POPULARITY
durée : 00:29:10 - spécial festival ManiFeste 2025 - Alors que la nouvelle édition du festival ManiFeste a ouvert ses portes à Paris, rencontre avec le directeur de l'Ircam Frank Madlener, et avec la compositrice et DJ Chloé Thévenin, qui s'apprête à créer, au Centquatre, une nouvelle œuvre sonore et visuelle inspirée du Polytope de Cluny de Xenakis.
durée : 02:04:26 - Musique matin du jeudi 29 mai 2025 - par : Jean-Baptiste Urbain - Alors que la nouvelle édition du festival ManiFeste a ouvert ses portes à Paris, rencontre avec le directeur de l'Ircam Frank Madlener, et avec la compositrice et DJ Chloé Thévenin, qui s'apprête à créer, au Centquatre, une nouvelle œuvre sonore et visuelle inspirée du Polytope de Cluny de Xenakis. - réalisé par : Yassine Bouzar
Cette semaine dans le Paris des Arts, Valérie Fayolle part à la rencontre d'un comédien et écrivain qui joue et qui écrit comme il respire. Jacques Gamblin est notre invité, à l'occasion de la sortie de son roman "Mère à l'horizon". Il nous emmène au Centquatre, espace de passage et de rencontres à Paris. Cette fourmilière créative attire les passionnés d'arts. Et puis, une immersion dans les coulisses de la création avec la chanteuse franco-libanaise Hiba Tawaji, en préparation d'un nouvel album.
Que révèlent les habitats vernaculaires de nos sociétés ? À l'occasion de la 15e édition du festival de la jeune photographie Circulation(s), qui se tient au Centquatre à Paris jusqu'au 1er juin, la photographe Wendie Zahibo présente Masonn. Son travail explore des architectures ancrées dans l'histoire de la traite transatlantique, entre réalisme mystique et mémoire collective. Car à travers l'histoire, les populations afro-descendantes ont façonné des habitats qui témoignent de leur savoir-faire, mais aussi de leur héritage. Wendie Zahibo est au micro de Nour Marzougui
El festival Circulation(s) llega a su 15ª edición mostrando el trabajo de jóvenes fotógrafos en Europa, en el centro cultural Centquatre de la capital francesa. Entre ellos, la fotógrafa española Manuela Lorente, una defensora de la “novela fotográfica”. Aunque el Festival Circulation(s) está dedicado a la fotografía emergente en Europa, las temáticas que se muestran en esta edición muestran territorios geográficamente muy diversos, así como dimensiones sociales o íntimas, a través de los trabajos de 23 artistas, de 13 nacionalidades.Entre ellos, la fotógrafa madrileña Manuela Lorente quien trajo a París su serie “Él pone la música, nosotros bailamos”. Este trabajo documental narra la historia de unos hermanos delincuentes que se dedican a cometer robos menores. Un día alguien les informa de la llegada de un botín de reliquias francesas a un puerto en Galicia. Los hermanos deciden organizar una acción para hacerse con el tesoro, pero todo les sale mal.Manuela Lorente es una adepta de contar historias a través de la fotografía. Su trabajo explora la narración a través de la fotografía documental, bajo la foto de “novelas fotográficas”. En ellas, Lorente mezcla ficción, costumbrismo, cultural popular, las relaciones personales, así como la tradición e identidad de su ciudad, Madrid.“Él pone la música, nosotros bailamos” se compone de 12 fotografías y es parte de un trabajo mucho más extenso con varias historias. La serie que se presenta en París comienza con el retrato de un perro dóberman en posición alerta, con la que Lorente busca llevar al espectador al mundo de las mafias.“Trabajo mucho con los estereotipos, con los clichés, para que la gente pueda entrar de una manera rápida en la historia. En este caso, utilicé el dóberman de mi vecino, porque es un animal que inquieta sobre un fondo rojo”, explicó Lorente.La fotógrafa madrileña también dejó claro que, aunque hay una historia, cada persona puede construir su propio relato a partir de sus fotografías.“Es algo que me gusta mucho de este trabajo, que a veces tiene un lado un poco fragmentado: que el público tenga libertad a la hora de interpretar. Yo escribo una sinopsis, pero dejo que cada uno interprete y sea partícipe a la hora de imaginar la historia. Yo solo pongo los ingredientes para que la imaginación se ponga en marcha”, dijo.El Festival Circulation(s) se lleva a cabo en el centro cultural Centquatre, hasta principios de junio.
Uma aventura épica entre a tradução literária, a "transcriação", a música e a performance. O diretor de teatro Octavio Camargo há 20 anos revisita numa imersão total o texto clássico de Homero, a "Ilíada", ao lado da Cia Iliadahomero, baseada em Curitiba. Em Paris, ele conduziu ao lado de artistas brasileiros uma oficina no Centro Cultural Centquatre (104), em um projeto que explorou o teatro e a tradição experimental, usando técnicas de "transcriação" com ajuda da Inteligência Artificial (IA). O conceito de "transcriação", desenvolvido pelo poeta concretista brasileiro Haroldo de Campos, é uma abordagem inovadora no campo da tradução literária, particularmente em relação à poesia. Inspirado por ideias de Ezra Pound e pelo concretismo brasileiro, Haroldo de Campos propôs uma prática tradutória que vai além da simples transferência de conteúdo entre línguas, enfatizando a recriação do texto original em um novo contexto linguístico e cultural. A transcriação não é apenas uma tradução literal ou fiel ao texto original, mas sim uma recriação que mantém o espírito, a força estética e a função poética do original. Campos considera o tradutor Odorico Mendes, que realizou a primeira tradução da "Ilíada" de Homero para o português ainda no século 19, o "pai da transcriação" no Brasil. A "transcriação" é uma "tecnologia de tradução", onde a função poética se torna mais importante em algum lugar do que a mera transcrição literal de uma frase."Estamos aqui a convite de Cláudia Washington, que trabalha no 104, para conduzir um ateliê de tradução experimental inspirado no trabalho de Odorico Mendes", explica Octavio Camargo. Mendes foi o tradutor pioneiro de Homero para a língua portuguesa, com versões completas da "Ilíada" e da "Odisseia". "Odorico realizou grande parte desse trabalho em Paris, onde viveu por 14 anos, entre 1850 e sua morte em 1864. Suas traduções, marcadas por um estilo único e inovador, chegaram às mãos de Dom Pedro II e foram publicadas postumamente, cerca de dez anos depois", conta.Estranhamento"A tradução do Odorico guarda um estranhamento na língua portuguesa que a gente gostaria de preservar. Então, o uso das ferramentas digitais não é apenas transferir a responsabilidade da tradução para a inteligência artificial, não é utilizar a inteligência artificial como uma ferramenta auxiliar, mas preserva todo o sentido do workshop e do encontro, que passa pela pessoa que fala francês, pelo crivo artístico e também pelo histórico existencial do performer", detalha Camargo.A oficina explora a interseção entre a tradução literária e as novas tecnologias. "Nosso objetivo é investigar como ferramentas digitais, como tradutores automáticos, podem ser usadas para traduzir um poeta tão complexo quanto Odorico Mendes. A ideia não é simplesmente transferir a responsabilidade da tradução para a inteligência artificial, mas utilizá-la como um recurso auxiliar, preservando as particularidades do texto original, como suas inversões sintáticas e construções anacolúticas", afirma o diretor."Tradução da tradução"Camargo destaca que o foco da oficina não é produzir uma tradução literal, mas sim criar uma "tradução da tradução" para o francês, buscando manter o estranhamento característico do texto de Odorico. "O trabalho é pensado como um script para performances na língua francesa, conectando a poética de Odorico ao contexto contemporâneo e ao público local", explica."O Odorico faz uma tradução anacolútica de Homero. O anacoluto é uma figura de linguagem onde você inverte a ordem sintática da frase. Normalmente, a frase escrita em prosa tem sujeito, verbo e complemento, nessa ordem. O anacoluto inverte, e às vezes coloca o complemento antes do sujeito, e às vezes antes do verbo. Às vezes chega a omitir o verbo, como é na vida real", explica Octavio Camargo, que além de diretor de teatro é professor de composição no curso de Composição e Regência da UNESPAR - Escola de Música e Belas Artes do Paraná, possui mestrado em estudos literários pela UFPR e é doutorando em filosofia na Universidade Federal do Paraná em parceria com a EHESS, a Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris.Erra quem acredita que a prosa transcreve a oralidade. A prosa "domestica" a fala, coloca-a dentro de um formato destinado à leitura silenciosa, apenas para o leitor, enquanto a lingua oral é cheia de quebras de convenções da gramática.A proposta também inclui uma abordagem cênica, em diálogo com o trabalho da companhia fundada por Octavio no Brasil, que realizou, em 2016, uma performance integral da "Ilíada" na tradução de Odorico. "Foram 24 horas de espetáculo, fruto de 20 anos de pesquisa. Agora, em Paris, estamos lidando com o canto um da 'Odisseia', que aborda a saga de Telêmaco em busca do pai, Ulisses", detalha.A narrativa, escrita provavelmente no século VIII a.C., continua a ressoar nos dias atuais. "Os épicos de Homero foram, na Grécia antiga, uma espécie de política pública de educação, transmitindo valores éticos e culturais. Hoje, eles nos convidam a refletir sobre dois modelos de existência: o de quem permanece e luta pelos seus, como na 'Ilíada', e o de quem parte, sem o peso da saudade, como na 'Odisseia'. Esses dilemas ainda dialogam com nosso tempo", analisa Octavio.Cláudia Washington, artista visual, performer e colaboradora do Centquatre (104), falou sobre a concepção e a realização da oficina de tradução experimental liderada por Octavio Camargo e sua equipe em Paris. "Conheço o trabalho do Octavio e da companhia há muito tempo, e sempre admirei a profundidade e a inovação que eles trazem. Quando surgiu a oportunidade de conectar esse projeto ao Centquatre, um espaço colaborativo de arte contemporânea, achei que seria o ambiente perfeito para acolher a oficina", explicou Cláudia. "O 104 é um lugar marcado pela diversidade de pessoas e pela abertura à experimentação, o que casou perfeitamente com a proposta de explorar a tradução de Odorico Mendes para o francês."Receptividade do público francêsO convite e a parceria com o Centquatre resultaram em três dias de intensas atividades, com a possibilidade de novos desdobramentos no futuro. "A recepção do público francês foi muito positiva. A oficina atraiu um público jovem, mas também experiente, formado por pessoas interessadas em literatura, música e na cultura brasileira. Essa conexão com o Brasil, especialmente por meio de uma tradução que parte de um texto brasileiro para o francês, despertou grande curiosidade", destacou Cláudia.Além disso, a música, um elemento essencial na identidade cultural do Brasil, foi um dos pontos de destaque. "A música brasileira é amada e amplamente reconhecida na França, o que contribuiu para criar um vínculo ainda mais forte entre o público e a proposta do ateliê", concluiu."Escrita viva"Fernando Alves Pinto, ator e integrante da oficina de tradução experimental, reflete sobre a interação entre cena e texto, destacando como essa relação transforma a experiência teatral. "O texto ganha vida na cena. Quando você lê um texto de forma mecânica, como um computador, ele perde significado. Mas o que Odorico Mendes escreveu tem uma pulsação, quase como um fluxo de pensamento não lógico, não aristotélico. É uma escrita viva, que já traz em si a teatralidade", explica.Para ele, o processo de tradução para o francês é uma oportunidade de revisitar e revitalizar a obra. "Ao transpor o texto para outra língua, somos obrigados a reexaminar tudo. Às vezes penso: será que vamos conseguir fazer algo tão bom quanto Odorico? Claro que não, mas é uma delícia tentar. Esse trabalho de renascer o texto na cena, com nossa interpretação e energia, traz uma vitalidade única", conclui.A oficina no Centquatre contou com a participação de artistas de diferentes áreas, como Chiris Gomes (atriz de teatro, performance e canto), Cláudia Washington (artes visuais e performance), Fernando Alves Pinto (ator de teatro e cinema), a violoncelista Kimdee, e Véronique Bourgoin (performer e fotógrafa). "É um trabalho multidisciplinar que busca atualizar Homero e abrir espaço para novas formas de olhar para o épico", concluiu o diretor Octavio Camargo.Depois de Paris, o diretor brasileiro Octavio Camargo segue viagem para Berlim, onde realiza uma exposição de trabalhos da Oficina de Autonomia, ao lado do artista Brandon LaBelle, com obras de áudio e vídeo que apontam para formas de navegar por regimes dominantes de inteligibilidade, gravadas no Brasil Espanha e Alemanha.
