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Convidado
"A Europa não é um espectador e é fundamental para manter a Ucrânia a funcionar"

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 17, 2025 9:02


Para Licínia Simão, “é importante que os 27 consigam traduzir este apoio numa posição política que reforce o interesse dos europeus neste conflito às nossas portas”. A professora de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra é a Convidada desta segunda-feira. Esta pode ser uma semana decisiva para o fim da guerra na Ucrânia, com uma cimeira em Bruxelas e uma conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin. Desta forma, União Europeia e Estados Unidos reforçam posições para ocupar um papel de destaque na solução do conflito e na reconstrução do pós-guerra.Em declarações à RFI, Licínia Simão, professora da Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de Estudos Sociais da mesma instituição, analisa a situação da guerra na Ucrânia à luz da actualidade.Licínia Simão  - "Parece-me que esta é uma semana onde decisões importantes vão continuar a ser tomadas. Não sabemos ao certo se daqui resultará algo tangível e relevante para o conflito na Ucrânia, ou para a defesa europeia. Vamos ter que acompanhar algumas destas decisões que possam estar em cima da mesa, nomeadamente, as condições para o cessar fogo de 30 dias, que é, neste momento, um dos grandes objectivos do Presidente Trump".RFI - Para amanhã está marcada uma conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin. Há cerca de duas semanas, assistimos ao encontro na Casa Branca entre o presidente da Ucrânia e o presidente dos Estados Unidos. Os 27 parecem espectadores dos passos do governo norte-americano…"A abordagem do presidente Trump para a Guerra da Ucrânia mudou significativamente a política norte-americana para este conflito e, portanto, aquilo que nós temos assistido nas últimas semanas é uma adaptação por parte dos líderes europeus a estas circunstâncias. O desejo do presidente Trump de negociar directamente com o presidente Putin, muitas vezes quase à revelia da própria Ucrânia, deixa os europeus numa circunstância mais complicada. Eu penso que nas últimas semanas, em particular, e depois da visita muito controversa do presidente ucraniano à Casa Branca, e à forma como foi recebido nessa audiência, fez com que os europeus tomassem uma série de decisões. Essas decisões podem fazer com que efectivamente tenham uma palavra a dizer naquilo que é o futuro da Ucrânia, nomeadamente, naquilo que tem a ver com uma missão no terreno que possa garantir que o cessar fogo é implementado ou que possa vir a acompanhar o regresso da Ucrânia à paz e à normalização das relações com a Rússia. Não sei, no entanto, se isso é algo aceitável para Moscovo, tendo em conta a retórica que continua a sair da Europa e os esforços europeus para rearmar. Estes esforços podem ser vistos por Moscovo como algo que não é do seu interesse e que pode ser contrário a uma paz mais durável na Europa".Falou nesta diferença de posição dos Estados Unidos no que diz respeito ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia. A União Europeia preparou-se para esta mudança entre a relação com Joe Biden e a relação com Donald Trump?"Eu diria que não. Ou seja, eu diria que parecemos muito surpreendidos com esta mudança. E isso é que é surpreendente. O presidente Trump sempre disse ao que vinha e, obviamente, que deveria haver um plano e conversas até com a Casa Branca na administração anterior. Seria importante para perceber como é que os europeus poderiam ter um papel mais relevante na definição da sua própria segurança. Isso é algo que nos parece a todos desejável. O que é muito importante também é entender que, apesar de politicamente ser sempre difícil à Europa falar a uma só voz, nós temos mesmo que fazer o esforço de concertar posições entre os Estados-Membros. No entanto, e vale a pena dizer isto ao nível das instituições europeias, a Comissão  von der Leyen fez o seu trabalho de preparação daquilo a que chamam de  “mercado europeu de defesa” e de uma resposta cada vez mais continuada de apoio militar à Ucrânia. E apoio ao nível do processo de integração da Ucrânia na União Europeia, que implica suporte, por exemplo, financeiro e macroeconómico ao país, ao seu governo e às suas estruturas. Portanto, a Europa não é só um espetador. A Europa, neste momento, tem um papel muito significativo em termos do apoio que dá no terreno ao governo ucraniano e que mantém o país a funcionar em larga medida. É importante que consiga traduzir isso numa posição política que reforce o interesse dos europeus neste conflito às nossas portas".À entrada para o encontro de hoje em Bruxelas, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, pediu aos Estados-Membros para fazerem “mais de forma urgente e imediata” para colocar a Ucrânia numa posição de força. O que é que os 27 podem fazer? Falar a uma só voz, por exemplo, como acabou de dizer?"A Alta Representante está naturalmente a dar eco de todos estes movimentos e iniciativas que estão a decorrer ao nível das instituições europeias para afirmar a Europa e para criar condições para os europeus não só poderem apoiar a Ucrânia num primeiro momento, caso o apoio norte americano falte, mas também para poderem pensar a sua segurança e a sua defesa de forma mais integrada. Nós temos assistido a várias iniciativas desse ponto de vista. Vimos o plano  ReArm Europe, da presidente Ursula von der Leyen, que foi apresentado há uma semana. Espera-se o Livro Branco da Defesa, preparado pelo colégio de comissários, e pelo comissário com a pasta da Defesa em particular. A própria Alta Representante Kaja Kallas também deverá discutir com os Estados-Membros alguns elementos do seu plano para aumentar o investimento imediato na defesa. Portanto, nós temos um colégio de comissários muito ativo. Temos um Conselho Europeu que parece estar plenamente alinhado no apoio imediato à Ucrânia e na vontade de avançar com a defesa. Depois, há aqui questões ainda significativas que têm que ser discutidas, sobre como é que todos estes mecanismos de financiamento estão a ser articulados. Como é que se paga tudo isto? De onde é que vem o dinheiro? O que deixamos de fazer quando investimos na defesa? Esta é uma conversa muito importante, espero eu, para os cidadãos europeus. E também, como é que este impulso para a criação de um mercado único de defesa joga com as decisões políticas que ainda estão muito fragmentadas ao nível nacional".E não podemos esquecer que nem todos os Estados-Membros pensam da mesma forma."Sim. As posições mais notoriamente desalinhadas são as da Hungria e da Eslováquia. Mas eu penso que a Europa tem que reconhecer que vive um momento politicamente muito sensível. Nós falamos de rearmar a Europa no mesmo momento em que olhamos para as forças de extrema direita com grande poder em muitos dos nossos Estados-Membros, e isso deve preocupar-nos. Reconhecemos os desafios estratégicos que são reais e que devem ser confrontados, mas precisamos de fazer este caminho de rearmar a Europa, ao mesmo tempo que reforçamos as questões da democracia e as questões de transparência e de responsabilização dos governos europeus. Este equilíbrio entre estes dois aspectos é fundamental. É importante envolver os cidadãos, apesar de toda a pressa e toda a urgência que temos nestas matérias". 

