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Carlos Lopes

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Invité Afrique
Carlos Lopes: «La bataille de la BAD se passe beaucoup autour des négociations de dernière minute»

Invité Afrique

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 15:36


La bataille pour la présidence de la BAD est lancée. Dans un mois pile, le 29 mai, au siège de la Banque africaine de Développement, à Abidjan, le nouveau président de la BAD sera élu par les représentants des 81 pays membres de l'institution, parmi lesquels 54 pays africains. Qui va succéder au Nigérian Akinwumi Adesina pour les cinq ans à venir ? Cinq candidats sont en lice, une femme et quatre hommes. L'économiste bissau-guinéen Carlos Lopes a été le secrétaire exécutif de la Commission économique de l'ONU pour l'Afrique. Aujourd'hui, il enseigne à l'université du Cap. Il répond aux questions de Christophe Boisbouvier. À lire aussiBAD: qui sont les cinq candidats en lice pour la présidence ?À lire aussiAu Maroc, le patron de la BAD Akinwumi Adesina défend sa méthode auprès des investisseurs

Conversas do Fim do Mundo Podcast
Carlos Lopes, o voador

Conversas do Fim do Mundo Podcast

Play Episode Listen Later Apr 19, 2025 42:30


Carlos Lopes dedica-se ao parapente há 15 anos e já bateu vários recordes. Os voos de parapente são a principal razão das suas viagens.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
"Taxas põem em causa o sistema actual de comércio"

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 9:17


Donald Trump anunciou esta quarta-feira novas taxas aduaneiras, que vão ser aplicadas a um vasto conjunto de países. O Presidente norte-americano anunciou igualmente taxas alfandegárias para vários Estados africanos como é o caso de taxas de 31% para a África do Sul ou 32% para Angola, entre outros. Para o economista Carlos Lopes, “a grande surpresa é que estas taxas são uma espécie de guerra comercial para o conjunto do mundo”, “que acabam por pôr em causa o sistema actual de comércio”.  Donald Trump anunciou esta quarta-feira à noite novas taxas aduaneiras, que vão ser aplicadas a um vasto conjunto de países. A China está no topo da lista, cujos produtos terão uma taxa de 34%, um valor que se acrescenta à taxa de 20% já aplicada, o que coloca os produtos chineses na barreira dos 54%. A União Europeia será alvo de uma taxa de 20%, o Reino Unido terá uma taxa de 10% e o Japão de 24%.O continente africano não fica de fora deste “dia da libertação”, o Presidente norte-americano anunciou igualmente taxas alfandegárias para vários Estados africanos como é o caso de taxas de 31% para a África do Sul ou 32% para Angola, entre outros.Para o economista Carlos Lopes, “a grande surpresa é que estas taxas são uma espécie de guerra comercial para o conjunto do mundo”, “que acabam por pôr em causa o sistema actual do comércio”. O docente na Universidade do Cabo, África do Sul, acrescenta que os Estados Unidos vão sofrer “grandes repercussões” com estas medidas que “não tem nada a ver com a economia actual, globalizada e integrada”, reflectindo decisões “mais de fundo ideológico do que de fundo racional”.RFI: Quais são as consequências destas taxas para o continente africano?Carlos Lopes, economista: A grande surpresa é que estas taxas são uma espécie de guerra comercial para o conjunto do mundo. Se fosse em relação a determinado número de países ou uma região em específico, seria uma conjuntura um bocado diferente.O que as taxas acabam por pôr em causa é o sistema actual do comércio, porque os Estados Unidos tiveram uma influência muito grande na criação, primeiro no acordo que precede a Organização Mundial do Comércio, que é o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e, segundo, durante a vigência da OMC, foi o país que mais colaborou para uma globalização através do comércio. Portanto, a partir do momento em que aplica estas taxas a todos os países do mundo, perde um pouco não só a sua liderança, mas também mostra que vai ter uma certa hostilidade em relação ao sistema que ele próprio criou.Mas estamos aqui no início de uma nova ordem mundial do comércio?Sem dúvida, mas é preciso também aceitar que algumas linhas de contestação do comércio, tal como ele vinha sendo desenvolvido, já estavam em curso. Isto não é um apanágio apenas dos Estados Unidos. A Europa também introduziu medidas unilaterais, invocando razões climáticas. Outros países também utilizaram formas de proteccionismo durante a pandemia. Ou seja, nós temos vindo a assistir a uma espécie de erosão das regras do comércio, tal como elas foram estabelecidas nos últimos 20 anos.O que nós vemos agora é apenas uma aceleração do que era já uma tendência, uma tendência de contestação das regras do comércio. Fez-se em nome de um comércio que fosse mais seguro e mais amigo do clima, mas na realidade já eram medidas proteccionistas que agora perdem um pouco a sua capa e a sua manipulação em termos de argumentos políticos e passam a ser aquilo que todos vêem, que é uma espécie de hostilidade comercial baseada na reciprocidade. Aliás, um conceito que, no caso dos Estados Unidos, tem uma interpretação muito peculiar, porque não é uma reciprocidade em termos de tarifas - embora sejam as tarifas o que é invocado - é uma reciprocidade em termos de balança comercial. Ou seja, um país que tem mais exportações para os Estados Unidos do que importações será punido. Isto é uma coisa absurda. Leva que o país que tem mais tarifas, a taxa mais elevada, seja um país com o Lesoto, um pobre Lesoto que não custa mais do que uma pinga no comércio dos Estados Unidos.Porquê estes países? Há países com economias bastante modestas…Por um lado, é acabar com o acordo especial AGOA [African Growth and Opportunity Act], que era um acordo para dar preferências de importação aos países africanos sem taxação.Eu sempre disse que este acordo não ia ter muitas pernas para andar, porque os investidores normalmente querem previsibilidade, ou seja, querem saber exactamente que as regras se aplicam de uma forma acordada legalmente. E isto não era bem um acordo, era um anúncio de concessões unilaterais por parte dos Estados Unidos, em princípio, para poder favorecer o desenvolvimento dos países mais vulneráveis da África.Na realidade, sendo unilateral, pode ser cessado a qualquer altura e é isso que acaba por acontecer agora, porque com essas tarifas que foram anunciadas, tudo o que diz o AGOA deixa de ter efeito.Na prática, como é que estas taxas se traduzem? Ou seja, quais são os produtos mais afectados e como é que os países africanos ou os africanos vão sentir na carteira estas taxas?Na realidade, há poucos países que exportam para os Estados Unidos através do AGOA e que vão ser punidos de uma forma mais directa por estas taxações. Um deles, seguramente, é a África do Sul. É o país que mais exporta em África para os Estados Unidos.Mas, é interessante ver, por exemplo, que, no caso da África do Sul, as exportações mais importantes são viaturas, nomeadamente Mercedes e BMW's. Por isso é que as taxas que são aplicadas aos veículos, em toda a franja de importadores dos Estados Unidos, acabam também por afectar a África do Sul. A África do Sul também exporta aço e exporta muitos produtos agrícolas, nomeadamente cítricos.Em todas estas áreas, quando se reúne o conjunto das exportações, elas representam cerca de 9% das exportações da África do Sul. Claro que é um número importante em matéria comercial, mas não é um número que assuste ou para que a África do Sul deixe de ser um país com capacidade de poder superar esta crise.No caso de países como o Lesoto, Quénia, Gana, alguns países da África do Norte, ou Madagáscar, que exportavam produtos bastante específicos, seja através de commodities soft, como café ou o chá, ou então têxteis - caso do Lesoto e de Madagáscar - as repercussões são muito mais fortes do que na África do Sul, porque uma boa parte dos investimentos que tinham sido feitos por certos investidores era visando o mercado americano. Agora, fica tudo de sobressalto, porque encontrar mercados alternativos demora tempo. Não é impossível, mas demora tempo. Portanto, vão passar por um período muito difícil.Como é que África pode responder a estas taxas? Por exemplo, o Presidente sul-africano falou num novo acordo de comércio bilateral. O que é que se pode esperar, novos acordos bilaterais?No caso concreto da África do Sul, uma boa parte do comércio que é originário dos Estados Unidos em direcção à África do Sul, não é um comércio de produtos propriamente ditos, é de serviços. Portanto, um acordo comercial vai obrigar na mesa das negociações a ver qual é o peso dos serviços e como se pode punir esses serviços. Por exemplo, a actuação das grandes empresas de tecnologia é na área dos serviços e, portanto, pode trazer grandes dificuldades aos Estados Unidos, se o conjunto dos países que beneficiam desse tipo de intervenção vier, eventualmente, a retaliar. Não de uma forma directa - taxação - mas através do impedimento regulatório da actuação de algumas destas empresas de alta tecnologia e outras empresas fornecedoras de serviços.Esta decisão de Washington também tem consequências internas. Pode significar um aumento da inflação, o abrandamento do crescimento económico e levar à ruptura das cadeias de abastecimento globais. Portanto, não é uma decisão sem consequências internas?Eu acho que vai haver grandes repercussões nos Estados Unidos. Vai haver seguramente uma inflação muito mais acelerada, uma recessão económica e, sobretudo, vamos entrar num período em que pode haver uma desvalorização do dólar, que é um dos objectivos indirectos destas medidas.Através da desvalorização do dólar, há a ideia de que as exportações dos Estados Unidos vão ser mais atractivas, porque, hoje em dia, são muito caras e é por isso que os Estados Unidos “não exportam tanto”. Eu acho que é uma falsa premissa, porque a maior parte das exportações dos Estados Unidos, são na área dos serviços e da energia.Em relação à matéria alimentar, por exemplo, a concorrência dos Estados Unidos em relação a outros grandes produtores de alimentos, como é o caso do Brasil, Argentina e também da África do Sul, não chega a ser uma concorrência, porque uma boa parte dessa produção nos Estados Unidos era já altamente subsidiada. Portanto, mesmo que haja um incentivo do dólar a custar menos, se se retira os subsídios, vai haver muitas dificuldades por parte dessas empresas de continuarem a ser competitivas internacionalmente.Para um economista, estas medidas tarifárias são de uma era dos anos 30. Não tem nada a ver com a economia actual, globalizada e integrada. As cadeias de valor que estão super integradas a nível mundial e a lógica que prevalecia até agora, era a lógica de que se produz qualquer produto no sítio onde é mais barato no mundo. Portanto, era já uma competitividade internacional. Esta ideia de que o proteccionismo vai escudar os Estados Unidos desse tipo de desenvolvimento parece-me inverosímil.Nós estamos perante uma ideia que parece ser mais de fundo ideológico do que de fundo racional.

Breakfast with Refilwe Moloto
How a renewed African Union can play a major role globally

Breakfast with Refilwe Moloto

Play Episode Listen Later Mar 4, 2025 9:07


Lester Kiewit speaks to Carlos Lopes, professor at the Nelson Mandela School of Public Governance at UCT, and a former executive secretary of the UN Economic Commission for Africa. They discuss the ways in which the African Union can reform and unite, to play a leading role globally.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
Cimeira do G20: "Estamos a caminhar para um desmantelamento da ordem liberal"