Dimas Tivane é um malabarista moçambicano que vive em França e as suas criações são inspiradas no quotidiano de Moçambique. É com “muita dor e com muita frustração” que tem acompanhado a espiral de violência pós-eleitoral no país e sente que esta “quase guerra interna” vai ser representada nos seus próximos espectáculos. Esta quinta-feira, ele vai estar numa manifestação em Paris, no dia em que várias cidades serão palco de acções da diáspora, em solidariedade com a mega-concentração convocada para Maputo. Numa altura em que Moçambique vive protestos e muita violência pós-eleitoral, fomos conhecer Dimas Tivane, um artista moçambicano a viver em França. O jovem é um malabarista confirmado e tem dado espectáculos em várias cidades em França e noutras partes do mundo, com uma arte que Moçambique ainda pouco reconhece e da qual não se pode viver no país. Fomos espreitar um dos seus ensaios no Centquatre, um espaço parisiense onde tantos artistas amadores e profissionais treinam diariamente. O encontro aconteceu na véspera de uma manifestação em Paris da diáspora moçambicana.RFI: A arte é, por ventura, geneticamente política, no sentido de imaginar utopias de um mundo melhor e de denunciar com formas poéticas os males que se vão vivendo. Por isso queria-lhe perguntar como é que tem acompanhado os protestos e a repressão das manifestações em Moçambique?Dimas Tivane, Malabarista: Com muita dor e com muita frustração. O povo moçambicano está a sofrer consequências directas desta opressão e deste assassinato ao povo moçambicano e às pessoas que batalham no dia-a-dia. É uma marca enorme. Moçambique está a atravessar um período único, enorme e extremamente doloroso porque já há mortes. Tudo isto nós sabemos que é por conta da opressão e da não liberdade e da não democracia de que o nosso país é vítima.A diáspora moçambicana também está a organizar manifestações. Vai participar em alguma coisa? Claro que vou participar. É uma tristeza enorme não poder estar em Moçambique agora e, por isso, juntámo-nos entre nós, moçambicanos residentes em França, não só em Paris, e fomos fazendo uma campanha antes do dia 7, que é o grande dia em que as pessoas se vão concentrar em Maputo, a capital. Juntámo-nos entre artistas, estudantes, pessoas civis que estão residentes em França e que queriam, na verdade, manifestar a sua frustração e o seu repúdio à situação actual em Moçambique. Então, esta quinta-feira, dia 7, às 14h, na Praça da Bastilha, nós vamos estar lá a gritar o nome de Moçambique para podermos conseguir fazer chegar as nossas reclamações e a nossa voz a quem de direito. O que é que espera para os próximos tempos em Moçambique? Eu espero que o governo actual perceba que o povo moçambicano é um povo batalhador, mas que agora há uma espécie de cansaço e de fadiga diante das experiências últimas que nós tivemos com as fraudes eleitorais. Eu acho que é altura que o governo oiça mais o povo. Na verdade, o governo deve trabalhar para o povo, não é o caso actual. Eu espero mesmo que esta mensagem chegue às pessoas que têm o poder de mudar a situação actual e que se sintam comprometidas com o povo moçambicano, que é um povo extremamente batalhador. Moçambique é um belo país, então é muito triste estarmos a atravessar isso entre nós mesmos, estarmos quase a viver uma guerra interna, é muito doloroso. Até que ponto é que tudo o que está a acontecer em Moçambique pode, de certa forma, ter eco naquilo que você cria, produz e apresenta em palco?Há sensivelmente dez anos que eu trabalho focado no quotidiano, no dia-a-dia, nas minhas experiências, nas experiências das pessoas que me rodeiam, então a situação actual em Moçambique é nada mais, nada menos que um elemento que já faz parte da minha vida artística. Então, nas minhas criações, de certeza que haverá uma chamada de atenção a esta situação actual que se está a viver em Moçambique. Na minha maneira de escrever, na minha maneira de criar e não só, sendo um artista moçambicano residente em França, tenho também este dever e sinto esta responsabilidade de poder falar de Moçambique, não só das dificuldades, mas também de como é que nós podemos superar este tipo de situações. Pode fazer-nos uma curta apresentação, contar-nos o que leva a palco e que projectos tem em curso? Eu sou malabarista profissional há sensivelmente dez anos. A minha arte consiste em manipular objectos. Eu lanço objectos e tento não os deixar cair, o que não acontece sempre!.. Então, esta é a minha arte. A minha especialidade é o malabarismo musical: eu misturo a música, a dança e o malabarismo. Eu canto, faço malabarismo e danço ao mesmo tempo. Esta é a minha especialidade há sensivelmente 10 anos.Quanto a projectos, eu acabo de estrear um solo que se chama “Nkama”, que significa “Tempo”. Escrevi “Nkama” numa altura extremamente complicada e perturbada da minha vida. Então foi um tempo difícil para mim. Este espectáculo é uma celebração. A vida é o que eu decidi fazer com o meu tempo, o que nós decidimos fazer, apesar das coisas que acontecem em Moçambique, no Afeganistão, no Líbano, na França, em Israel. Eu decidi fazer malabarismo. Por isso é que eu chamo ao espectáculo Tempo.Tenho muitos projectos. Estou agora num enorme projecto em Moçambique de construção de uma escola, de um centro cultural em Moçambique, em Maputo. É um projecto auto financiado. Sempre foi meu sonho fazer este projecto, então acredito que em 2026, se tudo correr bem, teremos a inauguração deste projecto que é, para mim, a culminar destes dez anos de experiência. O projecto é uma escola de artes de circo?Na verdade, nós vamos estar meio divididos entre um projecto de pedagogia e um projecto de criação. Nós não temos ainda em Moçambique estruturas capacitadas para acompanhar uma formação circense. No entanto, vamos tentar instalar, no início, uma prática quotidiana em Moçambique e, claro, dando espaço aos artistas que queiram criar, tanto da dança, do teatro, da música, das marionetas e tentar, com o tempo, conseguir este distintivo de escola de circo e tornar-se na primeira escola de circo de Moçambique. Se tudo correr bem. Se não há escola de circo em Moçambique, como é que você descobriu e desenvolveu a sua vocação? Eu beneficiei de uma formação oferecida pelo Centro Cultural Franco-Moçambicano em 2011. Fiz parte de um grupo de 80 artistas que foram lá batalhar, bater-se para ter um lugar neste estágio que durou quatro semanas. Depois do estágio, os formadores foram-se embora, dois artistas franceses, malabaristas. E depois de eles terem ido embora, eu fiquei tão apaixonado pela prática que decidi continuar, na verdade, a praticar no meu canto. Veio parar a Paris pouco tempo depois. Quanto tempo depois? Eu participei num espectáculo, num espectáculo que se chama “Maputo-Moçambique”, um espectáculo que estreou em 2013. Nós fizemos várias digressões com este espectáculo. Um espectáculo do Thomas Guérinaud... Exacto. Participei neste espectáculo e foi este espectáculo que constituiu uma porta de entrada para a indústria criativa em França. Feito isso, continuei a ter contratos com outras companhias na Inglaterra, na Finlândia, no Brasil e em Portugal. Então, a necessidade de me instalar num lugar onde eu pudesse praticar todos os dias era mesmo urgente e decidi vir a França. Porquê? Porque tinha muitos contratos cá na altura e depois de sete anos a fazer idas e voltas entre Moçambique e França, instalei-me em Janeiro de 2020.Quando estava a ensaiar, contou-me que também está, neste momento, a preparar projectos com o Japão e com outros países. Eu tornei-me artista independente, criei a minha companhia actual, que se chama Companhia Nkama. Esta companhia é uma semente que eu quero lançar para poder chamar os jovens criadores e autores a poderem lutar pela sua autonomia, sendo a minha primeira obra “Nkama”, da qual eu falo com muito orgulho porque é uma obra que engloba música, dança, malabarismo, em changana, que é a minha língua materna...Do sul de Moçambique...Língua do sul de Moçambique, de onde eu venho, onde eu nasci e cresci. Graças a este espectáculo, eu fui actuando em alguns sítios em França. A estreia do espectáculo foi na Guadalupe, em Point-à-Pitre, e com algumas parcerias que eu tive na Suécia, em Guadalupe, em Goiânia e na França, o espectáculo ganhou tanta visibilidade que eu fui convidado a fazer alguns projectos colaborativos em Taiwan, com uma equipa de 15 artistas que vão estar lá a criar e fui convidado a fazer a direcção artística deste projecto. Recentemente, recebi um convite para fazer uma digressão de 15 espectáculos em oito cidades no Japão. É o culminar também de todo este trabalho que venho fazendo de malabarismo, música e dança. Então, abriu-me portas para poder conhecer outros universos, ir à América, à Ásia, África, à Europa e por aí adiante. E tudo começou quase como um acaso... Tinha quantos anos quando descobriu o malabarismo nessa formação em Maputo? Eu comecei o malabarismo muito tarde. Na altura eu tinha 19 anos. Até que ponto acredita que a arte - seja teatro de rua, malabarismo, artes circenses, dança - consegue sacudir as mentalidades e mudar alguma coisa? A arte tem este poder de passar não só pelos textos, mas por suportes visuais que chamam as pessoas a uma reflexão bem ousada, mas, no final das contas, acaba sendo uma porta de saída do que os livros não conseguem dizer, do que os espectáculos não conseguem dizer. Então, a arte, que é, na verdade esta mistura de música, gastronomia, maneira de vestir, pode ser bem forte para poder influenciar mentes, para poder deixar passar mensagens.
Ser ou não ser, eis a questão. A frase antológica de Shakespeare dita por Hamlet, triste príncipe dinamarquês assombrado por espectros do passado, ganha novas e surpreendentes cores na versão que a diretora brasileira Christiane Jatahy, premiada com o Leão de Ouro da Mostra de Veneza, estreia nesta terça-feira (5) deste texto clássico no teatro Odéon, em Paris, instituição da qual ela é artista associada, além do Centquatre, também na capital francesa, e do Schauspielhaus de Zurique, na Suíça. Encarnada pela atriz francesa Clotilde Hesme, nome recorrente nos palcos e telas francesas, Hamlet é agora uma mulher, capaz de olhar para as violências do passado e para sua propria violência, operando mudanças e revoluções, num dispositivo que se revela como assinatura no teatro de Christiane Jatahy. Mais do que ser ou não ser, como ser, porque ser e quando sê-lo, para quem ser, e como modificar e transcender as limitações de suas própria identidade e densidade para desarmar maquinários de reprodução da violência são questões-chave em vários trabalhos da diretora brasileira.Uma frase que eu acho que a gente repete muitas vezes na peça, seja como pergunta ou como afirmação é: 'Eu preciso ser cruel para ser justa?', porque, no fim das contas, também é esse o impulso que o/a Hamlet tem que responder...O Hamlet que Jatahy estreia em Paris mira nas revoluções e transformações possíveis de cada um de nós, enquanto indivíduos, ou coletivamente. "Essa peça fala de transformações muito importantes. E a personagem da Ofélia é uma protagonista dessas mudanças, assim como Hamlet, que se confronta com sua questão do 'ser' e que passa também a reproduzir (ou não) uma determinada violência, porque o espetáculo também é sobre isso", conta Christiane Jatahy. "Uma frase que eu acho que a gente repete muitas vezes na peça, seja como pergunta ou como afirmação é: 'Eu preciso ser cruel para ser justa?', porque, no fim das contas, também é esse o impulso que o/a Hamlet tem que responder", diz a diretora.Jatahy conta que a escolha de trazer Hamlet para um corpo feminino, "cis ou trans", ultrapassa a questão de gênero. "É como se essa mulher estivesse sempre ali, entendeu? É sempre muito delicado, porque envolve também várias camadas. Às vezes eu faço alguma referência ao Orlando [texto clássico de Virginia Woolf], porque só mesmo a sensibilidade da mulher consegue olhar para essa história, reviver essa história, porque ao reviver essa história, como em muitas das minhas peças, trata-se de uma tentativa de não reproduzi-las", resume a diretora."A missão que o Hamlet recebe é de violência, né? Essa luta interna... E a cada vez se repete a história caindo nessa violência, verificando quais são os conflitos que isso coloca e o que isso opera na transformação do personagem. Isso é super importante, além da figura da Ofélia, que não é aquela figura da mulher do femicídio, da mulher suicida, da mulher objeto de desejo, a ninfa morta tão reproduzida em tantas pinturas do imaginário misógino", pondera a artista.Fantasmagorias"Tem muita fantasmagoria nessa peça, e, inclusive, esses personagens que estão lá de alguma maneira são fantasmas da sua própria história", diz Jatahy sobre os espectros que rondam seus personagens, na adaptação que ela assina do texto clássico do bardo inglês. "As fantasmagorias são muito importantes nessa versão. A ideia de que o passado se cruza com o presente, também num lugar de fantasma. E numa relação com o infinito, o oito do infinito, em que as coisas vão se tocando", diz a encenadora brasileira.Patriarcado, herança hamletiana e universalQuestões atuais, introjetadas dentro de cada um de nós, como as violências do patriarcado, também são revisitadas pela diretora brasileira e sua Hamlet, incorporada por Clotilde Hesme. O patriarcado assim vem com muitas camadas, e muitas camadas que são profundamente introjetadas em nós mesmos, inclusive nós mulheres", pontua Jatahy. "E existe, claro, toda uma discussão de como a gente muda isso socialmente, porque tem que ser mudado, isso é mais um fracasso violento", diz. "Revolução, nem sempre quer dizer alguma coisa necessariamente violenta, né? Quer dizer, a revolução tem violências, mas não é sobre a violência. A revolução no sentido de transformação, essa é a questão que a gente está tocando, tratando, se perguntando na peça, como isso está dentro do próprio personagem do Hamlet? E como está também em todas as figuras, principalmente femininas, da peça?", questiona a encenadora brasileira, que já passou por incursões e adaptações prévias de Shakespeare em sua trajetória, especificamente com "A Floresta que Anda", em 2016, fechando a trilogia iniciada com Strindberg ("Júlia", baseada em "Senhorita Júlia") e Tchecov ("E se elas fossem para Moscou?", a partir de "Três irmãs"), uma performance livremente inspirada de "Macbeth", assim como "Before the Sky falls" ("Avant que le ciel tombe"), segundo volume da Trilogia dos Horrores, encenado na Suíça em 2021.Festa, lugar onde caem as máscaras"Tenho algumas coisas retomadas em vários de meus trabalhos, a água é um elemento que está sempre presente de muitas formas e, novamente agora, com a personagem de Ofélia. E a festa, que tem uma ideia da gira, né? E a gira é o movimento, sim. Ela, a festa é a festa, ela traz a possibilidade da queda das máscaras e das mudanças de estado, é o lugar dos debordamentos", diz Jatahy. "O que transborda das festas é a dança, a música, é toda essa coisa que sai um pouco do racional e nos atravessa em outros lugares", diz. "Eu particularmente adoro festas, eu acho que são as festas dos amigos, as festas de celebração. Mas também tem as festas de família, né? Em que muitas verdades vêm à tona. Então, esse lugar de uma comunidade que se encontra para celebrar, para chorar suas dores, para também se reencontrar no lugar do amor assim, porque chorar as dores às vezes te possibilita um reencontro com o amor", acredita."Hamlet", de Christiane Jatahy, fica em cartaz até o dia 14 de abril no Teatro Odéon, em Paris, e deve se apresentar no Brasil em 2025.
