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Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se.SEJA MEMBRO DO CANAL!!!
NESTA EDIÇÃO. Aumento da demanda do biodiesel põe em xeque capacidade de suprimento pela indústria nacional. Agência Internacional de Energia reduz projeções de aumento de consumo de petróleo em 2025. Edge inicia importação de gás natural da Argentina. Porto de Roterdã testa abastecimento de navio com amônia. Brasil vai propor na COP30 integração do mercado de carbono com União Europeia, China e Califórnia.
MARATONA de PARIS continua gigante, o Celani não aprende e o que rolou nas maratonas de Manaus, Roterdã e Zurique
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Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se.RIFA DO PFCSEJA MEMBRO DO CANAL!!!Campeonato Mundial Indoor de Atletismo e muito mais.Use nossos cupons de Desconto:KEEP RUNNING BRASIL - PFCCARAMELO - PFC10MARATONA DE FLORIPA - PFC10FOCO RADICAL - PFC10SPORTBR - PFC10CLUBE DE AUTORES - PFC10LIVE! RUN XP - PFC15MARATONA MONUMENTAL DE BRASÍLIA - PFC10
Na escola, ele pouco se interessou por esportes. Os primeiros anos da vida adulta foram dedicados aos estudos e ao início de uma sólida carreira no mercado financeiro. Enquanto cursava Administração de Empresas na FGV, começou sua trajetória profissional na Indusval Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, sendo nomeado diretor dois anos depois, em 1973. Foi eleito, por duas vezes, membro do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e, em outras duas ocasiões, do Conselho de Administração da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que também presidiu durante cinco anos. Além disso, foi presidente da Indusval Corretora e do Banco Indusval, posteriormente ocupando os cargos de presidente do Conselho e diretor-superintendente e de co-presidente. Aos 30 anos, começou a participar de enduros e ralis de motocicleta. Sentindo falta de condicionamento físico, passou a correr três vezes por semana. Participou de muitas edições do Enduro da Independência e de ralis como o Cerapió, o Rally dos Incas e o Rally do São Francisco, que posteriormente foi rebatizado como Rally dos Sertões, no qual competiu duas vezes ao lado do filho. Em 1996, sua filha participou da Maratona de Nova York e, ao vê-la cruzar a linha de chegada, decidiu desafiar-se a também percorrer os 42 km. Procurou orientação e, no ano seguinte, lá estava ele, ao lado da filha, participando juntos da maratona mais famosa do mundo. Esse foi o início de uma trajetória que durou quase uma década e o levou a completar 14 maratonas em cidades como Chicago, Londres, Paris, Roterdã, Berlim, entre outras. Após uma cirurgia no tendão de Aquiles, ele ainda correu duas meias-maratonas até enfrentar problemas no joelho. Continuou correndo distâncias curtas e nadando. Para ajudá-lo a manter a forma, em 2015, começou a pedalar. Em 2019, animou-se a participar do percurso curto do famoso GFNY. Nos anos seguintes, participou do L'Étape Brasil e do Giro D'Italia Brasil. Inscrito para a edição de 2023 do GFNY, foi informado que o percurso curto seria cancelado. Resolveu, então, encarar os 138 km e gostou tanto da experiência que retornou em 2024. Seu compromisso com o esporte transcendeu a prática pessoal. Quando presidente da BM&F, conjuntamente com meu amigo e nadador olímpico, Fernando Nabuco, instituiu o Prêmio Ouro Olímpico, recompensando atletas medalhistas com barras de ouro. Posteriormente, fundou o Clube de Atletismo BM&F, que se tornou uma referência nacional e chegou a ter uma centena de atletas, entre eles, personalidades como Maurren Maggi, Vanderlei Cordeiro de Lima, Fabiana Murer e Marílson Gomes dos Santos. Conosco aqui, o ciclista amador, diretor-tesoureiro do Projeto Arrastão — uma rede de desenvolvimento humano que durante muitos anos foi comandada por sua esposa, focada em dar suporte às famílias carentes da região do Campo Limpo, em São Paulo — e um apaixonado pelo esporte, o paulistano Luiz Masagão Ribeiro. Inspire-se! Um oferecimento @oakleybr SIGA e COMPARTILHE o Endörfina através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se.
Trump diz que vai anunciar taxa de 25% sobre aço e alumínio, o que pode afetar Brasil. Boca de urna indica reeleição de Noboa no Equador. Após silêncio em campanha, Motta indica simpatia a pautas contrárias ao governo. Tropas israelenses se retiram de corredor que divide Gaza. Cientistas desenvolvem método de preparo do ‘ovo perfeito’. Apple deve lançar novo iPhone SE nesta semana. Netflix aposta em conteúdo local para atrair público brasileiro. Morre aos 85 anos o ator americano Tony Roberts. ‘Ainda Estou Aqui’ leva prêmios em Goya e Roterdã. Com falta de ar, Papa pede ajuda para leitura de discurso. Essas e outras notícias, você escuta No Pé do Ouvido, com Yasmim Restum.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A temporada de premiações está agitada! No Plano Geral desta semana, Flavia Guerra e Vitor Búrigo comentam os principais prêmios entregues até agora: Critics Choice Awards; Annie Awards, o Oscar da animação que consagrou o brasileiro Fabio Lignini por "Robô Selvagem"; o favoritismo de "Anora", de Sean Baker, depois do PGA Awards (prêmio do Sindicato dos Produtores) e do DGA Awards (prêmio do Sindicato dos Diretores); o sucesso de "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, no Prêmio Goya (melhor filme ibero-americano), no Festival de Roterdã (Prêmio do Público) e no Prêmio Abraccine. E mais: os vencedores da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes e as estreias da semana ("Bridget Jones: Louca pelo Garoto" e "Sing Sing", indicado ao Oscar). Estamos no ar!See omnystudio.com/listener for privacy information.
JOÃO em Buenos Aires, Alcaraz vence Roterdã; Bencic brilha em Abu Dhabi e Shapovalov reina em Dallas
Enio Augusto eMarcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se.SEJA MEMBRO DO CANAL!!!Medalha da Maratona de Tóquio; Sorteio para a Maratona de Nova Iorque; Resultados da Kagawa Marugame Half Marathon; Noah Lyles é campeão em Grand Prix de atletismo e provoca Tyreek Hill da NFL; Night Run Costão do Santinho acontece neste sábado; Elite na Meia Maratona de Barcelona; Elite na Maratona de Roterdã; Elite na Maratona de Hamburgo; Maratona de Tóquio vai aumentar valor da inscrição para 2026; Phacz Run em Porto Belo; Estudo diz que pessoas matutinas são maratonistas mais rápidas; Você conseguiria correr mais rápido do que Lucy, nossa ancestral de 3 milhões de anos?Cupons de Desconto:KEEP RUNNING BRASIL - PFCFOCO RADICAL - PFC10CARAMELO - PFC10CLUBE DE AUTORES - PFC10
Nesse episódio você encontra: - Incrível virada do PSG contra o Manchester City; - Análise geral da Champions League; - Barça vira no finalzinho contra o Benfica; - Cholismo na veia: Atleti bate o Leverkusen; - Real Madrid com goleada protocolar diante do Salzburg; - Bayern surpreendido pelo Feyenoord em Roterdã; - Rodada boa para os times italianos; - Entrevista: Rwan (Ludogorets); - Roque Santa Cruz brilha na Supercopa paraguaia. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
"Percebes", de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, está a um passo das nomeações nos Oscars. A estreia mundial de "Pai Nosso - Os Útlimos Dias de Salazar", de José Filipe Costa, vai estrear e competir em Roterdão.
O Central Cine Brasil desta semana trata de ARÁBIA, numa conversa com os diretores Affonso Uchôa e João Dumans. ARÁBIA foi lançado no Festival de Roterdã de 2017, depois levou vários prêmios no Festival de Brasília e rodou por muitas mostras e eventos por todo o mundo; chegou ao circuito de cinemas em 2018; e agora, em 2024, vira livro, Arábia - Caminhos da Escrita de um Filme, publicado pela editora Javali.A sinopse é a seguinte: Ao encontrar o diário de um trabalhador, numa vila operária em Ouro Preto, o jovem André entra em contato com a comovente trajetória de vida de Cristiano, em meio às mudanças sociais e políticas do Brasil nos últimos dez anos.ARÁBIA é protagonizado por Aristides de Souza, o Juninho, e tem ainda no elenco Murilo Caliari, Glaucia Vandeveld, Renato Novaes, Adriano Araújo, Renan Rovida, Wederson Neguinho e Renata Cabral. Um dos grandes filmes do cinema brasileiro recente, que vale voltar ao debate agora em forma de livro impresso.Affonso esteve no Central Cine para tratar de A VIZINHANÇA DO TIGRE e também SETE ANOS EM MAIO; João passou por aqui ainda mais recentemente, com AS LINHAS DA MINHA MÃO.
Damião de Góis (1502-1574) foi um proeminente humanista português, historiador, diplomata e figura central do Renascimento. A sua vasta cultura e espírito crítico fizeram dele uma ponte entre Portugal e a Europa culta do século XVI. Góis conviveu com grandes nomes como Erasmo de Roterdão, Albrecht Dürer e outros intelectuais de renome, absorvendo e difundindo o conhecimento da época.
O Central Cine Brasil desta semana trata de RETRATO DE UM CERTO ORIENTE, novo filme de Marcelo Gomes, que estreou em Roterdã e passou por eventos como o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo. A estreia nos cinemas é nesta quinta-feira, 21 de novembro, do longa que é baseado na obra de Milton Hatoum – ali chamada Relato de um Certo Oriente –, vencedora do prêmio jabuti de 1990.O lançamento marca os 20 anos da produtora Matizar Filmes e tem um trio protagonista formado por um elenco libanês: Wafa'a Celine Halawi, Charbel Kamel e Zakaria Kaakour. A sinopse é a seguinte: Líbano, 1949. O país enfrenta uma guerra iminente. Dois irmãos católicos, Emilie e Emir, embarcam em uma viagem rumo ao Brasil em busca de dias melhores. Durante a jornada, Emilie se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar. Emir, consumido por ciúmes, usa suas diferenças religiosas para tentar separá-los. Antes de chegar ao destino final, durante uma briga, Emir é gravemente ferido em um acidente com arma de fogo. Desesperada, Emilie desce em uma aldeia indígena no meio da selva para buscar ajuda. Após a recuperação de Emir, a chegada a Manaus leva a uma decisão que terá consequências trágicas. Retrato de um Certo Oriente é um filme sobre memória, paixão e preconceito, revelando a saga dos imigrantes libaneses na Floresta Amazônica.Marcelo já esteve no Central Cine para tratar de ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR. Ele também é diretor de CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS; VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO; ERA UMA VEZ EU, VERONICA; O HOMEM DAS MULTIDÕES; JOAQUIM; e PALOMA.
