Podcasts about assembleia constituinte

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Best podcasts about assembleia constituinte

Latest podcast episodes about assembleia constituinte

Conversas à quinta - Observador
Contra-Corrente. Votamos há 50 anos, e quase com as mesmas regras

Conversas à quinta - Observador

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 8:09


50 anos depois das primeiras eleições democráticas, para a Assembleia Constituinte em 1975, há muitas regras que se mantêm e muitos hábitos que mudaram. Vale a pena perceber se tudo ainda faz sentido.See omnystudio.com/listener for privacy information.

De Cravo ao Peito
As primeiras eleições livres

De Cravo ao Peito

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 40:38


Um ano depois do 25 de Abril, o povo português votou nas primeiras eleições livres. A eleição da Assembleia Constituinte, a 25 de Abril de 1975, foi a mais concorrida e participada na história de Portugal.

Contra-Corrente
Votamos há 50 anos, e quase com as mesmas regras

Contra-Corrente

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 8:09


50 anos depois das primeiras eleições democráticas, para a Assembleia Constituinte em 1975, há muitas regras que se mantêm e muitos hábitos que mudaram. Vale a pena perceber se tudo ainda faz sentido.See omnystudio.com/listener for privacy information.

E o Resto é História
25 de Abril de 1975: a história da Constituinte

E o Resto é História

Play Episode Listen Later Apr 23, 2025 38:33


Há 50 anos, as eleições de 25 de Abril de 75 deram origem à Assembleia Constituinte, que em menos de um ano iria aprovar a primeira Constituição da democracia portuguesa. Esta é a história desses diasSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Conversas à quinta - Observador
A Vida em Revolução. Helena Roseta: “No cerco ao Parlamento o PCP tinha frango. Lembro-me de ir ao gabinete deles a cantar ‘Eles comem tudo'”

Conversas à quinta - Observador

Play Episode Listen Later Apr 21, 2025 75:12


A alegria libertadora dos abraços a desconhecidos no 1º de Maio e nas filas para votar nas primeiras eleições livres. Os dilemas antes de aderir ao PPD e os boicotes da esquerda aos comícios. As perguntas bizarras nas sessões de esclarecimento em que ensinava como se votava. O plano insensato para defender a sede do PSD no 11 de março, em que adormeceu de cansaço. As discussões épicas e os bastidores dos meses na Assembleia Constituinte, sem receber salário nos primeiros meses. O privilégio de ajudar a escrever a Constituição. E o encontro inesperado com os outros deputados esfomeados no Leitão da Mealhada, depois do cerco ao parlamento, quando iam levar a Constituinte para o Porto.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Conversas de Fim de Tarde
A Vida em Revolução. Helena Roseta: “No cerco ao Parlamento o PCP tinha frango. Lembro-me de ir ao gabinete deles a cantar ‘Eles comem tudo'”

Conversas de Fim de Tarde

Play Episode Listen Later Apr 21, 2025 75:12


A alegria libertadora dos abraços a desconhecidos no 1º de Maio e nas filas para votar nas primeiras eleições livres. Os dilemas antes de aderir ao PPD e os boicotes da esquerda aos comícios. As perguntas bizarras nas sessões de esclarecimento em que ensinava como se votava. O plano insensato para defender a sede do PSD no 11 de março, em que adormeceu de cansaço. As discussões épicas e os bastidores dos meses na Assembleia Constituinte, sem receber salário nos primeiros meses. O privilégio de ajudar a escrever a Constituição. E o encontro inesperado com os outros deputados esfomeados no Leitão da Mealhada, depois do cerco ao parlamento, quando iam levar a Constituinte para o Porto.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Programa Bem Viver
Benedita da Silva: fui a ‘voz do morro na Constituinte', mas ambiente segue hostil no Congresso

Programa Bem Viver

Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 18:50


Quem Conversa Bem Viver nesta quarta-feira (12) é a deputada federal Benedita da Silva, a única mulher parlamentar negra presente na Assembleia Constituinte, em 1988. Ela faz um balanço sobre esses anos na política, comenta o sucesso de Ainda Estou Aqui nos evangélicos e também as mudanças ministeriais no governo.

Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira
Assembleia Constituinte de 1823

Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira

Play Episode Listen Later Nov 12, 2024 2:12


Na coluna desta terça-feira (12), o professor Milton Teixeira conta a história do fim da Assembleia Constituinte de 1823 por Dom Pedro I, que ocorreu em 12 de novembro daquele ano.

Artes
Uma ode à democracia em fotografia para devolver a Revolução dos Cravos às ruas de Paris

Artes

Play Episode Listen Later Oct 8, 2024 9:32


Em Paris, a Revolução dos Cravos saiu à rua na recta final das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril para mostrar aos parisienses e aos visitantes de todo o Mundo não só o dia emblemático da democracia portuguesa, mas o processo revolucionário que se seguiu. Uma exposição de acesso livre permite até dia 20 de Novembro ver os momentos-chave desta revolução. "La Révolution des Œillets 25 avril 1974 : Ode à la démocratie" é uma exposição de 24 fotografias que pode ser vista na vedação da Tour de Saint Jacques, um dos monumentos mais emblemáticos de Paris, e que dá precisamente para a rue Rivoli, uma rua de comércio por excelência na capital francesa. Esta ode é guiada pela lente de três fotógrafos que estiveram em Portugal entre 1974 e 1976 Alécio de Andrade, Jean-Claude Francolon et Guy Le Querrec.Yves Leonard, historiador francês especialista na História de Portugal, é o conselheiro científico desta exposição e explicou em entrevista à RFI como foi feita a selecção destas fotografias."A selecção é um exercício muito difícil de fazer, desde logo porque houve muitos fotógrafos e nós decidimos escolher três, dois franceses e um brasileiro. A vontade foi de fazer uma selecção não só sobre o dia do 25 de Abril, até porque nesse dia só Jean-Claude Francolon estava em Lisboa, mas também depois do 25 de Abril, do início de Maio, da Primavera de 74 e todo o processo durante um ano, até às eleições para a Constituinte em 75", declarou o historiador.Esta história é contada a quem passa nesta atribulada rua parisiense através de 24 fotografias, desde as chaimites nas ruas, até ao regresso de grandes figuras da revolução como Mário Soares ou Álvaro Cunhal, até ao regressos dos portugueses que viviam nas colónias, as organizações sindicais um pouco por todo o país e ainda a primeira eleição livre a 25 de Abril de 1975 que elegeu os deputados da Assembleia Constituinte.A ambição desta exposição é assim devolver uma revolução popular ao povo, agora de uma das maiores capitais do Mundo, dando a conhecer aos franceses e aos visitantes de Paris a história da Revolução dos Cravos para além do dia 25 de Abril de 1974."É um processo revolucionário, é uma história que não é só de um dia, mas de um processo que durou dois anos, com o voto da Constituição de 1976 e as eleições a seguir. A ideia é mostrar que foi um processo com dificuldades, com ambiguidades, para encontrar o caminho para uma democracia ocidental, liberal. E também destacar o papel do povo, dos militares, dos partidos e de falar de tudo isto em 24 fotografias", concluiu Yves Leonard.

Levante Ideias de Investimento
Fechamento de Mercado - 09 Jul. 24

Levante Ideias de Investimento

Play Episode Listen Later Jul 9, 2024 55:45


Preencha o formulário e conheça o programa mais completo de consultoria e aconselhamento da Levante https://lvnt.app/jtnp7n 09/07 - 7a. Alta Seguida da Bolsa Olá, seja bem-vindo ao Fechamento de Mercado da Levante comigo Flávio Conde, hoje é 3. feira, dia 9/7, e o programa é dedicado aos cinco primeiros a comentar ontem: Reginaldo, Paulo Henrique, Emerson, Monica e Ricardo e também aos clientes Sala VIP que tive reunião hoje: Maitê, Dalmo e Joel. A Bolsa mais um dia de leve alta, 0,44%, a sétima seguida, aos 127.104 pontos e volume fraco de R$ 16 bi, R$ 11 bi abaixo da média de R$ 25 bi das terças de dezembro. A forte queda de hoje ocorreu em função do feriado estadual em SP em função da Revolução Constitucionalista de 1932 que acabou forçando Getúlio Vargas a convocar Assembleia Constituinte. Por que a Bolsa performou assim? 1º. A bolsa abriu caindo e atingiu 125,9 mil pontos, às 10h35, para recuperar rapidamente o positivo, às 10h45, e permanecer assim até o final a 127.104 pontos. A recuperação da bolsa brasileira foi reflexo das falas de Powell, presidente do Fed, sugerindo que os dados macroeconômicos como mercado de trabalho mostram que a inflação já mostrou um mês de bom comportamento – 0% em maio – e que nos próximos meses pode vir comportada levando o Fed a começar a cortar os juros. Diante disso, traders voltaram a acreditar em dois cortes de juros esse ano, um em setembro e um em dezembro. No Brasil, as falas de Powell fizeram os juros longos e dólar recuarem um pouco. Nas ações, destaque positivo para as ações que mais podem se beneficiar por juros menores como: CVC, Petz, Magalu, Hapvida, Pão de Açúcar e Alpargatas. Já os destaques negativos foram das ações que dependem mais de dólar alto como: BRF, Minerva, Marfrig, São Martinho, JBS e Suzano. 2º. Entre as 15 ações mais negociadas 9 subiram lideradas em volume negociado por: ITUB4 0,70%, SBSP3 1,40%, WEGE3 0,20%, EMBR3 5,90%, BBDC4 0,10%, MGLU3 4,80%, ELET3 1,70%, EQTL3 2,20%, PRIO3 0,20%. 3º. Seis ações caíram entre as 15 mais negociadas: PETR4 -0,10%, VALE3 -0,10%, SUZB3 -0,70%, BBASE3 -0,30%, PETR3 -0,80% e B3SA3 -0,60% 4º. O preço do petróleo caiu, pelo segundo dia, -1,1% a US$ 84,80 de US$ 85,70, ontem, dentro da volatilidade diária de -/+2%, e o motivo foi a fraqueza do furacão Beryl. 5º. O preço do minério de ferro subiu 1,0% hoje para US$ 114,70 de US$ 113,60 por tonelada, ontem. É uma recuperação parcial da queda de US$ 3 dólares de sexta-feira para segunda-feira. 6º. As bolsas americanas fecharam em direções opostos hoje com Nasdaq 0,14% e Dow Jones -0,13% com investidores digerindo as falas de Powell de que o mercado de trabalho estaria esfriando um pouco e que há sinais de que as taxas de juros não deveriam ficar do nível que estão, 5,50% a.a., por tanto tempo. 7º. O dólar caiu bem, 6 centavos, para R$ 5,41 vindo de R$ 5,47, ontem, com alguns fundos diminuindo posições compradas depois das falas de Powell. 8º. Nos EUA, os juros dos títulos de 10-anos subiram apenas 1 ponto para 4,29% a.a. No Brasil, as taxas de juros dos títulos prefixados do Tesouro do Brasil recuaram mais um pouco com o Prefixado 2031 indo de 12,11% para 12,04% a.a. e seguindo a queda do dólar. 9º. Os investidores estrangeiros retiraram R$ 14 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na sexta-feira, 5 de julho, dia em que o Ibovespa subiu 0,08%. Assim, o superávit mensal da categoria aumentou para R$ 1,84 bilhão e o saldo negativo do ano alcançou R$ 38,3 bilhões. MAIORES ALTAS CVCB3 +7.50% R$ 2,15 EMBR3 +5.90% R$ 38,80 PETZ3 +5.08% R$ 3,93 MGLU3 +4.81% R$ 13,51 ENEV3 +3.68% R$ 13,23 MAIORES BAIXAS BRFS3 -2.77% R$ 22,15 MRFG3 -1.89% R$ 11,91 BEEF3 -1.89% R$ 6,76 ASAI3 -1.29% R$ 11,48 BPAC11 -1.27% R$ 31,98 Assista agora a mensagem do nosso patrocinador o Sala VIP e voltamos em seguida com o nosso convidado, Ricardo Afonso, analista gráfico e responsável pelo S.G.R.

Vida em França
Antigo jornalista do Le Monde lança livro sobre a "Revolução dos Cravos"