A coreógrafa brasileira Alice Ripoll apresentou as peças ZONA FRANCA e aCORdo no Festival de Outono, em Paris. A RFI conversou com esta “cronista" da dança contemporânea brasileira que reivindica uma “zona franca” no mundo da dança para “devorar a vida” e acordar o público. A coreógrafa brasileira Alice Ripoll tem criado uma “zona franca” para a dança, um espaço de liberdades e questionamentos estéticos, sociais e políticos. ZONA FRANCA é precisamente o nome do seu mais recente espectáculo, que veio apresentar ao Centquatre, em Paris, de 9 a 11 de Novembro, com a companhia Suave, no âmbito do Festival de Outono. Um evento que também foi buscar para o seu cartaz uma outra peça de 2017, aCORdo, criado com a outra companhia que Alice Ripoll dirige, a REC. Os dois espectáculos mostram o fervor criativo de bailarinos oriundos das favelas do Rio de Janeiro e espelham as aspirações da juventude num Brasil de desigualdades.Em ZONA FRANCA, as danças urbanas e populares do país cruzam-se com a dança contemporânea, mas há também teatro e canto. Vários intérpretes em palco entregam-se a uma festa com balões e confettis, um ritual que é uma caixa aberta de ritmos e emoções. Mais uma vez, este é um espectáculo polissémico, feito de camadas e significados, a começar pelo título.“A ‘Zona Franca', ‘Free Zone' ou ‘Zone Franche' tem que ter uma busca pela liberdade, em que as regras estão menos rígidas, em que a gente pode dar mais espaço para os sons, para as livres associações, com mais liberdade de escolha. Eu busco, com os intérpretes, que eles aumentem a liberdade de serem mais coisas: de serem dançarinos, mas também actores, para ampliar a sua liberdade de expressão”, descreveu Alice Ripoll à RFI no final de uma das representações no Centquatre.Esta é ainda uma “zona franca” em que se questiona a própria questão da autoria, em tempos vorazes guiados pela velocidade-luz da internet. É como uma “zona de livre comércio”, sem impostos, em que a juventude pode reinventar a dança e a música a partir de trocas e apropriações de conteúdos que lhes chegam pelas redes sociais/virtuais.E é, também, uma “zona franca” em que não há fronteiras entre dança, teatro, música e performance. “Eu gosto de criar uma expressividade que englobe mais coisas do que só a dança, do que só a coreografia. É o corpo como um todo se expressando, junto com o pensamento, a fala e as ideias”, continua Alice Ripoll.No espectáculo, há momentos de êxtase colectivo, em que os corpos se libertam e outros em que os bailarinos se devoram. É uma fome e uma ânsia de viver que acaba por ter algo de profundamente político num Brasil que se reiventa.“Tem a ver com o momento em que o trabalho foi criado. A gente estava numa transição do governo Bolsonaro para o governo Lula. A gente estava num impasse, num momento em que o mundo se voltou para o Brasil para entender o que é que aconteceria nessa transição. E a gente perguntou-se ali, individualmente e colectivamente: ‘Onde é que está o desejo? Onde é que está o desejo de viver? Essa Nação vai escolher pelo desejo de viver? Vai optar pela vida?' E a vida é nesse sentido de devorar, de trocar de pele, de poder jogar uma coisa fora para nascer outra e também devorar no sentido de desejo mesmo”, sublinha a artista.Mais do que coreógrafa e encenadora, Alice Ripoll é uma “cronista” da dança que se inventa todos os dias no Brasil. O seu trabalho consiste em criar composições a partir dos esboços que os bailarinos lhe apresentam, numa espécie de associação livre de gestos que ela - antiga estudante de psicanálise – transcreve para pôr a dança a olhar para dentro: a tal zona franca onde os bailarinos transformam as suas experiências e memórias em imagens e movimentos.“As pessoas no grupo são muito diferentes. Tem uns que vieram do passinho. Tem uns que vieram de outros lugares. Eu gosto de deixar o espaço aberto para eles trazerem. Eles mostram-me as coisas que estão ouvindo, os estilos novos que estão vendo e aprendendo. Eles são umas antenas do que está a acontecer no Brasil. Eu vou fazendo uma composição a partir de coisas que eles trazem. Eu gosto desse aspecto bem cronista de mostrar o que está sendo feito ali no Brasil pela juventude e pela galera que está inventando dança. No Brasil, inventa-se uma nova dança a cada dois meses!”, explica Alice Ripoll.Ainda não se defina como militante, as suas peças são políticas. A violência racial e política lê-se, por exemplo, nos movimentos lentos e contemplativos do espectáculo aCORdo, uma peça em que o público é convidado a despertar do conforto de ser público e a participar na performance. Em Zona Franca, a explosão de energia e de alegria colectiva esconde, nas entrelinhas, uma fuga urgente e descarada a qualquer tipo de opressão e, talvez por aí, uma forma de resistência política.As peças aCORdo e ZONA FRANCA estiveram, em cartaz, no Festival de Outono, em Paris, entre 8 e 12 de Novembro. Em 2021 e 2022, Alice Ripoll também foi convidada a apresentar a peça Lavagem no mesmo festival.
Chaque semaine, Sortiraparis vous propose une sélection de sorties à faire à Paris et en Ile-de-France ! ©Musique proposée par La Musique Libre/Jazz In Paris - Media Right Productions/Rizhlaine Ferfar/Laurent Pradal
“Circulation(s) 2023” Festival de la jeune photographie européenne – 13ème éditionau Centquatre, Parisdu 25 mars au 21 mai 2023Interview de Carine Dolek, co-direction artistique du collectif Fetart,par Anne-Frédérique Fer, à Paris, le 24 mars 2023, durée 24'47.© FranceFineArt.https://francefineart.com/2023/03/24/3409_circulation-s_centquatre/Communiqué de presseFondateur, Organisateur et Direction Artistique : FetartLa direction artistique du collectif Fetart est composée de : Mano Boucart, Clara Chalou, Carine Dolek, Laetitia Guillemin, Marie Guillemin, Emmanuelle Halkin, Claire Pathé, Jimmy Pihet, Delphine RodetDepuis 2011, CIRCULATION(S) interroge territoires et enjeux à travers les yeux de ses photographes émergent·es européen·nes. Cette année encore, en présentant vingt-sept artistes de quatorze nationalités différentes, nous proposons une vision artistique ouverte, riche de ses contrastes et de ses tendances, reflet des préoccupations contemporaines.Cette ouverture est partie intégrante de notre direction artistique : un collectif de neuf commissaires, autant de sensibilités, de positions affirmées qui se rencontrent et se soutiennent. Ensemble, nous façonnons une nouvelle édition en faisant le choix délibéré de la pluralité des expressions. C'est cette considération pour autrui qui marque l'identité du festival et qui est au coeur de son fonctionnement.La pandémie semble derrière nous et pourtant, nous en portons encore les traces. La guerre en Ukraine a transformé les quotidiens et bouleversé les rapports de force. Les tensions socio-économiques sont à leur comble et les désastres écologiques se multiplient. L'édition 2023 est résolument marquée par la résilience, qu'elle soit personnelle ou sociétale. De nombreux travaux expriment le dépassement des traumatismes, la (re)construction de soi après la violence conjugale ou intrafamiliale, en réponse à une injonction sociale ou au passé soviétique. D'autres nous rappellent que chaque jour, des exilé·es se noient en Méditerranée. Face à ce monde tourmenté, la photographie en relation avec l'univers scientifique offre l'espace rassurant de la rationalité. Elle est également une des approches fortes de cette édition.Les lignes bougent et le festival Circulation(s) saisit ces mouvements. Avec la démocratisation et la puissance exponentielle des intelligences artificielles et du machine learning, la position de l'artiste et le statut de l'oeuvre sont remis en question. Dans nos sociétés, des expressions plus diverses du genre gagnent progressivement en visibilité et les artistes contribuent à élargir cet espace en partageant leurs regards et leurs expériences personnelles.Après avoir exploré les scènes photographiques roumaine, portugaise, biélorusse et arménienne, notre cinquième focus est consacré à la Bulgarie. Il crée des passerelles avec cette scène dynamique, engagée, et enrichit nos visions respectives. Avec le focus, nous poursuivons et affirmons notre volonté de dépasser les limites des territoires et nos champs de recherches.Circulation(s) nous amène à nous repenser et à nous redécouvrir, toutes et tous, ensemble, à l'échelle individuelle et collective, géopolitique et intime, édition après édition. Nous, commissaires, membres de Fetart permanent·es et bénévoles, aux côtés de l'équipe du CENTQUATRE-PARIS qui nous fait confiance depuis dix ans, nous réjouissons de vous inviter à découvrir les artistes de la sélection 2023. Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
“Foire Foraine d'Art Contemporain“Ou comment la fête foraine rencontre l'art contemporain… et inversement !au Centquatre, Parisdu 17 septembre 2022 au 29 janvier 2023Interview de José-Manuel Gonçalvès, directeur du Centquatre et co-directeur artistique de Foire Foraine d'Art Contemporain,par Anne-Frédérique Fer, à Paris, le 16 septembre 2022, durée 12'12.© FranceFineArt.Communiqué de presse Commissariat :Une idée de José-Manuel GonçalvèsDirection artistique : José-Manuel Gonçalvès et Fabrice BousteauPendant près de cinq mois, le CENTQUATRE-PARIS devient un véritable parc d'attractions artistiques au sens littéral du terme : nous attirer, créer du désir et de la folie par le biais de l'art contemporain.Cette fois on ne vient pas pour contempler des oeuvres mais pour s'aventurer et s'étonner ! Car, cette Foire Foraine d'Art Contemporain – FFAC – n'est pas qu'une exposition, c'est aussi un tourbillon d'attractions, de sensations fortes, de plaisirs éphémères entre hauts le coeur et barbe à papa, train fantôme et jeux d'adresses, Palais des glaces et cabinets de curiosités, tours de magies et trip psychédélique, machines à jeux aux gains faramineux et animaux monstrueux… tous conçus par des artistes du monde entier. Accrochez-vous !Imaginée par près d'une cinquantaine d'artistes, la FFAC va vous transporter dans Alice au pays des merveilles mais aussi des horreurs, un voyage artistique où l'on joue et s'effraie, où il est interdit de ne pas toucher les oeuvres, où l'art s'amuse et se joue de nous… Une foire multi-sensorielle qui englobe les arts populaires, les arts vivants et l'art contemporain pour favoriser le lâcher-prise, l'hypnose, l'étourdissement! Une fête visuelle, sonore, olfactive, gustative dont les spectateurs sont les acteurs. Une vraie fête d'art ! Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
Depuis 2016, la société du Grand Paris ouvre à de rares occasions les chantiers du futur métro au public, le temps d'une soirée, avec l'idée de mettre en valeur les prouesses techniques de ces chantiers monumentaux, et d'impliquer les habitants dans les changements qui touchent leur territoire.Ces événements festifs et culturels ont été baptisés KM, pour kilomètres, (comme un symbole des kilomètres de voies qu'il reste à construire avant la mise en service du réseau d'ici 2030). Et hier soir à Sevran, c'était la 10ᵉ fête de ce genre, le KM10.Au micro de Mahaut, José-Manuel Gonçalves représentant de la programmation artistique et culturelle du Grand Paris Express, et président du Centquatre à Paris, le designer Bastien J. Laurent, créateur du 0.93 Lab, un atelier gratuit pour amener la mode en banlieue, la slameuse George Ka, et le marcheur Vianney Delourme de l'association Enlarge Your Paris. On parle de métro, des enjeux du Grand Paris, de balades en banlieue, d'initiatives citoyennes, de musique, du feu d'artifice qui a illuminé le soir le chantier monumental de Sevran, ou encore du fameux gigot bitume (oui, c'est bien du gigot cuit dans du bitume en fusion), tradition des fêtes de chantier. Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
“Graines, l'exposition !“Petit précipité subjectif d'une histoire des grainesau Centquatre, Parisdu 18 juin au 4 septembre 2022Interview de Thierry Ardouin,par Anne-Frédérique Fer, à Paris, le 17 juin 2022, durée 25'48.© FranceFineArt.Communiqué de presseCommissariat : Direction artistique : José-Manuel Gonçalvès et Nathalie Chapuis (Atelier EXB)Conseil scientifique : Gilles Clément et Emmanuelle BoufféAvec Thierry Ardouin, Duy Anh Nhan Duc, Fabrice Hyber, Jade TangSauvages ou cultivées, merveilles de forme et de couleur, les graines possèdent une morphologie à la fois nécessaire et bizarre qui suscite étonnement et contemplation. Symboles de vie, de croissance, de diversité, de culture aussi, les graines racontent la grande histoire des hommes.Semences d'arbres, de céréales, de fleurs, de fruits et de légumes circulent à travers le monde, sont acclimatées, accueillies d'un territoire à l'autre : les graines questionnent notre aptitude à imaginer demain.C'est l'histoire de ces « grandes voyageuses » qui est au coeur de l'exposition Graines, à travers des oeuvres photographiques et plastiques, mais aussi des vitrines qui permettent au public de découvrir des graines issues notamment des collections du Muséum national d'Histoire naturelle.Mêlant les dimensions artistique, pédagogique et écologique, cette exposition rassemble des oeuvres de Thierry Ardouin, Duy Anh Nhan Duc, Fabrice Hyber et Jade Tang.L'exposition :José-Manuel Gonçalvès, directeur du CENTQUATRE-PARIS, et Nathalie Chapuis, éditrice de l'Atelier EXB, ont conçu une exposition qui s'empare des questions autour du vivant et s'inscrit dans les problématiques écologiques actuelles. De la domestication à la commercialisation, les graines parlent de l'évolution de nos pratiques tant sociales que culturelles. Elles racontent la grande histoire des hommes : leur diffusion, acclimatation, réglementation font écho à la mondialisation, croissance des productions et acculturations de nos sociétés. L'histoire de ces «grandes voyageuses» est au coeur de cette exposition qui mêle dimensions artistiques, pédagogiques et écologiques. Graines, l'exposition ! rassemble des oeuvres inédites des artistes suivants :. Thierry Ardouin présente des portraits de graines issues notamment des collections Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
