POPULARITY
Szeptunki -audycja z kobiecą mocą czwartek 18.30Zapraszam Porozmawiamy o odległej krainie do której dotarła Dorota Romanowska-Rogozińska Szeptanie o podróżach nas czeka.Pemba – mała, dziewicza wyspa na Oceanie Indyjskim, otoczona turkusowymi wodami i koralowymi rafami. Lasy mangrowe pełne ptaków, kokosowe palmy kołyszące się na wietrze i zapach goździków unoszący się w powietrzu tworzą niepowtarzalny krajobraz. To tutaj, w jednej z odległych wiosek, w której nigdy wcześniej nie widziano białego człowieka, przybyłam ja – Doris, polska nauczycielka. Moim celem było nauczanie angielskiego dorosłych mężczyzn pracujących na budowie, ale to, co miało być prostą misją edukacyjną, szybko przerodziło się w coś znacznie głębszego.
Dois meses e meio depois, Venâncio Mondlane regressa a Moçambique. As vítimas do Chido no distrito de Mecufi e Pemba, reclamam demora no apoio para reerguerem as suas vidas. Sobre a mediação do conflito entre RDC e o Ruanda, jornalista angolano diz à DW que Angola não pode exigir do M23 o cumprimento de um acordo de cessar-fogo, por não ter um compromisso com o país.
Assassinato de blogger nos protestos em Moçambique é resultado de "ordens superiores", diz ativista. Ciclone Chido deixou rastro de destruição na província moçambicana de Cabo Delgado. Como África tem lidado com os conflitos e quão bem sucedida tem sido na manutenção da paz? Descubra nesta emissão.
After striking the French island of Mayotte, Cyclone Chido has moved on to Madagascar, where it has killed at least three people.Trees have been uprooted and there have been reports of flash flooding about 40 kilometres outside the nation's major city of Pemba.
Cyclone Chido pounded the archipelago of Mayotte over the weekend and killed at least 11 people before making landfall Sunday in Mozambique. UNICEF) says Mozambique's Cabo Delgado province was hit hard. Spokesperson Guy Taylor tells VOA's James Butty communities in the regional capital of Pemba could be cut off from schools and health facilities for weeks.
Até dia 22 de Novembro, os países reunidos na COP29 em Baku, no Azerbaijão, tentam encontrar o financiamento necessário para ajudar os países em desenvolvimento na transição energética e na adaptação às catástrofes climáticas. Actualmente, os Estados extremamente frágeis recebem apenas cerca de 2 dólares por pessoa em financiamento anual para adaptação climática, um valor muito aquém dos 161 dólares por pessoa atribuídos nos Estados não frágeis. Até dia 22 de Novembro, os países reunidos na COP29 em Baku, no Azerbaijão, tentam encontrar o financiamento necessário para ajudar os países em desenvolvimento na transição energética e na adaptação às catástrofes climáticas. Negociações difíceis numa COP marcada por ausências de peso, como a França, Alemanha ou Estados Unidos e com o ocidente a alegar dificuldades orçamentais. Segundo um relatório do ACNUR apresentado esta semana, actualmente, os Estados extremamente frágeis recebem apenas cerca de 2 dólares por pessoa em financiamento anual para adaptação climática, um valor muito aquém dos 161 dólares por pessoa atribuídos nos Estados não frágeis.As alterações climáticas já forçaram milhões de pessoas, em todo o mundo, a abandonarem as suas casas e o aquecimento global do planeta está a agravar as condições já “infernais” enfrentadas por estes deslocados. O alerta é da agência da ONU para os Refugiados e consta do relatório “No Escape: On the Frontlines of Climate, Conflict and Displacement" ("Sem escapatória - Na linha da frente do clima, conflitos e deslocações”, numa tradução livre), apresentado na terça-feira, 12 de Novembro, na COP 29 em Baku.À margem do segmento de alto nível da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) aproveitou para lembrar como o aumento das temperaturas e a multiplicação dos fenómenos meteorológicos extremos impactam a vida dos refugiados e dos deslocados. O ACNUR apela a investimentos mais significativos e eficazes.No documento, a agência das Nações Unidas para os Refugiados sublinha que as alterações climáticas e os conflitos estão interligados, sujeitando as pessoas já em perigo a situações ainda piores, como no Sudão, na Somália ou na Birmânia.“No nosso mundo em aquecimento, a seca, as inundações, o calor mortal e outros fenómenos meteorológicos extremos criam situações de emergência com uma frequência alarmante”, ressalva o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, no prefácio do relatório. “As pessoas forçadas a fugir dos seus lares estão na linha da frente desta crise”, acrescenta.O documento indica que 75% dos deslocados vivem em países fortemente ou extremamente expostos aos riscos climáticos e “à medida que a velocidade e a escala das alterações climáticas aceleram, este número só continuará a aumentar”.Dados recentes do Centro de Monitorização de Deslocados Internos referem que os desastres meteorológicos forçaram cerca de 220 milhões de pessoas a fugir dentro dos seus países na última década. O ACNUR lamenta a grave falta de fundos para apoiar os que fogem e as comunidades que os acolhem: “Estamos a ver uma situação que já é infernal a tornar-se ainda mais difícil”.Até 2040, o número de países em todo o mundo expostos a riscos climáticos extremos deverá passar de três para 65, a grande maioria destes países acolhe populações deslocadas. Até 2050, a maioria dos campos e instalações de refugiados deverá enfrentar o dobro dos dias com temperaturas perigosamente elevadas em comparação com hoje, alerta o relatório do ACNUR. Um perigo imediato para a saúde e a vida dos refugiados, mas também para as colheitas e o gado.As alterações climáticas vão também piorar a já difícil situação humanitária na África Austral, onde se situam Angola e Moçambique, avança o mesmo relatório.Isadora Zoni, responsável do ACNUR em Pemba, norte de Moçambique, sublinha que 75% dos deslocados vivem em países forte ou extremamente expostos aos riscos climáticos. Em entrevista à RFI, a responsável da agência da ONU deu conta das linhas gerais do documento agora publicado e traçou uma radiografia do actual estado dos deslocados em Moçambique.RFI: Quais são as linhas gerais deste relatório?Isadora Zoni: Falamos de 120 milhões de pessoas que estão deslocadas à força globalmente, o dobro da última década. 75% dessas pessoas vivem em países com exposição alta a extrema a desastres climáticos. Os desastres climáticos causaram 200 milhões de deslocamentos internos na última década, o que equivale a cerca de 60 mil deslocamentos por dia. Então, quando falamos de clima, estamos a tratar também das pessoas deslocadas, também das pessoas que são forçadas a fugir. Por exemplo, sobre a África: a mudança climática é a maior ameaça hoje ao desenvolvimento no continente africano, ocupando desproporcionalmente os países mais pobres e agravando outros factores e fragilidades. Embora a África contribua minimamente para as emissões globais enfrenta graves impactos climáticos. Essa situação destaca tanto a vulnerabilidade quanto o potencial de resiliência do continente, à medida que se adapta e transita para um desenvolvimento de baixo carbono. O relatório do ACNUR indica que estados extremamente frágeis recebem apenas 2 dólares por pessoa anualmente em financiamento para adaptação, enquanto Estados não frágeis recebem 161 dólares, evidenciando uma disparidade no financiamento climático global. Quando falamos desse tema, a importância para o ACNUR é, realmente, que as pessoas deslocadas, refugiadas ou deslocadas internas, façam parte dessa discussão, sejam parte desses meios e desses espaços políticos, para que discutam também o sistema climático e como isso afecta o dia-a-dia delas. Além dos efeitos evidentes, que são as inundações, as chuvas torrenciais, etc… há outras questões como, por exemplo, a seca, que é um efeito das alterações climáticas e que faz com que as pessoas também se desloquem, além de provocar conflitos.A exemplo disso, no relatório, diz-se que até 2050 a maioria dos campos de refugiados experimentará o dobro dos dias de calor perigoso, acima de 41 graus Celsius, afectando mais de 600 locais globalmente.Quando falamos da questão climática, é claro que talvez ao público é mais evidente aqueles que são os impactos directos, as enchentes, os grandes deslocamentos, mas temos que também penar como é que a questão climática agrava já um cenário bastante duro.Em África, o conflito no Sudão deslocou mais de 11 milhões de pessoas, com o Chade a abrigar 70 mil refugiados sudaneses. Além das dificuldades da resposta humanitária, o Chade é um dos países mais vulneráveis a riscos climáticos.Outros exemplos são as secas e inundações no Quénia, na Somália e na Etiópia. Em 2022, por exemplo, 1,3 milhões de pessoas foram deslocadas na Somália devido à seca. Olhando para o sul de África, vemos em Moçambique secas prolongadas, intensificando a migração rural-urbano, e as pressões climáticas aumentando os riscos de conflitos ao longo do corredor migratório, como em Moçambique e na África do Sul. Infelizmente, o cenário parece estar cada vez mais difícil porque os países que enfrentam riscos climáticos extremos devem aumentar de três para 65 até 2040, muitos dos quais hospedam populações deslocadas. Está baseada em Pemba, em Moçambique, um dos países mais vulnerável às alterações climáticas. Qual é a situação actual? Realmente, Moçambique está entre os 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas no mundo e ocupa o primeiro lugar em África. O país sofre cada vez mais com a grande variabilidade climática, estando exposto a ciclones tropicais, inundações e secas. Apenas um ano após o ciclone Gombe, que deslocou 130 mil pessoas, o ciclone Fred atingiu Moçambique, afectando oito das dez províncias do país. Deslocou aproximadamente 184 mil pessoas e deixou 1,1 milhão de pessoas necessitando de assistência humanitária. Mais recentemente, agora em 2024, a tempestade tropical Filipo deslocou 48 mil pessoas e causou extensos danos em infra-estruturas, incluindo estradas, centros de saúde e habitações. O cenário é bastante complicado, porque falamos também de um país que, infelizmente, conta com deslocados devido ao conflito [ataques terroristas no norte]. Em Janeiro de 2024, Moçambique contava com mais de 700 mil deslocados internos devido a conflitos e eventos relacionados com o clima. Os deslocados são particularmente vulneráveis aos choques climáticos, muitas vezes carecendo de recursos e apoio para se adaptar. A população deslocada, especialmente no norte e centro de Moçambique, enfrenta riscos de protecção elevados devido à insegurança alimentar e às limitadas opções de subsistência. Quando falamos, por exemplo, dos impactos [dos fenómenos climáticos], referimo-nos à infra-estrutura precária dos locais de deslocados internos, com estradas e drenagens inadequadas, que expõe os moradores a um risco contínuo. O desmatamento também é um problema significativo, pois os moradores dependem da lenha e de materiais de construção insustentáveis. Isso aumenta a erosão do solo, agravando os riscos de enchentes e danos ambientais.Apesar da insegurança contínua, Moçambique tem um outro movimento, que é o movimento de retorno. É um contexto bastante activo de pessoas que se deslocam e de outras pessoas que tentam regressar, mas que vivem expostas a uma situação bastante imprevisível, tanto climática quanto em relação ao conflito. Traçado este cenário, o que é que se poderia esperar desta COP? Mais financiamento?Eu acho que existe uma expectativa de que haja maior financiamento, maior responsabilidade dos países que poluem para com aqueles que são os mais vulneráveis. Nós também precisamos entender a componente humana que faz parte da questão climática. Muito se fala sobre mercado de carbono, sobre poluidores e poluídos, quanto tempo temos e se temos tempo. Mas devemos voltar a trazer essa questão humana, das pessoas que são afectadas, como as pessoas mais vulneráveis são cada vez mais afectadas? A questão humanitária não se restringe somente ao assistencialismo, mas em como pensar isso de uma perspectiva de desenvolvimento, numa perspectiva de investimento.Eu acho que é uma oportunidade para trazermos essas pessoas para o centro dessa discussão, para que elas possam também estar empoderadas e incluídas, para falarem sobre suas necessidades, prover evidências para que fique claro onde e como as intervenções podem ser feitas, para que exista um impacto real.
