informações que nem conhecemos bem, e desata tudo a comprar este mundo e o outro como se o planeta tivesse acelerado. E o ciclo torna-se magicamente otimista. No fundo, isto da economia é uma espécie de montanha-russa: se acreditares vai, se não, agarra-te. Esta primeira edição de ano novo é sobre o dinheiro. O que temos, o que desapareceu, o que devemos e o que esperamos ter. Para onde está a ir o meu dinheiro? O custo de vida, a inflação, os salários e as escolhas económicas que definem o nosso futuro. Decidi meter-me num molho de binóculos e tentar descomplicar assuntos que, à primeira vista, parecem técnicos, mas que estão presentes no nosso dia a dia. Mas não venho sozinho. Convidei Pedro Brinca, professor na Nova SBE e especialista em macroeconomia. A economia dos grandes. A que acaba por mandar nos nossos tostões. Por que razão os preços dispararam? Pense no supermercado: o tomate que costumava custar um euro agora está o dobro, e a conta final já não parece a mesma. Durante a pandemia, muitas cadeias de produção pararam, e isso gerou um efeito dominó. Produtos essenciais começaram a escassear, e mesmo após o regresso à normalidade, a energia mais cara e os custos de transporte mantiveram os preços altos. Essa realidade chegou também à produção agrícola: os fertilizantes, dependentes de energia, tornaram-se mais caros, e isso reflete-se em alimentos básicos que consumimos diariamente. Mas será que é só isso? Ou aproveitando a maré, alguém fez subir a conta mais do que o aumento do custo das coisas? Outro exemplo prático vem do crédito à habitação. Se tem um empréstimo, já sentiu o peso das prestações a subir. Agora parece finalmente aliviar um bocadinho. Mas subiu muito nos últimos anos. Para muitas famílias, isso significa apertar o cinto, cortar viagens, refeições fora ou outras despesas que antes eram possíveis. É carestia da vida em todo o seu fulgor. Este fenómeno não é apenas uma coincidência. As taxas de juro são ajustadas pelos bancos centrais para reduzir a inflação, retirando dinheiro do consumo. Mas será justo que tantas famílias suportem esse fardo? Há também uma reflexão sobre as características da economia portuguesa. Pense nos pequenos negócios, como salões de cabeleireiro ou cafés. Apesar de serem fundamentais para a comunidade, a dependência excessiva deste tipo de empresas dificulta o crescimento do país. Negócios pequenos têm menos capacidade de gerar empregos com bons salários ou de competir no mercado global. É por isso que as economias mais dinâmicas apostam em grandes empresas e em inovação, algo que Portugal continua a desenvolver. E o que dizer dos salários? Ai que dor. Muitas pessoas sentem que, mesmo ganhando mais, o dinheiro simplesmente desaparece. Isso é explicado pela “ilusão monetária”: se os preços sobem mais rápido que os salários, o poder de compra reduz-se. Parece que se está sempre a correr atrás do prejuízo, e isso é uma das maiores preocupações para quem tenta equilibrar o orçamento doméstico. Mas há pontos positivos. A sério. Por exemplo, em comparação com outros países, os salários reais em Portugal têm mostrado sinai...
Há 2024 anos nasceu Jesus. Assim reza a história e tradição cristã. E hoje ainda vale celebrar o natal? Hoje, temos uma conversa que promete iluminar muitos aspetos da nossa existência e nos levar a refletir sobre questões essenciais da vida, da fé e do mundo em que vivemos. Da fé, mas não só. O convidado é o Padre Miguel Vasconcelos, capelão da Universidade Católica de Lisboa, Alguém que se sonhou engenheiro e acabou a ser ordenado sacerdote, O Padre Miguel consegue explicar coisas tão complexas e misteriosas como a fé em três frases. Nesta conversa, exploramos o significado do Natal, mas também muito mais do que isso. Falamos de como, em tempos de escuridão – sejam eles conflitos no mundo, crises pessoais ou simples dúvidas existenciais —, o Natal pode ser uma luz. Não uma solução mágica para os problemas, mas um convite a acreditar na possibilidade de recomeçar. Discutimos o simbolismo do presépio como uma mensagem de vulnerabilidade e esperança, que nos desafia a sermos mais humildes e disponíveis para o outro. Mas não paramos por aí. Entramos também numa questão central: Deus. A ideia de Deus. Deus existe? Quem é Deus? E como lidamos com a dúvida, o silêncio ou até mesmo a sensação de abandono em momentos difíceis? Miguel Vasconcelos reflete sobre a complexidade desta relação, reconhecendo que a experiência de Deus é tanto transcendente quanto profundamente íntima. É um diálogo constante entre o que é infinitamente grande e aquilo que é infinitamente pequeno em nós. Há também espaço para uma reflexão sobre o papel da religião no mundo contemporâneo. Falamos de como, muitas vezes, a fé é vista como algo distante ou solene, quando na realidade está profundamente ligada à celebração da vida e até ao riso e à festa. Questionamos se a religião é um caminho de respostas, ou antes, um espaço para levantar as grandes perguntas da existência. Para o Padre Miguel, a fé não elimina a dúvida; pelo contrário, vive ao lado dela como um motor de busca e de encontro com o eterno. E claro, sendo o Padre Miguel um orador experiente, quis ouvi-lo sobre a arte de comunicar em público. O que significa falar de Deus para uma audiência, ou mesmo escutar as dores e os dilemas de alguém no confessionário? Para ele, a chave está na honestidade – seja na palavra ou na escuta – e em nunca transformar a mensagem num espetáculo, mas antes num ato genuíno de serviço. Este é um episódio sobre humanidade, espiritualidade e a busca por sentido, que promete trazer não só respostas, mas também muitas perguntas para refletirmos juntos. Feliz natal para todos.Até para a semana. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:11 - 00:00:30:24 . Viva Miguel Vasconcelos, padre de vocação, capelão da Universidade Católica de Lisboa. Estamos em tempos de Natal. Como é que ainda faz sentido celebrar o Natal? Como nós celebramos? Então, antes de mais, olá! Vão estar aqui sim, e acho que faz sentido. Será o Natal. E acho que nos tempos em que passamos, nos tempos que atravessamos, estava ainda seja mais evidente por que é importante celebrar agora o Natal. 00:00:31:01 - 00:00:58:16 . O mundo parece escuro à nossa volta. A gente vê as guerras. Estamos críticos, por assim dizer, às vezes sem grande promessa de melhoria. Vemos as flores e sonhos políticas e por aí fora. Vemos, enfim, tantos problemas que tive aqui elencar os que os que estão na moda, por assim dizer. Mas também sabemos que há muitos problemas mais discretos que que foi que preocupam a vida das pessoas e que afrontam a vida de qualidade de muitas pessoas. 00:00:58:18 - 00:01:26:20 . E acho que isso é um. Estes tempos são tempos em que a gente passa algum tempo a pensar o mundo parece escuro, mas também acho que é verdade que precisamente num contexto de alguma escuridão, a luz interessa nos. E eu penso que o Natal tem esse poder, tem essa capacidade de devolver alguma luz aos dias, os dias em que estamos,
Hoje, falamos de um tema urgente: a infância e como as experiências vividas nesta fase moldam o futuro. Tempo de necessidade máxima de amor e proteção. O que acontece quando a proteção falha? Como podemos ajudar crianças em risco? E o que podemos aprender sobre o papel das famílias, das escolas e da sociedade? Nesta conversa ouço Rui Godinho, psicólogo e diretor da Infância e Juventude da Santa Casa da Misericórdia, um especialista com décadas de experiência a salvar, literal e simbolicamente, crianças maltratadas. Por vezes acordamos, chocados, com as consequências diretas de uma infância infeliz. Uma adolescente de 16 anos matou a irmã e, no tribunal, disse: “Estar na cadeia é melhor do que estar em casa.” Este caso, que começou com maus-tratos familiares e culminou numa tragédia, expõe um padrão: a comunidade, muitas vezes, não vê os sinais ou não age a tempo. “Este não foi um crime isolado”, ouvi eu explicar Rui Godinho. “Ele é o resultado de anos de negligência e violência.” Professores relataram que a jovem era agredida pelo pai à porta da escola, e ainda assim, ninguém interveio. Este caso levanta questões difíceis: por que motivo instituições como escolas ou centros de saúde não identificaram o problema antes? Provavelmente os sistemas de proteção estão desatualizados e focados apenas nos sinais mais óbvios, como pobreza extrema ou agressões físicas visíveis, enquanto maus-tratos psicológicos, mais subtis, continuam a ser ignorados. Quando a negligência ou maltrato é detetada, estas crianças são retiradas do seu ambiente familiar. Idealmente para encontrar uma vida melhor. Muitas crianças em risco são acolhidas por famílias ou colocadas para adoção. Entretanto, ficam à guarda de instituições financiadas pelo estado. Mas tanto o acolhimento como a adoção requerem mais do que boa vontade. “Estas crianças vêm de histórias difíceis”, ouvi eu “Muitas vezes, testam os limites dos novos cuidadores porque nunca tiveram estabilidade.” Rui Godinho dá um exemplo simples: quando uma criança finalmente encontra um ambiente seguro, pode desafiar os pais adotivos como forma a verificar se os laços são reais. Esse comportamento não é de rejeição, mas sim uma tentativa de construir confiança. De validar. Uma espécie de “vamos lá ver se gostas mesmo de mim a sério” O psicólogo sublinha a importância de preparar as famílias para lidarem com estas situações. Além disso, destaca que, em Portugal, ainda há uma cultura muito centrada em instituições, quando o ideal seria que mais crianças pudessem ser acolhidas em famílias. A lei tem hoje várias possibilidades: da clássica adopção, às famílias de acolhimento e até ao apadrinhamento civil. E o número de crianças em instituições tem vindo a descer. Nesta conversa olhamos também para as infâncias felizes. E ao extremo oposto: os pais demasiado protectores. Fixem o conceito “hiperparentalidade negligente”. Este tipo de proteção excessiva reflete um medo exagerado dos riscos, que impede as crianças de aprenderem a lidar com desafios. Ele sugere que os pais deixem espaço para os filhos experimentarem e errarem, de forma segura. É nesse equilíbrio entre proteção e liberdade que as crianças desenvolvem competências para a vida adulta. A educação na Primeira Infância é crítica. As diferenças no início da vida podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma criança. Aos 3 anos, uma criança de uma família com menos recursos pode conhecer 400 palavras, enquanto outra, de um contexto mais favorecido, pode chegar às 1200. Esta disparidade, explica, não é apenas numérica: é uma barreira que define o acesso ao conhecimento, à leitura e, mais tarde, ao emprego. A solução? Investir na educação desde cedo. Creches e pré-escolas de qualidade são fundamentais para reduzir estas desigualdades. Mais importante ainda, criar ambientes que estimulem as crianças a explorar, pensar e interagir com o mundo. Afinal comunicar.
Oficialmente é médica psiquiatra. Na prática, é uma ouvidora profissional ajudando pessoas a quem foi diagnosticado cancro. Ouve doentes, famílias e profissionais que tratam esta doença no IPO do Porto. Susana Almeida dirige o serviço de psiquiatria deste hospital. Mas de facto é uma especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento. No seu dia-a-dia aprendeu que a “A nossa cara diz muito sobre nós”, explicando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente nem sequer abrir a boca. É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador. Voltamos à observação da linguagem não verbal. Onde o gesto fala. E diz coisas que aa pessoas não conseguem colocar em palavras. É como se a palavra angústia estivesse em cada trejeito, tremura ou olhar vago. Claro, há o gesto e a palavra. Mas comunicar é também não comunicar. Explico-me: o não dito é uma forma de dizer. O desafio de Susana Almeida não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço. O momento da nostalgia do que poderíamos ter sido. O confronto com as escolhas da vida. Porque escolhi ser isto e não aquilo. Porque decidi estar com esta pessoa e não outra. Ou nenhuma. Perguntas sem resposta apaziguadora. E sem tempo para reviver. Depois há o confronto com o corpo. Com a possível ou real mutilação. Com o impacto no lar. Ouvi a história de uma mulher que recusava a ideia de ter de tirar uma mama porque os seios eram parte fundamental e inegociável da sua identidade pessoal. Mas este episódio não é só dor. É uma conversa carregada de energia e esperança. De pacificação, crescimento e possibilidade. Bem-vindos à discussão milenar da condição humana. Vale ouvir. Vale partilhar. A luta contra as grandes adversidades recolhe forças nos dias bons. Nos dias que passaram, nos dias que hão de vir. A alegria de um momento robusto de afetos funciona sempre como uma bateria. E as esperança do melhor como dínamo de energia. Vale sempre ouvir. Vale falar. Vale ser humano. Na mais universal das definições. RESUMO No Instituto Português Oncologia do Porto, num gabinete repleto de histórias não contadas, a psiquiatra Susana Almeida enfrenta diariamente as fragilidades da condição humana. Diretora do serviço de Psiquiatria, Susana Almeida é especialista em transformar dor em narrativa, sofrimento em resiliência e perda em oportunidade de crescimento. “A nossa cara diz muito sobre nós”, começa por explicar, sublinhando que o trabalho de um psiquiatra começa antes mesmo de o doente abrir a boca. É no detalhe que Susana encontra o primeiro capítulo de cada história. O olhar desviado, a hesitação ao caminhar, a escolha das palavras — tudo é revelador. “A observação do não verbal é essencial. Como alguém chega à consulta pode dizer mais do que qualquer exame.” No IPO, onde os doentes frequentemente enfrentam diagnósticos de cancro, estes sinais tornam-se ainda mais importantes. “Muitas vezes, as pessoas não conseguem verbalizar a angústia, mas ela está lá, evidente nos gestos e na postura.” O desafio de Susana não é apenas escutar o que é dito, mas decifrar o que fica por dizer. A sua experiência diz-lhe que o confronto com uma doença grave é, muitas vezes, um momento de balanço. “Há quem se foque no presente, mas muitos são assombrados pela nostalgia do que poderia ter sido. Escolhas que não fizeram, caminhos que não tomaram, relações que não cultivaram. É como se o tempo parasse num passado idealizado, mas a verdade é que o que não foi vivido não é garantia de nada melhor.” Entre os relatos que marcaram o seu percurso, Susana recorda uma paciente que recusava a ideia de uma mastectomia.