O Central Cine Brasil desta semana fala de dois filmes que acabamos de ver, estão no cinema e curtimos bastante: Greice, dramédia de Leonardo Mouramateus, que chegou ao circuito em 18 de julho depois de estrear em Roterdã e vencer o prêmio principal do Olhar de Cinema, em Curitiba; e Fausto Fawcett na Cabeça, documentário de Victor Lopes, que olha para o artista do título e foi premiado no Fest Aruanda, no prêmio Abracine de 2022, exibido no Festival do Rio, na Mostra de SP, e está chegando aos cinemas neste 25 de julho.Entrevista Greice: 4min23 - 31min21Entrevista Fausto Fawcett na Cabeça: 31min21 - 56min51Greice, uma jovem brasileira de 22 anos, estuda Belas-Artes em Lisboa. Nos primeiros dias do verão, Greice se envolve com o misterioso Afonso. O casal é responsabilizado por um estranho acidente que ocorre na festa de recepção dos calouros. Greice precisa, então, voltar a Fortaleza, sua cidade natal, para renovar o título de residência. Escondida em um hotel, enquanto evita que sua mãe descubra os apuros em que se envolvera, e contando com a ajuda de alguns amigos, Greice busca um lugar no mundo. Leonardo tem uma séria de curtas que rodaram vários festivais, é diretor também de outros dois longas, e bateu um papo com Paulo Junior e Davi Correia.Sobre Fausto Fawcett na Cabeça, Paulo Junior conversou com o diretor Victor Lopes e com o próprio Fausto. O doc tem a seguinte sinopse - Cantor, poeta e compositor de músicas ícones como “Kátia Flávia” e “Rio 40 Graus”, Fausto Fawcett é também autor de cinco romances e diversas performances que desvendam um vasto e singular universo. Partindo de signos reais e cotidianos com raízes em Copacabana, sua obra cruza fronteiras narrativas, filosóficas e temporais para instaurar visões futuristas e experiências sensoriais que chacoalham a aventura humana nos carregando para outros mundos. O destino deste filme-transe é entrar nestes mundos que habitam a mente criativa, inquieta e desafiadora de um artista único. #cinema #cinemanacional #cinemabrasileiro #greice #leonardomouramateus #faustofawcettnacabeca #faustofawcett #victorlopes
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Sisay Lemma e Hellen Obiri vencem a 128ª Maratona de Boston; Maratona de Roterdã; Maratona de Londres acontece neste domingo; Sorteio para a Maratona de Londres; São Silvestre tem nova organizadora; Alison corre o segundo 400 m do ano antes de competir na Europa; Big Sur International Marathon muda o percurso após pedaço da estrada cair no mar; Atleta chinês é suspeito de receber ajuda em meia maratona; Corredor da Califórnia se torna a fruta mais rápida do mundo na Maratona de Boston; Recorde mundial de maratona mais rápida em traje de seis pessoas. Cupons de Desconto: MARATONA DE FLORIPA - PFC10 TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 LIVE! RUN XP - PFC15 FOCO RADICAL - PFC10
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Maratona de Boston acontece na segunda-feira; Gigi Kaupe na Maratona de Hannover; Maratona de Roterdã acontece neste domingo; Maratona de São Paulo; Maratona de Paris teve 54.175 concluintes; Meia Maratona de Berlim; Meia Maratona de Praga; Maratona de Daegu; Maratona de Milão; Pista de Atletismo será roxa na Olimpíada de Paris; World Athletics vai dar 50 mil dólares para medalhistas de ouro; Britânico completa corrida transcontinental do comprimento da África. Cupons de Desconto: MARATONA DE FLORIPA - PFC10 TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 LIVE! RUN XP - PFC15 FOCO RADICAL - PFC10
Armando Ribeiro era chamado “comandante” pelos companheiros e “falsificador” pela PIDE. Foi um dos fundadores da LUAR, Liga de União e de Acção Revolucionária, e, aos 80 anos, conta-nos algumas das acções deste grupo de resistência armada à ditadura portuguesa. Armando Ribeiro viveu seis anos na clandestinidade, escapou à prisão, transportou armas 3.000 quilómetros Europa fora, participou na tentativa frustrada de tomada da Covilhã e no assalto a Consulados de Portugal para obter passaportes. Nos 50 anos do 25 de Abril, a RFI falou com vários resistentes ao Estado Novo. Neste programa, ouvimos Armando Ribeiro, um dos fundadores da Liga de União e de Acção Revolucionária (LUAR).Os que o conheciam de perto chamavam-lhe “comandante”. Os que o queriam prender vociferavam: “Esse falsificador!”. Nesses tempos de clandestinidade e de luta contra a ditadura portuguesa, poucos sabiam o nome deste homem, hoje com 80 anos.O Inácio Afonso, que era um tipo da PIDE, dizia: ‘Esse fulano! Esse falsificador! A gente até vai buscá-lo a Paris se for preciso!'. Mal eles sabiam que se a gente quisesse os tínhamos liquidado! ‘A gente vai buscá-lo a Paris, esse falsificador!'. Nem conhecia exactamente o meu nome. Só conhecia ‘comandante'. Ninguém sabia o meu nome. Eu acho que nem o Palma sabia o meu nome completo.Chama-se Armando Ribeiro e foi um dos fundadores do movimento antifascista LUAR, a Liga de União e Acção Revolucionária. Um dos dirigentes do grupo era Hermínio da Palma Inácio que, em 1947, participou na sabotagem de aviões da Força Aérea; em 1961, também participou no desvio de um avião para lançar panfletos contra a ditadura sobre Lisboa e outras cidades, junto com Camilo Mortágua. Este já tinha estado no desvio do paquete Santa Maria, no mesmo ano. Ambos estiveram na linha da frente do assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967. E foi o assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz que levou à fundação da LUAR, em Paris, onde já se encontrava Armando.O jovem tinha deixado Portugal três anos antes. Estudante do Instituto Comercial do Porto, onde era dirigente da associação académica, Armando Ribeiro ficou em Paris durante uma visita de estudo de finalistas em Março de 1964 porque recusava ir para a guerra colonial combater pessoas que lutavam pela sua independência. Inscreveu-se na escola de Arts et Métiers e trabalhava à noite no PBX de um prédio. Poderia estudar durante o dia, ter uma vida boémia, mas trocou o conforto pela luta.Muito novo ainda, foi o braço direito de Hermínio da Palma Inácio, em Paris, dirigente do Conselho Superior do movimento e criador do seu símbolo - o “L”, com uma seta ascendente. Comprou armamento, transportou um arsenal de armas 3.000 quilómetros Europa fora, participou no assalto a consulados para obter passaportes e ajudou a preparar os chamados “confiscos” para custear muitas vidas na clandestinidade. Como os companheiros, pôs a vida em perigo nome de um ideal e esse ideal chamava-se LUAR.“A LUAR foi uma organização que começou pela luta armada porque todas as pessoas que integravam a LUAR já tinham participado em coisas de luta armada, como o desvio do Santa Maria. Portanto, foi aí que comecei, foi com essa gente toda”, começa por explicar, sublinhando que era uma organização apartidária, claramente “fora do Partido Comunista Português” e que defendia a acção directa e o recurso às armas para o derrube da ditadura e a restauração da democracia. As origens da LUARConta, ainda, que na génese do movimento estiveram personalidades como Henrique Galvão e até Humberto Delgado, com iniciativas de acção directa contra o regime, nomeadamente depois do “terramoto” da candidatura presidencial do “General Sem Medo”. Humberto Delgado esteve directamente envolvido na Revolta de Beja na passagem de ano de 1961 para 1962. Henrique Galvão esteve em várias outras acções com impacto internacional de grande peso, para as quais contou com o apoio essencial da dupla Palma Inácio e Camilo Mortágua.A 23 de Janeiro de 1961, exilado na Venezuela, Henrique Galvão fez tremer o regime com o assalto e desvio do paquete Santa Maria, considerado o primeiro sequestro político de um transatlântico na história contemporânea, uma acção em que participou também Camilo Mortágua. Depois, a partir do Brasil, Henrique Galvão preparou a Operação Vagô, na qual, em Novembro de 1961, Palma Inácio participou no primeiro acto de pirataria aérea da história: o desvio de um avião comercial da TAP, que fazia o percurso Casablanca-Lisboa, e o lançamento sobre Lisboa e outras cidades de panfletos contra o regime. A bordo do avião estava também Camilo Mortágua.Depois do assassínio do General Humberto Delgado, a 13 de Fevereiro de 1965, os opositores que estavam refugiados no Brasil, decidem voltar para a Europa para continuarem a acção contra o regime a partir do exterior.O Palma e uma meia dúzia que tinham participado no avião vieram para a Europa e diziam que a partir do Brasil não se pode fazer nada, é muito longe estar no Brasil e ter acções em Portugal e vieram-se instalar, sobretudo, em França e na Bélgica.A LUAR nasce quando o opositor Emídio Guerreiro, refugiado em Paris, enviou um comunicado ao jornal francês Le Monde, no qual que a LUAR reivindicava o assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967.A LUAR não existe antes do banco da Figueira da Foz. Quem deu o nome à LUAR foi depois do banco da Figueira da Foz e foi o professor Emídio Guerreiro, que estava aqui refugiado há muito tempo, mas que não pertencia à LUAR porque a LUAR não existia. Ele tinha contacto com os membros da LUAR, especialmente com o Palma Inácio e o Camilo Mortágua. Quando ele soube, quer dizer, ele imaginou que quem poderia fazer aquilo só poderia ser o Palma, não é? E então ele inventou – e bem, que é um nome bonito, LUAR - e mandou um comunicado ao Le Monde a dizer que tinha sido a LUAR que tinha feito.Armando Ribeiro participou, depois, na reunião de fundação da LUAR na casa de Emídio Guerreiro, em Paris. Dissensões internas levariam ao afastamento de Emídio Guerreiro, a que não foi alheio o destino do dinheiro da agência do Banco de Portugal da Figueira da Foz que lhe tinha sido entregue. Porém, uma parte significativa dos 29 mil contos era constituída por notas ainda não postas em circulação e só 4,7 mil contos por notas usadas, tendo outra parte sido recuperada pela PIDE com a colaboração de um infiltrado [Ernesto Castelo Branco] e apenas uma pequena parte do dinheiro se poderia cambiar por caminhos travessos.A LUAR foi um marco na história da resistência armada ao regime ditatorial português. E se um punhado de homens e mulheres dedicaram parte da sua vida a organizar acções revolucionárias para derrubar a ditadura, o preço da coragem era, muitas vezes, pago com a prisão, a tortura, o exílio. Armando não chegou a ser preso, mas, quando ia a Portugal, usava uns sapatos com uma serra no interior para poder serrar as grades da cadeia caso lá fosse parar.Sobreviver na clandestinidade implicava fintar as autoridades e isso também passou pela falsificação de passaportes e bilhetes de identidade. Armando foi um dos responsáveis por essa tarefa que passou pelo assalto a consulados de Portugal em Roterdão e no Luxemburgo em Abril e Junho de 1971. O objectivo era obter documentos de identificação, formulários e selos brancos. Na PIDE, ele ficou conhecido como “falsificador”.Em Roterdão, quando a gente lá foi, a gente não sabia que era o dia da rainha da Holanda e o Consulado estava fechado. De maneira que a gente até teve que abrir a porta ilegalmente porque não estava aberto. No Luxemburgo já foi diferente, estava a funcionar. Tomámos o Consulado e trouxemos passaportes que era o que nos fazia falta. Mais tarde, com os meios financeiros que tínhamos, criámos todo um sistema de contrafacção dos documentos. Tínhamos uma panóplia de documentos perfeitamente iguais.Os documentos falsos eram, depois, usados para os combatentes circularem e, sobretudo, como medida de precaução caso fossem controlados pela polícia.Armando Ribeiro conta, ainda, que só houve um caso em que a polícia neutralizou resistentes da LUAR sabendo, de antemão, que eram da organização. Foi depois da “Operação Primavera” [a 30 de Abril de 1969 e que consistiu na sabotagem de pilares de alta-tensão no Porto e numa explosão junto ao Consulado Americano do Porto] que a PIDE estava à espera em Irun e deteve Seruca Salgado, Júlio Alves e José Paulo Lima Matias. Mas a polícia espanhola não autorizou a extradição porque tinha bem presente o assassínio, pela PIDE, do general Humberto Delgado em território espanhol [13 de Fevereiro de 1965].Serviam para a gente, quando estava em Portugal, com vários nomes, se viesse a autoridade pedir, num controle normal - porque é evidente que se já soubessem que a gente era da LUAR não valia de nada. Mas nunca tivemos esse problema porque, contrariamente ao que se diz, nunca ninguém da LUAR foi presa com a PIDE a saber onde a gente estava. Só houve um caso, mas a prisão foi executada em Hendaia, Irun. Estava lá o Sacchetti, que era o diretor PIDE, à espera deles e eles foram presos em Espanha [Seruca Salgado, Júlio Alves e José Paulo Lima Matias]. Eles pensavam que os espanhóis os iam entregar directamente à PIDE, mas os espanhóis nessa altura não autorizaram que a PIDE pegasse neles e os levasse para Portugal porque, entretanto, o General Delgado tinha sido encontrado assassinado em Espanha. Então, eles não entregaram e esses indivíduos ficaram presos em Espanha e depois foram julgados, foram dados como políticos e, portanto, não foram extraditados para Portugal e foram recambiados para a Argélia que os recebeu. “A gente transportou armas sem nunca ter nenhum problema ao longo de 3.000 quilómetros”Poucos meses depois de vários membros da LUAR terem vivido o Maio de 68 em Paris, inclusivamente participando na ocupação da Casa de Portugal na Cidade Universitária, prepararam nova acção revolucionária: a tentativa de tomada da cidade da Covilhã, em Agosto.A Covilhã é um centro de lanifícios, industrial, e a gente ia tomar a rádio e íamos atacar os bancos todos lá, a guarda