Centenas de pessoas saíram esta manhã para as ruas em Maputo, mas também noutros pontos do país, em resposta ao apelo à greve e à manifestação lançado para esta segunda-feira pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reclama a vitória nas eleições de 9 de Outubro e pretende igualmente protestar contra o assassínio, no fim-de-semana, do seu advogado, Elvino Dias, e do seu mandatário político, Paulo Guamba. Ao longo destas últimas horas circularam inúmeras informações sobre situações de extrema tensão em Maputo, mas igualmente noutras partes do país, como por exemplo Pemba, com actos de vandalismo por parte de alguns manifestantes, confrontos, a utilização de gás lacrimogéneo e também tiros para o ar por parte das forças da ordem. Uma situação que acontece numa altura em que ainda se está em período eleitoral, dado que a CNE deve apresentar até quinta-feira os resultados definitivos das eleições gerais. Segundo dados preliminares, a Frelimo no poder saiu vitoriosa deste escrutínio, mas a oposição rejeita estes resultados alegando fraudes massivas. É este cenário que analisámos com João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural, que começa por abordar o duplo assassínio na sexta-feira à noite de Elvino Dias e Paulo Guamba. Acontecimentos que, segundo o estudioso, vêm na linha de outras mortes violentas ocorridas em plena luz do dia nestes últimos anos em Moçambique.RFI: O duplo assassínio do fim-de-semana aconteceu num contexto político já tenso. Qual era o objectivo a seu ver?João Feijó: Isto é algo aqui que infelizmente, se tornou uma realidade deste último mandato. Esta governação que acontece em Moçambique desde 2014, ficou célebre por diversos assassinatos de indivíduos que faziam a luta política de forma institucional. Logo em 2015, houve o assassinato de Gilles Cistac, que era um constitucionalista, um conhecido professor universitário catedrático da Universidade Eduardo Mondlane, que defendia a existência de espaço na Constituição de Moçambique para a descentralização, que era a reivindicação de Afonso Dhlakama (líder histórico da Renamo). Portanto, ele encontrou na Constituição um espaço que permitia o diálogo. Foi assassinado por causa dessas declarações por esquadrões da morte, por indivíduos que até hoje não estão identificados. E o assassinato foi em plena luz do dia, no centro da cidade, numa zona com câmaras. Portanto, é impossível que não se pudesse investigar. Depois, em 2019, assassinaram Anastácio Matavel, que era um indivíduo que tinha pertencido ao Comité Central da Frelimo, mas que estava agora numa organização da sociedade civil a organizar a observação eleitoral independente na província de Gaza e onde tinha já uma máquina que iria de alguma forma incomodar e perturbar o plano de fraude que existia em Gaza. E agora há este assassinato. Isto aqui foi o 'modus operandi' destes dois últimos mandatos deste Presidente. São factos e que demonstram a dificuldade deste Governo conviver com outras alternativas, outras visões e outras interpretações jurídicas. Ilustra o 'modus operandi' que era de agir de uma forma violenta para com aqueles que faziam oposição jurídica. Portanto, não era oposição nas matas, era oposição jurídica. Tudo isto aqui foi um ataque ao Estado de Direito, um ataque à democracia, um ataque aos direitos constitucionais das pessoas. Então, a leitura que os dados nos dão é que estes assassinatos traduzem uma visão de Estado bastante totalitária, bastante intolerante, onde a vontade de uma minoria deve prevalecer sobre uma vontade de uma maioria. Agora, o próximo Presidente vai ter o desafio de se afastar desta linha e de construir um país mais inclusivo, mais respeitador do Estado de direito e da democracia. É isto que está aqui em causa agora, dentro da Frelimo: o próximo Presidente criar a sua linha de governação que seja diferente desta. Não sei se ele vai ter espaço, se ele vai ter força porque vai enfrentar agora aquelas forças conservadoras retrógradas do anterior Presidente. Não sei se vai ter espaço para poder edificar um novo país. RFI: À luz dos casos que acaba de enumerar, julga que haverá um dia condições para se saber o que aconteceu exactamente neste fim-de-semana?João Feijó: Duvido imenso. A forma como estes indivíduos agiram foi semelhante à forma como agiram os indivíduos no assassinato de Gilles Cistac e de Anastácio Matavel, que foi à descarada, sem qualquer preocupação de fazer um crime perfeito, com grande aparato, usando armas militares, denunciando a corporação de onde são originários. Isto demonstra que eles fazem parte de serviços de segurança que são bastante poderosos, que controlam a força e controlam as armas. Então o próximo Presidente, até por uma questão de sobrevivência pessoal, não vai poder coordenar uma investigação independente disto, porque quem for fazer essa investigação, vai ter medo de investigar. Portanto, eu duvido que algum dia seja possível perceber quem foram os mandantes disto. Apesar das pessoas desconfiarem, nunca vai ser possível fazer uma investigação imparcial e responsabilizar estas pessoas, porque isso colocaria em risco o próprio partido. Seria um embaraço para o próprio partido reconhecer publicamente que foi o partido que fez. Isto não faz parte da forma de actuação do partido. Por outro lado, eles têm a obrigação de salvar a face uns dos outros de forma até a garantirem a sua sobrevivência interna dentro do partido e terem aliados dentro do partido. E por uma questão até de segurança dos próprios, porque seriam vítimas económicas ou mesmo mortais destes movimentos sinistros. RFI: Relativamente ao próprio movimento de greve geral, alguns sindicatos (a OTM-CS e o sindicato patronal CTA) reagiram a esse apelo à greve emitido por Venâncio Mondlane, e disseram não ter rigorosamente nada a ver com esse apelo à greve. Como é que interpreta isso? João Feijó: Há duas coisas que aqui é preciso ver: primeiro, os sindicatos em Moçambique são sindicatos politicamente controlados. A OTM é uma organização que esteve sempre debaixo do guarda-chuva do partido Frelimo. Aliás, é uma organização democrática de massas criada pelo partido Frelimo na década de 70, com o objectivo de ideologizar e de controlar politicamente as massas. Nos sindicatos independentes também há mecanismos de controlo político. Muitas vezes eles utilizam instalações para as suas sedes, que são instalações do partido Frelimo e conseguem usar aquilo a preços simbólicos. E então são formas de controlo político. Os sindicatos nunca, em Moçambique, convocaram uma greve nacional, não obstante os enormes problemas laborais que existem no sector formal, não obstante o facto do salário mínimo em Moçambique representar menos de um terço da cesta básica, ou seja, daquilo que é necessário para um trabalhador sobreviver. Não obstante todos os problemas laborais em Moçambique, os sindicatos nunca convocaram uma greve geral e sempre que o tentaram fazer foram coagidos, foram intimidados, foram aliciados a formas do controlo político. Os sindicatos jamais irão fazer uma coisa dessas enquanto existir estes mecanismos repressivos ou aliciadores do controlo deste movimento. Por outro lado, é preciso ver o que significa a palavra 'greve' em Moçambique, que é um conceito polissémico na Europa e no mundo formal. 'Greve' significa paralisação das actividades laborais e obedece a um conjunto de regras. Mas a palavra 'greve' em Moçambique tornou-se um outro conceito que significa paralisação das actividades por parte da população. Portanto, as pessoas não se deslocam, as pessoas impedem a circulação de carros, as pessoas perturbam as actividades normais da economia, bloqueando o trânsito. Ou até pode significar manifestação. Pode significar até na mente de muitas pessoas, o saque e a pilhagem. Portanto, a palavra 'greve' é uma palavra que se aplica não tanto ao sector formal, mas ao sector informal da economia e a esmagadora maioria da população está ativa no sector informal da economia. Então, quer dizer, o sector informal da economia não tem sindicatos. As pessoas estão auto entregues nas suas actividades económicas e vivem do 'desenrasca'. Vender bolinhos na rua ou vender recargas de telefone, ou fazem serviços de táxi ou transporte e por aí fora. Então, a palavra 'greve' é uma palavra que normalmente é dirigida a esta população que vive do 'desenrasca', que vive da sobrevivência diária e que não se revê na governação, que sente que a governação não cria políticas que os protejam e que sentem que não só não há políticas que os protegem, como o Estado, quando está presente, está presente para os oprimir. Porque por serem informais, são vistos como marginais e a Polícia Municipal exige-lhes o pagamento de taxas, confisca-lhes os bens. Então são pessoas que sentem uma grande revolta contra o Estado. O Estado não os protege e quando aparece, aparece para os prejudicar. Então, a palavra 'greve' é uma palavra com uma conotação mais política, dirigida a este lúmpen urbano e não tanto uma palavra de luta sindical, que também é política, claro, mas que tem a sua conotação.RFI: O presidente da Comissão da União Africana pediu hoje calma e "disposição pacífica" aos actores políticos do país. Como é que interpreta estas declarações? Isto é sinal de que Moçambique poderia estar sob escrutínio internacional e que, efectivamente, poderia haver posições mais fortes?João Feijó: Este apelo vai na linha de todos os apelos feitos de vários quadrantes, dos Estados Unidos, da União Europeia, da Noruega e do Canadá que já vieram mostrar a sua preocupação e os países do continente agora também -neste caso a União Africana- vem na mesma linha mostrar a sua preocupação em relação a esta tensão política que se está a radicalizar. E é um apelo positivo. O apelo ao respeito em relação às regras do jogo democrático, um apelo a não enveredar pela violência. É uma zona de grande investimento internacional. É uma zona que é um corredor energético para o exterior e uma instabilidade no país iria colocar em causa, no fundo, a estabilidade desses investimentos. Portanto, todos os países interessados em investimentos em Moçambique estão a ver esta situação com alguma preocupação. RFI: São esperados resultados definitivos por parte da Comissão Nacional de Eleições até 24 de Outubro, ou seja, daqui a muito poucos dias. Quais são as perspectivas, a seu ver?João Feijó: A avaliar pelas experiências anteriores, a CNE vai fechar os olhos a todas as evidências de fraude. Vai fechar os olhos aos problemas denunciados de enchimento de urnas, de editais que não estão assinados, editais falsos produzidos irregularmente, de situações de denúncia de corrupção de membros da assembleia de voto ou de expulsão de membros da assembleia de voto. Vai fechar os olhos a editais com 'números norte-coreanos' de vitórias de 100% de um partido em mesas de voto, em que 100% dos eleitores inscritos foram votar, inclusive em zonas transfronteiriças, como se ninguém tivesse morrido, como se ninguém tivesse viajado e todos os indivíduos recenseados fossem votar, ainda por cima no mesmo partido. Vai fechar os olhos a todas estas situações e vai simplesmente validar os resultados. A CNE é um órgão partidarizado onde todos os partidos estão presentes, mas onde a Frelimo está sobrerrepresentada e vai vencer sempre nas resoluções. O Presidente da CNE, mesmo que não concorde, talvez para salvar a sua face, até pode votar 'neutro', mas não vai impedir que estes resultados sejam validados e que a Frelimo vença com maioria absoluta. Desconfio que não vai haver nenhuma revisão de resultados e que simplesmente vão legitimar esta vitória da Frelimo com mais de 70% dos votos. São números que não convencem as pessoas, sobretudo a população urbana, que hoje vota sobretudo na oposição. Na verdade, não acho que haja algum partido que possa reivindicar a vitória, porque o nível de fraude, o nível de ilícitos eleitorais foi tão grave, tão omnipresente e foi desde o período de recenseamento até ao período de contagem dos votos, que os resultados estão tão 'martelados', que se torna muito complicado alguém poder reivindicar que venceu as eleições, porque na verdade houve tanta adulteração da vontade eleitoral. Começa a ficar complicado dizer que o partido A ou o partido B deve ter ganho as eleições. Vai ficar esta incógnita. Ninguém vai poder demonstrá-lo com evidência estatisticamente que ganhou ou vai ter dificuldades para o fazer. E assim gastou-se muito dinheiro em eleições para no final não haver um resultado que espelhe a vontade da população. Vai ficar a desconfiança de que estes escrutínios são ineficientes e inúteis e que é só um simples processo de gastar dinheiro, vai se tornar depois complicado no futuro Moçambique pedir financiamento para estes escrutínios. Eu penso que vai haver mais pressão no futuro para a revisão das regras eleitorais. Espero que o próximo Presidente tenha a capacidade de alterar essas regras, mas eu acho que ele não vai fazer. Até pode demonstrar alguma vontade política, mas nesse sentido de fazer reformas, mas mantendo sempre o controlo das regras do jogo. Porque o partido Frelimo sabe que a única hipótese de sobrevivência económica é através do acesso ao Estado, através do qual depois conseguem ter acesso aos recursos do Estado, aos concursos, às licenças de exploração de recursos naturais, aos empregos, às comissões destes negócios internacionais que têm sempre estas rendas que são distribuídas pela nomenclatura nacional. Então, por isso é que as lutas pelo acesso ao Estado são tão acesas, são tão incendiárias e por isso é que eu desconfio que o partido faça esta despartidarização das organizações eleitorais. Já vi esta promessa com Nyusi, mas depois não se concretizou, porque sabem perfeitamente que são estas regras do jogo manipuladas que garantem a sobrevivência do partido num contexto em que eles têm noção que estão a ser cada vez mais impopulares. Têm noção disso porque estão sempre rodeados de segurança. Porque se não tivessem medo da população, não estavam sempre tão rodeados de segurança. RFI: Julga que o sentimento de revolta que existe entre os apoiantes de Venâncio Mondlane possa de facto alastrar para outras categorias da sociedade e que isto possa eventualmente resvalar para algo mais grave?João Feijó: Atenção que a maior parte dos sectores da sociedade hoje em dia apoia a oposição. Há 20 anos atrás, os funcionários públicos eram os grandes apoiantes do partido Frelimo. Maputo, que era uma cidade onde se empregavam muitos funcionários públicos no aparelho central do Estado, votava claramente no partido Frelimo. Hoje é o contrário. Percebe-se claramente que em Maputo e Matola, a maioria da população vota na oposição, apesar de os resultados oficiais das eleições não transmitirem isso. O que a gente vê é que muitos funcionários públicos, hoje, votam na oposição. Eu conheço muitos funcionários públicos extremamente descontentes com a introdução da tabela salarial única, coisa que gerou muita frustração entre os funcionários públicos. Isto é evidente nos professores, no pessoal da saúde, no pessoal da Justiça, nas Forças de Defesa e Segurança. Durante estas eleições, houve muitas imagens que circularam de elementos das Forças de Defesa e Segurança a votarem ou até mesmo a apoiarem Venâncio Mondlane, onde na urna de voto tiravam foto ao seu distintivo junto ao X que marcavam em Venâncio Mondlane ou no 'Podemos'. Portanto, isto mostra que muitos sectores da sociedade hoje apoiam Venâncio Mondlane. Não é só aquela juventude urbana com muitos problemas de integração socioeconómica. É também a população empregada no sector formal da economia do Estado, mas também do sector privado, que vê este desgaste todo que teve a Frelimo e toda a trapalhada que a Frelimo fez nos últimos dez anos, desde o escândalo das 'dívidas ocultas' até passando pelo TSU, passando pela forma como foi gerido a guerra em Cabo Delgado, etc. Então, o Estado está muito fragilizado, o governo está muito fragilizado e perdeu o apoio de muitos sectores da população. Agora estes sectores não estão organizados, a oposição não está organizada. A Frelimo está organizada. Quando tomou o poder, em 1974, a Frelimo tinha grupos. Era um partido leninista que tinha uma estratégia. Tinha indivíduos que estavam infiltrados em Portugal a seguir ao 25 de Abril, que identificaram sectores da sociedade portuguesa que apoiavam os movimentos de libertação. O Aquino de Bragança teve essa missão e identificou no MFA, aliados que poderiam apoiar durante as negociações que depois aconteceram em Lusaka. Em Maputo tinha células já bastante organizadas nas escolas, nos bairros, nos locais de trabalho, onde orientavam as populações politicamente e usavam as pessoas politicamente e conseguiam, depois, sem telemóveis, sem redes sociais, transmitir o seu manifesto, as suas orientações, a sua estratégia política. Mas hoje a oposição não está ainda organizada desta forma. A Frelimo tem este lema de que a vitória prepara-se, a vitória organiza-se. Este princípio leninista e este princípio aplica-se inclusivamente à desorganização da oposição. Portanto, a oposição também não se organiza porque a Frelimo não deixa que a oposição se organize. Portanto, a primeira tarefa da Frelimo é desorganizar o seu adversário, bloquear verbas para campanha partidária, eliminar e criar obstáculos àqueles candidatos que possam ser mais desafiadores e incómodos ao partido. Proibindo estas marchas, estas organizações de manifestações, inclusivamente de marchas pacíficas. Então fica muito complicado para a oposição transformar este descontentamento estrutural num projecto organizado e alternativo de governação. Portanto, é um movimento de indivíduos que dão o peito às balas, que dão o peito ao gás lacrimogéneo, que queimam os pneus na rua, que provocam o medo, que paralisa, mas que não provocam mudança estrutural. Não é uma alternativa ainda, mas não é uma alternativa, porque a Frelimo não permite que seja uma alternativa. E o problema disto é que isto está a dar razão àquele princípio que a Renamo tinha de que a única hipótese de transformação política em Moçambique era através da via militar, através da existência de uma guerrilha nas matas. Aquela ideia de que, como dizia Samora, o poder não se conquista, arranca-se. Ou seja, ao impedir a forma de participação democrática, ao assassinarem juristas, mandatários de partidos da oposição, a informação que estão a dar à população é que a única hipótese de participar politicamente é através da guerrilha agora urbana, porque houve já o DDR. Moçambique não pode ser construído desta forma. E esta músculo, esta musculatura toda, só vai contribuir para a instabilidade política, económica e social. E a Frelimo tem que perceber uma coisa: a população hoje não está com a Frelimo.