Lina Rodrigues e Raül Refree desconstruíram os mitos em torno da forma de tocar e "sentir" o fado. O músico espanhol substituiu as guitarras pelos teclados e um sopro de "liberdade" solene tomou a fadista portuguesa. A dupla despojou-se do peso da tradição e levou a Paris uma nova forma de “sentir” um concerto de fado. Um fado reinventado e liberto de códigos. As guitarras são substituídas pelo piano, sintetizadores vintage e outros instrumentos de teclas e a voz irradia de um universo novo mas familiar, minimal e imersivo. Lina_Raül Refree é um projeto que em 2018 juntou a fadista portuguesa Lina Rodrigues ao produtor e músico espanhol Raül Refree. Ela, fadista residente no Clube de Fado, em Lisboa; ele, um dos grandes renovadores do flamenco pelo trabalho desenvolvido com Rosalía, mas também com Rocío Márquez ou Niño de Elche. Lina e Raül revisitaram temas quase sacralizados de Amália Rodrigues e o "Medo", a "Gaivota" ou o "Barco Negro" ganharam uma dimensão radicalmente contemporânea. Falámos com eles em 2020, nos estúdios da RFI, e desde então, por exemplo, o seu disco foi eleito o melhor de 2020 por produtores de estações de rádio da Europa, através do World Music Charts Europe e em 2021 recebeu o Prémio Carlos do Carmo de Melhor Álbum. A dupla passou novamente por Paris, a 28 de Maio, para actuar no Centro Cultural Centquatre, numa noite dedicada a propostas contemporâneas do fado, com destaque para Fado Bicha, no âmbito da Temporada Cruzada França-Portugal. Será que o fado está cansado da tradição? De onde vem esse sopro de liberdade? As respostas com Lina e Raul Refree. RFI: O que se passa com o fado? Há um novo fado? Novos fados? Lina: Eu acho que qualquer música precisa de inovação, de novos sons e sensações, mas também é preciso manter a tradição e acho que todas elas se complementam. Raül Refree: Eu não acho que haja uma maneira melhor ou pior. Para mim, a melhor maneira é o que se sente quando se toca. Até podia escolher outros acordes se me pusesse agora a tocar com a Lina ou com outra pessoa. A maneira é o que sentes, não há nada de estipulado, nenhum som. Eu não faço as coisas para romper ou não romper. Faço as coisas como sinto. Quando fizemos este disco não pensávamos romper ou evoluir até porque a evolução é subjectiva, para uns é evolução, para outros é o contrário. Há que fazer as coisas porque o sentes e se sentes podes comunicar. Lina e Raül, o disco de estreia foi em 2020. Lembro-me de passar numa loja de discos antiga em Paris e ver o vosso vinil na vitrina. Quando é que vamos ter novo disco vosso nas vitrinas? Lina: Bom, a verdade é que eu tenho muita vontade de continuar esta viagem com o Raül, não temos ainda uma data prevista para fazer um novo disco, mas, pela minha parte, eu gostaria muito que isso acontecesse, mas tudo a seu tempo e vamos também trabalhando noutras coisas. Penso que isso será uma possibilidade no futuro. E o Raül também quer continuar na viagem com a Lina? Raül Refree: Subscrevo a resposta da Lina. Tivemos muitos concertos, estivemos na estrada muito tempo… Mesmo com o confinamento e a pandemia? Raül Refree: Tivemos muita sorte porque os locais onde tocámos, como teatros com gente sentada, não fecharam portas durante a pandemia e pudemos tocar por toda a Europa. Foi uma sorte porque muitos amigos artistas tiveram de parar meses e nós não parámos de tocar até hoje, aqui no Centquatre. O projecto que vos volta a trazer a Paris é um trabalho de uma grande intimidade, cumplicidade, que bebe do Fado mas vai muito além. Como descrevem essa paisagem sonora que vocês criaram em torno do fado? Lina: Eu poderia descrever com um dos concertos em Paris, aquele que mais me marcou, que foi na Fundação Cartier, em que as pessoas estavam deitadas no chão, algumas, a ouvir o nosso concerto, e creio que passa por essa sensibilidade e essa liberdade de a pessoa poder sentir aquilo que está preso dentro dela mesma e ser um momento de reflexão. Nós sentimos muitas vezes durante o concerto que as pessoas passam por um período de reflexão, inspiram e muitas das vezes acabam por ir para casa e passados dois ou três dias continuam a pensar e a reflectir. Eu acho que é mais a mensagem que nós passamos e não a forma como o fazemos. Claro que também é importante a forma. Os concertos têm um conceito, são muito cuidados ao nível cenográfico, são experiências imersivas e diferentes dos outros concertos… Quase não há pausas, por exemplo. Porquê? Lina: Nós quisemos dar um conceito diferente. No fundo, acho que queremos fazer não diferente, mas aquilo que nós sentimos que podemos fazer em palco, e nem interessa se é em palco ou não, o que interessa é que se nós sentimos aquilo que estamos a fazer eu acho que é aquilo que o torna verdadeiro e isso é o mais importante. O que salta ao ouvido, além da voz e do respeito pelos silêncios e tempos, é também a omnipresença do piano e dos teclados. Mas, ao contrário do habitual no fado, não há guitarras, a não ser na última música. Lina: Do disco. Do disco. É a canção Amália Voz de Todos Nós, do António Variações. Porquê estas escolhas? Raül Refree: As decisões não as tomo à partida, elas acontecem. É uma questão do que sentes a cada instante. A guitarra é um instrumento que toquei em muitos discos a dois, agora é a primeira vez que faço um disco a dois em que toco piano e teclados, ainda que seja o meu primeiro instrumento desde menino. Quando começámos a tocar juntos, a Lina e eu tivemos a sensação que com a guitarra não funcionava da mesma maneira que com o piano. Foi uma decisão tomada a partir do que sentimos e não uma decisão a priori. Não gosto de decidir a priori, tem de ser no campo de batalha. A Lina fez questão de sublinhar “no disco”. No palco é diferente, não é? Lina: Sim, eu penso que é a única canção do disco que nós não tocamos. Viavelmente, acho que poderia ser possível, mas dentro do alinhamento que fizemos e toda a mensagem que nós quisemos passar a nível musical e a nível cenográfico, foi uma das músicas que foi pensada talvez para fazer posteriormente em “encore”, mas acabámos por não fazer “encore” e foi algo que ficou no disco, não temos que tocar em palco tudo o que está no disco. Raül Refree: A canção foi o “encore” do disco. Na verdade, não a vejo como parte do disco, é como uma faixa bónus, uma prenda, que quisemos gravar porque achámos que era uma maneira de explicar o disco, mostrar que não estávamos a tentar fazer fado ou a criar um conceito para romper algo. Simplesmente queríamos fazer música e tocar Amália ou tocar António Variações era para nós um pouco o mesmo. Precisamente, António Variações acabou por ser um “outsider” na música portuguesa ao tentar desbravar novos caminhos … é um pouco também o que vocês fazem? Lina: Exactamente. Neste disco tivemos a coragem e a ousadia de transformar algo com o qual eu estou mais ligada tradicionalmente - o fado tradicional, com guitarra portuguesa e viola de fado - e aquilo que eu sinto é que tenho mais liberdade a cantar com o Raül e isso é algo que eu sempre disse e sempre senti e continuo a dizê-lo. Continuo a sentir-me livre a cantar com o Raül em palco. O Raul no primeiro disco de Rosalía levou o flamenco ao limite da tradição. Aqui, aventurou-se num género quase sacralizado – aliás é património imaterial da humanidade – e que muitos insistem em descrever como representando o povo português. O Raul não teve medo? Raül Refree: Não é uma questão de medo, eu não acredito em limites, a não ser nos limites da ética, mas não acredito em limites musicais. Eu não vejo esses limites de que me falas. O que significam limites do fado ou limites do flamenco? É música e eu, por deformação profissional ou pessoal, vejo tudo como parte do mesmo, é uma questão emocional, uma questão epidérmica, não sou capaz de ver esses limites. Não é que tenha medo, é que não os vejo, toco simplesmente o que sei tocar e o que me apetece tocar em cada momento. Esta noite, quando actuarmos, não vou ver o passado ou o futuro, vejo o que estamos a fazer nesse momento, se tiver de tocar uma nota, toco-a, se tiver de tocar oito para acompanhar melhor a Lina, tocarei oito. É o instante que o dita. E a Lina, que vem do fado tradicional, também não teve medo de se abrir a uma aventura arrojada assim? Lina: Não, não, não. Nada mesmo. Eu gosto de desafios, gosto de coisas novas, diferentes, mas também com qualidade. É algo que tenho tido bastante cuidado em relação a isso e é algo que me faz evoluir e crescer cada dia mais porque nós não sabemos já tudo e queremos sempre aprender mais e saber mais, ouvir mais, cantar melhor, mas isso só pode acontecer quando recebemos outras culturas. Não podemos ficar quietos e parados a ouvir só o que é nosso, temos que ouvir aquilo que é dos outros também para podermos desfrutar todos em conjunto. Eu insisti na palavra Medo porque é o primeiro tema do disco. Como é que escolheram canções de um repertório tão vasto e porquê Amália Rodrigues? Lina: Amália é a minha maior referência, foi com ela que eu aprendi os meus primeiros fados, foi com ela que eu percebi que gostava de poesia, que também ensinou o meu pai a cantar ouvindo os discos da própria Amália. Portanto, acaba por ser algo geracional que eu penso que qualquer fadista, qualquer pessoa que canta fado, tem como principal influência a Amália Rodrigues e quem eu conheço melhor é de facto todo o repertório da Amália Rodrigues, esse eu conheço bem, e foi a nossa escolha. Raül Refree: Eu não tenho a mesma ligação com Amália Rodrigues como a Lina, mas também não a tenho com nada referente ao meu país, nem creio muito nos países, em bandeiras ou até no peso cultural. Afinal, a cultura é o que cada um sente e eu senti que podia tocar essas canções, gostava da forma como a Lina as cantava, senti uma ligação e toquei. Todo este discurso do peso e limites parece-me muito antigo. Lina: Aliás, nós estamos aqui com um propósito que é uma viagem entre Portugal e França. Portanto, acaba por ser algo que nos demonstra que não queremos barreiras e que queremos a fusão de todos os países.
Fado Bicha é um projecto musical e activista criado por Lila Fadista, na voz e letras, e João Caçador, nos instrumentos e arranjos. A dupla ocupou um género musical tradicionalmente rígido para desenvolver um Fado iconoclasta que rebenta com códigos e importa temas que não tinham ainda expressão no Fado, nomeadamente lutas que fazem parte das vidas das pessoas LGBTI em Portugal. A dupla vai tocar este sábado na Noite dos Fados, no Centquatre, em Paris, e passou pela RFI. Fado Bicha é um projecto subversivo que tira do armário um género considerado, por muitos, como sagrado : o fado. O disco de estreia sai nas plataformas digitais a 3 de Junho e chama-se “Ocupação” porque Fado Bicha ocupou um lugar que não existia com um repertório de intervenção urgente que dá voz a causas e corpos invisibilizados. “É obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão”, conta João Caçador. É também um álbum que “tem muito de dor e de luto”, acrescenta Lila Tiago, com lutas que ganham nova voz depois de tantos anos no silêncio. O disco conjuga o lado dramático do fado tradicional com novos ambientes sonoros e líricos. Há piano, guitarra eléctrica, baterias electrónicas, instrumentos de sopro, mas nenhum tema tem guitarra portuguesa até porque “era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa” com Fado Bicha. Porquê? Porque “a guitarra portuguesa simboliza muito esse lado conservador do fado”. E Fado Bicha rompeu com as normas e devolveu ao fado a materialidade de uma “arte viva”. “Quisemos tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico”, explicam. Uma releitura do fado em que criticam a masculinidade tóxica, cantam as dores das identidades “queer” num mundo de rejeição, denunciam o racismo e o patriarcado e criam hinos de empoderamento e liberdade. Um disco que dizem ser pensado como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022, em forma de música e discurso". Fado Bicha é um dos projectos convidados para actuar na "Nuit 104 des Fados" no Centquatre em Paris, este sábado, 28 de Maio, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França, ao lado de Mariza, Lina & Raül Refree, António Zambujo, Riot e Émile Omar. RFI: Porque é que descrevem o disco como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022”? Lila Tiago: O álbum foi feito durante muito tempo porque começámos a gravar em 2019 com o nosso produtor Luís Clara Gomes (Moullinex) e foi sendo atrasado por várias razões, principalmente pela pandemia, mas acabou por abarcar um largo período do nosso trabalho e da nossa vida. Além disso, já começámos o projecto em 2017, portanto, já foi há cinco anos e este é o nosso primeiro álbum. Então ele reflecte este caminho que nós fizemos até agora e o álbum tem muito de dor e de luto, tem algumas músicas que referenciam, por exemplo, pessoas da nossa ancestralidade, da nossa família queer portuguesa da qual temos tão poucas referências e registos. E também tem muito de sugestões, de alegria e de luta. Queremos que tenha um pouco de passado e de futuro, representa-nos a nós, às nossas lutas e às nossas vidas pessoais, também aquilo que nos inquieta. Por isso, sentimos que é um pouco um manual de sobrevivência, por um lado de referência e de representatividade e, por outro, de luta e de futuro. Vocês também dizem que “o disco é o resultado uma jornada pessoal, artística e política”. Este é um disco manifesto, activista, “artivista”? João Caçador: É isso mesmo. O Fado Bicha começou por ser um exercício muito pessoal, interno, de nós as duas e, obviamente, enquanto corpos políticos que ocupam o espaço e que não querem fazer mais cedências tanto na vida pessoal como na vida