A maneira como narramos as histórias conta. Como contamos o que vemos. Como ignoramos o que não queremos ver. Neste episódio vamos ao bairro. Ao bairro que insistimos em não ver. O bairro são muitos bairros. Mas todos, sem exceção, são chamados periféricos ou de intervenção social. Um lugar onde tudo é difícil. Da vida até às histórias que se contam dele. O bairro veio ao Pergunta Simples. E simples é tudo o que o bairro não é. António Brito Guterres é um alquimista dos estudos urbanos. Da formação em assistência social ao trabalho diário nos bairros onde é mais difícil viver. Ele assume-se como um narrador das vidas que por lá se vivem. Ou sobrevivem. No seu trabalho, ele escuta as comunidades, observa os seus gestos, compreende as suas dores e, mediante narrativas genuínas, auxilia-as a ressignificar as suas realidades. É alguém que acredita que toda a história merece ser contada — principalmente aquelas que ainda não saltaram os “muros” das periferias e que, por isso, permanecem invisíveis para grande parte da sociedade. Como urbanista e investigador, António tem estado na linha da frente da reflexão sobre como as cidades são desenhadas, quem nelas vive e como podemos construir espaços mais justos e inclusivos. Ele trabalha nos “pontos de dor”, como ele próprio descreve, onde as contradições do nosso sistema ficam expostas: bairros marginalizados, escolas com altas taxas de retenção, espaços urbanos negligenciados e vidas empurradas para o silêncio. Durante a conversa, exploramos como as desigualdades estruturais perpetuadas pelo urbanismo, pelas políticas públicas e pela comunicação. Falámos muito sobre Importância das Narrativas: Como as histórias das periferias são frequentemente limitadas a narrativas de crime ou tragédia nos ‘media' tradicionais, ou nas redes sociais. As mesmas redes socais que abrem caminhos para exemplos de resistência narrativa, como movimentos culturais que emergem desses bairros, desafiando preconceitos e estigmas. Músicos que nem sabíamos existirem até terem milhões de ouvintes, poetas escondidos que fazem as letras para a cantiga de protesto, artistas plásticos que mais depressa ganham um prémio internacional do que aparecem na televisão portuguesa. Quão surdos estamos para não querer ouvir estas vozes? Quão alto é o muro criado pelo urbanismo do betão feio? Do Urbanismo como ferramenta de exclusão ou emancipação: Falámos da forma como a arquitetura pode ser usada para segregar comunidades e criar “gaiolas” em vez de trampolins sociais. Da forma como a educação pode ajudar ou deixar que se repita o ciclo da Pobreza: Mas não desistimos por aqui. Porque navegamos na cultura como Forma de resistência: A ascensão de artistas periféricos, como rappers e criadores culturais, que usam a arte para reescrever as narrativas dos seus territórios. Proponho que viajemos aos bairros. Ouvir. Simplesmente, ouvir. Há uma história que precisa de ser recontada. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:12:24 - 00:00:44:07 JORGE CORREIA Uma dádiva. Um Bem vindos ao. Pergunta simples O vosso pecado sobre a comunicação. A maneira como narramos as histórias conta como contamos o que vemos, como ignoramos o que não queremos ver. Neste episódio vamos ao bairro, ao bairro que insistimos em não ver o bairro. São muitos bairros, mas todos, sem exceção, são chamados de periféricos ou de intervenção social, num lugar onde tudo é mais difícil da vida e das histórias que se contam dele. 00:00:44:13 - 00:01:01:00 JORGE CORREIA Do bairro veio a pergunta simples e simples é tudo aquilo que o bairro não é? 00:01:01:02 - 00:01:30:16 JORGE CORREIA António Guterres é um alquimista dos estudos urbanos, da formação em essência social, ao trabalho diário nos bairros onde é mais difícil viver e assume se como um narrador das vidas que por lá se vivem ou sobrevivem. No seu trabalho, ele escuta as comunidades, observa os seus gestos,
Dizem que há três linguagens universais: a música, a matemática e o desporto. No desporto, o futebol destaca-se como a língua franca mais consensual. É um idioma que todos parecemos entender, independentemente da idade, do género ou da geografia. São 11 jogadores contra outros 11. Um campo, uma bola, e tudo o que fazem parece ser compreendido por todas as pessoas. De José Mourinho ao adepto mais comum na bancada ou em casa. Todos sabemos quando era penálti. Todos vemos a genialidade de um passe ou sentimos que o falhanço podia ter sido o nosso, mesmo que só joguemos no sofá. Mas o futebol é um paradoxo de comunicação: da simplicidade absoluta de “marcar um golo” à complexidade tática de uma equipa que joga rápido, bem e em harmonia. O futebol também é emoção. Hoje, o treinador é o melhor do mundo. Amanhã, devia ser despedido sem pestanejar. E tudo depende de uma coisa tão simples como a bola entrar ou não entrar. Mas será que o futebol é só isso? Emoções e golos? Para entendermos melhor a linguagem deste jogo universal, convidei uma das melhores treinadoras portuguesas de futebol: Helena Costa. Atualmente, Helena aparece nos grandes estádios da Europa, explicando-nos os jogos como poucos conseguem — de forma simples, acessível e direta, que até eu consigo entender. Helena Costa tem no currículo momentos extraordinários. Participou na formação de talentos de elite, como Bernardo Silva, quando treinava nas escolinhas do Benfica. Aceitou o desafio de ir ao Qatar para criar, do zero, uma seleção nacional feminina. E foi até ao Irão, um país onde a cultura e a condição feminina levantam barreiras que poucos ousam enfrentar. Esta conversa é sobre a comunicação no desporto de alta competição. Mas também é sobre talento, liderança e a melhoria constante do desempenho. A nossa convidada não é apenas treinadora e comentadora desportiva. Ela é também scout, ou seja, 'olheira' de talentos. Helena tem o olhar treinado para identificar o que separa um bom jovem jogador de alguém que, um dia, vestirá a camisola da seleção nacional. E spoiler: não é só a técnica que conta. É também a rapidez de pensamento, a leitura tática e a capacidade de ver o jogo como um todo — a sua equipa, o adversário e o momento certo para agir. No entanto, mesmo os craques, ou talvez especialmente eles, nem sempre lidam bem com as críticas dos treinadores. Porque, no futebol, o talento só é suficiente quando é acompanhado de resiliência, disciplina e a vontade de melhorar. E é aqui que entra a comunicação. É através dela que treinadores e jogadores se afinam, que talentos se desenvolvem e que equipas se tornam campeãs. Esta pode parecer uma conversa sobre futebol, mas é muito mais do que isso. É sobre liderança, sobre ultrapassar limites e, acima de tudo, sobre a condição humana. TEMPOS E TEMAS [00:00] Introdução ao PodcastTítulo: Boas-vindas e Introdução ao TemaResumo: O apresentador dá as boas-vindas aos ouvintes e introduz o tema do episódio, que explora a comunicação no futebol, destacando a universalidade do desporto e a complexidade da comunicação envolvida. [00:35] Apresentação da ConvidadaTítulo: Apresentação de Helena Costa Resumo: O apresentador apresenta Helena Costa, uma treinadora e comentadora desportiva de renome, mencionando a sua experiência em treinar jovens talentos e a sua atuação em diferentes países, incluindo Qatar e Irão. [01:35] Comunicação e Emoções no FutebolTítulo: A Complexidade da Comunicação no FutebolResumo: Discussão sobre como o futebol é um paradoxo de emoções e comunicação, onde a simplicidade de marcar um golo contrasta com a complexidade tática do jogo. [02:53] O Papel do Treinador e do ScoutTítulo: A Missão de Identificar TalentosResumo: Helena fala sobre a importância da comunicação na formação de jogadores e como ela visa identificar talentos que podem se destacar no futebol. [04:09] Desafios de Ser Mulher no FutebolTítulo: Desafios de Ser TreinadoraResumo: Helena discute ...
Pedro Coelho dos Santos revela como a comunicação estratégica pode moldar percepções, inspirar ações e influenciar decisões. Descubra técnicas práticas, histórias reais e lições que transformam líderes em comunicadores eficazes. Uma conversa imperdível sobre empatia, simplicidade e impacto. Uma conversa sobre liderança e técnicas de comunicação usadas por todos os melhores e mais visionários líderes do mundo. Assim como por cá.
Hoje falamos da mais profissional, eficaz e eficiente máquina de criação e gestão das expectativas: a política. Usando as ferramentas da comunicação, os políticos de todo o mundo criam percepções favoráveis às suas causas. São essas percepções que permitem um suporte da opinião pública para as posições e decisões que os políticos tomam no nosso nome. E essa máquina das percepções obedece a regras e estratégias muito bem definidas. Pelo menos assim era no tempo dos ‘media' tradicionais. Agora há um novo mapa a ser desenhado: o mundo alimentado pelas redes sociais. Trocaram-se os editores e jornalistas por robôs e algoritmos. E a comunicação política repensou a sua forma de fazer o que sempre fez: influenciar o pensamento da opinião pública. Com um refrescado conceito chamado polarização. Não é novo. Mas está na moda. Do telejornal às manchetes dos jornais. Da voz na manhã da telefonia até aos programas de debate. Do contacto direto com os cidadãos até à transmissão em direto de eventos criados precisamente para serem transmitidos. E agora as redes sociais: o velhinho Facebook onde todos continuamos a estar. O Twitter agora batizado de X, por onde correm as mais disputadas e virulentas discussões políticas e sociais. Ou mesmo o Instagram e o TikTok, lançados para criar atenção pela beleza da foto-autorretrato ou da dança da moda, entretanto transformadas em máquinas de ‘marketing' directo. Estes dois mundos são o palco do mundo moderno. E quem deseja mandar no mundo, no planeta, do país, município, aldeia ou grupo sabe que tem de usar estes canais e criar receitas que nos agradem. Este programa é sobre o cruzamento da arte da comunicação com o da política. Numa frase: a comunicação política e a política na comunicação. A convidada é Susana Salgado, investigadora deste campo do saber no Instituto das Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Exploramos como os media e as redes sociais desempenham um papel crucial na maneira como as pessoas entendem a política e tomam decisões. A conversa aborda temas como a polarização, o efeito dos algoritmos das redes sociais e o impacto dos preconceitos cognitivos, que criam uma espécie de “bolha” em que cada um de nós vive, condicionando como recebemos e interpretamos as mensagens políticas. Um dos principais pontos de reflexão neste episódio é o impacto da comunicação polarizadora. Segundo ela, a política contemporânea tende a afastar os cidadãos do debate e a empurrá-los para os extremos, limitando a capacidade de entendimento e troca de ideias. Ela explora como, muitas vezes, os temas mais sensíveis ou “incómodos” são excluídos da discussão pública, não por falta de relevância, mas por uma espécie de censura social. Isso faz com que pessoas que partilham de opiniões não convencionais sejam empurradas para a margem, onde encontram espaço em movimentos ou partidos mais radicais. Esse fenómeno é reforçado pelas redes sociais, onde o anonimato e a liberdade de expressão permitem que as pessoas exponham visões mais extremas do que fariam em interações presenciais. Nesta conversa aprendi muito sobre o conceito de criação de agendas públicas. Em particular, como criar estratégias para colocar o nosso tema na agenda e criar percepções favoráveis ao nosso ponto de vista. Criar agenda, enquadrar factos e apontar o foco de luz para o que mais no interessa. Ou criar distrações para desviar a atenção geral para o que não nos interessa discutir. Susana Salgado explica como estas estratégias ajudam a moldar as perceções dos cidadãos, enfatizando certos temas e desviando a atenção de outros. Estes mecanismos são, segundo ela, particularmente eficazes para criar uma “máquina de perceções” onde o que ganha é visibilidade mediática, interpretada como sendo mais relevante, muitas vezes à custa de temas de interesse real para a população. Real ou percebido como real?
Hoje vamos dançar. A forma mais natural em que acertamos o nosso movimento ao ritmo dos sons ou até dos pensamentos. Sim, hoje acertamos os passo na arte humana da dança. Dos mais talentosos dos bailarinos ao mais descoordenado dos seres. Eu pecador de confesso. E por isso convidei o actor, coreógrafo e bailarino Bruno Rodrigues para me ensinar sobre o movimento do corpo. Sou o mais descoordenado dos seres a habitar sobre a terra. Poderia dizer que tenho dois pés esquerdos, o que até poderia ser elogioso porque até se dá o caso de eu ser canhoto. Por isso simplifico: não tenho jeitinho nenhum para dançar. O que me angustia porque o meu sentido de ritmo é bom. Acho eu. Sinto que sim. Ritmo dentro da minha cabeça. Depois os braços e as pernas é que não acompanham. Parecem ter vida própria, lançando no espaço pernas e braços num louco, levemente assustador e definitivamente esquisito movimento. E um dia conheci o Bruno. Num evento experimental sobre o movimento. E aprendi que todos temos uma espécie de biblioteca de movimentos. E nessa biblioteca estão os livros de instruções para nos mexermos. É só ler esses livros. Embora muitos de nós nem sequer nos atrevemos a pegar neles. Nos livros. Nas ancas, rótulas, ombros ou pescoço. Volto ao movimento. Basta respirar, diz ele, o Bruno, e o movimento aparece naturalmente. Esta conversa é sobre isso. Sobre o movimento. Sobre a maneira como dançamos. Na conversa saberemos como alguém descobre que a sua vocação, como experimenta e aprende sobre a arte da dança. Hoje é coreógrafo, actor e formador na área do movimento. Naturalmente falámos da maneira como o nosso corpo fala, como comunica. E de como a dança pode ser uma ferramenta social de inclusão e partilha. Aprendi que todos podemos dançar. E sabemos dançar. À nossa maneira, mas é uma maneira tão certa como qualquer outra. Saia lá daí, da frente do espelho. E liberte-se. Claro que depois há o bailado, como expressão plástica maior. A expressão do belo e do sublime. Afinal o uso do corpo para nos fazer sentir as emoções. O corpo como espelho da alma. O movimento e a dança como uma forma universal de nos entontarmos mutuamente. De olhos nos olhos. De mão na mão. Num compasso certo dos pés que seguem num movimento síncrono. Isto nas danças a dois. Mas também valem os grupos que dançam num concerto. Ou até aquele que dança sozinho na praia, sem música, apenas ao ritmo dos pensamentos. E tudo se move. E tudo dança. Até os planetas à volta do sol. Ou o sentir. Ao ritmo dos batimentos do coração. O ritmo primordial da dança da vida. Da Química à Dança: O Início da Jornada Inicialmente estudante de Engenharia Química, Bruno descobriu a dança por acaso, quando uma colega o convidou a experimentar uma aula. Essa experiência revelou-lhe um novo caminho, onde se sentiu verdadeiramente “em casa”. O que começou como uma simples curiosidade tornou-se rapidamente a sua paixão e carreira. No episódio, ele descreve o momento inicial, numa sexta-feira de outubro, que marcou o encontro com a dança. A sensação de “pertença” era tão intensa que ele a lembra com detalhes, incluindo as cores, os cheiros e a música daquela primeira aula. A Dança Como Forma de Comunicação e Intervenção Bruno vê a dança como uma linguagem universal, acessível a todos e não apenas a quem se dedica profissionalmente a esta arte. Para ele, todos dançam a partir do momento em que respiram, pois a base do movimento é a respiração. Ele explora a ideia de que a dança está presente nos pequenos gestos do dia a dia e que cada movimento entre duas poses ou “fotografias” forma uma coreografia única. O Movimento do Corpo e a Relação com a Identidade A entrevista toca em questões profundas sobre como o movimento expressa a relação de cada um consigo mesmo. Bruno reflete sobre a relação entre corpo e identidade, afirmando que a maneira como nos movemos espelha a nossa auto p...