Convidado

Play Episode Listen Later Feb 21, 2025 12:57


Esta sexta-feira marca o segundo e último dia da cimeira dos chefes da diplomacia do G20 em Joanesburgo, no âmbito daquela que é a primeira presidência do bloco a ser assegurada pela África do Sul.  Neste encontro, não compareceu o secretário de Estado americano Marco Rubio cujo país pretende sublinhar a sua rejeição da lei sul-africana autorizando a expropriação de terras de Afrikaners, os Estados Unidos querendo também de certa forma "sancionar" Pretória pelo seu apoio à causa palestiniana face a Israel, grande aliado de Washington.Nesta cimeira cuja agenda oficial também previa discussões em torno do clima e de uma maior integração no bloco do G20, também se abordou a situação da Ucrânia. Ao anunciar ter convidado o seu homólogo ucraniano para efectuar muito em breve uma visita à África do Sul, o Presidente Cyril Ramaphosa, defendeu nesta cimeira um processo de paz "que inclua todas as partes", inflectindo ligeiramente a sua política em relação à Rússia, seu tradicional parceiro. Por sua vez, a China, também presente na cimeira, disse que as discussões directas mantidas recentemente entre Moscovo e Washington sobre a Ucrânia, mas na ausência das suas autoridades, representam "uma janela para a paz".Assuntos sobre os quais reflectimos com o economista guineense Carlos Lopes, antigo secretário executivo da Comissão Económica para África e professor na Universidade do Cabo, que começa por evocar a mensagem enviada pelos Estados Unidos ao não comparecer em alto nível na cimeira de Joanesburgo.RFI: Qual era a mensagem dos Estados Unidos ao não participar nesta cimeira do G20?Carlos Lopes: Eu acho que a mensagem é de facto, mais do que a África do Sul, eu acho que os Estados Unidos estão a demonstrar uma grande hesitação em relação ao multilateralismo em geral e, portanto o G20, faz parte de uma dinâmica de contestação de tudo o que seja negociação multilateral. E os Estados Unidos estão, de facto, a demonstrar que o G20 não vai ter a importância que tinha. Há uma erosão da força do G20 que vem até do facto de ter sido vítima um pouco do seu sucesso. Era uma estrutura mais ou menos adormecida em 2008, 2009. Houve a crise financeira internacional que obrigou a que se saísse do quadro do G8 na altura, para se poder responder às dificuldades da economia mundial. Isso acabou por dar grande força ao G20. Mas, depois disso, vítima justamente desse sucesso, multiplicaram-se os apelos para que o G20 interviesse em tudo quanto é coisa. Neste momento, é um conglomerado de reuniões, cerca de 300 por ano, que cada presidência tem que organizar, quase uma por dia. E, portanto, acaba por ser uma perda de foco. E essa perda de foco levou também a uma perda de importância. E agora, com estas decisões por parte da administração Trump, está-se a ver que talvez esteja a chegar ao fim de um ciclo. RFI: Independentemente da posição americana, o que está a dizer, no fundo, é que o G20, com essas reuniões todas, acaba por ter menos impacto nas decisões mundiais. Carlos Lopes: Exacto. E vê-se que, por não ter sido capaz de resolver os grandes problemas da macroeconomia mundial, por exemplo, não houve concertação em relação à resposta pós-pandemia. Os problemas de inflação foram perturbados por falta de capacidade de coordenação macroeconómica mundial. A regulação sobre questões fiscais está neste momento muito tensa. Há um desmantelamento do regime comercial que foi construído à volta da OMC. E, portanto, o G20, em cada uma destas áreas, que são áreas da economia para o qual o seu foco devia ser o mais importante, não está a ter a intervenção que tinha antes e, portanto, acaba por falar de tudo quanto é coisa, mas não daquilo que era, digamos, o seu objectivo principal. RFI: No fundo, o G20, como várias outras entidades formais ou informais a nível internacional, não estará também a ser uma "vítima colateral" da agenda de Trump? Estou a referir-me, por exemplo, ao caso das Nações Unidas, que é o mais flagrante. Carlos Lopes: Sem dúvida. Eu acho que nós estamos a caminhar para um desmantelamento da ordem liberal que vigorou durante bastante tempo e que serviu de base à construção do que é a arquitectura do sistema multilateral e, portanto, a administração Trump neste momento, está a dar demonstrações muito claras de que não quer continuar com essa ordem e, portanto, não sabemos muito bem o que vai emergir. Mas o que é facto é de que, digamos, a pauperização do sistema em termos financeiros vai ser ainda maior e, portanto, a influência destas diferentes agências do sistema internacional e, sobretudo, o papel do Banco Mundial e do FMI vão estar no centro das atenções da administração Trump. Não me admirava nada que nós chegássemos a uma situação de paralisia sobre uma série de programas e uma série de iniciativas que faziam parte do programa ou das intenções de reforma das instituições de Bretton Woods. RFI: O que estamos a observar, por exemplo, é a paralisação da ajuda directa dos Estados Unidos. Estou a pensar nomeadamente na USAID, mas também na ajuda indirecta dada através das instituições da ONU. Isto, no fundo, não será uma espécie de arma de arremesso para fazer com que os parceiros dos Estados Unidos acabem por ceder perante as suas exigências? Carlos Lopes: Eu acho que não funciona. Acho que, antes pelo contrário, a ajuda internacional, ela é sobretudo importante para África, porque nas outras regiões perdeu força. E na África ela foi também descendo em termos de importância, porque nós passamos para um patamar em que representava quase 3 a 4% do PIB africano para, neste momento, cerca de 1%. Portanto, isto são indicações de que a ajuda não tem o peso que tinha antes. Mas mais importante do que isso, temos uma série de novos actores que são agora responsáveis pela principal plataforma de investimentos do continente. Por exemplo, a China é o principal investidor em termos de volume, mas ultimamente foi ultrapassado até por países do Golfo. Nós temos ainda os países europeus que têm a maioria do stock de investimentos, mas não os novos investimentos. Enfim, todas as indicações são de que a ajuda ao desenvolvimento tem perdido também força. O que os Estados Unidos decidiram com praticamente a abolição do seu programa de ajuda ao desenvolvimento tem implicações muito grandes no sistema multilateral, porque a ajuda bilateral vai afectar sobretudo a área da saúde, que era onde estava a grande concentração da ajuda. Portanto, a saída da OMS é uma indicação de que não se vai mais aceitar o que era, digamos, o consenso mundial sobre as questões de saúde. E nós sabemos quais são as posições do secretário de Saúde que acaba de ser nomeado, Robert Kennedy, que é muito céptico sobre a regulação em matéria de saúde, incluindo vacinas. E nós depois temos, digamos, o impacto da saída dos Estados Unidos em termos financeiros das várias agências da ONU. Mas, como eu dizia antes, também a possibilidade de não contribuir para o reforço que foi aprovado há pouco tempo da "arma constitucional" do Banco Mundial. E se isso vier a acontecer -e eu acho que vai acontecer- ou seja, não fazer a contribuição que estava prevista, nós temos um "efeito ricochete", que é do custo de capital para os países africanos ser muito mais elevado por causa do aumento do risco. E, portanto, as consequências acabam por ser importantes, mais do ponto de vista colateral do que do ponto de vista da ajuda directa que era fornecida até agora. RFI: Entretanto, no âmbito desta cimeira, também se falou muito da Ucrânia. Apesar da sua proximidade com Moscovo, a África do Sul defendeu uma solução negociada que "inclua a Ucrânia". A China, por sua vez, considerou que se abriu "uma janela" para negociações, referindo-se ao diálogo directo entre os Estados Unidos e a Rússia. Como é que se podem interpretar estes dois sinais? Carlos Lopes: São sinais de que os países dos BRICS não têm um entendimento comum sobre a geopolítica internacional. Têm interesses comuns, mas também têm diferenças. E, portanto, quando acontecem estas oportunidades de poder mostrar essas diferenças, é importante para assinalar uma certa independência. E penso que foi isso que fez a África do Sul e é isso que faz a China, para não parecer que está todo o mundo no seio dos BRICS, num alinhamento perfeito, o que não é o caso. RFI: Como é que fica a agenda da África do Sul nesta cimeira? Também havia na ementa a questão climática e também uma maior integração no grupo do G20. Carlos Lopes: É evidente que a África do Sul estava a contar com esta presidência, primeiro para pôr a voz da África muito mais vibrante, porque é a primeira ocasião de participação completa integral da União Africana, que foi admitida o ano passado do ponto de vista formal. Segundo, porque queria que as questões que são particularmente prementes para o continente estivessem, digamos, no topo das preocupações mundiais. E daí, portanto, o slogan de ser uma cimeira que deve se concentrar sobre a solidariedade, a igualdade e a sustentabilidade. Era o slogan que a África do Sul escolheu. E atrás desse slogan, as prioridades são de tentar conseguir uma resiliência do ponto de vista da resposta aos desastres climáticos, de conseguir que os minerais críticos sejam objecto de uma "approach" que põe os países africanos no centro também da transformação da cadeia de valor. Ou seja, não mais fazer a exportação de matérias-primas sem transformação local e, portanto, as outras questões que têm a ver também com, digamos, a taxação. As questões da igualdade têm a ver um pouco com a taxação, que foi um tema introduzido pela presidência brasileira quando se deu esta. E eu acho que vai haver linguagem no comunicado final, que vai seguramente nesta direcção, ou seja, dar importância às questões do clima, dar importância às questões da estruturação de uma resposta ao problema da desigualdade e de aumentar a solidariedade que é, digamos, uma linguagem codificada para dar mais atenção a África. Mas eu penso que não vai haver consensos. Normalmente os comunicados são adoptados por consenso. Não sabemos muito bem qual vai ser a reacção dos Estados Unidos porque eles têm dificuldades com este tipo de linguagem e, portanto, é muito provável que haja uma aprovação com uma qualificação de voto, como se faz muitas vezes, onde o aquilo que não está de acordo deixa passar, mas depois faz uma qualificação, fica registado de que não está de acordo. RFI: Mais atenção a África também significa mais atenção aos conflitos que estão neste momento a decorrer em África. Estou a pensar no Sudão, estou a pensar também na RDC, sobre os quais o mundo permanece mudo. Carlos Lopes: Pois, porque nós temos agora uma diminuição muito grande dos meios de intervenção e temos, digamos, uma espécie de abertura para que a lei do mais forte impere. Porque é isto que as relações internacionais nos estão a demonstrar por parte dos países mais poderosos. E, portanto, acaba por ser uma contestação da ordem tradicional. Não há muitas possibilidades de chegar a acordos no seio do Conselho de Segurança e, portanto, as indicações que vêm do Conselho de Segurança das Nações Unidas é de que há divisão. Portanto, quando há divisão, as partes em conflito aproveitam-se dessa divisão para poderem fazer imperar a sua própria interpretação do conflito. E, portanto, nós estamos provavelmente no princípio de uma curva de deterioração das questões de segurança, porque as doutrinas de manutenção da paz estão completamente ultrapassadas com os desenvolvimentos actuais e as novas tecnologias, porque os protagonistas dos vários cenários políticos se sentem um pouco mais à vontade para poder fazer imperar a força. E também porque há um desinteresse e um desengajamento em relação aos conflitos que se consideram serem mais marginais e que não perturbam, digamos, os interesses principais dos grandes países. Então, alguns dos países africanos que estão em conflito não têm muita importância para os grandes e, portanto, acaba por se deixar um pouco acontecer o que tiver que acontecer.

Canaltech Podcast
DeepSeek-R1: a IA chinesa que abalou o mercado e desafia o Vale do Silício

Canaltech Podcast

Play Episode Listen Later Jan 30, 2025 16:58


No episódio de hoje, vamos falar sobre a mais recente reviravolta no mundo da inteligência artificial: o lançamento do DeepSeek-R1, um modelo open source desenvolvido por uma startup chinesa que está desafiando as gigantes americanas do setor. Em poucos dias, a DeepSeek não só conquistou o topo dos aplicativos mais baixados, superando o ChatGPT, como também provocou um verdadeiro abalo no mercado de tecnologia, com a Nvidia e outras empresas vendo bilhões evaporarem em valor de mercado. Para falar sobre esse assunto eu recebo hoje aqui no Podcast Canaltech o Carlos Lopes, diretor de Tecnologia da agência Monks. E mais: DeepSeek treina IA com dados de usuários? Entenda a política de privacidade; PlayStation pode abandonar exclusividade de seus jogos, diz CEO da Moon Studios; YouTube exibe anúncios que duram horas sem opção de pular, reclamam usuários; Venda de jogos físicos cai em mais de 50% nos Estados Unidos em 4 anos; Trump ameaça taxar chips feitos em Taiwan em até 100%; saiba consequências. Receba notícias do Canaltech no WhatsApp Entre nas redes sociais do Canaltech buscando por @Canaltech nelas todas Entre em contato pelo nosso e-mail: podcast@canaltech.com.br Entre no Canaltech Ofertas Acesse a newsletter do Canaltech Este episódio foi roteirizado e apresentado por Gustavo Minari. O programa também contou com reportagens de Wendel Martins, Diego Corumba e André Lourenti Magalhães. Edição por Samuel Oliveira. A trilha sonora é uma criação de Guilherme Zomer e a capa deste programa é feita por Erick Teixeira.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
COP29: "África não pode ser responsável pelos problemas que outros criaram e não querem resolver"