republicana, a polícia, íamos tomar a cidade e tínhamos uma declaração para fazer na Rádio Covilhã ao país e à Covilhã. E depois íamos evacuar. Não lhe posso dizer o que é que se ia passar porque nunca chegámos a isso porque o Palma, entretanto, foi preso.Ainda assim, Armando Ribeiro nega que a operação tenha sido um fracasso e diz que foi o azar que levou à detenção de Palma Inácio porque a polícia política estava longe de imaginar o que se iria passar.Não foi fracasso nenhum. Houve vezes em que a gente teve sorte, outras vezes teve azar. A intersecção deu-se em Torre de Moncorvo. Eles tinham saído para tomar um café porque não tinham comido há muito tempo. Foram ao café e, depois, o Palma meteu-se no carro em que vinha, o polícia pediu-lhe os documentos e o Palma não tinha a carta de condução. Ameaçou com uma arma e fugiu com o carro e só depois é que o carro foi interceptado. Veio a guarda republicana e pensavam que eram passadores ou contrabandistas.Armando não foi preso porque iria chegar mais tarde à Covilhã. Ele e outros transportavam “todo um armamento do último grito comprado na Checoslováquia”, com o dinheiro dos “confiscos” aos bancos e aos veículos de transporte de fundos.Fomos várias pessoas que conduziram o carro e os detonadores e todo o material bélico que a gente tinha e plástico que é um explosivo altamente sofisticado que ainda hoje se utiliza, que se chama semtex. Arranjámos automóveis com esconderijos especiais para isso e a gente trouxe. A gente não veio directo, mas de Praga a Paris são 1.000 quilómetros, de Paris a Portugal são mais ou 1.700 - 2.000 praticamente, com os caminhos ‘détournés' que a gente fez. Portanto, a gente transportou armas sem nunca ter nenhum problema, nunca foram capturadas ao longo de 3.000 quilómetros. São 3.000 quilómetros, é muita coisa, portanto, estávamos relativamente bem organizados.Depois da tentativa frustrada da tomada da Covilhã e perante a prisão dos companheiros, Armando entra na clandestinidade até à Revolução dos Cravos. Um período em que continuou a acreditar que a LUAR poderia derrubar a ditadura, tanto é que se a tomada da Covilhã tivesse funcionado, o regime poderia ter tremido: “O que se diz é que o Salazar ficou preocupado e que ainda gritou lá com os tipos da PIDE a dizer “O Palma outra vez?! Outra vez o Palma?!” A LUAR quis ser “o detonador da revolução”Na “nova concepção de luta” da LUAR, estava a violência revolucionária e acções armadas contra o regime, também com sabotagem de meios usados na guerra colonial. Porém, era rejeitado o recurso a actos terroristas e o assassínio de pessoas, mesmo se fossem agentes da PIDE. A prová-lo estão alguns episódios que Armando Ribeiro nos conta.Aqui em Paris, havia rapazes que trabalhavam em hotéis e havia um hotel que era o Lisboa que era de um tipo da PIDE. A gente tinha lá um tipo que trabalhava, que era da LUAR, e eles iam lá dormir e ele viu que eram da PIDE, uma brigada, eram três ou quatro da PIDE. Ele telefonou ao Palma a dizer: ‘Estão lá os tipos da PIDE, o que é que a gente faz? Damos-lhes um tiro?' e o Palma: ‘Não vamos dar tiro nenhum. Só nos traz problemas e não vamos resolver problema nenhum.'O mesmo aconteceu com um informador da PIDE no restaurante Ribatejo, mas Hermínio da Palma Inácio rejeitava matar pessoas porque “não se faz a revolução dessa maneira”. Um membro da LUAR chegou a ter à frente um agente da PIDE que tinha torturado barbaramente uma companheira do movimento, mas “não conseguiu disparar”.Na LUAR nunca existiu a coisa dos tiros, da violência pela violência. A gente nunca pôs bombas para matar pessoas.Depois de novas prisões, incluindo mais uma vez do chefe histórico Palma Inácio, foi preciso reafirmar os grandes princípios norteadores da organização. O objectivo era continuar a luta, avançar com acções para alertar a opinião pública nacional e internacional e continuar a publicar o jornal Fronteira, a partir de Paris. Em Janeiro de 1974, a LUAR publica o manifesto “Por uma utilização correcta dos novos métodos de luta, pela Revolução Socialista”, redigido sobretudo por Armando Ribeiro, Fernando Pereira Marques e Rui Pereira. “A gente não queria a ditadura do proletariado, éramos pela democracia directa”, reitera o seu co-autor.No fundo, a LUAR queria ser “o detonador da revolução” em Portugal e a revolução acabou por chegar, mas através do Movimento das Forças Armadas.A gente pensava que íamos conseguir ser o detonador da revolução. Quer dizer, o MFA foi isso. Eles fizeram aquilo que, se calhar, não estavam à espera. Ninguém estava à espera no 1° de Maio que houvesse um milhão de pessoas em Lisboa. O 1° de Maio foi logo a seguir ao 25 de Abril e ninguém estava à espera.O ‘comandante' afirma, mesmo, que “o programa do MFA é uma cópia do primeiro documento que a LUAR mandou para a rua, o documento número 1, com o que a gente queria fazer” e os objectivos eram “democratizar, dar a independência às colónias, acabar com a guerra colonial”.Em Abril de 1973, Hermínio da Palma Inácio e Armando Ribeiro foram à Conferência Internacional de Apoio às Vítimas do Colonialismo, em Oslo, onde se encontraram com Agostinho Neto e Manuel Jorge do MPLA, Marcelino dos Santos, da Frelimo, e os irmãos de Amílcar Cabral que já tinha sido assassinado. A revolta de Armando ainda se lê no rosto e na voz quando diz que a PIDE matou “um dos maiores dirigentes africanos do século 20” e “o maior amigo dos portugueses”. Não o conheceu, mas lembra que “houve malta da LUAR que desertava da Guiné e que o conheciam porque os desertores eram enviados para Argel e Argel é que distribuía e via se eles eram pessoas infiltradas, se eram pessoas que pura e simplesmente não estavam de acordo com a guerra, ou se se tinham lá chateado com os capitães ou com alguns tipos militares, estilo generais do tempo do Spínola e antes do Spínola”.O capitão Ernesto Melo Antunes, membro da direcção do MFA e co-autor do seu programa político, chegou a encontrar-se com Palma Inácio e Armando Ribeiro em Paris.O Melo Antunes veio falar com o Palma e disse: ‘Vocês não façam nada, eu sei que vocês estão equipados, mas vocês não façam nada porque isto agora vai mesmo para a frente'. E o Palma disse: ‘Olha, a primeira vez que eu que eu me meti nisso foi em 1947' [O Palma tomou parte e sabotou os aviões da base de Sintra em 1947] ‘Em 1947, já me vieram com essa conversa, mas está bem. Ficamos assim, vocês façam lá, andem para a frente que a gente apoia-vos'. Que eles fizessem, mas que nós íamos continuar a fazer aquilo que a gente achava porque, desde 1947, ele tinha-se metido nisso e o exército, no último momento, tinha sempre falhado.A Revolução acabou mesmo por ser feita pelo Movimento das Forças Armadas, com o apoio em massa do povo.“Os tanques todos na rua e milhares de portugueses na rua e fez-se uma revolução que é das coisas mais espectaculares que existe na segunda metade do século 20. E o resto é conversa. O 25 de Abril foi uma coisa exemplar”, resume.Depois do 25 de Abril, Armando Ribeiro fez parte da Comissão da Extinção da PIDE-DGS, ao lado, nomeadamente, do companheiro de luta também exilado em Paris Fernando Oneto. Desarmar, tratar dos arquivos e interpelar agentes da PIDE eram algumas das funções. Armando diz que, pessoalmente, só prendeu Silva Pais, que era o director da PIDE/DGS, o agente Domingues que era “o assassino do pintor Dias Coelho que a PIDE tinha morto a tiro” e um português em Paris “que era o Manuel não sei quantos que andava com o “Portugal Livre” e que andava a enganar as pessoas, a dizer que era antifascista e era um tipo que era pago pela PIDE”. Houve, ainda, um agente infiltrado da PIDE na LUAR, Ernesto Castelo Branco, que acabou por ser entregue ao MFA.Quanto aos torcionários das prisões do fascismo, Armando Ribeiro só pode condenar a actuação da justiça portuguesa: “O sistema judicial português, que ainda hoje é aquela miséria que a gente conhece, puseram-nos na rua e os PIDES todos que foram presos, depois fugiram e fizeram 30 por uma linha!”Durante mais de um ano, Portugal viveu e acreditou na sua revolução, com comissões de trabalhadores, associações de moradores, ocupações de terras e de empresas, nacionalizações, etc. Porém, a demissão, em Setembro de 1975, do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, Capitão de Abril e rosto do Processo Revolucionário em Curso, anunciava o fim de uma época. Armando Ribeiro percebeu que o ideal revolucionário acabara e decidiu deixar novamente Portugal e instalar-se em França, onde ficou até hoje e onde nos recebe. Meio século depois, avisa: “É no solo podre que nascem os cravos”.
Armando Ribeiro era chamado “comandante” pelos companheiros e “falsificador” pela PIDE. Foi um dos fundadores da LUAR, Liga de União e de Acção Revolucionária, e, aos 80 anos, conta-nos algumas das acções deste grupo de resistência armada à ditadura portuguesa. Armando Ribeiro viveu seis anos na clandestinidade, escapou à prisão, transportou armas 3.000 quilómetros Europa fora, participou na tentativa frustrada de tomada da Covilhã e no assalto a Consulados de Portugal para obter passaportes. Nos 50 anos do 25 de Abril, a RFI falou com vários resistentes ao Estado Novo. Neste programa, ouvimos Armando Ribeiro, um dos fundadores da Liga de União e de Acção Revolucionária (LUAR).Os que o conheciam de perto chamavam-lhe “comandante”. Os que o queriam prender vociferavam: “Esse falsificador!”. Nesses tempos de clandestinidade e de luta contra a ditadura portuguesa, poucos sabiam o nome deste homem, hoje com 80 anos.O Inácio Afonso, que era um tipo da PIDE, dizia: ‘Esse fulano! Esse falsificador! A gente até vai buscá-lo a Paris se for preciso!'. Mal eles sabiam que se a gente quisesse os tínhamos liquidado! ‘A gente vai buscá-lo a Paris, esse falsificador!'. Nem conhecia exactamente o meu nome. Só conhecia ‘comandante'. Ninguém sabia o meu nome. Eu acho que nem o Palma sabia o meu nome completo.Chama-se Armando Ribeiro e foi um dos fundadores do movimento antifascista LUAR, a Liga de União e Acção Revolucionária. Um dos dirigentes do grupo era Hermínio da Palma Inácio que, em 1947, participou na sabotagem de aviões da Força Aérea; em 1961, também participou no desvio de um avião para lançar panfletos contra a ditadura sobre Lisboa e outras cidades, junto com Camilo Mortágua. Este já tinha estado no desvio do paquete Santa Maria, no mesmo ano. Ambos estiveram na linha da frente do assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967. E foi o assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz que levou à fundação da LUAR, em Paris, onde já se encontrava Armando.O jovem tinha deixado Portugal três anos antes. Estudante do Instituto Comercial do Porto, onde era dirigente da associação académica, Armando Ribeiro ficou em Paris durante uma visita de estudo de finalistas em Março de 1964 porque recusava ir para a guerra colonial combater pessoas que lutavam pela sua independência. Inscreveu-se na escola de Arts et Métiers e trabalhava à noite no PBX de um prédio. Poderia estudar durante o dia, ter uma vida boémia, mas trocou o conforto pela luta.Muito novo ainda, foi o braço direito de Hermínio da Palma Inácio, em Paris, dirigente do Conselho Superior do movimento e criador do seu símbolo - o “L”, com uma seta ascendente. Comprou armamento, transportou um arsenal de armas 3.000 quilómetros Europa fora, participou no assalto a consulados para obter passaportes e ajudou a preparar os chamados “confiscos” para custear muitas vidas na clandestinidade. Como os companheiros, pôs a vida em perigo nome de um ideal e esse ideal chamava-se LUAR.“A LUAR foi uma organização que começou pela luta armada porque todas as pessoas que integravam a LUAR já tinham participado em coisas de luta armada, como o desvio do Santa Maria. Portanto, foi aí que comecei, foi com essa gente toda”, começa por explicar, sublinhando que era uma organização apartidária, claramente “fora do Partido Comunista Português” e que defendia a acção directa e o recurso às armas para o derrube da ditadura e a restauração da democracia. As origens da LUARConta, ainda, que na génese do movimento estiveram personalidades como Henrique Galvão e até Humberto Delgado, com iniciativas de acção directa contra o regime, nomeadamente depois do “terramoto” da candidatura presidencial do “General Sem Medo”. Humberto Delgado esteve directamente envolvido na Revolta de Beja na passagem de ano de 1961 para 1962. Henrique Galvão esteve em várias outras acções com impacto internacional de grande peso, para as quais contou com o apoio essencial da dupla Palma Inácio e Camilo Mortágua.A 23 de Janeiro de 1961, exilado na Venezuela, Henrique Galvão fez tremer o regime com o assalto e desvio do paquete Santa Maria, considerado o primeiro sequestro político de um transatlântico na história contemporânea, uma acção em que participou também Camilo Mortágua. Depois, a partir do Brasil, Henrique Galvão preparou a Operação Vagô, na qual, em Novembro de 1961, Palma Inácio participou no primeiro acto de pirataria aérea da história: o desvio de um avião comercial da TAP, que fazia o percurso Casablanca-Lisboa, e o lançamento sobre Lisboa e outras cidades de panfletos contra o regime. A bordo do avião estava também Camilo Mortágua.Depois do assassínio do General Humberto Delgado, a 13 de Fevereiro de 1965, os opositores que estavam refugiados no Brasil, decidem voltar para a Europa para continuarem a acção contra o regime a partir do exterior.O Palma e uma meia dúzia que tinham participado no avião vieram para a Europa e diziam que a partir do Brasil não se pode fazer nada, é muito longe estar no Brasil e ter acções em Portugal e vieram-se instalar, sobretudo, em