Enterrados no Jardim
As mais novas cartas portuguesas. Uma conversa com Sara Araújo

Enterrados no Jardim

Play Episode Listen Later Mar 14, 2025 298:32


"A poesia é onde tudo acontece”, escreveu Alejandra Pizarnik. E adiantou que dizer “liberdade” e “verdade” em referência ao mundo em que vivemos (ou não vivemos) é dizer uma mentira. “Só não é mentira quando se atribui estas palavras à poesia: o lugar onde tudo é possível.” Mas há muito que deixou de ser assim entre nós. Por cá a poesia é o lugar onde nada acontece, e são realmente muito poucos aqueles que declaradamente assumem a poesia como fala da insubmissão, e que através dela manifestam desprezo pelas formas do poder. Por essa razão, como já alguns fizeram questão de sublinhar, a poesia deve ser feita contra a poesia, e contra essa noção que hoje se vai tendo do poeta como personagem que se dá ares precisamente para esconder que nada tem a dizer, “e que por isso verseja, com vista a produzir um efeito, um prestígio que influa positivamente nas hierarquias do poder e do dinheiro” (Júlio Henriques). Começa a ser difícil perceber em que momento é que a poesia escapa a ser um desses discursos acomodatícios, alimentando o álibi cultural daqueles que gostam de ser vistos a patrocinar as artes e ver-se cercados dessas criações de estufa. Já a propósito das publicações colectivas que se têm generalizado nos nossos dias, desses almanaques ou antologias sempre a fim do regime celebratório, à boleia de comemorações e efemérides, Alfonso Berardinelli falava na importância de se impor algum critério de objectividade que rompesse com a tendência dos poetas de hoje para se auto-consolarem no seu pequeno gueto, onde nada nem ninguém os contradiz. “Os poetas criaram uma zona protegida para si próprios, contentam-se com pouco, esperam pouco de si próprios, são susceptíveis e vaidosos, mas não têm uma verdadeira ambição. Já não têm as grandes ambições que os poetas sempre tiveram – os quais podiam não alcançar grande repercussão, mas contavam com o valor e o poder dos seus versos. A força dos poetas sempre foi esta.” No ambiente desolador que por cá passa por espaço literário, há muito que se confunde o campo de criação literária com o da circulação dos livros, quando essa forma de proliferação apenas sinaliza como o meio editorial se tornou afim da agenda de consumo que nos vai sendo imposta, dissolvendo a perspectiva crítica nesse favor que promove um consenso ideológico e sem margem para os gestos de recusa e de confronto. À semelhança do que aconteceu com a poesia, e com tantas das categorias artísticas, os próprios movimentos de contestação social viram-se subsumidos às retóricas de reprodução de avatares sociais e identidades digitais, num processo que dá primazia às formas de autorrepresentação. Tudo é uma miragem, uma peça de teatro cujo cenário não tem centro, nem corpo ou geografia. Também o feminismo que assume mais visibilidade é cada vez mais uma forma de auto-indulgência, quase um reflexo de ordem narcisista, como nos diz Jessa Crispin. “Eu defino-me como feminista e por isso tudo o que faço é um acto feminista..." Trata-se de um argumento político de tal modo evidente e poderoso, que a melhor forma de o esvaziar passou por cooptá-lo como uma estética e uma forma de merchandising. No seu manifesto feminista – "Why I am not a feminist" –, Crispin vinca que a história do feminismo tem sido marcada por um “pequeno número de mulheres radicais, muitíssimo empenhadas, e que há custa de um enorme sacrifício fizeram avançar a posição das mulheres, normalmente através de actos e palavras chocantes”, sendo que a “maioria das mulheres, embora tenha beneficiado imensamente do desafio e do empenho dessas poucas, tratavam logo que possível de se dissociar delas”. Esta ensaísta norte-americana que recupera e honra as posições da segunda vaga feminista é implacável na denúncia do individualismo e do capitalismo, sistemas de valores que, segundo ela, distorceram totalmente os propósitos e o alcance do feminismo, encorajando as mulheres a pensar no movimento apenas na medida em que este conduz a ganhos individuais. “As últimas duas décadas dessa forma de feminismo enquanto lifestyle levou tantas mulheres a partirem do princípio que a coerência com o feminismo não significa abdicarem nem recusarem-se seja ao que for. Bastava vestirem o rótulo, e nem era justo que se sentissem pressionadas a renunciar ao casamento, à cultura popular misógina, às roupas de fábrica ou às carreiras corporativas para se alinharem com os princípios feministas – e o facto é que muitos dos nossos ‘intelectuais de proa' feministas se têm dedicado a todas as formas de contorcionismo no sentido de demonstrar como, não só nenhuma destas coisas é anti-feminista, como, na verdade, fortalecem o movimento.” Sara Araújo, a nossa convidada neste episódio, encarna bem esse trabalho árduo e o empenho que é essencial para que seja possível voltar a colocar a tónica no desmantelamento das hierarquias e dos elementos de opressão social que sempre estiveram na mira da crítica feminista. Investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra durante quase duas décadas, acabou por cortar com aquela instituição na mesma altura em que vinham a lume as alegações sobre o clima de predação sexual e intimidação ou assédio moral no seio desta. Hoje, é uma das figuras chave no mais significativo acto de insurreição contra as estruturas despóticas que persistem na academia, que, volvidos 50 anos do 25 de Abril, ainda é essa incubadora dos mecanismos de poder e repressão que alimentavam a nossa ditadura tão afeiçoada aos seus pergaminhos catedráticos.

Ideias Feitas
"Os abusos de Boaventura têm 50 anos"

Ideias Feitas

Play Episode Listen Later Nov 29, 2024 6:25


Alberto Gonçalves comenta a demissão de Boaventura de Sousa Santos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
"Resgatar o pensamento revolucionário de Cabral para as lutas de hoje"