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 11, 2024 17:20


Arrancou esta segunda-feira, 11 de Novembro, a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A COP 29 decorre este ano em Baku, Azerbaijão. Carlos Lopes, professor na Universidade do Cabo, sublinha a necessidade de se repensar o financiamento climático e defende que os países africanos não deveriam ter de pedir dinheiro emprestado para resolver os problemas climáticos que não causaram. Arrancou esta segunda-feira, 11 de Novembro, a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A COP 29 decorre este ano em Baku, Azerbaijão. Já conhecida como a conferência dos financiamentos, em Baku, espera-se que as partes - mais de 200 países divididos em grupos - acordem um novo montante para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem e a atenuarem os efeitos das mudanças climáticas. A cimeira inicia-se duas semanas após a publicação de um relatório da Organização Meteorológica Mundial, que indica que os níveis dos três principais gases com efeito de estufa (GEE) que contribuem para o aquecimento global do planeta - dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - voltaram a aumentar em 2023.África é responsável por apenas 4% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas grande parte do financiamento que recebe para transição energética, adaptação e mitigação acontece sob a forma de empréstimos, agravando a dívida dos países. Carlos Lopes, economista, professor na Universidade do Cabo, África do Sul, sublinha a necessidade de se repensar o financiamento climático e defende que os países africanos não deveriam ter de pedir dinheiro emprestado para resolver os problemas climáticos que não causaram.O actual momento político de “grandes convulsões”, aliado a um anfitrião da COP29 - Azerbaijão - apenas preocupado em assegurar o bom funcionamento logístico do encontro, faz prever o ‘chutar a bola' para a COP 30. A verificar-se uma não conclusão deste imbróglio do financiamento climático, Carlos Lopes, que preside o Conselho da Fundação Africana para o Clima, alerta que no próximo ano, no Brasil “a situação vai ser ainda mais complicada”.RFI: O que é que a África pode esperar desta COP 29? Carlos Lopes: Temos grandes esperanças de que os posicionamentos da África possam demonstrar que temos uma crise de financiamento climático que precisa de ser resolvida a um outro nível que as promessas que são feitas COP após COP. Na realidade, depois da COP 28 [Dezembro 2023] há um determinado número de promessas que foram feitas pelos Emirados Árabes Unidos e por outros países intermédios, que não tinham obrigações no Acordo de Paris de contribuir para essas soluções climáticas nos países menos desenvolvidos, que foram cumpridas. Mas, as promessas feitas pelos países que tinham essas obrigações, os países desenvolvidos, nomeadamente membros da OCDE, não se cumpriram e continua a ser um acumular de déficits vários de promessas não cumpridas. Isto leva a que exista, neste momento, uma situação de tal desconfiança em relação ao sistema multilateral, que seguramente não vai poder ser resolvida em Baku, até porque o Azerbaijão decidiu posicionar-se mais como um hóspede da COP do que um actor para tentar levar a uma conclusão deste imbróglio do financiamento climático. Em relação ao financiamento, levantam-se várias questões: que tipo de financiamento? Empréstimos? Doações? Investimentos privados? Há falta de clareza. Além da vontade da redefinição dos países doadores e dos beneficiários, os países ditos desenvolvidos querem vincular novos poluidores, como a China, a Rússia, Arábia Saudita ou a Índia, entre outros. E esses países, apesar de já contribuírem, não querem essa vinculação.O Acordo de Paris é bastante claro nestas matérias, mas tem havido tentativas de reinterpretação do Acordo de Paris que são rechaçadas pelos países em desenvolvimento. Por exemplo, no que diz respeito às promessas de financiamento e os tais 100 bilhões de dólares de contribuições anuais para a questão climática, segundo a OCDE, teriam já sido atingidos a partir do ano passado, depois de vários anos de déficit em relação a essa promessa. Acontece que esses 100 bilhões têm que ser contabilizados como ajuda ao desenvolvimento. Quando incluem na estatística os empréstimos em taxas comerciais para vários países, como fazendo parte dos 100 bilhões, estamos a confundir ‘alhos com bugalhos' e, portanto, estamos muito longe dos 100 bilhões em termos de ajuda ao desenvolvimento. O que existe são 100 bilhões, segundo as estatísticas que nos foram apresentadas, de contribuições para as questões climáticas. Mas é muito diferente do que diz o Acordo de Paris. Idem em relação às responsabilidades de emissões, porque existem as responsabilidades de emissões históricas - que têm a ver com o acumular que levou à crise que vivemos. Confundir isso com o estado de desenvolvimento de certos países que começaram a emitir há muito pouco tempo a taxas elevadas, não é a mesma coisa que o princípio estabelecido, mesmo antes da Conferência de Paris, de responsabilidades partilhadas, mas diferentes. Diferentes, porque se aceita que existe uma responsabilidade histórica que não é a mesma para todos os países. Se queremos agora actualizar essa interpretação, temos que fazê-lo também em termos políticos. O mundo não mudou só em matéria climática e de emissões, mudou em todos os sentidos e, se continua a haver por parte das Nações Unidas no Conselho de Segurança, por parte das instituições de Bretton Woods, o sistema de votação, um sistema de poder que não condiz com a realidade actual, não é só em matéria de emissões que se deve fazer a actualização. Portanto, é isto que dizem os países em desenvolvimento: ou se faz uma reviravolta completa na forma como nós concedemos a assimetria de poder dentro do sistema multilateral ou não se pode estar a actualizar só em relação às emissões, porque não se quer pagar o custo das promessas que foram feitas em Paris. A questão do financiamento foi precisamente o que fez com que a COP 16 da biodiversidade terminasse sem acordo. As baterias viram-se agora para a Baku, provavelmente vai sair-se da COP 29 também sem acordo, precisamente por causa da falta de consensos no financiamento entre Norte e Sul. Sim, porque estamos num momento geopolítico de grandes convulsões. Se olharmos, por exemplo, para o grupo do G7: as posições de um país com a importância dos Estados Unidos; se olharmos para a França, está com um Governo que está ainda para ser confirmado pelo Congresso; o Japão está numa situação idêntica à da França; a Alemanha está no seu pior momento económico e com grandes repercussões na sua indústria automobilística, que é a que emprega mais gente por causa, justamente, da reconversão energética que implica a mobilidade verde. Temos aqui um conjunto de países do G7 e podemos até incluir os outros que não mencionei, que estão numa situação um pouco melhor do ponto de vista político, mas também difícil do ponto de vista económico, que não é muito convidativa para fazer grandes saltos em matéria de clima. Por isso é que vemos que a União Europeia está a reduzir um pouco a sua ambição, o plano verde da Grã-Bretanha também diminuiu consideravelmente a ambição com este novo governo e por aí vamos… Portanto, não se pode exigir que, no momento em que há uma retracção dos países mais ricos, que sejam os países mais pobres a fazer mais esforço. Quer dizer, se eles cumprissem o que já prometeram, seria mais fácil exigir também um maior nível de ambição por parte dos países mais vulneráveis, mas não é isso que está a acontecer. Nem há perspectivas, do ponto de vista multilateral, que isso venha a acontecer. E, portanto, nós estamos numa COP que está um pouco refém desta situação e que está com um hóspede, neste caso o Azerbaijão, que tem uma atitude muito diferente dos Emirados Árabes Unidos do ano passado. Os Emirados, no conjunto, puseram 23 bilhões de dólares, de dinheiro próprio, para tentar salvar um pouco a imagem da COP 28 e lançar uma série de iniciativas que eles mesmos financiaram. O Azerbaijão até tem essa capacidade do ponto de vista económico, mas não está de maneira nenhuma interessado nessa atitude e, portanto, vai-se comportar um pouco como o que se ocupa da logística. Portanto, se os países não estiverem de acordo, não vão assumir a responsabilidade. Acontece que toda a gente vai depois ‘chutar a bola' para a COP 30 e para o Brasil e, aí, a situação vai ser ainda mais complicada, porque nós vamos ter esta crise de confiança multiplicada com a impossibilidade, em 2025, de poder alterar significativamente a rota de colisão que se vai estabelecer por razões várias entre os países mais poderosos do planeta.O problema das alterações climáticas continua a ser empurrado, mas as consequências não são empurradas e existem. O ano passado foi o ano mais quente desde que há registo. Este ano vamos pelo mesmo caminho. Os efeitos agressivos das alterações climáticas sentem-se a cada dia. África é o primeiro continente a senti-lo. Mas também é quem menos contribui para o aquecimento global do planeta. Portanto, a África vai ter que tomar aqui uma posição nesta COP provavelmente mais forte para tentar inverter os papéis. Esta questão da justiça climática é uma questão que preocupa muitos africanos, que estão no centro do furacão, já com consequências drásticas. As pessoas todas viram imagens do que se passou em Valência, Espanha, mas viram muito poucas imagens das 5 milhões de pessoas que foram deslocadas por causa de cheias, só na Nigéria. Temos essa situação praticamente em todo o Sahel e é apenas uma manifestação das várias que o continente tem vindo a registar, que são dramáticas e que levam a essa situação de grande desespero. Acho que os negociadores africanos têm sido bastante vocais. Mas é evidente que há uma assimetria de poder e eles não conseguem nada destas COP's e já começa a haver uma certa descrença de que as coisas vão acontecer. Os combustíveis fósseis são os responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa e automaticamente são os responsáveis pelo aquecimento global do planeta. De que forma é que os africanos devem olhar para os seus próprios combustíveis fósseis? Da seguinte maneira: nós somos os que emitimos menos e mesmo que se explore todos os recursos de combustíveis fósseis, com excepção do carvão - que é, de facto, um combustível fóssil com grande perigo por ser o mais poluente, mas também por ter uma matriz industrial poderosa, com efeitos colaterais no sítio onde é explorado e sobretudo, olhando para o gás, explorando todos esses recursos novos que estão sendo descobertos - a África aumentaria marginalmente a sua contribuição para o problema. Marginalmente. A nível mundial, somos responsáveis por cerca de 3,8% das emissões. Passaríamos, talvez, para 4% e, portanto, isto não é nada. Acontece que a maior parte dos grandes investimentos em combustíveis fósseis continuam a ser feitos pelos países ricos e mesmo os combustíveis fósseis que estão a ser explorados em África são, em grande parte, para exportação, não são para a industrialização do continente africano. Portanto, estar a exigir a África fazer mitigação, que é, no fundo, o que a sua pergunta implica, é hipócrita da parte daqueles que o pedem, porque a África tem sim necessidades de adaptação e para isso precisa de financiamentos. Se os financiamentos não vêm, é obrigada a recorrer aos recursos que lhe podem dar algum sustento.Sem acesso a liquidez, que a África está impedida de obter, sem que as promessas de ajuda ao desenvolvimento se materializem, não há outra hipótese para os africanos se não tentar rentabilizar qualquer recurso que tenham à mão, porque eles não podem ser responsáveis pelos problemas que os outros criaram e que os outros não querem resolver. Mas devem ou não os africanos esperar por financiamento externo para promoverem a sua transição energética? Ou, pelo contrário, devem ser eles próprios a taxar mais as empresas estrangeiras que estão a explorar os combustíveis fósseis em África, de forma a que consigam, pelo menos, financiar a parte da transição energética. É um pouco mais complexo. Quer dizer, nós temos uma situação em que as empresas que estão presentes em África, são empresas que têm um regime de actuação e um sistema de financiamento na cadeia de valor, que os países africanos são demasiado vulneráveis para poder contornar completamente. Podem até, de uma certa forma, aumentar a sua eficiência fiscal, podem exigir algumas coisas laterais, mas não o fundamental do negócio, que é, de facto, dominado por empresas cujo montante em capital é superior ao PIB dos países. Não estamos aqui perante uma relação equitativa. Acontece que os países que têm a possibilidade de regular esse mercado não o querem fazer porque essas empresas são suas e querem protegê-las. Portanto, temos aqui um segundo problema. Mas, posto de outra forma, é simples dizer que os africanos devem, sem nenhuma dúvida, optar pelas energias renováveis. Só que para o fazerem precisam de financiamento. Não é uma questão de ambição, é uma questão de ter pragmatismo. Portanto, se houver financiamento para as energias renováveis, passa a ser a única opção.Tem que se olhar para onde o financiamento vai. Infelizmente, o financiamento continua a ir, em grande parte, para os combustíveis fósseis. Os mercados de carbono devem voltar a ser debatidos na COP29. Há aqui uma série de dúvidas que se levantam. A disparidade dos preços dos créditos de carbono, que é desfavorável ao continente africano. Por exemplo, uma tonelada de carbono, que equivale a um crédito de carbono, tem como preço médio 10 dólares em África, 90 na Europa e 140 nos Estados Unidos. Além disso, há a falta de transparência. Depois, a perda de soberania dos Estados, que podem ceder grandes parcelas de território a empresas privadas para reabilitação de florestas e captura de carbono. Por fim, a questão essencial: os créditos de carbono servem, neste momento, para os poluidores continuarem a poluir e não para resolverem o problema das emissões. Infelizmente, essa análise é correctíssima. Nós estamos perante uma situação em que o mercado de carbono - que tem um grande potencial se for utilizado com uma approach [abordagem] universal e ética - passa a ser apenas uma desculpa e um argumento para os grandes poluidores continuarem a poluir e para os intermediários beneficiarem, como sempre fizeram, com as várias formas de extracção da África, sendo que o mercado de carbono passa a ser um pouco mais do mesmo, ou seja, são os intermediários que beneficiam e não necessariamente aqueles que podem ter o crédito inicial. Portanto, nós temos aqui uma situação que pode ser definida da seguinte forma: há países que beneficiaram do desenvolvimento económico que tivemos ao longo destes séculos, que não é de negligenciar e que permitiu a acumulação de riqueza, mas também permitiu uma grande diminuição da pobreza no mundo, etc. Mas, essa utilização dos recursos, da forma como foi feita, contraiu um enorme custo em termos de regeneração ambiental e, portanto, esse custo significa, em termos práticos, que os países que mais beneficiaram têm uma dívida de carbono e os países que não contribuíram para o problema, mas que foram extraídos de uma grande riqueza natural, têm um crédito de carbono. Como é que balançamos esta dívida em relação a este crédito? Deveria ser através de financiamento climático, através de uma resposta comum, que são as tais responsabilidades diferenciadas com objectivo comum. Se isso não for feito, vamos ter no mercado de carbono, como noutras frentes, a mesma demonstração de desigualdade. Portanto, estamos perante um dilema em que até aqui falamos de desenvolvimento e nos últimos 20, 30 anos começamos a falar de clima, como se fossem duas coisas diferentes: financiamento para o desenvolvimento e financiamento para o clima. Acontece que não existe nenhum financiamento para o clima, do ponto de vista dos países em desenvolvimento, que não seja também financiamento para o desenvolvimento, ou seja, o envelope é o mesmo. Nós estamos a mudar um pouco a linguagem. E será que esse envelope está a aumentar? Não, está a diminuir, no seu conjunto está a diminuir. Portanto, existe um discurso que é de emergência planetária e existe um comportamento que é o de passar um pouco para um 'status quo' ou até uma retracção em relação às promessas que foram feitas anteriormente. 

Resposta Pronta
Incêndio Coimbra: principais focos controlados

Resposta Pronta

Play Episode Listen Later Sep 16, 2024 2:00


Carlos Lopes, vereador da proteção civil de Coimbra, afirma que o fogo está perto da fronteira com o concelho de Vila Nova de Poiares mas que os meios aéreos estão a trabalhar para que não se propague.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Invité Afrique
Guinée-Bissau: «L'instabilité» vient de «l'influence des militaires sur le politique selon leurs intérêts», dit Carlos Lopes

Invité Afrique

Play Episode Listen Later Sep 10, 2024 6:49


Plus de deux tonnes de cocaïne saisies samedi 7 septembre dans un avion en provenance du Venezuela… La Guinée-Bissau se serait bien passée de cette actualité au moment où elle célèbre mardi 10 septembre les 50 ans de la reconnaissance de son indépendance. Pourquoi cette jeune nation connaît-elle une vie politique aussi mouvementée depuis 1974 ? Est-ce seulement à cause des cartels de la drogue ? Le Bissau-Guinéen Carlos Lopes a été le secrétaire exécutif de la Commission économique pour l'Afrique. Aujourd'hui, il enseigne à l'Université du Cap et à Sciences Po Paris. Il répond à Christophe Boisbouvier. À lire aussiCarlos Lopes: «Le désir de transformation égalitaire en Afrique s'est épuisé petit à petit»À lire aussiGuinée-Bissau: 2,6 tonnes de cocaïne saisies dans un aéronef en provenance du Venezuela 

Convidado
"Era impossível imaginar estes Jogos Olímpicos de Paris"