O gesto é tudo. Ou quase tudo. No mundo onde o silêncio quase absoluto reina é o gesto que nos liga. Nesta edição falamos, ouvimos e gesticulamos. Um mergulho no mundo na língua que as pessoas surdas usam para ouvir e falar. A língua gestual portuguesa. Em cima de um palco, no cantinho da nossa televisão, numa aula na escola, numa consulta médica ou a responder num tribunal. A vida dos intérpretes de língua gestual portuguesa é uma correria entre todos os lugares do país onde alguém que não ouve, não aprendeu falar ou até a ler e escrever, precisa de entender o mundo. Conheci a Sofia Fernandes em cima do palco no auditório do IPO do Porto. Ela traduzia o que os vários participantes do evento diziam. A rapidez do gesto é fascinante. Não só das mãos. Todo o corpo participa. Gestos nos dedos, braços, ombros e a cara. Sim, as expressões faciais estão sempre a dizer qualquer coisa. A dizer o espanto, a dizer a alegria, a sofrer a tristeza. Naquele palco ouvi-a depois falar de viva voz. Da maneira como ajuda a comunidade das pessoas surdas a comunicar. A ouvir, se é que posso usar esta palavra, e a dizer o que quer. E o que ouvi não podia ficar só ali. Tinha de o partilhar convosco. Esta conversa é sobre comunicação. Todas as conversas do Pergunta Simples são sobre comunicação. Mas esta tem um nível de complexidade difícil de entender para quem ouve. Para os ouvintes regulares do ‘podcast'. Mas neste caso o programa não tem só áudio, ou vídeo, com legendas. Neste caso este episódio está também traduzido em lingua gestual graças à generosidade da Sofia. Pode ser visto em www.perguntasimples.com e nos YouTube desta vida. Portanto, não só veio contar tudo o que sabe, como, no fim ainda teve de trabalhar. Eu disse generosidade? Acrescento uma palavra: torrencial. E eu aprendi como se diz com um só gesto a mais bela palavra do mundo O QUE APRENDI NESTE EPISÓDIO A interpretação é muito mais do que traduzir palavras. Entendi que a língua gestual portuguesa não pode ser feita palavra por palavra porque é uma língua com gramática própria e ‘nuances' específicas. O trabalho do intérprete é captar o sentido e adaptar o que está a ser dito, principalmente em temas complexos ou pouco familiares. Adaptar-se ao momento é essencial. Percebi que, em interpretações ao vivo, como num telejornal, o intérprete precisa de uma grande agilidade para adaptar o contexto e corrigir interpretações, quando necessário. Sofia explicou que, ao não perceber uma palavra ou perder uma parte da conversa, procura “proteger-se” e transmitir algo literal até conseguir encaixar o contexto completo. A carga emocional nas interpretações delicadas. Nas consultas médicas ou em audiências judiciais, o intérprete é obrigado a usar a primeira pessoa, dizendo “eu”. Esta proximidade com a situação pode ser emocionalmente exigente, especialmente ao lidar com histórias de dor ou sofrimento. A acessibilidade continua a ser uma grande barreira. A falta de intérpretes e de recursos acessíveis é evidente, e Sofia sublinhou a dependência que muitas pessoas surdas têm de amigos e conhecidos para fazer coisas simples, como ir ao médico ou tratar de assuntos burocráticos. Conhecer o contexto é chave. Quanto mais o intérprete entende o contexto, melhor consegue interpretar com fidelidade. Por exemplo, Sofia menciona como recorre a amigos surdos para confirmar se usa os gestos mais adequados, tornando a interpretação mais rica e natural. O impacto emocional e cultural do seu trabalho. A experiência de Sofia a interpretar um hino no estádio do Dragão revelou como momentos de grande visibilidade têm um impacto emocional e fortalecem a cultura surda. Percebi que a presença de intérpretes em momentos públicos dá poder à comunidade e fortalece a sua identidade. A língua gestual portuguesa é uma língua própria, não uma “linguagem”. Aprendi que há uma diferença entre língua e linguagem: enquanto a linguagem gestual é mais...
Hoje é dia de falar de saúde, máquinas inteligentes e líderes inspirados. Para o caso d ainda não terem notado as máquinas que falam connosco como se fossem humanas estão a invadir o nosso dia-a-dia. Seja numa página de ‘internet', na relação com o nosso banco ou com uma qualquer empresa que nos fornece um serviço. Estes robôs são programados para serem simpáticos, perguntam muitas coisas e querem que carreguemos vezes infinitas em números no telemóvel ou que respondamos a mil perguntas. E lá vamos andando. São ainda bastante básicos e eu, confesso, quando fico sem paciência, repito para a máquina “quero falar com um ser humano.” Ora esses robôs estão também aparecer na área da saúde. E além deles há outros bastante mais espertos que conseguem organizar gigantescas quantidades de dados e até chegar a melhores conclusões que os humanos. Mas já la vamos. Este é um episódio com Ricardo Baptista Leite, um jovem médico português que integra a lista da Fundação Obama dos mais promissores líderes mundiais do futuro. Todos o conhecemos pelo seu percurso na política, mas agora trabalha no desenvolvimento e regulação da chamada “inteligência artificial”. Em particular na área da saúde. A tecnologia acelera e a dita “inteligência artificial” carrega algumas das mais interessantes promessas de que o mundo será melhor. Ainda com alguns pontos de interrogação, mas já com um vislumbre do que pode ser o futuro onde homem e máquina se fundem para funcionar melhor. Será o advento de uma nova espécie humana? Do homem biónico ou apenas do homem assistido pelas máquinas? Já para não pensar na assustadora ideia onde as máquinas passam a controlar tudo ao arrepio da decisão humana. Ricardo Baptista Leite traz-nos uma visão muito interessante sobre como a tecnologia pode transformar a nossa forma de viver e, sobretudo, o nosso sistema de saúde. Ele acredita que a inteligência artificial não é só mais uma moda, mas algo que pode realmente fazer a diferença na forma como diagnosticamos e tratamos doenças. amos falar de como as máquinas, em algumas áreas, já superam os médicos humanos na precisão e na rapidez dos diagnósticos, como na radiologia. E, ao mesmo tempo, exploremos os riscos. Será que esta tecnologia acabará por beneficiar apenas um pequeno grupo de pessoas, deixando muitos de fora? Na conversa falamos sobre a necessidade de mudarmos ou adaptarmos o nosso sistema de saúde. Ele acredita que trabalhamos reativamente, ou seja, a tratar a doença depois de ela aparecer, que é preciso uma viragem para um modelo mais proativo, focado na prevenção e na promoção da saúde. E sabem o que é curioso? O Ricardo acha que a inteligência artificial, se usada corretamente, pode ser a chave para essa mudança. Mas a nossa conversa não se fica apenas pela tecnologia. A empatia é outro tema importante que abordámos. Sabiam que, num estudo recente, os assistentes virtuais, os robôs, os chatbots, foram considerados mais empáticos que os próprios médicos? Sim, máquinas a mostrar mais empatia que humanos! Isso diz muito mais de nós humanos do que da habilidade das máquinas. Durante esta hora de conversa falámos muito sobre o futuro. Como ele vê a evolução dos cuidados de saúde com a introdução de tecnologias avançadas como a inteligência artificial? E o mais importante, como garantimos que essas inovações são usadas de forma ética e justa, TÓPICOS Nomeação para a Fundação Obama • Ricardo Batista Leite foi reconhecido como um dos futuros líderes pela Fundação Obama, integrando um grupo que aposta em mudanças sociais a partir das comunidades locais. De político a especialista em inteligência artificial • Ricardo Batista Leite fez uma transição da política para a área da inteligência artificial, explicando o potencial revolucionário desta tecnologia no setor da saúde. A promessa da tecnologia • Abordámos como grandes inovações tecnológicas nem sempre trazem benefícios para to...
Falar bem português e escrever em bom português é absolutamente crítico para comunicar na nossa língua. E sim, calhou-nos uma língua complexa na rifa, difícil, cheia de palavras e regras. Algumas até de difícil compreensão ou mesmo aparentemente contraditórias. Deixem-me dar-vos o exemplo das vírgulas. Onde se põem as vírgulas. Das várias fontes que consultei há, em princípio, 4 regras principais. Mas depois são afinal 11 que até podem ser 15. Se alguém tem outro número queira mandar uma mensagem ou deixar um comentário. Mas o exemplo das vírgulas é tão fascinante que até há uma regra opcional. Leio no ciberdúvidas que a frase 'Depois, vamos sair para jantar.' pode ter essa vírgula, ou, simplesmente, se quiser dar mais ritmo à frase, pode escrever sem vírgula 'Depois vamos sair para jantar.' Esta é conversa sobre línguas, sobre pontuações e até sobre palavrões. Que são umas palavras muito especiais. Cada língua leva dentro de si a cultura de um povo. Mas não só. Sim o poeta Fernando Pessoa disse: “Minha Pátria é minha língua.” Mas a frase continua assim: “Pouco se me dá que Portugal seja invadido, desde que não mexam comigo.” Dificilmente encontramos uma frase que nos defina melhor, ao longo da história. Volto às línguas. Elas não são actos de cultura e comunicação. Foram nascidas e talhadas como arma política. Os franceses não falavam francês. Os italianos também não falavam a língua com que os ouvimos hoje descrever as mais belas coisas do mundo. E as palavras tem significados literais e simbólicos. São as chamadas expressões idiomáticas. O “prego” italiano não é para pregar tábuas nem pregar aos peixes. Será o nosso “de nada” E o “Raconter de salades” não é contar saladas, mas sim “contar uma história.” E a história tem muito peso nesta coisa das línguas. Porque a língua foi um instrumento político de unificação de um estado. E, portanto, imposto ao povo. Muitas vezes usando o fio da espada. Com esse conceito da língua enquanto norma, levamos todos com a mil regras a cumprir. Mas as línguas continuam vivas, recebendo influências das outras ou dos nossos brilhantes pontapés na gramática. Se o pontapé for numa pedra, com força, e de pé descalço, então também recorremos à língua. Usando os palavrões. Palavras escondidas no subsolo do nosso cérebro. São tabu, mas aliviam as dores. As palavras contam. As que dizemos. As que alguém entendeu, ou desentendeu. Há palavras de que gosto. Pode ser pelo significado ou pode ser, simplesmente, pelo som que se produz ao dizê-la. A minha palavra preferida é “óbvio” Gosto do som e do significado. É simples, mas obriga a uma definição de sons. Uma dança entre o B e o V. E é obviamente uma palavra aberta logo na primeira letra. Olhem, obviamente volto para a semana. E vocemessês também. É óbvio. E agora dai-me licença para fechar este parlatório. Ou deveria dizer palratório? Quem é Marco Neves? Marco Neves nasceu em Peniche e vive em Lisboa. Tem sete ofícios, todos virados para as línguas: tradutor, revisor, professor, leitor, conversador e autor. Não são sete? Falta este: é também pai, com o ofício de contar histórias. É professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e diretor do escritório de Lisboa da Eurologos. Escreve regularmente no blogue Certas Palavras. Já publicou os livros Doze Segredos da Língua Portuguesa, A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa e o romance A Baleia que Engoliu Um Espanhol. Publicou também um ensaio literário, José Cardoso Pires e o Leitor Desassossegado. Regressa às dúvidas e subtilezas da nossa língua com a Gramática para Todos: O Português na Ponta da Língua. O que aprendi neste episódio*: O Poder da Língua: Reflexões sobre Normas, Resistência Cultural e Transformações Linguísticas A língua, mais do que um simples meio de comunicação,
Há dois tipos de comunicação especialmente difíceis e arriscados. Porque são complexos, porque acontecem em conta-relógio e porque a audiência está particularmente sensível nesse espaço de tempo. Esses dois tipos de comunicação, são a comunicação de crise e a comunicação de risco. Trocando por miúdos, a comunicação de crise é aquela que temos de usar quando algo correu mal: um acidente, um incêndio, um qualquer evento onde existe um dano real ou potencial a pessoas, ou bens. Principalmente pessoas. A comunicação de risco em saúde pública é aquela que todos beneficiamos aquando da pandemia de COVID-19. Essa comunicação teve como face principal Graça de Freitas, médica de saúde pública e ao tempo diretora-geral da saúde. Esta conversa é sobre a dificuldade de planear, reagir e responder de forma credível a uma das maiores ameaças que vivemos na nossa vida coletiva. Um manual do uso da comunicação tem tempos sem livro de instruções. Todos sentimos: A incerteza era o dia-a-dia. Quando chega a pandemia? Quando chega o vírus? Vai matar-me? Como me salvo desta? Lembram-se? Era este o ambiente que todos vivemos quando percebemos que a anunciada pandemia chegou. Vivemos o receio, o medo, a dúvida. Vivemos a angústia de ficar presos em casa por decreto geral. Das escolas que fecharam. Dos lares com dezenas de idosos doentes. Com hospitais cheios. Com ambulâncias em marcha. Isto foi o que todos vimos em casa. Mas no olho do furacão pandémico, no centro de crise e resposta está Graça de Freitas. Não está sozinha, mas tem uma equipa muito curta. A ela cabe-lhe conseguir consensos entre cientistas e boas explicações e prognósticos para os decisores políticos. No meio de tudo isto há que explicar aos cidadãos o que está a acontecer, como nos protegemos, como vivemos com isto. No tempo das redes sociais. Onde a opinião do mais sabedor dos cientistas parece valer tanto ou menos que o cidadão dedicado à arte nacional da opinião gratuita sobre tudo. Mas mesmo no centro de comando, onde toda a informação chegava, onde todos os pensadores filtravam e tentavam entender o mundo, mesmo aí, havia demasiada informação, demasiadas contradições e um avassalador relógio que corria mais do que qualquer evidência. Mais do que nunca o teste à credibilidade das fontes é critico. Mas a rapidez da comunicação digital e localizada não podia ser ignorada. A pandemia deveria ser por si só um objeto de estudo detalhado da comunicação de risco. Eu já comecei a ler esse livro. A Comunicação em Tempos de Informação Imperfeita Um dos temas mais fascinantes abordados neste episódio é o desafio de comunicar quando a informação está longe de ser completa ou perfeita. “A informação era imperfeita, os dados mudavam a toda a hora”, lembra Graça Freitas, explicando que, muitas vezes, as diretrizes que comunicava ao público eram baseadas em informação que podia ser revista ou até desmentida pouco depois. “O grau de imperfeição era grande”, confessa, num tom honesto que caracteriza toda a sua participação no podcast. Este cenário reflete um dos maiores dilemas da comunicação em saúde pública: como ser honesto e transparente quando as certezas são escassas? Graça optou sempre pela clareza e pela sinceridade. Reconhece que, em muitos momentos, teve de comunicar incertezas e explicar o que ainda não se sabia. Este equilíbrio entre a informação e a cautela foi uma linha ténue que teve de trilhar durante todo o período pandémico. Medo, Resiliência e o Lado Pessoal da Pandemia Outro ponto alto da conversa é quando Graça Freitas reflete sobre o medo. No início, confessa, não teve tempo para sentir medo pessoal, pois estava absorvida em compreender o que estava a acontecer. No entanto, à medida que o número de casos aumentava, especialmente em Itália, e o mundo começava a fechar as suas portas, o medo tornou-se uma realidade inevitável.