Vida em França

Play Episode Listen Later Apr 25, 2024 38:03


O livro “La Révolution Des Oeillets Au Portugal – Du pouvoir populaire au pouvoir parlementaire” ["A Revolução dos Cravos em Portugal – Do poder popular ao poder parlamentar"] de José Rebelo e Maria Inácia Rezola, é lançado, em França, na semana dos 50 anos do 25 de Abril. A obra junta meia centena de reportagens, escritas entre 1975 e 1976 por José Rebelo, então correspondente do jornal francês Le Monde em Lisboa, acompanhadas por uma contextualização histórica. Oiça aqui a entrevista. RFI: Foi para o exílio, em Paris, em 1969, e entra no jornal Le Monde em 1972. Qual foi o ambiente na redacção no dia 25 de Abril de 1974? E como é que era essa primeira página de há 50 anos?José Rebelo, Autor de “La Révolution Des Oeillets Au Portugal – Du pouvoir populaire au pouvoir parlementaire”: O ambiente foi extraordinário, sobretudo da parte de alguns jornalistas franceses do Le Monde que já tinham ido a Portugal. Penso no Marcel Niedergang que conhecia bem Portugal e tinha as suas fontes de informação em Portugal. Foi ele que se encarregou nesse dia de tratar a questão portuguesa. A questão portuguesa ocupou a primeira página do jornal com títulos a toda a largura, à excepção de 'Bulletin Français' que vinha sempre à esquerda, mas em todas as outras colunas o título dizia respeito à revolução, que não se sabia ainda muito bem como é que ela ia ser dirigida. Mas o que se noticiou logo no dia 25, desde a primeira edição do Le Monde, foi que havia um movimento militar em Portugal e que a queda do regime era iminente.Volta para Portugal quando o Le Monde decide criar o posto de correspondente permanente em Lisboa. Inicia funções em Janeiro de 1975 e conta que a partir daí viveu “o período mais exaltante” da sua vida. Porquê?Exactamente. E é, aliás, por isso que escolhemos este período de 1975 e 76. Durante este período, eu escrevi cerca de 240 artigos e nós escolhemos 53 que consideramos mais significativos. E porquê? Porque 1975 foi o período da explosão popular. Foi sobretudo após uma tentativa de golpe de Estado da direita, o 11 de Março. E aí as posições radicalizaram-se à esquerda. Foi quando começaram as ocupações de casas que tinham sido deixadas pelos proprietários, muitos dos quais fugiram para Espanha, para o Brasil. Foi nessa altura que começaram as ocupações das fábricas que passaram a ser geridas por comissões de trabalhadores. Foram ocupadas propriedades agrícolas no Alentejo, os grandes latifúndios, com a criação de unidades colectivas de produção. O Partido Comunista tinha uma posição forte junto destas comunidades, impulsionando e encorajando essas ocupações. Mas o movimento alargou-se muito, não era só o Partido Comunista. Houve uma multiplicidade de organizações da esquerda mais radical que participavam também neste movimento. E, sobretudo, o que é extraordinário é que havia gente que se manifestava e gente que gritava nas ruas sem pertencer a nenhum partido. Foi uma espécie de libertação das vozes e das utopias das pessoas que pensavam que conseguiam tudo realizar e que se juntavam. Juntava-se um grupo e ocupava, mesmo sem ser com um partido político a apoiar. Nessa altura fala-se muito do poder popular, o poder popular que extravasa as próprias dimensões partidárias.O PREC, Período Revolucionário Em Curso, foi marcado por confrontos políticos e pela rivalidade entre a legitimidade revolucionária e a legitimidade eleitoral. Mas o que é certo é que viu emergir esse tal poder popular que levou a que muitos acreditassem que essa via revolucionária popular pudesse vencer. Sentiu isso?Sim, eu senti. Não estava muito claro o que é que as pessoas queriam efectivamente fazer, qual era o modelo político. Quase que podíamos pensar nesse modelo mais pela negativa do que pela positiva, isto é, pensava-se democracia, sim senhor, mas não na democracia tradicional europeia. Daí que alguns grupos e até mesmo militares fossem apelidados de terceiro-mundistas porque pensavam um bocado naquele sonho do terceiro mundo. Não havia uma ideia muito clara quanto às instituições a criar, mas havia uma vontade clara que era de fazer alguma coisa de diferente. No género de economia directa, das tomadas de decisão por grupos de trabalhadores informais, etc, sem serem enquadrados politicamente. Foi extraordinário. Depois, há uma confrontação entre duas legitimidades: a legitimidade eleitoral, sobretudo pelo Partido Socialista, e a legitimidade revolucionária, sobretudo pelo Partido Comunista. O Partido Comunista, que invocava, para defender a sua posição como expressão da legitimidade revolucionária, a resistência contra o salazarismo e os seus heróis e os anos que passaram na cadeia e as torturas a que foram sujeitos. O Partido Socialista não tinha este passado. O Partido Socialista tinha sido criado na Alemanha pouco tempo antes.      O que sucedeu foi que, em 25 de Abril de 1975, um ano imediatamente após a Revolução dos Cravos, houve eleições para a Assembleia Constituinte e o Partido Socialista teve um resultado absolutamente inesperado que ultrapassou os 37%. Quer dizer, as pessoas tinham um bocado a ideia que o poder estava na rua e, portanto, atribuíam ao Partido Comunista uma grande força junto do povo, que não se traduziu em termos eleitorais. Em contrapartida, o PS, que até então estava mais ou menos ausente dessas manifestações de rua, foi o PS que captou essa maior atenção eleitoral. E isso permitiu ao PS assumir-se como representante dessa legitimidade eleitoral. E deu-se a eclosão do chamado 'caso República' que teve uma grande repercussão, nomeadamente em França.Porque foi acompanhado pelo Edgar Morin?Edgar Morin e muitos outros intelectuais que discordavam das posições que o Le Monde teve em relação ao caso República. Quer dizer, houve várias posições no Le Monde, mas a posição dominante não coincidia com a opção do Partido Socialista. O Partido Socialista dizia que o caso República tinha sido uma tentativa do Partido Comunista Português - e diz isso no estrangeiro - para pôr fim à única voz socialista que havia em Portugal. Quando falavam em Portugal, os socialistas diziam que era uma tentativa do Partido Comunista para pôr fim à única voz independente que existia em Portugal. Portanto, mobilizava o discurso.               O Le Monde tinha uma posição diferente a esse respeito, achou que aquilo foi um movimento provocado não pelo Partido Comunista porque já havia muito poucos jornalistas do Partido Comunista. Foi muito mais provocado pelos operários da gráfica, que já vinham de antes, muito antes, e que eram sobretudo republicanos antifascistas. Eles não queriam era um jornal conotado politicamente, nem com o PCP, nem com o PS. Eram republicanos antifascistas e queriam um jornal independente. E depois havia núcleos de extrema-esquerda na administração e foram sobretudo esses núcleos que se impuseram.O Partido Comunista já tinha retirado do jornal República praticamente todos os seus jornalistas que foram transferidos para o Diário de Notícias. Na altura, o Partido Comunista não podia denunciar o que se passava porque denunciar o que se passava era pôr-se em oposição também ao poder popular. São antigas as divergências entre o Partido Comunista e os partidos da esquerda radical ou da extrema-esquerda. Não podia apoiar a extrema-esquerda, mas também não se podia pôr em oposição porque senão perdia uma boa parte da sua base de manifestações, de ocupações, etc.Todo este caso vai marcar o "Verão Quente". O ímpeto revolucionário calou-se a 25 de Novembro de 1975, depois do tal braço-de-ferro marcado por ameaças de guerra civil em Portugal. Numa das reportagens publicadas no livro, o José Rebelo relata que Mário Soares acusou os comunistas e os seus alegados aliados militares de "tentativa de instauração de uma ditadura totalitária" em Portugal. Esta acusação era fundamentada? Sentiu que, de facto, havia esta ameaça de guerra civil ou foi algo instrumentalizado pelos partidos?Eu, pessoalmente, nunca senti que houvesse essa ameaça. Poderá ter existido, mas eu, enquanto jornalista, nunca senti esse risco de um golpe de Estado comunista. Nunca achei que o Partido Comunista tivesse força suficiente para se impor e para tomar o poder em Portugal. Mas houve quem pensasse isso e, se calhar com algum fundamento. Eu não posso negar a existência de algum fundamento nessa espécie de acusação. Eu pessoalmente, não sentia, mas poderá ter acontecido.Parece-me que o Partido Comunista teve mais força e foi mais apoiado pela União Soviética até à independência de Angola. Portanto, o que interessava para os partidos dos outros países que davam o seu apoio ao Partido Comunista era sobretudo a descolonização e a forma como ela se iria fazer. Quando Angola se torna independente, o suporte do Partido Comunista enfraquece. Aliás, é nessa altura também, pouco depois da independência de Angola, que se dá o 25 de Novembro, que é a confrontação entre as duas alas militares, a ala mais radical e a ala mais moderada.E há muitas versões do 25 de Novembro. O que é certo é que o Partido Comunista Português guardou uma atitude de relativa passividade e de muito silêncio em relação ao 25 de Novembro. Ele não se colocou ao lado da ala radical dos militares para evitar a confrontação. Havia dois sectores, sobretudo um onde ele era muito forte, que é o da área dos fuzileiros navais que eram muito controlados por um dos almirantes da esquerda radical, que é o Almirante Rosa Coutinho. E os fuzileiros nunca saíram da sua base.Portanto, as pessoas podem interrogar-se e interpretar das maneiras mais diferentes que se possa imaginar esta atitude relativamente passiva do Partido Comunista. Será que ele não tinha forças para intervir ou será que ele, por análise da própria relação de forças, sentia que já não tinha condições para se impor e preferia a adopção de uma medida que salvaguardasse a sua existência em Portugal? Foi o que aconteceu porque no dia seguinte ao 25 de Novembro, um dos militares, Melo Antunes, que é um dos mais importantes militares do Conselho da Revolução, veio à televisão dizer "Viva a democracia, salvámos o 25 de Abril, mas não pode haver democracia em Portugal sem o Partido Comunista Português". Portanto, foi salva a situação. Quer dizer, não houve, na sequência do 25 de Novembro, um avanço da direita que afastasse claramente o Partido Comunista Português do leque partidário nacional. O Partido Comunista Português continuou a apresentar-se a eleições e a ver os seus resultados eleitorais cada vez mais enfraquecidos.Por que é que as utopias revolucionárias do poder popular desaparecem depois do 25 de Novembro?Quer dizer, já antes aquelas clivagens entre partidos políticos e facções dentro dos militares iam acentuando um clima desagradável. As manifestações contra as condições de vida aumentaram. Por exemplo, nas vésperas de 25 de Novembro, os operários da construção civil cercaram o Parlamento. Aliás, eu fiquei lá dentro e foi do lado de dentro do Parlamento que ditei o meu artigo para o Le Monde pelo telefone da Assembleia da República!Já havia um certo 'clima de malaise', como dizem os franceses, mas depois, quando a situação mudou ao nível do governo, os militares que ganharam no 25 de Novembro, nomeadamente o general Eanes que os comandava, apareceram como os grandes vencedores. Isto contribuiu muito para enfraquecer o movimento que tinha bases pouco organizadas. Então, começaram a acontecer problemas às empresas auto-geridas porque elas podiam produzir enquanto tivessem tecido e também se houvesse importadores. Não havendo importadores, nem havendo onde comprar tecidos, a produção não se podia fazer, de modo que as empresas foram ocupadas mas acabou por acabar ao fim de alguns meses por haver grandes problemas de produção. O mesmo se passa noutros sectores industriais por falta de matéria-prima e falta de comercialização dos produtos que eram produzidos no interior dessas unidades produtivas. Nos campos é a mesma coisa.Mas há um exemplo que dá que é um exemplo de sucesso. Publica uma reportagem, em Dezembro de 1976, de unidade colectiva de produção chamada "a esquerda vencerá", em Pias, no Alentejo. Quer falar-nos sobre esta conquista colectiva derivada da Reforma Agrária?Essa é uma unidade colectiva de produção dirigida por um antigo operário agrícola que se chamava Manuel Carvalho. Eu acho que ele pertencia mesmo ao Partido Comunista Português, tinha uma grande actividade, um grande dinamismo e é muito bem aceite pela comunidade dos trabalhadores que formavam aquela unidade colectiva. Ele, como outros dirigentes de unidades colectivas, fizeram pequenos cursos de meses na República Democrática Alemã e vinham com cursos de aprendizagem acelerada. O que contava, essencialmente, era a capacidade que eles tinham de lidar com os militantes que formavam as unidades exclusivas de produção e beneficiavam também de algum apoio do Partido Comunista enquanto organização do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas.Quando se começou a desfazer tudo, eles começaram a ver que isto não levava a parte nenhuma. Um ano e tal depois, houve uma reforma agrária que começou a restituir terras aos pequenos proprietários e as unidades colectivas de produção começaram a desfazer-se. Houve algumas que subsistiam, nomeadamente uma chamada Torre Bela que subsistiu durante mais algum tempo.  A Torre Bela era estrategicamente uma unidade de produção muito importante porque estava no limite da metade norte de Portugal, onde predominava o minifúndio, e da metade sul dominada pelo latifúndio. Essa unidade colectiva de produção era dirigida por um revolucionário de um partido político que vinha de antes do 25 de Abril, Camilo Mortágua.     Que era da LUAR, a Liga de União e Acção Revolucionária...Que dirigia a LUAR, exactamente. Era muito interessante porque ele tinha uma forma de organizar aquela unidade colectiva e de os trabalhadores se reunirem todos os dias. Eles ocuparam uma grande propriedade que pertencia, se eu não me engano, aos duques de Lafões, que se foram embora. Foi a gente mais pobre da aldeia e homens com hábitos de alcoolismo e tudo isso que vieram a formar a cooperativa. Camilo Mortágua, todos os dias, à noite, reunia todos na sala de jantar do solar dos duques de Lafões, para dizer: "Bom, então o que é que vamos fazer amanhã?" E eu lembro de uma mulher uma vez dizer: "Ai, muitos de nós que somos católicos queríamos abrir a capela, podemos fazer uma pequena limpeza..." E ele disse: "Não. Se há muita gente, se a gente quer usar a capela, não tem que fazer uma pequena limpeza, tem que se limpar tudo integralmente porque a capela tem que estar em condições de as pessoas a utilizarem como um local de acolhimento e por isso tem que estar integralmente limpa." Foi ele mesmo que incentivou. Isto é quase um dos casos emblemáticos de uma reforma agrária que não era controlada pelo Partido Comunista, era esta esquerda utópica, mas que que revelou também um movimento popular absolutamente insuspeitável.O último artigo do livro é datado de 29 de Outubro de 1982 e fala sobre o fim do Conselho da Revolução, mas, sobretudo, fala das críticas dos Conselheiros da Revolução quanto ao Presidente Ramalho Eanes que reintegrou salazaristas no aparelho militar e não manifestou "o mesmo espírito de abertura" em relação a militares envolvidos no "entusiasmo revolucionário de 75 e 76". Escreve, também, que o ministro do Interior da ditadura, o general Schulz, foi declarado inocente e que a Justiça ia abrir um inquérito à forma como ele foi detido depois do 25 de Abril. A dada altura escreve "Os cravos estão decididamente murchos". Porquê?Bom, a dissolução do Conselho da Revolução, em 1982, é o último episódio daquele sonho revolucionário de 1975. Essas reacções vêm sobretudo do grupo dos militares mais radicais que foram derrotados no 25 de Novembro. O general Eanes representa aquele grupo de militares mais moderados e que eram contra esta ala radical. Houve receio que aquilo implicasse uma reviravolta total na relação de forças e houve desconfianças em relação ao próprio general Eanes quanto à sua orientação política e que ele fosse finalmente a expansão da direita militar.Ele foi o primeiro Presidente da República eleito, apoiado pelo Partido Socialista e pelos partidos que estavam à direita do Partido Socialista, o Partido Popular Democrático e o Centro Democrático Social. Depois, foi ele que proclamou, desde logo, que o momento tinha chegado de fazer regressar os militares às casernas. Portanto, fazer regressar os militares às casernas era acabar com o mito dos capitães.Mas as coisas alteraram-se porque, felizmente para Portugal, não houve um volte-face tão radical. O general Eanes, que em 1975 e nas eleições de 1976 aparecia como representante da direita, foi-se alterando. Mesmo fisicamente. Ele usava umas patilhas muito compridas, uns óculos de lentes grandes, tinha um ar hierático, muito rígido, sempre sério e tal. Depois, ele arranjou lentes de contacto, tirou os óculos, deixou de ter as patilhas compridas, perdeu aquele ar militar, aquele ar duro e passou a vestir-se civilmente como qualquer pessoa. Hoje o general Eanes é um dos grandes senadores ainda vivos de Portugal e é visto com respeito nos mais diversos meios, inclusivamente dentro do Partido Comunista.E o Otelo Saraiva de Carvalho, que também entrevistou antes das presidenciais de 1976, como é que vê a forma como a História e como Portugal o tratou? Ele que libertou Portugal da ditadura?Enquanto o general Eanes e outros generais como o Melo Antunes eram pessoas que tinham uma ideia mais clara quanto àquilo que importava fazer, o Otelo era - até pelo próprio nome - o homem das acções espetaculares. Ele foi fundamental no 25 de Abril, foi o ilustre estratega do 25 de Abril, mas depois tanto dizia que ia meter os sociais-democratas e a direita toda na Praça de Touros de Campo Pequeno (o que fazia com que as pessoas se lembrassem logo do Chile de Pinochet), como dizia, quando se deslocou a um país nórdico, que Portugal iria ter sucesso como um país social-democrata. Portanto, ele era uma pessoa extremamente simpática, extremamente afável, eu era muito amigo dele, mas ele perdeu um bocado o pé depois do 25 de Novembro.Era alguém que gostava de estar sempre na boca de cena. Estava sempre ali sobre o palco e quando perdeu este poder que tinha enquanto chefe do COPCON, cometeu alguns erros graves, como dar cobertura - não digo que ele era dirigente - a grupos de esquerda mais radicais que foram responsáveis de alguns atentados terroristas. Não creio que ele fosse dirigente desses grupos, mas de alguma forma, alguns dirigentes desses grupos reclamavam-se dele e ele olhava-os com complacência, digamos. E quando ele perdeu esse grande prestígio e passou a não ter funções importantes do ponto de vista militar, acabou por ir para o outro lado. Foi condenado a 12 ou 13 anos de prisão, acabou por fazer metade da pena porque houve muitos dirigentes políticos estrangeiros, incluindo François Mitterrand, que fizeram pressão junto do primeiro-ministro de então, o doutor Mário Soares, no sentido de ele ser liberto.Essa justiça também se fez em relação aos torcionários e aos antigos dirigentes do Estado Novo?Não, eu diria que não. Aliás, foram poucos os que foram presos e mesmo uma grande parte dos que foram presos fugiram da prisão de Alcoentre. E é muito estranho como é que, de repente, 80 e tal presos acusados de pertencerem à polícia política fogem. Há várias coisas que se cruzam. Há o pensamento dos militares que o melhor é esquecer essa história toda, não vamos começar com represálias porque nunca se sabe onde é que acabam as represálias e o melhor é deixar isto esquecido. Não houve essa perseguição de elementos da PIDE e houve alguns dirigentes da polícia política que depois apareceram, incluindo um que é responsável pela morte do general Humberto Delgado que foi o último candidato democrata às eleições presidenciais em Portugal e que foi assassinado em Espanha, perto da fronteira com Portugal.Parece que há dois pesos e duas medidas em relação ao Otelo Saraiva de Carvalho e aos antigos responsáveis da ditadura… Porque a situação também se modificou.  A partir do 25 de Novembro, a direita portuguesa pôde aparecer livremente, enquanto que antes toda a direita se refugiava por detrás do Partido Socialista Português.O que é que pensa de este ano terem sido eleitos 50 deputados da extrema-direita e o vice-presidente da Assembleia a ser um antigo membro do MDLP, responsável por vários atentados no pós 25 de Abril?E foi por esse partido. O Chega, em poucos anos, passou de um deputado para 50 deputados, num parlamento que conta 230 deputados. É algo que mostra o mal-estar em Portugal em sectores como a educação, como a saúde, como a habitação, nas forças policiais que ganham salários de miséria. Há descontentamento e o que aconteceu é que aparece um partido populista de extrema-direita que promete tudo e mais alguma coisa.Quer dizer, aconteceu em Portugal, o mesmo sucedeu em França, sucedeu na Holanda, sucedeu em Espanha, sucedeu na Áustria, está a suceder na Alemanha, etc. Direi até que em Portugal sucedeu um bocado mais tarde talvez porque a democracia em Portugal vem na sequência de um acto revolucionário, contrariamente ao que sucedeu nos outros países onde a extrema-direita progrediu rapidamente e muito mais cedo. Portanto, o que sucede em Portugal, neste momento, é algo que que sucedeu também nos outros países. Mas eu direi que mais de 80% dos portugueses votaram por partidos democratas, mesmo a direita que está no poder actualmente é um partido de direita que respeita as regras da democracia, enquanto o Chega diz-se anti-regime, contra a Constituição, contra o 25 de Abril e tudo isso. E a direita há-de continuar a defender o 25 de Abril.Ou o 25 de Novembro...E o 25 de Novembro. Aliás, a direita considera que já não haveria o 25 de Abril se não tivesse havido o 25 de Novembro. Mas o que é certo é que continua a respeitar o 25 de Abril, ao passo que este partido de extrema-direita não. Ele afirma-se contra o 25 de Abril.Há historiadores que defendem que o 25 de Abril foi um golpe de Estado militar que o povo na rua transformou em revolução. O que foi para si a "Revolução dos Cravos"?Essa interpretação é também a minha. O golpe militar inicialmente teve uma dimensão sobretudo corporativista. Havia, por um lado, um grupo de militares de alta patente, coronéis, generais e tal, que consideravam que o Governo de Marcello Caetano não tinha condições para encontrar uma solução que resolvesse a situação porque a posição não era de independência das colónias, era de uma autodeterminação, de uma independência relativa, de tal forma que as colónias pudessem ter alguma autonomia política, mas todas elas no seio de uma comunidade portuguesa que continuasse a ser dirigida por Lisboa. Em Moçambique, até havia quem pugnasse por uma independência do norte de Moçambique, a norte do Zambeze. O livro que Spínola publicou, “Portugal e o Futuro”, um ano antes, já mostrava esse descontentamento e achava que já não havia condições para o Governo português poder resolver a situação africana.Depois, havia um grupo de militares que protestava pelas suas condições de existência, por dificuldades de imaginar a carreira, até porque o Governo português tinha sido obrigado a recrutar estudantes universitários recém-licenciados que partiam todos para as colónias com o título de tenentes e de capitães quando faziam mais do que uma missão em África. Portanto, os capitães de carreira reagiam mal ao verem os capitães que não eram profissionais, que eram universitários e que acabavam por ter as mesmas regalias que eles.Terceiro aspecto, esses universitários que se tornaram capitães, tenentes, etc, também têm um papel de doutrinação política, ideológica junto de muitos oficiais de carreira.Portanto, temos oficiais de carreira que estão dispostos a alinhar numa tentativa de golpe de Estado porque as suas carreiras não oferecem um futuro conveniente; temos oficiais de carreira que alinham também no golpe de Estado porque estão politicamente doutrinados à esquerda pelo seu contacto com os não profissionais que vêm da universidade; e depois temos tenentes, coronéis, generais que também alinham num golpe de Estado para encontrar uma solução que não seja de independência integral para as antigas colónias. Durante bastante tempo estes três grupos coexistiram com as suas contradições, mas coexistiram.O 25 de Abril é a expressão desta espécie de compromisso tácito entre estes três grupos e o Spínola que é nomeado Presidente da República, que dirige a Junta de Salvação Nacional e que representa estes generais que entendem que não há solução dentro do regime, mas que não querem ir muito longe. Depois há as tentativas de golpe de Estado de 28 de Setembro e de 11 de Março que são levadas a efeito por esse grupo de generais. Mas cada vez que há uma tentativa dessa natureza, a ala radical dos capitães ganha posição.Depois, há a rua, há o efeito popular que é enorme. As pessoas saem à rua. Eu estava em Paris nessa altura, mas fui no primeiro voo charter que aterrou no aeroporto de Lisboa. Foi uma viagem organizada em Paris. Tive a ocasião de assistir a esse movimento e ao primeiro de Maio de 1974 que foi uma coisa absolutamente extraordinária. Os militares, os cravos nas espingardas, os cravos nas bocas dos canhões, os militares todos... E depois havia o povo todo na rua. O povo saltou para cima dos blindados.Isto teve nestes militares, tenentes, capitães jovens, um grande impacto. Sentiram-se dignificados, de repente reconquistaram o orgulho de ser militares que tinham perdido porque estavam votados a uma guerra africana que não era popular em Portugal e que aparentemente não tinha solução e que Portugal estava a perder. Portanto, eles ganham prestígio, sentem-se heróis e ganham a dignificação. E é isto também que joga um papel muito importante para que eles cada vez assumam posições mais à esquerda e que o golpe de Estado se transforme mesmo numa revolução.É um exemplo desses militares a quem nós dedicamos o livro, que é o António Marques Júnior, que era tenente no 25 de Abril e foi ele que comandou as tropas que vieram de Mafra, que é o lugar onde se preparavam todos os universitários que iriam tornar-se tenentes e capitães. Ele foi um dos mais jovens militares graduados e foi o mais jovem membro do Conselho da Revolução, que era o órgão de decisão política e administrativa formado pelos militares. Ele morreu muito cedo, morreu há uma dúzia de anos e foi a ele que dedicámos o livro porque achámos que ele representava toda aquela pureza, toda aquela vontade de fazer alguma coisa de novo, toda aquela vontade de evitar retaliações, de procurar consensos e que tudo se passasse bem ou que tudo se passasse o melhor possível.

O Assunto
Ailton Krenak, primeiro indígena na ABL

O Assunto

Play Episode Listen Later Apr 8, 2024 33:17


Desde a sessão inaugural da Academia Brasileira de Letras, apresentada por Machado de Assis em 20 de julho de 1897, mais de 250 escritores, poetas e intelectuais já ocuparam as 40 cadeiras mais célebres da cultura brasileira. Entre tantos gênios que se tornaram imortais, nenhum indígena até a última sexta-feira. Em uma cerimônia histórica, Aílton Krenak assumiu a cadeira número 5 da ABL – que já foi ocupada por Oswaldo Cruz e Rachel de Queiróz. “É uma esperança de que a nossa sociedade esteja melhorando a percepção sobre sua própria diversidade”, diz o novo imortal. Como liderança indígena, ele foi um dos protagonistas da luta dos povos tradicionais por direitos na Assembleia Constituinte. Como poeta e filósofo, Krenak assina mais de uma dezena de obras que versam sobre a relação da humanidade com os elementos da natureza, com a ancestralidade perdida e com a necessidade de – como diz em um de seus livros – buscar formas de adiar o fim do mundo: “Compreender o organismo da Terra, com sua magnifica potência de vida, é pacificar nossa fúria por consumo”.