Convidado

Play Episode Listen Later Aug 11, 2024 14:57


Isabel Sequeiros e Bruno Pereira foram escolhidos para fazer parte dos 45.000 voluntários dos Jogos Olímpicos de Paris, que terminam este domingo, 11 de Agosto. "Vim para estes jogos a pensar que ia viver um sonho. Não sabia o que ia acontecer e isto superou tudo. Estamos a ver o processo de dentro, estamos na Aldeia Olímpica, onde convivemos com os atletas, com as delegações, todos os dias. Somos uns sortudos", partilharam os voluntários portugueses. RFI: O que é que os Jogos Olímpicos representam para vocês?Isabel: Gosto muito de desporto no geral, Atletismo, no particular, representa o máximo do desporto. Aquela coisa que acontece de quatro em quatro anos e que é muito, muito especial.Já era o caso antes destes Jogos Olímpicos de Paris?Sim, já o era antes. A minha primeira memória grande dos Jogos Olímpicos foi quando, em 1984, Carlos Lopes ganhou a medalha de ouro em Los Angeles. É um momento que eu não não esqueço nunca. Todos os anos por essa altura, falta pouquinho, recordo e isso é importante. São muito, muito especiais desde essa altura.O que é que representam estes Jogos Olímpicos?Bruno: Para mim era o número um no top dos sonhos. O que é que eu tenho que fazer nesta vida? O primeiro era assistir ou fazer qualquer coisa nos Jogos Olímpicos. É a concretização do sonho, do sonho do miúdo.Qual é que é a sua missão durante estes Jogos Olímpicos?Bruno: Sou assistente da delegação colombiana e no fundo, apresentamo-nos e estamos disponíveis para o que eles precisarem naquele dia. As tarefas são diferentes, dependemos um bocadinho daqueles que eles precisam no momento.Como é que é um dia de um voluntário, são todos diferentes?São todos diferentes. Nós temos um horário que é pré-definido, o meu é das 14h30 às 22h30. Entramos na plataforma, fazemos o check-in, apresentamo-nos à nossa delegação consoante aquilo que eles precisem. Podemos acompanhar um atleta a determinado sítio, ir buscar bagagens, preparar um quarto são tarefas muito distintas mesmo.Isabel qual é a sua missão nestes Jogos Olímpicos?Isabel: Eu tive o bombom maravilhoso de ficar com a delegação de Portugal. Aliás, sou a única portuguesa, não sei porquê que o conseguiu. O nosso objectivo é que o atleta esteja mais confortável possível. Estamos sempre a fazer coisas em prol disso, verificar se está tudo bem nos quartos, se aquilo que eles precisam em termos de nutrição, por exemplo, está em ordem e organizado. Há dias que fazemos muitas coisas porque é preciso. No início foi preciso colocar o nosso edifício bonito para receber os nossos atletas. Bruno: Como disse a Isabel, temos muito tempo livre e acabamos por também nos permitir de conhecer outras delegações, outros voluntários e acaba por ser quase uma família que se criou porque conhecemos imensa gente e acabamos por criar laços com essas pessoas.Qual é o espaço que ocupa o desporto nas vossas vidas?Isabel: Eu sou juiz de atletismo já há muitos, mas sempre gostei de desporto. Não tenho nenhuma ligação a não ser essa de ser juiz e de ser também membro da direcção da associação de Atletismo de Viana do Castelo. O Bruno é diferente.Bruno: O desporto para mim é o meu modo de vida. Sou formado em Educação Física e sou personal trainer, por isso o desporto já faz parte de mim desde a minha área de formação, mesmo antes em que também fui atleta. Por isso acho que desde que me conheço o desporto está na minha vida.E quanto aos valores que veicula?Isabel: Na minha carta de motivação apresentação que escrevi quando me candidatei, mencionei precisamente os valores olímpicos. São todos bons e acho que me representam todos eles.Bruno: O olimpismo em si representa tudo aquilo que deveria ser projectado numa sociedade perfeita. Nota-se nesta microestrutura que é a Aldeia Olímpica. O sonho é mesmo que isso seja projectado cá para fora e tem-se verificado aqui em Paris. E eu vivo cá há 12 anos e posso dizer que nunca vi a cidade com este ambiente tão eufórico. Está a ser mesmo fantástico.O desporto cria ligações e nestes Jogos Olímpicos e em Paris tem sido o caso e isso sente-se nas ruas, dentro dos complexos, na Vila Olímpica?Bruno: Sim, sim. Sente-se em todo o lado. É incrível. Como disse, estou aqui há 12 anos e nunca imaginei nos meus maiores sonhos que a coisa fosse realmente assim. Aliás, muitos parisienses saíram porque acharam ia ser um desastre nos transportes e que ia correr mal. Estamos às portas da cerimónia de encerramento e não tenho nada a dizer. Nada de negativo, sinceramente. Eu acordo com sorriso de orelha a orelha. Vou deitar me com sorriso de orelha a orelha.Isabel: Sim, eu também. Eu não vivo cá não e só venho de férias. A minha relação com Paris é sempre boa. Agora, em termos desta alegria que o Bruno falou, eu também a sinto. Também acordo a sorrir e adormeço a sorrir. Estou muito, muito feliz porque tenho amigos novos.Bruno: Mais uma das coisas que os jogos nos trouxeram foi conhecer pessoas como a Isabel de Portugal ou do Brasil ou de outro país qualquer, porque acho que mais ou menos 20% dos voluntários vêm do estrangeiro e acabamos por não só praticar línguas estrangeiras porque dá jeito,  mas também conhecer pessoas de toda a parte do mundo.Isabel há pouco dizia nos que teve que escrever uma carta, que processo foi esse?Nós fizemos uma candidatura já há muito, muito tempo, há anos e meio com muitas questões às quais nós tivemos de responder. Depois, na parte final, havia uma parte que nem sequer era obrigatória. Nós poderíamos escrever porque é que nós achávamos que devíamos ser seleccionados e aí sim, eu acho que caprichei um bocadinho e expliquei como é que eu era e todos os meus valores, os meus, meus sentimentos, a minha vontade. Porque é que eu queria tanto estar aqui e fui seleccionada. Acho que fui convincente. Era possível imaginar o que está a acontecer hoje?Bruno: Não, lá está. Eu vim para estes jogos pensando vou viver um sonho. Mas não sabia o que ia dar de dentro. Sempre assisti aos Jogos Olímpicos, desde miúdo tinha uma experiência de fora, mas não sabemos muito bem o que é que vamos esperar. Isto supera. Mas de longe porque nós também estamos a ver o processo. Estamos na Aldeia Olímpica, então convivemos com os atletas, com as delegações, todos os dias. Por isso, se calhar somos uns sortudos por estar lá.Como é viver os Jogos Olímpicos a partir dos bastidores?Somos privilegiados por causa disso. Todos os dias vemos aquilo que os atletas sentem, vemos com que sensações é que vão para as provas. Acompanhamos o staff, a própria delegação, as expetativas, às vezes frustrações, outras vezes muita alegria.Qual foi momento mais marcante até agora?Bruno: Para mim foi a cerimónia de abertura. Tivemos a sorte de fazer parte do evento. Tivemos nos barcos para acompanhar os atletas durante todo o percurso. Foi a atmosfera única, embora durante o trajecto não conseguimos acompanhar tudo o que estava a acontecer a nível de acontecimento televisivo. Mas só viver aquela atmosfera... não sei quantas vezes me belisquei para perceber que se estava mesmo ali, dentro do barco.Bruno, quer partilhar connosco uma história, um encontro com um atleta?Bruno: Sim, eu tenho uma heroína, a Simone Biles, que tem capacidades incríveis, que vão para além do que o ser humano consegue fazer. Tenho acompanhado a carreira dela desde dos primeiros jogos, quando esteve no Rio de Janeiro e sou completamente fã. Não tive a oportunidade de a cruzar na Aldeia Olímpica. Mas andei à volta do edifício várias vezes e fui espreitando, ia vendo o que é que ela punha nas redes sociais. Parecia quase um paparazzi.Isabel: Sem querer contribuir para a tua tristeza, Bruno, mas eu cruzei me com ela e, apesar de já ser a noite, e eu não consegui dizer outra coisa que não fosse 'Bonjour'.Vão continuar a ser voluntários durante os Jogos Paralímpicos? Eles querem que a energia destes Jogos Olímpicos seja a mesma e estão a fazer tudo para que isso aconteça. A nível de organização, estão a tentar pôr o patamar ao nível dos Jogos Olímpicos. O que tem acontecido é que desde o momento em que os Jogos têm sido difundidos, houve um aumento de venda de bilhetes de quatro ou cinco vezes superior. Por isso espera-se que estejam mais ou menos ao mesmo nível. Agora a dificuldade será o regresso escolar. As pessoas estão a trabalhar, vai ser um bocadinho mais difícil ao nível de público, penso eu. Mas a ideia é que seja que esteja lá em cima também.A Isabel vai a Portugal, mas volta para os Paralímpicos?Exactamente. Eu vou na próxima semana porque na minha cidade acontecem as Festas da Agonia e é algo para mim que está só um patamar um bocadinho abaixo dos Jogos Olímpicos. É uma celebração na qual gosto sempre de participar e depois venho já para uma tarefa diferente. Nos Paralímpicos vou estar na La Défense Arena nas provas de natação.Qual é o momento que levam daqui dos Jogos Olímpicos de Paris?Isabel: Difícil dizer que não foi a cerimónia de abertura por tudo aquilo que envolveu, mas depois também levo toda aquela alegria que se vive na delegação. Volto a frisar eu tive muita sorte. Eu estou com a delegação de Portugal. Há pessoas muito maravilhosas que nos tratam muito bem, que respeitam o facto, no meu caso, de ser também a primeira vez de estar aqui. Ajudam quando é preciso explicar isto ou aquilo. Levo também aquela relação boa que se estabeleceu dentro da delegação, por outro lado, sem falar do facto de ter agora amigos novos, que eu sei que vão ser amigos por muito tempo, não é, Bruno?Bruno: Era isso que eu ia falar. O que eu levo se me perguntarem qual é a memória que eu acho que vou guardar, vão ser as pessoas. Esta troca de experiências e de conhecimentos que fizemos, tanto entre voluntários como com as delegações, como com as próprias pessoas que trabalham na Aldeia Olímpica. Acho que é mesmo aquilo que eu levo com a maior recordação. A cerimónia de abertura porque foi excepcional e foi um momento que vivemos só uma vez na vida.

Pace Setters
Episódio 11 - À conversa com Samuel Barata - Parte 2: recuperação, nutrição e pressão no atletismo

Pace Setters

Play Episode Listen Later Mar 18, 2024 57:12


Na segunda parte desta magnífica conversa, começamos por falar sobre a lesão que apoquentou o Samuel no caminho para Valência. Abordamos a relação e a importância de um treinador na vida de um atleta, as estratégias de recuperação do Samuel, e as mudanças que está a fazer na sua a nutrição. Por último, falámos sobre o que mudou na pressão depois das suas últimas conquista e dos objetivos para o futuro.Sigam o Samuel Barata: https://linktr.ee/samuelbarataRecomendações - Today We Die a Little!: The Inimitable Emil Zátopek, the Greatest Olympic Runner of All Time - Livro (Richard Askwith) - https://www.goodreads.com/book/show/27409861-today-we-die-a-little- Correr - Livro (Jean Echenoz) - https://www.goodreads.com/book/show/10136449- Carlos Lopes e a Escola Portuguesa do Meio Fundo - Livro (Mário Moniz Pereira)- Glória - Podcast (RFM) - https://rfm.sapo.pt/podcast/125/gloriaAjudem-nos a crescer pelo preço de um ☕️ - https://www.buymeacoffee.com/pacesettersSegue-nos nas redes sociais e Youtube!Vítor Oliveira - Aquele Que Gosta de Correr- IG: https://www.instagram.com/aquelequegostadecorrer/- Facebook: https://www.facebook.com/aquelequegostadecorrer- YouTube: @AqueleQueGostaDeCorrer- Blog: https://www.aquelequegostadecorrer.com/Luís Machado - Quero, Posso e Corro- IG: https://www.instagram.com/queropossoecorro/- Blog: https://queropossoecorro.com/

Convidado
Crises político-financeiras vão impor-se na cimeira da UA

Convidado

Play Episode Listen Later Feb 14, 2024 8:08


Arrancam nesta quarta-feira, 14 de Fevereiro, em Addis Abeba, na Etiópia, os trabalhos preparatórios para a 37ª cimeira de chefes de Estado e Governo da União Africana, a ter lugar neste fim-de-semana. Este ano o tema da cimeira é subordinado à Educação de uma África adaptada ao século XXI, todavia as crises políticas que se vivem no continente deverão impor-se na agenda dos líderes africanos, reconhece o economista guineense e professor na universidade da cidade do Cabo, Carlos Lopes.   RFI: Que assuntos vão marcar esta cimeira da União Africana?Carlos Lopes, economista guineense: Esta cimeira vai debruçar-se muito sobre as relações de África com as várias regiões em conflito no mundo, a entrada da União Africana para o G20 - as prioridades.Vamos ter, seguramente, uma grande discussão sobre as implicações da falta de fundos para o sistema de Paz e Segurança da União Africana que está pauperizada - parte dessa ajuda vinha da União Europeia que agora tem outras prioridades e encaminha esses fundos para a paz na Ucrânia - e o desmantelamento de instituições perenes. Como é o caso da Força de Intervenção na Somália e também do G5 Sahel que acabam por ter impactos geopolíticos.À porta fechada, a parte mais importante, será discutida a saída de três países, Mali, Burkina Faso e Níger, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e as implicações que tem esta saída daquela que era vista como a organização regional mais consistente, neste momento parece a mais fraca.Há ainda a declaração do presidente da Comissão da UA, Moussa Fakhi, uma declaração, a meu ver, bastante importante porque põe o dedo na ferida, mostrando que está preocupado. Essa preocupação é uma forma de reflectir que vivemos cada vez mais no continente, para além dos golpes de Estado assumidos, reversões democráticas que são feitas através de mecanismos civis, como por exemplo os tribunais, etc.Temos agora, não só, um problema de integridade relacionado com os processos eleitorais, mas também temos um problema de integridade no problema da justiça, cada vez mais utilizado para mudanças constitucionais.Pode dizer-se que há um sentimento de desconfiança com as organizações regionais?Sim. Temos o princípio da subsidiariedade, um princípio político que tem raízes fortes no pensamento ocidental e que acabou por ser adoptado pelas Nações Unidas que delega -à organização mais próxima do teatro dos conflitos - a responsabilidade primeira. Aí temos uma situação em que, cada vez mais, os vizinhos do país em conflito estão, de facto, implicados no próprio conflito.Então, este princípio da subsidiariedade acaba por ser uma fonte de conflito e tensão. É o que se está a passar agora com a CEDEAO. Temos uma série de indicações que foram completamente manipuladas pelos países vizinhos daquele que estava em conflito por razões de interesse próprio, acabando por retirar uma consistência à CEDEAO.A postura da CEDEAO em relação à Guiné-Bissau e ao Senegal, por exemplo...Exacto, temos aí um bom exemplo. Mas temos agora o mesmo tipo de problema, transitando para outras realidades fora da CEDEAO que é caso de tratar a mudança constitucional no Chade de uma forma diferente da que trataríamos, por exemplo, a mudança no Níger. Temos essa situação que está a proliferar a dificuldade de consistência e essa dificuldade de consistência é um factor de instabilidade no conjunto do continente. Na região dos Grandes Lagos temos também muitos exemplos do mesmo tipo.A Mauritânia cedeu e é oficialmente candidata à presidência da União Africana, uma vez que o presidente deve ser originário da África do Norte. Como se explica esta demora, quando o nome devia ser anunciado, segundo os estatutos da UA, um ano antes?  Estamos a ter cada vez mais dificuldade em respeitar o princípio que foi recomendado na comissão de reforma da União Africana, do qual eu fiz parte, e que acabou por ser seguido durante algum tempo: o país sucessor na presidência com um ano de antecedência, não em cima do momento. Que era para poder permitir uma Troika entre o país que sai e aquele que entra. Isto já aconteceu com o Presidente das Comores, Azali Assoumani, que deveria ter sido designado muito antes da altura em que foi, por causa de uma disputa com o Quénia para esse lugar. Agora tivemos a mesma dificuldade com a África do Norte, ou seja, estamos a perder o norte em relação a uma das principais reformas que era a de não levar para as cimeiras a indicação em cima da hora, mostrando que está a ser feito, um pouco, em cima do joelho.Acredita que desta cimeira teremos novidades sobre a presença de África no Conselho de Segurança da ONU? António Guterres, secretário-geral da ONU, tem apoiado - pelo menos - a presença de um país africano como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU...Não, eu acho que nesta cimeira vão ser reiteradas as posições habituais. O momento geopolítico não permite ter ilusões a curto prazo. Eu acho que já foi uma grande vitória conseguir entrar no G20 e o alargamento do BRICS para incluir dois países africanos também é muito significativo em termos geopolíticos.O que se pode esperar desta cimeira?Nesta cimeira vai-se discutir muito a grande crise que o continente está a ter provocado por uma pauperização de alguns países ameaçados por duas grandes dificuldades: as dívidas soberanas que limitam muito o seu poder de fazer política económica de social e o avanço do terrorismo.Numa altura em que a comunidade internacional está, de certa forma, a fechar os bolsos este desafio torna-se maior?Há perspectivas de as coisas se agravarem porque o pacote aprovado pela União Europeia para a Ucrânia reforça a tendência de que quase 1/3 da ajuda tenha sido encaminhada para a Ucrânia.Portanto, os que estão a pagar o preço são os países africanos. O facto de os Estados Unidos estarem num período eleitoral muito tenso faz com que as suas concentrações sejam a resolução que tem com esses conflitos, seja no Médio Oriente, seja com a China ou Rússia. África passa um pouco despercebida, mas ela é parte do mesmo eixo de grandes mudanças estruturais que estão a ocorrer por causa, justamente, da situação mundial estar tão tensa.    