O cérebro humano e o seu funcionamento. A caixa onde guardamos as palavras, os sentimentos e os movimentos. O cérebro enquanto caixa de comando e guardador de memórias e identidades. O cérebro que se molda plasticamente para compensar danos, bloqueios e faltas de ar. O cérebro do juízo e da consciência. Da alma ou apenas como fundação biológica.
Faltam menos de 2 meses para ser eleito o novo presidente dos Estados Unidos.E a campanha segue a todo o vapor.Uma campanha eleitoral é por definição o momento em que candidatos e eleitores dialogam sobre o futuro de um país.Tempo para se conhecerem aqueles que querer governar e as expectativas dos cidadãos eleitores. TÓPICOS / CAPÍTULOS Abertura (00:00:00) Campanha Eleitoral nos EUA (00:01:44)Discussão sobre a intensidade e profissionalismo das campanhas eleitorais nos Estados Unidos. Polarização e Debates (00:02:59)Análise da polarização política e a importância dos debates entre candidatos. Interesse dos Portugueses (00:04:10)Observação sobre o crescente interesse dos portugueses nas eleições americanas. Preparação para o Debate (00:05:58)Germano Almeida fala sobre como se prepara para assistir aos debates. Experiência de Acompanhamento (00:06:41)Germano compartilha a sua longa experiência de acompanhar a política americana. Importância da Comunicação (00:08:09)Discussão sobre a relevância da comunicação e preparação para os candidatos. Análise do Debate (00:09:07)Reflexão sobre o formato e a dinâmica do debate entre Trump e Kamala Harris. Desempenho de Kamala Harris (00:10:47)Comentário sobre a performance e estratégia de Kamala no debate. Diferença de Altura e Estratégias (00:11:07)Discussão sobre a diferença física entre candidatos e como isso impacta a perceção. Preparação da Equipa (00:12:04)Importância da equipa de comunicação na preparação para os debates. Comparação de Audiências (00:12:31)Análise das audiências dos debates e o desempenho dos candidatos. Estratégia de Resposta de Kamala (00:13:24)Kamala usa estratégias de comunicação eficazes para responder a Trump. Frases Impactantes (00:14:20)Discussão sobre a eficácia de frases curtas e diretas na comunicação política. A comunicação de Trump (00:14:40)Discussão sobre a frase "you're fired" e a sua utilização em comícios por Trump. Desempenho de Kamala Harris (00:15:20)Análise do desempenho de Kamala no debate e as suas estratégias de comunicação. Otimização da comunicação política (00:15:58)Kamala se apresenta como uma candidata do futuro, distanciando-se da administração Biden. Polarização e estigmatização (00:21:40)Exploração do medo do diferente e como isso afeta a perceção dos imigrantes. Rumores e mitos urbanos (00:19:32)Discussão sobre como histórias inverosímeis sobre imigrantes ganham credibilidade. Impacto da retórica de Trump (00:22:29)Reflexão sobre o discurso de Trump e as suas consequências na sociedade americana. Medo e insegurança (00:24:25)Análise do medo relativamente aos imigrantes e a manipulação desse medo na política. Retorno à fórmula de 2016 (00:27:02)Trump tenta repetir a sua estratégia vitoriosa de 2016, mas enfrenta desafios. Perda de controlo da narrativa (00:27:48)Trump se mostra obcecado por multidões, revelando fragilidade na sua campanha. Aumento de Participação (00:28:22)Discussão sobre o aumento de pessoas e donativos nas campanhas eleitorais. Questões Económicas (00:28:32)A economia é um fator crucial nas eleições, especialmente após a crise inflacionária. Desempenho Presidencial (00:29:20)Análise do desempenho do presidente relativamente à inflação e as suas causas. Impacto da Pandemia (00:30:05)Como a pandemia afetou a economia e levou a uma inflação significativa. Possível Segundo Mandato de Trump (00:30:57)Previsões sobre um possível segundo mandato de Trump e as suas implicações. Mudanças na Administração (00:32:03)Discussão sobre a limpeza na administração caso Trump seja reeleito. Política Externa e Ucrânia (00:32:53)Trump e suas possíveis políticas relativamente à Ucrânia e à Rússia. Desafios para Kamala Harris (00:34:27)Os obstáculos que Kamala Harris enfrenta devido à sua identidade e primárias. Eleitores Indecisos (00:35:55)Análise de eleitores indecisos e as suas perceções após os debates.
Busco a escuta perfeita. Não a escuta do som, mas também essa. Busco essa afinação perfeita entre a fala e o silêncio. Onde cada respiração pode descobrir a raiz de uma dor de alma. E onde a empatia é o instrumento que abre espaço à confiança obrigatória para que quem sofre possa falar, e quem ouve possa escutar. Sigmund Freud inventou o sofá que fala. O sofá onde todos nos podemos deitar para falar connosco próprios sabendo haver um psiquiatra, psicanalista ou psicólogo na cabeceira dessa cama existencial para nos ajudar nessa caminhada por entre sintomas, dores, desejos e desejadas ressurreições de alma. Nesta edição vou guiado pelo psiquiatra que conheci como ouvinte há mais de 30 anos quando ficava colado à telefonia para ouvir o seu programa “O sexo dos anjos” Um roteiro que começou por ser uma ideia de programa para falar de sexualidade, mas acabou por ser um manual sobre a natureza humana. Portanto, conheci o homem da rádio muito antes do psiquiatra e do professor de antropologia médica. Esta conversa poderia demorar 10 horas. Até poderia ser um diálogo em associação livre, mas escrevi demasiadas perguntas para tantas respostas. É uma lição sobre como ouvir os outros, como praticar a arte da escuta e de aceitar e compreender o outro como ele é. Falámos de diálogos, palavras e silêncios. A empatia a par das nódoas negras e das grandes alegrias são provavelmente a única receita para a partilha entre seres humanos. Compreender os outros implica-nos a todo o momento. E as máquinas, capazes de calcular rapidamente e guardar acervos de informação gigantescos não tem alma. Podem saber. Podem fingir. Mas nunca sentiram a palpitação dos grandes amores nem o sabor das lágrimas. Nem sequer lágrimas de óleo ou taquicardias elétricas. TÓPICOS: Início (00:00:00) Introdução ao Tema da Escuta (00:00:12)Discussão sobre a escuta e a importância da empatia na comunicação. Apresentação do Convidado (00:02:27)Júlio Machado Vaz é apresentado como médico psiquiatra e influenciador. O Programa "O Sexo dos Anjos" (00:02:50)Júlio fala sobre o seu livro e a história do programa de rádio. Impacto do Programa (00:03:14)Discussão sobre a influência do programa na sexualidade e na sociedade. Relação entre Rádio e Televisão (00:05:02)Comparação entre os meios de comunicação e as suas diferenças na recepção do público. Censura nos Média (00:06:21)Júlio compartilha experiências de censura e a diferença entre rádio e televisão. Mudança de Horário do Programa (00:07:16)Discussão sobre a mudança de horário do programa e o impacto na audiência. Experiências de Censura (00:09:41)Relato sobre censura num programa de televisão, especialmente em relação à homossexualidade. Fascículos Não Publicados (00:12:20)História sobre fascículos encomendados pelo jornal "Expresso" que nunca foram publicados. Reflexão sobre a Vida (00:13:39)Júlio reflete sobre o envelhecimento e como as prioridades mudam ao longo do tempo. Cuidado com a Manipulação (00:15:03)Discussão sobre a capacidade de nos enganarmos a nós mesmos e a diferença entre responsabilidade e culpa. Consultório e Trabalho (00:15:46)Júlio fala sobre a sua rotina no consultório e o prazer que sente em continuar a atender. Ritmo de Trabalho (00:16:56)Reflexão sobre a escrita e a falta de tempo devido à rotina intensa de trabalho. Agendas Complicadas (00:18:04)Desafios de compatibilizar horários entre colegas para gravações e compromissos. Visita Guiada à Agenda (00:19:07)Comentário sobre a complexidade das agendas de trabalho e compromissos. Reorganização de Trabalho (00:19:32)Impacto das mudanças de horários na rotina de trabalho dos colegas. Psicanálise e Trabalho (00:20:13)Reflexão sobre a importância do trabalho e a dificuldade de imaginar não trabalhar. Dia Típico no Consultório (00:21:09)Descrição de como varia a rotina diária de atendimentos e a importância da escuta.
Ser adepto não é fácil. Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil. A linguagem dos corpos em movimento é muitas vezes mais honesta que as respostas nas conferências de imprensa. Seja no mais belo dos movimento, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores ao minuto 120. O selecionador e treinador de Portugal Roberto Martinez parece ser um bom comunicador. Mas o que diz parece não ligar com a realidade. O que me causa estranheza. Martinez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo. Às perguntas difíceis responde desconversando. É o modo "pergunta-me o que quiseres, respondo o que me apetecer." A forma é sempre imaculada. O discurso todavia parece plástico. As respostas são sempre de um optimismo extremo. O jogo foi sempre magnifico. Os atletas insuperáveis e Ronaldo o maior de sempre e em todos os jogos. E o raio da estatística, fria e calculista, insiste em contrariar o optimismo da fórmula de comunicação do treinador. É uma boa lição para todos os comunicadores, Ou como não fazer. A boa estética de comunicação não basta. As mensagens tem que ter suporte na realidade. Só assim emprestam credibilidade ao discurso. A menos que as teorias da pós-verdade tenham contaminado o futebol. Ou será que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo. Afinal no futebol o que hoje é verdade, amanha é mentira. Mas não há só comunicação menos real. Há excelentes surpresas também. Jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva falam a linguagem das pessoas reais. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores. Sem fingimentos, olhando nos olhos. Vi o mesmo em Diogo Costa. As palavras da sua fala pública ligam-se bem sua soberba prestação em campo. 4 defesas, 3 na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do europeu. Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol fui ouvir Rui Miguel Tovar. Jornalista, comentador e historiador do melhor desporto do mundo. TÓPICOS & TEMAS Inicio (00:00:00) A importância da linguagem corporal (00:00:12)Discussão sobre a comunicação no futebol, destacando a linguagem corporal dos jogadores e treinadores. A comunicação do treinador Roberto Martínez (00:01:32)Análise da comunicação do treinador, abordando a estética e o conteúdo de suas mensagens. A surpreendente atuação do goleiro Diogo Costa (00:02:41)Destaque para a atuação surpreendente do goleiro Diogo Costa e sua comunicação autêntica. A dinâmica do jogo entre Portugal e Eslovénia (00:03:38)Discussão sobre a dinâmica do jogo, incluindo momentos de tensão e reviravoltas. O desenvolvimento de Rui Patrício (00:13:40)Discussão sobre a evolução do jogador nas mãos do treinador Paulo Bento e seu papel como herói no Euro 2016. Diogo Costa e suas características (00:14:11)Análise das habilidades e atuação do goleiro Diogo Costa, incluindo sua capacidade de sair aos cruzamentos e habilidades com os pés. O futuro de Diogo Costa (00:15:30)Questionamentos sobre a permanência do goleiro em Portugal e seu potencial para jogar em clubes europeus de alta categoria. Desempenho dos treinadores portugueses (00:16:25)Reflexão sobre a presença de treinadores portugueses em competições de alto nível, como a Liga dos Campeões, e suas conquistas. Análise das defesas de Diogo Costa (00:18:27)Discussão sobre as defesas do goleiro nos penáltis, destacando sua técnica e habilidade. Estratégias de batedores de penáltis (00:20:19)Análise das declarações de Bruno Fernandes e Diogo Costa sobre as estratégias e intuições utilizadas na marcação e defesa de penáltis. Marcadores canhotos de penáltis (00:22:53)Exploração da tendência de destros marcarem mais penáltis, com exemplos de jogadores canhotos que marcaram ou não marcaram penáltis. Influência de Cristiano Ronaldo e sua mentalidade (00:24:25)Reflexão sobre a influência de...