artística, é obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão e, por isso, tentámos fazer um disco que trouxesse muitas propostas políticas, activistas, juntando a parte da arte com os nossos corpos, o que é inevitável. Por isso é que o disco se chama “OCUPAÇÃO”? Qual a simbologia deste título? Lila Tiago: Nós encontrámos, a certa altura numa entrevista, uma metáfora que nos serve muito bem e que é: nós puxámos uma cadeira que não estava lá para nos sentarmos à mesa. Esta mesa obviamente tem muitas acepções, não é só a mesa do fado em particular, mas é uma mesa de visibilidade e de existência plena. As pessoas LGBTI no mundo inteiro, mas falando especificamente de Portugal, estiveram à margem dessa vida plena e continuam a estar à margem dessa vida plena de muitas maneiras. Este disco obviamente não vai resolver isso, mas é um exercício simbólico artístico de ocupação nesse sentido, de recusar uma existência menos do que uma existência plena para nós. É também um disco, de certa forma, subversivo, que trouxe um sopro de liberdade ao fado, mas espanta que uma tal libertação só aconteça agora – se é que acontece - quando tivemos, por exemplo, um António Variações que tentou fazer isso há tantos anos… O que se passou? Portugal não estava preparado? Agora está? João Caçador: Este ano faz 40 anos da descriminalização da homossexualidade em Portugal, onde até 1982 a homossexualidade era crime e até aos anos 90 era uma doença. Nós sentimos que falta muito um debate e uma reflexão pública e conjunta e falta muita visibilidade LGBT em Portugal. As pessoas continuam a ter que viver as suas vidas dentro do armário, eu diria. Se calhar saímos do armário, mas depois entrámos todos juntos noutro armário com as famílias, com os amigos. Nós queremos dar um pontapé nessa porta que está há muito tempo fechada e com este disco ocupar esse património que também é nosso e as vidas que são as nossas e da nossa comunidade. Vamos então a esse “pontapé”. Já vamos ao lado musical, que é muito contemporâneo, mas primeiro as letras. De que falam as músicas no disco? Lila Tiago: O nosso disco é muito diverso e tem músicas que apontam para muitos sentidos, tanto musicalmente quanto liricamente também. Isso trouxe-nos alguma preocupação no sentido de pensarmos “Será que o disco fica coeso? Será que fica muito disperso?” mas acabámos por sentir - e estamos muito orgulhosas dele – acabámos por sentir que ele tem uma coesão lírica e conceptual muito forte, apesar de musicalmente apontar para muito sítios diversos. Por exemplo, falam no “povo pequenino, tão humilde, tão escarninho”, homenageiam “Lila fadista, bicha activista”, cantam “o meu nome é Alice e sou uma mulher trans”… Lila Tiago: Sim, é um pouco aquilo que eu disse no início. O disco tem muitas referências. Por exemplo, ao Valentim de Barros, logo na primeira música, que foi um bailarino português que possivelmente é a vítima mais visível, e ainda assim muito pouco visível, da homofobia de Estado e da homofobia da ciência médica. Ele foi internado na ala psiquiátrica do Miguel Bombarda, foi submetido a uma leucotomia à revelia do seu médico psiquiatra e acabou por viver a vida inteira num hospital psiquiátrico tendo um único diagnóstico a vida toda que foi pederastia passiva, ou seja, homossexualidade. Depois, temos músicas que referenciam não só pessoas da nossa ancestralidade, como a Gisberta Salce no “Medusa-me”, e também pessoas vivas, que estão à nossa volta, que compõem a nossa comunidade como a Alice Azevedo no “Fado Alice”, uma actriz e activista trans e nossa amiga muito próxima. Depois, tem músicas que reflectem a nossa visão de Portugal e as nossas preocupações num Portugal actual com uma força neofascista como terceiro partido político, por exemplo, e a nossa relação com o 25 de Abril. Nós somos filhas do 25 de Abril, nascemos já mais de uma década depois do 25 de Abril e, de alguma forma, olhamos para esse património e pensamos “que liberdade é esta que nós cantamos tão fortemente como fazendo parte do ADN de todas as pessoas que crescem neste país”? Mas, de facto, que liberdade é esta? A quem é que serve essa liberdade? Como é que essa liberdade é construída? Como é que ela é pensada, quando nós temos tanta dificuldade em aceitar que pessoas racializadas em Portugal nos escancarem o racismo que sofrem e seja tão difícil para tanta gente – e não digo só pessoas comuns, é só abrir os jornais e perceber nos comentadores brancos a dificuldade que têm em aceitar as narrativas de pessoas racializadas das suas próprias experiências. Que ideia é esta de liberdade? São vocês que escrevem as letras? Lila Tiago e João Caçador: Sim, a grande maioria, sim. Sentiram então essa urgência de serem porta-vozes de mensagens de certa forma chutadas para canto e silenciadas? Lila Tiago: Claro, claro. Nós adoramos fado, adoramos fado tradicional desde a adolescência. Nós cantamos fado porque é uma expressão absolutamente natural para nós e é exactamente aquilo que nós queremos cantar. Mas não nos interessava reproduzir as mesmas narrativas de há cem anos, dos amores e desamores. Interessava-nos sim, mas do nosso ponto de vista e dos nossos corpos, das nossas experiências. Em termos musicais, “OCUPAÇÃO” tanto evoca o lado confessional e dramático do fado tradicional, como o reinventa com outros ambientes sonoros e líricos. Há piano, há guitarra eléctrica, há baterias electrónicas, há instrumentos de sopro (clarinete e trompete), mas nenhum tema tem guitarra portuguesa. Porquê? João Caçador: Inicialmente era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa connosco porque a guitarra portuguesa também simboliza muito esse lado conservador do fado, muito simbólico e o peso do fado. Temos uma guitarrista que costuma tocar connosco às vezes, que é a Fernanda Maciel, que é uma guitarrista portuguesa brasileira, uma mulher brasileira na guitarra portuguesa. O que é pouco comum, desde logo, uma mulher na guitarra portuguesa… João Caçador: O que é muito pouco comum. E a instrumentação que nós usamos é muito diferente porque nós vemos o fado como uma matéria viva, como uma arte viva, e quisemos trazê-lo para o nosso tempo, enquanto músicas que vivem o seu próprio tempo e, dessa forma, tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico em que nós podemos trazê-lo para as nossas vidas. No fundo, é voltar às origens do fado que contava a vida do dia-a-dia de uma forma muito autêntica e nós contamos as nossas próprias histórias. Lila Tiago: E de acordo com as nossas possibilidades. Se não temos ninguém que toque guitarra portuguesa connosco, então não vai haver guitarra portuguesa. Mas, de certa forma, isso também traz um lado mais pop ao fado e até um lado mais vanguardista, ou não? Esse facto de não terem guitarra portuguesa mas terem outros instrumentos e uma batida mais electrónica? Lila Tiago: Eu não penso muito nessa questão da vanguarda e modernidade até porque eu acho que ela, às vezes, é usada contra nós no sentido de colocar as nossas identidades como invenções modernas, quando as pessoas queer e as pessoas dissidentes e as pessoas subversivas existem desde sempre - no fundo é a tradição que não as serve porque as elimina ou historicamente as eliminou. Eu penso mais em fazer com aquilo que temos à nossa volta, com as pessoas que se querem juntar a nós, que têm as suas forças para trazer ao nosso projecto. Fizemos este projecto com o Moullinex, ele é que nos conheceu primeiro, ouviu-nos num concerto muito por acaso e acabou por querer muito trabalhar connosco. Então, foi um processo muito bonito porque nós trazíamos as nossas composições e as letras e trazíamos as nossas influências e ele trazia as propostas dele. Era cada uma a puxar para o seu lado e a tentar encontrar um caminho comum e a entender o fado no meio disto. É como o João disse: há muito a ideia do fado autêntico como sendo com a guitarra portuguesa e a viola de fado e que o fado é assim desde há 250 anos. E isso não é verdade. O fado já passou por múltiplas mutações, qualquer objecto artístico, qualquer campo artístico se vai sempre mutando e reinventando à luz das gerações que seguem umas atrás das outras. E é isso que nós estamos a fazer. Vocês juntaram-se em 2017 e tomaram o Fado como ferramenta de trabalho e inspiração. Juntaram-lhe o adjectivo Bicha. Porquê? João Caçador: Foi até a Lila que quando começou o Fado Bicha usou essa palavra. Porque nós entendemos como uma palavra - que já existe, essa forma de visibilidade no Brasil que nós não inventámos nada - mas a ideia é de apropriarmos um insulto que foi dirigido contra nós durante muito tempo a agora usá-lo como arma de visibilidade e de identidade também para nós. A Lila fala muitas vezes que a palavra Bicha tem um simbolismo muito próprio porque - além de significar uma pessoa efeminada ou com aquilo que poderemos ver ou definir como uma coisa mais feminina da parte de um homem – tem uma carga de, para além da homossexualidade, de aproximar alguém masculino que abdica da sua masculinidade e se aproxima do lugar da mulher. Então, aquilo que subjaz à palavra bicha e homofobia é muito a misoginia de que um ser que se aproxima de um lugar feminino tem de ser punido socialmente por isso. É muito interessante para nós ter essas várias camadas nessa palavra e juntar o profano com o sagrado do fado, e uma identidade nacional com uma identidade que é vista como suja e que vem sujar e manchar o fado. Para nós, esse desafio artístico e pessoal também é muito interessante. Precisamente, vocês tocaram num campo algo sagrado, o fado. Como é que tem sido a recepção em Portugal e lá fora? Lila Tiago: A recepção tem sido incrível desde o início. Desde o início do projecto, a recepção tem sido maravilhosa. Eu acho que muitas pessoas se sentem excitadas pelo exercício que nós levamos a cabo, se revêem no que nós fazemos, nas nossas pautas, naquilo que trazemos a nível do discurso, adoram todas as experimentações que fazemos a nível musical. Crescemos muito, como é óbvio. Quando começámos foi num bar mínimo onde cabiam 20 pessoas e eu nunca imaginei que algum dia pudéssemos estar, por exemplo, a dar uma entrevista numa rádio em França. E eu acho que há uma energia de busca e de procura das pessoas para algo que elas sentem como sendo também arrancado da sua própria identidade e do seu património pessoal e cultural e traduzido à luz das suas preocupações actuais. Eu acho que muita gente se liga com esse exercício. Muito obrigada a ambas pela entrevista e também por nos trazerem um tema do vosso disco aqui aos estúdios da RFI. Trata-se de “Crónica do Maxo Discreto”, uma nova versão de um outro fado bem conhecido. Imagino que não tenha sido fácil reinventar este fado… João Caçador: O fado é o “Nem às paredes confesso”. Nós tocámos durante muitos anos essa música ao vivo, só que quando fomos gravar o disco os herdeiros dos direitos de autor recusaram – como muitos outros fados que nós tocávamos ao vivo – a possibilidade de nós podermos tocar esses fados. Então tivemos que recriar, mais uma vez, todos os fados que tocávamos e obrigou-nos a compor de raiz esses novos fados do álbum e a “Crónica do Maxo Discreto” é esse exemplo. Obviamente que tem influências desse fado “Nem às paredes confesso”, mas é uma música totalmente nova, foi a Lila que fez a letra, e foi muito interessante porque nos possibilitou trazer ou invocar essa figura do maxo discreto que é uma mistura de ódio e de desejo que muitas pessoas LGBT sentem e que traz a ideia das possibilidades do armário, dos lugares onde nos podem empurrar, tanto de liberdade quanto da falta dela. Então, é uma mistura que vive muito dentro de nós diariamente, esta ideia de viver dentro da norma e fora da norma. É uma versão bem empática e, ao mesmo tempo, provocadora dessa realidade.
Nous terminons cette visite guidée sonore avec Claire Pathé, membre du comité artistique de nous dévoiler une partie de la programmation de la douzième édition du Festival Circulation(s). Manifestation dédiée à la jeune photographie européenne qui accueille, jusqu'au 29 mai prochain, une trentaine d'artistes au 104 – CENTQUATRE, à Paris. Cette semaine, chaque jour, une curatrice vous présentera une partie des projets exposés. ERRATUM : 3'50 : Victime de sévices psychologiques et sexuelles (pas de coups physiques).
Après avoir débuté cette visite guidée sonore avec Clara Chalou, Marie Guillemin et Emmanuelle Halkin en début de semaine, c'est au tour de Carine Dolek, membre du comité artistique de nous dévoiler une partie de la programmation de la douzième édition du Festival Circulation(s). Manifestation dédiée à la jeune photographie européenne qui accueille, jusqu'au 29 mai prochain, une trentaine d'artistes au 104 – CENTQUATRE, à Paris. Cette semaine, chaque jour, une curatrice vous présentera une partie des projets exposés.
Depuis 12 ans, le collectif Fetart donne la part belle à la photographie contemporaine en organisant chaque année le Festival Circulation(s) qui rassemble une sélection d'une trentaine de jeunes photographes européens. C'est au 104 – CENTQUATRE, à Paris, que vient d'être inaugurée cette nouvelle édition, et à cette occasion, nous avons rencontré cinq curatrices, membres du comité artistique du festival, pour une visite guidée et sonore des expositions à voir jusqu'au 29 mai prochain ! Nous vous invitons à suivre ce rendez-vous tout au long de la semaine. Aujourd'hui, Clara Chalou nous présente six photographes de la programmation.
Après avoir débuté cette visite guidée sonore avec Clara Chalou, c'est au tour de Marie Guillemin, membre du comité artistique de nous dévoiler une partie de la programmation de la douzième édition du Festival Circulation(s). Manifestation dédiée à la jeune photographie européenne qui accueille, jusqu'au 29 mai prochain, une trentaine d'artistes au 104 - CENTQUATRE, à Paris. Cette semaine, chaque jour, une curatrice vous présentera une partie des projets exposés.