França e na Bélgica.A LUAR nasce quando o opositor Emídio Guerreiro, refugiado em Paris, enviou um comunicado ao jornal francês Le Monde, no qual que a LUAR reivindicava o assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, em 1967.A LUAR não existe antes do banco da Figueira da Foz. Quem deu o nome à LUAR foi depois do banco da Figueira da Foz e foi o professor Emídio Guerreiro, que estava aqui refugiado há muito tempo, mas que não pertencia à LUAR porque a LUAR não existia. Ele tinha contacto com os membros da LUAR, especialmente com o Palma Inácio e o Camilo Mortágua. Quando ele soube, quer dizer, ele imaginou que quem poderia fazer aquilo só poderia ser o Palma, não é? E então ele inventou – e bem, que é um nome bonito, LUAR - e mandou um comunicado ao Le Monde a dizer que tinha sido a LUAR que tinha feito.Armando Ribeiro participou, depois, na reunião de fundação da LUAR na casa de Emídio Guerreiro, em Paris. Dissensões internas levariam ao afastamento de Emídio Guerreiro, a que não foi alheio o destino do dinheiro da agência do Banco de Portugal da Figueira da Foz que lhe tinha sido entregue. Porém, uma parte significativa dos 29 mil contos era constituída por notas ainda não postas em circulação e só 4,7 mil contos por notas usadas, tendo outra parte sido recuperada pela PIDE com a colaboração de um infiltrado [Ernesto Castelo Branco] e apenas uma pequena parte do dinheiro se poderia cambiar por caminhos travessos.A LUAR foi um marco na história da resistência armada ao regime ditatorial português. E se um punhado de homens e mulheres dedicaram parte da sua vida a organizar acções revolucionárias para derrubar a ditadura, o preço da coragem era, muitas vezes, pago com a prisão, a tortura, o exílio. Armando não chegou a ser preso, mas, quando ia a Portugal, usava uns sapatos com uma serra no interior para poder serrar as grades da cadeia caso lá fosse parar.Sobreviver na clandestinidade implicava fintar as autoridades e isso também passou pela falsificação de passaportes e bilhetes de identidade. Armando foi um dos responsáveis por essa tarefa que passou pelo assalto a consulados de Portugal em Roterdão e no Luxemburgo em Abril e Junho de 1971. O objectivo era obter documentos de identificação, formulários e selos brancos. Na PIDE, ele ficou conhecido como “falsificador”.Em Roterdão, quando a gente lá foi, a gente não sabia que era o dia da rainha da Holanda e o Consulado estava fechado. De maneira que a gente até teve que abrir a porta ilegalmente porque não estava aberto. No Luxemburgo já foi diferente, estava a funcionar. Tomámos o Consulado e trouxemos passaportes que era o que nos fazia falta. Mais tarde, com os meios financeiros que tínhamos, criámos todo um sistema de contrafacção dos documentos. Tínhamos uma panóplia de documentos perfeitamente iguais.Os documentos falsos eram, depois, usados para os combatentes circularem e, sobretudo, como medida de precaução caso fossem controlados pela polícia.Armando Ribeiro conta, ainda, que só houve um caso em que a polícia neutralizou resistentes da LUAR sabendo, de antemão, que eram da organização. Foi depois da “Operação Primavera” [a 30 de Abril de 1969 e que consistiu na sabotagem de pilares de alta-tensão no Porto e numa explosão junto ao Consulado Americano do Porto] que a PIDE estava à espera em Irun e deteve Seruca Salgado, Júlio Alves e José Paulo Lima Matias. Mas a polícia espanhola não autorizou a extradição porque tinha bem presente o assassínio, pela PIDE, do general Humberto Delgado em território espanhol [13 de Fevereiro de 1965].Serviam para a gente, quando estava em Portugal, com vários nomes, se viesse a autoridade pedir, num controle normal - porque é evidente que se já soubessem que a gente era da LUAR não valia de nada. Mas nunca tivemos esse problema porque, contrariamente ao que se diz, nunca ninguém da LUAR foi presa com a PIDE a saber onde a gente estava. Só houve um caso, mas a prisão foi executada em Hendaia, Irun. Estava lá o Sacchetti, que era o diretor PIDE, à espera deles e eles foram presos em Espanha [Seruca Salgado, Júlio Alves e José Paulo Lima Matias]. Eles pensavam que os espanhóis os iam entregar directamente à PIDE, mas os espanhóis nessa altura não autorizaram que a PIDE pegasse neles e os levasse para Portugal porque, entretanto, o General Delgado tinha sido encontrado assassinado em Espanha. Então, eles não entregaram e esses indivíduos ficaram presos em Espanha e depois foram julgados, foram dados como políticos e, portanto, não foram extraditados para Portugal e foram recambiados para a Argélia que os recebeu. “A gente transportou armas sem nunca ter nenhum problema ao longo de 3.000 quilómetros”Poucos meses depois de vários membros da LUAR terem vivido o Maio de 68 em Paris, inclusivamente participando na ocupação da Casa de Portugal na Cidade Universitária, prepararam nova acção revolucionária: a tentativa de tomada da cidade da Covilhã, em Agosto.A Covilhã é um centro de lanifícios, industrial, e a gente ia tomar a rádio e íamos atacar os bancos todos lá, a guarda republicana, a polícia, íamos tomar a cidade e tínhamos uma declaração para fazer na Rádio Covilhã ao país e à Covilhã. E depois íamos evacuar. Não lhe posso dizer o que é que se ia passar porque nunca chegámos a isso porque o Palma, entretanto, foi preso.Ainda assim, Armando Ribeiro nega que a operação tenha sido um fracasso e diz que foi o azar que levou à detenção de Palma Inácio porque a polícia política estava longe de imaginar o que se iria passar.Não foi fracasso nenhum. Houve vezes em que a gente teve sorte, outras vezes teve azar. A intersecção deu-se em Torre de Moncorvo. Eles tinham saído para tomar um café porque não tinham comido há muito tempo. Foram ao café e, depois, o Palma meteu-se no carro em que vinha, o polícia pediu-lhe os documentos e o Palma não tinha a carta de condução. Ameaçou com uma arma e fugiu com o carro e só depois é que o carro foi interceptado. Veio a guarda republicana e pensavam que eram passadores ou contrabandistas.Armando não foi preso porque iria chegar mais tarde à Covilhã. Ele e outros transportavam “todo um armamento do último grito comprado na Checoslováquia”, com o dinheiro dos “confiscos” aos bancos e aos veículos de transporte de fundos.Fomos várias pessoas que conduziram o carro e os detonadores e todo o material bélico que a gente tinha e plástico que é um explosivo altamente sofisticado que ainda hoje se utiliza, que se chama semtex. Arranjámos automóveis com esconderijos especiais para isso e a gente trouxe. A gente não veio directo, mas de Praga a Paris são 1.000 quilómetros, de Paris a Portugal são mais ou 1.700 - 2.000 praticamente, com os caminhos ‘détournés' que a gente fez. Portanto, a gente transportou armas sem nunca ter nenhum problema, nunca foram capturadas ao longo de 3.000 quilómetros. São 3.000 quilómetros, é muita coisa, portanto, estávamos relativamente bem organizados.Depois da tentativa frustrada da tomada da Covilhã e perante a prisão dos companheiros, Armando entra na clandestinidade até à Revolução dos Cravos. Um período em que continuou a acreditar que a LUAR poderia derrubar a ditadura, tanto é que se a tomada da Covilhã tivesse funcionado, o regime poderia ter tremido: “O que se diz é que o Salazar ficou preocupado e que ainda gritou lá com os tipos da PIDE a dizer “O Palma outra vez?! Outra vez o Palma?!” A LUAR quis ser “o detonador da revolução”Na “nova concepção de luta” da LUAR, estava a violência revolucionária e acções armadas contra o regime, também com sabotagem de meios usados na guerra colonial. Porém, era rejeitado o recurso a actos terroristas e o assassínio de pessoas, mesmo se fossem agentes da PIDE. A prová-lo estão alguns episódios que Armando Ribeiro nos conta.Aqui em Paris, havia rapazes que trabalhavam em hotéis e havia um hotel que era o Lisboa que era de um tipo da PIDE. A gente tinha lá um tipo que trabalhava, que era da LUAR, e eles iam lá dormir e ele viu que eram da PIDE, uma brigada, eram três ou quatro da PIDE. Ele telefonou ao Palma a dizer: ‘Estão lá os tipos da PIDE, o que é que a gente faz? Damos-lhes um tiro?' e o Palma: ‘Não vamos dar tiro nenhum. Só nos traz problemas e não vamos resolver problema nenhum.'O mesmo aconteceu com um informador da PIDE no restaurante Ribatejo, mas Hermínio da Palma Inácio rejeitava matar pessoas porque “não se faz a revolução dessa maneira”. Um membro da LUAR chegou a ter à frente um agente da PIDE que tinha torturado barbaramente uma companheira do movimento, mas “não conseguiu disparar”.Na LUAR nunca existiu a coisa dos tiros, da violência pela violência. A gente nunca pôs bombas para matar pessoas.Depois de novas prisões, incluindo mais uma vez do chefe histórico Palma Inácio, foi preciso reafirmar os grandes princípios norteadores da organização. O objectivo era continuar a luta, avançar com acções para alertar a opinião pública nacional e internacional e continuar a publicar o jornal Fronteira, a partir de Paris. Em Janeiro de 1974, a LUAR publica o manifesto “Por uma utilização correcta dos novos métodos de luta, pela Revolução Socialista”, redigido sobretudo por Armando Ribeiro, Fernando Pereira Marques e Rui Pereira. “A gente não queria a ditadura do proletariado, éramos pela democracia directa”, reitera o seu co-autor.No fundo, a LUAR queria ser “o detonador da revolução” em Portugal e a revolução acabou por chegar, mas através do Movimento das Forças Armadas.A gente pensava que íamos conseguir ser o detonador da revolução. Quer dizer, o MFA foi isso. Eles fizeram aquilo que, se calhar, não estavam à espera. Ninguém estava à espera no 1° de Maio que houvesse um milhão de pessoas em Lisboa. O 1° de Maio foi logo a seguir ao 25 de Abril e ninguém estava à espera.O ‘comandante' afirma, mesmo, que “o programa do MFA é uma cópia do primeiro documento que a LUAR mandou para a rua, o documento número 1, com o que a gente queria fazer” e os objectivos eram “democratizar, dar a independência às colónias, acabar com a guerra colonial”.Em Abril de 1973, Hermínio da Palma Inácio e Armando Ribeiro foram à Conferência Internacional de Apoio às Vítimas do Colonialismo, em Oslo, onde se encontraram com Agostinho Neto e Manuel Jorge do MPLA, Marcelino dos Santos, da Frelimo, e os irmãos de Amílcar Cabral que já tinha sido assassinado. A revolta de Armando ainda se lê no rosto e na voz quando diz que a PIDE matou “um dos maiores dirigentes africanos do século 20” e “o maior amigo dos portugueses”. Não o conheceu, mas lembra que “houve malta da LUAR que desertava da Guiné e que o conheciam porque os desertores eram enviados para Argel e Argel é que distribuía e via se eles eram pessoas infiltradas, se eram pessoas que pura e simplesmente não estavam de acordo com a guerra, ou se se tinham lá chateado com os capitães ou com alguns tipos militares, estilo generais do tempo do Spínola e antes do Spínola”.O capitão Ernesto Melo Antunes, membro da direcção do MFA e co-autor do seu programa político, chegou a encontrar-se com Palma Inácio e Armando Ribeiro em Paris.O Melo Antunes veio falar com o Palma e disse: ‘Vocês não façam nada, eu sei que vocês estão equipados, mas vocês não façam nada porque isto agora vai mesmo para a frente'. E o Palma disse: ‘Olha, a primeira vez que eu que eu me meti nisso foi em 1947' [O Palma tomou parte e sabotou os aviões da base de Sintra em 1947] ‘Em 1947, já me vieram com essa conversa, mas está bem. Ficamos assim, vocês façam lá, andem para a frente que a gente apoia-vos'. Que eles fizessem, mas que nós íamos continuar a fazer aquilo que a gente achava porque, desde 1947, ele tinha-se metido nisso e o exército, no último momento, tinha sempre falhado.A Revolução acabou mesmo por ser feita pelo Movimento das Forças Armadas, com o apoio em massa do povo.“Os tanques todos na rua e milhares de portugueses na rua e fez-se uma revolução que é das coisas mais espectaculares que existe na segunda metade do século 20. E o resto é conversa. O 25 de Abril foi uma coisa exemplar”, resume.Depois do 25 de Abril, Armando Ribeiro fez parte da Comissão da Extinção da PIDE-DGS, ao lado, nomeadamente, do companheiro de luta também exilado em Paris Fernando Oneto. Desarmar, tratar dos arquivos e interpelar agentes da PIDE eram algumas das funções. Armando diz que, pessoalmente, só prendeu Silva Pais, que era o director da PIDE/DGS, o agente Domingues que era “o assassino do pintor Dias Coelho que a PIDE tinha morto a tiro” e um português em Paris “que era o Manuel não sei quantos que andava com o “Portugal Livre” e que andava a enganar as pessoas, a dizer que era antifascista e era um tipo que era pago pela PIDE”. Houve, ainda, um agente infiltrado da PIDE na LUAR, Ernesto Castelo Branco, que acabou por ser entregue ao MFA.Quanto aos torcionários das prisões do fascismo, Armando Ribeiro só pode condenar a actuação da justiça portuguesa: “O sistema judicial português, que ainda hoje é aquela miséria que a gente conhece, puseram-nos na rua e os PIDES todos que foram presos, depois fugiram e fizeram 30 por uma linha!”Durante mais de um ano, Portugal viveu e acreditou na sua revolução, com comissões de trabalhadores, associações de moradores, ocupações de terras e de empresas, nacionalizações, etc. Porém, a demissão, em Setembro de 1975, do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, Capitão de Abril e rosto do Processo Revolucionário em Curso, anunciava o fim de uma época. Armando Ribeiro percebeu que o ideal revolucionário acabara e decidiu deixar novamente Portugal e instalar-se em França, onde ficou até hoje e onde nos recebe. Meio século depois, avisa: “É no solo podre que nascem os cravos”.