Hoje é dia de falar do futebol enquanto máquina de marketing. Já repararam em toda a publicidade espalhada pelos estádios do Europeu de Futebol? E aquelas paredes de fundo carregadas de logótipos dos patrocinadores que aparecem atrás dos jogadores quando falam os jornalistas? Pois é: são os sinais da gigantesca máquina de mostrar anúncios a todos nós. Principalmente aos mais fervorosos dos adeptos. Portugal já recebeu 13 milhões de euros como compensação pela sua participação no europeu. Portugal, a federação portuguesa de futebol, bem entendo. Cada vitória vale 1 milhão. E o vencedor do europeu recebe um total acumulado de mais de 28 milhões de euros. E de onde vem este todo dinheiro? Principalmente da publicidade, do investimento das marcas e dos direitos de transmissão televisiva, radiofónica e imagens afins. Claramente o ‘marketing' gosta do futebol e o futebol gosta do ‘marketing'. Olhemos por momentos para Cristiano Ronaldo. Ele tem quase mil milhões de fãs nas suas redes sociais. E mais do que um jogador Ronaldo é uma celebridade mundial. Portanto, todas as marcas associadas ao jogador recolhem o benefício da gigantesca notoriedade que Ronaldo tem. Basta ver a loucura nos estádios. Com miúdos e graúdos a invadir o campo, durante os jogos, em busca de tirar uma foto com o herói. Voltemos ao ‘marketing'. Quis ouvir Daniel Sá, o diretor do Instituto Português de Marketing, o IPAM. Para saber o que explica esta mútua paixão entre o ‘marketing' e o desporto de alta competição. O futebol, sempre o futebol. Seja o ópio do povo ou uma boa desculpa para uma festa. Foi assim em 2016 com a vitória de Éder e mais 10. Ou na embriaguez coletiva de 2004 quando os gregos decidiram reinar em Lisboa. Talvez essa emoção das massas explique a paixão do ‘marketing' pelo futebol. Conhecem melhor argumento para ajudar a comprar um produto ou serviço que a emoção? Sim, somos todos muito racionais. Mas como nos ensinou Damásio a emoção reina. Chuta Ronaldo! https://vimeo.com/958989523/0a6e625a9f?share=copy
Começou o Europeu de Futebol. O Euro 2024, jogado na Alemanha. Uma boa oportunidade para seguir o percurso dos repórteres que seguem a competição. Neste edição há grande fotografias. Sim vamos saber tudo sobre o dia-a-dia de um fotojornalista num grande evento desportivo europeu. TÓPICOS & TEMAS Abertura - 00:00:00 O momento chave - 00:00:12 O apresentador introduz o contexto do episódio, destacando a importância das fotografias no futebol. Experiências no Euro 2016 - 00:01:39 Miguel A. Lopes fala sobre sua experiência cobrindo o Euro 2016, incluindo a fotografia do golo de Éder. Identidade e superstição - 00:03:06 Miguel A. Lopes explica a escolha de seu nome profissional e compartilha uma curiosidade sobre ser confundido com outro fotógrafo. Preparativos e deslocamentos - 00:04:16 Miguel A. Lopes descreve os preparativos e deslocamentos necessários para cobrir os jogos do Euro 2024. Motivação para cobrir o Euro - 00:05:32 Miguel A. Lopes explica por que escolheu cobrir o Euro 2024 e compartilha sua paixão pelo evento. Fotografando o golo de Éder - 00:06:41 Miguel A. Lopes descreve o momento em que fotografou o golo de Éder na final do Euro 2016. Contando a história do jogo - 00:10:01 Miguel A. Lopes discute a importância de contar a história do jogo através das fotografias. Celebração após a final - 00:12:32 Miguel A. Lopes compartilha suas emoções e experiências após a vitória de Portugal na final do Euro 2016. Fotografando a chegada da seleção - 00:14:32 Miguel A. Lopes descreve a energia e carga emocional ao fotografar a chegada da seleção portuguesa para o Euro 2024. O fenômeno Ronaldo (00:14:41) A popularidade de Cristiano Ronaldo entre os imigrantes e o impacto nos jogos do Euro 2024. A imagem de Cristiano Ronaldo (00:16:59) A representação de Cristiano Ronaldo como herói e a sua relação com a fotografia. O trabalho do fotojornalista (00:18:12) Os desafios e limitações do trabalho de um fotojornalista durante os jogos e treinos do Euro 2024. A busca pela foto perfeita (00:23:55) A importância de capturar momentos que contem a história do jogo e a preparação do fotojornalista para identificar os jogadores. Preparação para fotografar (00:27:43) Discussão sobre a escolha de posição no estádio e estratégias para capturar as melhores imagens. Posicionamento estratégico (00:28:24) Análise das vantagens e desvantagens de ficar em diferentes áreas do estádio para capturar os momentos importantes. Planejamento do jogo (00:29:20) Decisões sobre o local ideal para fotografar e como evitar a duplicação de trabalho. Fotografia remota (00:30:36) Explicação sobre o funcionamento das câmeras remotas e como são controladas durante o jogo. Antecipação e preparação (00:31:47) Discussão sobre a importância da antecipação e sorte na captura de momentos únicos durante o jogo. Fotografando os jogadores (00:35:05) Identificação dos jogadores mais interessantes de fotografar e suas características durante o jogo. Expectativas para o Euro 2024 (00:36:14) Reflexões sobre a preparação e expectativas para a competição com base na experiência passada. Interagindo com os treinadores (00:38:30) Comparação entre os treinadores e a interação fotográfica com eles durante a competição. União da equipe (00:39:23) Observações sobre a coesão e espírito de equipe dos jogadores durante a competição. Técnica fotográfica (00:40:11) Explicação sobre como focar e capturar imagens em meio a uma aglomeração de jogadores durante o jogo. Fotografar jogos de futebol (00:41:07) Miguel A. Lopes fala sobre a técnica de fotografar jogos de futebol, destacando a importância de capturar os momentos mais emocionantes. Desafios técnicos da fotografia esportiva (00:42:15) Discussão sobre os desafios técnicos de fotografar jogos à noite e durante o dia, com metade do campo na sombra. Técnicas de foco e composição (00:43:09) Miguel A.
Hoje vamos voar. Sim, seguimos no habitáculo de um avião, especialmente atentos a todas as trocas de palavras que por lá são ditas. Entre pilotos, entre o avião e a torre de controlo ou entre o comandante todos nós que seguimos sentados no papel de passageiros. Senhores passageiros, apertem os cintos, vamos descolar. TÓPICOS & TEMPOS 00:00:00 Introdução - Introdução à carreira do Comandante Guedes na aviação civil. 00:03:20 (Primeira experiência de voar sozinho) - As emoções contraditórias ao voar sozinho pela primeira vez. 00:05:36 (Primeira grande emergência) - O incidente de emergência após a descolagem e a falta de experiência para lidar com a situação. 00:07:41 (Lidar com o medo durante uma crise) - A ausência de medo durante a crise e o impacto emocional após o evento. 00:10:46 (Reflexão sobre a responsabilidade) - O peso da responsabilidade de ter vidas sob sua responsabilidade e o alívio ao deixar de voar. 00:11:24 (Início do sequestro) - O relato do início do sequestro durante um voo de Lisboa para Faro. 00:13:27 (Estratégias durante o sequestro) - A importância de obedecer durante um sequestro e as estratégias adotadas para lidar com a situação. 00:15:44 (Síndrome de Estocolmo) - A relação estabelecida entre assaltante e assaltado durante o sequestro. 00:16:11 (Escolha de confiança e comunicação) - O Comandante Guedes fala sobre a escolha do sequestrador para se comunicar e a estratégia de negociação. 00:16:53 (Negociação e intervenção policial) - Discussão sobre as negociações com o sequestrador e a intervenção das forças de segurança espanholas. 00:19:06 (Resposta do governo português) - O papel do governo português na negociação e a recusa do pedido de resgate. 00:20:10 (Concessões e negociações) - A estratégia de fazer concessões e o papel dos pilotos em situações de sequestro. 00:21:07 (Empatia e negociação) - A importância da empatia e negociação para resolver a situação de sequestro. 00:22:16 (Negociações finais e resolução) - As negociações finais e a proposta para resolver o problema do sequestro. 00:24:09 (Desfecho e consequências) - As negociações finais, desfecho do sequestro e as consequências para o sequestrador. 00:28:43 (Conclusão e reflexão) - O que o Comandante Guedes aprendeu com o episódio do sequestro e o percurso do sequestrador após a libertação. 00:29:13 (O percurso do Comandante Guedes) - Comentários sobre a trajetória profissional e pessoal do Comandante Guedes, incluindo um episódio específico de superação. 00:30:16 (Confiança nos pilotos) - Discussão sobre a confiança dos passageiros nos pilotos, especialmente em relação à presença de mulheres no cockpit. 00:30:46 (Mulheres na aviação) - Reflexões sobre a entrada de mulheres no cockpit, desafios e características positivas observadas. 00:35:22 (Tecnologia na aviação) - Exploração do papel da tecnologia na aviação, incluindo a confiança nos sistemas automáticos. 00:36:22 (Conflito entre humano e máquina) - Discussão sobre a potencial tensão entre a experiência do piloto e a confiança na tecnologia. 00:40:10 (Confiança na tecnologia) - Reflexões sobre a confiança dos mais jovens na tecnologia e a sua disposição para voar em aeronaves sem pilotos humanos. 00:41:34 (Erro humano e responsabilidade) - Análise de um incidente específico em que houve um equívoco na comunicação entre pilotos e as consequências disso. 00:42:26 (Problemas Mecânicos na Aviação) - Discussão sobre problemas técnicos em aeronaves e a importância do controle e manutenção. 00:44:37 (Concorrência na Indústria Aeronáutica) - Comparação entre as empresas Boeing e Airbus e suas inovações tecnológicas na aviação comercial. 00:47:04 (Problemas na Boeing) - Análise dos problemas enfrentados pela Boeing, incluindo questões de segurança e concorrência. 00:49:58 (Desafios de Treinamento Militar) - Dificuldades no treinamento de pilotos militares e a adaptação a novas tecnologias e idi...
A linguagem tem um efeito sobre as pessoas. E as palavras, mesmo que pareçam inócuas, entram na nossa cabeça e produzem uma influência. Afinal, pensamos através das palavras. Os rótulos que metemos na realidade. Palavras, imagens, gestos. Tudo é comunicação. Quando as palavras e as ações se conjugam para o mal, assistimos a crimes que dificilmente conseguimos perceber. É nesse momento em que a justiça e a psicologia se juntam. Para julgar e para entender as circunstâncias particulares desse crime. Os crimes com motivações de ódio estão nesta grande caixa do horror humano. Portugal pode estar a deixar de ser a exceção e a tornar-se mais um a ter de lidar com os fenómenos mais básicos da falta de respeito pela vida humana. Esta edição é uma busca incessante à pergunta: porquê? TÓPICOS & TEMPOS Início (00:00:00) . O efeito da linguagem (00:00:12) Discussão sobre o impacto das palavras e ações na comunicação e na produção de crimes de ódio. Casos recentes de crimes de ódio em Portugal (00:01:30) Análise de casos de crimes de ódio, incluindo o envolvimento de um jovem do Porto num crime no Brasil e a disseminação de propaganda nazista através das redes sociais. A interseção entre política, comunicação e justiça (00:11:34) Reflexão sobre a interligação entre política, comunicação e justiça, destacando a confusão crescente entre essas áreas na sociedade. A importância da avaliação qualitativa e quantitativa por psicólogos forenses (00:15:44) Exploração da necessidade de avaliação qualitativa e quantitativa por psicólogos forenses na compreensão de casos de crimes de ódio. A importância da avaliação psicológica (00:16:02) Discussão sobre a necessidade de avaliação psicológica em casos criminais e a confusão sobre o papel do psicólogo forense. A interseção entre psicologia e direito (00:19:04) Exploração da importância do diálogo entre psicólogos forenses e juízes, e a necessidade de comunicação clara e compreensível. Compreensão da personalidade do arguido (00:20:14) Análise da importância de compreender a personalidade do arguido na determinação da pena, e a necessidade de avaliação psicológica. O papel da psicologia forense na justiça (00:24:08) Discussão sobre a neutralidade da psicologia forense e o seu papel na compreensão dos comportamentos e personalidade do sujeito. A necessidade de diálogo entre psicologia e direito (00:26:25) Exploração da importância do diálogo entre psicólogos forenses e juízes, e a necessidade de comunicação clara e compreensível. Facilitar o diálogo entre psicologia e direito (00:30:08) Discussão sobre a necessidade de facilitar o diálogo entre psicólogos e juristas para uma compreensão mais abrangente dos casos. A psicologia folclórica (00:31:15) Reflexão sobre a visão popular e simplificada da psicologia e a complexidade da compreensão da natureza humana. O papel do psicólogo no sistema judicial (00:31:20) Carlos Alberto Poiares fala sobre a importância do psicólogo como perito em processos judiciais. A interseção entre direito e psicologia (00:32:30) Poiares destaca a importância de ter conhecimento jurídico e psicológico para trabalhar em tribunais. A evolução da abordagem à saúde mental e justiça (00:33:28) Discussão sobre a evolução na abordagem da saúde mental na justiça, desde o positivismo até os dias atuais. Responsabilidade penal em casos de doença mental (00:37:10) Exploração da responsabilidade penal em casos de doença mental e o papel dos psiquiatras e psicólogos. A história da loucura e justiça (00:36:14) Poiares aborda a história da loucura, mencionando casos de internamento injustificado no passado. A cooperação entre justiça e psicologia (00:42:25) Discussão sobre a importância da cooperação entre justiça e psicologia na compreensão de casos criminais. Impacto da pandemia na segurança e justiça (00:43:39) Reflexão sobre o impacto da pandemia na sociedade,
As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida. E são o motor fundamental para aprendermos coisas novas. Esta edição é sobre os talentos que precisamos de ter para enfrentar o mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais que essas respostas. Afinal como aprendemos coisas novas? A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos. E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre. Todos os dias. De forma contínua. Mas não foi sempre assim? Provavelmente sim. Mas agora o tema parece ter-se tornado um mantra das organizações e grupos mais inovadores. TÓPICOS & TEMPOS (00:00:00) - (00:03:42) - Introdução e Importância da Aprendizagem Contínua Jorge Correia apresenta o ‘podcast', focando na relevância do aprendizado contínuo num mundo incerto. Paula Marques é introduzida como especialista em novas formas de trabalho. (00:03:42) - (00:07:24) - O Futuro do Trabalho e a Liderança Discussão sobre o futuro do trabalho, enfatizando a necessidade de líderes que valorizam perguntas em vez de respostas rápidas. (00:07:24) - (00:11:06) - Transformações no Trabalho Análise das mudanças no ambiente de trabalho e como as organizações estão se adaptando para enfrentar novos desafios num contexto global volátil. (00:11:06) - (00:14:48) - Identidade e Trabalho Reflexão sobre a ligação entre trabalho e identidade pessoal, e o impacto da reforma nessa relação. (00:14:48) - (00:18:30) - Tecnologia e Desemprego Exploração do impacto da automação e tecnologia nos empregos e a necessidade de requalificação dos trabalhadores. (00:18:30) - (00:22:12) - Educação e Preparação para o Futuro Discussão sobre como o sistema educativo pode preparar melhor os jovens para um mercado de trabalho em transformação. (00:22:12) - (00:25:54) - Desafios para a Juventude Análise dos desafios que os jovens enfrentam ao escolher carreiras e como alinhar as suas paixões com as oportunidades de mercado. (00:25:54) - (00:29:36) - O Papel das Perguntas no Desenvolvimento Profissional Debate sobre a importância de fazer perguntas certas para o desenvolvimento profissional e pessoal num contexto de rápidas mudanças. (00:29:36) - (00:33:18) - Impacto da Cultura Organizacional na Inovação Análise de como a cultura organizacional afeta a inovação das empresas e a importância de cultivar uma cultura que valorize a curiosidade e aprendizagem contínua. (00:33:18) - (00:37:00) - Conclusão e Reflexões Finais Quis aprofundar o tema com Paula Marques uma investigadora da Nova SBE com a missão de investigar as formas de trabalho do futuro. E de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que a dar respostas na ponta da língua. Mas acima de tudo este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa ao futuro do mundo. Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta é o uso intensivo das perguntas. E eu a pensar aqui para os meu botões: “tu queres ver que eu afinal ainda tenho futuro com o perguntador?” Venham daí. Oiçam, subscrevam, comentem. Façam perguntas. Todas as perguntas do mundo. Se houvesse uma partícula de deus da curiosidade infinita teríamos todo um mudo melhor. Nessa partícula das perguntas, do que querer saber, estaria a nossa forma eterna de aprender. No meu imaginário a partícula dos perguntadores criaria aquela centelha de brilho no olhar das crianças quando descobrem uma coisa nova. E tu, ai desse lado, no conforto da escuta, já perguntaste algo, hoje, que exija uma nova e criativa resposta? Então vai. Vai perguntar. É mágico e funciona. Até para quem tem todas as respostas. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA 00:00:13:14 - 00:00:37:18 Jorge Correia Bem vindos ao Perguntas Simples a vosso podcasts sobre comunicação.