Conversamos con la coreógrafa brasileña Lia Rodrígues, autora de un nuevo espectáculo inspirado en el Brasil de hoy. En el marco de la renovación de la catedral de Notre-Dame, platicamos con un especialista de la historia del arte quien nos explicó cómo la estética de los templos se han adaptado con el correr de los siglos. Repasamos los estrenos de cine y escucharemos lo último del cantante belga, Stromae. El centro Centquatre de París acogió un nuevo espectáculo de danza inspirado en el Brasil de hoy. Se llama "Encantado" y es la última creación de la coreógrafa y bailarina Lia Rodrigues, presentado en el marco del Festival de otoño de París. "Encantado" es una defensa y un tributo a la rica cultura de los pueblos autóctonos del gigante brasileño. Los bailarines entran desnudos al escenario y se cubren con mantas de colores que se transforman en vestidos, faldas, tocados. Comienza entonces un baile evocador de la selva, de la naturaleza agredida por el hombre y de la pobreza que aqueja a una mayoría en Brasil. "Brasil es un país muy desigual, muy racista. Yo nací en una familia de blancos, de clase media, y creo que tengo una enorme responsabilidad para tratar de cambiar la triste realidad de mi país", declaró Lia Rodrigues. En "Encantado" la música es un elemento central, un grito que va in crescendo y que da paso al transe de los cuerpos. "La música de este espectáculo fue captada en las últimas manifestaciones de los pueblos indígenas en Brasilia, en agosto pasado, contra el gobierno genocida del Jair Bolsonaro, un presidente fascista de derecha, y quien está destruyendo a Brasil", aseveró la coreografa brasileña. Arte clásico o arte contemporáneo La campaña de restauración del techo de madera de Notre-Dame va viento en popa, pero no sin polémica sobre cómo renovar este templo, una obra maestra de la arquitectura gótica. Dos bandos principales se afrontan : por un lado, los que defienden una renovación de forma idéntica y reconstruir su flecha decorativa diseñada por el francés Eugène Viollet-le-Duc, que culminaba a 96 metros de alto. Por el otro, quienes esperan integrar elementos artísticos y materiales de nuestro tiempo. Este dilema sin embargo, no es nuevo, y menos en la iglesia, que a lo largo de los siglos ha debido adaptarse para acercarse a sus fieles. Nos lo explicó un especialista en la materia. La fragilidad de los seres vivientes en el cine Esta semana se estrenó "La panthère des neiges" (La pantera de las nieves). Este documental francés lleva al espectador al corazón de las montañas tibetanas. Dos hombres, el fotografo Vincent Munier y el escritor y director Sylvain Tesson desafían las temperaturas extremas y el paisaje inhóspito en busca de este felino del Tibet, uno de los animales más discretos e inaccesibles del mundo. Esta cinta es la versión audiovisual del best-seller francés del mismo nombre, ganador del premio literario Renaudot en 2019. Ḷa última cinta del maestro iraní Asghar Farhadi. « Un héroe » es una fabula social y política sobre el Irán de hoy. La historia de Rahim, un hombre inocente, y profundamente honesto, quien trata de devolver un bolso lleno de oro a su propietario. Su conducta suscita la admiración pero luego Rahim es víctima de una serie de malentendidos que lo hacen merecedor del rechazo general. "No creo que la honestidad sea incompatible con la sociedad actual. Lo que pasa es que es tan poco común, que la gente sospecha de las personas incorruptibles. Si un hombre es bueno, la gente se pregunta por qué ; en vez de imitarlo, hacen todo lo posible por corromperlo, para que sea como los demás", dijo en exclusiva a RFI el director iraní. "Santé" de Stromae El joven cantante belga, quien había puesto a bailar al mundo entero con "Alors, on danse" y "Papaoutai", regresó después de varios años de silencio con un nuevo del que rescatamos "Santé" (salud), fruto de período de epidemia y confinamientos que hemos vivido en los últimos dos años.
“Tout doit disparaître“ Regard sur la société de consommationCollection Jean-Marie Donatau Centquatre, Parisdu 11 décembre 2021 au 30 janvier 2022Interview de Jean-Marie Donat, collectionneur, artiste et éditeur,par Anne-Frédérique Fer, à Paris, le 11 décembre 2021, durée 17'39.© FranceFineArt.Communiqué de presseCommissariat : Audrey Hoareau, directrice du CRP/ Centre régional de la photographie Hauts-de-France« L'art de l'assemblage, du montage, de la juxtaposition, du retournement crée assurément des liens entre ces images, et le regard oblique qu'on leur porte est le véritable constituant d'un ensemble qui finit par leur donner la signification sans laquelle elles seraient restées dispersées, éclatées, ignorées,incomprises. »Jacinto Lageira, professeur des universités en esthétique à l'Université de Paris 1 Panthéon-Sorbonne et critique d'art, à propos du travail de Jean-Marie DonatUn poste de télévision dans un salon suranné n'a en soi rien de très signifiant, mais mis en relation avec plus de 1 000 autres photographies anonymes, diapositives et cartes postales, il devient représentatif de l'avènement du capitalisme mondialisé, de la consommation de masse et de la société du spectacle. À partir de la collection d'images vernaculaires de l'artiste et éditeur Jean-Marie Donat qui court de 1880 à 1990, TOUT DOIT DISPARAÎTRE synthétise et questionne obsessions et mécanismes de la classe moyenne occidentale. Et ce, selon les piliers de la société moderne que sont l'argent, la télévision, Noël, la voiture …Par la sélection et l'accumulation de ces images et leur mise en espace interactive, la commissaire Audrey Hoareau et le collectionneur mettent en lumière dans ce projet ambitieux, les dérives d'un mode de vie en passe de s'effondrer.En partenariat avec le CRP/ Centre régional de la photographie Hauts-de-FranceUn catalogue aux editions Innocences accompagne l'exposition. http://www.innocences.net/product/tout-doit-disparaitre-everything-must-go Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
À la rentrée dernière, la commissaire d'exposition Audrey Hoareau, succédait à Muriel Enjalran, à la tête du CRP/Centre régional de la Photographie Hauts-de-France à Douchy-les-Mines. Nous avons rencontré la nouvelle directrice qui inaugurera sa toute première exposition en janvier 2022 avec "Tsavt Tanem", un travail sur les racines arméniennes de l'artiste photographe Camille Levêque. Une année importante pour le centre, puisqu'il célèbrera ses 40 ans d'existence. Cet entretien est donc pour nous l'occasion de recueillir ses premières impressions sur sa prise de fonction et d'aborder également l'exposition « Tout doit disparaître » de la collection de Jean-Marie Donat, qui ouvre ses portes le week-end prochain au CENTQUATRE à Paris, un événement organisé en partenariat avec le CRP/.
15 ans qu'avec audace et courage, InFiné accompagne des artistes aussi singuliers et généreux que Rone, Deena Abdelwahed, Sabrina Bellaouel, Basile3 ou Léonie Pernet. Retrouvez-les, ainsi que l'équipe du label, au micro d'Antoine Dabrowski et Jean Fromageau, en direct du CentQuatre à Paris, pour ce bel anniversaire.
L'émission s'est déroulée au Centquatre, transformé en centre de vaccination implanté au sein des quartiers populaires du 19ème arrondissement. L'objectif : faire intervenir les riverains et professionnels de terrain pour construire un plan d'action au plus près des préoccupation des habitant.e.s. Trois temps durant cette émission: - Lutter contre les inégalités de santé - La santé environnementale : la santé environnementale est un axe de plus en plus important des politiques de santé - La santé communautaire : certaines populations sont plus exposées, la Ville doit prévoir des mesures adaptées à tous les publics.
Depuis le 22 mai, le CentQuatre, l'espace artistique collaboratif, dans le 19è arrondissement de Paris accueille l'exposition Hard-Corps, de l'école Kourtrajmé. Sous formes sonores, visuelles, interactives, tous les élèves de l'école ont réalisé des oeuvres, sonores, visuelles, interactives, invitant à plusieurs questionnements : la perception du corps, l'amour adolescent, les diktats de la beauté, la danse comme outil de résistance.Cécile Cornet et Willow Evann, élèves de la section Art et Image de Kourtrajmé, exposant leurs oeuvres au CentQuatre, étaient avec nous. Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
Le Festival Impatience s’est tenu en huit clos du 9 janvier au 2 février dernier. Dans le cadre de cette aventure, un jury professionnel a décerné un prix à une compagnie lauréate, mais aussi un jury lycéen qui comprenait cette année 3 lycéennes chelloises : Hafsa et Ruddy de Jehan de Chelles et Adèle de Gaston Bachelard. Qu’est-ce que le festival impatience, mais surtout qu’est-ce qu’un jury lycéen ? C’est ce qui est expliqué par deux entretiens fil-rouges de cet épisode : d’un côté celui de Philippe Guyard, directeur de l’ANRAT (l’Association Nationale de Recherche et d’Action Théâtrale) et d’Anne Sophie Avice, chargée des relations avec les publics pour le 104 et, de l’autre, celui de 5 lycéens du jury, les chelloises Hafsa et Adèle, mais aussi Elisabeth, Lukas et Haron. Cette 12ème édition du festival Impatience a démarré au Théâtre de Chelles avec le spectacle Home de Magrit Coulon et s’est terminée au Centquatre, avec une soirée de clôture inaugurée par José Manuel Gonçalves, que l’on peut entendre au tout début de l'épisode. Le prix lycéen a été remis à Pierre Solot et à Emmanuel de Candido, dont on entend le discours de remerciement dans l'épisode, pour le spectacle Pourquoi Jessica a-t-elle quitté Brandon ? Grâce à ce prix, il bénéficieront d’une programmation au POC d’Alforville. La 12ème édition d’Impatience, le festival du théâtre émergent, a été organisée par Télérama, le CENTQUATRE-PARIS, le Jeune Théâtre National, les Plateaux Sauvages, le Théâtre Louis Aragon et le Théâtre de Chelles. Les spectacles cités : The Jewish Hour de Yuval Rozman - lauréat du prix professionnel Pourquoi Jessica a-t-elle quitté Brandon ? de Pierre Solot et Emmanuel de Candido - lauréat du prix lycéen Home de Magrit Coulon Inconsolable(s) de Nadège Cathelineau et Julien Frégé Voyage Voyage d'Anne-Lise Heimburger Sept Mouvements Congo de Michael Disanka - lauréat du prix SACD EN VOIX est le podcast du Théâtre de Chelles qui donne la parole à ceux qui en font le quotidien : publics, comédiens, intervenants, partenaires, participants d’action culturelle, auteurs, metteurs en scène… DIALOGUES est une série d’EN VOIX. Avec DIALOGUES la vie du théâtre se raconte à travers ses techniciens. Pour tout savoir sur l’action culturelle et l’activité artistique du théâtre, il suffit de tendre l’oreille.
durée : 00:44:48 - Par les temps qui courent - par : Marie Richeux, Jeanne Aléos, Romain de Becdelievre - Nous recevons Alain Fleischer à l'occasion de son exposition "L’Aventure générale" présentée au CENTQUATRE jusqu'au 6 décembre 2020. Cette exposition permet de découvrir l’étendue de l’oeuvre de cet artiste à la fois cinéaste, photographe, plasticien et écrivain. - réalisation : Jean-Christophe Francis, Lise-Marie Barré - invités : Alain Fleischer Cinéaste et écrivain
durée : 00:44:48 - Par les temps qui courent - par : Marie Richeux, Jeanne Aléos, Romain de Becdelievre - Nous recevons Alain Fleischer à l'occasion de son exposition "L’Aventure générale" présentée au CENTQUATRE jusqu'au 6 décembre 2020. Cette exposition permet de découvrir l’étendue de l’oeuvre de cet artiste à la fois cinéaste, photographe, plasticien et écrivain. - réalisation : Jean-Christophe Francis, Lise-Marie Barré - invités : Alain Fleischer Cinéaste et écrivain
durée : 00:27:51 - La Grande table culture - par : Olivia Gesbert - Blandine Rinkel, écrivaine et musicienne, et Pierre Jouan, compositeur, membres du groupe Catastrophe, à l’occasion de leur comédie musicale "Gong !" au Centquatre à Paris les 10 et 11 septembre. - réalisation : Thomas Beau - invités : Blandine Rinkel Ecrivaine; Pierre Jouan compositeur
Paris expõe “Visages d’Europe” [“Rostos da Europa”], uma mostra que reúne as visões de 13 fotógrafos sobre o continente, a sua juventude, as suas tradições e transgressões. Tito Mouraz foi o artista português escolhido e expõe imagens da série “Casa das Sete Senhoras”, inspiradas numa lenda da Beira Alta. Tito Mouraz foi escolhido pela série "A Casa das Sete Senhoras": "É um projecto que fiz em 2013 e foi a curadoria do festival que o escolheu para levar a Paris. Já o mostrei em Paris em 2015 e é um projecto que foi desenvolvido na Beira Alta sobre uma casa que supostamente estava assombrada", descreve Tito Mouraz. Em 2015, o artista apresentou imagens desta série no centro cultural Centquatre, em Paris, durante o "Circulation(s) - Festival de la Jeune Photographie Européenne" que juntou 46 fotógrafos europeus. O trabalho de Tito Mouraz busca um lado mais poético e menos documental, uma forma de "fugir a um documento fiel". "O que me interessa não é uma série documental sobre um lugar. Eu nunca falo do nome do lugar, nem do nome das pessoas. Tento que as minhas fotografias tragam ao espectador algo que não se vê lá. Daí elas terem essa carga mágica e de misticismo e todo esse lado mais negro que, à partida, não existe quando se passa por lá", descreve. Expor em Paris, pouco tempo depois do confinamento também cultural que o mundo viveu, "é uma oportunidade e uma motivação extra para o projecto ser conhecido". A exposição “Visages d’Europe” foi inaugurada a 25 de Julho e vai estar patente até 6 de Setembro, em torno da Praça da Torre de Saint Jacques, no centro de Paris. São 13 os artistas de diferentes nacionalidades que apresentam as suas fotografias, graças a um projecto apoiado pelos institutos culturais de Paris e pelo colectivo Fetart de promoção de fotógrafos emergentes. Tito Mouraz foi um dos vencedores do prémio internacional de fotografia Emergentes DST 2013, expôs nos Encontros da Imagem de Braga (2010, 2013 e 2014), no Museu da Imagem, em Braga (2013), e está presente na coleção de fotografia do Novo Banco, ex-BES Art.
O espaço cultural Centquatre retomou, progressivamente, as suas actividade na passada sexta-feira, 5 de Junho. Dedicado a todas as formas de arte, cultura e inovação, o Centquatre recebe todos os anos mais de meio milhão de pessoas, no décimo nono bairro de Paris. A programação dos meses de Março, Abril e Maio foi cancelada por causa da crise sanitária. 70% dessa actividade foi reprogramada para 2021, os restantes 30% dos artistas ou companhias mantiveram os apoios de financiamento do espaço artístico. A abertura progressiva do Centquatre provocou "uma grande carga emotiva para a equipa", apesar de se tratar de um regresso indefinido, descreve José-Manuel Gonçalvès, director do espaço artístico. "Não sabemos exactamente como é que as coisas se vão transformar. Estamos a participar nesta transformação sem saber o que vai acontecer ou como vai acontecer, mas esta situação cria uma emoção muito forte e diferente do que estamos habituados a viver aqui, no Centquatre", afirma José-Manuel Gonçalvès. "O Centquatre é um espaço com muita gente, com muito movimento, com muitas pessoas a falar e com música... numa espécie de som urbano. Neste momento temos a impressão de estar num espaço de recolhimento. As pessoas falam muito baixo e é como se estivessem a partilhar pensamentos, mas à distância", descreve o director do espaço artístico.