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 11, 2024 11:08


Decorre esta quarta-feira, 11 de Setembro, o terceiro dia do simpósio internacional Amílcar Cabral - um património nacional e universal. O investigador guineense, Sumaila Jaló, participou na mesa redonda sobre Cabral e a Juventude: um debate inter-geracional. O estudante em doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra afirma ser preciso "resgatar o pensamento revolucionário de Amílcar Cabral - enquanto ideologia progressista - para as lutas de hoje". RFI: Amílcar Cabral teve uma relação profunda com a juventude, tanto no contexto do movimento de libertação como em termos de inspiração política e ideológica. Esta relação entre o legado de Cabral e a juventude ainda existe?Sumaila Jaló: Existe há uma transdimensão em que podemos falar dessa relação de Cabral com a juventude. Uma primeira dimensão que é a dimensão da ausência, que consiste nas tentativas de apagamento do legado da luta e da acção revolucionária de Amílcar Cabral e dos seus camaradas no espaço público, tanto no sistema educativo como no espaço dos partidos políticos para a mobilização pública. No próprio PAIGC que ele ajudou a fundar que, a partir do golpe de 14 de Novembro de 1980, se desligou com a sua base ideológica fundadora, pan africanista, socialista e que pugna pelo progresso do povo realizado pela mobilização do próprio povo, mas também uma tentativa muito actual de certos poderes políticos identificados no caso da Guiné-Bissau, que decretam a celebração do Dia da Independência a 16 de Novembro, dia das Forças Armadas e não 24 de Setembro, que é o dia da proclamação unilateral histórica da independência da Guiné-Bissau. Uma tentativa de militarização do poder, mas também, muito recentemente, através de um despacho que impede a fixação de cartazes no espaço público para a celebração do centenário. Primeiro esta ausência, depois a presença na cultura em toda a sua dimensão na produção cultural. A figura de Cabral e o legado da luta aparece e a partir da produção cultural que a juventude se conecta com o legado de Amílcar Cabral. Através disso, os movimentos sociais que, tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde, assim como nas suas diásporas, se mobilizam com base no pensamento revolucionário de Amílcar Cabral, para a transformação. Finalmente, há uma dinâmica de resgate da figura de Cabral.O que eu acredito é que essa dinâmica de resgate não seja no sentido de salvar o pensamento do Cabral, porque isso está salvo, 51 anos depois do seu assassinato, nós ainda falamos de Cabral e celebramos Cabral e o seu pensamento. O que nós precisamos é um resgate para o pensamento revolucionário de Cabral enquanto ideologia progressista e de transformação da realidade que nos sirva para as lutas de hoje, as lutas para a emancipação do povo guineense e cabo-verdiano, mas sobretudo para a construção de uma nova vida na paz e na dignidade em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em África e para toda a Humanidade.E porque é que acontece esse distanciamento entre as classes políticas, com a sociedade civil e este legado de Amílcar Cabral?Este desligar de entidades políticas, particularmente partidos políticos com as bases populares que mobilizam deu-se primeiro, como o próprio PAIGC, que é um movimento revolucionário de massas na sua origem. Mas a transição de sistema de partido único para a liberalização económica e depois para a abertura política. Não estou a dizer que estas aberturas não deviam ter acontecido, mas não são motivos para um partido dessa dimensão esvaziar do seu espaço o pensamento comprometido com a transformação dessas massas populares. O que aconteceu foi o aburguesamento das lideranças desses partidos políticos que repeliu a sua relação com as massas populares e essa desconexão começou a gerar desconfianças desse próprio povo que alimentou o surgimento do PAIGC com esta estrutura. Esta dinâmica se alastrou para todos os outros partidos criados com a abertura democrática: Em vez de o partido ser uma instituição ao serviço da população, o partido passou a transformar-se em entidades que se servem do erário público produzido pela população e pela massa popular.Amílcar Cabral defendia a educação política dos jovens. Acreditava que o futuro da África dependia da formação das novas gerações conscientes e preparadas, Muitos jovens foram educados pela visão de auto-determinação e igualdade. O que é que aconteceu a estes jovens? Onde é que estão estes jovens hoje? E o que é que fizeram pelo país?Há duas questões aqui: Quando o PAIGC e o resto dos outros partidos políticos se transformaram em espécies de castas para incorporar interesses pessoais e não interesses colectivos, quadros até formados por esses partidos, na linha progressista de servir para a transformação da realidade, para o benefício de todos. Quadros que não se inscreveram na lógica de instrumentalização do partido para agendas particulares tinham duas possibilidades ou continuar e acomodar-se na destruição da base ideológica