Analisamos uma semana animada nos circuito principais que contou com torneios em Doha, Roterdão, Delray Beach e Buenos Aires.
Foi dada a largada para o primeiro dos grandes festivais europeus de cinema do ano, o Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale. Produções brasileiras marcam presença competindo em várias categorias na capital alemã. O Brasil, aliás, já brilhou neste começo de ano em outros importantes festivais europeus. Daniella Franco, da RFINo total, nesta 74a edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, mais de 230 filmes serão exibidos, entre eles, 20 na competição principal. Desde “Todos os mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, em 2020, o Brasil não é selecionado para a maior mostra da Berlinale.No entanto, para uma das seções mais prestigiosas do evento, a Panorama, o país conta com um representante de peso: o longa-metragem “Betânia”, de Marcelo Botta, que fará sua estreia internacional em Berlim. Com os Lençóis Maranhenses como cenário, o filme conta a história da parteira Betânia, sua luta para sobreviver e manter a família, depois de uma série de tragédias.Na mostra Encounters, a diretora paulista Juliana Rojas compete com o longa “Cidade; Campo”. O filme retrata duas histórias de migração: a ida da trabalhadora rural Joana para São Paulo, e a mudança das personagens Flávia e Mara a uma casa abandonada. Como pano de fundo, Rojas traz a luta de classes, um tema a diretora aborda com maestria a exemplo de filmes anteriores, o “Trabalhar Cansa” e os “As Boas Maneiras”, que dirigiu junto com Marco Dutra.O Brasil também é representado por dois curtas-metragens. “Lapso”, da mineira Caroline Cavalcanti, concorre na mostra Generation14Plus, e aborda a vida dos jovens da periferia de Belo Horizonte, fala de violência policial e traz à tona também os desafios de pessoas com deficiência auditiva.Na seção Forum Expanded, o documentário “Quebrante”, da paulistana Janaina Wagner, resgata a polêmica história da construção da rodovia Transamazônica, entre o norte e o nordeste do Brasil, através do relato da professora paraense Erismar.Neste sábado (17) estreia na mostra Encounters “Dormir de Olhos Abertos”, da diretora alemã Nele Wohlatz, com produção do pernambucano Kleber Mendonça Filho e direção de arte do paulista Diogo Hayashi. O longa de ficção rodado no Recife fala da saga de imigrantes chineses vivendo em condições desumanas em um condomínio de luxo, onde são hostilizados pela elite branca.Festivais na França e na HolandaUm pouco antes do início da Berlinale, no início deste mês, o cinema brasileiro já se destacava nos primeiros eventos do ano na Europa dedicados à sétima arte. No Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, o maior deste gênero no mundo, o Brasil levou duas produções para as competições oficiais: o curta de ficção "Pássaro memória", de Leonardo Martinelli e o documentário "Até onde o mundo alcança", de Daniel Frota de Abreu.Já ao Festival Internacional do Filme de Roterdã, na Holanda, realizado de 25 de janeiro a 4 de fevereiro, o Brasil levou nove representantes. Entre eles, esteve “Praia Formosa”, da diretora carioca Julia de Simone, que participou da Tiger Competition, a mostra que é vitrine do evento.O longa “Levante”, de Lillah Halla, ficou com o prêmio de melhor filme do júri jovem em Roterdã. Focado na temática do aborto, o júri considerou o trabalho “ousado e destemido”, “que leva uma mensagem poderosa” e que “permanece com os espectadores muito depois de eles saírem do cinema”.“Levante” também levou o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema Latino-Americano de Biarritz, em 2023.
Estreou há dias no festival de cinema de Roterdão o documentário "Mário"sobre a figura do líder de libertação angolano Mário Pinto de Andrade. Realizado pelo americano Billy Woodberry, realizador pertencente ao 'LA Rebellion', movimento de jovens cineastas afro-americanos que tem procurado dar relevo à comunidade negra americana, este filme centra-se essencialmente sobre o percurso político de Mário Pinto de Andrade. Nascido em Agosto de 1928 no norte de Angola, Mário Pinto de Andrade, faz os seus estudos primários e secundários em Luanda, antes de seguir para Lisboa em 1948 para, designadamente filologia clássica. É nestas circunstâncias, na casa dos Estudantes do Império, que vai travar conhecimento com estudantes e intelectuais de outras partes de África lusófona, nomeadamente Amílcar Cabral e Eduardo Mondlane. Com eles participa nas actividades culturais relacionadas com África, tendo sido um dos fundadores, em 1951, do Centro de Estudos Africanos.Em 1954, parte rumo a Paris para estudar a sociologia na Sorbonne. Muito activo tanto política como culturalmente, é em Paris que vai conhecer Léopold Sédar Senghor e Nelson Mandela. é também nessa altura que conhece a sua futura mulher, a cineasta de origem antilhesa Sarah Maldoror, considerada a pioneira do cinema africano.Independentista, envolvido na organização dos encontros dos movimentos de libertação que decorreram durante os anos de luta, primeiro presidente do movimento que contribuiu para fundar, o MPLA, Mário Pinto de Andrade, foi cedo posto de parte da direcção desse partido, palco de divisões internas, bem antes da independência. Mário Pinto de Andrade não deixa contudo o activismo e será, nomeadamente ministro da cultura do primeiro executivo pós-independência da Guiné-Bissau. Antes de morrer em Londres, em 1990, vai igualmente envidar esforços para se alcançar a paz no seu país.É esta história, o percurso de uma figura muito densa, que se conta no filme "Mário", com o testemunho que pessoas que o conheceram de perto, com arquivos e com o fio condutor de uma entrevista concedida nos anos 80 à jornalista portuguesa Diana Andringa.Teresa Gusmão, produtora associada, ligada à produtora portuguesa "divina comédia" que tornou este filme possível, contou à RFI a génese deste projecto."A verdadeira génese é a participação de Billy Woodberry num programa de cinema português com os arquivos do 'Harvard Film Archive', um programa chamado 'Harvard na Gulbenkian' que em 2014 foi produzido pelo produtor deste filme, o Alexandre Santos, e onde os filmes da 'LA Rebellion' foram convidados, nomeadamente o do Billy Woodberry 'Bless Their Little Hearts'. Ele já tinha alguma relação com Portugal, tinha visitado e desde a altura desse movimento, nos anos 80 em que fez este filme, que ele lia sobre as lutas de libertação de Portugal, sobretudo sobre Amílcar Cabral e um poeta angolano chamado Mário Pinto de Andrade. Ele entretanto decidiu encetar em Portugal esse projecto" conta Teresa Gusmão que participou activamente na elaboração do filme.O filme foi construído designadamente com os testemunhos de quem lutou, foi amigo e íntimo de Mário Pinto de Andrade. Henda Ducados, uma das duas filhas de Mário Pinto de Andrade e de Sarah Maldoror, falou do pai neste documentário e disse à RFI o que achou do resultado do filme."Eu achei o filme muito interessante. O filme surpreendeu-me pelo facto de ouvir a história na primeira pessoa, quando é o o próprio Mário que conta a história dos seus pais, alguns acontecimentos históricos, é um filme que para mim é carregado de emoções. A única coisa que lamento um pouco é que é um filme que destaca principalmente a dimensão política. Não destaca suficientemente a dimensão cultural e intelectual", diz Henda Ducados.Questionada sobre este aspecto, Teresa Gusmão explica a opção de o filme se focar sobretudo no perfil político de Mário Pinto de Andrade."Todas as notas que ele tem em relação a todos os documentos ou dos artigos que publicou e que coleccionou, têm o cuidado de ficar organizados por temas por cronologia e com um rigor de interpretação. E ele, ele Mário Pinto de Andrade, privilegia esta questão política" refere a produtora associada.Também presente no filme, o economista guineense Carlos Lopes dá conta da importância que Mário Pinto de Andrade teve na sua vida. Então jovem estudante, Carlos Lopes conheceu-o quando ele se tornou ministro da cultura na Guiné-Bissau, no final dos anos 70, antes do golpe de 1980."Foi a primeira pessoa com quem trabalhei. Eu estava numa situação de não poder continuar mais os estudos na Guiné-Bissau (...) Não havia universidade, eu queria continuar a aprender e, por um conjunto de circunstâncias, o meu pai tinha participado na ajuda à luta de libertação nacional, acabou por ser preso pela PIDE, quando saiu, tinha uns amigos muito próximos na direcção superior do PAIGC que frequentavam a casa (...) e um em particular, o comandante 'Gazela', que disse que me ia apresentar um angolano que era uma figura intelectual e que provavelmente poderia fazer alguma coisa por mim" conta Carlos Lopes ao recordar a época em que Mário Pinto de Andrade, então a residir na Guiné-Bissau, lhe pediu para organizar a sua biblioteca."Fiquei sob a asa dele e foi ele que depois conseguiu uma bolsa para eu ir estudar para a Suíça. Fiquei com essa dívida moral, em dívida também emocional para com ele, mas o mais importante é que ele me ensinou toda a gramática do pan-africanismo, introduziu-me nos métodos de pesquisa e foi através dos ensinamentos de Mário Pinto de Andrade que eu conheci Amílcar Cabral no detalhe, porque ele era o seu biógrafo e também o seu alter-ego, e passei um grande estudioso da obra de Cabral que influencia tudo o que faço até hoje", recorda o economista guineense.É também a dimensão intelectual de Mário Pinto de Andrade que sobressai na memória de Henda Ducados que em 30 anos de vida em Angola, tem trabalhado activamente para que o pai seja lembrado na história do seu país, nomeadamente através da estrutura que fundou com a irmã, Annouchka de Andrade, a Associação dos Amigos de Sarah Maldoror e Mário de Andrade."O legado principal (dos dois) para mim é o amor às belas letras, a humildade, a emancipação cultural. Dizia que tudo passa pela leitura. é isso que tento transmitir à minha filha. O segundo legado também são os arquivos porque, olhando bem, nós temos um acervo fantástico, preservado, estruturado, tanto do lado da Sarah Maldoror, como do lado de Mário Pinto de Andrade, que está disponível obviamente, mas que está a ser utilizado pelas universidades. Temos algo para partilhar", diz Henda Ducados ao evocar as diversas iniciativas que organiza com a associação que coordena juntamente com a irmã, no sentido de dar a conhecer a vida e obra dos pais, Sarah Maldoror e Mário Pinto de Andrade.Ao considerar que a figura do pai e o seu contributo para a história de Angola têm vindo paulatinamente a ser reconhecidos, Henda Ducados constata todavia que ainda "há um grande caminho a percorrer, mesmo se houve bastantes melhorias, uma maior abertura, mas tudo isso é um processo".