Perguntar Não Ofende
Luciana Maruta e Sofia da Palma Rodrigues: a abstenção sufoca a democracia?

Perguntar Não Ofende

Play Episode Listen Later Mar 5, 2024 94:13


Perto de cinquenta anos de democracia, que garantiu o direito ao voto livre um ano mais tarde, para a Assembleia Constituinte, os portugueses votam cada vez menos. Muito longe vão os 16% de abstenção de 1976. Se Portugal está no pelotão da frente da abstenção, não é um caso isolado. Cinco em cada dez europeus não votaram nas eleições europeias e três em cada dez não votaram para eleger o seu chefe de Estado ou parlamento. O afastamento dos cidadãos dos atos eleitorais não é um processo uniforme. Ele replica e perpetua as desigualdades existente na sociedade. Em regiões com menores níveis de escolaridade, salários médios mais baixos, ou maiores níveis de desigualdade, a mobilização eleitoral é menor. Num dos poucos espaços onde todos os cidadãos valem rigorosamente o mesmo, onde do CEO ao habitante do bairro social todos têm apenas um voto, são os segmentos sociais com menor capacidade de influência no espaço público quem menos aproveita o voto para fazer valer os seus direitos e os seus interesses. A concentração do voto nas classes médias, especialmente nas mais envelhecidas, afunila as preocupações dos partidos nesses mesmos segmentos e a conduz a governações menos diversas e mais conservadoras.See omnystudio.com/listener for privacy information.

O Mundo Agora
As lições do fracasso do processo constituinte para a democracia no Chile

O Mundo Agora

Play Episode Listen Later Dec 18, 2023 4:22


No dia 17 de dezembro de 2023, os chilenos rejeitaram, por uma margem de 56% a 44%, a proposta de nova Constituição elaborada pelo Conselho Constitucional. Este é o segundo fracasso consecutivo de um processo constituinte no país, após o resultado negativo do plebiscito de 2022. Thiago de Aragão, analista políticoA rejeição da nova proposta da Constituição é um duro golpe para a democracia chilena. Ela reflete a profunda polarização política que o país vive, bem como a crescente desconfiança da população nas instituições democráticas. Existem algumas lições importantes que podemos tirar desse processo no Chile.A primeira lição é que a polarização extrema mina a confiança cidadã na real importância das transformações propostas. No caso chileno, as propostas apresentadas pela Assembleia Constituinte em 2022 e 2023 foram extremamente polarizadas, com uma visão radical de esquerda e outra radical de direita. Essa polarização, juntamente com o abandono da proposta apresentada em 2018, contribuiu para minar a fé dos cidadãos na real importância das transformações propostas.A polarização é um fenômeno comum em democracias representativas, mas ela pode ser especialmente prejudicial em processos constituintes. Isso ocorre porque as constituições são documentos que buscam estabelecer um consenso sobre os valores e princípios que regem uma sociedade. Quando a polarização é extrema, torna-se difícil encontrar um denominador comum que seja aceito por uma maioria significativa da população.Fake newsA desinformação é outro desafio importante. A campanha eleitoral para o plebiscito foi marcada pela disseminação de notícias falsas e boatos sobre a proposta constitucional. Isso contribuiu para confundir a população e dificultar o processo de tomada de decisão.Esse processo de fake news é disseminado por uma variedade de atores, incluindo políticos, grupos de interesse e indivíduos. Ela é facilitada pelo uso das mídias sociais, que permitem a rápida disseminação de informações sem validade alguma.O resultado do plebiscito também reflete a crescente desconfiança da população nas instituições democráticas. A Constituição de 1980, elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet, é amplamente considerada ilegítima pela população. O processo constituinte de 2020-2022 foi visto por muitos como uma oportunidade de corrigir os erros do passado.No entanto, o fracasso do processo constituinte agravou a crise de confiança. Muitos chilenos acreditam que as elites políticas são incapazes de produzir um texto constitucional que seja aceitável para a maioria da população.A segunda lição é que a necessidade de os partidos políticos consolidarem sua presença territorial e entenderem melhor as necessidades cidadãs é urgente. O processo constituinte se encerrou com milhões de chilenos optando por partidos como a Lista del Pueblo, de esquerda radical, e o Partido Republicano, de extrema direita, mostrando um vazio político em busca de referências sólidas.A legitimidade da democracia representativa depende da representação efetiva dos interesses dos cidadãos. Quando os partidos políticos não conseguem conectar-se com as preocupações da população, eles perdem a legitimidade e a confiança dos cidadãos.No caso chileno, a polarização do processo constituinte contribuiu para a fragmentação do sistema partidário. Isso tornou mais difícil para os partidos políticos representarem os interesses da população de forma efetiva.Crise de confiançaO fracasso do processo constituinte é um momento de reflexão para a democracia chilena. O país precisa encontrar uma forma de superar a crise de confiança e de fortalecer as instituições democráticas.Uma possível solução seria retomar o processo constituinte, mas desta vez com um enfoque mais moderado e consensual. Os partidos políticos deveriam deixar de lado suas diferenças ideológicas e se concentrar nos temas que unam a maioria dos chilenos.Outra possível solução seria continuar reformando a Constituição de 1980 de forma gradual. Essa opção seria mais realista, já que seria mais fácil alcançar um consenso entre os partidos políticos. As reformas poderiam incluir medidas para fortalecer os direitos humanos, os direitos sociais e a democracia representativa.Qualquer solução que for adotada, é importante que o processo seja transparente e participativo. A população deve ter a oportunidade de se envolver na discussão e de fazer suas vozes serem ouvidas.O fracasso do processo constituinte é uma oportunidade para a democracia chilena aprender com seus erros. Se os partidos políticos, as instituições públicas e a população puderem trabalhar juntos para superar a crise de confiança, o país poderá construir um futuro mais justo e equitativo para todos.A terceira lição é que as necessidades concretas dos cidadãos devem ser o foco central da ação política e ser atendidas com seriedade e eficácia. O governo deve mostrar resultados tangíveis, especialmente nas áreas de educação e segurança. Declarações pós-eleitorais dos líderes dos partidos devem ter correspondência em ações legislativas e na gestão de agendas colaborativas.A democracia representativa só é legítima se for capaz de atender às necessidades dos cidadãos. Quando o governo não consegue mostrar resultados tangíveis, ele perde a confiança dos cidadãos.No caso chileno, a rejeição da proposta constitucional foi em parte motivada pela percepção de que o processo não estava atendendo às necessidades dos cidadãos. A população chilena está preocupada com questões como desigualdade, acesso à educação e segurança pública. O governo chileno precisa mostrar resultados concretos na resolução desses problemas.O futuro da democracia chilena precisa de vários pontos de convergência entre governo e oposição, mas também de algumas renovações básicas para que a principal parte nessa equação democrática, a sociedade, entenda e participe sem depender de alucinações cada vez mais típicas da esquerda e da direita na América Latina. Reformar o sistema eleitoralO sistema eleitoral atual é majoritário, o que favorece a fragmentação política e dificulta a formação de maiorias estáveis. Uma reforma para introduzir um sistema proporcional seria mais favorável à representação da diversidade de opiniões da população.Fortalecer os partidos políticosOs partidos políticos são essenciais para a democracia, pois são responsáveis por organizar a representação dos interesses da sociedade. No entanto, os partidos políticos chilenos estão enfraquecidos, o que dificulta a formação de consensos. É preciso fortalecer os partidos políticos, tornando-os mais inclusivos e representativos da diversidade da sociedade.Promover a educação cívicaÉ importante que a população esteja informada sobre os seus direitos e deveres cívicos. A educação cívica deve ser promovida nas escolas e na sociedade civil, para que as pessoas possam participar ativamente da vida democrática.A democracia chilena está em um momento crítico. O fracasso do processo constituinte é um sinal de que o país precisa enfrentar desafios importantes. No entanto, também é uma oportunidade para a democracia chilena aprender com seus erros e construir um futuro mais justo e equitativo para todos. 

Em directo da redacção
Livro mostra 25 de Abril como “revolução social” e abana “visão idealizada” da História