Comment réinventer l’expérience de visite des capitales culturelles? Dans un secteur touristique en plein mutation, ou les durées et typologies de séjour se diversifient beaucoup, nous avons parlé de nouvelles expériences de voyage avec Marius Nigond, cofondateur de Vidi Guides, une application mobile qui propose des balades sonores à destination des millenials. Marius étudie l’économie au Trinity College de Dublin puis intègre le master en management d’HEC et se spécialise en marketing. Il entre ensuite chez l’Oréal et y travaille plusieurs années en développement de produit. avant de sauter le pas et de se lancer dans sa propre aventure entrepreneuriale en créant Vidi Guides. Marius a grandi à Londres et commence par nous évoquer des souvenirs de créativité de son enfance au côté de sa mère irlandaise qui l'aide à apprendre en s'amusant. Etudiant à Dublin il s'exerce à la gestion d'un mini fond d'investissement de 150 étudiants. Cette expérience, qui lui apprend beaucoup, lui confirme cependant qu'il ne poursuivra pas vers la finance et il décide de s'orienter vers le marketing. A la suite d'un jeu de management organisé par L'Oréal il intègre l'entreprise en marketing développement. Un bonne école pour développer ses compétences en gestion de projet multi-interlocuteurs à l'international, qui stimule aussi son envie d'entreprendre. Le voyage occupant une place importante dans son parcours c'est un univers qui l'attire particulièrement. 12:15' Le déclencheur? Un voyage au Pérou où il réalise qu'une fois arrivé sur un site, sans s'être payé un guide de groupe ni avoir accès à internet sur place, les possibilités de le découvrir se limitent au contenu disponible sur son Lonely Planet. Il se demande alors comment revoir l'expérience de visite en restant indépendant. L'idée d'une application mûrit et il commence à la développer en parallèle de son travail chez L'Oréal. 14:30' Le lancement du projet. Convaincu qu'il ne doit pas être seul pour mener à bien son projet il se met en quête de l'associé idéal, soutenu par son ami Alex Jones qui finit par rejoindre l'aventure lui-même. Ensemble ils challengent la créativité de leurs créateurs de contenu pour imaginer les meilleures visites possibles 17:35' L'application propose des balades audio guidées en anglais de 30 à 45 minutes le modèle des podcasts, avec des histoires accessibles de 3 à 5 minutes. Celles-ci sont associées à des "spots" sur un parcours géolocalisé. L'objectif est de donner des informations et anecdotes qu'on ne trouve pas forcément dans les guides classiques ou sur wikipédia. Elle propose des tours à Paris, Londres et Cambridge... en attendant les prochaines villes! (Retrouvez VIDI GUIDES sur vidi guides sur AppStore ou sur Vidi Guides sur GooglePlay) 21:45' On évoque avec Marius les différences de comportement des visiteurs selon les villes. Là où Paris est visité un peu comme une ville-musée de monuments, Londres est selon lui plus une ville à vivre. Le challenge de Vidi Guides est de refléter cela dans son application et de bientôt proposer des parcours plus "niche" pour chaque ville. Il cite en exemple un projet de parcours streetart conçu avec Mehdi Ben Cheikh, fondateur de la galerie et des exposition Itinerrance, ou encore la "visite déguidée" du CENTQUATRE avec l'artiste Bertrand Bossard. 27:27' Pour nous envoler dans les étoiles de Marius, nous optons pour le SLOW TRAVEL et prenons place dans un dirigeable survolant villes et campagnes dans un majestueux éloge de la lenteur, tel une baleine des cieux. Il doit s'imaginer capitaine touristique de ce vaisseau rempli de curieux qui ont décidé de prendre leur temps. Il évoque son rêve de prendre un jour le transsibérien ou s'imagine volontiers marcher avec les sandales ailées d'Achille. Il nous partage aussi son admiration pour les explorateurs des pôles au 19ème. Et on se questionne aussi ensemble sur la façon de projeter un lieu du passé ou site naturel dans l'imaginaire du public. 34:55' Changer de regard, découvrir autrement. "Pour moi le SLOW TRAVEL ne peut passer que par une déconnection. "Avant on était des humains augmentés maintenant j'ai l'impression qu'on est des iPhones augmentés". Alors comment de pas vivre tout son voyage à travers son appareil photo? Profiter de certains lieux et moments sans l'obsession de les capturer... Pour beaucoup de jeunes touristes un séjour se construit autour d'une suite de hotspots instagram. Et pourtant c’est parfois le détour qui est le plus intéressant. Ou juste le simple fait de se retourner... Combiner l'insolite et l'incontournable semble donc être une piste intéressante pour de prochains tours guidés, avec les histoires croustillantes! 40:50' Nous terminons notre échange avec - pour illustrer l'autre regard - une vue aérienne, celle de la sainte Chapelle et sa forme de couronne, le monument préféré de Marius à Paris. Et son message, dès que possible, d'opter pour la marche pour prendre le temps d'apprécier! "J'ai toujours été fasciné par les cartes du monde. Quand on ouvre un livre et qu'il y a un carte sur la première page on sait que ça va être un livre plein d'aventures" Pour Marius, convaincre les investisseurs sur un projet dans la culture et la création est plus facile en mettant en avant l'expérience nouvelle qu'il peut offrir. Et ses ambitions pour son application Vidi Guides sont grandes! En plein essor, comme le podcast, le format audio a, on l'espère, de beaux jours devant lui! ---------------------------------------- Pour nous soutenir : Laissez-nous des étoiles et un commentaire dans vos applications de podcast! ---------------------------------------- Écriture, production & réalisation : Marylène Ricci et Hélène Marois Montage : Titouan Dumesnil Générique : « Liberate », Immersive Music
Pour cette 2de saison nous allons découvrir les ambitions et les visions de jeunes entrepreneurs qui aspirent à faire vivre au public de nouvelles expériences, dans le divertissement, la conception de produit et le tourisme. A cette occasion, nous vous proposons une plongée au coeur de 104factory, l’incubateur des startups culturelles et créatives du CENTQUATRE-PARIS. Il accompagne des entrepreneurs et entrepreneuses qui créent de nouvelles expériences, inventent des process, produits et services innovants dans le champ des industries culturelles et créatives. Situé au coeur du CENTQUATRE-PARIS qui accueille des créateurs, porteurs de projet et artistes du monde entier, il offre aux startupers l’opportunité unique de travailler en immersion dans un lieu mêlant art, culture et innovation. L’incubation permet à chaque entrepreneur d’être accompagné dans le développement business de sa startup et de mener des expérimentations in-situ, en interaction avec les publics et l’écosystème du CENTQUATRE. Comme pour la première saison, au terme de ces entretiens – au nombre de 4 – nous vous inviterons à prendre part à un nouvel atelier sonore de créativité guidée dont vous serez l’acteur. Bonne écoute! ---------------------------------------- Pour nous soutenir : Laissez-nous des étoiles et un commentaire dans vos applications de podcast! ---------------------------------------- Ecriture, production & réalisation : Marylène Ricci et Hélène Marois Montage : Titouan Dumesnil Générique : « Liberate », Immersive Music
Partage“Circulation(s)” Festival de la jeune photographie européenne (10ème édition)au Centquatre, Parisdu 14 mars au 10 mai 2020 (prolongée jusqu'au 26 juillet 2020)Festival-circulation.com / Fetart.org / 104.frAprès de longues semaines d'incertitudes, l'équipe de Circulation(s) annonce la prolongation de la 10e édition du Festival.Le festival Circulation(s) réouvre ses portes le 5 juin 2020 au CENTQUATRE-PARIS, pour une prolongation jusqu'au 26 juillet 2020.PODCAST – Interview de Audrey Hoareau, directrice artistique de l'édition 2020 de Circulation(s)par Anne-Frédérique Fer, à Paris, le 11 mars 2020, durée 15'18. © FranceFineArt.son à insérer (click sur remplacer et changer à partir d'un url)
Programme : "Chut...! Ici à bas bruit se dessine un avenir", avec les réalisateurs Alain Guillon et Philippe Worms / Les chroniques C'est pas de ton âge, Dans la cuisine d'Augustine et de Gabriel, Lecture Pas de revue de presse d'Estelle Laurentin, on la retrouve la semaine prochaine Emission proposée et présentée par Véronique Soulé Cinéma : le film documentaire "Chut...! Ici à bas bruit se dessine un avenir" - interview des réalisateus Alain Guillon et Philippe Worms - c'est au début Pendant un an, en 2017, les deux réalisateurs Philippe Worms et Alain Guillon ont planté leurs caméras à la bibliothèque de Montreuil, pour filmer, au quotidien, cet endroit, à la fois lieu refuge et carrefour du monde, comme ils le disent, filmer ceux qui y travaillent, ceux qui la fréquentent, ceux qui s’y rencontrent. Le film est sorti la semaine dernière en salles. Livres - chronique littéraire de Véronique Soulé - c'est vers 50 mn Si les poètes étaient moins bêtes - Boris Vian, illustrations Serge Bloch- Rue du monde, mars 2020 - 18 € Dans la cuisine d'Augustine et de Gabriel - chronique de Gabriel Lucas et Augustine - c'est vers 65 mn Augustine a présenté : Irena, scénario de Jean-David Morvan et Séverine Tréfouël, dessins de David Evrard, couleurs de Walter, Glénat, 2017-2020, 5 tomes de 75 p chacun et à 15 € le tome. Gabriel a présenté : L'été dramatique de Moomin, de Tove Jansson, traduit du suédois par Kersti et Anne Sée Chaplet, Le petit lézard, 2015, 176 pages, 14 €. C'est pas de ton âge - billet d'humeur de Maialen Berasategui - c'est vers 70 mn Lecture - par Lionel Chenail - c'est vers 80 mn Une enfance à Saïgon- Catherine Brai - L'Harmattan, 2014 Informations Semaine du livre à la Goutte d'or, du 9 au 14 mars - infos Boites à rire, instatallation de Serge Bloch, au Centquatre, jusqu'au 8 mars - infos Exposition Gérard Lo Monaco, Ecole Estienne, jusqu'au 12 mars - infos Pop -up symphonie, concert de Marina Cedro, Ecole Estienne, lundi 9 mars 17 h et 20 - infos La vie devant soi, mise en scène de Simon Delattre, cie Roedo théâtre, l'Avant Seine à Colombes, mardi 10 mars à 20h30 - infos Muerto O vivo, par la cie Mon grand l'ombre, Nouveau théâtre de Montreuil, mecredi 06 mars et samedi 8 mars à 18h - infos Nous avons écouté Ke a Lema - Sam Tshabala - Afrique du Sud. Comptines, danses et berceuses - ARB music, février 2020 J'finis la page - Hervé Suhubiette - La grande évasion - L'autre distribution Si les poètes étaient moins bêtes, de Boris Vian - Hélène Martin - Abécédaire des poètes 4, 2009 Pop up symphonie - Marina Cedro - Radio France, décembre 2019 Rob et Herta, extrait du spectacle Muerto O Vivo, par la cie Mon grand l'ombre
Neste programa, vamos ao encontro da artista brasileira Janaina Mello Landini que expõe actualmente em dois espaços culturais em Paris. A artista apresenta obras da série "Ciclotramas", telas que reflectem uma visão do mundo a partir de um amaranhado de cordas que nada deixam ao acaso... A artista brasileira Janaina Mello Landini está em exposição em Paris na mostra Champs Libres, no espaço Maïf Social Club (31 de Janeiro a 18 de Julho), e na galeria Virginie Louvet (23 de Janeiro a 27 de Fevereiro). Janaina Mello Landini apresenta obras da série "Ciclotramas", feitas com cordas que se desmembram em espessuras mínimas. Um trabalho que trama a sua visão do mundo, a partir da observação do tempo, das escalas, dos ritmos e das relações humanas. O resultado é fruto de uma reflexão filosófica, mas também profundamente matemática, baseada numa formação em Belas Artes, mas também em Arquitectura. A artista expôs em vários países e em França já mostrou obras no Palais de Tokyo e no espaço Centquatre, em Paris, assim como na Fondation Carmignac, na Ilha de Porquerolles e no Domaine de Chaumont-sur-Loire. Oiça a entrevista clicando no podcast.
Wire art L’univers enchanteur d’Astrid Lecornu à Bougival. La jolie fée conteuse d’histoires aux fils textiles et d’acier me reçoit comme une princesse à l’heure du Tea time. Je suis comblée par la cérémonie du thé qu’elle m’offre, appelée aussi « Shanoyu » plus qu’un rituel c’est un art traditionnel zen qu’Astrid pratique depuis de nombreuses années. L’esthétique et l’élégance de cet art se retrouvent dans ses jolies créations. https://www.facebook.com/astrid.lecornu https://www.instagram.com/astrid.lecornu/?hl=fr http://astridel.over-blog.com/ Verde te quireo verde Voir la ville en vert avec Leslie Garcia et son livre « Végétaliser les mini-espaces urbains » sorti aux Éditions Alternatives. Une jolie façon de mettre le jardinage à portée de tous grâce à cette scénographe devenue Paysagiste en créant Lili Garden à Romainville. https://www.facebook.com/liligardenpaysagiste/ https://www.instagram.com/liligarden.paysagiste/?hl=fr http://www.liligarden.fr/ http://www.editionsalternatives.com/site.php?type=P&id=2087 Bows c’est de la bombe !! Rencontre avec l’artiste graffeur Bows pendant sa performance au restaurant Le Train de vie à Romainville. Abstract art en direct sur les stores métalliques de ce Café populaire qui se pare de couleurs made in Bows. Ce week-end, à ne pas manquer le live de notre street artist lors des portes ouvertes de Romainville, et l’expo chez Valérie aux Trouvailles de java. https://www.facebook.com/bowsbombjunkiz/ https://www.instagram.com/bows_jfb/?hl=fr Gourmandise purement végétale Des douceurs, délicates, créatives et végétales imaginées par Éolia. Cette charmante créatrice gourmande a installé son laboratoire à l’Usine Hollander de Choisy Le Roi où elle élabore ses propres recettes éthiques naturelles et responsables. Des pâtisseries pleines de saveurs qui feront voyager vos papilles…Yummy Retrouvez Eolia au Salon Veggie World au Centquatre le 12 et 13 octobre https://www.facebook.com/eoliapatisserie/ https://www.instagram.com/eoliapatisserie/?hl=fr Facebook : Le Grand Paris Vu De Ma Mini
Lors de l'ouverture de la neuvième édition du Festival parisien Circulation(s) dédié à la jeune photographie européenne, notre critique Pascal Therme a interrogé le photographe franco-britannique Ed Alcock. Il nous présente et commente sa série sur le brexit intitulée Home sweet home et exposée au CENTQUATRE jusqu'au 30 juin.