Convidado
Estreou "Mário", o filme sobre o percurso político de Mário Pinto de Andrade

Convidado

Play Episode Listen Later Feb 12, 2024 32:34


Estreou há dias no festival de cinema de Roterdão o documentário "Mário"sobre a figura do líder de libertação angolano Mário Pinto de Andrade. Realizado pelo americano Billy Woodberry, realizador pertencente ao 'LA Rebellion', movimento de jovens cineastas afro-americanos que tem procurado dar relevo à comunidade negra americana, este filme centra-se essencialmente sobre o percurso político de Mário Pinto de Andrade. Nascido em Agosto de 1928 no norte de Angola, Mário Pinto de Andrade, faz os seus estudos primários e secundários em Luanda, antes de seguir para Lisboa em 1948 para, designadamente filologia clássica. É nestas circunstâncias, na casa dos Estudantes do Império, que vai travar conhecimento com estudantes e intelectuais de outras partes de África lusófona, nomeadamente Amílcar Cabral e Eduardo Mondlane. Com eles participa nas actividades culturais relacionadas com África, tendo sido um dos fundadores, em 1951, do Centro de Estudos Africanos.Em 1954, parte rumo a Paris para estudar a sociologia na Sorbonne. Muito activo tanto política como culturalmente, é em Paris que vai conhecer Léopold Sédar Senghor e Nelson Mandela. é também nessa altura que conhece a sua futura mulher, a cineasta de origem antilhesa Sarah Maldoror, considerada a pioneira do cinema africano.Independentista, envolvido na organização dos encontros dos movimentos de libertação que decorreram durante os anos de luta, primeiro presidente do movimento que contribuiu para fundar, o MPLA, Mário Pinto de Andrade, foi cedo posto de parte da direcção desse partido, palco de divisões internas, bem antes da independência. Mário Pinto de Andrade não deixa contudo o activismo e será, nomeadamente ministro da cultura do primeiro executivo pós-independência da Guiné-Bissau. Antes de morrer em Londres, em 1990, vai igualmente envidar esforços para se alcançar a paz no seu país.É esta história, o percurso de uma figura muito densa, que se conta no filme "Mário", com o testemunho que pessoas que o conheceram de perto, com arquivos e com o fio condutor de uma entrevista concedida nos anos 80 à jornalista portuguesa Diana Andringa.Teresa Gusmão, produtora associada, ligada à produtora portuguesa "divina comédia" que tornou este filme possível, contou à RFI a génese deste projecto."A verdadeira génese é a participação de Billy Woodberry num programa de cinema português com os arquivos do 'Harvard Film Archive', um programa chamado 'Harvard na Gulbenkian' que em 2014 foi produzido pelo produtor deste filme, o Alexandre Santos, e onde os filmes da 'LA Rebellion' foram convidados, nomeadamente o do Billy Woodberry 'Bless Their Little Hearts'. Ele já tinha alguma relação com Portugal, tinha visitado e desde a altura desse movimento, nos anos 80 em que fez este filme, que ele lia sobre as lutas de libertação de Portugal, sobretudo sobre Amílcar Cabral e um poeta angolano chamado Mário Pinto de Andrade. Ele entretanto decidiu encetar em Portugal esse projecto" conta Teresa Gusmão que participou activamente na elaboração do filme.O filme foi construído designadamente com os testemunhos de quem lutou, foi amigo e íntimo de Mário Pinto de Andrade. Henda Ducados, uma das duas filhas de Mário Pinto de Andrade e de Sarah Maldoror, falou do pai neste documentário e disse à RFI o que achou do resultado do filme."Eu achei o filme muito interessante. O filme surpreendeu-me pelo facto de ouvir a história na primeira pessoa, quando é o o próprio Mário que conta a história dos seus pais, alguns acontecimentos históricos, é um filme que para mim é carregado de emoções. A única coisa que lamento um pouco é que é um filme que destaca principalmente a dimensão política. Não destaca suficientemente a dimensão cultural e intelectual", diz Henda Ducados.Questionada sobre este aspecto, Teresa Gusmão explica a opção de o filme se focar sobretudo no perfil político de Mário Pinto de Andrade."Todas as notas que ele tem em relação a todos os documentos ou dos artigos que publicou e que coleccionou, têm o cuidado de ficar organizados por temas por cronologia e com um rigor de interpretação. E ele, ele Mário Pinto de Andrade, privilegia esta questão política" refere a produtora associada.Também presente no filme, o economista guineense Carlos Lopes dá conta da importância que Mário Pinto de Andrade teve na sua vida. Então jovem estudante, Carlos Lopes conheceu-o quando ele se tornou ministro da cultura na Guiné-Bissau, no final dos anos 70, antes do golpe de 1980."Foi a primeira pessoa com quem trabalhei. Eu estava numa situação de não poder continuar mais os estudos na Guiné-Bissau (...) Não havia universidade, eu queria continuar a aprender e, por um conjunto de circunstâncias, o meu pai tinha participado na ajuda à luta de libertação nacional, acabou por ser preso pela PIDE, quando saiu, tinha uns amigos muito próximos na direcção superior do PAIGC que frequentavam a casa (...) e um em particular, o comandante 'Gazela', que disse que me ia apresentar um angolano que era uma figura intelectual e que provavelmente poderia fazer alguma coisa por mim" conta Carlos Lopes ao recordar a época em que Mário Pinto de Andrade, então a residir na Guiné-Bissau, lhe pediu para organizar a sua biblioteca."Fiquei sob a asa dele e foi ele que depois conseguiu uma bolsa para eu ir estudar para a Suíça. Fiquei com essa dívida moral, em dívida também emocional para com ele, mas o mais importante é que ele me ensinou toda a gramática do pan-africanismo, introduziu-me nos métodos de pesquisa e foi através dos ensinamentos de Mário Pinto de Andrade que eu conheci Amílcar Cabral no detalhe, porque ele era o seu biógrafo e também o seu alter-ego, e passei um grande estudioso da obra de Cabral que influencia tudo o que faço até hoje", recorda o economista guineense.É também a dimensão intelectual de Mário Pinto de Andrade que sobressai na memória de Henda Ducados que em 30 anos de vida em Angola, tem trabalhado activamente para que o pai seja lembrado na história do seu país, nomeadamente através da estrutura que fundou com a irmã, Annouchka de Andrade, a Associação dos Amigos de Sarah Maldoror e Mário de Andrade."O legado principal (dos dois) para mim é o amor às belas letras, a humildade, a emancipação cultural. Dizia que tudo passa pela leitura. é isso que tento transmitir à minha filha. O segundo legado também são os arquivos porque, olhando bem, nós temos um acervo fantástico, preservado, estruturado, tanto do lado da Sarah Maldoror, como do lado de Mário Pinto de Andrade, que está disponível obviamente, mas que está a ser utilizado pelas universidades. Temos algo para partilhar", diz Henda Ducados ao evocar as diversas iniciativas que organiza com a associação que coordena juntamente com a irmã, no sentido de dar a conhecer a vida e obra dos pais, Sarah Maldoror e Mário Pinto de Andrade.Ao considerar que a figura do pai e o seu contributo para a história de Angola têm vindo paulatinamente a ser reconhecidos, Henda Ducados constata todavia que ainda "há um grande caminho a percorrer, mesmo se houve bastantes melhorias, uma maior abertura, mas tudo isso é um processo".

Entrevistas
Musicalidades - Especial Festival da Canção no Luxemburgo

Entrevistas

Play Episode Listen Later Jan 22, 2024 23:16


O programa Musicalidades na Radio Latina, apresentado por Raquel Barreira e Carlos Lopes, dedicou o episódio de 22 de janeiro ao Festival da Canção no Luxemburgo. Ouça os artistas e as respetivas músicas que vão levar a competição. Musicalidades, na Radio Latina, de segunda a sexta-feira, às 18h35, no programa Regresso A Casa com Raquel Barreira e Carlos Lopes.

Africa Here and NOW
Showdown in Dubai and DRC's Crowded Election Starting Line

Africa Here and NOW

Play Episode Listen Later Nov 29, 2023 40:54


Africa's Climate Tsar, Carlos Lopes on what Africa wants from COP28A young Nigerian activist warns us that in the rush to kickstart production of Green energy, not to forget the 600 million Africans who don't even have access to electricity.The runners and riders in the DR Congo presidential race - all 25 of them.Get in touch: martine@africahereandnow.comInstagram: africahereandnowX @MartineDennis Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Convidado
COP 28: Financiamento climático deve depender de “fontes previsíveis e reguladas" - Carlos Lopes

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 29, 2023 10:39


Arranca esta quinta-feira no Dubai, Emirados Árabes Unidos, a Conferência das Partes sobre o Clima, COP 28. Uma edição que conta com a participação de cerca de 70.000 pessoas provenientes de todo o mundo. O economista guineense Carlos Lopes defende a consolidação do financiamento climático que deve depender de “fontes previsíveis e reguladas" . Na agenda da COP 28 estarão temas como o financiamento dos diferentes fundos de ajuda, a redução gradual da dependência das energias fósseis e a transição energética.Outro ponto importante será a avaliação global dos progressos realizados no âmbito do Acordo de Paris, desde a sua entrada em vigor em 2015.África contribui com menos de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com os dados do Banco Africano de Desenvolvimento, mas o continente é fortemente afectado pelos seus efeitos devastadores das alterações climáticas. Nove dos dez países mais vulneráveis às alterações climáticas são africanos.O economista guineense Carlos Lopes integra o comité consultivo da COP 28, de orientação e aconselhamento à presidência do evento. Em entrevista à RFI, defendeu a consolidação do financiamento climático que deve depender de “fontes previsíveis e reguladas" .O docente na Universidade do Cabo, África do Sul, sublinhou ainda a preparação e organização do continente africano para a Cimeira do Clima, onde se apresenta “com uma pauta muito mais clara, que tem até propostas a nível global, como por exemplo, a introdução de taxas e uma nova fiscalidade que penalize as emissões da indústria marítima, da indústria da aviação e também das transacções financeiras internacionais”.O que é que o continente africano pode esperar desta COP 28?O continente africano, pela primeira vez, fez uma cimeira do clima antes da COP.Normalmente tem reuniões de consulta, mas desta vez foi um pouco além e tentou organizar-se com uma pauta muito mais clara, que tem até propostas a nível global, como por exemplo, a introdução de taxas e uma nova fiscalidade que penalize as emissões da indústria marítima, da indústria da aviação e também das transacções financeiras internacionais.Não são ideias completamente novas, mas é a primeira vez que um grupo de países tenta, de forma organizada, fazer a relação dessas questões com o clima.Acho, também, que estamos com uma grande expectativa de poder aumentar o financiamento para as energias renováveis e transição energética.Mas os países africanos também estão muito interessados em manter a distância sobre aquilo que devem ser as responsabilidades do norte e as responsabilidades dos países que não tiveram culpa pela situação actual do clima, por exemplo, através da utilização das novas explorações de gás e outras energias fósseis que os africanos estão com a intenção de poder explorar durante um tempo de transição.Esse peso de África se apresentar nesta COP 28 unida, a uma só voz, acaba por fazer com que África seja um interveniente diferente no Dubai?Considero que a África tem demonstrado, apesar dos seus problemas internos, a nível de cada país, uma certa capacidade de entrar nos debates globais de uma forma bastante contundente.Vimos isso nas negociações sobre a Agenda 2030, onde a África foi o primeiro continente e região a propor aquilo que deveria ser a agenda das Nações Unidas pós-2015 e acabou por ter a vantagem de ser o primeiro e, portanto, todas as suas propostas foram aceites na agenda final, porque África já tinha a sua agenda 2033 e estava a tentar empurrar os mesmos princípios a nível global.Depois, vimos na pandemia que a África se uniu, fez compras agrupadas de medicamentos, fez todo um forcing [esforço] para que se introduzisse a ideia de fabricação de vacinas no continente e, também, negociou a nível do FMI, uma dotação especial para a questão da dívida.A seguir vimos outra vez durante o período em que os produtos alimentares, sobretudo o trigo, começaram a subir por causa do conflito na Ucrânia, que a África também fez as suas démarches [procedimentos] a nível organizado.Da semana passada, temos um exemplo extraordinário que foi a aceitação por parte das Nações Unidas, da Assembleia Geral, de uma proposta africana para que o debate sobre taxas e fiscalidade internacional seja centrado na ONU. Até aqui, era um privilégio da organização OCDE, que é o clube dos países ricos.Já para não mencionar o facto de que a África acaba de ser admitida no G20. Portanto, tudo isto são manifestações de uma certa capacidade de se apresentar de forma organizada nas grandes agendas globais.Faz parte do Comité consultivo da COP 28, um grupo de orientação e aconselhamento à presidência do evento. No que toca ao continente africano, que tónica colocou em cima da mesa?Sobretudo a questão de que precisamos de entender que se estamos a falar de financiamento climático, não podemos resolver com atitudes voluntárias e, sobretudo, com promessas de que se vai conseguir mais dinheiro para a transição climática, através, por exemplo, dos mercados de carbono. A minha grande luta é mostrar que se nós estamos a fazer isso e estamos a exigir condições especiais, é porque aquilo que é a atitude normal, o ‘business as usual' na linguagem dos negociadores, é, de facto, continuar com os combustíveis fósseis.E a África não pode ser aquela que faz primeiro, visto que está em atraso em relação às várias propostas de transformação económica. Portanto, a mitigação é responsabilidade dos outros. A nossa responsabilidade é de adaptação e de sermos compensados pelas perdas e danos que é justamente o fundo que foi lançado na COP de África [COP 27] de Sharm-el-Sheik [Egipto] e que agora precisa de ser consolidado em termos de financiamento concreto.O financiamento é vital, é considerado por muitos até moral e eticamente necessário. Mas este financiamento vem sempre a conta-gotas. Falamos do financiamento para o Fundo Verde para o Clima, financiamento para o Fundo de Adaptação, o Fundo de perdas e danos… mas de ano para ano, os passos dados são sempre muito pequeninos.Precisamente por isso é que precisamos dessa taxação que foi proposta na Cimeira Africana do Clima. Nós temos que ter fontes de financiamento previsíveis e reguladas. Que não seja apenas a vontade dos países em ajudar, porque já vimos que isso não leva a nada. Temos um acumular de quase um trilião de dólares de promessas não cumpridas nos últimos 14 anos em matéria de clima e, portanto, já ninguém acredita nas promessas. É preciso que as fontes de financiamento sejam previsíveis. O que está a acontecer, cada vez mais, é que a ajuda ao desenvolvimento está a ser organizada e vendida como luta contra o clima. Portanto, é apenas uma questão de etiqueta e não uma questão de dinheiro adicional. Isso vê-se através das estatísticas sobre as tendências da ajuda internacional.Portanto, África, como é o conjunto de países que deve receber mais dessas compensações, de não ter contribuído para o problema climático, acaba por ser aquele que sofre desta situação que é baseada no voluntarismo. O voluntarismo não nos leva a nada, porque já vimos que em 14 anos não saímos da estaca zero.Neste momento crucial a COP 28 não vai contar com a presença nem do presidente norte-americano [Joe Biden] nem do presidente chinês [Xi Jinping], que são também duas peças importantes nessa engrenagem. Estas ausências não acabam por deitar por terra, algumas esperanças que poderiam existir?É claro que os países que têm a maior responsabilidade de emissão [de gases com efeito de estufa] não estarem presentes ao mais alto nível, é sempre uma indicação de que não há vontade política suficiente para entrarmos já na transição urgente que é necessária. Temos que ter em conta que estamos a viver um momento geopolítico muito particular, onde as grandes potências estão sempre a olhar-se ao espelho e, ao mesmo tempo, a olhar também quem está do outro lado. Têm que responder a muitas pressões internas e têm também que responder aquilo que os seus compositores fazem.Podemos falar mesmo de opositores, porque a linguagem é muito tensa e estamos a viver no multilateralismo uma retrocedência de muitas das actividades, ideias, conceitos, programas, objectivos que tinham sido aprovados e que agora começam a ser postos em causa.O facto da COP 28 se realizar no Dubai e ter como presidente o líder da gigante petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos [Ahmed al-Jaber], não pode significar que o peso do petróleo vai sentir-se nas negociações?Seguramente que os activistas do meio-ambiente vão dizer isso, mas também é preciso ver o outro lado da moeda : não podemos fazer esta transição sem que as grandes companhias petrolíferas e os grandes países produtores de petróleo entrem nesta discussão. Eles não podem ser marginalizados completamente, porque sem mobilizar a sua vontade própria, vai ser muito mais difícil. O que os Emirados Árabes Unidos nos prometem – mas tem que ser verificado - é de que vão ser os maiores investidores em matéria de energias renováveis. Segundo um artigo do Financial Times fala-se mesmo que podem vir a contribuir com 200 bilhões de dólares, muito para além de tudo o que os países ricos fizeram até agora. Os últimos relatórios sobre o aquecimento global do planeta dizem que o aquecimento acelerou em 2023 e que este ano poderá ser o mais quente desde que há registo. O mundo ainda vai a tempo de cumprir as metas do Acordo de Paris, metas essas que são de extrema importância para o continente africano.As metas do acordo de Paris, para além daquelas que foram acordadas a nível global - que é de reduzir as emissões para que nós possamos reduzir o aumento da temperatura - são metas nacionais e são metas voluntárias. São os países que dizem o que querem fazer.É evidente que nós vimos que entre o que eles disseram e o que estão a fazer, há uma distância colossal.Neste momento em que estamos a fazer aquilo que em inglês chamamos de Global Stocktake, o primeiro apanhado de todas as promessas e quanto o mundo progrediu em matéria de combate às mudanças climáticas, chega-se facilmente à conclusão de que há um problema de confiança que se instalou, porque de facto, as promessas agora servem apenas para camuflar uma continuidade de determinadas tendências. Isto não quer dizer que não tenha havido nenhum progresso. Há alguns progressos porque no princípio desta caminhada, há cerca de 15 anos, estávamos a contar com um aumento das temperaturas até 3°C e agora, segundo os estudos científicos, fala-se de 2,4° a 2,9°.Mas temos que admitir que entre 2,4° e 2,9°C e 1,5°, que é o objectivo, ainda há uma distância muito grande e, portanto, não há, ainda, parece, entre os principais actores, o sentido de urgência, que a situação exige.Entrevista realizada a 28 de Novembro de 2023.