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Dec 8, 2023 36:20


O livro “C'est le peuple qui commande - La Révolution des Oeillets 1974-1976”, do historiador Victor Pereira, mostra que o 25 de Abril não foi apenas o derrube da ditadura e de um império colonial, mas foi também “uma revolução social”. A obra abana uma certa “visão idealizada” da História e quebra tabus nas narrativas institucionalizadas sobre o 25 de Abril, alertando contra as ameaças da extrema-direita nas vésperas dos 50 anos da Revolução dos Cravos. Neste programa, falámos com o historiador Victor Pereira sobre o seu livro, publicado em França, “C'est le peuple qui commande - La Révolution des Oeillets 1974-1976”. A obra desempoeira uma certa “visão idealizada do 25 de Abril” e mostra que “o 25 de Abril não falhou”, mas os cravos das “utopias revolucionárias” murcharam. O livro lembra como a violência do colonialismo e as lutas de libertação também levaram ao 25 de Abril, à queda da ditadura e de um império e recorda os meses e os anos que se seguiram à “Revolução dos Cravos” e que acabaram com “sonhos revolucionários”, para uns, e com ameaças de “ditaduras comunistas”, para outros. A obra recorda os bastidores, as dinâmicas e as lutas internas do processo revolucionário português, as preocupações diplomáticas internacionais e os diferentes movimentos sociais que acreditaram numa transformação radical da sociedade portuguesa.Para o investigador, a revolução de 25 de Abril de 1974 não foi apenas o derrube da ditadura e de um império, mas foi também “uma revolução social” e até “a última revolução na Europa ocidental que que quis acabar com o capitalismo”. Porém, “o ímpeto revolucionário”, que chegou a ser comparado ao Maio de 68 em França, calou-se a 25 de Novembro de 1975, depois de um braço-de-ferro marcado por ameaças de guerra civil em Portugal.Hoje, a extrema-direita ensombra as comemorações dos 50 anos da “Revolução dos Cravos” e Victor Pereira espera que este aniversário permita a divulgação de trabalhos que interroguem a “visão encantada que uma grande parte da população portuguesa conserva do seu passado colonial”. Em causa, a herança lusotropicalista que persiste em torno da ideia de uma “ditadura e colonialismo brandos” alimentada, em parte, pelo paradoxo que “os militares que fizeram a revolução e que libertaram o povo português e permitiram a descolonização, foram os mesmos que fizeram a guerra”.RFI: O livro sobre o fim da ditadura em Portugal termina com uma parte intitulada “um 50° aniversario sob a ameaça da extrema-direita”. Até que ponto este alerta é premente hoje?Victor Pereira, Autor de “C'est le peuple qui commande - La révolution des Oeillets 1974-1976”: Este livro foi escrito e publicado antes do anúncio da demissão do António Costa e das próximas eleições, em 10 de Março, mas mesmo apesar das eleições e o peso talvez mais importante que o partido da extrema-direita poderá ter na Assembleia, quando escrevi este livro, no verão, já tinha em mente que para o Chega, a extrema-direita, ia ser uma forma de ter alguma cobertura mediática.Isto porque o Chega é um dos partidos que mais critica o 25 de Abril, nomeadamente uma das consequências do 25 de Abril que é a descolonização e o retorno de populações brancas que viviam em Angola e Moçambique principalmente, e que coloca em questão a democracia tal como ela existe desde 1976, falando de corrupção, falando de sistema e tudo.É quase irónico que, algumas semanas antes do 25 de Abril, haja essas eleições e talvez - ainda não sabemos - onde o partido Chega talvez vá ser um partido essencial para garantir uma maioria à direita ou que pode até impedir que haja uma solução governativa clara logo depois das eleições.Deixa um desejo que as comemorações dos 50 anos sirvam para a divulgação de trabalhos de investigadores que há anos interrogam o que chama de “visão encantada que uma grande parte da população portuguesa conserva do seu passado colonial”. O Víctor Pereira sublinha que há mesmo duas narrativas perigosas que persistem sobre o 25 de Abril. Quais são elas?Sim, porque depois do 25 de Abril houve alguns estudos que tentaram descrever o que foi o colonialismo a partir do século XV, digamos, até ao fim da guerra colonial, nomeadamente os massacres que houve durante a guerra colonial. Conhecemos alguns, mas talvez alguns ainda não são bem conhecidos. Dos mais conhecidos talvez seja o do Wyriamu, em Moçambique, com 400 pessoas civis mortas por tropas portuguesas.Se bem que durante a guerra colonial, no exílio, por exemplo, em França havia alguns partidos e movimentos que tentavam alertar a opinião pública internacional sobre a guerra e os massacres que aconteciam, depois do 25 de Abril, um dos paradoxos da revolução é que são os militares que fazem a revolução e que libertam o povo português que permitem a descolonização, mas são os mesmos militares que fizeram a guerra e que depois do 25 de Abril não tiveram propriamente vontade que fossem expostos os crimes que foram cometidos - não por eles pessoalmente muitas vezes, mas por outras pessoas com as quais trabalhavam e com alguma ligação de confraternidade dentro das Forças Armadas.Isso é uma coisa que fez com que depois do 25 de Abril não se falou muito dos massacres. Ou se houve alguns estudos nem sempre tiveram acesso às fontes úteis para isto e foi difícil para eles divulgarem esses trabalhos.O outro ponto é a ideia de uma “ditadura branda”?Exactamente e, sobretudo, do colonialismo brando. Isto é, uma das coisas também que ficou depois do 25 de Abril - e que é um enigma para os historiadores - é que antes do 25 de Abril, nos anos 50, e sobretudo 60 e 70, a ditadura de Salazar retomou os trabalhos do antropólogo-sociólogo brasileiro, Gilberto Freire, que tinha desenvolvido o lusotropicalismo, essa ideia que os portugueses eram diferentes dos outros povos colonizadores, no sentido em que eles não eram racistas. Segundo o Gilberto Freire e o lusotropicalismo, os portugueses não são racistas e não houve violência colonial, houve encontros coloniais feitos de mestiçagens, de trocas. Isso tudo foi uma narrativa que branqueou a violência do colonialismo. Os portugueses conseguiram impor-se pela força, não por outros meios.E o Victor fala também da narrativa de um PREC violento que tentou impor um regime totalitário…Sim. Por um lado, uma ditadura em que não foram assim tão duros, não eram repressivos em comparação, por exemplo, com outro regimes como a Alemanha nazi, etc. Por outro lado, colocando a ênfase sobre a violência, sobre a eventual deriva para uma ditadura de esquerda, e sobretudo comunista ou de extrema-esquerda e os abusos por parte de alguns militares, como Otelo Saraiva Carvalho, com o COPCON. Então, houve um discurso de banalização da ditadura e do colonialismo e de colocar a revolução, apresentá-la como um momento perigoso, onde as liberdades e a democracia foram colocadas em risco.Diz que o 25 de Abril não foi só a queda de 48 anos de ditadura e o fim de um império de cinco séculos. O que é que foi para si o 25 de Abril?Foi a libertação de todo um povo, de todos uns povos. Foi a libertação do povo português da ditadura que durou 48 anos. O que se vê logo no 25 de Abril – e que foi uma surpresa para os próprios militares - é que o povo sai à rua para apoiar, incentivá-los e ninguém sai à rua para defender a ditadura. E eu disse ‘todos os povos' porque depois é a libertação de Angola, Moçambique e da Guiné-Bissau e Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Mais tarde, de Timor e de Macau. Por um lado, é uma libertação, por outro, sabemos bem que, por exemplo, em Angola houve uma guerra civil, em Moçambique também houve conflitos e na Guiné houve várias dificuldades, isto é, houve a libertação, mas que não foi vivida logo e com todos os benefícios para as populações civis em certos países.Há uma grande mobilização social, há um sopro de liberdade a seguir ao 25 de Abril, com os comitês de moradores, as comissões de trabalhadores, as greves de trabalhadores e ocupações de terras, de casas, de fábricas, há lutas estudantis... No livro, cita o caricaturista francês Cabu, que no Charlie Hebdo, em Maio de 1975, escreve “os portugueses vivem o seu Maio de 68 e um tempo em que tudo parece possível e imaginável”. Porquê?Portugal ficou nas bocas do mundo no sentido em que muitos jornalistas, intelectuais, estudantes, homens políticos seguiram a revolução de perto e até foram ver a revolução e alguns foram viver a revolução. Alguns estudantes foram a algumas cooperativas do sul do país ajudar os trabalhadores ou vieram para Lisboa, para o Porto ver essa revolução.Muitas vezes, uma revolução é uma sucessão de eventos que não se compreende e, em períodos instáveis, a História é usada para tentar compreender o que é que se passa e muitos fizeram essa analogia – muitos franceses nomeadamente – com o Maio de 68, mostrando que havia uma libertação da palavra. As pessoas falavam, havia comícios, havia manifestações, as pessoas depois de 48 anos sem poder falar, há uma libertação e as pessoas querem debater, querem falar política, querem falar de tudo o que podem falar e por isso é que é muitas vezes ligada ao Maio de 68, em que houve grandes debates, grandes comícios, na Sorbonne, no Odéon, etc.Mas alguns fazem outras analogias. Por exemplo, com 1917, com a ideia de uma revolução que pode impor um poder comunista e o fim do capitalismo e o fim da propriedade privada. Outros fazem uma ligação com 1945 em França, depois da guerra, onde é preciso sanear o Estado das pessoas que colaboraram com a Alemanha e com Vichy e criar um pacto entre as forças democráticas para reconstruir o país. E havia muito essa ideia em Portugal, depois de 74, que é preciso reconstruir o país a bem do povo português.Hoje também fazem uma analogia com 1962 porque Portugal também conhece uma descolonização, como a França conheceu em 62, com a vinda de milhares de franceses que estavam na Argélia, Portugal também tem que lidar com o regresso ou a vinda de populações, 700 mil mais ou menos, que viviam em Angola e Moçambique e que querem voltar para Portugal e sair desses países que vão entrando em guerra.No livro começou por falar da fachada imaculada do Convento do Carmo, que não guarda qualquer impacto de balas do 25 de Abril. Diz que esta é uma revolução mundialmente conhecida como “uma revolução pacífica”. Esta é uma narrativa que ainda hoje se ensina nas escolas. O 25 de Abril foi uma revolução sem mortos e pacífica?Houve cinco mortos, quatro deles foram pessoas mortas pela PIDE, pela polícia política, que na altura chamava-se DGS, que vendo uma multidão juntar-se em frente da sede na rua António Maria Cardoso, atirou sobre a população ferindo varias pessoas e matando quatro. Também nesse dia há um quinto morto, que é um agente da polícia política que tenta fugir e que é morto pelos militares do MFA, que é a única pessoa que foi morta pelo MFA.Então, são 5 mortos, mas a ideia que vingou logo é que foi uma revolução pacífica porque não houve muitos mortos. E a ideia que, às vezes, é repetida é que os próprios militares, quando saíram à rua na manhã do 25 de Abril, que eles queriam fazer uma revolução pacífica. Obviamente que não era o caso: eles tinham armas e sabiam que talvez deviam usá-las se fosse preciso.O plano do Otelo Saraiva de Carvalho, que fez o plano das operações, tentou implicar o máximo de forças com o MFA, conseguindo neutralizar os oficiais que não acompanhariam o golpe. Tentou neutralizar as forças que não queriam participar por vários motivos, a Força Aérea, a Marinha e ele conseguiu ver mais ou menos quais eram as forças que iam ser fiéis ao regime e tentar limitar a força de resposta destas entidades. O que funcionou mais ou menos bem.O Otelo tenta ao máximo reduzir os conflitos, mas quando saem à rua, eles acham que vão ter que usar as armas. Então, ela tornou-se pacífica porque o povo saiu à rua, o que fez com que as forças que ainda eram fiéis ao regime, muitos soldados desertaram porque não querem usar as armas contra o Salgueiro Maia, por exemplo, perto do Terreiro do Paço, porque vêm que a revolução é apoiada pelo povo e eles não querem combater com outros portugueses. Isso foi um dos principais motivos.Há esse célebre caso onde um navio de guerra chega em frente do Terreiro do Paço, tem ordens para atirar sobre as forças do Salgueiro Maia e acaba por não o fazer. Se ele tivesse cumprido as ordens, parte da Baixa teria sido destruída e podia haver centenas de mortos porque da parte das forças ainda fiéis ao regime, alguns indivíduos recusaram obedecer às ordens que lhes eram dadas. E isso tudo fez que não houve mais que cinco mortos e que houve pouca troca de balas no dia 25 de Abril.Depois, também houve muita violência durante o colonialismo, durante as guerras de libertação que também levaram ao 25 de Abril...Sim, sim, esses militares que saem à rua e que querem organizar o golpe de Estado, um dos motivos principais é que eles querem pôr fim à guerra, sabendo que o regime não vai aceitar qualquer negociação com os movimentos de libertação. O [António de] Spínola, que era governador até 73 na Guiné-Bissau, tinha proposto ao [Marcello] Caetano uma negociação com o Senghor, presidente da República do Senegal, e com o Amílcar Cabral, coisas que o Caetano recusou radicalmente, dizendo que as Forças Armadas são feitas para fazer a guerra, podem perdê-las ou ganhá-las, mas era inconcebível negociar com pessoas que eram tomadas como terroristas.Obviamente, muitos militares estavam fartos da violência que eles próprios tinham que usar e que os próprios jovens que eles comandavam tinham que sofrer. Era a morte que estava sempre com eles. A morte, o ser preso, ser magoado, e nós sabemos que, décadas depois do fim da guerra, há sempre homens que ainda têm traumas desse período.Não foram só os soldados portugueses que teriam contribuído para o 25 de Abril, também os próprios movimentos de libertação contribuíram, ou não?Há essa ideia, que é um lema, que o 25 de Abril começou em África, isto é, que o 25 de Abril aconteceu porque houve movimentos de libertação em Angola, Moçambique e na Guiné-Bissau principalmente, que lutaram contra o colonialismo português com um discurso que era: nós não lutamos contra o povo português, nós lutamos contra a ditadura portuguesa que nos impede de ser livres, mas que também impede os portugueses de serem livres. Então nós lutamos contra o fascismo de Salazar, de Marcello Caetano, mas não lutamos contra o povo português.Essa propaganda teve algum efeito sobre alguns militares, por exemplo, o Otelo Saraiva de Carvalho que trabalhava na propaganda na Guiné-Bissau sob o comando do Spínola. Alguns questionaram radicalmente o que era a presença portuguesa nessas colónias. Eles viam bem que os povos africanos não viviam bem, que viviam muitas vezes sob a arbitrariedade da administração e dos colonos, eram explorados onde trabalhavam nas explorações de café, por exemplo, em Angola, nos campos de algodão.Então eles compreenderam que tinham que libertar-se da ditadura para poder libertar o povo português e os povos colonizados.A “Revolução dos Cravos” despertou muitos episódios de violência política no pós-revolução. “25 de Abril, dia inicial, inteiro e limpo” é um verso da Sophia de Mello Breyner Andresen que chamou a título de um dos capítulos do seu livro, mas com um ponto de interrogação. Porquê este ponto de interrogação?Porque temos, muitas vezes, uma visão idealizada do 25 de Abril que, de facto, é um grande dia no sentido que conseguiu acabar com uma ditadura que durou 48 anos. Só que, nesse dia, o que se passa é que nem todos os objectivos do MFA são conseguidos porque aparece uma personagem que é o António de Spínola que consegue apoderar-se do poder, o que não era propriamente o que tinha sido pensado pelo MFA.Quando o MFA organizou vários encontros no tempo da ditadura, os oficiais do MFA tinham votado para ser chefe do movimento, em caso de avançar, o Costa Gomes, que era o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, mas que no dia 25 de Abril esconde-se, está no hospital com a mulher, sabia que alguma coisa ia acontecer e nesse dia não aparece. A pessoa que consegue aparecer, mexendo vários cordelinhos ou várias pessoas mexem alguns cordelinhos, é o próprio Spínola que joga um jogo duplo nesse dia 25 de Abril, sabendo que havia um golpe de Estado em preparação, sabendo do programa do MFA, dizendo que tinha algum receio que no MFA houvesse pessoas ligadas ao partido comunista ou comunistas e que no 25 de Abril consegue ir ao Carmo ficar com o poder dado pelo Marcello Caetano e tenta impor durante a noite o programa dele.Alterando um dos pontos fundamentais do programa do MFA.Exactamente. Ele tinha lido e colocado algumas mudanças no programa do MFA nos dias que antecederam o 25 de Abril e já havia algumas tensões entre o MFA e próprio Spínola e a grande tensão era sobre as colónias. O Spínola apareceu como o líder natural em caso de golpe porque ele tinha publicado o livro “Portugal e o Futuro”, publicado em Fevereiro de 1974 que é uma bomba no sentido onde ele diz que a solução à guerra colonial não é militar, mas é política e é preciso tentar encontrar uma solução com os movimentos que combatem em África e, nomeadamente, ir para mais autonomia das colónias e criar uma federação lusíada, isto é, tentar manter um império, mas sem as formas que existiam até 74. Isto é um Portugal unido do Minho a Timor. Ele quer manter alguma ligação com as colónias, enquanto que muitos militares do MFA querem a autodeterminação das colónias, que elas possam decidir o que elas querem e provavelmente vão querer a independência.Logo na noite de 25 para 26 de Abril, o Spínola apenas aparece na televisão à uma da manhã porque há um desentendimento muito forte entre os oficiais do MFA e o Spínola que quer impor o programa dele e diz que o programa do MFA não conta e os oficiais do MFA que dizem: não, nós temos um programa, você lê o programa e é esse programa que vamos propor ao povo português.Há esse desencontro à volta, sobretudo, das colónias, há outros pontos onde eles não concordam, nomeadamente sobre o fim da PIDE-DGS nas colónias. A PIDE-DGS não desaparece nas colónias, desaparece na metrópole, mas não nas colónias.Mas o grande ponto de desentendimento é a descolonização e, aliás, à uma da manhã quando o Spínola fala na televisão, uma das primeiras coisas que ele diz é que o 25 de Abril se fez para manter um Portugal pluricontinental, isto é, continuar com uma forma colonial que ainda se tem que discutir. Isso vai abrir um conflito entre o Spínola e o MFA que vai durar até Setembro de 74 até ao Spínola sair da Presidência da República.Diz que a expressão “Revolução dos Cravos” é usada para designar os eventos que decorrem do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Abril de 1976, mas que depois de Março de 75 aparece o PREC, Período Revolucionário em Curso, em que o MFA quer “transformar radicalmente as estruturas económicas e sociais do país” e fala em “revolução na revolução”. Porquê “revolução na revolução”?Sim, porque, no início, o MFA tinha como objectivo pôr fim à ditadura e entregar o poder aos civis, aos partidos políticos. Só que isso não vai acontecer logo porque há um conflito entre o Spínola e o MFA e parte dos oficiais do MFA acha que o Spínola quer ir contra o espírito do 25 de Abril e foram eles que fizeram o golpe de Estado, não foi o Spínola - ele aproveitou-se, mas não o fez.Então há um conflito. A comissão de coordenação do MFA não desaparece e vai tentando defender a sua visão do 25 de Abril, aliás, consegue a partir de Julho de 74 impor um dos oficiais como primeiro-ministro, o Vasco Gonçalves. Esse conflito vai durar até Setembro, à volta, nomeadamente, da descolonização, e depois o próprio Spínola tenta um golpe de Estado em 11 de Março de 75 e isto vai desembocar numa radicalização da revolução, isto é, uma institucionalização de um MFA com o Conselho da Revolução. O MFA com o Conselho da Revolução pretende ter um papel motor na revolução e transformar radicalmente Portugal.O que antes era visto por certas partes do MFA como não sendo possível - é preciso esperar que o povo português vote para saber o que os portugueses querem e depois veremos as mudanças, não podemos fazer mudanças de vulto - depois do 11 de Março há mudanças de vulto: a nacionalização dos bancos, dos seguros, parte da indústria, o desenvolvimento da reforma agrária no sul do país. Então, o MFA torna-se um agente revolucionário, coisa que não era de todo previsto em Março, Abril de 74.Tem um capítulo intitulado “uma Cuba na Europa?” em referência ao período entre 11 de Março de 1975 e 10 de Julho de 1975. Recorda que o secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, disse que o governo português “é cada vez mais dominado por comunistas”, que têm o apoio do MFA, segundo ele constituído pelo que chamava de “marxistas autodidactas”. Havia realmente o risco de Portugal ser uma Cuba em plena Europa ocidental?Alguma parte do MFA e alguns movimentos políticos esperavam que Portugal fosse um país que não seria uma social-democracia à alemã ou à sueca que achavam demasiado moderada; também não queriam, alguns deles, o princípio popular como na Europa de leste; mas estavam à procura de um novo modelo, de uma via original para um socialismo português e havia muito fortemente um discurso anti-imperialista, que Portugal não era propriamente um país europeu e alguns não queriam que Portugal se juntasse mais tarde à União Europeia, à CEE, mas também não queriam que fosse um satélite de Moscovo.Então, houve várias propostas durante o ano de 74, mas sobretudo 75, sobre o que deveria ser Portugal e houve a célebre caricatura de João Abel Manta que é um quadro com o mapa de Portugal e várias pessoas, o Lenine, o Kissinger, a Rosa Luxemburgo, o Mao a verem Portugal e a não compreenderem o que é que se passa em Portugal porque havia muitas ideias, muitas propostas, muitas soluções, muitas vias para o socialismo.Obviamente, do lado dos Estados Unidos, da França, mas sobretudo dos Estados Unidos, havia um medo que Portugal se tornasse comunista porque o Partido Comunista estava no poder, estava no governo. Muitos viam em Álvaro Cunhal, o secretário-geral do PCP, uma pessoa com capacidade para tentar impor uma revolução comunista, uma tomada de poder comunista. Então, havia muito essa ideia que Portugal seria um país anti-ocidental ou anti-americano na Europa, o que colocava outro problema porque Portugal estava na NATO. Então, como é que se poderia aceitar que um país que está na NATO e que pode ter informações importantes para Moscovo, pudesse continuar na NATO? Outro ponto importante para o Kissinger era os Açores, isto é, como é que podemos aceitar que um país que tem os Açores, que é um ponto estratégico fundamental para os Estados Unidos para controlar o Atlântico do Norte, se torne comunista?Então, havia essas propostas de encontrar uma solução portuguesa para um regime socialista e esse medo dos Estados Unidos que, de facto, houvesse uma tomada de poder da extrema-esquerda e que fosse necessário ficar, pelo menos, com os Açores.Depois o Kissinger teve várias ideias sobre Portugal, uma delas era a teoria da vacina. Era a ideia que Portugal está perdido, os comunistas vão ficar no poder em Portugal ou então vamos perder Portugal no campo ocidental. Outra consequência é uma guerra civil por parte do povo português, que nomeadamente, se viu que não queria o Partido Comunista que apenas conseguiu 12,5 % dos votos em Abril de 75.Então, se houvesse uma guerra civil em Portugal, isso seria uma vacina noutros países, como a Itália, como em França, porque nesses países o Partido Comunista era forte e conseguiu juntar-se aos partidos. Em Itália, havia o compromisso histórico entre o Partido Comunista italiano e a Democracia Cristã. Em França, havia a União da Esquerda entre o Partido Comunista, o Partido Socialista e os radicais de esquerda. Então, havia uma possibilidade que, nesses países, o Partido Comunista pudesse estar no governo, o que não queriam os Estados Unidos. Se em Portugal corresse mal, não era assim tão mau. Perdíamos Portugal - sobretudo Portugal ia viver momentos difíceis e até trágicos -, mas pelo menos isso fazia que, em Itália e em França, o Partido Comunista fosse menos forte.Essa ameaça de uma guerra civil em Portugal foi permanente. No “Verão Quente”, assistiu-se a muitas lutas entre os que temiam a tomada de poder comunista e a imposição de uma democracia directa e os que acusavam a direita de querer repor a ditadura. Quer recordar-nos o que foi o “Verão Quente”?O Verão Quente foi que, a partir de 10 de Julho de 75, o Partido Socialista deixa o governo, nomeadamente por causa do jornal República, um jornal que era controlado pelo Partido Socialista e onde os tipógrafos conseguem pôr de lado a direcção socialista do Raul Rego, que era um próximo de Mário Soares. O Partido Socialista considera que o caso República é uma peça suplementar à tentativa do Partido Comunista de ficar com a imprensa, de não deixar falar os socialistas e que faz parte do plano para ficar com o poder. Os socialistas deixam o governo em Julho de 75 e, dias depois, no norte do país, de Rio Maior, a norte, há vários movimentos mais ou menos espontâneos que vão atacando sedes do Partido Comunista, sedes de partidos de extrema-esquerda, queimando as sedes, queimando a documentação. Por vezes, há confrontos com militantes comunistas. Em Julho e Agosto de 75, há vários ataques a sedes em todo o norte.Como é visto por parte da população? Houve eleições no 25 de Abril de 75 e nessas eleições o Partido Socialista chegou em primeiro e o PPD, partido de centro-direita, chegou em segundo, foi a expressão do povo que votou de forma livre, mas o PS e PPD já não estão no governo em Julho, então, são manifestações contra o que eles acham ser um desvio da vontade popular pelo MFA e pelo Partido Comunista.Essas violências anticomunistas do Verão Quente vão deixar pensar que talvez vai haver uma guerra civil que vai dividir o norte e o centro do país, mais moderados - alguns diziam mais conservadores - e Lisboa, o Alentejo, o Ribatejo, Setúbal, onde o peso do Partido Comunista e da extrema-esquerda é muito mais forte.O Processo Revolucionário em Curso acaba a 25 de Novembro e escreve que, para muitos, acabam também “as utopias revolucionárias”. Porquê?Sim, o 25 de Novembro é uma data importante. A partir de Setembro, Outubro, Novembro, os militares moderados e o PS tinham regressado ao governo e o Vasco Gonçalves tinha deixado de ser o primeiro-ministro. Era um primeiro passo para uma certa moderação da revolução e uma solução moderada que seguia os resultados das eleições do 25 de Abril de 75. Mas, houve uma radicalização da extrema-esquerda civil e militar, que temia que a revolução acabasse e que a reação, a extrema-direita, voltasse.Então, há um confronto entre os militares moderados à volta de Melo Antunes e as partes mais radicais, nomeadamente o Otelo Saraiva de Carvalho, que tem um poder muito importante, porque ele é que dirige o COPCON que é uma espécie de polícia militar.Em Setembro, Outubro, Novembro, há muitas mobilizações sociais, grandes manifestações ligadas ao PC e à extrema-esquerda. Há, nomeadamente, o cerco da Assembleia Constituinte, em Novembro de 75 por operários da construcção civil e alguns vêm nesse cerco uma vontade de acabar com a Constituinte e de impor um poder popular. Parte dos moderados, como o Melo Antunes, o Vasco Lourenço, o Ramalho Eanes preparam uma solução militar para tentar pôr de lado os mais radicais, os militares que estão à volta do Otelo Saraiva de Carvalho.Então, há várias provocações que fazem com que parte dos militares radicais tentem sair à rua no 25 de Novembro de 75, o que os moderados estavam à espera e conseguem parar essa saída dos militares mais radicais, prendê-los e prender os vários oficiais que eram da extrema-esquerda. O próprio Otelo vai ser preso algumas semanas depois. O 25 de Novembro é uma neutralização da extrema-esquerda militar e a tomada de poder dos militares moderados do MFA à volta do Melo Antunes, do Vasco Lourenço. Eles vão dizer que é o regresso aos ideais do 25 de Abril e que é o fim dos excessos, dos desvios que foram impostos tanto pelo Vasco Gonçalves quanto pelo Otelo Saraiva de Carvalho.Mas é também o fim das “utopias revolucionárias”...Em grande parte, no sentido que vários militares são presos. O que alguns esperavam é que talvez parte da extrema-esquerda e parte da população que estava nessas comissões de moradores e trabalhadores, iriam à rua para defender essa revolução, mas não saíram a rua. Não houve um confronto, não houve guerra civil e, de facto, depois a ideia que se impõe é que tem que se respeitar o trabalho da Assembleia Constituinte. A nova Constituição é votada em 2 de Abril de 76, mas essa Constituição é muito - agora com o nosso olhar - é muito progressista porque defende as nacionalizações, defende a reforma agrária, defende a participação popular. Obviamente, para algumas pessoas, esse texto era apenas papel, isto é, que não ia impor-se, pois na prática esse ímpeto revolucionário acabou no 25 de Novembro de 75.Depois do 25 de Novembro de 75, multiplica-se a expressão “os cravos murcharam”. Esta é uma questão que também coloca no livro. Os cravos murcharam mesmo?Para a extrema-esquerda e para as pessoas que viveram a revolução, a revolução foi um momento sem igual porque as pessoas iam à rua, falavam de política, achavam que eram as próprias pessoas que deviam agir para mudar as suas vidas, ocupar um imóvel para fazer uma creche, ocupar uma propriedade agrícola. Então, era a ideia da democracia popular e directa - não temos apenas que votar para que representantes decidam por nós, devemos decidir em plenários. Era uma forma de viver a política muito intensa e, de facto, depois do 25 de Novembro e, a partir de 76, essa visão muito dinâmica, muito de democracia popular vai-se esvaziando e Portugal torna-se uma democracia liberal com a ideia que as pessoas votam, que têm direito a um Estado de direito, mas as pessoas não vão participar activamente na vida comum, na vida política. E há um distanciamento entre o povo e a classe política. De facto, para alguns que tinham essa utopia do povo activo politicamente, isso desaparece.No entanto, várias das promessas, várias dos compromissos de Abril foram ficando: o Estado social, o Estado providência, a saúde tendencialmente gratuita para todos, a escola para todos, essas conquistas de Abril foram ficando. Obviamente houve várias políticas que tentaram limitar algumas vantagens, viu-se durante os anos de 2010 com a Troika. Viu-se também, durante os anos da Troika, que um dos cantos que foi usado foi a “Grândola” porque as pessoas pediam que se respeitassem os valores de Abril e as conquistas de Abril. Então, obviamente murcharam, mas não houve um regresso para trás e houve várias conquistas que foram possíveis durante o 25 de Abril que ficaram.É por isso que o livro se chama “o povo é quem mais ordena”? Porque tantos anos depois, as pessoas voltam à rua para lembrar ao governo as conquistas de Abril?Sim, o título era uma referência à canção do Zeca Afonso, mas também era para mostrar os movimentos sociais, que a revolução não foi apenas o 25 de Abril e um golpe de Estado militar. Muitas vezes, parte da historiografia, nem toda obviamente, descreve o 25 de Abril como uma divisão entre o Partido Socialista do Soares e o Partido Comunista do Cunhal, como resultado das tensões do MFA e do Vasco Gonçalves, do Otelo, do Melo Antunes.Mas o 25 de Abril e o PREC foi uma revolução social, foi a última revolução na Europa ocidental que colocou em dúvida ou até que quis acabar com o capitalismo, com a propriedade privada. Foi uma revolução com uma dimensão social, até socialista, muito importante e isso é o que o título quis mostrar. Obviamente que, desde 74 e desde as eleições de 75, Portugal é uma democracia, com eleições, com direitos, direito de manifestação e é sempre o povo que ordena.Na altura, chegou a haver o turismo revolucionário, pessoas que queriam ir para Portugal para ver a revolução. Disse que teria sido “a última revolução que quis acabar com o capitalismo” e, nesse sentido, eu pergunto, o 25 de Abril falhou?Não acabou com o capitalismo, isso é certo. Nesse sentido falhou. No entanto, antes do 25 Abril, a grande maioria dos militares não queriam acabar com o capitalismo, queriam era pôr políticas sociais que favorecessem as populações mais pobres que eram uma parte importante de Portugal. Então, queriam tentar pôr em prática estas políticas sociais que reduzissem as desigualdades. Portugal ainda é uma sociedade desigual em vários sentidos, mas já não é assim tão desigual como antes do 25 de Abril. Há a redistribuição por via dos impostos, há políticas sociais e, nesse sentido, não se pode dizer que o 25 de Abril falhou.Obviamente que o que fez a força do 25 de Abril durante o PREC é que houve várias interpretações do 25 de Abril. Várias pessoas tinham interpretações completamente diferentes do 25 de Abril: o Spínola tinha a sua visão do 25 de Abril, o Otelo tinha a sua visão do 25 de Abril, o Vasco Lourenço tinha a sua visão do 25 de Abril, o Soares, o Cunhal... Mas, ao fim e ao cabo, o que nós temos agora é um país muito mais desenvolvido do que era em 74, onde a população vive melhor. Não digo que tudo seja perfeito, sobretudo porque desde os últimos anos há uma grande pressão sobre a população que vive nas grandes cidades em termos de alojamento e obviamente que há sempre coisas a melhorar. Mas o que permite uma democracia é o protesto e dizer que as coisas não estão bem, que têm que ser mudadas, coisas que era impossível no tempo de ditadura e, nesse sentido, o 25 de Abril não falhou. Mas, obviamente, que muitos que tinham sonhos revolucionários não se podem conformar com o que se passou depois porque muitos deles queriam ir muito além do que Portugal se tornou.