Lors de l'ouverture de la neuvième édition du Festival parisien Circulation(s) dédié à la jeune photographie européenne, notre critique Pascal Therme a interrogé le photographe français Mathieu Farcy. Il nous présente et commente sa série exposée au CENTQUATRE intitulée « Chers à canons ».
Lors de l'ouverture de la neuvième édition du Festival parisien Circulation(s) dédié à la jeune photographie européenne, notre critique Pascal Therme a interrogé la jeune photographe Marine Lanier. Elle nous présente et commente la série exposée au CENTQUATRE intitulée « Le soleil des loups ».
La neuvième édition du Festival parisien Circulation(s) dédié à la jeune photographie européenne vient d'ouvrir ses portes au CENTQUATRE. Un année sous le signe du changement puisque pour la première fois, la direction artistique a été externalisée et confiée à The Red Eye avec François Cheval et Audrey Hoareau. A l'occasion de l'inauguration de l'événement, nous avons rencontré François Cheval accompagné de Marie Guillemin, bénévole active du festival.
Dans Art’cousmatique, on vous dresse une fois par mois le portrait sonore d’un jeune artiste dans son lieu de prédilection. Alice Kudlak a ouvert le bal, maintenant c'est à Thomas David de danser. L'artiste montreuillois parisien aux diverses casquettes – musicien, dessinateur, architecte et chef de label – nous emmène au Centquatre, terrain de pratique pour les danseuses et danseurs. Il nous y parle de ses formes d'expression artistiques et dessine en passant les contours auditifs de ce lieu de rencontres. [caption id="attachment_75145" align="aligncenter" width="1024"] Thomas David au Centquatre // © Philipp Fischer.[/caption] Vous pouvez trouver la musique de Thomas sur les pages Facebook et Soundcloud de DLGHT. Abri sortira Saccoche de Peow Beow le 13 novembre 2018. Le 15 novembre, Thomas sera sur la scène du Shakirail pour une performance avec le collectif La Graphiterie, puis au Chinois à Montreuil le même soir. Rendez-vous le 6 décembre pour le prochain épisode. Peut-être avec Saint Nicolas.
durée : 00:58:53 - La saison de musique de chambre des orchestres de Radio France - par : Jean-Baptiste Urbain - **Avec la participation d'[Alain Planès](http://www.harmoniamundi.com/#!/artists/155), pianiste, Raphaël Perraud, premier violoncelle solo de l'[Orchestre National de France](http://www.maisondelaradio.fr/concerts-classiques/orchestre-national-de-france), et Michel Orier, directeur de la Musique et de la Création culturelle à Radio France** ## Programme musical **Anton Bruckner** _Quintette à cordes en fa majeur : II. Scherzo_ Jacques Duhem et Luc Héry, violons / Raymond Glatard et Michèle Gallien, altos / Jean-Luc Bourré, violoncelle Quantum **Claude Debussy** _Préludes, Livre I : V. Les Collines d’Anacapri – Très modéré_ Alain Planès, piano Harmonia Mundi **Francis Poulenc** _Sonate pour cor, trompette et trombone : I. Allegro moderato_ Paul Mink, cor / Bruno Nouvion, trompette / Alain Manfrin, trombone Accord **Richard Strauss / transcription Franz Hasenöhrl** _Till l’Espiègle_ Ensemble de solistes de l’Orchestre National de France Enregistré par France Musique le 18 juin 2011 au Centquatre à Paris **Frédéric Chopin** _Sonate pour violoncelle et piano en sol mineur op. 65 : III. Largo_ Lluis Claret, violoncelle / Alain Planès, piano Harmonia Mundi **Felix Mendelssohn** _Trio pour piano et cordes n° 1 en ré mineur op. 49 : III. Scherzo_ Martha Argerich, piano / Renaud Capuçon, violon / Renaud Capuçon, violoncelle EMI [La saison 2017/18 de musique de chambre à la Maison de la Radio](http://www.maisondelaradio.fr/recitals-et-musique-de-chambre) - réalisé par : Laurent Lefrançois
Ce mercredi 23 novembre, Tout Foutre On Air a le plaisir de recevoir le groupe Rocky, quelques jours après la sortie de leur premier album Soft Machines (Labelgum). Au programme : une interview, une carte blanche et une session live de Rocky dans les studios de Radio Campus Paris!Rocky "Soft Machines", de chair et de métalAprès un premier EP très bien accueilli en 2013 et produit par Guillaume Brière qui n'est autre que la moitié de the Shoes, Rocky a pris le temps de maturer son premier album. Un disque aux accents electro-pop mêlé d'influences house 90's façon Kevin Saunderson et Derrick May. Soft Machines (sorti chez Labelgum) est fait de chair et métal. Une véritable fusion. Celle du rock, de la dance music, et du Rn'B. Celle de l'analogique des instruments omniprésents et des joies numériques. Mais surtout celle d'un trio lilllois multi-instrumentiste Laurent Paingault, Tom Devos et Olivier Bruggeman (aka DDXXXIE), emmené par la sublime voix et la présence scénique d'Ines Kokou. Le son de Soft Machines est passé entre les oreilles prestigieuses d'Erick Broucek pour le mix (LCD Soundsystem). Au final, Rocky réussit le pari de nous faire danser sans jamais tomber dans la facilité.Quelques jours après la release party de l'album au CENTQUATRE ce 26 novembre, on ne saurait trop vous conseiller d'aller découvrir Rocky sur scène, encore le meilleur endroit pour profiter de leur énergie contagieuse.[embed]https://youtu.be/h8sdUWi6eso[/embed]Rocky en live dans Tout Foutre On AirAprès vous avoir fait découvrir "Soft Machines" en interview, Rocky nous offrira deux très beaux titres acoustique, en live dans les studios de Radio Campus Paris!***C’est Tout Foutre On Air avec Rocky!C’est ce mercredi 23 novembre de 21:00 à 22:30.C’est en live sur le 93.9FM en région parisienne et partout dans l’univers en streaming juste ici !
Les boulots de merde sont partout. Chez nos proches, sur notre lieu de travail, dans le voisinage... Entre le cireur de chaussures et l'agent de nettoyage, en passant par le distributeur de prospectus, la liste est non exhaustive. Horaires décalées, salaires faibles, activités pénibles… Il est parfois difficile d'éviter la précarité de l'emploi. Mais jusqu'où est-on prêts à aller pour s'assurer une sécurité financière ? Et d'abord, c'est quoi un "boulot de merde" ? C'est la question à laquelle Julien Brygo tente de répondre dans la première partie de l'émission. Co-auteur, avec Olivier Cyran, de Boulots de merde ! Du cireur au trader, il nous parle de ces emplois abrutissants ou dépourvus de sens qui se développent de plus en plus dans la société actuelle. A travers une série d'enquêtes et de témoignages, les deux auteurs arrivent ainsi à la conclusion suivante : si vous êtes « au service d'individus que l'on aimerait étrangler à deux mains », vous exercez probablement un boulot de merde... En seconde partie d'émission, cap vers la galerie en ligne Circulation(s) où sont exposées les œuvres de jeunes photographes contemporains. Pour en parler, nous recevons Marie Guillemin et Clara Chalou, respectivement responsable de la communication et cheffe de projet chez Fetart, l'association organisatrice de l'événement. Cette année, c'est au CENTQUATRE que se déroulera la septième édition de ce festival qui met à l'honneur la jeune photographie européenne et a pour vocation de faire émerger de nouveaux talents. Hercules Papaioannou. sera le parrain de cette exposition qui réunit près de 50 artistes. Enfin, côté chroniques, Les Fesses à l'air nous parlent de leur émission spéciale "Polyamour" et François décortique le phénomène peu connu des pigeons espions. Présentation : Erwan Duchateau / Co-interview : Christelle Puga et Xénia Ivanova / Reportage : Christelle Puga-Gabrielle Bayer et Lorène Lavocat / Réalisation : Tiffany Battistel / Chronique : François Pieretti / Web : Roumaïssa Benahmed / Coordination : Marion Guichaoua et Elsa Landard.
Depuis 2011, Hello Tomorrow organise une fois par an à Paris la rencontre des startups qui veulent changer le monde avec les investisseurs et les grands groupes. L’édition 2016, toujours en partenariat avec DBN, a entériné la véritable dimension international de ce événement autour des entrepreneurs scientifiques avec pas moins de 3500 candidatures venues du monde entier. Belle surprise de cette édition : sur les 10 startups primées, 6 ont été créées par des femmes! Reportage lors de la finale du Hello Tomorrow Challenge au Centquatre à Paris.
Les boulots de merde sont partout. Chez nos proches, sur notre lieu de travail, dans le voisinage... Entre le cireur de chaussures et l'agent de nettoyage, en passant par le distributeur de prospectus, la liste est non exhaustive. Horaires décalées, salaires faibles, activités pénibles… Il est parfois difficile d'éviter la précarité de l'emploi. Mais jusqu'où est-on prêts à aller pour s'assurer une sécurité financière ? Et d'abord, c'est quoi un "boulot de merde" ? C'est la question à laquelle Julien Brygo tente de répondre dans la première partie de l'émission. Co-auteur, avec Olivier Cyran, de Boulots de merde ! Du cireur au trader, il nous parle de ces emplois abrutissants ou dépourvus de sens qui se développent de plus en plus dans la société actuelle. A travers une série d'enquêtes et de témoignages, les deux auteurs arrivent ainsi à la conclusion suivante : si vous êtes « au service d'individus que l'on aimerait étrangler à deux mains », vous exercez probablement un boulot de merde...En seconde partie d'émission, cap vers la galerie en ligne Circulation(s) où sont exposées les œuvres de jeunes photographes contemporains. Pour en parler, nous recevons Marie Guillemin et Clara Chalou, respectivement responsable de la communication et cheffe de projet chez Fetart, l'association organisatrice de l'événement. Cette année, c'est au CENTQUATRE que se déroulera la septième édition de ce festival qui met à l'honneur la jeune photographie européenne et a pour vocation de faire émerger de nouveaux talents. Hercules Papaioannou. sera le parrain de cette exposition qui réunit près de 50 artistes.Enfin, côté chroniques, Les Fesses à l'air nous parlent de leur émission spéciale "Polyamour" et François décortique le phénomène peu connu des pigeons espions. Présentation : Erwan Duchateau / Co-interview : Christelle Puga et Xénia Ivanova / Reportage : Christelle Puga-Gabrielle Bayer et Lorène Lavocat / Réalisation : Tiffany Battistel / Chronique : François Pieretti / Web : Roumaïssa Benahmed / Coordination : Marion Guichaoua et Elsa Landard.
La GPA divise toujours autant. Une pétition internationale, relayée par des associations françaises, réclame l'arrêt immédiat de la gestation pour autrui. Mardi 12 mai, dans une tribune à Libération, des personnalités de gauche telles que les philosophes Sylviane Agacinski ou Michel Onfray, se rallient à la cause « Nous pensons que la GPA doit être interdite en ce qu'elle constitue une violation des droits humains des femmes et des enfants ». Parmi les signataires : le CoRP, le Collectif pour le Respect de la Personne. Nos invitées, Marie Jauffret et Marjorie Blackwell, en font partie. Le 23 mai à partir de 19h, au CentQuatre à Paris, vous êtes convié à fêter la dette jusqu'au bout de la nuit. La Fête de la dette rempile pour sa seconde édition. Au programme le spectacle de Christophe Alévêque Le Tour de la dette en 80 minutes et une soirée dancefloor de folie, Le Bal de la dette. Tous les bénéfices de la soirée seront reversés au Secours populaire. Christophe Alévêque, organisateur et maître de cérémonie, est notre invité. Et comme tous les mercredis, ne manquez pas les chroniques de Maud et de Fanny ! Présentation : Dania Kaddur / Réalisation : Tiffany Battistel / Co-interview : Loïc Gazar / Chroniques : Maud Wailly et Fanny Malek / Coordination : Elsa Landard
Ce soir, la matinale reçoit, en première partie, Marion Hislen, présidente de l'association Fetart, qui organise le festival Circulation(s), un festival photo en extérieur et Jérôme Von Zilw du duo Epectase. Le festival à lieu du 24 janvier au 8 mars 2015 au CENTQUATRE, 5 rue Curial 75019 Paris. On parle de jeune photographie, d'identité européenne et du moteur de l'inspiration des artistes. En deuxième partie, on parle du prix du pétrole. On avait présagé une augmentation du prix du baril mais il n'a jamais été aussi bas. Thomas Porcher, économiste spécialiste des matières premières, nous explique pourquoi. Il nous expose aussi ses solutions pour que la Franc e soit indépendante en matière d'énergie et écologiquement responsable. Présentation : Dania Kaddur/ Co-Interview : Florence Dauly / Réalisation : Tiffany Battistel / Chroniques : Maud Wailly et Fanny Malek / Web : Léa Capuano / Coordination : Elsa Landard
Une voix qui sème le trouble (3/7) Acteur et metteur en scène formé au Théâtre national de Bretagne, Pierre Maillet est membre du théâtre des Lucioles depuis sa création en 1994. Rencontré au festival d'Avignon 2011, alors qu'il jouait plusieurs rôles de femme sous la direction de Marcial di Fonzo Bo, il évoque ce petit quelque chose de flûté et de suave dans sa voix. Une ambiguïté qui le fait rire et travailler, mais qui sème le trouble à la vie comme à la scène. Pierre Maillet prépare actuellement un hommage aux films de Paul Morrissey, 'Little Joe', à la comédie de Saint Etienne en février 2014 et à l'automne au Centquatre. En bonne voix : sept comédien(ne)s parlent de leur outil de travail. Enregistrement : juillet 11 - Mise en ondes & mix : Samuel Hirsch - Réalisation : Delphine Saltel