Le Média
Instant porcher | Dette : Comment l'occident empêche l'Afrique de se développer

Le Média

Play Episode Listen Later Nov 15, 2023 31:23


▶ Les pays les plus pauvres, notamment africains, connaissent une nouvelle crise de la dette. Une crise dont l'importance est inédite. Mais alors le fossé Nord-Sud va-t-il se creuser ? L'Afrique est-elle embourbée dans un piège ? Qui tire les ficelles, à qui profite le "crime" ? Quel rôle des pays riches dans tout cela ? Les réunions annuelles de la Banque mondiale et du FMI se sont terminées le 15 octobre à Marrakech. Selon les derniers chiffres du FMI, près de la moitié des pays pauvres souffrent de la dette. Une crise qui ne touche pas particulièrement des pays surendettés. Désormais, la Chine fait partie des créanciers, ainsi que les investisseurs privés. Les pays pauvres sont bloqués entre les créanciers, la nécessité de relancer pour l'emploi des jeunes, l'impossibilité de faire un emprunt, ou les partenariats public-privé. En Afrique subsaharienne, la dette domestique est supérieure à la dette extérieure. Mais cette dernière pèse lourd dans le budget des pays, où les emprunts sont bien plus chers à rembourser car les devises sont étrangères, et les taux ont augmenté. Par exemple, au Kenya, la dette représente 60% de son budget, cela représente 3 fois plus qu'il y a 6 ans. Les pays compensent alors en réduisant leurs dépenses de santé ou d'éducation. La Zambie a pu se voir accorder du temps supplémentaire pour rembourser, est-ce vraiment la solution ? « La prochaine reconstitution des ressources de l' «International Development Association» doit être la plus importante de tous les temps », a lancé Ajay Banga, le président de la Banque mondiale, vendredi 13 octobre. Le fonds a un budget de 93 milliards de dollars pour la période comprise entre 2021 et 2024" rapporte Le Monde. "L'Afrique retombe dans le piège de la dette", titrait Le Monde le 18 juin 2023. Soit moins de vingt ans après le cycle des programmes d'ajustement structurel imposés par la Banque mondiale et le FMI, qui promettaient à la clé des remises de dette. Comment expliquer ce cycle infernal ? Comment en est-on arrivé là ? Ce n'est pas une crise de la dette, explique Thomas Porcher. Carlos Lopes, professeur à l'université du Cap, en Afrique du Sud, le service de la dette en Afrique subsaharienne équivaut à la somme qui a été mise sur la table pour sauver une seule banque américaine : la Silicon Valley Bank. Le problème ? Les pays pauvres n'ont pas accès au financement comme l'ont les pays du Nord, dont le développement des pays africains ne les arrange pas, explicite Thomas Porcher. La loi immigration, loi « Darmanin », qui dit vouloir « contrôler l'immigration et améliorer l'intégration », a été débattue la semaine dernière au Sénat. Et la droite sénatoriale a fortement durci le texte : suppression de l'aide médicale d'état, suppression des APL et allocations familiales pour les étrangers résidant en France depuis moins de 5 ans (c'était 6 mois jusqu'alors), durcissement du droit du sol c'est à dire que ce ne serait plus automatique d'être naturalisé une fois qu'un mineur étranger aura atteint la majorité, suppression de l'article 3 sur la régularisation des travailleurs sans papiers dans les métiers dits « en tension ». Thomas Porcher démonte cette loi et les clichés autours des immigrés en France. ▶ On est là ! Jamais un média populaire et indépendant, qui n'est détenu ni par de riches oligarques ni par l'Etat, n'avait arraché le droit d'être diffusé à la TV ! Nous si ! RDV sur le canal 350 de la freebox, et toujours sur Youtube et sur notre site internet ! ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Igreja Batista Alameda Santa Felicidade
#079 | Mordomia Cristã | Pr. José Carlos Lopes | 09/07/23

Igreja Batista Alameda Santa Felicidade

Play Episode Listen Later Oct 19, 2023 48:19


Mordomia Cristã | Pr. José Carlos Lopes | 09/07/23

Talkin' Blues
Talkin' Blues Podcast Episode 364 - Russ Boswell

Talkin' Blues

Play Episode Listen Later Jul 29, 2023 61:30


A conversation with Canadian freelance bassist, Russ Boswell (Corey Hart, David Wilcox, Sting (in the Last Ship), Kevin Breit and so many more) - http://www.russboswell.com   Russ is involved in a new project with the ‘501 East Band' (with Gary Craig, Aidan Mason and Carlos Lopes) who have a recording coming out later this year.

Forward Thinking
Forward Thinking on avoiding another false dawn for Africa and finally seizing the continent's potential with Carlos Lopes

Forward Thinking

Play Episode Listen Later Jul 12, 2023 39:22


Cohost Janet Bush talks with Carlos Lopes. He is a professor in the Mandela School of Public Governance at the University of Cape Town. He's also an affiliate professor at Sciences Po, Paris, an associate fellow in the Africa Program at Chatham House, and a member of the African Union reform team. Lopes was the policy director for UN Secretary General Kofi Annan and executive secretary of the UN Economic Commission for Africa. He serves as an advisor on MGI's research on Africa, including our latest report, which discusses the continent's human capital and natural resources and how they can help to accelerate productivity and reimagine Africa's economic growth. His views are his own. In this podcast, he covers topics including the following: The factors constraining Africa's potential The promise of AI for Africa The threat and opportunity of climate change for Africa See www.mckinsey.com/privacy-policy for privacy information

Eco d'ici Eco d'ailleurs
Sauver la planète avec de l'argent? Les leçons du sommet de Paris

Eco d'ici Eco d'ailleurs

Play Episode Listen Later Jun 24, 2023 48:30


Éco d'ici Éco d'ailleurs revient sur le sommet pour un nouveau pacte financier qui s'est tenu à Paris, en présence de dizaines de chefs d'État notamment africains, dirigeants politiques, experts de la finance et organisations de la société civile. Pour la première fois, les enjeux de développement et de lutte contre la pauvreté étaient directement liés au financement de l'action climatique et de la transition énergétique.  Dette des pays en développement, taxes sur le transport maritime, réforme du FMI et de la Banque mondiale, de nombreux dossiers avancent dans un contexte géopolitique Nord-Sud en plein bouleversement. Nos invités : - L'économiste bissau-guinéen Carlos Lopes, professeur à l'Université du Cap, président de l'Africa Climate Foundation- L'ancien Premier ministre béninois Lionel Zinsou, co-président de la Banque d'investissement panafricaine Southbridge. 

Éco d'ici éco d'ailleurs
Sauver la planète avec de l'argent? Les leçons du sommet de Paris

Éco d'ici éco d'ailleurs

Play Episode Listen Later Jun 24, 2023 48:30


Éco d'ici Éco d'ailleurs revient sur le sommet pour un nouveau pacte financier qui s'est tenu à Paris, en présence de dizaines de chefs d'État notamment africains, dirigeants politiques, experts de la finance et organisations de la société civile. Pour la première fois, les enjeux de développement et de lutte contre la pauvreté étaient directement liés au financement de l'action climatique et de la transition énergétique.  Dette des pays en développement, taxes sur le transport maritime, réforme du FMI et de la Banque mondiale, de nombreux dossiers avancent dans un contexte géopolitique Nord-Sud en plein bouleversement. Nos invités : - L'économiste bissau-guinéen Carlos Lopes, professeur à l'Université du Cap, président de l'Africa Climate Foundation- L'ancien Premier ministre béninois Lionel Zinsou, co-président de la Banque d'investissement panafricaine Southbridge. 

Convidado
"Dívida africana é ridícula" quando comparada com países do Norte

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 24, 2023 13:01


No rescaldo da Cimeira para um Novo Pacto Financeiro Global, que decorreu em Paris, um dos temas mais debatidos foram as dívidas soberanas dos países mais vulneráveis, com Carlos Lopes, economista guineense, que esteve na capital francesa para seguir e aconselhar este encontro de líderes mundiais, a afirmar que as dívidas africanas "são ridículas", já que são apenas uma fracção das dívidas do Norte, mas que estes países têm mesmo assim dificuldades em financiarem-se nos mercados financeiros.  Mais de 40 líderes mundiais estiveram em Paris no fim desta semana para encontrar novas soluções para o finaciamento das economias em desenvolvimento, com alguns resultados importantes como a dotação de 100 mil milhões de dólares para um fundo verde e a doação dos direitos de saque do FMI dos países mais ricos para os países mais pobres. Um dos temas discutidos foi a dívida soberana dos países africanos que pesa nos orçamentos destes Estados, embora a nível global, pese muito menos do que as dívidas dos países do Nrote."Em todos os sentidos, a dívida africana é ridícula. Se tivermos em conta o que diz o banco responsável pela regulação mundial no sistema bancário, o Bank of International Settlements, há um fosso criado pela dívida soberana de 800 biliões de dólares onde os 800 mil milhões de África não são nada. E, depois para complicar as coisas, podemos olhar para a dívida em relação ao PIB e o rácio da África é muito baixo, é de 60%, a média dos países ricos é de 120%, portanto nós não somos os responsáveis principais pela dívida", explicou o economista Carlos Lopes.Carlos Lopes esteve em Paris para acompanhar esta cimeira, tendo integrado também o grupo de 12 economistas que fizeram diversas propostas de estímulo da economia global de forma a financiar os países mais vulneráveis, que tê, ,ais dificuldades em apostar no desenvolvimento sustentável.Com o aquecimento global, o esconomisa defende que África está a passar um preço mais elevado do que a sua contribuição."Se seguirmos os relatórios científicos e compararmos com os montantes e atitudes dos diferentes países para poder dar satisfação à exigência de conter o clima e as mudanças climáticas em várias frentes, nomeadamente da temperatura, de 1,5 graus até 2050 não estamos nem perto dessa trajectória. A ideia é saber quem são os responsáveis. Os países africanos emitem cerca de de 3% das emissões totais e quando vemos a contribuição do continente para a captura do carbono, nós somos contribuintes da solução, não somos parte do problema e devíamos ser compensados por isso", defendeu.Neste fórum, Carlos Lopes garantiu que as vozes dos países africanos e da América Latina se fizeram ouvir."Durante esta cimeira tivemos vozes estridentes a dizer basta, não queremos mais esta discussão. Tivemos o Presidente Lula, o Presidente Rutto do Quénia, o Presidente Ramaphosa da África do Sul, tivemos uma série de protagonistas africanos todos em sintonia, com a primeira-ministra dos Barbados, e, portanto, há grandes chances de este ano podermos chegar a alguns resultados importantes", declarou.

Bola na Rede
Mourinhos vs. Guardiolas T4/EP28: Química de Equipa vs. Individualidades

Bola na Rede

Play Episode Listen Later Feb 19, 2023 27:13


Neste Mourinhos vs. Guardiolas abrimos o debate: quem vence no confronto estratégico? Um grupo coeso ou uma equipa de "estrelas"? Com o Carlos Lopes na moderação e os comentários do Jorge Faria de Sousa e Orlando Esteves. ⚽

Carrefour de l'Europe
Relations UE-Afrique: le coût de la guerre russe en Ukraine

Carrefour de l'Europe

Play Episode Listen Later Jan 29, 2023 48:30


Il y a un an, les pays africains réunis à Bruxelles appelaient l'Union européenne à faire une mise à jour : moins de bureaucratie, plus d'investissements. 12 mois plus tard, où en est-on ? L'Europe a-t-elle les moyens de ses ambitions ? Hausse du cours de l'énergie, pénuries alimentaires, jeux d'influence, la guerre en Ukraine met à rude épreuve le partenariat entre les deux continents. L'offensive russe lancée, le 24 février 2022, en Ukraine, et le bouleversement qu'elle provoque sur le continent fait-elle passer l'Afrique au second plan ?  Quelle stratégie l'Europe a-t-elle pour le maintien de la sécurité en Afrique, alors qu'en Centrafrique, au Mali et, maintenant, au Burkina Faso, les forces françaises sont priées de quitter le pays ?  Avec :  - Alain Antil, directeur du Centre Afrique subsaharienne à l'IFRI et enseignant à l'Institut d'Études Politiques de Lille et à Paris Sorbonne - San Bilal, chargé des questions économiques pour le Centre européen de gestion des politiques de développement spécialisé sur l'Afrique - Pierrette Herzberger-Fofana député vert et vice présidente de la Commission du développement au Parlement européen- Carlos Lopes, économiste et professeur à l'Université du Cap en Afrique du Sud.      