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo
Se quiserem mudar a Constituição, convoquem uma assembleia constituinte

Alexandre Garcia - Vozes - Gazeta do Povo

Play Episode Listen Later Oct 23, 2023 5:20


Alexandre Garcia fala sobre o respeito a artigos da Constituição de 1988 e sobre o veto de Lula (PT) ao marco temporal aprovado no Congresso.

Painel Eletrônico
Deputado Aécio Neves relembra voto aos 16 anos na Assembleia Constituinte

Painel Eletrônico

Play Episode Listen Later Oct 2, 2023


Angu de Grilo
Ailton Krenak #QUATROanos

Angu de Grilo

Play Episode Listen Later Aug 29, 2023 101:02


Boa terça, angulers! Para comemorar os QUATRO ANOS do nosso Angu de Grilo, uma conversa com o gigante Ailton Krenak, um dos maiores líderes indígenas do Brasil. O papo foi inspirador, leve, firme. Inesquecível! Falamos sobre a disputa pela cadeira na ABL, Março Temporal, seu discurso na Constituinte, as consequências do desastre de Mariana para o povo Krenak, a importância de ouvir e sentir a terra e muito mais. E vamos para mais quatro anos! Sirvam-se! Ailton Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. É representante da etnia Krenak e um dos maiores líderes indígenas do Brasil, com reconhecimento internacional. É autor de seis livros que já foram traduzidos e publicados em mais de dez países e candidato à cadeira cinco na Academia Brasileira de Letras. É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Edição e mixagem: Tico Pro - Indicações do #201: - Apoie o Angu no apoia.se/angudegrilo - Apoie o Angu na Orelo.cc/angudegrilo - “Ideias para adiar o fim do mundo”, de Ailton Krenak (livro) - Discurso de Ailton Krenak na Assembleia Constituinte, em 1987: https://youtu.be/kWMHiwdbM_Q?si=B1_3KcPfm3SkT9Xl

Reportagem Especial
200 anos da primeira Assembleia Constituinte

Reportagem Especial

Play Episode Listen Later May 16, 2023 35:27


Rádio Senado apresenta Reportagem Especial sobre os 200 anos da primeira Assembleia Constituinte do Brasil. A história parlamentar brasileira teve início em maio de 1823, com a sessão solene de instalação da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil. O país era recém independente de Portugal e os trabalhos ficaram sob a presidência de Dom Pedro I. De lá para cá, até a Constituição Cidadã, promulgada em 1988 e que está atualmente em vigor, foram sete textos constitucionais. Na Reportagem Especial “Os 200 anos da primeira Assembleia Constituinte do Brasil”, produzida em parceria pela Rádio e TV Senado, você vai percorrer essa história, conhecer a Carta da Mandioca do século XIX, os avanços ao longo dos anos e as principais marcas dos períodos democráticos e autoritários.

Legis-Ativo
Legis-Ativo | Resumo da semana: as estratégias de comunicação do governo e da oposição, Assembleia Constituinte no Chile, CPIs em discussão, Lula e as emendas parlamentares e muito mais! 

Legis-Ativo

Play Episode Listen Later May 13, 2023 73:24


Está no ar mais uma edição do podcast do Legis-Ativo. Com apoio da Fundação Konrad Adenauer e do Movimento Voto Consciente, os cientistas políticos Graziella Testa, Humberto Dantas e Vítor Oliveira discutem alguns dos temas que mais movimentaram o Legislativo.   Acompanhe a análise sobre assuntos como as estratégias de comunicação do governo e da oposição; Assembleia Constituinte no Chile; CPIs em discussão; atos golpistas de janeiro; Lula e as emendas parlamentares; e muito mais.  Aperte o play e confira isso e muito mais! Lembrando que o nosso podcast também pode ser acompanhado nas plataformas de podcasts do Google e no Spotify, e nossos textos estão disponíveis aqui no blog do Legis-Ativo, no site do Movimento Voto Consciente e da Mandato Ativo. Além disso, as análises e opiniões aqui contidas dizem respeito aos autores e não representam o posicionamento institucional das organizações apoiadoras, no caso, O Estado de São Paulo, a ONG Movimento Voto Consciente e a Fundação Konrad Adenauer.

Rádio Senado Entrevista
Senadores comentam os 200 anos da 1ª Assembleia Constituinte e o Dia do Parlamento

Rádio Senado Entrevista

Play Episode Listen Later May 4, 2023 5:57


O Senado Federal realizou ontem (3) uma sessão especial com diversas autoridades para marcar os 200 anos da Assembleia Constituinte de 1823, a primeira do Brasil, e também comemorar o Dia do Parlamento. A cerimônia contou com presença de diversas autoridades e se estendeu a outras atividades na Casa. Vários senadores comentaram a importância da data histórica. Acompanhe a opinião dos senadores Confúcio Moura (MDB-RO), Paulo Paim (PT-RS) e Weverton (PDT-MA) sobre a celebração democrática.

nuance2
Quem é Dono do 25 de Abril? | nuance #121

nuance2

Play Episode Listen Later Apr 30, 2023 68:19


No contra-espírito da tendência de esgotar a discussão sobre uma data assinalável no feriado correspondente, decidimos explorar o 25 de abril a 30.Quem comentar/enviar mensagem com a Errata completa recebe um exemplar de um livro sobre o séc.XX Português à sua escolha. Nós começamos:a) As primeiras eleições livres foram a 25/04/1975, para a Assembleia Constituinte. A 25/04/1976 realizaram-se as primeiras legislativas._ _ _(0:00) Preliminares(2:22) Nudez e liberdade (patreon)(7:24) Legado do 25 abril(24:58) Formar uma ditadura em 2023(33:57) Estrutura do Estado Novo(42:56) Motivação autoritária(46:07) Há Donos da Revolução? E o 25 de Novembro?(59:03) Síndrome de ImpostorA tua Família é Muito Moderna? Pensa connosco em:https://www.patreon.com/nuancepodcastJunta-te ao nosso DISCORD: https://discord.gg/jhsHPww5FJPASTAMOS NOS SEGUINTES PRADOSInstagram:http://www.instagram.com/nuancepodcasthttp://www.instagram.com/by.castrohttp://www.instagram.com/holdennevermorehttp://www.instagram.com/luisamadobessa

Deixar o Mundo Melhor
Francisco Pinto Balsemão

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Jan 6, 2023 56:32


Nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1937  e foi no jornalismo e na comunicação que, verdadeiramente, se encontrou a nível profissional: "Ainda hoje me considero jornalista. Tenho carteira profissional, tenho muito orgulho em tê-la, e tem o número 18" diz, aos 85 anos, o fundador do Expresso e da SIC. Estreou-se nestas lides no vespertino Diário Popular, "um jornal que infelizmente já desapareceu", do qual era acionista o seu tio Francisco Pinto Balsemão. Nascido em berço de ouro, mas ciente das responsabilidades sociais que isso lhe dava, o Conselheiro de Estado Francisco José Pereira Pinto Balsemão começou na política como deputado da Ala Liberal nos últimos anos do Estado Novo e, depois do 25 de Abril de 1974, fundador do PSD, deputado na Assembleia Constituinte e na Assembleia da República. Tornou-se primeiro-ministro depois da morte trágica de Francisco Sá Carneiro: "Foi um dos momentos mais tristes, mais trágicos, mais difíceis da minha vida. Tive de o enfrentar, e acho que fiz tudo o que podia para saber enfrentá-lo". Desta fase da vida política portuguesa, orgulha-se da "revisão Constitucional de 1982 e do avanço decisivo que conseguimos nas negociações para a entrada de Portugal na Europa". O único português com assento no Clube de Bildeberg é um verdadeiro homem dos sete instrumentos - incluindo umas incursões pela bateria e pelo piano - tem horror ao desperdício, não esquece o nome de quem traiu a sua confiança, gosta de jogar golfe e de aprender, gostava de ter tempo para ler mais romances e poesia, e sente que ainda tem "muito para fazer e para dar".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Fundação FHC - Debates
#155 - FFHC Debate - Uma Nova Convenção Constitucional: o Chile entre a continuidade e a mudança

Fundação FHC - Debates

Play Episode Listen Later Oct 4, 2022 92:22


A proposta de Constituição aprovada pela Assembleia Constituinte do Chile foi rechaçada por mais de 60% dos votantes no plebiscito de 4 de setembro. Frustraram-se assim as expectativas de uma mudança profunda do imprecisamente chamado "modelo chileno". Debilitou-se ainda o governo do presidente Gabriel Boric, que se empenhou pela aprovação da nova Carta Magna. Tudo indica que uma nova Assembleia será realizada, já que a manutenção da atual Constituição não é viável, conforme concorda até mesmo a direita chilena. Que lições tirar da primeira tentativa de mudança da Constituição no país? O que esperar da segunda Convenção Constitucional? Quais forças políticas deverão prevalecer no seu interior? Conseguirá ela produzir consenso suficiente em torno de um texto que concilie a aspiração de mudança, visível nos protestos de 2019, com o desejo de continuidade, expresso no plebiscito? - CONVIDADAS Elisa Walker Codiretora do Diplomado sobre Estrategias para la Gestión de la Diversidad e Inclusión, da Universidad Adolfo Ibáñez, é sócia da Sarmiento y Walker Asociados e conselheira do Colegio de Abogados. Advogada, é Mestre em Direito (LLM) em Inovação, Tecnologia e Direito, pela University of Edinburgh, e Master of Arts (MA) em Filosofia Política e Direito pela University College London (UCL). Javiera Parada Atriz e gestora cultural, trabalha no El Mapa Consultores. Colabora com o Centro de Estudios Horizontal Chile, o Centro de Estudios Públicos e o Instituto de Políticas Públicas da Universidad Andrés Bello, além de ser membra do Consejo Asesor do capítulo chileno da Transparency Internacional, Chile Transparente. É também conselheira do Circulo de Empresa y Sociedad de Icare. Trabalhou na diretoria de cultura do Ministério das Relações Exteriores, integrou a Revolução Democrática e foi uma das porta-vozes do movimento Marca Tu Voto, que promoveu a Assembleia Constituinte. Entre 2014 e 2016, atuou como adida cultural na Embaixada do Chile nos Estados Unidos. Gloria de la Fuente Acadêmica da Escuela de Gobierno de la Pontificia Universidad Católica de Chile, é conselheira do Consejo para la Transparencia e presidente do grupo de trabalho de altas autoridades sobre integridade da OCDE. Doutora em ciências sociais e cientista política, é analista política e colunista em diversos meios de comunicação. Foi presidente do Consejo para la Transparencia e da Fundación Chile 21.

O Assunto
A Independência para além da Corte

O Assunto

Play Episode Listen Later Sep 6, 2022 28:12


“Até os anos 50, a história da Independência foi contada do ponto vista do Rio de Janeiro", diz o historiador Evaldo Cabral de Mello. Ele é autor do livro "A Outra Independência", que trata das movimentações políticas entre a Revolução Pernambucana, em 1817, e a Confederação do Equador, em 1824. A resistência na província contra o projeto centralizador da Casa Real é o ponto de partida deste episódio com Renata Lo Prete. De acordo com o integrante da Academia Brasileira de Letras, a emancipação brasileira foi composta por "dois golpes de Estado dados por dom Pedro I": o primeiro contra Portugal, celebrado no 7 de setembro, e o segundo na dissolução da Assembleia Constituinte, em 1823. Para Evaldo, boa parte das dificuldades na administração do Brasil vêm de seu tamanho: "Portugal nunca deveria ter violado o Tratado de Tordesilhas". E de uma chaga essencial: a ausência de políticas de inserção social para aos negros recém-libertos após o 13 de maio de 1888. "O Brasil foi definitivamente comprometido pela escravidão", afirma.

20 Minutos com Breno Altman
WADIH DAMOUS: COM LULA, UMA NOVA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE?

20 Minutos com Breno Altman

Play Episode Listen Later Sep 2, 2022 74:55


O advogado trabalhista Wadih Damous oferece uma visão pessimista sobre a viabilidade de uma nova Assembleia Constituinte no Brasil, mas afirma que as tensões entre direita e esquerda dentro de um eventual terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva podem forçar sua convocação. Candidato a deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, ele disse, no programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (01/09), que a tarefa exigirá uma refundação da esquerda, que precisa reencontrar a pulsão revolucionária para inflamar as ruas.----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio ★ Support this podcast ★

Malhete Podcast
COMO DOM PEDRO I ENTROU PARA A MAÇONARIA - 308

Malhete Podcast

Play Episode Listen Later Aug 25, 2022 5:08


Por Tiago Cordeiro. Iniciado na maçonaria, o imperador assumiu o codinome Pedro Guatimozim, uma homenagem ao último rei asteca. Dom Pedro I chegou ao topo da maçonaria brasileira tão rapidamente quanto deu um fim provisório à irmandade. É fácil entender o porquê dessa mudança de atitude. Dom Pedro I recorreu à ordem para declarar a independência. Mas, assim que se tornou o primeiro imperador do Brasil, os irmãos maçons viraram um estorvo. A cronologia dos fatos no movimentado ano de 1822 deixa essa situação mais clara: dom Pedro foi aceito pela maçonaria no dia 13 de julho. Seu ritual de iniciação ocorreu a 2 de agosto, na loja Comércio e Artes — ele estava, segundo relato do historiador Pedro Calmon no livro 'A Vida de Dom Pedro I', “ardendo em curiosidade, a fantasia despertada pelo mistério de um rito perfumado de magia oriental”. Depois de iniciado, assumiu o codinome Pedro Guatimozim, uma homenagem ao último rei asteca (os integrantes da maçonaria tinham, e ainda têm, o hábito de adotar pseudônimos que os liguem a personagens antigos considerados inspiradores). E, no dia 5 de agosto, já era mestre da loja. Dois meses mais tarde, a 5 de outubro, Pedro tornou-se grão-mestre do Grande Oriente do Brasil. Àquela altura, a independência já estava declarada e ele era o imperador de um novo país. Depois de apenas 17 dias na condição de líder da maçonaria brasileira, renunciou ao posto e mandou fechar a entidade. “Como monarca, ele ficou insatisfeito com os questionamentos dos maçons e com o fato de poder ser abertamente contestado pelos irmãos”, diz o historiador Jesus Hortal Sánchez. “Quando percebeu que nem mesmo o cargo de grão-mestre garantia obediência absoluta, decidiu acabar com a ordem”. Não deixa de ser curioso que, depois de deixar o Brasil, em 1831, Pedro I tenha se tornado Pedro IV, imperador de Portugal e grande defensor da liberdade na Europa. Ao regressar para sua terra natal, ele defendeu a volta do governo constitucional àquele país, que, desde a morte de Dom João VI, em 1826, era governado com mãos de ferro por seu irmão Miguel. O conflito familiar, entretanto, acabaria levando Pedro a buscar o exílio. Sua postura provocava revolta entre as monarquias conservadoras de Rússia, Áustria e Prússia, mas fazia sucesso na França, que buscava se tornar mais liberal. E foi em Paris que Pedro decidiu se estabelecer, enquanto organizava a resistência contra Miguel. Passagem histórica. Em 1834, liderando apenas 7 mil homens, seguiu para Portugal, pegou em armas e derrotou o próprio irmão. Depois do feito militar, conseguiu que sua filha Maria assumisse o trono e, como Maria II, desse continuidade a seu projeto. A rainha lideraria a transição para a monarquia constitucional. A atitude de Pedro era coerente com a do jovem príncipe que anos antes, em 1821, tinha ficado no Rio de Janeiro, ao que tudo indica, porque causava insegurança ao pai — dom João VI temia que o filho apoiasse o movimento constitucionalista que, em Portugal, pedia a limitação dos poderes reais. Mesmo ficando no Brasil, Pedro conseguiu que o pai aceitasse assinar uma constituição que restringia seus próprios poderes. Por que, então, dom Pedro não se revelou um liberal enquanto foi o primeiro imperador do Brasil? Porque temia que o poder da Assembleia Constituinte, eleita em 1823, ameaçasse seu governo e levasse o império à mesma fragmentação sofrida pelas ex-colônias espanholas vizinhas. Desafiado pelos parlamentares da oposição (entre os quais estariam vários maçons, que se mantinham muito atuantes politicamente, apesar do fim do Grande Oriente), Pedro acabaria dissolvendo a Assembleia em novembro de 1823. E, em março do ano seguinte, outorgaria uma Constituição criada por um conselho de dez pessoas que ele mesmo indicara. Apesar do autoritarismo na forma de governar, a Constituição elaborada sob medida pelo imperador incluía direitos raros para a época, em especial a liberdade de crença e culto. Por outro lado, dom Pedro promoveu uma tremenda centralizaç --- Send in a voice message: https://anchor.fm/malhete-podcast/message

Deixar o Mundo Melhor
Marcelo Rebelo de Sousa (2ª parte)

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Jul 14, 2022 37:21


"Nunca aderi à Opus Dei porque sou muito livre, muito independente, muito rebelde. Não sou um católico ortodoxo." Marcelo Rebelo de Sousa nasceu em Lisboa a 12 de dezembro de 1948. Assume-se como católico e 'fatimista', tem 2 filhos e 5 netos, sendo um destes um dos poucos conselheiros políticos que ouve com regularidade. Na segunda parte da entrevista a Francisco Pinto Balsemão, o atual presidente da República fala do mandato de deputado à Assembleia Constituinte em 1976, a participação no VIII Governo Constitucional como Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e, depois, como Ministro dos Assuntos Parlamentares, a carreira "improvável" como líder partidário, o comentário político primeiro em jornais e depois na televisão, a ligação à Opus Dei e o 'apelo da Providência Divina', que sente profundamente e que - assume - marca todas as escolhas que fez na vida. Saiba mais em Expresso.ptSee omnystudio.com/listener for privacy information.