fundadora do PAIGC, por um lado, dos outros partidos que queriam ser alternativas ou então vão fora do partido político. O que acontece? Por um lado, há uma fuga de quadros, aqueles que recusaram acomodar se no sistema para não ser cúmplice da destruição do nosso país, na Guiné-Bissau, também em Cabo Verde encontrou outros refúgios fora dos nossos países.Mas há aqueles outros que se acomodaram nos espaços das ONGs ou arranjaram outra forma de sobrevivência, mais uma vez, para não fazerem parte do sistema a destruir o país. Só que nenhuma dessas opções funciona como alternativa a esses lugares de mobilização política. O que nós devemos começar a pensar em fazer é criar alternativas de todas as dimensões, tanto no espaço político quanto no espaço social e de mobilização cultural. Três dimensões fundamentais para construção de qualquer sociedade no mundo, disputarmos esses espaços, afirmarmos nos nesses espaços com novas agendas viradas para o progresso. O progresso nada mais é do que trabalhar colectivamente, consentir sacrifícios que são indispensáveis consentir para a melhoria das nossas vidas. Porque a luta de libertação, o legado de Amílcar Cabral e dos seus companheiros, se continuar só no domínio teórico e não for concretizado no domínio da transformação da vida das populações, não serve para nada que não seja teoria e que não encontra a prática que transforme a realidade das nossas mobilizações.Este legado de Amílcar Cabral foi esquecido pelos nossos representantes?Foi. Primeiro porque o pensamento de Amílcar Cabral é sólido e é um pensamento que não dialoga bem com demagogia, que não dialoga bem com traição, que não dialoga bem com corrupção, que não dialoga bem como mentir ao povo. É um legado assentado em princípios éticos, morais e de compromisso patriótico que as actuais lideranças políticas não têm na sua gramática política. Por isso, não estão interessados em conhecer Amílcar Cabral.Amílcar Cabral e o seu pensamento inquietam. Amílcar Cabral e o seu pensamento fazem-nos perguntar onde estamos e por onde vamos caminhando. Lideranças políticas interessadas em construir castas, em consolidar burguesias para a captura do erário público, para interesses localizados e não colectivos, nunca estarão interessados na afirmação e consolidação do pensamento cabralista nas nossas sociedades. Por isso é que esse pensamento é repelido através de decretos e através de despachos que pretendem apagar do espaço público. Mas isso é impossível porque, mesmo que existam mais do que esses decretos, o pensamento de Cabral que já se consolidou 50 anos na academia, na cultura, nos movimentos sociais e mesmo nesses partidos políticos, apesar de uma lógica instrumentalizada e demagoga.Amílcar Cabral tornou-se um símbolo de luta contra o colonialismo e a opressão. Nos últimos 50 anos surgiram líderes que foram ou são vistos hoje como mentores ou guias pelos mais jovens?Não têm surgido muitos. Há líderes que nós podemos reconhecer que tenham feito esforço em Cabo Verde e também para a África. Nós devemos reconhecer a força, a resistência e a longevidade do compromisso patriótico do comandante Pedro Pires é um exemplo. Apesar de todas as dificuldades com que se confrontou no contexto em que foi primeiro-ministro de Cabo Verde e Presidente da República, manteve o vínculo com os valores da luta de construir o bem-estar dos nossos povos. Ensinou-nos a pensar na nossa unidade, que é um legado histórico, mesmo que essa unidade não exista numa dimensão binacional.No caso da Guiné-Bissau, nós tivemos Presidentes da República, como o Luís Cabral, que herdou uma linha, se esforçou a afirmar nos primeiros anos da independência. Depois houve três Presidentes da República, a quais eu tenho muito respeito na Guiné-Bissau.Malam Bacai Sanhá pelo seu carácter. Em tempos em que tipos de liderança que tivemos na altura não só se divorciaram destes princípios éticos e morais, mas se desafiaram com o próprio povo. Se nós olharmos para todos os Presidentes da República na Guiné-Bissau, podemos olhar para esta figura de Malam Bacai Sanhá como aquele que não teve muito tempo na Presidência, mas que nos ensinou a construir paz, estabilidade, mesmo que seja a fogo e ferro. Temos temos o Serifo Nhamadjo e o Henrique Rosa, que mesmo no caso do Serifo Nhamadjo, tendo sido Presidente num contexto de golpe de Estado e tenha havido muitas interpretações dessa altura. A forma como foi Presidente da República, se olharmos hoje para o tipo de Presidente que temos, perguntámos onde erramos. Estamos a falar de um Presidente que chegou à Presidência da República através de um golpe de Estado, mas que teve um desempenho ético e moral de larga dimensão, melhor que a situação actual. São exemplos que não são perfeitos, exemplos criticáveis, mas exemplos aos quais nós podemos olhar para fazer melhor, sobretudo melhor, no sentido que eles não conseguiram, no sentido de recuperar o pensamento cabralista enquanto base ideológica para olhar para a realidade, compreender a realidade e transformar a realidade para o nosso bem-estar.