TSF - Postal do Dia - Podcast
Carlos Lopes está doente, mas estamos aqui

TSF - Postal do Dia - Podcast

Play Episode Listen Later Jan 12, 2023


Edição de 12 de Janeiro 2023

Bola na Rede
O Outro Lado da Rede #1 - A época da Fórmula 1 e os melhores momento de 2022

Bola na Rede

Play Episode Listen Later Dec 29, 2022 48:42


Na estreia do "O Outro Lado da Rede", o podcast do Bola na Rede sobre Modalidades, falamos sobre a época da Fórmula 1, onde destacamos os melhores momentos da modalidade em 2022. Com a moderação da Angelina Barreiro e os comentários da Ana Ventura, do Bernardo Figueiredo e do Carlos Lopes.

Rádio Barboza, poesia diária ...
487- EPISÓDIO - ANA BAILUNE - SE SOUBESSEMOS

Rádio Barboza, poesia diária ...

Play Episode Listen Later Dec 21, 2022 1:21


Comecei a escrever muito cedo, ainda criança. Participei de alguns concursos literários em minha cidade natal, dos quais venci um, realizado pelo Silogeu Petropolitano em 1986, com o poema "Somos Irmãos", e nos demais, fiquei sempre entre os quatro primeiros colocados. Tenho um livro publicado pela editora Pimenta Malagueta, "Vai Ficar Tudo Bem." Ele foi reeditado e relançado em agôsto de 2013 pela amazon.com.br, juntamente com um livro de contos - A Ilha dos Dragões - uma coletânea de meus melhores poemas - Sempre Cada Vez Mais Longe e um livro de crônicas, O Jardineiro Sonhador; também lancei um livro de poemas - Lixo Existencial. Em Dezembro de 2015 disponibilizei Sobre a Maturidade, no qual coloquei poemas e crônicas inéditos. Todos disponíveis na amazon.com.br. Durante a pandemia, escrevi um livro de crônicas e poemas entitulado Um Mergulho Profundo- Para Quem Gosta de Ler, disponível em formato e-livro e livro físico na amazon.com.br. Participei de várias antologias, entre elas: do blog Gândavos, de Carlos Lopes, os livros Gândavos - Contadores de Histórias I, II, III e IV, tendo vencido recentemente o concurso de contos promovido por este blog, com o conto Califórnia. Participei também da antologia de Miriam Salles, Passos & Compassos. Abri a série da coletânea Quinze Poemas + , convidada por Helena Frenzel, e participei dos Quinze Contos +, também de Helena Frenzel. Ainda publicarei, enquanto eu estiver viva, muitos outros livros, impressos ou virtuais, pois este é meu objetivo: escrever. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/message Support this podcast: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/support

Jose Candeias - HÀ Conversa
Pedra-transporte e extração - Carlos Lopes

Jose Candeias - HÀ Conversa

Play Episode Listen Later Nov 18, 2022 2:08


Convidado
Nações Unidas traçam “linhas vermelhas” contra greenwashing

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 9, 2022 11:23


Ao terceiro dia da COP 27, que decorre no Egipto, foi apresentado um relatório do Grupo de Especialistas de Alto Nível para evitar a “falsa neutralidade carbónica”. Na apresentação do documento, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu "tolerância zero para o greenwashing”. As Nações Unidas apresentaram esta terça-feira um relatório para acabar com os “malabarismos climáticos”. A neutralidade carbónica não pode ser uma promessa vazia pintada de verde, mas deve ser uma condição essencial para o equilíbrio entre o CO2 emitido e aquele que é absorvido, de forma a evitar o aquecimento global do planeta. Durante sete meses, um grupo de peritos da ONU, avaliou o grau de credibilidade dos actores que se comprometem com a neutralidade carbónica. Neste relatório publicado ontem, em plena COP 27, constam dez recomendações que traçam as “linhas vermelhas” contra o greenwashing. O economista guineense Carlos Lopes, docente na Universidade do Cabo, África do Sul, integra este grupo de peritos das Nações Unidas e ao microfone da RFI começou precisamente por explicar o conceito de Greenwashing. “Na realidade greenwashing é a tentativa de fazer passar como uma contribuição para a economia verde e para o futuro do planeta com menos intensidade de carbono de uma forma ilegítima, ou seja, proclamando determinados objectivos, indicadores e práticas que não se verificam na realidade. Portanto, é uma espécie de cobertura e nós temos que pôr cobro a isso. Este relatório é uma tentativa de tentar definir o trigo do joio, de tentar ver quais são as promessas que efectivamente contribuem para uma diminuição das emissões e quais são as outras que são apenas proclamações que na realidade encobertam práticas que continuam a ser nefastas para a acção climática.” Ou seja, pode ser considerado como um género de propaganda, uma publicidade enganosa? “Exactamente, não se trata bem de propaganda no sentido comercial do termo, porque algumas das instituições implicadas não são comerciais, temos também entidades como, por exemplo, as cidades, as regiões e determinados organismos não-governamentais. Mas no que concerne às práticas de instituições que têm uma actividade lucrativa, efectivamente, trata-se de propaganda enganosa.” Este relatório foi apresentado ontem, terça-feira, 8 de Novembro de 2022, na apresentação, o secretário-geral da ONU sublinhou tratar-se de um "guia prático". É como um enquadramento ou uma tentativa de enquadramento legal para este tipo de prática? “Existem inúmeras instituições que estão a fazer a contabilidade destas promessas de contribuição para a redução de carbono e cada uma delas definiu a sua própria taxonomia e a sua própria forma de conceber aquilo que são promessas legítimas e ilegítimas. Cada uma delas tem certificações e estandardizações que decidem unilateralmente e, portanto, chegou a hora de nós pormos cobro a esta proliferação de promessas e tentar ver se é possível estabelecer uma regra universal, para que possamos, de facto, comparar primeiro mas, também, introduzir transparência e introduzir credibilidade no processo. Nós fizemos este relatório num período relativamente curto meses. Foi uma promessa que o secretário-geral [da ONU] fez na última COP, em Glasgow, e quando ele constituiu o grupo nós, de facto, tivemos um período em que nos tivemos que conhecer, são pessoas que vêm de horizontes muito diferentes e em sete meses conseguimos produzir um relatório para apresentar nesta COP. Eu acho que é o documento mais importante que vai sair desta conferência porque é uma coisa prática, são dez recomendações e portanto toda a gente está a reagir de forma muito positiva a este apelo e a esta contribuição que vem do grupo e que foi endossada pelo secretário-geral." Peço-lhe que me diga, de uma forma geral, que recomendações são estas? “A primeira [recomendação] é de como é que se deve controlar o anúncio das promessas, em inglês pledges, aquilo que as diferentes entidades prometem. Nós definimos exactamente os contornos de como é que esses anúncios devem ser feitos, em que base legal e com que atribuições de tipo normativo devem ser feitos. A segunda recomendação é relativa aos indicadores: quais são os objectivos exactos? Como é que se medem indicadores e quais são os indicadores credíveis? A terceira é utilização voluntária de créditos de carbono. Nós tentamos regular um pouco essa ideia de que se pode resolver tudo através dos créditos de carbono e chegamos à conclusão de que os créditos de carbono não podem substituir uma diminuição real das emissões. A quarta recomendação tem a ver com o plano de transição, como é que se faz um plano de transição para cada uma das entidades. A quinta como é que nós ultrapassamos a dependência dos combustíveis fósseis e como é que nós podemos prometer um futuro à volta das energias renováveis em particular. A sexta recomendação prende-se com as pessoas e as entidades que fazem lobbying e que fazem propaganda e como é que se deve estabelecer limites. A sétima recomendação é relativa à relação entre pessoas-natureza para uma transição justa, não basta apenas dizer que vamos atingir objectivos de redução de emissões sem tomar conta que as pessoas e a natureza precisam de ser protegidas de várias formas. A oitava recomendação tem a ver com a questão da transparência na apresentação de contas. A nona sobre como incentivar o investimento nas transições justas e, finalmente, a última, a décima tem a ver com os reguladores dos diferentes países e entidades multilaterais, como devem trabalhar para estabelecer este standard universal que nós estamos a propor.” Uma questão que aqui se levanta tem a ver com a aplicabilidade dessas recomendações. De que forma é que as entidades, os governos e as empresas visadas por estas recomendações serão fiscalizadas na sua implementação ou não serão? “O nosso grupo tinha a participação de pessoas que vêm do sector corporativo, tinha representantes das empresas relacionadas com tudo o que tem a ver com seguros, cientistas, académicos, indivíduos muito activos na área do meio ambiente de várias formas, por exemplo trabalhando em créditos carbono, outros especializados na regulação de informação e tratamento de informação sobre questões climáticas. Enfim, nós tínhamos uma diversidade de pontos de vista que permite pensar que as nossas conclusões são muito práticas e eu acho que são e isto foi reconhecido já pela enorme cobertura mediática que tivemos desde ontem. É um manual bastante prático.  A implementação agora depende mais de uma vontade colectiva que tem que ser assegurada a partir dos reguladores, porque têm um papel fundamental para poder dar corpo prático a estas documentações." Uma pergunta que não tem a ver com este relatório mas que tem a ver com um dos temas fundamentais desta COP 27: “perdas e danos”. Não dá a ideia de que é sempre possível pagar e continuar a poluir, porque os países que menos poluem vão ser indemnizados pelos países que mais poluem. Todavia, essa não é a solução para o planeta. Ainda no início da COP, o secretário-geral da ONU disse que estávamos “numa auto-estrada em direcção ao inferno e com o pé no acelerador''. A solução, em vez de indemnizar, não passa por, efectivamente, adoptar políticas de redução da pegada de carbono e de redução das emissões? “Nós podemos reduzir a pegada de carbono de duas formas: uma é através da mitigação, outra é através da adaptação. A mitigação não é uma responsabilidade dos países mais pobres, porque, na grande maioria, esses países mais pobres e aí excluem-se uma boa parte do sul global porque há países do sul global que são grandes poluidores, como a China, por exemplo. Esses países têm que acelerar todos os processos de mitigação. Os países africanos, em particular, a maioria deles de facto não têm um problema de mitigação porque emitem muito pouco. São os que sofrem mais e portanto precisam de ser compensados por uma espécie de crédito carbono que têm acumulado ao longo do tempo, porque não foram os produtores da situação actual, que é o resultado de um um tipo de consumo mas também de uma industrialização que foi feita através dos combustíveis fósseis. Esses países não tiveram culpa. Não se desenvolveram, para começar, suficientemente e não tiveram culpa de nós termos chegado à situação em que estamos no planeta, portanto eles têm que ser compensados por essa perda ao longo da história mas também por essa necessidade de, neste momento, passarem directamente para a adaptação e não para a mitigação porque não emitem grande coisa. Por isso é que esta discussão sobre “perdas e danos” é muito importante, porque estas perdas têm a ver com o facto de que ao longo da história estes países perderam oportunidades de desenvolvimento em benefício de outros. E portanto têm que ser compensados, não se trata de ajuda. Trata-se, eu acho, fundamentalmente, de mudar o sistema financeiro para que esses países possam ter acesso a capital para fazer os investimentos certos, porque neste momento é mais fácil conseguir dinheiro para continuar a produzir combustíveis fósseis e sistemas de produção poluentes que o contrário, apesar de toda a retórica.  Se nós virmos o catálogo do investimento externo em África, vemos que uma boa parte desse investimento externo é dirigida para combustíveis fósseis. Isso significa que o sistema financeiro continua a privilegiar uma rota que não é nem favorável ao planeta, nem favorável a África.” Mas os países africanos continuam a privilegiar a aposta na energia fóssil? “Os países africanos e os dirigentes africanos têm um discurso que precisa de ser entendido. É um discurso sobre o pragmatismo. Ou seja, se nós tivermos acesso a financiamento dirigido para a baixa intensidade de carbono, essa é a escolha. Não há a mínima dúvida. Mas se esse investimento não estiver disponível e só o outro estiver disponível, nós vamos para o outro.  Para ter uma comparação clara, não podem os países europeus de repente ficarem muito interessados em voltar aos combustíveis fósseis, ao gás e até ao carvão, que é o mais poluente de todos, por causa da crise na Ucrânia e do seu défice de energia proveniente da Rússia e justificar isso dizendo que é por razões pragmáticas para assegurar o acesso à energia, o direito ao acesso à energia e, ao mesmo tempo, ter discurso que eu diria hipócrita de considerar que os outros não têm direito de ser pragmáticos também.  Então aí tem que se “jogar a toalha” para o sítio certo: se houver financiamento climático, o que até agora não tem acontecido, a escolha dos africanos é fácil, mas neste momento é mais provável que companhias de combustíveis, que têm a sua sede nos países ocidentais, venham com os capitais necessários para poder produzir gás ou extração de petróleo, etc… porque os bancos consideram que o risco é pequeno e não haver dinheiro para a transição climática." A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorre até dia 18 de Novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egipto.

Bola na Rede
Mourinhos vs. Guardiolas T4/EP10: As principais promessas do Futebol Internacional

Bola na Rede

Play Episode Listen Later Oct 10, 2022 32:53


Neste "Mourinhos vs. Guardiolas" falamos sobre as maiores promessas do futebol mundial, sendo que cada comentador define os seus eleitos. Quais são as tuas escolhas? Conta-nos tudo! Com o Pedro Enguião na moderação e os comentários do Bruno Francisco e do Carlos Lopes. ⚽

LetsRun.com's Track Talk
Frank Shorter 1972 Olympic Marathon Gold 50th Anniversary Podcast

LetsRun.com's Track Talk

Play Episode Listen Later Sep 10, 2022 98:08


Frank Shorter joined us on Tuesday to celebrate the 50th anniversary of his 1972 Olympic Marathon gold medal in Munich that helped jump-start the running boom in America. We're re-releasing this today with show notes, on the 50th anniversary, so you can have it as a stand-alone podcast. Frank talks about his Olympic gold, and a lot more, what he most remembers from the 1972 Olympics, training with Pre, anti-doping, his training, and how much he's running these days. Video here: https://youtu.be/iKovNBktq5c Like this content? Join the LetsRun.com Supporters Club. Get a bonus podcast every week, huge savings on running shoes, and support independent journalism. https://letsrun.com/subscribe Show notes: 11:25 Training with Prefontaine, focusing on strengths 16:32 Rooming with Dave Wottle 1972 800m gold medallist 22:20 1972 Massacre 28:17 The running boom with Bill Rodgers and the crazy 1966 dual meet with Wesleyan 34:49 The running camaraderie in the 1970s and how professionalization changed it 41:35 Anti-doping now vs 20 years ago vs 50 years ago 50:51 1976 silver, Frank thinking Waldemar Cierpinski was Carlos Lopes 57:56 How fast could he run with a pacer and supershoes 64:48 Telling Steve Prefontaine he was "stupid" at 1972 Olympics 69:41 Altitude training with Pre, Pre's ski accident 74:40 Yale cross country and Frank dropping out of Yale-Harvard meet 81:44 His running now. How fast could he run a mile now? 83:26 The toughest runner he ever competed against 86:14 A sample week of training 93:05 What he remembers most about 1972 Olympics 01:33:59 Frank's #1 piece of running advice Contact us: Email podcast@letsrun.com or call 1-844-LETSRUN and hit option 7 for the secret podcast voicemail. Join our Supporters Club and take your running fandom to the highest level. Get all the LetsRun.com content, a second podcast every week, savings on running shoes, and a lot more. https://www.letsrun.com/subscribe Check out the LetsRun.com store. https://shop.letsrun.com/ We've got the softest running shirts in the business. Thanks for listening. Please rate us on itunes and spread the word with a friend. There is a reason we're the #1 podcast dedicated to Olympic level running. Send us your feedback online: https://pinecast.com/feedback/letsrun/5468d032-9d90-4c9a-b190-206b118a13e8