Eleições em Moçambique: Pesquisador João Feijó diz "ter dúvidas" sobre resultados eleitorais em Cabo Delgado. Membro do partido PODEMOS apela à paralisação na província de Cabo Delgado. Dez anos após a falência do Banco Espírito Santo (BES), começou esta semana o julgamento do caso, que envolve ligações a Angola. E a visita oficial do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Alemanha.
O órgão digital americano 'Politico' publicou nesta quinta-feira um extenso artigo intitulado "Todos devem ser decapitados" em que o seu autor, o jornalista Alex Perry, evoca os abusos alegadamente cometidos entre Abril e Julho de 2021 em Cabo Delgado por militares moçambicanos que garantiam a segurança da plataforma da gigante petrolífera francesa Total em Afungi. De acordo com o que é relatado neste artigo, os referidos militares prenderam um grupo de 180 a 250 habitantes locais sob a acusação de participarem na insurreição ocorrida em finais de Março de 2021 na vila de Palma, nas imediações das instalações da Total. Durante três meses, refere Alex Perry, essas pessoas estiveram amontoadas dentro de contentores à entrada da plataforma da petrolífera, foram espancadas, torturadas, e algumas delas executadas. Só terão sobrevivido 26 pessoas.A Total que, entretanto, suspendeu o seu projecto orçado em 50 mil milhões de Dólares para a exploração de gás natural em Cabo Delgado e que ainda não retomou as suas actividades devido à insegurança, refere que não tinha "conhecimento dos alegados acontecimentos descritos".Na sequência de uma auditoria efectuada nomeadamente pelo diplomata francês Jean-Christophe Rufin, o jornalista Alex Perry afirma que a petrolífera optou por deixar de pagar directamente ao exército o seu contributo para a segurança do local, passando a pagar ao governo, no intuito de cortar qualquer elo directo com o conflito em curso em Cabo Delgado.Aqui em França, as alegações de violações dos Direitos Humanos por parte de elementos das forças armadas moçambicanas e a eventual responsabilidade da Total nesta situação têm merecido a atenção de uma comissão parlamentar de inquérito, alguns eleitos e ONGs reclamando uma investigação por parte da justiça e também que a Total saia de Cabo Delgado.Foi sobre o conteúdo deste inquérito que conversamos com João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural, que conhece profundamente a situação de Cabo Delgado e não se mostra surpreendido com as revelações desta investigação.RFI: Já tinha conhecimento das situações que são relatadas no artigo de Alex Perry?João Feijó: Não é a primeira vez que há relatórios internacionais a denunciar alegadas violações de Direitos Humanos por parte das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional já por várias vezes o tinham feito em Macomia, em Quissanga, inclusivamente realizadas até pelo grupo de mercenários 'Advisory Group'. Vários textos académicos publicados, por exemplo, pela Unirovuma ou pelo Observatório do Meio Rural, vêm denunciando situações de excesso de zelo por parte dos militares moçambicanos. A minha experiência no terreno, a falar com as populações, leva a concluir que as pessoas têm muito medo da tropa moçambicana, sobretudo a população da costa muçulmana. Não tanto a população maconde cristã do interior, mas sobretudo a população islâmica, grupos etnolinguísticos predominantemente muçulmanos. Então, a tropa moçambicana não fala as línguas locais, não tem uma formação e um entendimento socioantropológico da população local, não entende a origem do conflito. A formação que tem é que basicamente sente que o inimigo não tem rosto e 'não podemos confiar em ninguém'. Logo, desconfiam profundamente da população. E a verdade é que os guerrilheiros dos Al-Shabab, como a população lhe chama, têm apoio de vários sectores da população e, na verdade, são filhos da terra que dão informações aos soldados, que infiltram armas, que recrutam, que se voluntariaram ou que são capturados, que fazem negócios de logística. Portanto, colaboram com os Al-Shabab. Então, como numa guerra de guerrilha, ninguém tem escrito na testa se é ou não Al-Shabab, os militares, numa situação de desespero, de fadiga, que não falam as línguas locais, que assistiram à morte de seus camaradas assassinados, entram em clara situação de stress ou de burn-out e cometem excessos. Houve vários vídeos que foram divulgados nas redes sociais que mostram, por exemplo, um vídeo, se calhar o mais sensacionalista, foi o vídeo da execução de uma mulher por parte de um grupo de militares que estavam com a farda do exército moçambicano e que falavam português e que no final, depois de terem baleado pelas costas, orgulharam-se de terem morto um Al-Shabab. Na verdade, mataram uma mulher nua, a sangue frio pelas costas, que não estava armada. Portanto, este vídeo é apenas um exemplo. Houve outros vídeos que circularam de militares a degolar outras pessoas. Houve um período que foi aquele período de 2020-2021, em que foram cometidos muitos excessos por parte de uma tropa que não tinha o controlo da situação, que não tinha preparação militar, que não tinha logística, que não tinha equipamentos, não tinha uma rede de inteligência, um apoio aéreo na verdade, a tropa moçambicana também é vítima desta situação. São miúdos que são enviados para a frente de batalha sem preparação para um exército que não está organizado, com problemas, se calhar também de liderança e com problemas logísticos e depois descarregam na população. Esta ideia é largamente sabida. Não é uma novidade para ninguém. Aliás, a história das Forças Armadas moçambicanas, desde a guerra da Renamo chamada 'A Guerra dos 16 Anos' e a história da violência contra civis, precisamente porque em guerras de guerrilha, muitos civis estavam no sítio errado, na hora errada e pactuaram com a tropa guerrilheira que se insurgiu contra o Estado moçambicano. Então, estão tão documentadas as violações de Direitos Humanos perpetuadas pela tropa moçambicana que estes relatos não deixam as pessoas assim tão surpreendidas quanto isso.RFI: Relativamente a este caso, acha que também é uma questão de falta de preparação, de desconfiança dos militares relativamente a populações que são descritas neste artigo como sendo inofensivas?João Feijó: É preciso contextualizar o que aconteceu aqui. Há ali alguma imprecisão no texto do Alex Perry. A cidade de Palma não esteve ocupada pelos insurgentes durante vários meses, como ele diz. Houve o ataque de Março de 2021 e, de facto, a insurgência ocupou e controlou ali o centro da vila, a partir de onde organizou pilhagens e raptos e fez destruições e assassinatos e levavam as pessoas para cima (mais a norte) e regressavam. Ao fim de mais ou menos uma semana saíram e a tropa moçambicana ocupou a vila. Depois, em Abril, Maio e Junho, houve mais duas tentativas de ataque por parte dos Al-Shabab. Portanto, a partir de Março, não haviam ali jornalistas. Grande parte da população havia fugido ou estava aglomerada em reassentamentos, ou estavam escondidos nas matas ou nas ilhas, ou tinham fugido para o sul via Mueda, ou tinham fugido para Tanzânia e depois foram repatriados para Moçambique, via no governo. Portanto, a maioria da população estava escondida ali nas matas e era essa população que estava ali nas matas, que era a população de que a tropa moçambicana desconfiava, porque achavam que podiam ser guerrilheiros, que estavam ali a fingir que eram camponeses. Então há um esforço por parte da tropa moçambicana de fazer uma contra-ofensiva, ocupar aquelas aldeias em volta de Afungi. Então, nesse esforço, a população que estava dispersa no mato foi acantonada junto a alguns bastiões militares, com o objectivo de separar a água do peixe e contrariar a guerra e alargar o perímetro de segurança à volta de Afungi e proteger este grande projecto económico. Porque a doutrina moçambicana é entre proteger a população e proteger um grande projecto económico, geralmente opta-se por proteger o grande projecto económico. E foi o que aconteceu. Durante o ataque a Palma, as forças de segurança concentraram-se sobretudo na defesa do projecto de Afungi, do qual o Estado moçambicano é accionista. Ainda que o accionista maioritário seja a Total Energie, o Estado moçambicano também é accionista.Então, houve este esforço de aumentar o perímetro de segurança e, lá está, como não era claro quem é que é guerrilheiro, quem não é guerrilheiro, houve muita gente que foi confundida e foram presos e torturados. No meio deles provavelmente alguns eram Al-Shabab, outros não. Mas agora, o que eu acho que também aqui é importante reter é que a tropa moçambicana não domina as línguas locais, não conhece as características socioantropológicas daquela população. São indivíduos que são pescadores, são indivíduos que são comerciantes e que geralmente têm sempre dinheiro no bolso. Porquê? Porque vão à pesca, têm peixe e vendem. Então, nestas rusgas que existiam, quando apanhassem alguém que tinha uma quantia mais avultada no bolso, 5 a 10.000 Meticais -estamos a falar que já em 200 Dólares- era logo motivo para desconfiar que ele seria Al-Shabab, porque os Al-Shabab geralmente tinham dinheiro no bolso. Como grande parte destes militares, muitos não eram da região, não eram pescadores, não eram muçulmanos, não eram comerciantes, portanto, não entendiam estas características da população. Desconfiavam muitas vezes de pessoas das quais não tinham motivos para desconfiar, se tivessem tido uma ou outra preparação para as interrogar.RFI: A questão que está colocada neste artigo é até que ponto é que a Total sabia ou não desta situação e era ou não responsável disso?João Feijó: Eu já tinha ouvido essas histórias por parte das populações. Aquilo que o Alex Perry relata neste texto, já me tinha sido confidenciado a mim por parte de aldeões daquela zona. Aquelas populações que viviam ali, vivenciaram este tipo de episódios ou têm familiares que foram vítimas destes episódios. Numa das aldeias, chegaram a falar dos 70 jovens que desapareceram das mãos das Forças de Defesa e Segurança e quando eles foram perguntar aos militares o paradeiro dos respectivos familiares, a resposta que tiveram foi 'os vossos familiares são Al-Shabab'. A Vila de Monjane foi muitas vezes atacada pelos Al-Shabab e desconfiava-se que aquela vila estava altamente infiltrada com indivíduos pertencentes a este grupo rebelde. Mas da parte dos aldeões também ouvi a versão de que alguns destes ataques eram feitos pelas próprias Forças de Defesa e Segurança, uma vez que sabiam que parte daquela população tinha recebido muito dinheiro e indemnizações porque tinham saído das terras e, com esse dinheiro, haviam comprado electrodomésticos, plasmas, painéis solares. Portanto por parte da população, havia discursos para todos os lados ou que eram Al-Shabab os que atacavam, ou que eram os próprios militares que atacavam. A mim, custa-me a acreditar que a Total não tivesse tido informações deste excesso de zelo por parte dos militares, porque este excesso de zelo e estas atrocidades já vinham sendo relatadas em vários relatórios internacionais. Portanto, tinham que estar muito distraídos para não saberem o que estava a acontecer ou pelo menos para não perceberem que havia indícios de atrocidades cometidas pelas Forças de Defesa e Segurança, porque toda a população que vivia ali, sabia do que se estava a passar e todos os investigadores independentes e indivíduos de organizações não-governamentais tinham alguma informação de que as coisas não estavam bem. Aliás, eu, para ser sincero, eu noto que as pessoas que eram meus assistentes de pesquisa em Palma tinham muito medo das Forças Armadas de Moçambique. E isso ilustra qualquer coisa. Esse trauma e esse medo que têm, deve vir de alguma experiência vivida ou ouvida ou contada que as pessoas tiveram. Até porque é aos militares ruandeses que a maior parte da população, a esmagadora maioria da população, agradece e recorre sempre que tem algum problema. As Forças Armadas Moçambicanas são consideradas corruptas, oportunistas, desconfiadas e violentas. Mas entre os militares da FADM que participavam na escolta do pessoal que trabalhava em Afungi ou que em algum momento fez trabalho em Afungi -eu inclusive- chegavam muitas vezes a transmitir esta representação de que 'são