Carta Podcast
Datafolha: Boulos, Marçal E Nunes Empatados Em SP; Segundo Turno Concorrido Em BH | Fechamento Carta

Carta Podcast

Play Episode Listen Later Sep 6, 2024 61:34


Neste episódio, o cientista político João Feres Jr., professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj e coordenador do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (Lemep), analisa os resultados da última rodada de pesquisas do Datafolha, divulgada nesta quinta-feira 5. Em São Paulo, há um empate triplo entre Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB). Em Belo Horizonte, quatro candidatos disputam vaga no segundo turno para enfrentar o líder, Mauro Tramonte (Republicanos). Já no Rio de Janeiro e em Recife, os prefeitos Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) tem grandes chances de se reeleger ainda no primeiro turno. O programa apresenta, ainda, os principais destaques da edição semanal de CartaCapital. O STF impede Elon Musk de usar o Brasil como peão na guerra das big techs contra os Estados nacionais. A China troca o crescimento exponencial por um modelo de desenvolvimento com qualidade de vida, transição verde e salto tecnológico. E mais: em entrevista exclusiva, Luis Felipe Salomão, ex-corregedor do CNJ, critica o conluio lavajatista e defende longa quarentena a juízes seduzidos pela política. O Fechamento é transmitido ao vivo, no canal de CartaCapital no YouTube, a partir das 18h. Na tevê aberta, uma reprise será exibida pela TVT às 22h30. Acompanhe e participe do debate pelo nosso chat.

Uerj Entrevista - Radio UERJ
12ª temporada episódio 02 - Desigualdade racial na ciência e as comissões de heteroidentificação

Uerj Entrevista - Radio UERJ

Play Episode Listen Later Aug 9, 2024 20:20


Neste episódio, Cynthia Duarte recebe Luiz Augusto Campos, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj e do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa). O professor apresenta dados e reflexões relativos à desigualdade racial na ciência, tratando também das comissões de heteroidentificação. (T. 12 – Ep. 2 – 9/8/2024)

Fora da Política Não há Salvação
Negacionismo | com José Szwako & Lorena Fleury | 229

Fora da Política Não há Salvação

Play Episode Listen Later Jun 1, 2024 85:26


A pandemia da Covid-19 se fez acompanhar de uma grande onda de negacionismo. Havia os que negavam a existência da doença, sua gravidade ou as formas cientificamente embasadas para combatê-la. Para justificar a negação, apresentavam pretensas evidências anedóticas, achismos, informação distorcida, teorias da conspiração e supostos achados alternativos aos do consenso científico dominante. A pandemia, contudo, não foi caso isolado. O negacionismo aparece em muitas outras situações, como na maneira como se lida com o problema das mudanças climáticas e do aquecimento global. Negacionistas afirmam que tais transformações não estão ocorrendo, ou que, embora estejam a acontecer, não decorrem da ação humana, mas de causas naturais como, por exemplo, os vulcões. Outros afirmam – apelando ao conspiracionismo – que tudo se trataria de uma invenção do "climatismo", uma faceta do "globalismo". No Brasil, o negacionismo climático ganhou proeminência após a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, com alguns – sobretudo na extrema-direita – bradando que enchentes como essa acontecem de tempos em tempos, usando a cheia de 1941 como evidência disso. Mas o que efetivamente define o negacionismo? Por que tratar dele é tão importante? Que lugar têm, na discussão sobre o negacionismo, as teorias da conspiração e as fake news? Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois convidados. Um é o cientista social José Szwako, professor de sociologia no Instituto de Estudos Sociais e Politicos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IESP UERJ). Junto a José Luiz Ratton, Szwako organizou o "Dicionário dos Negacionismos no Brasil", publicado pela CEPE Editora e indicado ao Prêmio Jabuti na categoria "Ciências". Szwako é também pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e do INCT "Participa", dedicado a pesquisas sobre participação e sociedade civil. A outra convidada é a socióloga Lorena Fleury, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando nas pós-graduações em Sociologia e Desenvolvimento Rural. Ela coordena o Grupo de Pesquisa "Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade" (TEMAS). Fleury é autora do verbete "Antropoceno" no "Dicionário dos Negacionismos no Brasil". As músicas deste episódio são "Frisk" do Au.Ra e "Nothing on Me" de Patrick Patrikios. Leia o blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação no site da CartaCapital. Apoie o e ajude o canal e o podcast a se manter e a melhorar! Apoiadores contarão com agradecimentos nos créditos dos episódios (claro, desde que desejem) e terão acesso a brindes relacionados ao tema do canal: a política. Agradecemos aos apoiadores do #ForadaPolíticaNãoháSalvação, Beth de Brasília, Graziella Mesquita, Sérgio Inácio, David Ribeiro dos Reis, Juliana Cezar Bastos, Pedro Raúl de Paula Góes, Claudia Maria Dadico, Ângelo Roberto Meia Meneghelo, Gustavo Sousa Franco, Antonio Silva, Antonio Maués, Cláudio Garcia, Clarice - Acredite, Marcos Pedro de Carvalho Lima, Ademar Borges, Marisa Yamashiro, Cláudio Graziano Fonseca, Luís Henrique do Amaral Vinha, Rúbens Tayei Nakashima, Clarice Myiagi, Leandro Gonzaga, Bárbara Mota, bem como a todos e todas que têm apoiado por meio do botãozinho do "Valeu Demais".