Senhor doutor, o que tenho eu? Senhor doutor, o que me vai acontecer? Em linguagem médica pedimos sempre um diagnóstico. O resumo da nossa condição. E principalmente um prognóstico: com o que posso contar para o futuro. Implicitamente as duas perguntas incorporam uma expectativa, um pedido de ajuda e uma esperança. As duas perguntas resumem-se ao apelo: Senhor doutor "safe-me" lá desta maleita. Claro que as respostas nem sempre são assim tão diretas e simples como gostaríamos. TÓPICOS DE CONVERSA Início (00:00:00) A importância dos grandes números na saúde (00:00:12) Discussão sobre a relevância dos dados recolhidos pelo sistema de saúde e as perguntas a serem feitas. Comunicação médico-paciente (00:01:25) Exploração da importância da comunicação na relação médico-doente e das perguntas frequentes feitas pelos doentes. Motivação para ser médico (00:03:57) António Vaz Carneiro a compartilha a sua motivação para seguir a carreira médica. Evolução da carreira médica (00:04:18) António Vaz Carneiro fala sobre a evolução das suas especialidades médicas ao longo da carreira. Comunicação eficaz na prática clínica (00:06:50) Discussão sobre a importância da linguagem adaptada na comunicação médico-doente. Prognóstico e envolvimento do doente (00:08:37) Exploração do envolvimento do doente no tratamento e a importância do prognóstico positivo. Casos raros e avanços médicos (00:11:47) Relato de casos raros de recuperação de cancros avançados. Relação entre doenças cardiovasculares e oncológicas (00:13:01) Análise da relação entre a diminuição de doenças cardiovasculares e o aumento das doenças oncológicas. Importância dos grandes números de dados na área da saúde (00:14:26) Discussão sobre a disponibilização e interpretação dos dados clínicos para melhorar a prática médica. Benefícios dos dados para os doentes (00:14:48) Exploração dos impactos positivos dos dados na melhoria do tratamento e cuidado dos doentes. Utilização de dados clínicos na prática médica (00:15:10) Análise da disponibilidade e utilização de dados clínicos na prática médica diária. Monitorização da qualidade dos dados clínicos (00:16:23) Explicação da importância da monitorização da qualidade dos dados clínicos e o seu impacto na prática médica. Formação e educação baseadas em dados (00:17:35) Discussão sobre como os dados clínicos podem contribuir para a formação e educação médica. Segurança dos dados clínicos (00:18:24) Exploração da segurança e proteção dos dados clínicos dos doentes. Utilização de dados para a investigação científica (00:19:10) Análise do uso dos dados clínicos na pesquisa científica e na identificação de padrões de tratamento. Medicina de precisão e personalização do tratamento (00:18:05) Discussão sobre a importância dos dados na personalização e precisão do tratamento médico. Impacto da informação na prática clínica (00:24:13) Reflexão sobre como a informação influencia a prática clínica e o comportamento dos médicos. Organização e utilização prática da informação (00:25:03) Exploração da importância da organização e utilização imediata da informação clínica na prática médica. Inteligência Artificial e Medicina (00:26:32) Discussão sobre o papel da inteligência artificial na análise de grandes quantidades de dados biomédicos. Erro Médico e Reflexão (00:29:12) Reflexão sobre erros médicos e a necessidade de corrigi-los, com o impacto emocional envolvido. Informação e Desinformação na Saúde (00:31:09) Abordagem sobre a propagação de fake news na saúde e os perigos associados à desinformação. Impacto da Pandemia na Saúde (00:34:02) Análise do impacto da pandemia na saúde, incluindo o abandono de tratamentos e a gestão dos sistemas de saúde. Consequências Geracionais da Pandemia (00:38:24) Discussão sobre o impacto da pandemia na educação e desenvolvimento das crianças, com reflexão sobre as consequências a longo prazo.
Hoje falamos sobre a relação entre as empresas e os seus clientes. A maneira como dialoga. Se é que dialogam. Olhando para um mercado, as empresas criam e vendem produtos. E os consumidores compram e usam. Mas esta relação é bastante mais complexa que a mera transação. É uma relação emocional que vive de expectativas, de felicidades ou de amuos. Salvará a comunicação esta relação? O cliente tem sempre razão? Ou o dito é apenas uma boa desculpa retórica para reparar algo que correu mal? A relação com os clientes é um tópico capaz de encher muitos livros de conselhos e saberes. Mas nem sempre a teoria e a prática se juntam. Por exemplo, na forma como as organizações escutam ou descuram uma reclamação de um cliente. Há canais para ouvir o cliente ou apenas um enfadonho endereço de correio eletrónico ou um asséptico formulário com promessa de resposta sem prazo nem compromisso? Agora nesta relação empresa-cliente apareceram também os robôs automáticos com capacidade de responder às nossas perguntas. E esse diálogo acaba muitas vezes na ligação a uma página de perguntas e respostas que por coincidência ou o meu azar pessoal, tem raramente a resposta que queria ter à minha pergunta. E isso gera frustração. Por má comunicação. Por ausência de comunicação. Por lentidão no processo. Em busca de boas respostas, mais felicidade, decidi gravar uma conversa com Gisele Paula que lidera o Instituto Cliente Feliz e o sítio web Reclame Aqui. Portanto, cobre todas as possibilidades: a de tentar deixar o cliente feliz e de acolher a sua reclamação. Ela defende que só ouvindo os clientes em permanência, de preferência até com conselhos de clientes dentro da organização, é que se pode evoluir. E que em cada reclamação há uma boa oportunidade de melhorar. De tornar o cliente feliz. O tempo conta. E as expectativas também. Saber que as organizações nos ouvem e oferecem-nos mais do que produtos é um bom sentimento. Que consideram o que dizemos, que reparam o que correu mal imediatamente e que mudam o rumo aceitando sugestões. Só me sobra uma pergunta: se é assim tão óbvio porque raio de razão só as melhores empresa e organizações seguem a receita? Temos de falar sobre isto. TÓPICOS DE CONVERSA A importância da satisfação do cliente (00:00:00) Giselle Paula destaca a relevância da satisfação do cliente para o crescimento e prosperidade dos negócios. Trabalhando em três pilares (00:01:41) Giselle explica a necessidade das empresas trabalharem em três pilares: pessoas, processos e estrutura, para proporcionar uma experiência positiva ao cliente. Ouvindo atentamente os clientes (00:04:04) Giselle fala sobre a importância de ouvir atentamente os clientes, inclusive quando estão insatisfeitos, e de encarar as reclamações como oportunidades de melhoria. Criando um conselho do cliente (00:07:36) Giselle explica a criação de um conselho do cliente para trazer a perspectiva do cliente para o dia a dia da empresa. A reclamação como oportunidade de melhoria (00:13:12) Giselle ressalta que a reclamação é uma oportunidade para a empresa melhorar e uma forma de obter feedback valioso dos clientes. Importância de ouvir reclamações (00:16:14) Giselle destaca a importância de ouvir reclamações, mesmo que representem uma pequena parte dos clientes. Desafios do uso de chatbots (00:18:20) Discussão sobre o uso equivocado de chatbots e a importância de compreender quando os clientes desejam interagir com humanos. Relação emocional com o cliente (00:20:09) Giselle enfatiza a natureza emocional da relação com o cliente, mesmo em interações digitais. Impacto do mau atendimento (00:21:36) Destaque para o impacto negativo do mau atendimento, levando à perda de clientes e lucratividade. Interseção entre tecnologia e interação humana (00:23:17) Discussão sobre a importância de equilibrar a automação com a interação humana para atender às ...
Tirar uma fotografia para documentar um momento importante da vida é uma experiência que todos temos. Antigamente apenas fazíamos fotografias de momentos mesmo muito importantes. Como um casamento ou baptizado, como o baile debutante ou o militar fardado em idade de ir à tropa. Era momentos raros. Tinham rituais próprios, que incluíam ir ao fotógrafo ou retratista profissional, vestir as melhores roupas e fazer os melhores penteados. Era o tempo das fotografias analógicas. De chapa ou de rolo de película. Tinham de ser reveladas antes de as vermos. Hoje vivemos o tempo click digital. Rápido, preciso, visto logo que feita a foto. Pronta para enviar, por mensagem ou rede social. Mas há algo que não mudou. Mudaram os equipamentos e as tecnologias, mas a filosofia do fotojornalismo e a sua essência não mudou. É estar no sítio certo, à hora certa, e fotografar, como testemunha, um acontecimento relevante para as nossas vidas. Este programa é sobre essa arte do retrato da actualidade. Da política à guerra, da intimidade da imagem pessoal aos grandes movimentos que nos interpelam. Tópicos de conversa: 00:04:38 (04:38) Eleição do Presidente da Assembleia da República João Porfírio fala sobre a eleição do presidente da Assembleia da República e a cobertura fotográfica do evento. 00:06:42 (06:42) Relação com Aguiar-Branco João Porfírio discute sua interação com Aguiar-Branco e a abordagem fotográfica durante a eleição. 00:08:51 (08:51) Expressões e Emoções João Porfírio fala sobre a busca por expressões faciais e corporais durante eventos políticos e eleições. 00:11:31 (11:31) Técnica Fotográfica João Porfírio explica sua abordagem à escolha de ângulos e posicionamento para capturar as melhores imagens durante eventos políticos. 00:13:53 (13:53) Narrativa Fotográfica João Porfírio discute a importância de capturar a perspectiva fidedigna das emoções dos políticos durante eventos políticos. A sorte do fotógrafo (00:13:56) João Porfírio fala sobre um momento inesperado durante a cobertura de um evento político. A presença de seguranças (00:16:35) Discussão sobre a presença de seguranças em eventos políticos e a influência na fotografia. A imagem pública de Pedro Nuno Santos (00:18:17) João Porfírio comenta sobre a imagem pública e a personalidade do político Pedro Nuno Santos. A imagem do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (00:19:36) Análise da relação do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa com o público e a fotografia. Neutralidade do fotógrafo (00:21:49) Discussão sobre a neutralidade emocional do fotógrafo em diferentes contextos de cobertura. Fotografando a emoção (00:23:42) João Porfírio fala sobre a abordagem para capturar emoções em suas fotografias. A guerra da Ucrânia (00:24:48) João Porfírio compartilha a sua experiência inesperada durante a cobertura da guerra na Ucrânia. Preparação para a Ucrânia (00:25:13) João Porfírio fala sobre a decisão de ir para a Ucrânia antes da invasão e a urgência em chegar lá. Entrando na Ucrânia (00:25:50) João Porfírio descreve a sua chegada à Ucrânia e a importância jornalística de entrar no país naquele dia. Contratação de um Fixer (00:27:53) João Porfírio explica o processo de recrutamento de um fixer e os custos envolvidos na cobertura de guerra. Vantagens de ser Português na Ucrânia (00:31:43) João Porfírio destaca as vantagens de ser português na Ucrânia e a empatia das pessoas em relação a Portugal. Impacto da Guerra em Kiev (00:34:22) João Porfírio descreve a sensação de guerra em Kiev e as restrições impostas durante o recolher obrigatório. Medo em Kiev (00:36:25) João Porfírio fala sobre o seu medo em Kiev e a sensação de segurança em comparação com outras regiões. Edição e Omissão (00:38:51) Discussão sobre a seleção e edição de fotos em zonas de conflito, equilibrando informação e dignidade humana. Crise de Refugiados (00:43:16) Comparação entre a crise de refugiados na Europa e a si...
Fazer uma marca é mergulhar fundo na organização que a carrega. É por isso tudo menos cosmética. Sim, a cosmética moderna, o ‘marketing', aparece para embelezar a marca. Mas o importante é o que está dentro. No fundo, a marca é a expressão comunicativa da identidade. Carlos Coelho tem um curioso método para decantar e libertar as marcas. Ele vai, nalguns casos, literalmente, viver e dormir nas organizações ou entidades que o contratam. Vai beber o ar que se respira. Cheirar o ambiente. Ouvir o ruminar das conversas. Falar, ouvir, comer, beber, estar, fazer parte, entender, ver e devolver uma fotografia. É com esse retrato que se funda marca. E que cores tem essa fotografia: algumas óbvias e evidentes: que cultura tem aquela organização, empresa ou região. Que missão reclama para si. E como planeia realizar essa missão no mundo. TÓPICOS DE CONVERSA (00:00:12) A importância das marcas Discussão sobre a importância das marcas na identidade e filosofia de pessoas e entidades. (00:01:24) O método de imersão de Carlos Coelho Descrição do método de imersão de Carlos Coelho nas organizações para compreender a sua cultura e identidade. (00:02:40) Construção de marcas como edifícios e árvores Comparação da construção de marcas com edifícios e árvores, destacando a importância de pilares, raízes, imaginação e ambição. (00:03:57) A criação e desenvolvimento de marcas Exploração da metáfora de edifícios e árvores para explicar o processo de criação e desenvolvimento de marcas. (00:07:29) A intimidade com a marca Discussão sobre a importância de conhecer uma marca na intimidade, exemplificada com a experiência de dormir na livraria Lello. (00:09:19) Os cinco pilares da estrutura de uma marca Exploração dos pilares de patrimônio, ideologia, imagem, ambição e imaginação na estrutura de uma marca. (00:12:10) A importância da cultura na construção de marcas Discussão sobre a importância da cultura e identidade da organização na construção de marcas. (00:14:36) A falta de imaginação nas empresas Abordagem da falta de imaginação e ambição nas empresas na construção de marcas. (00:15:31) A importância da imaginação Discussão sobre a importância da imaginação e ambição na construção de marcas de sucesso. (00:16:21) Imersão nas organizações Exploração do método de imersão nas organizações para compreender a sua cultura e identidade. (00:17:37) Visão do futuro Reflexão sobre a importância de sonhar o futuro e a resistência em relação à imaginação. (00:19:50) Liderança na imaginação Discussão sobre a importância de ser líder na imaginação para inspirar e inovar. (00:24:20) Marcas políticas vs comerciais Comparação entre marcas políticas e comerciais e a importância da identidade e estrutura. (00:28:13) Cosmética de comunicação Reflexão sobre a ineficácia da cosmética tática na construção de marcas fortes. (00:28:56) Exemplo da TAP Abordagem sobre a resistência e resiliência da marca TAP ao longo dos anos. (00:29:32) A relação com a marca TAP Discussão sobre a relação de confiança e exigência com a marca TAP. (00:32:50) Marcas estrangeiras vs. marcas portuguesas Ênfase na preferência por marcas portuguesas e a importância de valorizar a marca Portugal. (00:33:36) Reputação da marca Portugal Análise da reputação e visibilidade da marca Portugal e a dificuldade em monetizar essa notoriedade. (00:35:47) Mentalidade em relação às marcas Discussão sobre a mentalidade em relação à valorização das marcas portuguesas e a necessidade de mudança. (00:37:14) Desenvolvimento de marcas em Portugal Reflexão sobre a capacidade de Portugal em desenvolver marcas sólidas e duradouras. (00:42:07) Desafios na construção de marcas coletivas Abordagem dos desafios e benefícios na criação de marcas coletivas em Portugal. (00:43:05) Importância da marca e liberdade do consumidor Discussão sobre a importância da marca na garantia de qualidade e liberdade do consumidor. ...