estes aqui que são os confusos, são estes aqui que são traiçoeiros', referindo-se à população como indivíduos em quem não podemos confiar e que apoiam em segredo os Al-Shabab. Mas aqui é óbvio que sectores da população apoiam os Al-Shabab. Não serão a maioria, mas há indivíduos que, de facto, têm ligações e apoiam os Al-Shabab. Depois, não se conseguindo distinguir -porque as pessoas não têm escrito na testa que 'eu sou terrorista ou eu não sou terrorista' há depois um excesso de zelo. E paga o justo pelo pecador. RFI: A linha de defesa da Total é que "não tinha conhecimento destes casos" e inclusivamente, recentemente deixou de pagar directamente ao exército moçambicano a sua contribuição para a segurança naquela zona e passou agora a pagar directamente ao próprio governo moçambicano. Julga que isto é suficiente para a Total evitar problemas? João Feijó: Eu não sou jurista. Agora, aqui há uma coisa que é preciso ver primeiro: quem é responsável pela segurança dos moçambicanos não é uma empresa multinacional, é o Estado moçambicano. A função da empresa multinacional, neste caso de extracção de gás, é pagar impostos e depois, com esses impostos, é a função do Estado promover a segurança das pessoas. No entanto, a partir do momento em que moçambicanos se rebelam contra o Estado, a partir do momento em que esses moçambicanos criam um grupo armado não-estatal, a partir do momento em que Total é sócio do Estado moçambicano num consórcio chamado Moçambique LNG e a partir do momento em que a Total paga directamente à tropa moçambicana para proteger as suas instalações ou instalações das quais é proprietária ou accionista, directa ou indirectamente, a organização assume um lado do conflito e torna-se vulnerável perante abusos dessa tropa que depois que não consegue controlar. Unicamente, o que podem fazer é ameaçar cortar o valor no caso de haver denúncias de violação de Direitos Humanos. A única coisa que podem fazer é encaminhar as denúncias para o comando, depois fazerem investigação, mas depois são militares a investigar outros militares e não se garante, depois, que seja uma investigação justa, independente e eficaz. Até é isto que constava no relatório do Jean-Christophe Rufin, que era precisamente este conselho que a Total dever-se-ia proteger e não deveria pagar directamente aos militares, porque depois ficava vulnerável a qualquer acto que eles pudessem realizar.RFI: Face a esta situação, qual é o papel que assume o Estado moçambicano? O que é que eventualmente deveria fazer? A seu ver, porque é que não houve, por exemplo, algum tipo de reforma no seio das Forças Armadas para evitar essas derrapagens?João Feijó: Mais importante que isso, no curto prazo, o Estado moçambicano deveria ter realizado um luto nacional, deveria ter realizado uma cerimónia ali junto da população e, ainda que simbolicamente, devia ter reconhecido a incapacidade que teve de proteger a população. Deveria ter tido até a coragem de pedir desculpa às vítimas. Devia ter feito uma investigação sobre o que realmente aconteceu e depois reparar as pessoas pelos danos causados. Isto seria fazer cumprir a Constituição. Mas este tipo de atitude é ficção científica. Não entra na cultura política moçambicana o Estado pedir desculpa à população por ter falhado com o seu dever de proteger a população. Portanto, isto é algo que que é praticamente impossível de acontecer, porque se houvesse esta atitude política de pedir desculpa à população, isto poderia significar uma desmoralização ainda maior das Forças de Defesa e Segurança, porque elas são vítimas também desta guerra. Eles recebem salários claramente insuficientes para garantirem a sua subsistência, têm problemas de logística, não têm qualquer formação para enfrentar uma guerra destas, não têm apoios aéreos, apoios médicos e muitas vezes, quando morrem em combate, a família nem é informada ou informada muito tempo depois, ou nem recebe o corpo. Portanto, há tantas fragilidades institucionais que se os militares fossem responsabilizados por estes abusos que realizaram, o nível de desmotivação e desmoralização seria muito maior, ou até de insubordinação depois em relação às chefias. Portanto, a solução que é adoptada pelo Governo de Moçambique é fazer um silêncio que depois, por parte da população, é entendido como um silêncio cúmplice. Portanto, 'eles não falam é porque estão de acordo e é porque sabem o que aconteceu e calam-se'. Depois, as reformas que era preciso realizar, são reformas estruturais que são muito difíceis de realizar, porque isto mexe com a reorganização das Forças Armadas, com um maior controlo efectivo dos negócios de logística que são realizados durante os períodos de guerra, que não são escrutinados pelo Tribunal Administrativo. Portanto, as forças de segurança recebem cada vez mais fatia do Orçamento de Estado, mas não há um escrutínio, nem tão-pouco numa comissão específica da Assembleia da República para estes assuntos de segurança. Então a guerra torna-se funcional e o estado das coisas torna-se funcional. E depois o problema da fragilidade das instituições não é apenas das Forças Armadas de Moçambique. É transversal a todos os sectores da sociedade moçambicana. Então, é um problema estrutural. Por alguma razão, foi preciso pedir o apoio de tropas ruandesas e do SAMIM para estabilizar novamente aquela região, porque a tropa moçambicana tem problemas estruturais profundos que vão demorar vários anos a resolver. Pois agravam-se as tensões internas que existem dentro do governo e dentro do partido, de competições por negócios de segurança, como ficou patente na sequência das 'dívidas ocultas' e da passagem da administração Guebuza para a Administração Nyusi e como é que foi, depois, gerido aquele processo de defesa da costa, daqueles barcos e daquele equipamento todo que foi adquirido, que depois não foi utilizado com o argumento de que esse equipamento não servia, mas na verdade pode estar associado a negócios e comissões relacionadas com a aquisição de equipamento militar. RFI: Esta semana, o Presidente da República disse que o seu executivo tem andado a trabalhar no sentido de a Total retomar às suas actividades. A própria Total, há uns tempos atrás, também disse que previa regressar a Cabo Delgado e, eventualmente, começar daqui a dois ou três anos a efectivamente explorar o gás. O que é que de facto foi feito pelo executivo moçambicano para a Total regressar a Cabo Delgado? João Feijó: Nunca foram apresentados claramente por parte da Total quais eram os indicadores que deveriam estar satisfeitos para que a Total regressasse. No entanto, esteve mais ou menos implícito nas declarações que haveria condições para tal regressar, quando a população regressasse primeiro, quando houvesse segurança e quando as funções do Estado também regressassem, reabrisse as escolas, os centros de saúde e por aí fora. A verdade é que num raio de 50 quilómetros de Afungi, foi garantido a segurança por parte das tropas ruandesas, juntamente com a tropa moçambicana. A tropa moçambicana aguentou aquele período do primeiro semestre de 2021 e nesse aspecto, há que reconhecer, à custa desta brutalidade toda que está relatada no relatório do Alex Perry e que funcionários da Total conheciam, porque quando estive em Afungi, vários funcionários da Total implicitamente deixavam essa ideia que tinham conhecimento de algum excesso. Então a questão da segurança está garantida. Em segundo lugar, a população regressou e as funções do Estado regressaram, sobretudo ao nível da educação e da saúde, muito mais precários do que eram antes da guerra, não tanto ao nível da justiça. Portanto, ao nível da justiça, não há um tribunal em Palma a funcionar, não há um juíz a residir em Palma, não há um procurador. A própria prisão foi destruída, inclusivamente em Mocímboa da Praia. Portanto, em Palma e em Mocímboa da Praia, que são no fundo, o epicentro deste grande investimento do gás, não existe uma instituição da Justiça a funcionar devidamente. Os julgamentos têm que decorrer até em Pemba ou em Mueda e nem há dinheiro para transportar as pessoas. E há pessoas que estão presas há meses a a guardar julgamento. Isto num sítio onde vai ser feito um investimento de biliões de Dólares. Há aqui aspectos ainda a melhorar. O que é que o governo fez para estabilizar aquela zona? Eu acho que quem realmente estabilizou aquela zona foi, primeiro, a tropa ruandesa, com uma acção de contraterrorismo que de facto foi eficaz porque conseguiu conquistar a confiança da população, em paralelo com a Total Energie que criou o melhor projecto de contra-insurgência ali naquela zona à volta de Afungi. Por isso é que nós chamamos aquele território do 'Totalândia'. Aquilo é administrado simbolicamente pelo Estado moçambicano, mas é um Estado profundamente descapitalizado, que nem tinha sequer condições para operar e era a Total que disponibilizava os contentores para eles poderem trabalhar, os computadores, os subsídios, inclusivamente para emissão dos próprios bilhetes de identificação e números de identificação fiscal, porque era preciso depois pagar subsídios e as pessoas tinham que emitir documentos, tinham que abrir contas bancárias para receberem as compensações. Então era a Total que ajudava o Estado a emitir os próprios documentos de identificação. A Total deu um grande apoio ao Estado para se instalar ali. Portanto, o Estado moçambicano, uma vez que a Total já fazia este esforço no nordeste, concentrou o seu apoio, sobretudo no sul da província, porque lá tinha consciência que seria a Total a gastar esse valor. Agora parece-me que a maior parte das condições já estão reunidas ali no terreno e acho que a Total hoje está disposta a reiniciar as suas actividades. Mas parece-me que são os investidores aqueles que estão mais relutantes em investir. Penso que estão na expectativa, talvez de garantir esta questão da segurança, estão talvez na expectativa de saber quais serão as decisões climáticas que vão ser tomadas a nível global. Podem estar também na expectativa de saber o que é que os principais governos vão decidir em relação à política de gás. Eu penso que são estes fundos internacionais, estes fundos de pensões, que vão colocar o dinheiro neste grande projecto, que estão os mais relutantes em investir. RFI: E lá está, os investidores já não estão assim tão entusiasmados com o projecto da Total em Cabo Delgado. Há também operadores económicos em Cabo Delgado que não vêem com tão bons olhos este projecto e entretanto, aqui em França, há eleitos e também ONG's que reclamam o fim deste projecto, a saída da Total de Cabo Delgado e inclusivamente a abertura de um inquérito. Julga que este é um cenário plausível? João Feijó: O que seria o ideal aqui é que fosse a sociedade moçambicana a pressionar o Estado a realizar um inquérito para se avaliar exactamente o que é que aconteceu e corrigirem-se esses erros e responsabilizarem-se as pessoas e fazerem-se reformas. Acontece que o governo moçambicano não é particularmente sensível às pressões das pessoas. O pacto social moçambicano não prevê este escrutínio da população às acções do Governo, não obstante haver esta possibilidade de eleições de cinco em cinco anos. Então, o Estado moçambicano, muitas vezes, é mais sensível às pressões externas e neste caso, seriam as pressões da parte de um grande investidor -a Total- poderia ter um papel aqui importante, se dissesse 'nós só vamos regressar no dia em que houver aqui uma reforma e uma investigação neste aspecto, neste e neste', o Estado moçambicano aí talvez fizesse alguma ginástica para realizar um relatório e, de alguma forma criar uma narrativa para justificar o que aconteceu agora a nível internacional. Se a esquerda europeia tem capacidade de obrigar a Total fazer essa investigação e responsabilizar a Total, eu não sei. Mas tudo vai depender das encruzilhadas políticas que houver aí na Europa e dos jogos de interesses e dos lobbys. Se houver lobbys contra o gás, poderão usar este incidente para incriminar a Total e interromper este projecto. Então, tudo vai depender da força política destes lobbys de interesses que muitas vezes têm outros interesses energéticos por trás, de energias alternativas ou de energias não-alternativas, se calhar do nuclear ou das eólicas, das renováveis, etc.
Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, dissolve Parlamento e convoca legislativas. Em Moçambique, número de condenados por crimes de terrorismo em Cabo Delgado sobe para 17. Na Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló diz que vai confiscar a aeronave apreendida com drogas no país - como isso será feito?
Angola: Presidente João Lourenço não pôs fim à política da bajulação no MPLA – está a se beneficiar dela? Em Moçambique, violência mancha as duas primeiras semanas da campanha eleitoral. E, na Tunísia, repressão a candidatos e migrantes ofusca a corrida eleitoral.
Sociedade civil angolana exige esclarecimentos sobre recuperação de ativos da empresária Isabel dos Santos. Famílias que fugiram do terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique, relatam dificuldades e "vida difícil" em Pemba. No Quénia, jovens voltam a sair às ruas em protestos antigovernamentais para "recuperar o país".
Em Moçambique: Polémica sobre novas tarifas de telecomunicações continuam. Em Cabo Delgado: Erosão dos solos ameaça comunidade de Pemba. Expulsões coletivas ilegais de migrantes na Tunísia financiadas pela UE.
Originally released as episode 76, in this episode Luis continues going over Bacillus. Now that we know its groups and what diseases they are implicated on, it's time to talk about media and morphology. What do the colonies look like? What is MYP agar? PEMBA? Tune in to find out.Questions? Feedback? Send those to letstalkmicro@outlook.comWant to support the podcast? Here's how:Venmo: https://venmo.com/u/letstalkmicroBuy me a Ko-fi: https://ko-fi.com/letstalkmicro
A população do distrito de Macomia, no centro da província de Cabo Delgado, denunciou já no início deste mês de Abril a movimentação de grupos terroristas nas zonas de produção agrícola, criando medo na comunidade e precipitando mesmo a fuga de alguns camponeses. Carlos Almeida, coordenador da Helpo, fala num “clima de apreensão” acrescido pelo facto dos ataques recentes terem ocorrido a cerca de 80km da cidade de Pemba. A população do distrito de Macomia, no centro da província de Cabo Delgado, denunciou já no início deste mês de Abril a movimentação de grupos terroristas nas zonas de produção agrícola, criando medo na comunidade e precipitando mesmo a fuga de alguns camponeses.Depois de alguma aparente acalmia, o ano de 2024 chegou com uma nova onda de ataques na província de Cabo Delgado que há quase sete anos enfrenta uma insurgência armada.Carlos Almeida, coordenador de projectos em Moçambique da ong portuguesa Helpo desde 2010, fala num “clima de apreensão” acrescido pelo facto dos ataques recentes terem ocorrido a cerca de 80km da cidade de Pemba e de se ter constatado “uma movimentação por parte destas forças insurgentes terroristas”, deslocando-se do norte para o sul da província de Cabo Delgado.RFI: Qual é o actual retrato do terreno?Carlos Almeida: A Helpo trabalha em Cabo Delgado desde 2009. Eu sou coordenador nacional da Helpo desde 2010, por isso tenho acompanhado bem as últimas circunstâncias na província.Neste momento sentimos, efectivamente, um clima de apreensão, nomeadamente na cidade de Pemba. As pessoas não vivem com receio nem vivem em terror, mas têm uma grande apreensão pelo facto de ultimamente terem ocorrido ataques nos arredores - a cerca de 80 quilómetros, 100 quilómetros. As pessoas têm a noção que estes ataques são muito localizados em zonas de mata muito densa e que dificilmente podem chegar à cidade. Mas há sempre um receio que alguma coisa possa acontecer.Neste ano de 2024, a principal alteração - e isso mudou muito a percepção que as pessoas estão a ter - é o facto de desde Janeiro ter havido ataques a sul da capital da província, Pemba. Ou seja, há uma movimentação por parte destas forças insurgentes terroristas que vieram fazer alguns ataques mais a sul. Isso deixa sobretudo as pessoas numa grande apreensão. Depois de um período intenso de ataques, registou-se uma acalmia e, agora, uma nova onda de ataques. Isto altera o cenário da região?Estes ataques começaram a 05 de Outubro de 2017, na vila de Mocímboa da Praia e desde então não têm parado. Há ataques que são mais mediáticos do que outros. Por exemplo, agora, mais recentemente, o facto de terem atacado umas aldeias que tinham umas missões católicas e que obrigou a que os missionários fugissem, causou esta onda de maior mediatismo. No entanto, os ataques têm ocorrido de forma contínua, embora sem merecer este destaque na comunicação social.Aquilo que aconteceu, neste ano de 2024, foi pelo facto de ter entrado numa zona mais a sul ter provocado uma grande onda de deslocados nos dois distritos mais a sul, nomeadamente Mecúfi e sobretudo em Chiure.No distrito de Chiure houve um número [de deslocados] que, de repente, ultrapassou os 100.000. Na verdade, este número de deslocados tem vindo a subir e a descer. Já ultrapassou um milhão de deslocados internos, 1.066.000, se não estou em erro. Entretanto tinha vindo a diminuir, porque as pessoas estavam a regressar em massa, sobretudo para a zona de Palma, Mocímboa da Praia e Moeda. Agora estes últimos ataques tiveram essa nota forte pelo facto de serem ataques em zonas onde nunca tinham ocorrido antes. Provocou esta movimentação muito grande de populações, grande parte dela tendo fugido para a província a sul, para Nampula. Houve também outra nota que foi marcante: foi o facto de, pela primeira vez, ter ocorrido um ataque na Estrada Nacional número um, que a estrada que liga Maputo até Pemba, capital da província de Cabo Delgado. Atacaram um camião cisterna. No entanto, no dia seguinte a estrada foi reaberta e os militares estavam a controlar. Voltando à questão dos deslocados, têm estado a receber o apoio necessário? Os ataques em Cabo Delgado começaram em 2017, entretanto, o mundo mudou, há a guerra na Ucrânia e em Gaza. Estas pessoas têm estado a receber ajuda ou o facto de esta situação perdurar no tempo acaba por cair no esquecimento? Este conflito, efectivamente, corre o risco de passar para um conflito esquecido. Há pessoas que estão deslocadas em centros de reassentamento há anos. Algumas delas conseguem refazer as suas vidas no novo local, porque não têm vontade de voltar ao local de origem. Muitas delas - da nossa experiência de trabalho - quando fogem para um sítio onde têm acesso a mais escolaridade para os filhos, não voltam ao local de origem onde viviam, em aldeias onde as escolas secundárias estavam 50, 60 quilómetros e os filhos não tinham possibilidade de estudar. Essa tem sido uma das razões que levam a que as famílias fiquem além, obviamente, da questão da segurança. O Programa Mundial da Alimentação tem estado a receber grandes cortes de financiamento. Não fazem entregas como faziam há uns anos.Quando acontecem estas situações agudas, como foi agora, as instituições governamentais moçambicanas através do INGD têm a possibilidade de dar algum apoio, mas é simplesmente um “penso-rápido” para resolver o problema na hora. Aquilo não vai curar nada. Ninguém consegue sobreviver durante um largo período de tempo com essa ajuda. As pessoas estão muito cansadas desta situação, desta precariedade, quando já se deslocaram para um sítio, ainda têm de se deslocar para outro. Há muitas pessoas que não têm grande escolha.Outra situação que é muito importante, é que aqui, normalmente, metade dos agregados familiares são crianças. Quando há esta movimentação, metade dos números normalmente correspondem a crianças, porque a taxa de natalidade é muito grande e, por isso, os números são sempre muito pesados no que diz respeito ao número de crianças que são vítimas destas situações. E também provavelmente as mulheres? Sim, as mulheres sofrem de uma grande fragilidade. No norte de Moçambique temos, quer por questões religiosas, quer também por questões culturais apesar de serem a força da família - as mulheres são vistas com um papel secundário. Há muitos homens que pura e simplesmente fazem um filho e abandonam. Há muitas mulheres solteiras com crianças. Há sempre relatos de mulheres que estão numa situação de fragilidade porque se não têm uma protecção familiar, facilmente se vêem a braços com situações ainda mais graves, nomeadamente de abuso sexual. Há muitas crianças envolvidas no meio disto tudo. Como é que essas crianças, esses jovens, olham para o futuro? Eles que acabam por nascer ou crescer numa região que supostamente prometia tudo e que neste momento não lhes promete absolutamente nada? A Helpo tem estado muito atenta a esta situação, inclusive eu estou a fazer um mestrado em Estudos Africanos e a minha tese de mestrado tem a ver com isso, com o impacto destas calamidades, entre as quais o terrorismo nos percursos escolares dos jovens de uma aldeia específica, de Mocímboa da Praia onde a Helpo trabalha desde 2011. Aquilo que nós podemos sentir é que se calhar este é o problema - é uma causa e acaba por ser a raiz do problema - os jovens hoje em dia têm muita dificuldade em perceber o real valor da escola. Ou seja, há muitos jovens que não têm acesso à escola e aqueles que têm acesso à escola sentem que, mesmo estudando, mesmo concluindo a escola secundária, não há oportunidades de emprego. Sentem que estudam e que não lhes serve de nada. Aquilo que acontece normalmente é que estes jovens ficam sem esperança, ficam sem objectivos e por isso são, facilmente, aliciados para integrarem estas forças de insurgentes. Porque sabemos que tem sido assim que têm funcionado. Mais do que questões religiosas, é sobretudo a falta de perspectivas de futuro, o facto de estarem muito zangados com aquilo que acontece no país, não terem perspectivas sobretudo na parte da educação.Para quem conhece Cabo Delgado tem cerca de 2.600.000 habitantes. É uma área vasta e é uma província que apenas tem duas cidades, Nampula e Montepuez. Depois o resto são vilas, o que faz com que em muitos dos distritos de Cabo Delgado apenas haja uma ou duas escolas secundárias, ou seja, há pouca distribuição de escolas secundárias. Há pouco Estado na província, porque há muita zona rural. Há muito mato, muita floresta, que são coisas boas, são ricas, mas é difícil conseguir-se emprego. O único emprego que as pessoas conseguem é o de subsistência, que é conseguir ter uma machamba, um campo agrícola, onde vão cultivar para sobreviver e vender alguma coisa. Mas os jovens hoje em dia já ambicionam coisas diferentes, todos os jovens têm acesso às redes sociais, vêem como vivem os jovens em Maputo, vêem como vivem os jovens na Europa e ambicionam coisas diferentes. Por isso, aquilo que antigamente era o passaporte para uma vida melhor - o acesso à educação - neste momento, não garante que esse passaporte permita o elevador social.
Ich bin im Hotel aufgewachsen. Habe in Hotels gearbeitet. Hotels sind mein Leben. Ich habe in Hotels geschrieben, gefeiert und getrauert. Ich bin in Hallen gesessen. Habe in Dampfbädern geschwitzt, aus Zimmerfenster in die Weite geblickt. Ich habe viele Zimmer gesehen. Eines wie dieses aber noch nie. Es liegt unter Wasser.www.seazentravel.com/abo Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
Olá! No programa Bruxa Ensina: Especial de Umbanda, a Bruxa Evani comenta sobre a simbologia dessa religião, explorando temas como a Lei de Pemba, os pontos de Exu e muito mais. Descubra os significados por trás desses símbolos e aprofunde seu conhecimento na Umbanda. Não se esqueça de se inscrever no canal e ativar as notificações para não perder nenhum dos nossos vídeos! ~~~~~~~~~~~ Siga-nos no Instagram: Bruxa Evani: https://www.instagram.com/bruxaevani/ Nova Ordem do Sol:https://www.instagram.com/novaordemdosol/ Alma da Floresta: https://www.instagram.com/almadafloresta.loja/ Conheça nossos cursos: https://mysticalweb.com/ Para consultas astrológicas personalizadas, cursos presenciais, entre em contato conosco pelo telefone/whatsapp: (11) 94034-3160
Anuncian la creación de la Fiscalía de Mujeres y la Niñez en Coahuila Embajada de EU en México abre vacantes Mueren 9 personas por comer tortuga marina en la isla de Pemba de Zanzíba
Angola: UNITA, maior partido da oposição, quer tornar as autarquias uma realidade em Angola durante a presente legislatura. Cabo Delgado não regista nenhum progresso, apesar dos esforços anunciados pelo Governo nesse sentido, afirma o bispo de Pemba. A Europa está preparada para o regresso de Donald Trump à Casa Branca, nos Estados Unidos?
Moçambique: Nyusi disse que novos ataques em Quissanga visam criar pânico. Exclusivo DW: Bispo de Pemba diz violência no norte de Moçambique está a afetar a prática religiosa. Ex-Presidente russo acusa Alemanha de "estar a preparar guerra" contra a Rússia. Alemanha responde que Putin quer "desestabilizar" o país. Leverkusen cada vez mais perto do título inédito da Bundesliga.