Convidado
"História da reparação [do período colonial] é um debate absolutamente inadiável"

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 29, 2024 9:41


O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que Portugal deve liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento. "A história da reparação do período colonial é inadiável", acredita António Pinto Ribeiro, programador cultural e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. RFI: Na semana passada, o presidente português defendeu que Portugal assume total responsabilidade pelos erros do passado e disse que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram custos e que há que pagá-los. Marcelo Rebelo de Sousa declarou que Portugal deve liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento. De onde e por que motivo surgem estas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa?António Pinto Ribeiro: Bom... a razão por que o senhor Presidente fez estas afirmações neste momento não sei dizer. Elas podem ter acontecido num formato, porventura, menos esperado. Podem ter sido feitas num contexto menos adequado. O que é facto é que as questões que o senhor Presidente põe são absolutamente pertinentes. Só não entendo... enfim entendo porque é que há um conjunto de comentadores e de pessoas que não querem que este tema tenha sido abordado. E isso tem a ver com a ausência do debate que tem acontecido nos últimos anos em Portugal, com uma relação completamente e difícil de entender, que tem a ver com a nossa relação com o passado colonial. O tema em si é absolutamente fulcral para quem quer adiar o tema é como, novamente se quisesse colocar numa situação do orgulhosamente sós. A questão tem neste momento um amplo debate em termos globais e tem inclusivamente já acções que estão a ser praticadas e actividades que estão a ser praticadas e situações que são decorrentes desse debate à escala à escala mundial.Acho absolutamente necessário que esse debate se faça em Portugal. Acho necessário que se apetrechem as instituições mais directamente relacionadas com a questão de meios e recursos para que a investigação seja feita, para que os levantamentos necessários de tudo o que têm a ver com repatriamento de obras ou com questões que têm a ver com a reparação sejam de imediato postas a funcionar.É um debate absolutamente inadiável. É uma questão de fundo da sociedade portuguesa, da sociedade europeia, da relação de Portugal com as suas antigas colónias e não só. Esta ideia de não querermos continuar ou sobretudo, não querermos que o debate se faça por parte de alguns, só tem a ver com aquilo que se designa como melancolia colonial, ou seja, a vontade de viver num tempo passado, de viver num tempo que não tem nenhum sentido, que foi ultrapassado. De alguma forma é como se essas pessoas não quisessem que a independência cultural se fizesse nesses países.Em comunicado, o executivo português liderado por Luís Montenegro neste fim-de-semana, afirmou que "não esteve nem está em causa nenhum processo ou programa de acções específicas com esse propósito", em relação às declarações afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa. Portanto, o Governo português a demarcar se destas afirmações proferidas pelo Presidente da República. Portanto questões pertinentes como falava um debate inadiável, como dizia há instantes, mas que é um debate adiável para o executivo português?Não é oportuno para o executivo português. Eu acho mal que tomem como tal, mas evidentemente que aqui há razões de cálculo e de tácticas políticas que, de facto têm muito pouco a ver com a questão histórica. Têm muito pouco a ver com a necessidade de estabelecer relações civilizacionais, relações de entendimento, relações de procura, de esclarecer o que foi o nosso colonialismo. E também tem necessariamente a ver também com aquilo que é ir na onda de algumas de muitas posições que vêm essencialmente de nostálgicos do passado relativamente à história colonial. Desse ponto de vista, acho mal que o governo queira adiar esse debate.O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu que "tais actos são indesculpáveis". Ainda é possível abrir, a seu ver, discussões sobre a responsabilidade e sobre reparações no período colonial ou é tarde demais?Não, é possível e é necessário, enquanto esses debates não se fizerem há uma parte substantiva da nossa história e da história, nesse caso de Moçambique, de