Minuto 109. Final do campeonato da Europa de 2016 Éder chuta e a bola entra na baliza francesa, tornando Portugal campeão. Em Paris. Nenhum destas linhas faz jus à emoção de ver em directo o momento. Nem há emoção carregada na voz dos jornalistas e narradores desportivos dessa noite, no estádio. É esse momento sublime da liturgia do relato de futebol que quero fotografar nesta edição. TÓPICOS DE CONVERSA O fascínio da bola e do futebol (00:00:12) Discussão sobre o fascínio da bola e do futebol na forma narrada, destacando a emoção do jogo. Preparação e experiência de Nuno Matos (00:01:35) Nuno Matos partilha a sua experiência e processo de preparação para relatos de futebol, salientando a importância da relação com as fontes, a parte emocional na narração e a evolução das tecnologias utilizadas. Preparação para uma competição (00:03:44) Nuno Matos fala sobre como se prepara para uma competição, incluindo o acompanhamento das equipas, treinos, lesões e a importância das fontes credíveis. Relato de futebol e relação com as fontes (00:06:13) Discussão sobre a relação de confiança com as fontes e a importância do timing na divulgação de informações sensíveis, como a convocatória de jogadores. Abordagem emocional no relato de futebol (00:08:30) Nuno Matos destaca a importância de ser informativo, descritivo e emocional no relato de futebol, transportando a paixão e a emoção do jogo para os ouvintes. Momento mágico na história do futebol português (00:10:08) Nuno Matos recorda o momento-chave da história do futebol português, a final do campeonato da Europa de 2016, destacando a emoção e a importância desse momento. Preparação Técnica (00:15:40) Discussão sobre a preparação técnica para relatos desportivos, incluindo problemas com a linha e soluções. Relatos em Condições Adversas (00:16:04) Narrador partilha experiências de relatos em condições adversas e a importância da confiança e profissionalismo. Ligação com os Ouvintes (00:18:11) Discussão sobre a importância da ligação com os ouvintes e a interação através das redes sociais. Emoção na Narração (00:19:58) Exploração da relação emocional do narrador com os clubes e a seleção, e a importância da imparcialidade no jornalismo desportivo. A Importância da Narração (00:21:09) Reflexão sobre a importância da narração desportiva e a responsabilidade de capturar momentos únicos. Impacto do Desporto na Imprensa (00:22:42) Análise do papel do desporto na imprensa e o impacto dos narradores desportivos na vida das pessoas. Momento Crucial no Futebol (00:25:36) Discussão sobre o momento crucial da lesão de Cristiano Ronaldo durante a final do campeonato europeu. Entrevistas no Jornalismo Desportivo (00:28:04) Reflexão sobre a profundidade das entrevistas no jornalismo desportivo e a busca por ângulos diferentes. Formação de Jornalistas (00:29:15) Análise da formação de jornalistas e a importância de procurar abordagens originais nas reportagens. O problema da comunicação nos clubes (00:30:05) Discussão sobre a má comunicação dos clubes e a falta de disponibilidade dos jogadores e treinadores para falar. Bernardo Silva e outros heróis do desporto (00:30:46) Elogio à capacidade de comunicação de Bernardo Silva e a importância de reconhecer heróis de outros desportos. Mudança de paradigma na cobertura desportiva (00:32:11) Reflexão sobre a mudança na cobertura dos jornais desportivos e a necessidade de valorizar outros desportos. Os treinadores no futebol português (00:33:01) Análise dos treinadores de futebol português, destacando as diferentes abordagens comunicativas de cada um. Trabalho emocional e mental no futebol (00:36:09) Ênfase na importância do trabalho emocional e mental dos jogadores e treinadores no futebol. Comunicação dos treinadores e seleção nacional (00:41:50) Discussão sobre a comunicação dos treinadores e a liderança na seleção nacional, com destaque para Roberto Martínez.
Estar doente é recordar o nosso estatuto de seres mortais. A sensação de desamparo, medo, imprevisibilidade e necessidade de ajuda é real e verdadeira. Quanto mais séria for a condição de saída, mais aguda é essa necessidade. Necessidade de reparação. Física e psicológica. TÓPICOS E TEMPOS Escutar os Doentes (00:03:15) Como escutam os médicos os seus doentes, Fernando Leal da Costa fala sobre a importância da comunicação não verbal. Linguagem na Comunicação Médica (00:06:34) Fernando Leal da Costa discute a importância de traduzir as informações médicas para uma linguagem compreensível e de separar o que é importante do acessório, nos relatórios médicos. Impacto da Internet e Inteligência Artificial (00:08:09) A discussão aborda o impacto da ‘internet' e da inteligência artificial na medicina, salientando a necessidade de orientar os doentes e o potencial tranquilizador ou inquietante destas ferramentas. Medicina Baseada na Evidência e Inteligência Artificial (00:10:47) A medicina baseada na evidência e o debate sobre a capacidade atual das máquinas em substituir o diagnóstico humano. Responsabilidade na Era da Inteligência Artificial (00:13:22) A discussão centra-se na responsabilidade e na confiança na era da inteligência artificial, abordando o papel do médico como mediador e a importância da confiança do doente. Lidar com a Incerteza na Prática Médica (00:16:17) A complexidade de lidar com a incerteza na prática médica, especialmente em situações de tratamento paliativo, e a importância de ser honesto com o doente. A Importância da Escuta Ativa (00:18:16) O médico discute a importância de mudar a conversa para assegurar que o doente seja ouvido. Adaptação à Doença (00:19:26) O médico aborda diferentes mecanismos de adaptação dos doentes à doença, incluindo a negação e a procura por informações. A Relação entre Pensamento Positivo e Prognóstico (00:21:19) É discutida a relação entre o pensamento positivo dos doentes e o prognóstico, especialmente em casos de cancro. Impacto da Pandemia nos Profissionais de Saúde (00:25:56) O médico fala sobre o impacto da pandemia nos profissionais de saúde, incluindo a perda de doentes e o medo das infeções respiratórias. Reorganização do Sistema de Saúde (00:29:22) O médico propõe uma reorganização do sistema de saúde para ampliar a resposta e assegurar acesso a qualquer médico disponível, público ou privado. Custo do Tratamento do Cancro (00:31:53) É abordado o aumento do custo do tratamento do cancro em comparação com a eficácia do tratamento. O Custo do Sucesso (00:32:12) Discussão sobre o aumento da procura por serviços de saúde, o fenómeno das urgências e a busca por atendimento médico. Falta de Médicos Experientes (00:36:20) Falta de médicos mais velhos para ensinar a nova geração, consequências das decisões políticas e distribuição etária dos médicos. Emigração de Médicos (00:38:27) Motivos da emigração de médicos portugueses para outros países da União Europeia e as condições de trabalho. Desafios da Nova Geração (00:41:30) A menor tolerância da nova geração para más condições de trabalho e a procura por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Adaptação às Mudanças (00:43:53) A evolução da medicina com a introdução da tecnologia e a necessidade de tornar o sistema mais amigável para os médicos. A Importância da Comunicação Médico-Paciente (00:44:41) Discussão sobre a vontade de conversar dos médicos mais novos e a necessidade de apoio e estímulo. Mudanças no Sistema de Saúde (00:45:38) Reflexão sobre a dinâmica da evolução da medicina e a distribuição desigual de médicos e enfermeiros em Portugal. Participação dos Cidadãos nas Decisões de Saúde (00:46:59) Debate sobre a voz dos cidadãos na política de saúde e a necessidade de maior inclusão e responsabilidade dos eleitos. O Futuro da Medicina (00:50:26) Reflexão sobre a satisfação profissional enquanto médico e a expectativa de avanços tecno...
O 25 de abril de 1974. Celebramos, este ano, os 50 anos da Revolução dos Cravos O ano do advento da Liberdade. Esse dia foi retratado por um dos mais célebres e premiados fotojornalistas portugueses: Eduardo Gageiro. Encontrei-o num sábado na exposição de múltiplas fotografias que tirou desde 1957. Exposição na Cordoaria Nacional aberta e gratuita até 5 de maio. Esta conversa tem luz e sombra. É desse contraste que se faz a narrativa do Portugal contemporâneo. Esta edição é um testemunho da história. Viva a Liberdade TÓPICOS E TEMPOS (00:05:27) Convocado para a Revolução Eduardo Gageiro é convocado para fotografar a revolução. (00:06:50) Encontro com Salgueiro Maia Eduardo Gageiro conhece o comandante Salgueiro Maia. (00:07:49) Tensões e negociações Eduardo Gageiro testemunha negociações e tensões durante a revolução. (00:09:34) Medo e experiência anterior com a PIDE Gageiro relembra o seu medo e a sua experiência anterior com a PIDE. (00:12:44) Momento de confronto Descrição do momento de confronto entre Salgueiro Maia e a cavalaria sete. (00:14:39) A possibilidade de disparo evitada Eduardo Gageiro descreve o momento em que a possibilidade de alguém disparar um tiro foi evitada. (00:15:52) Exposição em Barcelos Eduardo Gageiro fala sobre uma exposição e um colóquio com participantes do 25 de abril. (00:17:26) O momento decisivo Conversa sobre um momento crucial da revolução e a relação pessoal entre dois homens. (00:18:53) Fotografando Salgueiro Maia Eduardo Gageiro descreve a sua experiência fotografando Salgueiro Maia durante o 25 de abril. (00:20:42) Desaparecimento das fotografias Discussão sobre o desaparecimento de fotografias importantes do 25 de abril. (00:22:52) Fotografia simbólica Eduardo Gageiro descreve uma fotografia simbólica do Salazar na sede da PIDE. (00:25:02) Paixão pela fotografia Eduardo Gageiro fala sobre a sua paixão pela fotografia desde jovem e sua influência social. (00:27:22) O mundo desconhecido Eduardo Gageiro descreve a perplexidade ao descobrir a corrupção na distribuição de alimentos durante a sua infância. (00:29:27) Influência e politização Gageiro fala sobre a influência de pessoas e livros na sua politização e formação como fotógrafo. (00:30:30) Início na fotografia Gageiro conta como começou a fotografar e recebeu orientações de um mentor sobre composição e técnica. (00:35:30) Primeiros prémios Gageiro relata a sua experiência ao ganhar o seu primeiro concurso de fotografia e o impacto disso na sua carreira. (00:39:00) Reconhecimento internacional Gageiro discute a importância dos prémios na sua carreira e como isso o levou a ser reconhecido internacionalmente. (00:39:20) Mudanças após o 25 de abril Eduardo fala sobre como a sua visibilidade mudou após a revolução. (00:40:46) Viagens e prémios internacionais Eduardo descreve as suas viagens pela China, Índia e outros países, e seus prémios. (00:43:23) Prêmio do Pravda Eduardo conta sobre o prémio que ganhou do jornal oficial do partido comunista russo. (00:45:16) Persona non grata Eduardo fala sobre como se tornou "persona non grata" após se filiar a um partido. (00:46:39) Documentando Portugal Eduardo explica a sua preferência por fotografar o ser humano e as lutas do país. (00:47:54) Fotografia de Salazar Eduardo compartilha a história por trás de uma fotografia que tirou de Salazar. (00:50:26) Estética na fotografia Eduardo discute a importância da estética e do equilíbrio na fotografia. (00:51:51) Fotografando o caixão de Salazar Eduardo Gageiro descreve a sua experiência fotografando o caixão de Salazar e a reação das autoridades. (00:55:53) Retratos de personalidades Gageiro fala sobre a importância da confiança para capturar retratos autênticos e destaca o retrato de Champalimaud. (00:58:36) Fotografando o presidente Gageiro descreve a sessão de fotos com o presidente, incluindo a persuasão para usar luvas de boxe....