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Recorde mundial de Kelvin Kiptum na maratona foi ratificado; Kiptum fecha parceria com Amazfit e mira no ouro olímpico e no sub 2 horas na Maratona de Roterdã; Seletiva Olímpica da Maratona dos Estados Unidos; Bota Pra Correr anuncia destinos e datas para 2024; Meia Maratona de Barcelona acontece neste domingo com Ruth Chepngetich e Kibiwott Kandie; Lançamento do calendário de corridas de 2024 fecha Summit ABRACEO/CBAt; Meia Maratona do Sol apresenta novidades e abre inscrições para 10ª edição; Asics abre inscrições para novos FrontRunners; Corredor queniano recebe proibição de quatro anos por enviar sósia para fazer o teste de doping; Homem da Virgínia vence o desafio Strava e recebe Chipotle grátis por um ano; Corredor de 800m atingido pela vara em etapa indoor da NCAA. Cupons de Desconto: MARATONA DE FLORIPA - PFC10 TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 LIVE! RUN XP - PFC15 FOCO RADICAL - PFC10 NETSHOES RUN FLORIANÓPOLIS - PFC
Twittering Soul, de Deimantas Narkevicius; Dream Team, de Lev Kalman e Whitney Horn; Zone, de Christina Friedrich: destaques da edição 2024 do festival de cinema de Roterdão
Amazfit Cheetah na Amazon - https://amzn.to/3HGHoAe Eu juro que eu achava que Kelvin Kiptum não precisava tentar fazer a maratona abaixo de 2 horas este ano. Ele é novo e tem tempo de sobra pra isso. Mas parece que não é assim que ele pensa, já que o atleta, agora parceiro da Amazfit, deixou claro que vai para a Maratona de Roterdã para quebrar a barreira das 2 horas em uma maratona oficial no dia 14 de abril. Agora fica a nossa ansiedade para esse dia chegar logo para a gente ver se a história será escrita ou não. Pré-venda da camiseta e regata do Desafio 366 do Corrida no Ar - https://cnoar.run/47E3iPl
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Beatrice Chebet faz novo recorde mundial feminino dos 5 km; Quenianos vencem a 98ª Corrida de São Silvestre; Rosa Mota faz 10 km sub 40 na São Silvestre da Amadora em Portugal; Ababel Yeshaneh e Berihu Aregawi vencem a San Silvestre Vallecana em Madrid na Espanha; Sifan Hassan e Eliud Kipchoge confirmados na Maratona de Tóquio; Kelvin Kiptum quer correr a Maratona de Roterdã abaixo de 2 horas; Calendário de eventos da World Athletics para 2024; Criança escocesa vai tentar quebrar o recorde mundial de dias seguidos correndo; Mulher da Universidade da Virgínia viraliza após derrotar homem em corrida. Cupons de Desconto: MARATONA DE FLORIPA - PFC10 TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 LIVE! RUN XP - PFC15 FOCO RADICAL - PFC10
O pianista e compositor português Máximo Francisco actuou na terça-feira, 28 de Novembro, no Sunset, em Paris. Fomos descobrir o seu disco de estreia intitulado "Greatest Hits", reúne composições que o pianista escreveu entre os 9 e 19 anos. Máximo Francisco, 20 anos, acaba de publicar o primeiro álbum "Greatest Hits". Um disco que engloba 12 títulos que escreveu entre os 9 e 19 anos. São dez anos da vida do pianista e músicas que compôs como reflexo que ia acontecendo à sua volta. "Passados tantos anos de estar a compô-las, percebi que gostava de as mostrar ao mundo e originou este primeiro álbum", explicou-nos Máximo.Ao longo dos últimos anos, "houve músicas que se perderam", que não ficaram na memória de Máximo Francisco. Este primeiro álbum "acaba por ser uma selecção natural", explica o pianista, acrescentando que "houve músicas que não ficaram na memória, significa que não gostei tanto delas, mas guardei outras músicas para lançar no futuro".A primeira música do álbum, "mártires", foi composta aos nove anos. Neste álbum "nota-se o progresso entre esta primeira música, que compus aos nove anos e as que compus depois, aos 19. Dez anos é metade da minha vida e acaba por ser os 'Greatest Hits' da minha carreia, que está a começar", explica.Máximo Francisco estudou piano clássico e composição no Conservatório de Lisboa até aos 18 anos. Nos últimos dois anos está a estudar composição de jazz, em Roterdão. O pianista descreve que o jazz foi sempre algo que foi aprendendo sozinho em casa; "É uma paixão que tenho desde muito cedo. Gosto de jazz e de música clássica, mas gosto de muitos outros géneros de música. Este álbum tem todas essas influências e passados estes anos percebo as diferentes influências"."Quando estou a compor, estou sozinho, estou mais focado e concentrado. Quando estou a fazer um concerto trata-se de mostrar, de ter um momento com o público e de partilhar um momento íntimo. Nos meus concertos gosto de improvisar. É uma espécie de híbrido entre a composição, a performance e a interpretação. Está tudo misturado", descreve.A maneira como Máximo Francisco compõe é, como nos conta, "muito natural" porque acredita que a criação é uma coisa que se faz por reflexo; "Ia experimentando, não gostava do que estava a ouvir. Ia tocando e mudando até pensar 'é isto que estou a sentir'".Até ao final deste ano, Máximo Francisco vai lançar dois singles; o tema "Verdes Anos" e "Malha". Em 2024, o pianista e compositor português vai lançar um novo EP, ainda em processo criativo, um álbum dedicado ao planeta terra e às questões climáticas.
Esta semana, temos o caso da invulgar antologia inédita, assinada por Mário Cesariny logo a seguir ao 25 de Abril, intitulada “Poemas do Amor, da Revolta e da Náusea”. Também histórico é o clássico “O Elogio da Loucura”, de Erasmo de Roterdão, traduzido pela primeira vez do latim em que foi escrito. Depois, há ainda dois ensaios de autores britânicos sobre temas históricos: “Colonialismo, Um Juízo Moral”, de Nigel Biggar, e “Nómadas. Povos em movimento, uma história por contar”, de Anthony Sattin. Boas leituras.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O cantor franco-cabo-verdiano Carlos G. Lopes lançou este mês o seu novo álbum "Azul" e em entrevista à RFI falou sobre a importância de cantar pela primeira vez em francês e crioulo, a saudade e a presença cada vez maior de Cabo Verde em França. Carlos G. Lopes descreve o seu novo álbum "Azul" como fogo-de-artifício, uma mistura de jazz e R&B com os sons tradicionais de Cabo Verde como o funáná, criando "uma nova onda", diferente do seu primeiro álbum "Kanta Pa skece". Uma grande diferença é também cantar pela primeira vez em francês, língua que é sua desde os 10 anos, altura em veio viver para França."Eu tinha vontade de fazer um disco onde pudesse cantar tanto em francês como em crioulo português e também criar algo novo, numa nova onda, porque o meu primeiro álbum era algo mais acústico. Este álbum foi escrito durante a pandemia, tanto em França, como em Lisboa, como em Santiago, em Cabo Verde. A coisa incrível é que a maior parte da música em francês foi escrita nos países onde não se fala francês, ou seja, Portugal e Cabo Verde", explicou em entrevista à RFI.Cantar e escrever nas duas línguas é natural para quem tem memórias nos dois países."Para mim é natural escrever em francês e tenho emoções e lembranças em francês, tal como tenho também lembranças em português e em crioulo, que é a minha língua de infância. O meu primeiro álbum foi só em crioulo e agora sinto falta de misturar estas duas emoções e o próximo álbum vai ter mais língua portuguesa", indicou.Para o cantor, esta dupla cultura é "uma riqueza"."É uma riqueza esta dupla cultura porque tenho a possibilidade de pensar e analisar as coisas em várias línguas. Eu gosto de falar português, de falar francês, inglês ou espanhol, é algo muito bom para a abertura do espírito. Quando estou em França sinto falta de Santiago ou em Lisboa", declarou.O primeiro avanço deste álbum é "Sodadi", um tema maioritariamente cantado em francês, com o vídeo a ter sido gravado em Cabo Verde, na aldeia de onde é originário o músico."Eu tinha vontade que o primeiro clip do álbum Azul fosse feito onde eu nasci, na ilha de Santiago, numa zona que se chama Pico Vermelho e era algo importante para completar a minha caminhada porque a música é mais em francês, há só um pouco em crioulo. E eu queria mostral como num postal que eu canto em francês, mas é daqui que eu venho e a importância da mistura da língua e da poesia. Algo que é totalmente natural", disse."Azul" é também uma ponte entre o passado, o presente e o futuro da música de Cabo Verde com participações de Zeca Di Nah Reinalda, conhecido como o Rei do Funáná, e o rapper Takinuz. Para Carlos G. Lopes o contributo dos artistas na diáspora serve também para enriquecer a histórica da música cabo-verdiana."O que os artistas me dizem é que os artistas da diáspora estão a transformar a música de Cabo Verde e eu acho que não é algo novo. A diáspora transforma o que é tradicional. Há mais de 40 anos que é assim, com quem estava em Lisboa ou em Roterdão. Nessa altura já havia muitos grupos e artistas cabo-verdianos que ouviam outros estilos de música como rock, jazz e tocar com músicos de outras origens", contou.Em França, a música cabo-verdiana tem feito uma grande progressão especialmente graças ao trabalho de Cesária Évora e das suas equipas que mudaram a imagem do país em terras gaulesas."Não sei se os artistas cabo-verdianos têm consciência do trabalho da Cesária Évora e da sua equipa porque quando cheguei a França com 10 anos, ninguém sabia onde era Cabo Verde a Cesária fez uma trabalho fantástico que dá vontade às pessoas de descobrirem o país", declarou.No dia 01 de Dezembro, Carlos G. Lopes vai fazer o lançamento ao vivo do seu álbum, em Paris, no Studio Ermitage, esperando actuar já em 2024 em salas em França, Portugal e Cabo Verde.
Enio Augusto, Camila Rosa e Duda Piza trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Hellen Obiri e Tamirat tola vencem Maratona de Nova Iorque; Maratona de Jurerê; Jogos Pan-Americanos em Santiago; Os planos de Kelvin Kiptum para a Maratona de Roterdã; Vanderlei Cordeiro de Lima vai correr a Maratona de Atenas; Taça Brasil Master; SC21K; Maratona de Curitiba. Escute, informe-se e divirta-se. Cupons de desconto: Foco Radical - PFC10 para ter 10% de desconto LIVE RUN! XP - PORFALAREMCORRER20 para ter 20% de desconto TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 para ter 10% de desconto
Sérgio Rocha e Ricardo Nishizaki explicam a importãncia da Maratona de Roterdã no calendário europeu (ou a importância que já teve) e os motivos de Kiptum ter optado por ela ao invés de defender o título em Londres | PARCEIROS | GEIS DE CARBOIDRATO Z2 - https://www.z2foods.com/ - Use o cupom CORRIDANOAR para ter 10% de desconto | INSIDER - camisetas, bonés, roupas íntimas e mais - https://bit.ly/insidercna - Cupom CORRIDANOAR12 para 12% de desconto | PULSEIRAS DE IDENTIFICAÇÃO SELFID - https://www.selfid.com.br/ use o CUPOM "CNA2019" 10% de desconto | ÓCULOS YOPP - https://cnoar.run/oculosyopp - Use o cupom "corridanoar10" para ter 10% de desconto em todo o site | PROVAS LIVE! RUN XP - https://liverun.com.br/ | use o cupom CORRIDANOAR para ter 20% de desconto | PRODUTOS CORRIDA NO AR e CAFÉ & CORRIDA https://www.runfor.com.br/corrida-no-ar | Use o cupom "CAFEECORRIDA10" para ter para ter 10% de desconto
Enio Augusto e Camila Rosa trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Maratona de Nova Iorque acontece neste fim de semana; Maratona de Jurerê; Kenenisa Bekele diz que o melhor ainda está por vir; Kelvin Kiptum vai correr a Maratona de Roterdã em 2024; Marcha Atlética no Pan com erro de percurso; Os planos da Federação Queniana para o atletismo do país em Paris 2024; Sidney vai ter medalha provisória em 2024; Loja permite furtos desde que você fuja do segurança. Escute, informe-se e divirta-se. Cupons de desconto: Foco Radical - PFC10 para ter 10% de desconto LIVE RUN! XP - PORFALAREMCORRER20 para ter 20% de desconto TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 para ter 10% de desconto
Dois ônibus e três carros foram incendiados durante um tiroteio entre traficantes e milicianos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, milicianos tentam invadir a comunidade do Pantanal, atualmente controlada por traficantes. Os veículos foram incendiados para tentar dificultar a entrada dos rivais. O tiroteio impediu os moradores de saírem para o trabalho e prejudicou comerciantes, que fecharam as portas. Veja também nesta edição do Boletim JR 24 Horas: Ao menos três pessoas morreram em um tiroteio na cidade de Roterdã, na Holanda.
A polícia dos Países Baixos apreendeu oito toneladas de cocaína, mas não divulgou a quem pertencia a droga. Os portos de Roterdão e de Antuérpia, na vizinha Bélgica, são cada vez mais utilizados por traficantes sul-americanos para fornecerem gangues magrebinos no centro da Europa. A violência é cada vez maior e há altas figuras dos dois países ameaçadas e obrigadas a esconder-se. Neste episódio, conversamos com o jornalista Hugo Franco.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Liga das Nações esquentou o início da Data Fifa. A Croácia superou a Holanda num épico em Roterdã, com a cátedra de Modric e o carrasco Bruno Petkovic. Já a Espanha passou pela Itália graças a um tento do iluminado Joselu no final. Também falamos sobre Argentina, Uruguai e Brasil, além da escolha do novo treinador do Napoli.