Angola, da ex-colónias que fica no limbo e que um dia mais tarde tem consequências. O que acontece de alguma forma é semelhante à história das independências: elas demoraram tempo, mas acabaram por se fazer. A história do repatriamento, a história da reparação nos moldes mais difíceis e mais complexos que possam acontecer são inevitáveis, vão acontecer mais tarde ou mais cedo. É uma questão só dos termos contemporâneos no nosso tempo e sermos, sobretudo contemporâneos das gerações que esperam que essas questões sejam abordadas e que o debate seja abordado dos dois lados: dos antigos impérios e daqueles que foram os antigos colonizados e escravizados. E isso, quanto mais urgente, melhor.O debate já começou a abrir se na arte, na cultura, na investigação académica. O que é que falta para abrir este debate a todos os meios?Falta haver um trabalho de investigação sólido e permanente. O debate tem sido feito em grupos bastante minoritários, nalguns casos, tem sido muito bem feito. Mas falta que este debate se alastre à universidade, de uma forma geral, ao ensino preparatório e secundário, aos meios de comunicação que estão, na maior parte de casos muito mal preparados quando não estão instrumento de recusa deste mesmo debate e nisso têm a sua grande responsabilidade e também, de alguma forma, que esse debate se faça em termos internacionais. Ou seja, nós não somos um caso isolado no diz respeito aos processos de colonização e de escravatura e, portanto, temos a possibilidade de aprender com outros países e outros governos e outras instituições internacionais que já o fizeram há muito tempo, que têm encontrado modos e formas de diálogo e de debate entre os parceiros que estão implicados neste processo. É uma forma também nós olharmos para o que se faz lá fora e, de alguma forma, encontrarmos exemplos possíveis para o debate a ser feito entre nós.É preciso reparar, há reparação possível?Há uma forma de reparação que é absolutamente impossível: Como é que se repara a morte de vários milhões de pessoas que foram escravizadas mesmo ainda que fosse só uma pessoa, já era grave. Foram milhões que foram escravizados, muitas delas mortas, comunidades que foram completamente destruídas, gerações e gerações que foram condenadas ao exílio e à morte. Isso é muito difícil de reparar. Há, contudo, formas de reparação que têm a ver com algum tipo de cooperação que se faça face a descendentes ou face a países que são descendentes ou herdeiros dessas situações de barbaridade que aconteceram. Há também outras formas hoje e eventualmente até mais, tão importante quanto essas, que é uma reparação feita no presente. O que quer dizer, de alguma forma, ter uma política que condena o racismo, ter uma política de imigração que seja uma política que, de alguma forma repare aquilo que foram atrocidades por nós cometidas e isso seja feito no presente, seja uma política de combate à discriminação pela cor da pele das pessoas ou pela sua situação social. E isto são reparações possíveis de se fazer na actualidade e urgentes para que também encontremos um caminho para a paz e um caminho maior de algo maior pacificação com o passado.As questões que têm a ver com a restituição, apesar de tudo, são menos complicadas. Nessa medida, há inclusive, já todo um conjunto de protocolos, de formas de restituição que cada uma delas tem sua particularidade. Há forma já encontrada em países como a França, os Países Baixos, os Estados Unidos, o Japão que têm encontrado soluções entre os parceiros implicados e que, de alguma forma é um processo que está a andar e que vai continuar e disso tenho a certeza absoluta. Creio que também aí Portugal tem um imperativo a cumprir que é de restituir as obras que foram apropriadas, que foram roubadas, que foram espoliadas e que de alguma forma destruíram comunidades, destruíram imaginários: Ao roubar, ao fazer negócios de usurpação de algumas dessas obras que estão, estiveram nos museus, colecções privadas, destruições, identidade de povos. O que seria dos portugueses, como é que os portugueses sentiriam se o painel de Nuno Gonçalves ou uma estátua de Nossa Senhora de Fátima fossem roubados por um exército ou por missionários? Com certeza que tudo faríamos para os readquirir. É isso que as pessoas, as comunidades que são herdeiras de outras comunidades a quem foram expropriados estes símbolos e estes objectos identitários, reclamam com toda a justiça.