Nenhuma arte depende tanto da comunicação como a política. Seduzir os eleitores, negociar com outros políticos, explicar decisões difíceis, são tudo tarefas onde a comunicação tem papel-chave. Talvez seja por isso que quando algum decisor é percecionada de forma mais crítica. Dizemos que ele tem um problema de comunicação. Esta edição é sobre a forma como os políticos comunicam. Ou melhor, é sobre como recebemos e interpretámos a comunicação política. Um guia de viagem para os tempos que vivemos. Tópicos e Tempos A importância da comunicação na política (00:00:12)Discussão sobre o papel fundamental da comunicação na política e como ela influencia a perceção dos políticos pelo público. O voto como emoção e paixão (00:01:35)Exploração da emoção e paixão envolvidas na decisão de voto, comparando-a com a relação emocional dos pais com os filhos. O método de votação dos politólogos (00:03:32)Conversa sobre como os politólogos votam, baseado em convicções, intuições e vínculos emocionais com os candidatos. Influência dos círculos distritais nas eleições (00:07:27)Análise da influência dos círculos distritais nas eleições e a questão da representatividade política em círculos mais pequenos. A evolução da qualidade dos políticos (00:10:05)Reflexão sobre a evolução da qualidade dos políticos ao longo do tempo e a nostalgia em relação aos políticos do passado. A arte da conversa na política (00:12:36)Discussão sobre a importância da conversa na democracia portuguesa e como a comunicação é treinada e organizada pelos políticos. A comunicação dos políticos portugueses (00:16:54)Discussão sobre como os políticos atuais são percebidos como comunicadores. A evolução da democracia em Portugal (00:21:28)Análise da evolução da democracia em Portugal e a representação dos interesses portugueses na Europa. Os líderes políticos da terceira geração (00:23:29)Avaliação dos líderes políticos da terceira geração, sua formação e características. O populismo e a desinformação (00:26:27)Discussão sobre o populismo, desinformação e a influência nas opiniões políticas. Os indecisos e hesitantes nas eleições (00:30:42)Análise do comportamento dos eleitores indecisos e hesitantes e o seu impacto nas eleições. Escolha entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro (00:32:06)Discussão sobre a escolha entre políticos e a influência da comunicação na decisão do voto. Movimento interno dos partidos (00:33:13)Análise da importância da coerência e razoabilidade dos discursos políticos nos partidos. Influência da opinião pública (00:36:17)Exploração da influência da opinião pública e dos analistas financeiros na correção das ações políticas. Arte da conversa na política (00:39:08)Discussão sobre a habilidade dos políticos em perceber e moldar a opinião pública através da comunicação. Combate à corrupção (00:44:22)Análise da responsabilidade dos grandes partidos na luta contra a corrupção e a necessidade de aperfeiçoamento do sistema. O desafio do Serviço Nacional de Saúde (00:46:44)Discussão sobre os desafios de gestão e mobilização de recursos no Serviço Nacional de Saúde. Reformismo na sociedade (00:47:30)Reflexão sobre a necessidade de reformas e a mobilização dos agentes para uma missão com paixão e competência. A importância da liderança política (00:49:22)Análise sobre a necessidade de líderes políticos competentes e capazes de realizar mudanças eficazes. Perspectivas sobre a paz na Europa (00:53:36)Reflexão sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e a importância de uma postura de respeito e diálogo para alcançar a paz. O papel da diplomacia na política (00:55:01)Discussão sobre a importância da diplomacia e do diálogo na política, especialmente em busca da paz. Os politólogos nasceram para nos ensinarem a arte da política. São cientistas que se dedicam a estudar os movimentos, ideologias e atores políticos. E como é bom de ver,
É tempo de falar de jornalismo. Do bom jornalismo. Do jornalismo em crise. Das notícias que dão notícia de pagamentos em atraso, de publicações, jornais e rádios importantes, à beira do abismo. E do sector dos média que perderam receitas, cujo conteúdo aparece nas redes como se fosse gratuito e os leitores aparentemente têm menos vontade de subscrever qualquer serviço pago de notícias. Estaremos perante o fim do jornalismo, da verificação dos factos e das notícias feitas com curadoria humana? Ou é apenas uma crise passageira que renovará os votos entre os cidadãos e a informação independente e fidedigna? TÓPICOS DE CONVERSA A crise no jornalismo (00:00:12) Discussão sobre a crise no jornalismo, a diminuição do interesse dos jovens pela profissão e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas. A precariedade da profissão (00:01:39) Conversa sobre a precariedade da profissão jornalística, a diminuição do interesse dos jovens e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas. A paixão pelo jornalismo (00:03:33) Exploração da paixão pelo jornalismo, a experiência pessoal e a importância de atrair bons profissionais para a área. A crise enfrentada pelos média (00:09:25) Abordagem da greve geral dos jornalistas, a importância do jornalismo para a sociedade e a necessidade de investimento na comunicação social. O modelo de negócio e a valorização da informação (00:13:56) Discussão sobre o modelo de negócio do jornalismo, a gratuitidade da informação e a necessidade de valorizar o trabalho jornalístico. O perigo da desinformação (00:16:46) Discussão sobre a mistura de fontes de notícias, publicidade encapotada e fake news em plataformas ‘online'. Validação do jornalismo (00:17:43) Importância da validação e verificação das informações jornalísticas, respeitando o código deontológico. Fronteira entre jornalismo e publicidade (00:18:57) Abordagem sobre a demarcação clara entre jornalismo, publireportagem e publicidade, e a resistência em misturar conteúdos. Financiamento do jornalismo (00:20:17) Consequências da perda de mercado e a necessidade de encontrar fundos para sustentar as publicações. Papel do Estado na comunicação social (00:22:00) Discussão sobre a possibilidade de apoio estatal para salvar publicações e a importância de garantir transparência e equilíbrio. Desafios do jornalismo na atualidade (00:24:46) Reflexão sobre a necessidade de contar histórias reais e a responsabilidade dos jornalistas na crise do jornalismo. Impacto da proximidade na comunicação (00:27:25) Análise sobre a importância da proximidade na venda de jornais e na responsabilidade do jornalismo em informar todas as regiões. Desafios do jornalismo desportivo (00:28:26) Reflexão sobre a retórica limitada dos comentadores desportivos e a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias. Futebol e comunicação dos clubes (00:31:24) Discussão sobre a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias e a influência da comunicação dos clubes no jornalismo desportivo. O impacto da pandemia no jornalismo desportivo (00:32:28) Discussão sobre as barreiras sanitárias e a comunicação dos clubes durante a pandemia. Os desafios do jornalismo na era digital (00:34:22) Reflexão sobre o impacto dos algoritmos na disseminação seletiva de informações. A dificuldade de distinguir realidade e ficção (00:36:28) Exploração das dificuldades causadas pela evolução tecnológica e a disseminação de desinformação. O papel do jornalismo na desmontagem de notícias falsas (00:37:59) Abordagem sobre a importância do jornalismo na desconstrução de informações falsas e na preservação da verdade. A importância do jornalismo na defesa da democracia (00:39:28) Discussão sobre a relevância do jornalismo na preservação da democracia e da liberdade de expressão. O fascínio pessoal do jornalista pela África (00:43:28) Relato pessoal sobre a expe...
Impaciência. Já repararam que há cada vez mais impaciência? Os sintomas são visíveis. Parece haver sempre um rastilho cada vez mais curto. Como se todos estivéssemos numa panela de pressão. Vê-se na agressividade da fala. Ou a pouca capacidade, ou sequer, vontade de ouvir. Sente-se na velocidade vertiginosa que o digital nos impõe. As ciências sociais, tal como outras ciências, dedicam-se a estudar os fenómenos e a fazer previsões. Por exemplo, com que regularidade acontecem as grandes crises sociais. Aquelas que nos impõe uma alteração radical na nossa forma de viver. E, talvez, possamos estar no limiar, se não já a viver, um deles momentos de fartura. A pandemia que deixou cicatrizes, as guerras e tensões entre povos, a crise económica com os preços a subir e a assustadora crise ambiental que suspeito ser já só mitigável. Mas mantenho a esperança porque, provavelmente, pela primeira vez na história, temos conhecimento e consciência do que está a acontecer. Pode não resolver tudo, mas avisados, estamos. TÓPICOS DE CONVERSA (& tempos) A impaciência crescente na sociedade (00:00:12) Discussão sobre os sintomas visíveis de impaciência na sociedade e a sensação de estar numa panela de pressão. A teoria da necessidade do caos (00:01:36) Explicação da teoria que sugere que pessoas ou grupos usam desinformação para enfraquecer instituições, alimentada por sentimentos de alienação e desconfiança. A aplicação da ciência na compreensão do mundo (00:02:52) Exploração da importância da ciência na compreensão da realidade, da perceção e da influência de fatores psicológicos e sociais em conflitos e decisões. A dificuldade na aplicação da ciência (00:04:08) Discussão sobre a dificuldade das pessoas em aplicar a ciência de forma sistemática e a importância de separar o relevante do acessório na aplicação da ciência. A influência da psicologia nas decisões e conflitos (00:07:00) Abordagem sobre a psicologia como uma ciência que faz previsões e a sua influência nas decisões individuais e coletivas, incluindo a falácia do planeamento. A perceção e a realidade (00:11:16) Exploração da relação entre perceção e realidade, incluindo a influência das perceções na tomada de decisões e a importância dos placebos na demonstração dessa relação. A psicologia e a convicção pessoal (00:14:08) Discussão sobre como as pessoas se convencem a si mesmas e a dificuldade em convencer os outros, incluindo exemplos relacionados à campanha eleitoral. Conversa e perceção (00:15:04) Discussão sobre como diferentes pessoas ouvem e processam uma conversa de maneiras distintas. Influência dos argumentos (00:16:11) Exploração da importância dos argumentos e como influenciam a mudança de opinião. Discordância e grupos (00:18:11) Abordagem sobre como a discordância é esperada dentro e entre grupos sociais. Populismo e linguagem política (00:22:17) Análise do populismo na política e o seu impacto na linguagem e comportamento. Processos e ruptura (00:26:49) Explicação de como certos fatores levam a processos de ruptura na sociedade. Conservadorismo intrínseco (00:28:35) Discussão sobre como as pessoas tendem a confirmar ativamente a sua visão de mundo, independentemente da sua posição política. A importância da ciência na compreensão do mundo (00:29:15) Discussão sobre a aplicação da ciência na perceção da realidade e da influência da psicologia nas decisões individuais e coletivas. A falácia da distorção da perceção (00:29:54) Exemplo da tendência confirmatória e como influencia a perceção, com base na experiência da avó do orador. A polarização social e a influência da psicologia nas decisões e conflitos (00:32:16) Abordagem sobre a razão psicológica por trás da xenofobia e da construção de identidades e ideologias. As razões psicológicas e sociais por trás da guerra (00:33:45) Exploração das razões psicológicas e sociais que levam à guerra e à desumanização do outro grupo. ...
O mundo está perigoso. E quanto menos dialogamos, mais risco corremos de fazer a guerra. Será uma inviabilidade da natureza humana? Ou um dos últimos traços da nossa forma animal e territorial de reagir? Este episódio é sobre as tensões e confrontos, latentes e reais, entre países e visões do mundo. A guerra começo há quase dois anos. A guerra começou há mais de 100 dias. A guerra começou esta semana. A guerra pode começar amanhã, outra vez. Todas estas guerras estão em curso. TÓPICOS / CAPÍTULOS O início da carreira militar (00:02:55)O orador fala sobre a sua transição para a academia militar devido ao fechamento das fábricas têxteis após a Revolução de Abril. A importância das regras na academia militar (00:04:16)Discussão sobre a importância das regras e da convivência pacífica na academia militar. A transição da família para a comunidade (00:06:58)Reflexão sobre a evolução da família para a comunidade e, posteriormente, para as nações. A evolução das nações para os estados (00:08:55)Abordagem sobre a transição das nações para os estados e a necessidade de leis escritas. Religião e nação (00:11:25)Exploração da relação entre religião e nação, e a transição para estados laicos. A inevitabilidade da guerra (00:13:06)Discussão sobre a ambição, a visão do futuro e a inevitabilidade dos conflitos que levam à guerra. O caminho para a guerra (00:15:56)Reflexão sobre as aspirações incompatíveis que levam a conflitos e a possibilidade de negociação. A guerra como última solução (00:18:25)Exploração da guerra como a última solução após crises e conflitos, e a expressão coletiva de vontade. A dinâmica do poder internacional (00:19:20)Discussão sobre a dinâmica do poder e a preparação da sociedade internacional para possíveis conflitos. Gestão de Crise (00:19:27)Discussão sobre a mecânica de provocar uma crise internacional e a gestão dessa crise. Religião e Civilização (00:24:45)Reflexão sobre os valores judaico-cristãos e a influência da religião na construção civilizacional. Conflito na Ucrânia (00:29:50)Análise da dinâmica do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, e a influência de valores civilizacionais. Dinâmica Nuclear (00:33:13)Exploração das regras e práticas relacionadas ao uso de armas nucleares em conflitos internacionais. A doutrina das armas nucleares táticas (00:37:04)Discussão sobre a ambiguidade e a utilização potencial das armas nucleares táticas por Putin. O efeito da ambiguidade (00:38:22)Análise do efeito da ambiguidade na estratégia de guerra e nas negociações geopolíticas. A influência da tecnologia na guerra (00:41:17)Impacto da tecnologia, especialmente dos drones, na observação e planeamento das operações de guerra. As estratégias de guerra e a importância de Mariinka (00:47:51)Explicação sobre a importância estratégica de Mariinka e seu papel na guerra no Donbass. A situação atual e possíveis negociações (00:53:48)Reflexão sobre a situação atual do conflito e possíveis negociações para encerrar a guerra. A presença ucraniana na região de Odessa (00:54:47)Discussão sobre a importância da presença militar ucraniana na região de Odessa para garantir acessos marítimos. A ausência de mediadores credíveis (00:55:24)Reflexão sobre a falta de mediadores credíveis na guerra em Gaza e na Ucrânia. Interesses da China na guerra da Ucrânia (00:55:56)Análise dos interesses da China na guerra da Ucrânia e a sua postura em relação à vitória ocidental. Consequências da guerra da Ucrânia para a China (00:56:16)Exploração das possíveis consequências da guerra da Ucrânia para a China e a suas aspirações sobre o domínio do mar da China. Intimidação naval e envolvimento da China (00:58:39)Discussão sobre a intimidação naval e o envolvimento discreto da China no conflito da Ucrânia. A cautela da China (01:00:06)Análise da postura cautelosa da China no conflito da Ucrânia e a sua aversão a ficar do lado dos perdedores.
Hoje falamos de um dos mais especiais e extraordinários fins da comunicação: educar. Desde o útero até ao fim. Da mãe até aos bisnetos, todos temos a sorte e a necessidade de aprender com todos. Mas o ser humano, na sua infinita criatividade, e a chamada revolução industrial, quis que todos aprendêssemos, formalmente, na escola, da maneira mais massificada e impessoal que se conseguiu. O resultado está à vista. Estamos a formar mais peças de fábricas do que cidadãos. Mas este programa não é sobre o que correu mal. É mais sobre a esperança de mudança. Com quem já fez e continua a fazer pequenas revoluções na educação. Sim, há maneiras diferentes de fazer. TÓPICOS DE CONVERSA: A falência do sistema educativo (00:00:12) Discussão sobre a abordagem massificada e impessoal da educação formal, resultando na formação de "peças de fábricas". A importância da mudança radical na educação (00:03:55) Abordagem sobre a necessidade de uma mudança radical no sistema educativo, destacando a importância de uma abordagem integral e personalizada para a educação. A visão da Escola da Ponte (00:12:30) Exploração dos princípios e história da Escola da Ponte, destacando a importância da relação entre professores e alunos e a necessidade de uma nova educação centrada no aluno. A necessidade de uma nova educação (00:15:57) Discussão sobre a necessidade de uma nova educação integral, centrada na relação e na aprendizagem significativa, destacando movimentos de integração e mudança na educação. O futuro da educação (00:17:06) Apelo para a subscrição do podcast e a importância do apoio para encontrar e convencer novos comunicadores para gravar programas. O tempo do ensino clássico (00:17:35) Discussão sobre o ensino tradicional e sua insatisfação por parte de alunos, professores e comunidade. A necessidade de mudanças na educação (00:18:20) Abordagem sobre a necessidade de uma abordagem integral e personalizada na educação. A formação de professores (00:18:49) Reflexão sobre a formação de professores e a necessidade de uma nova abordagem. A nova educação (00:20:00) Visão do Professor José Pacheco sobre a necessidade de uma nova educação e sua experiência em diferentes comunidades. A situação da educação em Portugal (00:21:20) Comparação da educação em Portugal com outros países e críticas ao sistema educativo. A mudança na educação (00:23:05) Discussão sobre a necessidade de mudanças na educação e a introdução de um novo modelo. A transformação da educação (00:25:05) Abordagem sobre a transformação da educação, envolvendo professores, comunidades e valores. O paradigma da instrução (00:26:24) Reflexão sobre o paradigma da instrução e a necessidade de uma nova abordagem na educação. A organização da escola (00:31:20) Exploração da organização da escola e a definição de uma nova ordem baseada em valores e convivência. A influência dos professores na infância (00:33:08) O impacto de diferentes professores na vida do Professor José Pacheco e sua formação. A importância de uma pergunta (00:34:19) A influência de um padre que ensinou a importância de fazer perguntas e buscar respostas. Influência de professores na adolescência (00:35:20) O papel de um professor de língua portuguesa e história universal e de uma professora de francês na vida do Professor José Pacheco. A abordagem individualizada na educação (00:37:33) A história de um jovem com síndrome de down que encontrou na Escola da Ponte uma abordagem personalizada e alcançou sucesso. Desenvolvimento do senso crítico na educação (00:39:18) A importância de desenvolver o senso crítico e habilidades de pesquisa, seleção e comunicação de informações na educação. Hoje não há aula. A professora não veio. Ou ainda não veio. Ou não aberto o concurso. Ou esgotou-se. Hoje há aula, mas o tema parece profundamente desinteressante. Os conteúdos são despejados nos ouvidos dos alunos.