O terrorismo em Cabo Delgado está na ordem do dia da agenda política de Moçambique. Nyusi disse que novas movimentaçoes rebeldes resultam de tentativas de recrutamento. Analista diz que "uma tomada de Pemba pelos terroristas é bastante improvável". Gomes Nabiam demitiu-se do cargo de Conselheiro Especial de Umaro Sissoco Embaló. A viúva de Navalny promete continuar a luta política do marido.
In this episode, we dive into different approaches to optimizing health through nutrition with board-certified interventional cardiologist and professional chef Dr. Michael Fenster. Michael S. Fenster, MD, FACC, FRSM, FSCA&I, MIANE, PEMBA, member FIDES, known to friends and fans simply as “Chef Dr. Mike,” is one of the world's only board-certified interventional cardiologist and professional chef. He holds cross-faculty appointments at The University of Montana (College of Health and UM Medicine, School of Public Health, and Missoula College Culinary Arts Program). He currently teaches one of the country's leading courses on Culinary Medicine at The University of Montana. In addition to his clinical practice, he has a huge media footprint. He has had innumerable television appearances, including The Doctors and Fox National News, where he has served as a national contributor. He has hosted a national radio show, Code Delicious with Dr. Mike, featured on RadioMD, and a sponsored weekly podcast, Journeys into Quantum Food. He has done countless lectures, cooking demonstrations, and presentations, including keynote addresses for audiences as diverse as The American Heart Association and The American Culinary Federation. He currently writes a regular column for The Center for Food As Medicine.org and previously wrote a regular column for Psychology Today. He has done a TEDx talk on culinary Medicine (The Ordinary Meal) and hosted PBS' House Calls with Chef Dr. Mike. He has authored several books, including The Fallacy of The Calorie: Why The Modern Western Diet is Killing Us and How to Stop It (Koehler Books, 2014), Ancient Eats: The Greeks and Vikings (Koehler Books, 2016) and Food Shaman: The Art of Quantum Food (Post Hill Press, June 2018). Most recently, he was selected by The World Health Organization as one of less than 200 physicians worldwide recognized as a provider of reliable medical healthcare information (FIDES). Chef Dr. Mike can be found on Twitter, Facebook, Instagram (@RealChefDrMike), and at www.chefdrmike.com. He can be reached at info@chefdrmike.com. Currently Professor of Culinary Medicine at the University of Montana FB: https://www.facebook.com/ChefDrMike/ IG: https://www.instagram.com/realchefdrmike/?hl=en X: https://twitter.com/ChefDrMike Sponsor: The podcast is made possible by FoodNiche-ED, a gamified platform that enhances the knowledge of food and health. Learn more on foodniche-ed.com Twitter: https://twitter.com/foodniche_ed Instagram: https://www.instagram.com/foodniche_ed/ Facebook: https://www.facebook.com/FoodNicheEd/ LinkedIn:https://www.linkedin.com/company/foodniche-education About Dr. Olayanju: Dr. Julia Olayanju is a scientist and educator who advocates for enhanced nutrition education in schools and communities. She is the founder of FoodNiche-ED and FoodNiche where she and her team are driving a healthier future through programming, resources and technology. You can connect with her on LinkedIn here or on her website here
**AVIATION NEWS✈️** This was a bad week for aviation safety. Airlink flight 4Z 204, operated by an Embraer 135 Regional Jet, experienced a runway excursion upon landing at Pemba in Mozambique. The aircraft had 32 passengers and three crew members on board, all of whom disembarked safely. 50 passengers & 3 crew members are safe after their American Airlines Embraer ERJ-145LR plane(N922AE) operating Flight 5811 slid off the runway this evening during landing at Greater Rochester International Airport. One pilot was killed and the other injured after a Fokker 50 operated by Kenya's Jetways Airline crashed a building in Somalia. An Ethiopian Airlines De Havilland Canada Dash 8-400 suffered a runway excursion and landing gear collapse after landing at Mekele Airport today in Ethiopia, with no injuries reported. CHAPTER MARKERS
Welcome to the Instant Trivia podcast episode 1071, where we ask the best trivia on the Internet. Round 1. Category: African Islands 1: Uganda's Sese Islands lie in the northern part of this large lake. Lake Victoria. 2: Parts of this capital city lie on the islands of Gezira and Roda in the Nile River. Cairo. 3: Now a part of Tanzania, this island known for its cloves was mentioned in "The Patty Duke Show" theme song. Zanzibar. 4: Smell the sweet air of the clove-producing island of Pemba in this country's Zanzibar archipelago. Tanzania. 5: Malagasy, 1 of its 2 official languages, is of Indonesian origin. Madagascar. Round 2. Category: Mystery Meat 1: This popular sliced pizza sausage usually made of beef and pork is named for what seasons it. Pepperoni. 2: Coq au Vin. chicken. 3: Demonic adjective that describes a type of canned ham or an egg appetizer. Deviled. 4: You get a grade "A" if you know USDA stands for this, which has been grading meat quality since 1923. U.S. Department of Agriculture. 5: This North American marsupial finds its way into a tasty stew. Opossum. Round 3. Category: First In, Last Out. With In", Last "Out in quotes 1: They're what acronyms are composed of. initials. 2: Molten gold is sometimes poured into this type of mold. an ingot. 3: When used by management, this type of labor tactic literally bars workers from their place of employ. lockout. 4: The sign here announces to drivers an upcoming one of these intersections. a roundabout. 5: Type of expenses incurred casually and in addition to the expected amount. incidental. Round 4. Category: Wonder Drugs 1: Humulin, used by diabetics, is short for "human" this. insulin. 2: Football coach and triple-bypass patient Dan Reeves advertises Zocor, which mainly aims to lower this. cholesterol. 3: Advil migraine eases the throbbing with 200 milligrams of this. ibuprofen. 4: The arthritis medicine lodine is an NSAID, a non-steroidal anti-this drug. inflammatory. 5: Chlorpromazine, aka this, was approved by the FDA in 1954 and became the prototype antipsychotic. thorazine. Round 5. Category: Original Titles In Literature? 1: 1937:"Ferris Bilbo's Day Off". The Hobbit. 2: 1949:"Big Brother and The Holding Co.: A Winston Smith Novel". 1984. 3: Homer's 24-book sequel:"Tell Penny I'll Be Right Back". the Odyssey. 4: Late 14th century:"A Miller, a Reeve and a Nun Walk into a Bar". The Canterbury Tales. 5: 1726:"Where in the World Is Lemuel?". Gulliver's Travels. Thanks for listening! Come back tomorrow for more exciting trivia!Special thanks to https://blog.feedspot.com/trivia_podcasts/ AI Voices used
This episode is the first of a new format that focuses on sub-Saharan African air route development, with a specific focus on routes that are due to start or cease in the next quarter. We also have a rumour mill section focusing on those routes that could be on the horizon. My guest for this podcast is aviation consultant, analyst and commentator, Sean Mendis, who brings over 20 years of experience in the industry, including stints managing airports, commercial airlines, and also cargo airlines in Africa and the Middle East. In this episode, we cover: Upcoming New Routes in next quarter: Safair to Maputo (4x week), Livingstone (4x week), Harare (daily) and Victoria Falls (3x week) (early October). ASKY to Nairobi (01 October) (3x week) and has recently launched Luanda (3x week) Uganda Airlines to Lagos (3xweek) (19th October) / Mumbai (7th October) (3xweek) Flynas from Riyadh and Jeddah 3 x weekly each starting in October Air Peace to Jeddah via Kano from October Other routes announced: Flydubai to Mombasa in January (4 x weekly) Brussels Airlines to Nairobi next summer (6 x weekly) and daily on Kigali Rumour Mill: Emirates to return to Nigeria United Nigeria Airlines gets designation to the US, UK, Netherlands and elsewhere Uganda Airlines to Saudi Arabia Malawi teasing Kigali, Pemba and Nampula Thanks to everyone out there for joining us. You can connect with or follow Sean on LinkedIn here Any comments about the show and how we can improve it, drop me an email. Finally, if you enjoyed this episode, please leave the show a review so we can be found by more people (just scroll to the "ratings and reviews section and pop in a comment). Hit the share button and share the episode with someone in your network you feel would benefit from listening. Don't forget to subscribe to make sure you never miss another episode.
Após golpe no Gabão, chamda de atenção ao Serviço de Inteligência Externa revela receio de João Lourenço, diz analista. Polícia moçambicana não deve ser usada para fins partidários durante período eleitoral, exorta Ossufo Momade. Em Angola, aumentam casos de abusos sexuais na província do Kwanza Norte.
Eleições zimbabweanas prolongadas por mais um dia em algumas regiões do país, onde o processo foi marcado por falta de boletins de voto. Como está Angola um ano depois das eleições gerais? Em Moçambique, sociedade civil organiza um frente-a-frente dos cabeças de lista na autarquia de Pemba.
Desde 2017 que a província de Cabo Delgado, em Moçambique, tem sido palco de ataques terroristas. O conflito já fez cerca de um milhão de deslocados. Grande parte concentrou-se em Pemba, capital de Cabo Delgado.Mas nos últimos meses, entre 300 a 400 mil pessoas decidiram voltar às localidades de origem.Não só porque a intensidade do conflito diminuiu, mas também porque o apoio humanitário era irregular e insuficiente.Qual o ponto de situação do conflito em Moçambique? Será que o pior já passou?Neste episódio, conversamos com o jornalista Amílcar Correia, redactor principal na equipa Online do PÚBLICO, que esteve nos últimos dias em Moçambique, em reportagem.
Michael S. Fenster, MD, FACC, FSCA&I, PEMBA; known to friends and fans simply as “Chef Dr. Mike,” is America's only board-certified interventional cardiologist and professional chef. He currently holds faculty appointments at The Kansas Health Science Center (Adjunct Professor of Medicine (Culinary Medicine)); West Virginia University School of Medicine (Executive Faculty) and cross-faculty appointments at The University of Montana (College of Health, School of Public Health and Missoula College Culinary Arts Program). He currently teaches one of the country's leading courses on Culinary Medicine at The University of Montana. He also serves on the editorial board of the academic journal, The Journal of Integrative Cardiology. In addition to his clinical practice, he has a huge media footprint. He has had innumerable television appearances including The Doctors, and Fox National News where he has served as a national contributor. He has hosted a national radio show, Code Delicious with Dr. Mike featured on RadioMD and a sponsored weekly show, Journeys into Quantum Food available on iTunes. He has done countless lectures, cooking demonstrations, and presentations. Most recently, he did a breakout session, cooking demonstration, and keynote address for The American Heart Association's Go Red for Women Campaign in 2019. He currently writes a regular column for Psychology Today and has authored several books including The Fallacy of The Calorie: Why The Modern Western Diet is Killing Us and How to Stop It (Koehler Books, 2014), Ancient Eats: The Greeks and Vikings (Koehler Books, 2016) and Food Shaman: The Art of Quantum Food (Post Hill Press, June 2018) is his latest offering. He can be found on Twitter @ChefDrMike, Facebook at https://www.facebook.com/chefdrmike, on Instagram at realchefdrmike, and at www.chefdrmike.com. He can be reached at info@chefdrmike.com. Additional resources and links: Psychology Today column Videos/Appearances Link to Books Radio show archives Journeys into Quantum Food podcast link on iTunes
In this episode we will learn the ways of maintaining and managing a Mountain hotel in the Himalayas and making it a success with Pemba Tseri from Panorama Lodge & Restaurant, Pherichey located at an altitude of 4270 meters in the Himalayas.Listen to this Episode to know1. How to keep your customers happy in a Mountain Lodge and Restaurant?"? 2. How to keep your staff happy and accountable?Tune in to this episode on this link tolisten from anywhere http://pod.link/1572767376Subscribe to the podcast on Spotify and Apple podcastE-mail: dream100@hasovan.com to get Podcast service for your bizLink to Youtube : https://youtu.be/rFZeYKBKSXcCall to Action - Join the telegram group to share your views.https://t.me/+GWwZuajgeWdYEuxuRate, Review and Subscribe to Dream100 Biz Show on Spotify, Apple and Google PodcastFollow @dream100show
The Pemba live along the Indian Ocean, on the Kenyan coast. They arrived in the 1930s and have since been stateless – living without title deeds, social security, access to studies or fishing permits. But this is changing, as the Kenyan government has now officially recognised this community of several thousand people. The steps allowing the Pemba to obtain Kenyan citizenship have begun and they will receive their identity cards in a few months' time. It's a chance at a new life for a community that has been marginalised for 90 years. Our correspondents report.
Happy late Valentine's Day! This week we're heading over to Tanzania for the horrible sexual demon, the Popobawa! How does this monster relate to political discourse and mass hysteria? Could this be a mass seen sleep paralysis? Find out this week!Support the showYou can find us on -Myth Monsters Website: https://mythmonsters.co.ukSpotify: https://open.spotify.com/show/5RPGDjM...Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/gb/podcast...Google Podcasts: ...
In this episode I continue going over Bacillus. Now that we know its groups and what diseases they are implicated on, it's time to talk about media and morphology. What do the colonies look like? What is MYP agar? PEMBA? Tune in to find out.