TUTAMÉIA TV
Levante popular e repressão no Equador

TUTAMÉIA TV

Play Episode Listen Later Jun 28, 2022 69:43


TUTAMÉIA entrevista o economista Alberto Acosta, presidente da Assembleia Constituinte do Equador (2007-2008). Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br , serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena.

Chutando a Escada
O movimento feminista e a constituinte

Chutando a Escada

Play Episode Listen Later Jun 27, 2022 70:18


Estamos nos aproximando das eleições, e para entender melhor a urgência da necessidade da ocupação do espaço político por mulheres (feministas!) batemos um papo com a Bibiana Terra (EMD). Ela nos contou sobre a pesquisa desenvolvida ao longo do mestrado a respeito da participação das mulheres na Assembleia Constituinte de 1988 e como isso nos ajuda a pensar sobre o histórico de conquistas políticas das mulheres no Brasil. The post O movimento feminista e a constituinte appeared first on Chutando a Escada.

Podcasts do Portal Deviante
Chute 266 – O movimento feminista e a constituinte

Podcasts do Portal Deviante

Play Episode Listen Later Jun 27, 2022 70:18


Estamos nos aproximando das eleições, e para entender melhor a urgência da necessidade da ocupação do espaço político por mulheres (feministas!) batemos um papo com a Bibiana Terra (EMD). Ela nos contou sobre a pesquisa desenvolvida ao longo do mestrado a respeito da participação das mulheres na Assembleia Constituinte de 1988 e como isso nos ajuda a pensar sobre o histórico de conquistas políticas das mulheres no Brasil.

Elas (Chutando a Escada)
O movimento feminista e a constituinte

Elas (Chutando a Escada)

Play Episode Listen Later Jun 27, 2022 70:18


Estamos nos aproximando das eleições, e para entender melhor a urgência da necessidade da ocupação do espaço político por mulheres (feministas!) batemos um papo com a Bibiana Terra (EMD). Ela nos contou sobre a pesquisa desenvolvida ao longo do mestrado a respeito da participação das mulheres na Assembleia Constituinte de 1988 e como isso nos ajuda a pensar sobre o histórico de conquistas políticas das mulheres no Brasil. The post O movimento feminista e a constituinte appeared first on Chutando a Escada.

20 Minutos com Breno Altman
É A HORA DE UMA NOVA CONSTITUINTE? - 20 Minutos Análise

20 Minutos com Breno Altman

Play Episode Listen Later May 18, 2022 57:41


No programa 20 MINUTOS ANÁLISE desta terça-feira (17/05), o jornalista Breno Altman discute a conjuntura brasileira e se é ou não a hora de uma nova Assembleia Constituinte ser convocada. Não perca!----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★

ESCS FM
Debate-Boca: Tomamos a liberdade por garantida?

ESCS FM

Play Episode Listen Later Apr 30, 2022 96:56


Moderação e edição: Joana Simões O dia 25 de abril é o dia em que festejamos a liberdade. No Debate-Boca do mês de abril, juntámos quatro jovens das juventudes dos quatro partidos que estiveram presentes na Assembleia Constituinte para debater acerca da liberdade e a forma como a tomamos ou não por garantida. Convidados: Alexandre Poço, Presidente da Juventude Social Democrata; Kaoe Rodrigues, da Comissão Política da Direção da Juventude Comunista Portuguesa; Luís Francisco Sousa, Dirigente Nacional da Juventude Popular; Miguel Partidário, Membro do Secretariado Nacional da Juventude Socialista. Coordenação: Joana Simões Design: Carlota Real e Patrícia Campos Sonoplastia: Luís Baptista

Reportagem
Eleição presidencial: franceses que vivem no Brasil conseguem união da esquerda impossível na França

Reportagem

Play Episode Listen Later Apr 7, 2022 8:23


A campanha para a eleição presidencial na França também acontece no exterior. Principalmente em uma disputa tão acirrada quanto agora, o voto dos quase três milhões de franceses que moram fora do país e têm direito de votar para presidente pode ser decisivo. No Brasil, eles vão às urnas no primeiro turno no sábado, 9 de abril, um dia antes dos demais eleitores, que votam no domingo (10). Adriana Brandão, enviada especial da RFI ao Rio de Janeiro e Belo Horizonte Duas semanas antes da votação, em um domingo de sol, um piquenique reuniu no Aterro do Flamengo eleitores franceses que vivem no Rio de Janeiro. O clima era de descontração. Cerca de 30 pessoas, que vieram em família, com filhos e pets, participaram do encontro organizado pelo coletivo de esquerda Traits-d'Union. Um evento parecido aconteceu em Belo Horizonte no último domingo (3). O Traits-d'Union foi criado com o apoio de vários partidos de esquerda para indicar representantes dos franceses do Brasil e elegeu dois conselheiros em 2021 na segunda repartição consular, que inclui o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Para esta eleição, o coletivo lançou um manifesto criticando o governo Macron que “aumentou as desigualdades e reduziu os fundamentos do Estado de Direito”, provocando “o desinteresse crescente dos cidadãos pela democracia, tanto na França quanto no exterior”. O grupo também avalia negativamente o plano de ação pública lançado este ano pelo governo francês. “Esse manifesto lembra os valores que compartilhamos de solidariedade, troca, ecologia e união. Ele também dá uma perspectiva desse plano de ação pública de 2022 do governo Macron, que na verdade foi um plano histórico da redução de efetivos e de recursos que garantem o acesso aos direitos dos franceses no exterior. Não tem mais atendimento telefônico no Consulado. Uma pessoa tem que responder a 600 e-mails por dia. Cada vez mais, a gente não tem mais relação com nossa administração pública”, garante Mélanie Montinard, representante consular do Traits-d'Union. Ela indica que o corte de pessoal no Consulado* teria sido de 10%, provocando dificuldade de atendimento e demora na expedição de documentos, como o passaporte. A pandemia de Covid-19, que suspendeu o serviço presencial, complicou ainda mais a situação. Os participantes do piquenique se sentem “abandonados” por Paris. Segurança, aposentadoria e auxílios para os franceses que moram no estrangeiro são as principais reivindicações. “A primeira expectativa é com a questão da segurança que [domina] a atualidade; a questão da crise na Europa e suas repercussões internacionais. E tem a questão da aposentadoria. Essas são as duas questões maiores. Tem também a questão dos investimentos a projetos profissionais que também faz parte, isto é, como a gente consegue sobreviver nesse contexto turbulento”, detalha Mélanie Montinard. A luta climática também foi abordada como prioridade.   Voto útil   Durante o piquenique, os eleitores franceses no Brasil trocaram ideias sobre qual candidato da esquerda seria o melhor para defender essas reivindicações. O líder da France Insoumise (A França Insubmissa, LFI), Jean-Luc Mélenchon, que aparece em terceira posição nas pesquisas, foi o mais citado. Algumas pessoas revelaram que teriam votado para Christiane Taubira (que finalmente retirou sua candidatura) e ressaltaram que preferiam uma candidata mulher. “Valérie Pécresse? Marine Le Pen?” brincaram outros participantes se referindo às candidatas do partido conservador “Os Republicanos” e de extrema direita “Reunião Nacional”. O nome da candidata do Partido Socialista, Anne Hidalgo, não foi mencionado. Algumas dúvidas sobre a “polêmica” personalidade de Jean-Luc Mélenchon foram levantadas, mas a representante do LFI no piquenique, Florence Poznanski, lembrou que o candidato promete “devolver o poder ao povo em dois anos, após convocar uma Assembleia Constituinte e criar a 6ª República”.  A ideia de um voto útil à esquerda já no primeiro turno ganhou corpo no piquenique. “Este piquenique do Traits-d'Union reúne todas as componentes da esquerda. Na França, é um combate entre cada partido, tendência, e aqui eles estão reunidos. Vejo que o combate na França não destruiu essa ideia de fazer convergir valores comuns que temos na esquerda”, afirmou François Roubaud, economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, que realiza um intercâmbio na UFRJ, e vai votar no LFI. Eliminar Marine Le Pen e eleger Mélenchon impediria o repeteco da eleição de 2017. Um duelo entre o líder da França Insubmissa e Emmanuel Macron traria de volta um segundo turno entre a esquerda e a direita e permitiria um outro debate de ideias, acreditam os participantes. Questões que preocupam franceses no Brasil No mesmo dia do piquenique da esquerda no Aterro do Flamengo, a senadora Samantha Cazebonne, representante dos franceses no exterior do partido A República em Marcha (LREM), de Macron, se reuniu com eleitores em um restaurante do Leme. Julie Brancante, que participa da Rio Accueil, uma associação apolítica que recebe e ajuda os franceses a se instalarem na cidade, estava presente. Segundo ela, três questões preocupam os franceses que moram no Brasil: a educação dos filhos, a segurança sanitária nesse momento de pandemia e o atendimento consular. “É sempre interessante a gente que está muito longe se sentir escutado e poder compartilhar a nossa realidade aqui. Muitas vezes essa realidade é privilegiada, mas existem sim umas questões e em momentos de campanha presidencial é importante a gente questionar e saber onde a gente vai, o que pode mudar, melhorar, reconhecer o que foi feito de bom e o que poderia ser melhor”, aponta. Julie Brancante, que é casada com um diplomata e já morou em vários países, prefere não dizer em quem vai votar, mas acredita que os franceses que moram no estrangeiro não votam nos extremos e que haverá um voto de continuidade. “Nos países onde eu vivi, pude presenciar que os votos são mais de centro. Eu acredito que será a mesmo caso este ano. (...) No segundo turno, eu acho que aqui a gente se pergunta menos em quem votar. É muito mais óbvio. Pelo menos ao meu redor, senti essa clareza, extrema direita não! Um voto radical não faz tanto sentido quando a gente mora fora”, relata. Os dados da eleição francesa de 2017 no Brasil confirmam essa percepção. Há cinco anos, Emmanuel Macron liderou o primeiro turno com pouco mais de 43% dos votos e venceu o segundo turno com mais de 93% dos votos. Mas a abstenção, que volta a ser uma preocupação este ano, foi grande. No Consulado do Rio de Janeiro, apenas 30% dos eleitores votaram. Um pouco menos de 20 mil franceses estão inscritos nas três repartições consulares da França no Brasil, mas as autoridades acreditam que esse número possa ser duas vezes maior. Eleições legislativas Apesar do avanço de Mélenchon nas pesquisas, Patrick Maury, pesquisador francês que mora em Belo Horizonte e vota no LFI, considera mais provável é um voto de continuidade. Por isso, ele espera uma grande mobilização para a escolha de um Parlamento representativo nas eleições legislativas de junho, capaz de contrapor o Executivo. Patrick Maury, que também vota no Brasil, faz um paralelo entre a situação nos dois países. “Não tem um amanhã feliz, é um processo de longa duração. Isso está em curso no Brasil, com uma conjuntura atual socialmente não muito favorável, mas com perspectiva a médio prazo mais interessante. É um pouco a mesma coisa que eu espero da França. Um segundo tempo parlamentar que de fato represente as aspirações da sociedade, que as pessoas não votem somente útil, mas votem em função de suas convicções”, propõe. A eleição de outubro no Brasil também é ressaltada por Irène Seigle, nutricionista aposentada, que mora há anos no Rio, integra o Traits-d'Union e vota em Mélenchon. “Nosso candidato de esquerda, o Mélenchon, está prometendo uma ajuda para os franceses e, depois, tem as legislativas quando a gente pode votar para pessoas diferentes. Sempre aproveito para fazer campanha para o Psol ou outro partido para as eleições brasileiras. Todos os franceses [que estão] aqui trabalham, são casados, vivem no Brasil. A gente não pode dividir. Tem que fazer as coisas juntas, para mim é importante isso. Estou aqui para ajudar a votar contra o Bolsonaro”, indica Irène. Depois dos sinais de união do voto no primeiro turno no piquenique dos eleitores franceses de esquerda no Aterro do Flamengo, alguém pergunta: e o que vamos fazer no segundo turno? Resposta no dia 24 de abril. *A reportagem tinha uma entrevista agendada com o cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Gérard Maréchal, que por motivos de força maior não pôde ser realizada com previsto. Posteriormente, o cônsul não quis responder às nossas perguntas por email.

Hoje na História - Opera Mundi
21 de março de 1884 - Lei autoriza criação dos sindicatos de trabalhadores na França

Hoje na História - Opera Mundi

Play Episode Listen Later Mar 21, 2022 5:01


Em 21 de março de 1884, o ministro Pierre Waldeck-Rousseau revoga a Lei Le Chapelier e autoriza a formação de sindicatos de trabalhadores na França.  Anteriormente, em 14 de junho de 1791, manifestando preocupação de coerência com o Decreto de Allarde, que proibiu as corporações de ofício, herança da Idade Média, a Assembleia Constituinte francesa proibiu a constituição de qualquer associação profissional, tanto de patrões quanto de assalariados.Veja a matéria completa em: https://operamundi.uol.com.br/historia/27926/hoje-na-historia-1884-lei-autoriza-criacao-dos-sindicatos-de-trabalhadores-na-franca----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★

O Assunto
Chile: a largada do governo Boric

O Assunto

Play Episode Listen Later Mar 11, 2022 20:03


Foram quase três meses desde a vitória nas urnas. De lá até a posse, nesta sexta-feira, o ex-líder estudantil Gabriel Boric colecionou ineditismos, começando pela própria idade. Com 36 anos, é o mais jovem ocupante do Palácio de La Moneda - e o primeiro sem origem em nenhum dos dois grupos políticos que se revezaram no poder desde o fim da ditadura militar, em 1990. Montou um ministério diverso, de maioria feminina e ampla troca de guarda geracional. “É uma novidade bastante grande para a região, o que cria expectativa”, sintetiza Claudia Antunes, editora de Mundo do Jornal O Globo. Na conversa com Renata Lo Prete, ela analisa também a decisão de indicar, para o comando da economia, o presidente do Banco Central do agora ex-governo de Sebastián Piñera. Um movimento de composição de forças e aceno ao mercado, diz a jornalista, que deve ser entendido à luz de duas circunstâncias deste início de mandato: falta de maioria no Congresso e uma Assembleia Constituinte ainda em curso. É nesse ambiente volátil que Boric terá que atender, como ele próprio admite, “pelo menos parte” das demandas por mais serviços públicos e menos desigualdade social que o levaram à Presidência.

Guilhotina | Le Monde Diplomatique Brasil
#155: Lugares de origem: indígenas e patrimônio cultural no Brasil, com Yussef Campos

Guilhotina | Le Monde Diplomatique Brasil

Play Episode Listen Later Mar 3, 2022 47:52


Bianca Pyl e Luís Brasilino conversam com o historiador Yussef Campos, autor, com Ailton Krenak, do livro “Lugares de origem” (https://bit.ly/3ttWy4z). A publicação, lançada no fim de 2021 pela editora Jandaíra, traça um diálogo entre os autores sobre a trajetória dos povos indígenas e as noções de patrimônio cultural no Brasil. Durante a Assembleia Constituinte de 1988, a redação do artigo 231 da Constituição dizia que: “são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições e do seu patrimônio cultural”. Por uma manobra do Centrão, esta última expressão, “e do seu patrimônio cultural”, foi suprimida do texto final. Youssef explica na entrevista a importância dessa alteração e fala também sobre a participação de Krenak na Constituinte e o episódio em que pintou o rosto de jenipapo, o que significou o reconhecimento do patrimônio imaterial pela Constituição, os direitos indígenas no Brasil, o rompimento da barragem da Samarco no Rio Doce e seu impacto sobre o povo krenak que vive na região, as atuais ameaças às conquistas de 1988 e muito mais. Yussef é historiador e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e autor do livro “Palanque e Patíbulo: o patrimônio cultural na Assembleia Nacional Constituinte”, fruto da sua tese de doutorado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Trilha: Caetano Veloso, “Terra”; e Milton Nascimento, “Clube da esquina” (Lô Borges, Marcio Borges e Milton Nascimento).

Deixar o Mundo Melhor
Manuel Alegre

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Feb 18, 2022 45:50


Nasceu em Águeda a 12 de maio de 1936 e é neto materno de um deputado à Assembleia Constituinte de 1911, na I República. Sessenta e quatro anos, um golpe de Estado e uma revolução depois, o neto seguiu-lhe o caminho e foi deputado na Assembleia Constituinte em 1975. Manuel Alegre, o poeta que escreveu versos subversivos que marcaram o país e mais do que uma geração, ainda liberta as palavras dos grilhões da correção política. Numa conversa sem papas na língua, recorda os tempos de estudante em Coimbra, a saída a salto para França, o exílio em Argel, a importância do discurso que fez no I Congresso do PS, os poemas proibidos, a prisão e o solitário caminho para encontrar a toada que o distinguisse enquanto poeta maior da língua portuguesa. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcast Internacional - Agência Radioweb
Epidemiologista vai presidir Assembleia Constituinte no Chile

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Jan 6, 2022 1:05


A deputada María Elisa Quinteros vai presidir a Assembleia Constituinte do Chile. Ela foi eleita após 18 horas de votação em 9 turnos. Quinteros vai presidir o órgão durante os últimos seis meses de funcionamento, até quando deverá estar redigida a nova carta magna.A nova presidente da Constituinte chilena é doutora em Saúde Pública e epidemiologista. Ela foi eleita para integrar a assembleia a partir de uma candidatura independente.

O Assunto
Chile: a esquerda no poder

O Assunto

Play Episode Listen Later Dec 21, 2021 23:20


Ao final do primeiro turno, muitos previam disputa acirrada e até mesmo favoritismo do candidato da extrema-direita. Porém, encerrada a apuração da etapa final, o ex-líder estudantil Gabriel Boric emergiu vencedor com mais de dez pontos percentuais de vantagem sobre José Antonio Kast. “Era preciso atrair o eleitor do centro. E Boric soube fazer isso melhor do que Kast”, afirma Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV. Na conversa com Renata Lo Prete, ele analisa a sucessão de eventos inaugurada no país com os protestos de 2011, até chegar à Assembleia Constituinte e, agora, à eleição do primeiro presidente que não saiu de nenhuma das duas coalizões que se alternaram no poder desde o fim da ditadura do general Pinochet, em 1990. “É preciso ter cuidado com as expectativas”, pondera Stuenkel. O jovem eleito (35 anos) terá que lidar não apenas com um Congresso dividido, mas com reticências em sua própria aliança. “O Partido Comunista está distante”, diz. Mais importante: num cenário de inflação e fim dos auxílios da pandemia, precisará enfrentar a desigualdade econômica e social que inflamou as ruas. Sem desconsiderar o histórico recente de resultados eleitorais da América Latina, o professor matiza: “Boric é uma outra esquerda, mais parecida com partidos progressistas da Europa. Um fenômeno típico chileno, difícil de imaginar em países como Paraguai, México ou o próprio Brasil”.

O Assunto
Para onde vai o Chile no 2º turno?