Samuel de Lange Jr. foi criado em uma família musical. Seu pai, Samuel de Lange, Sr., (1811-1884), trabalhou em Roterdã, primeiro como organista assistente da igreja luterana, depois como organista da Waalse Kerk (Hoogstraat), da Zuiderkerk e da Grote ou St.- Laurenskerk. Vamos falar da sua obra para Viola mais conhecida! FAÇA PARTE DO CONVERSA DE CÂMARA COM O NOSSO PADRIM! Então entre na conversa! No Padrin.com.br você pode ajudar o Conversa de Câmara a crescer e seguir divulgando ainda mais a boa música da humanidade. Mostre que você tem um gosto refinado apoiando a gente no Padrim.com.br https://www.padrim.com.br/conversadecamara RELAÇÃO DE PADRINS Karollina Coimbra, Aarão Barreto, Gustavo Klein, Fernanda Itri, Eduardo Barreto, Ediney Giordani, Tramujas Jr, Brasa de Andrade Neto e Aldo França.
Erasmo de Roterdã: Elogio da loucura --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/pedro-mendes-ju00fanior/message
Com pouco mais de 500 mil habitantes, Antuérpia é mundialmente conhecida como a capital dos diamantes. No entanto, o mercado que tem chamado a atenção das autoridades europeias não está ali no centro histórico, mas na sua costa. Apenas em 2022, foram apreendidas 110 toneladas de cocaína no porto da cidade, o que faz da Bélgica o país com maior quantidade de apreensões de droga no continente. Cristiane Capuchinho, da RFIAs 110 toneladas de cocaína recuperadas na Antuérpia são um número recorde. E essa é apenas uma parte de um grande mercado: as autoridades estimam que só um décimo de toda a cocaína enviada para o porto seja apreendida. O enraizamento do fluxo de narcotráfico na cidade tem sido sentido no noticiário policial. Nos últimos meses, a cidade registrou mais de 50 explosões e tiroteios entre grupos ligados ao comércio de drogas.Um caso trágico chamou a atenção da Europa recentemente. Uma menina de 11 anos foi morta com cinco tiros dentro de casa em janeiro, após homens encapuzados metralharem o imóvel. Na ocasião, o prefeito Bart De Wever admitiu que a cidade enfrentava “uma guerra do tráfico.”Uma entrada ampla e bem conectadaQuase toda a cocaína que entra na Europa chega por via marítima, em geral, pelos grandes portos comerciais do continente. Como para qualquer outra mercadoria, a logística é um ponto-chave na cadeia da droga, como explica Isabela Vianna Pinho, pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos e do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais. "Os portos têm enormes fluxos diários de mercadoria, apresentando uma grande dificuldade para as forças de segurança fiscalizarem tudo isso, enquanto têm de lidar com a pressão dos atores econômicos para que não haja atrasos nas mercadorias", aponta a socióloga, que estuda a circulação da cocaína. Com 130 km², o porto de Antuérpia é o mais extenso da Europa e abriga um fluxo anual de mais de 200 milhões de toneladas de mercadorias. Além disso, a cidade, na fronteira com a Holanda, está interligada a uma malha rodoviária e ferroviária instalada para escoar tudo isso aos países do norte da Europa.Os atrativos logísticos se unem a fatores como a existência de um mercado próspero de ouro e diamante, duas mercadorias que facilitam a lavagem de grandes somas de dinheiro. Essas características tornaram o porto um "monstro do crime organizado", como escreve o jornalista belga especializado em crime Mitchell Prothero. No porto de Antuérpia, os contêineres de frutas têm sido alvo importante do tráfico. Frágil, a mercadoria tem urgência para saída da infraestrutura, o que dificulta a fiscalização. Só no ano passado, as forças policiais encontraram cocaína no porto belga no meio de cargas de cacau, de bananas e de abacates.Contudo, este não é o único ponto de entrada da droga, e nem é necessariamente o maior, alerta Gabriel Feltran, pesquisador de sociologia do crime e professor na SciencesPo Paris."O que o volume de apreensão mostra não é necessariamente a entrada, pode ser sinal da capacidade de controle em um porto, de operações de segurança. Pode estar entrando até mais por outros países, e com menos fiscalização", afirma.Em 2021, o porto com maior quantidade de cocaína apreendida tinha sido o de Roterdã, na Holanda, não muito longe de Antuérpia."O tráfico vai se moldando, dependendo se um porto está mais fácil de entrar, dependendo da fiscalização, de como os grupos criminosos estão se organizando", reforça Vianna Pinho.Mercado em expansãoPara além do porto da Bélgica, as apreensões de cocaína no bloco europeu não param de crescer, de acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT)."Os volumes excepcionalmente grandes de apreensão indicam um fluxo crescente de cocaína que agora ameaça toda a União Europeia", alertou em fevereiro o diretor do observatório europeu OEDT, Alexis Goosdeel.Em 2010, a polícia apreendeu 100 toneladas de cocaína no continente. Dez anos mais tarde, o total já tinha mais do que dobrado.O mercado da cocaína é bilionário. O OEDT estima que o comércio da droga gire em torno de US$ 10,5 bilhões (o equivalente a R$ 56,8 bilhões) apenas na Europa."A cocaína é uma das mercadorias que mais se valoriza no mundo nessa cadeia de valores. Um quilo de cocaína que sai por cerca de US$ 300 da Colômbia, quando chega na Europa, esse quilo vai valer de US$ 70 mil a US$ 180 mil", aponta o professor da SciencesPo.Dos Andes à União EuropeiaA maior parte dessa cocaína é cultivada nos países andinos: Colômbia, Peru e Bolívia, aponta o relatório mais rercente do mercado mundial de drogas publicado pelo Escritório das Nações Unidas de Combate às Drogas e ao Crime.Mas, das áreas de produção até o consumidor final europeu, o trajeto é longo e passa, frequentemente, pelos portos do Equador e do Brasil.O Brasil é um entreposto neste fluxo, aponta a socióloga Vianna Pinho. No caminho brasileiro, a cocaína costuma entrar no país em pequenos aviões e é levada até os portos por caminhões, de acordo com informações da Polícia Federal na Europol. Na tentativa de fugir da fiscalização e ampliar seus lucros, as organizações criminosas multiplicam os caminhos e as estratégias de envio da droga. As maiores apreensões ainda acontecem no porto de Santos, em São Paulo, mas a cada ano cresce o volume apreendido em Paranaguá (PR), Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ). Vianna Pinho, que pesquisa a rota de saída de cocaína pelo porto de Santos, conta que táticas como a de envio de droga no corpo de tripulantes, a chamada "mula", ou de embarque da droga a partir de barcos pequenos, que atracam no navio de carga, ficaram no passado com o aumento do comércio transnacional.Para o envio de grandes quantidades, o uso de mergulhadores tem crescido. São mergulhadores treinados que instalam a droga no casco do navio, em áreas muito abaixo da linha do mar. A estratégia permite carregar centenas de quilos, sem o risco de passar pela fiscalização do porto. Mas as apreensões feitas ainda se concentram em envios por contêiner, sejam quantidades escondidas na estrutura do contêiner, sejam colocadas sobre a mercadoria, ou ainda escondidas em meio à mercadoria.Aumento de oferta e de consumoO crescimento da oferta do pó branco na Europa tem reduzido seu preço para o consumidor final. Essa diminuição de custo tem consequências para o aumento do consumo, aponta o sociólogo Gabriel Feltran.Segundo o observatório OEDT, 3,5 milhões de europeus entre 15 e 64 anos dizem ter usado a droga nos últimos 12 meses. E mais de 14 milhões afirmam já ter consumido cocaína durante a vida.
Fora de Portugal desde 2006, o Luís Leite resume a experiência com a palavra desafio. Um desafio que começou em França, passou pelo Brasil, México, Espanha, pelos EUA e desde 2019 acontece nos Países Baixos.
Fora de Portugal desde 2006, o Luís Leite resume a experiência com a palavra desafio. Um desafio que começou em França, passou pelo Brasil, México, Espanha, pelos EUA e desde 2019 acontece nos Países Baixos.
. . . gostaria de saber se o humanismo foi alguma vez condenado pela Igreja já que este é um precursor do renascimento. Erasmo de Roterdã fez duras críticas ao clero, mas pelo que pude perceber o mesmo não é detentor de grandes virtudes, como já li e alguns artigos de seu site. Entretanto, Erasmo foi amigo de Lutero e Thomas Morus, este último foi canonizado pela Igreja como santo. Em que diferiam basicamente as críticas humanistas de Morus e Erasmo?
Com mais de 100 empresários presentes no Salão Internacional de Alimentação - SIAL Paris 2022, a missão brasileira no evento - formada principalmente por micro e pequenas empresas - veio com a preocupação clara de mostrar que sustentabilidade, rastreabilidade e produção orgânica se incorporaram definitivamente aos seus negócios e que elas estão prontas para entrar ou aumentar a sua participação no mercado europeu. Por Paloma Varón, da RFI Para o consumidor final europeu, o valor agregado é muito importante, como atesta Thais dos Santos, CEO da empresa Du Brésil au Monde. "O que a gente tem buscado é trazer produtos do Brasil com valor agregado, fugir um pouco das commodities e poder contribuir com uma outra economia: mostrar que é possível ter uma economia circular, trabalhar de outra forma, olhando para a nossa sócio-biodiversidade e agregando valor. Pensando em ajudar a economia local a melhorar", afirma a CEO da empresa, que há quatro anos trabalha com a exportação de produtos brasileiros para a Europa. Dos Santos destaca a importância da conservação dos biomas brasileiros. "A nossa maior luta e nossa maior contribuição hoje é devolver a autoestima para o produtor, e mostrar que em todos os nossos biomas, aquela árvore vale mais se ela estiver em pé, do que o dinheiro que eles ganham eventualmente de maneira mais fácil cortando-a apara fazer plantação de soja, por exemplo." "Queremos mostrar para o produtor local, para os ribeirinhos, para as comunidades locais, que eles são diretamente responsáveis pela preservação e o valor que a preservação desse bioma pode trazer para a gente: tanto pelo meio ambiente como também para ele, financeiramente", explica Thais. Comércio justo e sustentabilidade "O meio ambiente é uma preocupação global. A gente não tem mais como escapar. Apesar de estarem sofrendo com a inflação, em países como a França, os europeus são muito conscientes e preocupados em receber produtos que tenham o valor agregado da rastreabilidade, do comércio justo e do respeito ao meio ambiente", sublinha a CEO da empresa Du Brésil au Monde. A gerente de internacionalização da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que organizou a missão brasileira, Sarah Saldanha confirma a tendência. "Nós mapeamos três compradores franceses para estar com as empresas brasileiras, principalmente, a partir das nossas observações. Aquelas interessadas em produtos orgânicos, produtos naturais ou produtos que falem da biodiversidade da alimentação brasileira. E, aproveitando essa característica da delegação brasileira mobilizada pela CNI, no estande nós contamos um pouco sobre as indicações geográficas do Brasil. Vinho, espumantes, queijos, café, cachaça... são produtos que têm essa linha de sustentabilidade que é bastante valorizada no mercado europeu", afirma. Consumo de orgânicos De acordo com os empresários do setor, a busca por produtos que contribuem para melhorar a saúde é uma tendência cada vez mais forte, favorecendo e impulsionando as vendas de produtos orgânicos. Os empresários brasileiros já perceberam e estão investindo maciçamente setor. Segundo a plataforma Statista, o consumo de orgânicos no mundo foi de US$ 120 bilhões em 2020. Em 2021, o mercado de orgânicos brasileiro teve crescimento de 12%, com vendas de R$ 6,5 bilhões. No ano anterior, em 2020, o setor apresentou expansão de receita de 30% em relação a 2019, com faturamento de R$ 5,8 bilhões. Em 2020, as exportações corresponderam a R$ 1,1 bilhão, ou 18,9% da receita total. Em Paris, 20% das empresas brasileiras presentes na feira trouxeram na bagagem seus produtos orgânicos e/ou sustentáveis para exibição e rodada de negócios. É a maior participação de empresas deste gênero desde que o SIAL começou em 1964. O empresário Maurício Matos, CEO da B.You Super Foods, é um deles. "Apresentamos produtos 100% naturais, orgânicos, veganos, kasher, com todas as certificações e os selos que os consumidores mundo afora estão demandando hoje", conta. Com centro de distribuição em Roterdã, na Holanda, a B.You Super Foods tem grande penetração nos mercado europeu e do Oriente Médio, e apresenta como principal produto o açaí orgânico do Pará. "A gente só trabalha com produtos brasileiros naturais e orgânicos, vindos de áreas certificadas. Até porque a maioria do açaí vem do extrativismo, então ele já é naturalmente orgânico. Mas, hoje em dia, para você poder falar que é, você tem que fazer todo um processo de certificação e auditoria", completa Matos. O embaixador do Brasil em Paris, Luís Fernando Serra, também acredita que o Brasil precisa agregar valor aos produtos exportados para se posicionar melhor no mercado francês e europeu. "Precisamos diversificar a nossa oferta de produtos e agregar valor a todos eles, porque a pauta ainda é dominada pelas commodities, como soja, minérios e petróleo". Para Serra, o mercado europeu é protecionista, mas é possível contornar isso. "O melhor antídoto é ter uma rastreabilidade absoluta, segura, completa para justamente identificar produtos de regiões que não foram desmatadas. E eu acho que se poderia pensar também em levar os europeus para verem o nosso sistema de rastreabilidade, para que eles possam confiar neste sistema", aponta. Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a Missão do Brasil no SIAL pode render mais de R$ 200 milhões em exportações nos 12 meses seguintes à feira.