RENAMO condena supostas atrocidades das tropas da SAMIM em Cabo Delgado. João Lourenço acusado de esbanjar erário público em viagens luxuosas ao estrangeiro. Criminalidade preocupa moradores da cidade de Praia em Cabo Verde.
Pemba, a coral reef off the coast of Zimbabwe, is home to many boronias. To tourists, these fish are an important part of the reef ecosystem. But to conservationists, these fish are a symbol of dysfunction. Why? Because the boronias grazing on the coral are eating away at the reef's carbon hump, a crucial part of the coral reef ecosystem.
Jaridani leo tunakuletea habari kutoka Kenya na DR Congo, makala tunakwenda nchini Tanzania na mashinanio tunakuletea ujumbe kuhusu wanawake kushirikishwa katika shughuli za ulinzi wa amani.Shirika la Umoja wa Mataifa la kuhudumia wakimbizi UNHCR limepongeza hatua zinazochukuliwa na serikali ya Kenya kutatua tatizo la muda mrefu la kutokuwa na utaifa kwa watu wa jamii ya Pemba wanaoishi nchini humo. Wananchi wa Jamhuri ya Kidemokrasia ya Congo, DRC na Walinda amani wa Umoja wa Mataifa kutoka Tanzania wameendelea kuhamasishana kuimarisha ushirikiano kati yao ili kufikia lengo kuu la kuleta amani nchini humo. Anayetuletea taarifa hii kwa kina ni Kapteni Denisia Lihaya ambaye ni Afisa Habari wa Kikundi cha 9 cha walinda amani kutoka Tanzania, TANZBATT 9 wanaohudumu kwenye kikosi cha kujibu mashambulizi, FIB na kile cha utayari QRF chini ya ujumbe wa Umoja wa Mataifa wa kulinda amani nchini DRC, MONUSCO.Makala tunakupeleka mashariki mwa Tanzania mkoani Morogoro kwake Hamad Rashid wa redio washirika MVIWATA FM kusikia harakati za wakulima kulinda, kuhifadhi na kutumia mbegu za asili za mazao. Na katika mashinani tutasikia kuhusu umuhimu wa kushirikisha wanawake katika shughuli za ulinzi wa amani za Umoja wa Mataifa.Mwenyeji wako ni Assumpta Massoi, Karibu!
Shirika la Umoja wa Mataifa la kuhudumia wakimbizi UNHCR limepongeza hatua zinazochukuliwa na serikali ya Kenya kutatua tatizo la muda mrefu la kutokuwa na utaifa kwa watu wa jamii ya Pemba wanaoishi nchini humo.Kwa mujibu wa UNHCR wakati wa maadhimisho ya 59 ya siku ya Jamhuri wiki hii nchini Kenya Rais Willim Ruto alitangaza kwamba serikali itaanza mipango ya mkakati wa kuwatambua watu wa jamii ya Pemba kama rai awa Kenya. Caroline van Buren mwakilishi wa UNHCR nchini Kenya amesema “Kwa mara nyingine Kenya imedhihirisha uongozi bora katika lengo la kutokomeza kutokuwa na utaifa kote duniani.Uamuzi huu utahakikisha watu wa jamii ya Pemba wanapata fursa ya haki wanazostahili. UNHCR ipo tayari kusaidia katika mchakato huu “ Ameongeza kuwa usahili na kupewa nyaraka za uraia zitawawezesha Wapemba kuchangia kikamilifu kwa jamii ya Kenya na kupata haki zao za msingi saw ana raia wengine wa taifa hilo la Agfrika Mashariki. Haki hizo amesema “zinajumuisha fursa ya kupata elimu, huduma za afya, ulinzi wa hifadhi ya jamii, huduma za fedha na kuingia kwenye mfumo rasmi wa siko la ajira.” UNHCR kwa kushirikiana na wadau wengine imesema wataendelea kutoa msaada wa kiufundi na uendeshaji kwa serikali ya Kenya ili kuhakikisha watu wote wasio na utaifa nchini humo wanasajiliwa kama rai awa Kenya na wanaweza kupata nyaraka muhimu ikiwemo vyeti vya kuzaliwa, vyeti vya susaili na vitambulisho vya kitaifa. Kwa mujibu wa UNHCR hivi karibuni Kenya imefanya maamuzi makubwa muhimu katika juhudi za kutatua changamoto ya kutokuwa na uraia nchini mwake kwa kuwatambua maelfu ya watu wengine wasiokuwa na uraia kama rai awa taifa hilo wakiwemo jamii ya Wamakonde kutoka Msumbiji, Washona kutoka Zimbabwe na watu wengine wenye asili ya India. UNHCR imesema uamuzi huu wa karibuni wa karibuni unatilia mkazo dhamira ya serikali ya Kenya ya kutimiza ahadi zake ilizotoa katika mkutano wa ngazi ya juu kuhusu changamoto ya kutokuwa na utaifa uliofanyika Oktoba 2019. UNHCR inaihimiza Kenya kutekeleza ahadi zilizosalia, ikiwa ni pamoja na kukubaliana na mikataba miwili ya Umoja wa Mataifa ya kutokuwa na utaifa na kufanya mageuzi ya kisheria kutokomeza ukosefu wa utaifa nchini Kenya. Marekebisho muhimu pia yanahitajika katika sheria ya uraia na uhamiaji ya Kenya ili kuwa na mfumo wa kisheria wa usajili wa watu wasio na utaifa na kuongeza muda wa kikosi kazi cha kukabiliana na kutokuwa na uraia. Kikosi kazi kitasimamia taratibu za utambuzi na usajili wa watu wasio na utaifa ambao wanastahili kupata uraia wa Kenya.
Locked On Canes - Daily Podcast On Miami Hurricanes Football & Basketball
The Miami Hurricanes are working hard in the recruitment of 4-star running back Mark Fletcher from American Heritage. He decommited from Ohio State this week, but it's the Florida Gators who are currently favored to get his signature on National Signing Day. Can Mario Cristobal turn this around in Miami's favor? The Hurricanes are also working to close with 5-star offensive tackle Samson Okunlola. Samson was in Gainesville for a mid-week visit. The recruiting battles between the Hurricanes and Gators continue to intensify. John Garcia Jr, director of football recruiting for Sports Illustrated, joins host Alex Donno to discuss those and other Miami Hurricanes targets for the class of 2023. Where does Miami currently stand with 4-star cornerback Damari Brown out of American Heritage? What about 4-star edge rusher Rueben Bain from Miami Central? And the guys break down 5-star edge Samuel M'Pemba from IMG Academy, who named Miami among his finalists for a December 4th announcement.Support Us By Supporting Our Sponsors!LinkedInLinkedIn jobs helps you find the candidates you want to talk to, faster. Post your job for free at Linkedin.com/lockedoncollege Terms and conditions apply.Built BarBuilt Bar is a protein bar that tastes like a candy bar. Go to builtbar.com and use promo code “LOCKEDON15,” and you'll get 15% off your next order.BetOnlineBetOnline.net has you covered this season with more props, odds and lines than ever before. BetOnline – Where The Game Starts!Underdog FantasySign up on underdogfantasy.com with the promo code LOCKED ON and get your first deposit doubled up to $100!SimpliSafeWith Fast Protect™️ Technology, exclusively from SimpliSafe, 24/7 monitoring agents capture evidence to accurately verify a threat for faster police response. There's No Safe Like SimpliSafe. Visit SimpliSafe.com/LockedOnCollege to learn more.UpsideDownload the FREE Upside App at https://upside.app.link/locked to get $5 or more cash back on your first purchase of $10 or more.NugenixText now and get a complimentary bottle of Nugenix Thermo, their most powerful fat incinerator ever, with key ingredients to help you get back into shape fast. Text COLLEGE to 231-231 Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Shirika la Umoja wa Mataifa la mpango wa chakula duniani, WFP linasema iwapo halitapokea fedha za nyongeza, litalazimika kusitisha msaada muhimu wa kibinadamu kwa wakazi milioni moja wa jimbo la Cabo Delgado nchini Msumbiji ifikapo kilele cha msimu wa njaa mwezi Februari mwakani kutokana na ukata unaokabili. Leah Mushi na taarifa zaidi.Antonella D'Aprile ambaye ni Mkurugenzi Mkazi wa WFP nchini Msumbiji amewaambia waandishi wa habari mjini Geneva, Uswisi hii leo ya kwamba Cabo Delgado ni jimbo la Msumbiji lisilo na uhakika wa chakula na uhakika wa chakula unadorora kila uchao, huku takribani watu milioni 1.15 jimboni humo wakiwa kwenye janga au udharura wa njaa, huku takwimu mpya zaidi zikionesha hali inaweza kuwa mbaya zaidi.Ghasia zimeshamiri miezi ya karibuni, mashambulizi karibu na Pemba, mji mkuu wa Cabo Delgado pamoja na jimbo Jirani la Nampula, yamelazimu watu wengi zaidi kukimbia vijiji vyao, idadi ya wakimbizi wa ndani imeongezeka mara nne na kufikia milioni moja katika miaka miwili iliyopita.Licha ya ghasia hizo, Bi. D'Aprile amesema WFP imeendelea kusambaza misaada ya dharura, vyakula vyenye lishe kwa wajawazito na watoto, pamoja na miradi ya kujengea mnepo jamii zilizo hatarini, wakiwemo watu 44,000 kupata ardhi yao huko Cabo DelgadoHalikadhalika WFP inaendesha shirika la huduma za ndege la Umoja wa Matiafa, UNHAS ambalo ndilo pekee linalosafirisha wahudumu wa kibinadamu kuelekea maeneo yasiyofikika kwa barabara.Mkuu huyo wa WFP nchini Msumbiji amesema katika maeneo ya ndani kabisa, UNHAS ndio huduma pekee ya anga kwa wahudumu wa misaada na kwamba “mwezi Desemba mwaka 2020, kufuatia kushamiri kwa mapigano na janga la COVID-19, WFP ilifungua njia ya anga ya kuunganisha maeneo ya kaskazini mwa Msumbiji yasiyofikika. Huduma hii ya anga imesafirisha zaidi ya watumishi wa kibinadamu 10,000, na kilo 70,000 za misaada ya kibinadamu sambamba na huduma 330 za kiusalama.”Amesema kutokana na ukata huduma zote hizo zinaweza kusitishwa iwapo hawatopata dola milioni 51.Amesisitiza kuwa wakati wanatoa ombi la usaidizi huo, wataendelea kujitahidi kusambaza huduma kwa mak undi yaliyo hatarini zaidi kama wenye utapiamlo uliokithiri, wajawazito na wanawake wanaonyonyesha watoto, lakini kuna baadhi ambao itabidi washindwe kuwahudumua labda kupatikane fedha za ziada.
This episode is from a lecture I provided in June of 2022 for the University of Tennessee Physician Executive MBA Program (PEMBA). I completed the PEMBA program in 2008. I was invited back this year to discuss how to leverage an MBA in order to discover opportunities in healthcare for physicians. >>>CLICK HERE TO GET THE TOP 10 LEADERSHIP SKILLS NEEDED TO GO BEYOND THE BEDSIDE
Os Ponto Riscado, Mandalas ou Ponto Cabalístico são muito usado em Religiões Afro-Brasileiras como o Candomble, Catimbó, Jurema, Umbandaime a Umbanda e a Quimbanda. E uma grafia sagrada que se refere à diagramas desenhados a mão como ângulos, retas, flechas, símbolos representativos, desenhos geométricos, pontos cardeais etc representando a assinatura do Guias. Os desenhos são geralmente feitos com um Giz especial chamado Pemba. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/nelsondexango/message
Más de 850.000 personas han abandonado sus hogares debido al conflicto armado en Mozambique. La mayoría huye hacia el sur de Cabo Delgado con la esperanza de poder volver algún día. Cáritas Española apoya a Cáritas Pemba en la construcción de viviendas para estos desplazados, entre otras medidas de respuesta. "Creo que no es fácil confiar de nuevo. Si estas personas consiguen construir una nueva comunidad juntas sería un verdadero regalo". PARA ESCUCHARLO Y VERLO, PINCHA AQUI: https://youtu.be/lzXqLCgv5Fk
Esta semana, as atenções estiveram centradas no norte de Moçambique que voltou a ser palco de novos ataques. Durante uma visita de trabalho à província de Cabo Delgado, o chefe de Estado Filipe Nyusi pediu ao exército para continuar a lutar contra os terroristas. A nova vaga de ataques está a semear o terror e a fuga massiva da população, o Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres, em Cabo Delgado, confirmou a chegada de novos deslocados à cidade de Pemba. Esta sexta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em Moçambique, admitiu que a insegurança está a impedir a assistência humanitária aos deslocados dos recentes ataques no sul da província de Cabo Delgado. Em Angola, o ministro da Agricultura e Pescas, António Francisco de Assis, admitiu que a escassez de cereais, acentuada pela invasão russa da Ucrânia, pode vir a ter um forte impacto na vida dos angolanos. A guerra na Ucrânia está também a afectar a economia cabo-verdiana, esta semana, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, afirmou que o país precisa de cerca de 80 milhões de euros para fazer face à situação de emergência, resultante da crise alimentar e energética. Em São Tomé, os sindicatos aceitaram a proposta do executivo que estabelece o complemento salarial que aumenta o rendimento dos trabalhadores para cerca de 100 euros, 2500 dobras, mas mantêm o pré-aviso de greve da próxima semana.
Capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, pode estar na mira dos terroristas, alerta ONG moçambicana Centro para a Democracia e Desenvolvimento. Em Angola, UNITA cria Centro de Escrutínio Paralelo para contagem paralela dos votos das eleições gerais. Na província moçambicana da Zambézia, teme-se que custo elevado dos alimentos agrave casos de desnutrição.
Moçambique: Relatos apontam para situação de pânico em aldeias junto à Estrada Nacional 1. Analista moçambicano diz que a demissão do ministro dos Transportes deve-se a várias crises. Etiópia: A história de uma cidade fronteiriça devastada pelo conflito no Tigray.
Mind, Mountains, and Mental Health is the theme of today's show and I have a guest with me who is passionate about the mountains and dedicated to helping others and has love of the sun. He's a speaker, author, explorer, and mountain climber and he has an intense passion for life. He also has the greatest laugh of anybody I know. He recently spoke at the Vancouver International Mountain Film Festival where he held the audience in the palm of his hands, according to one of the reviews. His talk was directly connected to the eighth person I had on the show way back in 2015; Brent Seal. Contact Info Website: www.michaelschauch.com Book: A Story of Karma: Finding Love and Truth in the Lost Valley of the Himalaya by Michael Schauch Brent Seal – Mind, Mountains, Mental Health Brent was a mental health educator and a close friend of today's guest. I'm excited to tell you that today's guest is Mike Schauch. Bruce: Let's start by talking about how you and Brent Seal are connected through this podcast, Mindfulness Mode. Brent Seal was one of my first guests on the show back in 2015; a mental health educator, an athlete and a mountain climber. After Brent was featured on Mindfulness Mode, he recommended that Mike Schauch and Bruce connect so that Mike could possibly be a guest on Mindfulness Mode. Mike Schauch: My story with Brent goes back about 15 years, actually. And he told me along the way, about his interview with you that he did. That was in the earlier stages of him getting into public speaking. He told me what a good time he had and said, Hey, you should contact Bruce, and you should be on this podcast. I thought, Oh, this is a perfect fit. Mike Schauch: Brent, and I go back to when he was in university, and I was doing a leadership workshop at the university where he was a student. I was speaking in the auditorium to about 100 people and I remember during the first break, Brent came up to me, and he said, Mike, How do you become a public speaker? And I said, Well, you go out to the public, and you speak. (laughter) Listen & Subscribe on: iTunes / Stitcher / Podbean / Overcast / Spotify A Challenge Mike Schauch: Brent said, I've got this challenge. I've been diagnosed with schizophrenia. I just said, so? I think that was the spark that fused our friendship. It began a connection that would go on for the next 15 years. Mike Schauch: We have climbed many mountains together. I watched Brent overcome many mental barriers over the years and also become a very accomplished mountaineer and speaker. He spoke to larger audiences I ever spoke to in the subsequent years and became an inspiration. He became an inspiration, not only for the mental wellness community, but for others as well. It was a beautiful thing to see. Unfortunately, last September, Brent died on Mount Manaslu in the Himalaya, just below the summit at around 8000 meters. That news hit the community and his family very hard. The Event Mike Schauch: This event that you mentioned in the introduction, that was meant to be an honor. It honored Brent and what he stood for, and in a way to just continue this legacy that he started about inspiring people to tap into their mental wellness and into that language of the heart, to not limit themselves. Mike Schauch: The message was to continue to take those steps. They don't have to be major leaps forward, but steps forward. And that was part of Brent's brilliance. Bruce: Tell us more about your speech at the Vancouver Mountain Film Festival. Mike Schauch: One of the things I talked about up there was this concept of the Bardo. The Bardo is a Tibetan term. It translates as place of transition, or a transitionary state between between death and rebirth, between who we were and who we become. We know that the Tibetans believe in reincarnation from lifetime to lifetime. But what they also believe is that we can experience many incarnations in one lifetime and the Bardo is the place. Constantly Changing The reason why we can experience those incarnations is because we're constantly changing. We're not the same person we were when we were born; we're not the same person we were 10 years ago, five years ago, or perhaps even last week. And the Bardo is that place where we can choose, you know, what part of me? Do I want to let go? What part of me that no longer serves me that I can just let it be? And what part of me do I want to carry forward into who I become? And so this was something deeply linked to Brent because I saw Brent go through challenge after challenge after relapse after challenge and use his illness, not as a as a crutch, or some sort of a life sentence, but as a springboard from which he could create new life. Brent as Speaker Brent was inspired by this idea of climbing the mountain and your mental wellness mountain. As a speaker, you could see him evolve over the years. Brent got more and more comfortable sharing his story, and more comfortable on stage as well. He captivated the audience and could inspire them to move outside of their head and outside of their own belief system. Brent would mention about embracing the suffering, embracing the struggle, and he explained, when when we do that, it actually gives us fuel to better deal with the future struggles and sufferings that we might encounter down the road. He would say that so often we attempt to suppress the suffering, the anger, the pain, and that's the exact opposite of what we need to do. Tell Us A Brent Story Over the years, we climbed all these big mountains and focused on our Mind, Mountains, and Mental Health. One of the most memorable days we ever had was not on some big mountain or a big epic day. It was on this little winter hike up to a cabin. And to get to the cabin, you had to walk up all these switchbacks, back and forth, and back and forth, and back and forth, until you finally got there. We had a beautiful conversation up all the switchbacks, and then it was time to come down. I was on my skis and Brent was in snowshoes. I would ski down a little bit, and then I'd wait for Brent to catch up on his snow shoes. Then I'd ski down a little bit more and he'd catch up on the snowshoes. I thought there's got to be a better way to do this. In all the years Brent and I had been climbing together, not once had he ever brought a crazy carpet along, except for that day. I said okay, we have this crazy carpet, do we have a little bit of short rope. For some reason Brent had packed a little bit of rope. I said, let's tie ourselves together by the waist and I just pointed my skis down and we got going and we started picking up speed. I remember coming down these switchbacks and then coming up the bank. Brent would come down right behind me on the crazy carpet. He'd slide right up the bank almost flying right into the woods and the rope would catch him at the last second and whip him down the next switchback. We were laughing so hard, like children. People hiking up the mountain could hear us before they could see us. I was laughing my head off. They were likely thinking, what is wrong with this guy. Right behind me was this grown man on a crazy carpet. Bruce: (Laughing) That paints a picture of the title of this episode, Mind, Mountains, and Mental Health. The Goal Of Your Speech To celebrate and honor what Brent did, who Brent was, and how that connects to who we were in the mountains, which is about listening to that deep place within us. Teach people about that language of the heart. And I think that's innately who we are. Finding that place of stillness again, as we look at what's happening in the world right now. It was about connecting with that deep place within us. The more we can connect with that, the more we can kind of act that out. That's going to send more constructive behaviors, choices, vibrations into the world. That's going to actually help us out of this state that we're in right now. Especially as we come out of COVID and think about self isolation and what that did to us, psychologically. The best way to find meaning and maintain my own sanity through all of this is to connect with that deep place again. It doesn't make sense to get wrapped up in a storm that's not constructive. What's going to help us is connecting with that place of joy, that place of loving kindness, and compassion. That makes us feel good as a human being, from our soul. A Time of Meditation Bruce: During the speech, you had a time of mediation, to reach a spirit of joy. Can you tell us about that? Mike Schauch: That's really the crux of the whole thing. It was about connecting again, back to who we innately are. Back to that story about laughing with Brent, when we were coming down we were just experiencing that total moment of joy. I mean, that's really what life is about, you know, so we can open ourselves to those moments. It reinvigorates us from the deepest level we can imagine and allows us to connect again with that language of the heart that I think is very much needed today. That takes us back to the mind, mountains, and mental health. What brings joy to your life? The two things that sprang to mind are those two little girls in the mountains, Karma and Pemba. They bring true joy to my life. Humor In Your Life Laughing and humor is just as natural as that. It's not all the time. If you think about what got us here; there's a Tibetan saying, I heard some time ago: ‘if you could stack the bones of our ancestors, they would be higher than Mount Everest.' Think about how many people live their lives in a way that allowed us to be here and even you and me having this conversation right now and just the opportunities that we have in front of us?I t took 1000s, even 10s of 1000s of lives and over many, many years, right? And think about what they struggled with and what actions they took and the courage that they had and all of that. So, if you think about it that way, How can we not be joyful? By being here? Focusing on your Mind, Mountains, and Mental Health. A Gift From Mike Because you listened to the Mind, Mountains, and Mental Health episode, I'd love to give away two copies of my book, A Story of Karma: Finding Love and Truth in the Lost Valley of the Himalaya. Again, it's a story of love and joy and human connection, deep human connection across cultures and continents. This is something that can be very helpful today. Just send me an email: “Bruce@mindfulnessmode.com and put “karma” in the subject line, and we'll get that book out to you. Just reach out and the book is yours for two lucky listeners. A Poem Written By Mike Schauch Stillness, stillness. It is the beginning and the end of all things. Like the pool of water returned to its natural state, or the tiny droplet taking rests on a delicate leaf. It is the eye of the deer. A dark and endless orb as deep as the universe filled with a billion stars is the Great Owl extending from branch and trunk seeing from behind its yellow eyes. Hearing what cannot be heard. Heavenly clouds basking before the Golden Sun, a great snowy mountain, still as stone, rays of morning light dipping through the tree tops. It speaks the language of the Earth, a language that has been shaped and carved and created over 100 million years. It is the language of the heart. It is where our souls come alive. It is what we call home. And so as long as I draw a breath, I will do my best to move toward that stillness, to be that stillness. For that is where I find myself. That is where we find each other again. Reminder: Just a reminder of the free book offer. Listen to Mind, Mountains, and Mental Health episode. The book is by Mike Schauch. It's called, A Story of Karma: Finding Love and Truth in the Lost Valley of the Himalaya. And I can tell you this book was a pleasure to read, it was a heartwarming adventure. The first two listeners to email me will win a free hard copy of the book. Send the email right now, send it to me bruce@mindfulnessmode.com with karma in the subject line. Thanks for listening, mindful tribe. take what we've learned today to reach new heights of calm focus and happiness. Related Episodes 008 Brent Seal: From Aspiring Hockey Player to Global Mental Health Educator Finding Karma In The Heart Of The Himalaya; Michael Schauch Transform Your Life and Impact the World; Marie Diamond Are you experiencing anxiety & stress? Peace is within your grasp. I'm Bruce Langford, a practicing coach and hypnotist helping fast-track people just like you to shed their inner bully and move forward with confidence. Book a Free Coaching Session to get you on the road to a more satisfying life, feeling grounded and focused. Send me an email at bruce@mindfulnessmode.com with ‘Coaching Session' in the subject line. We'll set up a zoom call and talk about how you can move forward to a better life.
In This episode we embark on a story of Pemba and Faro
Finally got the opportunity to have a chat with my friend Tonya Hegamin. Tonya and I have known each other for some time now and we've had conversations about diabetes before. But now we got to record it! This introduction is from her website tonyacheriehegamin.com: "Tonya C. Hegamin, MFA (she/her/hers), is a queer, (dis)abled award-winning author of Most Loved In All The World, M+O 4evr, Pemba's Song and Willow. Her honors include the Ezra Jack Keats' New Writer Award and The Christopher Award. Her books have received starred reviews in Publisher's Weekly and been featured in USA Today, The Washington Post, Ebony, and Essence. Hegamin is an Associate Professor and Chairperson of the English Department at CUNY Medgar Evers College in Brooklyn, NY. She also serves on the CUNY-wide Diversity and Inclusion Advisory Board as well as on the Narrative Medicine Track of Distinction Advisory Board for CUNY's School of Medicine. Hegamin has been a victim and patient advocate since 1998, working as an educator and counselor for organizations like Women Against Rape, Police Athletic League, JPMorgan and Johnson& Johnson/Janssen Pharmaceutical." I hope you enjoy our chat as we cover everything from diabetes in the black community to Bobo her diabetes alert dog.
Will Hart is the CEO of Iris Global Ministries – a massive worldwide missions and humanitarian organization. Reaching millions of people worldwide, Iris Global has planted 75 Mission Bases around the world, thousands of churches, and the main base in Mozambique is presently feeding tens of thousands of people a day. Even as we did this interview, terrorists in Northern Mozambique are presently killing thousands of people and beheading Christians in many villages. Three quarters of million villagers have run for cover. Where do they come from . . . and where do they go? Many go to the Iris Global base in Pemba, Mozambique for food and shelter. Against this back drop Will Hart, CEO of Iris Global, shares what he hears Jesus is saying to the Church. Will Hart calls the worldwide church “Back to the Basics” of Christianity. Yes, in the midst of pain and suffering, Jesus is calling us all back to the fundamentals of our faith. Please listen to “The Conversion of Will Hart.” You will glean insights into the heart of a man who can carry the incredible burden of human suffering.