O Assunto

Play Episode Listen Later Nov 24, 2021 24:04


Desde a redemocratização, coalizões de centro-direita e de centro-esquerda se alternaram no poder. Uma equação, ao menos na aparência, mais estável que a de outros países da região até 2019, quando milhares de chilenos tomaram as ruas por dois meses. “A panela de pressão explodiu”, resume a socióloga Beatriz Della Costa, diretora do Instituto Update, que estuda inovação política na América Latina. Para ela, dois fatores explicam a virada de vento: “brutal desigualdade social” e “baixo acesso a serviços públicos”. Os protestos abriram caminho para uma Assembleia Constituinte, eleita em maio deste ano, de configuração majoritariamente progressista. E agora, apenas seis meses depois, nova inflexão: no primeiro turno da disputa presidencial, realizado no domingo passado, o candidato da extrema-direita, José Antonio Kast, chegou na frente, com 28% dos votos. Na etapa final, seu adversário será o Gabriel Boric, de esquerda, que obteve 25%. “O que está em jogo é a capacidade de mobilização” de cada um, afirma Beatriz. Para o historiador Felipe Loureiro, os eleitores de Franco Parisi (terceiro colocado, com 13%), serão o fiel da balança. E, até aqui, os sinais são de que Kast teria capacidade de atraí-los em maior número. Loureiro, coordenador do curso de Relações Internacionais da USP e do Observatório da Democracia no Mundo, explica que a agenda econômica e o discurso de ordem de Kast têm aderência no mercado e entre nostálgicos da ditadura -ele é defensor ferrenho de Augusto Pinochet. Já a pauta de Boric, ligada a temas como preservação ambiental e defesa dos direitos humanos, encontra eco no eleitorado mais jovem.

Convidado
Chile: Extrema-direita vence primeira volta das presidenciais

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 22, 2021 8:31


No Chile desenha-se uma segunda volta polarizada, depois de o candidato de extrema-direita, José António Kast, ter ultrapassado, com 27,95% dos votos, o candidato de esquerda, Gabriel Boric, que arrecadou 25,71%. Ana Figueiredo, docente universitária e investigadora em psicologia política, na capital chilena, refere que este resultado não era expectável e mostra um país profundamente fracturado.  "Não era uma votação esperada. As pessoas acreditavam que Boric ia ganhar sobretudo porque, durante o dia, os resultados que iam chegando do estrangeiro davam vantagem, com uma maioria muito forte, ao candidato Gabriel Boric. (...) Creio que havia muita confiança de que Kast não passasse à segunda volta. Passar à segunda volta em primeiro lugar é mostrar um país de direita, muito mais de direita do que o próprio país acredita". Neto de um oficial nazi e filho de um ministro da ditadura, Miguel Kast, um dos denominados Chicago Boys, que impôs o modelo ultraliberal no país, José Antonio Kast, 55 anos, obteve 27,95% dos votos na primeira volta e surge como favorito. A investigadora reconhece que o programa político do candidato de extrema-direita representa um retrocesso enorme para o Chile. "Ele quer eliminar leis de protecção das dissidências sexuais, leis de protecção dos animais e tem uma proposta de fazer listas de perseguição política contra activistas de esquerda. Ele não fala de direita, fala de um governo autoritário, fala do seu general. Ele quer dar imunidade a todos os que foram condenados por crimes de lesa-humanidade durante a ditadura. É anti-imigração, quer construir valas junto à fronteira para impedir a entrada de imigrantes no país, quer dar mais direitos às forças de ordem e às forças armadas. No Chile temos o ministério da Mulher e dos Direitos, ele já disse que vai abolir esse ministério. Vai abolir a lei do aborto, impulsionado pelo governo de Michel Bachelet, que é o aborto em três causas: violação; risco de vida para a mulher; ou inviabilidade do feto. É um retrocesso enorme", detalhou. O seu principal adversário é o candidato de esquerda, próximo do partido socialista, que arrecadou 25,71%. Gabriel Boric, 35 anos, que ficou conhecido durante o movimento estudantil nos protestos de 2009 e 2011, promete um Chile mais inclusivo com a instauração dos direitos sociais. Ana Figueiredo admite que o projecto político de Gabriel Boric pode ficar pelo caminho. "Historicamente no Chile quem ganha à primeira volta, ganha na segunda volta. Ontem os candidatos de direita/centro direita disseram que não vão apoiar Boric vão negociar com Kast. Gabriel Boric é muito jovem, foi líder estudantil e chegou a deputado. Boric enquanto foi deputado teve problemas de saúde mental, teve uma baixa psiquiátrica e isso tudo foi usado contra ele", explicou.  Nesta eleição está também em jogo o futuro da Assembleia Constituinte que está a redigir a nova Constituição chilena, devendo ser submetida a referendo em 2023. A esquerda que apoia Boric é a mesma que tem maioria na Assembleia, enquanto que a extrema-direita de Kast é conivente com os crimes da ditadura. Este domingo os chilenos não votaram apenas nas eleições presidenciais, houve eleições para o parlamento, senado e para governadores regionais. Ana Figueiredo reconhece que não há consistência de voto, lembrando que "a pessoa mais votada no senado é uma das vítimas das manifestações que ficou cega, devido à actuação da polícia, e do outro lado surge Kast”. Outra surpresa destas eleições foi o candidato que chegou em terceiro lugar, Franco Parisi, que obteve 12,8%. Franco Parisi conduziu uma campanha a partir dos Estados Unidos , sem nunca colocar os pés no Chile. A docente universitária diz que os eleitores de Parisi poderão determinar o desfecho da segunda volta "Ninguém tem muita informação sobre o programa dele, mas os votantes de Franco Parisi podem decidir a segunda volta. Franco Parisi é anti-imigração, mas nunca deu sinais de anti-narcotráfico. Um tema muito sensível no Chile. É muito difícil saber qual será o passo dele na segunda volta, pois por um lado a agenda anti-imigração dá força a Kast, no entanto algumas das suas promessas eleitorais aproximam-se mais da esquerda”, admite  No próximo dia 19 de Dezembro, José António Kast e Gabriel Bric, defrontam-se na segunda volta. Os chilenos devem escolher entre o regresso aos ideais de Augusto Pinochet ou a recuperação dos valores de Salvador Allende.  "Eu creio que o Chile está a entrar numa situação tão divisória como essa. Se ganha Kast reafirma-se tudo o que é o seu general, a sua Constituição e mais peso para as forças armadas e forças de ordem. Boric tenta dar um país de direitos, mais social. O Chile não é um país de direitos sociais. Sem dúvida, chega a ser fracturante assim", conclui. 

Personagem da História
Ep. 73 – Joaquim de Castro Tibiriçá

Personagem da História

Play Episode Listen Later Oct 28, 2021 7:47


Neste episódio, vamos conhecer a história do advogado e político campineiro Joaquim de Castro Tibiriçá. Ele foi Delegado Eleitor do Instituto dos Advogados junto à Assembleia Constituinte. Ele também foi vereador em Campinas.

Hoje na História - Opera Mundi
21 de outubro de 1945 - Mulheres votam pela primeira vez para a Assembleia francesa

Hoje na História - Opera Mundi

Play Episode Listen Later Oct 21, 2021 7:18


Em 21 de outubro de 1945, as mulheres francesas votam pela primeira vez na história de seu país para escolher os deputados da Assembleia Constituinte. Meses antes, em 20 de abril, já tinham votado nas eleições municipais. Em 1946, já constituiam 47% do eleitorado, tendo depositado majoritariamente seus votos nas forças conservadoras moderadas, manifestando-se bastante fieis ao general Charles de Gaulle, que as havia emancipado eleitoralmente.Veja a matéria completa em: https://operamundi.uol.com.br/historia/24976/hoje-na-historia-1945-mulheres-votam-pela-primeira-vez-para-a-assembleia-francesa----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★

Esquerda Diário
42: Peão 4.0 - O que é uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana?

Esquerda Diário

Play Episode Listen Later Aug 18, 2021 32:08


Fala guerreira, fala guerreiro! Neste programa falaremos sobre essa proposta que é o que defendemos hoje contra Bolsonaro, Mourão, os militares e todos aqueles do centrão, judiciário, governadores, que por cima brigam entre si, mas por baixo estão alinhadíssimos com o governo para aprovar os ataques e privatizações. Nem impeachment, nem “cassação de chapa”, nem “Lula-2022” são a saída. Explicaremos como uma constituinte como essa seria o instrumento mais democrático que existe para discutir os rumos do país em meio a um sistema tão antidemocrático por natureza que é o capitalismo. E como no processo de luta por ela, podemos mostrar para os trabalhadores como é o socialismo que pode responder até o fim as demandas democráticas mais básicas que o capitalismo promete, mas não cumpre. Mas a constituição de 88 já não era boa? Uma constituinte hoje não vai ser mais de direita? Ouve aí que a gente responde tudo!

Personagem da História
Ep. 62 - Joaquim de Castro Tibiriçá

Personagem da História

Play Episode Listen Later Aug 11, 2021 7:47


Nesta semana, iremos conhecer a história de Joaquim de Castro Tibiriçá, campineiro que foi Juiz de Paz, Promotor Público, Delegado Eleitor do Instituto dos Advogados junto à Assembleia Constituinte, além de vereador e prefeito do município.

Podcast Internacional - Agência Radioweb
Pedro Castillo toma posse e projeta Assembleia Constituinte

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Jul 29, 2021 2:49


Candidato do partido Peru Libre, de esquerda, foi o vencedor no 2º turno, realizado em 6 de junho.

Esquerda Diário
190: Peão 4.0 - O que é a "Frente Única Operária"?

Esquerda Diário

Play Episode Listen Later Jul 21, 2021 25:25


Se hoje nós, trabalhadoras e trabalhadores, não somos capazes fazer uma revolução para derrotar a burguesia por que não somos fortes o suficiente, a gente precisa ter táticas que nos fortaleçam, nos defendam dos ataques e nos permitam acumular forças para revolucionar a sociedade. É pensando nisso que Lenin e Trotski, a partir da experiência das lutas da nossa classe, discutem a importância da Frente Única Operária. A ideia é unir diferentes setores da classe trabalhadora, mesmo que tenham diferentes propostas políticas, em torno de um objetivo comum. E não é esse negócio de se unir com político de direita e burguês pra ganhar uma eleição não! A questão é unir as forças dos trabalhadores, as diferentes centrais sindicais, os movimentos que defendam as mulheres trabalhadoras, negros trabalhadores... Tudo através de assembleias de base, onde todas as opiniões possam se expressar, e as melhores ideias possam ser votadas e levadas a frente, em uma ação comum. E assim, irmos denunciando as direções traidoras da nossa classe, e construindo uma nova direção, revolucionária! Golpear juntos, mas marchar separados! Quer saber mais dessa ideia? Ouça aí o Peão! Textos citados no episódio:  André Augusto - Trótski, a Frente Única Operária e o programa da Assembleia Constituinte: https://url.gratis/ODCP07 Leon Trótski - Sobre a Frente Única Operária - https://url.gratis/hnps9n

Esquerda Diário
179: 5 minutos - 10/07/2021

Esquerda Diário

Play Episode Listen Later Jul 10, 2021 5:48


Laura Baraldi e Matheus Correia comentam sobre a necessidade de uma luta por greve geral contra Bolsonaro e Mourão e para impor uma Assembleia Constituinte livre e soberana, que coloque as rédeas do país nas mãos da classe trabalhadora.

CNN MUNDO
Um novo capítulo na democracia chilena, o assassinato do presidente haitiano e mais do mundo

CNN MUNDO

Play Episode Listen Later Jul 9, 2021 30:10


CNN Mundo #26 - 2ª temporada: Neste episódio do CNN Mundo, Lourival Sant'Anna ouve o depoimento da jornalista Yoselin Fernández, da Red Chilena contra la Violencia contra las Mujeres, que fala diretamente de Santiago sobre a elaboração da nova Constituição chilena. A Assembleia Constituinte, que será presidida por uma mulher indígena, é marco da diversidade e de uma nova fase da democracia chilena. No episódio, Lourival também fala sobre os estudos feitos por pesquisadores australianos e franceses acerca da variante Delta do coronavírus. Você ainda ouve sobre a proibição de público nas Olimpíadas de Tóquio e sobre o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse.  Com apresentação de Lourival Sant'Anna, este podcast é produzido pela Maremoto para a CNN Brasil. Você também pode ouvir o CNN Mundo no site da CNN Brasil. E aproveite para conhecer os nossos outros programas em áudio. Acesse: cnnbrasil.com.br/podcasts See omnystudio.com/listener for privacy information.

História pros brother
Revolução Constitucionalista 32 - A Guerra Paulista

História pros brother

Play Episode Listen Later Jul 9, 2021 34:23


São Paulo foi um estado do Brasil que obteve destaque econômico nos primeiros anos republicanos. Entretanto as coisas mudaram a partir do golpe de 1930 de Getúlio Vargas. A partir dali Vargas reestruturou a política e a economia do país. Nos primeiros dois anos de golpe, Vargas governou sem nenhum tipo de constituição, além de agir de forma autoritária em diversos momentos. Isso fez com que o governo do estado de São Paulo decidisse se manifestar de forma contrária ao governo federal da época. Após a morte de Mário Martins, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes, e Antônio Camargo, a causa Constitucionalista ganhou mais força Basicamente o movimento constitucionalista queria que o Brasil pressionar o presidente Vargas pra que ele convocasse uma Assembleia Constituinte e assim o Brasil teria uma nova constituição. Mas muitos setores diziam que as intenções paulistas eram, na verdade, separatistas. E usaram a legítima pauta sobre a necessidade de uma constituição como desculpa para enfraquecer Vargas. Por isso, São Paulo lutou sem apoio dos outros estados contra o governo federal. No dia 1º de outubro de 1932, quase quatro meses do início do conflito, os paulistas se renderam pois não tinham mais recursos para continuar a luta contra a União. See omnystudio.com/listener for privacy information.

História pros brother
Revolução Constitucionalista 32 - A Guerra Paulista

História pros brother

Play Episode Listen Later Jul 9, 2021 34:23


São Paulo foi um estado do Brasil que obteve destaque econômico nos primeiros anos republicanos. Entretanto as coisas mudaram a partir do golpe de 1930 de Getúlio Vargas. A partir dali Vargas reestruturou a política e a economia do país. Nos primeiros dois anos de golpe, Vargas governou sem nenhum tipo de constituição, além de agir de forma autoritária em diversos momentos. Isso fez com que o governo do estado de São Paulo decidisse se manifestar de forma contrária ao governo federal da época. Após a morte de Mário Martins, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes, e Antônio Camargo, a causa Constitucionalista ganhou mais força Basicamente o movimento constitucionalista queria que o Brasil pressionar o presidente Vargas pra que ele convocasse uma Assembleia Constituinte e assim o Brasil teria uma nova constituição. Mas muitos setores diziam que as intenções paulistas eram, na verdade, separatistas. E usaram a legítima pauta sobre a necessidade de uma constituição como desculpa para enfraquecer Vargas. Por isso, São Paulo lutou sem apoio dos outros estados contra o governo federal. No dia 1º de outubro de 1932, quase quatro meses do início do conflito, os paulistas se renderam pois não tinham mais recursos para continuar a luta contra a União.

Farofa Crítica
Mídia ao Ponto #11 Corrupção, Eleições lançada pela Globo, Luiz Gama e mais

Farofa Crítica

Play Episode Listen Later Jul 5, 2021 45:12


O Professor Dennis Oliveira comenta no Mídia ao Ponto desta segunda-feira 7 de julho a forma com a mídia em geral e também a alternativa constroem suas narrativas. E comenta sobre as denúncias de corrupção, a eleição de uma mulher indígena como presidente da Assembleia Constituinte chilena, o blefe de Bolsonaro sobre ter as Forças Armadas em seu comando, a candidatura de Eduardo Leite lançado pela Globo, o título de doutor "honoris causa" póstumo a Luiz Gama, o que foi notícia nas capas dos principais jornais do País, além de dicas de leitura e cultura. O Programa Mídia ao Ponto do Canal Farofa Crítica faz uma análise crítica da cobertura midiática. Aqui, jornalismo, cultura e cidadania, estão entrelaçados nesses conteúdos. Mídia ao Ponto vai ao ar todas as segundas-feiras no seu canal do Farofa Crítica no Youtube. Mídia ao Ponto é uma produção do Celacc em parceria com o Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA USP, apoio do IEA-USP Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e também do Jornal Empoderado. Canal Farofa Crítica https://www.youtube.com/farofacritica Mídia ao Ponto #11 https://youtu.be/5_XhaBGvDr8

Podcast Internacional - Agência Radioweb
Chile: líder indígena é presidente da nova Assembleia Constituinte

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Jul 5, 2021 1:58


Professora universitária e líder mapuche, Elisa Loncón, foi eleita, neste domingo (4), com 96 votos a favor, de um total de 155 constituintes. Elisa vai presidir Constituinte que vai escrever as leis do Chile pós-ditadura Pinochet.

Jornal da USP
Brasil Latino: José Viacava e o futuro do Chile

Jornal da USP

Play Episode Listen Later Jun 11, 2021 55:28


Eleição da Assembleia Constituinte abre novo capítulo na história do país

Brasil Latino - USP
Brasil Latino: José Viacava e o futuro do Chile

Brasil Latino - USP

Play Episode Listen Later Jun 11, 2021 55:28


Eleição da Assembleia Constituinte abre novo capítulo na história do país

Canal IE - UFRJ
Chile: A Implosão do Neoliberalismo

Canal IE - UFRJ

Play Episode Listen Later Jun 5, 2021 89:48


Um aumento de passagem gerou uma revolta popular em 2019 que culminou, dois anos depois, em uma Assembleia Constituinte que promete por fim ao festejado e incensado modelo neoliberal chileno. Este é tema desse Conversas Sobre o Mundo Contemporâneo. Luiz Carlos Prado, Eduardo Costa Pinto, Numa Mazat e Eduardo Bastian debatem. Ronaldo Bicalho ancora.

Legis-Ativo
Legis-Ativo | Resumo da semana: destino partidário da família Bolsonaro, CPI da Pandemia, Assembleia Constituinte do Chile e paridade de gênero, eleições 2022 e muito mais!

Legis-Ativo

Play Episode Listen Later Jun 5, 2021 67:08


Está no ar mais uma edição do podcast do Legis-Ativo. Com apoio da Fundação Konrad Adenauer e do Movimento Voto Consciente, os cientistas políticos Humberto Dantas, Graziella Testa e Vítor Oliveira debatem alguns dos temas que mais movimentaram o Legislativo nesta semana. Acompanhe uma análise sobre assuntos como partidos políticos no Brasil e o destino partidário da família Bolsonaro; os rumos da CPI da Pandemia; os cenários para as alterações de 2022; e a Assembleia Constituinte do Chile e a paridade de gênero. Aperte o play e confira isso e muito mais! Lembrando que o nosso podcast também pode ser acompanhado nas plataformas de podcasts do Google e no Spotify, e nossos textos estão disponíveis aqui no blog do Legis-Ativo, no site do Mandato Ativo e da Legisla Brasil. Além disso, as análises e opiniões aqui contidas dizem respeito aos autores e não representam o posicionamento institucional das associações apoiadoras, no caso, O Estado de São Paulo, uma ONG Movimento Voto Consciente e a Fundação Konrad Adenauer.

Visão Global
O desvio do avião para Minsk. João Lourenço pede perdão pelo 27 de Maio de 1977. A nova assembleia constituinte do Chile. Edição de Mário Rui Cardoso.