Estreia-se hoje no Festival de cinema de Locarno o filme angolano "Nossa Senhora da loja do chinês" do realizador Ery Claver. Esta sua primeira longa metragem está em competição na mostra paralela "Cineastas do presente". O palmarés será anunciado neste sábado na cidade suíça. O cineasta angolano Ery Claver de 36 anos afirmou ao nosso correspondente na Suíça, Rui Martins, que esta longa metragem testemunha do engajamento da juventude do seu país em prol de uma mudança. Fazer um filme feito por uma equipa muito pequena sem financiamento é um filme feito por um colectivo que acredita que para fazer histórias o maior fundo que nós podemos receber é o fundo criativo das pessoas com quem nós estamos propostos a trabalhar. Que é toda a juventude angolana que está disposta a fazer uma nova mudança uma nova geração e um novo tipo de cinema que seja feito por angolanos para angolanos e para o mundo. Nós estamos no Festival Internacional de Cinema de Locarno com Ery Claver. Que é o cineasta que foi convidado pela mostra “Cineastas do presente” e que apresentou aqui “Nossa Senhora da loja do chinês”. É a primeiro longa metragem de Ery Claver: um filme poético. É um dos poucos angolanos que chega ao Festival Internacional de Cinema de Locarno e ele vai-nos contar um pouco como é que fez o filme. Olá, eu sou o Ery Claver, realizador de “Nossa Senhora da Loja do chinês”, venho da parte de um colectivo “Geração 80”. Eu venho pessoalmente de algumas curtas metragens mas eu começámos de facto a nossa carreira cinematográfica com longas mensagens em com o filme “Ar condicionado” em que eu fui o roteirista e o director de fotografia. O filme foi um filme que estreou bem, estreou em Roterdão, teve alguma visibilidade passámos por alguns festivais, mas não tivemos tanta oportunidade de divulgar o filme presencialmente. Porque apareceu infelizmente, a pandemia do COVID o que nos obrigou a ficar em casa. Nesse tempo, que estaríamos a publicitar o filme “Ar condicionado”, nós parámos e eu comecei a escrever o filme “Nossa Senhora da Loja do Chinês”. Então foi uma premissa muito desafiante, feita pelo meu produtor Jorge Cohen que nós teríamos que fazer o filme em 6 meses. Escrever e realizar o filme em 6 meses que foram os meus primeiros meses de 2020 na pandemia. O processo de escrita do filme foi um pouco doloroso, mas também foi muito fácil porque eu juntei elementos das curtas metragens que eu tinha feito previamente. A ousadia principal foi quando decidi incorporar a narração chinesa no filme e criar esse elemento com a comunidade chinesa. O título do filme “A Nossa Senhora da Loja do chinês” tem alguma conotação com uma influência muito grande que vocês estão tendo em Angola pelos chineses ? No caso ele é o dono da loja, é o comerciante. Quando eu vi você fazendo esse filme com a língua cantonesa, eu imaginei, será que é um presságio do que poderá acontecer no futuro? Muito boa pergunta. Obviamente nós temos notado uma influência chinesa, não só em África, mas também em boa parte do mundo. Mas para nós, particularmente, tem sido com alguma estranheza e familiaridade ao mesmo tempo que temos acompanhado essa influência chinesa. Porque eles estão lá como comerciantes e estão a desenvolver de forma muito forte os seus negócios, mas, ao mesmo tempo, distanciam-se um pouco. O que eles têm apresentado: a sua proposta comercial com elementos ocidentais, no caso da santa. Eu escolhi um elemento que é ocidental que vem da colonização, pelo motivo religioso católico, que é bem reconhecido por nós. Nós temos essa afinidade religiosa, mas eles não têm. Mas eles usam esse elemento no filme para conquistar, de alguma forma, o povo, porque é um elemento que nós conhecemos. Mas, ao mesmo tempo, eles banalizam porque trata-se de uma massificação dessa figura religiosa, que é a santa, para um público ou para população negra. Então nós temos um caso interessante: que é um produto asiático com características ocidentais, mas vendida por uma população negra. Nós, como angolanos, ficamos sempre no caminho de identificação muito confuso. Nós nunca temos a nossa identidade intrínseca muito bem elaborada. Nós tanto estamos com a influência europeia, no caso portuguesa. Mas agora, que já não temos a colonização portuguesa, estamos a sofrer agora uma neo-colonização comercial, que é muito mais branda, mas que também com elementos que não são nossos. Então nós nos sentimos de alguma forma sempre apropriados na nossa própria situação social, no nosso próprio país. Ali você vê a mulher com uma goteira na casa e vem uma outra e lhe diz que com uma reza vai acabar com a goteira. E ela manda embora os responsáveis, as pessoas que realmente o poderiam modificar. Então há essa influência religiosa. Porém no filme eu escutei também falar em evangélicos. Eles também tão chegando lá ? As igrejas evangélicas têm tomado o espaço das igrejas católicas e, se calhar, os chineses não dão conta disso. Que a Igreja Católica já não os alude muito, como proposta de salvação. Já não tem os elementos cativantes que a outrora tinha. Então a própria imagem da santa passa a ser uma imagem meramente comercial. Já não tem o mesmo efeito ! E que para nós é um pouco mais difícil, porque ainda tem um outro elemento que é nós associarmos às nossas superstições. Que isso já é base da nossa cultura que nós temos o hábito de pensar que nada é por acaso. Se alguma coisa acontece, mesmo que seja um infortúnio técnico em casa, se o tecto cai é provindo de alguma força externa. O que nos obriga a procurar uma ajuda, também onírica, que se reflicta com a mesma capacidade de intervenção que o problema exige. Nós temos então a santa introduzida nesse meio de três formas. Tu tens a mãe que está a sofrer luto pela filha num trauma, num litígio com o próprio marido, e que, como conforto, acaba por ser levada a socorrer-se pela santa. Mas ela não sabe muito bem se aquilo realmente irá resultar. É só porque é o último recurso que ela vê. Do outro lado tens um rapaz, que não tem nada a ver com motivo religioso, mas que está à procura do cão. E o levam a acreditar que se calhar na Loja do Chinês tenham sido responsáveis pelo desaparecimento do cão por uma outra superstição. Que nem é superstição que é que os chineses todos comem cães. Foi a probabilidade mais fácil para ele e chega lá e decide vingar-se da forma mais rápida e fácil e foi atingir esse símbolo que é a santa vendida pelo chinês. E, temos, sim, o oportunismo do barbeiro que é o Mapele, que, este sim, acaba por aproveitar por motivos económicos a dor dos outros. E ele pega na santa do chinês e ele próprio decide fazer o seu próprio culto, e daí também lucrar um pouco. E nós ao mesmo tempo temos um prólogo,que faz um “breaking point” no filme. Para mostrar de facto em que nível de sociedade é que estamos a nível político ? Que governantes é que nós temos e como é que eles agem perante à sociedade? No filme eles quase que brincam de poder, num evento de fachada, onde o povo, o povo nem participa. O povo aparece lá como uma fotografia, uma moldura humana de forma fictícia através de roupas vazias. Que, ao mesmo ao mesmo tempo, é um símbolo, para mim, do descaso que eles têm com a própria população. Isso tudo o comerciante chinês observando de cima porque ele é que nos introduz Luanda dessa vez. Nós vemos esse banquete, mas a influência do Partido Comunista ainda é grande ? Como é que vai a democracia e a influência política chinesa e ao mesmo tempo essa comédia que foi esse banquete ? A situação política… para mim nós fizemos uma ficção, mas no filme é uma representação quase documental do que é a situação política. Ela é feita de símbolos vagos, de discursos vagos, de representações vagas: com muitas palavras e não dizem nada. Com muita grandeza, mas não há grandeza nenhuma. Então eu vejo também a Tourada, o próprio sítio onde nós ensinamos o banquete, como uma espécie de simbolismo de Luanda. Tens o lugar de grandeza, mas é inacabado. Um lugar que tentou ser alguma coisa! O que eu acho que foi a nossa proposta para o nosso país. Nós acabámos com o comunismo, e lançámo-nos para o mercado aberto. O mercado livre, com a promessa dum país rico, com muito petróleo e com a promessa de que talvez agora, sem as correntes do colonialismo, o país fosse, sim, se tornar para todos e com todos. Mas, obviamente não é o que aconteceu: os governantes enriqueceram e o povo foi ficando para trás. Mas as aparências não são o que significam. Da mesma forma que nós temos um comerciante chinês apelando pelo seu negócio, através de uma figura da santa. Eu vejo que quem se deslumbra mais pelo negócio do chinês são os próprios governantes no filme. Porque há um certo conluio. Se calhar não está bem descrito no filme, ou está muito nas entrelinhas, que é a própria elaboração no início do filme, do evento que é financiado pelo chinês. É o próprio evento da tourada. Ele é que promove aquilo. Então eles quase que entregam o país para alguém. E eles quase que festejam e divertem-se. E não têm de se preocupar, nem com a situação religiosa e nem com a situação popular, e fazem parecer que está tudo bem, mas não está.
Exibido no Festival de Roterdã e premiado em quatro categorias do Festival de Gramado, ambos em 2021, Carro Rei é um dos grandes filmes brasileiros do último ano. Com Matheus Nachtergaele no elenco, segue Uno, um garoto que se comunica com carros desde criança. Quando uma lei coloca a empresa da família do pai em perigo, Uno busca o seu melhor amigo de infância: um carro. Junto com o seu tio, transforma-o no Carro Rei - um veículo que pode falar, ouvir e até se apaixonar. Um carro que tem planos para todos. Neste episódio, Marcelo Muller conversa com os idealizadores desta empreitada: Renata Pinheiro (diretora) e Sergio Oliveira (roteirista). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/papo-de-cinema/message
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes e inesperadas. Neste 1 ano de Redação PFC comentamos sobre a nossa participação na Maratona de São Paulo; Tem também como foi a Maratona de Roterdã; Maratona de Boston acontece na segunda-feira (18/04) com grandes nomes na elite; Daniel do Nascimento vai participar da Maratona de Seul.
Temas deste episódio: Metaverso: Riscos e aliciantes do mundo novo que está aí a chegar (até aos 29min), o Dr. Fauci e a pandemia: As ameaças dos negacionistas, o “duelo” com Rand Paul (29min), o protesto dos camionistas canadianos: Razões, aproveitamentos e consequências (40min), a vitória dos LA Rams no Super Bowl: O que significou para Los Angeles? (43min), o megaprocesso do estado da Califórnia contra a Tesla (47min), Momento WTF: Ponte histórica de Roterdão vai ser desmontada para que o iate de 500M de Jeff Bezzos possa passar (52min), Explicador: O cenário estranho para as nomeações presidenciais 2024 (56min).
Entrevista com Adriano Mendes (28 1/2); os filmes portugueses em Roterdão
A Daniane teve sua primeira experiência fora do país com o intercâmbio do Ciência Sem Fronteiras na Austrália. Depois de alguns anos de experiência no Brasil, ela e o marido se mudaram pra Portugal e ela conseguiu um emprego em […]
A 1ª fazenda flutuante do mundo, em operação na Holanda Iniciativa testa novas formas de produzir alimentos em um mundo afetado pelas mudanças climáticas. Uma nova iniciativa está testando formas de produzir alimentos em um mundo afetado pelas mudanças climáticas. A fazenda flutuante atracada perto do porto de Roterdã, na Holanda, abriga 32 vacas. A embarcação tem três níveis. No porão, são cultivadas frutas para saborizar os produtos lácteos, que são processados no andar intermediário. Os animais ficam no nível superior, sob painéis solares – e seus excrementos são transformados em fertilizante natural. As vacas comem feno, restos de alimentos de restaurantes da cidade e grama cortada de campos de futebol. Máquinas ficam a cargo da alimentação, ordenha e higienização. “Estamos buscando locais que possam se adaptar à mudanças climáticas”, diz o fazendeiro Peter Van Wingerden. “Não importante o quanto chova ou quanto o mar se eleve, continuaremos a produzir alimentos essenciais e saudáveis.” Mas o verdadeiro teste da iniciativa será seu sucesso comercial. Se for bem-sucedida, poderá ser usada em outras cidades suscetíveis a inundações. Source: G1 --- Send in a voice message: https://anchor.fm/learnportugueseonline/message Support this podcast: https://anchor.fm/learnportugueseonline/support