Brasil-África
Economista Carlos Lopes lança novo livro e diz que Brasil pode participar da mudança estrutural da África

Brasil-África

Play Episode Listen Later Sep 3, 2022 5:55


O economista da Guiné-Bissau Carlos Lopes lança um livro escrito com o economista do Zimbábue George Kararach onde fala sobre percepções que considera deturpadas sobre a África, além de novas narrativas sobre o continente e desenvolvimento no século XXI, passando pela necessidade de se investir na industrialização da região e oportunidades. Lopes diz não ter dúvida de que, no campo econômico, um dos maiores desafios da África é a industrialização. Mas entre os esteriótipos que o ocidente construiu sobre o continente africano, o que mais o incomoda é o de que a África nada mais é do que um fornecedor de matérias-primas, sem transformação. “É exatamente o modelo colonial”, disse. “Nós no livro tentamos demonstrar que há possibilidades reais de transformação estrutural, que há países que já estão fazendo a coisa certa, mas, evidentemente, não são a maioria. E, portanto, é preciso muito mais empenho para que esta transformação tenha lugar”, explicou Lopes. Os dois autores vêm trabalhando sobre o tema desenvolvimento econômico e dividiram as tarefas para escrever um livro a quatro mãos. Lopes contou à RFI que Kararach focou mais nos estudos de casos, enquanto ele cuidou da complexidade da narrativa de interpretação de todo o processo de transformação estrutural. Colonização O economista guineense, que foi secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para África, disse que há características estruturais, históricas e culturais comuns entre os países africanos, principalmente em se tratando de heranças do período colonial. “Apenas um país africano não foi colonizado completamente, a Etiópia, mas tem muitas características comuns com os outros”.  Para ele, as diferenças que existem não impedem o debate sobre a África, em se tratando de representação global, em matéria de comércio. “Por isso os africanos têm que lutar, em termos internacionais, por um espaço de manobra, já que é mais fácil aparecerem no seu conjunto”, afirmou. A maior parte dos países desta região enfrenta problemas sistêmicos. “Quando olhamos para as diferenças, o que importa neste caso concreto abordado no livro é ver aqueles países que estão fazendo transformações estruturais e os que não estão fazendo”, disse. Quando se fala para quem não conhece a África, o economista reforça que é preciso enfatizar o tamanho geográfico do continente, o que normalmente as pessoas não consideram. “Muita gente não sabe que a China e a Índia são ‘pedacinhos' em relação à massa territorial da África”, lembrou. A Rússia “corresponde, em massa territorial, a mais ou menos um terço da África”, lembra. “Temos essa visão cartográfica completamente errada, e também essa visão errada em termos históricos, culturais, políticos. No livro tentamos corrigir essas percepções negativas”, disse. Ausência no programa eleitoral O economista afirma que não o surpreende o fato de apenas três candidatos à presidência do Brasil terem citado o continente em seus programas de governo. Mas lembra que “a África vai ter um papel muito importante no futuro e muitos países já o reconhecem”, citando o exemplo da Turquia, que vem aumentando consideravelmente sua presença no continente africano. Lopes afirma que “o Brasil tem muito o que aprender”. Lopes finaliza a entrevista deixando um recado a quem vai governar o Brasil a partir de primeiro de janeiro de 2023. Para ele, o país “caiu outra vez na armadilha de exportação de commodities”, depois de um processo de industrialização classifica de "bastante bem sucedido". “Temos problemas comuns e podemos desenvolver capacidades também de respostas comuns a nível de negociações internacionais”, disse o especialista africano.

Jose Candeias - HÀ Conversa
Subida Solidária ao Pico - Carlos Lopes

Jose Candeias - HÀ Conversa

Play Episode Listen Later Aug 12, 2022 10:34


Raccoonversa
Experts #29 | GA4: O que você precisa saber da nova versão do Google Analytics

Raccoonversa

Play Episode Listen Later Aug 11, 2022 29:51


Nas últimas semanas só tem se falado sobre a nova versão do Google Analytics, que começará a valer a partir do ano que vem e promete ser uma forte mudança no cenário de dados e marketing digital. Para falar sobre o tema, convidamos o Carlos Lopes, o Diretor de Tecnologia da Raccoon. E a Graziela Sasso Luloian, nossa Gerente de Marketing de Operações, comanda esse episódio junto com o Rick. Se você quer saber mais sobre o que é o Google Analytics 4, as principais diferenças positivas e negativas do GA4 com o que já existe hoje e o que vai acontecer por conta desse anúncio que promete afetar a todos com suas novas políticas de privacidade e muito mais, não deixe de dar o play agora mesmo! Se curtir o conteúdo, se inscreva no podcast e compartilhe com seus amigos e colegas de trabalho! Siga nossas redes sociais: https://www.instagram.com/agenciaraccoon/

Deixar o Mundo Melhor
Patrícia Mamona

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Jul 8, 2022 31:17


Filha de pais angolanos, nasceu em Lisboa a 21 de novembro de 1988 e tem uma imensa vontade de ir a Angola conhecer os familiares que lá vivem. Patrícia Mamona ainda não cumpriu este desejo, porque o atletismo de alta competição é incompatível com um mês seguido de férias e, por agora, o encontro com as raízes continua adiado, assim como o projeto de ser mãe. Não só o clube Juventude Operária Monte Abraão (JOMA) teve um papel decisivo no início da sua carreira, mas também o treinador José Uva, que a convidou para treinar quando a viu derrotar rapazes num corta-mato da escola. Grata pela amizade do "professor", a campeã europeia do triplo salto em 2016 diz que o treinador "é quase como um pai, que a conhece desde pequena e sabe a [sua] personalidade. Damo-nos muito bem, conhece a minha família, eu conheço a família dele. É uma pessoa muito generosa, que sabe conciliar a parte profissional, a parte familiar, a parte emocional". A mulher que quer "representar o país da melhor forma" nos Jogos Olímpicos de 2024 diz que "regra geral, o atletismo é um desporto que não é bem remunerado", apesar de em Portugal existirem grandes atletas de alta competição e nomes como os de Rosa Mota, Carlos Lopes, Fernando Mamede, Naide Gomes, Francis Obikwelu e tantos outros, que muitas medalhas e "visibilidade" trouxeram para Portugal. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Cultos Igreja Batista Amoreiras
Deixe tudo por Cristo | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later Jun 29, 2022 43:57


O Pr. Luiz nos ensinou nessa pregação que não podemos deixar que certas coisas aqui na terra possuam um valor maior que o valor de JESUS CRISTO.

Cultos Igreja Batista Amoreiras
O Poder da Palavra Falada | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later May 23, 2022 25:52


O Pr. Luiz Lopes nos trouxe uma palavra abençoada com o tema: O Poder da Palavra Falada

TSF - O Bichinho da Rádio - Podcast
Os cães que guiam a vida de Carlos Lopes

TSF - O Bichinho da Rádio - Podcast

Play Episode Listen Later Apr 29, 2022


edição de 29 Abril 2022

The Africa Roundtable - Der Podcast
Es drohen Hungersnöte - Afrika im Ukraine-Konflikt

The Africa Roundtable - Der Podcast

Play Episode Listen Later Mar 31, 2022 26:13


Afrikanische Staatschefs fühlen sich dieser Tage an die Zeit des Kalten Krieges erinnert, sagt Dr. Carlos Lopes von der University of Cape Town im aktuellen „The Africa Roundtable“ Podcast. Damals sollten sich die Staaten zwischen den Blöcken West und Ost entscheiden. Davon haben sie aber sie aber nie profitiert -ein Grund für die aktuelle politische Zurückhaltung. Doch verschont bleiben sie nicht. Die starke Abhängigkeit von Getreide aus der Ukraine und Russland sowie aktuell exorbitant hohen Treibstoffpreise könnten in einigen Staaten zu umfassenden Aufständen und Hungersnöten führen. Dr. Stefan Mair, Direktor der Stiftung Wissenschaft und Politik in Berlin und Dr. Carlos Lopes von der University of Cape Town über die politischen, sozialen und gesellschaftlichen Folgen des russischen Angriffs auf die Ukraine für die Staaten Afrikas.

Cultos Igreja Batista Amoreiras
Encontro Transformador | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later Mar 16, 2022 29:33


Neste culto, aprendemos a aproveitar e a responder de maneira correta as oportunidades dadas por DEUS.

Economia
Quem ganha e quem perde com o aumento de preço das matérias-primas em tempos de guerra

Economia

Play Episode Listen Later Mar 9, 2022 5:32


Da Europa aos Estados Unidos, passando pelo Brasil ou pelo continente africano. O mundo inteiro começa a sentir os impactos provocados pela guerra na Ucrânia. Desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, o futuro do setor financeiro e das trocas comerciais se tornou imprevisível. As sanções dos países ocidentais contra o país de Vladimir Putin já trouxeram consequências imediatas, como a disparada dos preços de commodities e muitos países se preparam para absorver o choque Candidato declarado à reeleição na França, desde a quinta-feira (3), Emmanuel Macron se equilibra nos discursos, ora como presidente, ora como político em campanha. Contudo, o tom grave das mensagens que ele martela é o mesmo. Nesta terça-feira (8), o presidente francês deixou bem claro: “Nossa agricultura, nossa indústria, muitos setores econômicos estão sofrendo e sofrerão, seja porque dependem da importação de matérias-primas da Rússia ou da Ucrânia, seja porque exportam para esses países. Nosso crescimento, que está atualmente no auge, será inevitavelmente afetado". “O aumento do preço do petróleo, gás e matérias-primas tem e terá consequências para o nosso poder de compra", disse o presidente. "Amanhã, o preço de um tanque cheio de gasolina, o valor da conta do aquecimento e o custo de certos produtos poderão se tornar ainda mais caros”, completou Macron. Consciente das consequências econômicas e sociais da guerra, o chefe de Estado orientou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, a apresentar, nos próximos dias,  um “plano de resistência econômica e social” para enfrentar essas dificuldades. “Apoiaremos os setores econômicos mais expostos, procurando novos fornecedores e novos pontos de venda comerciais. E é com esse objetivo que conversei com os líderes europeus, americano e do Oriente Médio”, ressaltou. “Daremos respostas adequadas à interrupção dos fluxos comerciais e ao aumento dos preços”, declarou Macron. Durante dois dias, a partir desta quinta-feira (10), o presidente francês vai coordenar, na cidade de Versalhes, na região parisiense, uma reunião de cúpula informal com líderes europeus para discutir um novo modelo econômico para a Europa. Sobretudo, será uma oportunidade para debater alternativas para contornar a dependência de petróleo e gás da Rússia, país que garante o fornecimento de 40% do volume de gás consumido no bloco europeu. Grande produtor e exportador de petróleo, a Rússia também sabe que a ordem dos ocidentais de parar de comprar esse produto vai ter um impacto forte no futuro econômico do país. O anúncio dos Estados Unidos de cortar as importações de petróleo russo já fez o preço do barril ultrapassar os US$ 130, neste terça-feira. O governo americano já iniciou contatos com a Venezuela para compensar essa redução nas importações. O presidente Nicolás Maduro confirmou o início das discussões. No tabuleiro geopolítico mundial, não apenas países, mas regiões inteiras serão impactadas pela guerra. Perdas e ganhos No caso da África, Carlos Lopes, ex-secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para África e especialista em planejamento estratégico prevê dois cenários distintos. O primeiro favorece os países produtores de commodities, que terão o preço nas alturas. “A África e a Rússia têm grande dependência econômica de algumas commodoties e algumas delas são comuns, como o petróleo. Para a África, o petróleo representa 40% das exportações”, afirma. “Qualquer turbulência neste mercado vai favorecer países africanos que são exportadores desse produto”, diz o especialista, fazendo referência a Angola, Nigéria e Argélia. De acordo com Carlos Lopes, outra commodity que sofrerá impacto será a platina, metal produzido na África do Sul e Zimbábue. “Para esses países, as notícias são boas porque vão aumentar os preços e muitos vão se beneficiar com a turbulência”, avalia. Por outro lado, Carlos Lopes ressalta as muitas dificuldades que irão surgir para os países africanos com o aumento de preços de produtos importados. “No caso do trigo, a África  é um grande importador e a Rússia é um grande exportador. A falta de acesso a esse mercado, porque os russos vão ter disrupções logísticas, e a falta de uma substituição fácil, farão com que países principalmente do norte da África e da África Subsaariana paguem um preço muito alto por um produto de primeira necessidade”, conclui. 

Cultos Igreja Batista Amoreiras
Filhos e Herdeiros | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later Feb 25, 2022 30:05


Nesta terça POP entendemos que fomos comprados por Ele, temos acesso à casa do Pai. E, temos a marca do sangue de Jesus em nossas vidas.

Cultos Igreja Batista Amoreiras
O Evangelho da Paz | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later Feb 22, 2022 40:27


Pregação do Pr. Luiz Carlos Lopes com o tema: "O Evangelho da paz."

Reportagem Observador
Alegre. "O PS não é herdeiro de Trótski e Lenine"

Reportagem Observador

Play Episode Listen Later Jan 28, 2022 2:31


No maior comício da campanha do PS, no Pavilhão Carlos Lopes, o histórico socialista Manuel Alegre avisou a esquerda que "o PS é herdeiro de Leon Blum e Olof Palme e não de Trótski e Lenine".  See omnystudio.com/listener for privacy information.

Centro Desportivo
Entrevista com Francisco Barata, treinador da Escola de Atletismo Carlos Lopes

Centro Desportivo

Play Episode Listen Later Jan 25, 2022 32:40


DW em Português para África | Deutsche Welle
25 de Janeiro de 2022 - Noite

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Jan 25, 2022 19:59


O que estará na origem dos golpes militares na África Ocidental? Moçambique: Tempestade tropical Ana fez seis mortos em Tete; há várias pessoas desaparecidas e danos incalculáveis. Guiné-Bissau: Ex-ministra denuncia o colapso do sistema de ensino público. CAN 2021: Senegal eliminou Cabo Verde da prova.

Cultos Igreja Batista Amoreiras
O Evangelho Transformador | Pr. Luiz Carlos Lopes

Cultos Igreja Batista Amoreiras

Play Episode Listen Later Jan 14, 2022 37:10


O Evangelho chegou a nós e ele é anunciado!

Rádio Comercial - Momentos da Manhã
A 9ª Corrida Sporting vai acontecer dia 1 de Novembro e Carlos Lopes veio contar tudo às Manhãs da Comercial... e trouxe o Jubas!

Rádio Comercial - Momentos da Manhã

Play Episode Listen Later Oct 10, 2019 4:13