Visão Global

Play Episode Listen Later May 30, 2021 45:45


Carta Podcast
Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo Mentem na CPI e Salles Vira Alvo da Polícia Federal | Fechamento Carta

Carta Podcast

Play Episode Listen Later May 21, 2021 84:15


No FECHAMENTO desta quinta-feira, a equipe de CartaCapital comenta os depoimentos desta semana na CPI da Covid, que investiga os erros e omissões do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia. Na terça-feira, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou que o Itamaraty atuou para facilitar a entrada de cloroquina no país, mas negou que as ofensas que fez à China nas redes sociais tenham prejudicado a compra de vacinas ou de insumos para a fabricação de imunizantes - o que o levou a ser chamado de mentiroso por senadores. Na quarta-feira, a CPI da Covid recebeu o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que falou sobre a insistência do governo Bolsonaro no uso da cloroquina no chamado 'tratamento precoce'. O general, que chefiou a Saúde entre maio de 2020 e abril de 2021, também foi questionado sobre os atrasos no cronograma de vacinação, a demora na compra de insumos para a fabricação dos imunizantes e a crise da falta de oxigênio em Manaus, em janeiro deste ano. Em diversos momentos, Pazuello também foi acusado de faltar com a verdade. Devido a um mal súbito, o depoimento do ex-ministro foi interrompido na tarde de quarta-feira e retomado nesta quinta-feira 20. Veja também: Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, é alvo de operação de busca e apreensão na manhã de hoje. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), investiga crimes contra a administração pública envolvendo a exportação ilegal de madeira para a Europa e Estados Unidos. O Supremo também determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Salles. E ainda no programa Fechamento: as últimas notícias do confronto entre Israel e grupos palestinos e a eleição para a nova Assembleia Constituinte no Chile. CartaCapital acredita que informação e educação são direitos fundamentais. Sabemos que um trabalhador com acesso ao conhecimento está melhor preparado para lutar por um mundo mais justo. Por isso queremos celebrar o mês dos trabalhadores com você: em maio assine CartaCapital e ganhe um livro de presente em parceria com a Editora ContraCorrente! Confira nossas ofertas e condições em www.AssineCarta.com.br com descontos especiais de até 35% e receba o jornalismo corajoso de Carta em seu endereço! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/cartacapital/message

Petit Journal
A Constituinte no Chile

Petit Journal

Play Episode Listen Later May 18, 2021 8:19


A coluna de hoje do Petit Journal deixa o Oriente Médio temporariamente no banco de reservas e volta suas atenções para o Chile, que elegeu, neste fim de semana, sua Assembleia Constituinte, que vai substituir a atual carta magna, aprovada em 1980, durante o governo de Augusto Pinochet. O comando da coluna de hoje é de Tanguy Baghdadi, que convida também para o curso "A Índia e seu lugar no futuro: de potência periférica a potência mundial", que você encontra lá em petitcursos.com.br E pra apoiar o Petit Journal, acesse petitjournal.com.br. Sua ajuda é fundamental para o nosso projeto se manter ativo!

História Oral
Quentinha do dia #89 - Definida a Assembleia Constituinte no Chile

História Oral

Play Episode Listen Later May 17, 2021 9:18


As eleições para a composição da Assembleia Constituinte Chilena se encerraram neste final de semana. Depois de intensas manifestações populares e protestos contra Sebastian Piñera, o governo fez um plebiscito para determinar se o país deveria alterar sua carta magna. O “Aprovo” venceu o “Rejeito” por 80% dos votos, abrindo caminho para a superação das heranças da Ditadura de Augusto Pinochet. Depois de adiada a eleição para a assembleia constituinte devido o avanço da Covid-19, enfim foi decidida a composição das e dos legisladores que irão produzir a nova Carta Magna do país. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/historiaoral/message

Expresso - O mundo a seus pés
O Mundo a Seus Pés #39: América Latina em chamas

Expresso - O mundo a seus pés

Play Episode Listen Later May 17, 2021


Em semana (a terceira seguida) de tumultos na Colômbia e no rescaldo das eleições para uma Assembleia Constituinte no Chile, olhamos para a América Latina. Polarizada política e socialmente, lacerada por profundas desigualdades e atacada pelo coronavírus, esta região do mundo procura dar esperança a jovens que não veem futuro

exame
EXAME Flash 14/05 | Câmara discute criação do passaporte sanitário; balanço da CVC e a eleição da Assembleia Constituinte no Chile

exame

Play Episode Listen Later May 14, 2021 4:10


O EXAME Flash desta sexta-feira, 14, destaca a discussão na Câmara sobre a criação do passaporte sanitário, o balanço da CVC e a eleição da Assembleia Constituinte no Chile.

ESCS FM
Perfil Presidenciais 2021 - Marcelo Rebelo de Sousa

ESCS FM

Play Episode Listen Later Jan 21, 2021 4:03


A vida de Marcelo Rebelo de Sousa é dividida entre a política, o ensino e a comunicação social: foi deputado da Assembleia Constituinte, mais tarde Professor Catedrático de Direito, e em 2015 apresentou a sua candidatura à Presidência da República. Em 2021 é de novo candidato. A ESCS FM e o 8ª Colina exploraram o seu percurso e as suas principais bandeiras. Reportagem: Inês Galrito e Margarida Jesus Voz: Inês Galrito; Sonoplastia: Luís Batista Design: Mariana Faria

Notícia no Seu Tempo
Internacional: Trump usa nova tática para contestar resultado das eleições nos EUA

Notícia no Seu Tempo

Play Episode Listen Later Nov 20, 2020 2:49


Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira
Primeiro golpe de Estado do Brasil

Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira

Play Episode Listen Later Nov 14, 2020 3:03


O professor Milton Teixeira fala sobre o primeiro golpe de Estado do Brasil, realizado no dia 12 de novembro de 1823, quando D. Pedro I dissolveu a primeira Assembleia Constituinte do Império e prendeu seus deputados.

PlanetaCast
#61 Efeito chileno: precisamos de uma nova Constituição?

PlanetaCast

Play Episode Listen Later Nov 4, 2020 15:15


Com o recente plebiscito no Chile, que aprovou a convocação de uma nova Assembleia Constituinte uma polêmica volta ao centro do debate no Brasil: chegou a hora de escrever uma nova Constituição? O Planeta Azul sempre deixou claro que apoia uma nova Constituição para o Brasil. É um tema difícil, com muitas opiniões a favor e contra. Mas é um tema de que não se pode simplesmente fugir. Desta vez, o deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, foi quem pôs novamente o assunto na mesa, animado com o plebiscito chileno. Trazemos aqui a opinião de diversos especialistas sobre o tema. Confira.

Fora da Canaleta
12 - Porque revolucionárias disputam eleições?

Fora da Canaleta

Play Episode Listen Later Nov 2, 2020 81:46


Olá, camaradas! O 12# episódio do Fora da Canaleta - 'Porque revolucionárias disputam eleições?'' ta no ar! No episódio de hoje discutimos um pouco de um tema que é muito importante na nossa conjuntura, mas que deve sempre rondas nossas discussões nas organizações e papel como militantes. ELEIÇÕES! Mas mais do que isso, qual o papel de nós, pessoas revolucionárias na eleição? Porque a disputamos? Debatemos um pouco essas perguntas tendo como referência importantes autoras que dedicaram sua vida a práxis revolucionárias, como Rosa de Luxemburgo, Marta Harnecker e Vladimir Lênin para entender um pouco de como podemos utilizar as eleições burguesas para avançar na consciência de classe e também o que fazer quando ocupamos cargos parlamentares. Vem debater com a gente! Referências: Canción del poder popular, INTI ILLIMANI: https://www.youtube.com/watch?v=CZAmdsweux0&ab_channel=%22LaPichangaM%C3%BAsicaChilena%22 "Green New Deal" e descarbonização no Brasil, TESE ONZE: https://www.youtube.com/watch?v=Ze4h6WSFHQo&ab_channel=TeseOnze Fascism: What it is and how to fight it, LEON TROTSKY Reforma e Revolução, ROSA LUXEMBURGO Estratégia e Tática, MARTA HARNECKER O Manifesto Comunista, KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS Estado e Revolução, VLADIMIR LENIN Devemos nós boicotar a Duma Estatal?, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1906/01/duma.htm Qual é a atitude dos partidos burgueses e do Partido operário frente às Eleições para a Duma?, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1906/12/31.htm O Capitalismo e o Parlamento, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1912/06/17.htm A plataforma dos reformistas e a plataforma dos sociais-democratas revolucionários, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1912/11/18.htm Marxismo e Reformismo, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1913/09/12.html As eleições para a Assembleia Constituinte e a Ditadura do Proletariado, VLADIMIR LENIN: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1919/12/16.htm Caso queira o PDF dos livros que usamos de referência só mandar uma DM para a gente mno twitter, facebook ou no instagram que nós encaminhamos :) Segue a gente no Instagram! Instagram.com/foradacanaleta No twitter! twitter.com/foradacanaleta E no face! Facebook.com/foradacanaleta

PODCAST A+
Podcast A+ | 34 – Nova Constituinte no Brasil?

PODCAST A+

Play Episode Listen Later Oct 30, 2020 24:55


O novo episódio do Podcast A+ repercute a ideia defendida pelo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, de uma nova Assembleia Constituinte no Brasil. A partir da proposta do parlamentar, que provocou reações nos três Poderes, nossos analistas debatem se é o momento de rever a Constituição de 1988. Quais os ganhos e os riscos para o país? É possível o entendimento político num ambiente polarizado como o atual? Com mediação do jornalista Rafael Lisbôa, o bate-papo reúne Gabriela Wolthers, sócia-diretora da FSB Comunicação, e os analistas políticos Alon Feuerwerker e Marcio de Freitas. O Podcast A+ faz parte da plataforma Bússola, uma parceria entre a Revista Exame e o Grupo FSB. Edição: Guilherme Baldi | Arte: Natália Jannuzzi O Podcast A+ faz parte da plataforma Bússola, uma parceria entre a Revista Exame e o Grupo FSB.

Pulso Latino
#7 I Caminhos Latinos I Equador

Pulso Latino

Play Episode Listen Later Oct 29, 2020 57:51


Neste episódio viajamos pelo Equador, país onde Darwin teve a grande sacada da origem das espécies! Na parte 1 o prof. Fabio Luis (UNIFESP) fala sobre a história equatoriana: a dependência do petróleo, as crises dos anos 1980 e 1990, a dolarização da economia e a resistência ecológica dos movimentos sociais. Na parte 2, entrevistamos o economista equatoriano Alberto Acosta, que relatou sua experiência como presidente da Assembleia Constituinte de 2008, a forte ruptura dos movimentos indígenas e campesinos contra o Correísmo e a crítica ecológica ao progressismo no país. Apresentação e Entrevista: Antônio Ferreira / Edição: Felipe Yamahata / Canção Intro: "Camiños Latinos" de Iuri Andrade >> https://linktr.ee/iuriandrade (violões, programações, mixagem - Iuri Andrade, Baixo Elétrico - Alfredo Arias) / Trilha: Soema Montenegro - Todo nos teje e Swing Original Monks, Caminito. Encontre o Pulso nas redes: Twitter: @PulsoLatinoCast / Facebook: Pulso Latino Podcast / Instagram: @pulsolatinocast / Mande um e-mail para nós: pulsolatinocast@gmail.com Conheça nossos parceiros: Editora Elefante: https://www.editoraelefante.com.br/ Instagram: @editoraelefante / Programa Realidade Latino Americana: https://bit.ly/2ZJ0LDa e https://bit.ly/35HNFdm

O Assunto
O plebiscito e o futuro do Chile

O Assunto

Play Episode Listen Later Oct 27, 2020 23:33


No domingo, 78% dos eleitores chilenos que compareceram às urnas votaram a favor de enterrar a atual Constituição - herança da ditadura comandada pelo general Augusto Pinochet entre 1973 e 1990. O plebiscito, que decidiu também pela formação de uma Assembleia Constituinte com equidade de gênero e representação de povos tradicionais, foi a saída aceita pelo presidente Sebastián Piñera diante da onda de protestos que tomou as principais cidades do Chile em 2019. Neste episódio, Renata Lo Prete recebe dois convidados: a correspondente da Globonews em Santiago, Camilla Viegas, e o doutor em história política e professor da Universidade Católica de Petrópolis, Leandro Gavião. Camilla relembra a cronologia das manifestações e conta o que viu in loco nas zonas eleitorais da capital. Leandro relata as contradições da Carta, e seu fundamento ultra-liberal, e explica quem ganha e quem perde diante do resultado pró-reforma.

20 Minutos com Breno Altman
Devemos lutar por uma assembleia constituinte?

20 Minutos com Breno Altman

Play Episode Listen Later Sep 29, 2020 55:37


A esquerda deve assumir a ruptura com a VI República ou defender a Carta de 1988?Um novo governo de esquerda teria forças para abrir um processo constituinte? Para que serve e como seria construída uma nova Assembleia Constituinte?★ Support this podcast ★

Artigo 5º
Inciso XLI: Discriminação dos Direitos e Liberdades Fundamentais - Artigo 5º

Artigo 5º

Play Episode Listen Later May 11, 2020 7:44


O artigo 5º da Constituição Federal garante direitos e liberdades fundamentais, como, por exemplo, o direito à vida, à igualdade e à educação. Contudo, você sabia que a Assembleia Constituinte, que é o órgão responsável por redigir a Constituição, preocupou-se também com a possibilidade de violação desses princípios? É por meio do Inciso XLI do artigo 5º da Constituição que a necessidade da criação de leis que penalizem quaisquer condutas que firam esses direitos e liberdades individuais é definida.Music from https://filmmusic.io:“Toccata and Fugue in D Minor”, “Too Cool, “Waltz (Tschikovsky Op. 40)” and “Sonatina in C Minor” by Kevin MacLeod (https://incompetech.com)Licence: CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Zoom
A primeira eleição democrática faz anos. Parabéns, Assembleia Constituinte.

Zoom

Play Episode Listen Later Apr 24, 2020 8:57


Foi há 45 anos. No dia 25 de Abril de 1975 os portugueses votaram em massa: 91,7% foram às urnas.

Educação política - Politize!
Inciso XLI: Discriminação dos Direitos e Garantias Fundamentais - Artigo 5º

Educação política - Politize!

Play Episode Listen Later Mar 17, 2020 7:44


O artigo 5º da Constituição Federal garante direitos e liberdades fundamentais, como, por exemplo, o direito à vida, à igualdade e à educação. Contudo, você sabia que a Assembleia Constituinte, que é o órgão responsável por redigir a Constituição, preocupou-se também com a possibilidade de violação desses princípios? É por meio do Inciso XLI do artigo 5º da Constituição que a necessidade da criação de leis que penalizem quaisquer condutas que firam esses direitos e liberdades individuais é definida.Music from https://filmmusic.io:“Toccata and Fugue in D Minor”, “Too Cool, “Waltz (Tschikovsky Op. 40)” and “Sonatina in C Minor” by Kevin MacLeod (https://incompetech.com)Licence: CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Educação política - Politize!
Inciso XLI: Discriminação dos Direitos e Garantias Fundamentais - Artigo 5º

Educação política - Politize!

Play Episode Listen Later Mar 17, 2020 7:44


O artigo 5º da Constituição Federal garante direitos e liberdades fundamentais, como, por exemplo, o direito à vida, à igualdade e à educação. Contudo, você sabia que a Assembleia Constituinte, que é o órgão responsável por redigir a Constituição, preocupou-se também com a possibilidade de violação desses princípios? É por meio do Inciso XLI do artigo 5º da Constituição que a necessidade da criação de leis que penalizem quaisquer condutas que firam esses direitos e liberdades individuais é definida.Music from https://filmmusic.io:“Toccata and Fugue in D Minor”, “Too Cool, “Waltz (Tschikovsky Op. 40)” and “Sonatina in C Minor” by Kevin MacLeod (https://incompetech.com)Licence: CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Durma com essa
A constituinte no Chile. E os resquícios da era Pinochet | 12.nov.2019

Durma com essa

Play Episode Listen Later Nov 12, 2019 11:51


Esta terça-feira (12) no Chile foi marcada por uma greve geral e protestos em diversas cidades. Já são mais de quatro semanas das maiores manifestações já feitas por chilenos, que reivindicam direitos sociais e mudanças profundas na estrutura política do país. No domingo (10), o governo do presidente Sebastián Piñera falou em abrir um processo para criar uma nova Constituição. E, na segunda-feira (11), o Congresso aprovou a realização de um plebiscito para consultar a população sobre uma Assembleia Constituinte. O "Durma com essa" explica o que está em jogo agora no Chile, que usa a Constituição elaborada em 1980 pela ditadura militar de Augusto Pinochet.

Estadão Notícias
Como foi a cobertura do Estadão na Revolução de 32?

Estadão Notícias

Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 29:04


Nove de Julho é a data em que se lembra da revolução constitucionalista de 32 em São Paulo. Apesar de ser uma data estadual, o acontecimento trouxe frutos para todo o Brasil. Dois anos antes, Getúlio Vargas assume à presidência, após um golpe militar conhecido como revolução de 30. As forças políticas e econômicas de São Paulo exigiam uma nova Assembleia Constituinte, a volta das eleições e a saída de Vargas. Foi no dia 23 de maio de 1932, em um comício de estudantes da Faculdade São Francisco, que tudo mudou. Cinco jovens morreram neste confronto. Nascia então o movimento MMDC. Em 9 de julho as forças paulistas lideradas pelo General Isidoro Dias Lopes tomaram o estado. Em 2 de outubro, na cidade de Cruzeiro, os combatentes paulistas se entregam ao líder da ofensiva federal. Uma das grandes curiosidades de quem visita o Estadão, principalmente o seu acervo, é saber como o jornal cobriu a revolução de 32. Por isso, no programa de hoje, conversamos com o coordenador do acervo, Edmundo Leite que contou essa história para nós.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcast RioBravo
Podcast 449 – Eduardo Viola – Venezuela em transe

Podcast RioBravo

Play Episode Listen Later Aug 11, 2017 28:29


No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Eduardo Viola, cientista político e professor titular da Universidade de Brasília. Na pauta da entrevista, a situação política na Venezuela, país que tem vivido momentos de grave apreensão. Ainda que esse estado de coisas não esteja exclusivamente associado à votação da Assembleia Constituinte em 30 de julho deste ano, foi só a partir dali, por exemplo, que o Mercosul tomou a decisão de suspender a Venezuela do bloco – medida que, para Eduardo Viola, não terá o efeito esperado exatamente por ter sido tomada muito tardiamente. “A situação na Venezuela já está muito degradada”, observa. Ao falar a respeito dos partidos de esquerda brasileiros que hesitam em rever o apoio a Nicolás Maduro, o entrevistado afirma que “a realidade material da Venezuela é um extraordinário antídoto contra as forças anticapitalistas no Brasil.” Entrevista gravada em 08 de agosto de 2017.

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Podcast 449 – Eduardo Viola – Venezuela em transe

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Play Episode Listen Later Aug 11, 2017 28:29


No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Eduardo Viola, cientista político e professor titular da Universidade de Brasília. Na pauta da entrevista, a situação política na Venezuela, país que tem vivido momentos de grave apreensão. Ainda que esse estado de coisas não esteja exclusivamente associado à votação da Assembleia Constituinte em 30 de julho deste ano, foi só a partir dali, por exemplo, que o Mercosul tomou a decisão de suspender a Venezuela do bloco – medida que, para Eduardo Viola, não terá o efeito esperado exatamente por ter sido tomada muito tardiamente. “A situação na Venezuela já está muito degradada”, observa. Ao falar a respeito dos partidos de esquerda brasileiros que hesitam em rever o apoio a Nicolás Maduro, o entrevistado afirma que “a realidade material da Venezuela é um extraordinário antídoto contra as forças anticapitalistas no Brasil.” Entrevista gravada em 08 de agosto de 2017.

Visão Global
Venezuela - crise e eleições para a Assembleia Constituinte; Polónia - independência do poder judicial em risco; Prisioneiros da Geografia; Gibraltar - cemitério no estreito; FMM Sines e Pianos da América no Porto. Edição de Ricardo Alexandre

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Play Episode Listen Later Jul 30, 2017 51:51