Mesa do Meio (#MesaDoMeio)
Ataque iraniano contra Israel; CNJ julga Lava Jato; Glauber Braga e MBL

Mesa do Meio (#MesaDoMeio)

Play Episode Listen Later Apr 17, 2024 70:31


No #MesadoMeio desta terça (16), Pedro Doria e Christian Lynch recebem o professor Elizeu Santiago, que é doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio e graduado em Economia, para debater a ofensiva iraniana contra Israel, as motivações do ataque e as possíveis consequências do ato iraniano. O trio também comenta o julgamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a atuação de Sergio Moro (União-PR) na Lava Jato e o afastamento da juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. Com empurrão e chutes, o deputado federal Glauber Braga expulsou um influencer ligado ao MBL do Congresso Nacional. Sobre esse assunto, Pedro, Christian e Elizeu falam na Sala Secreta: https://www.canalmeio.com.br/2024/04/16/ataque-iraniano-inflama-diplomacia-no-oriente-medio/ See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
Reforma da política migratória da UE a caminho de uma adopção definitiva?

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 11, 2024 14:49


Uma curta maioria de eurodeputados votou nesta quarta-feira a favor de uma reforma da política europeia em matéria de imigração. A adopção desta reforma que acontece a cerca de dois meses das eleições europeias, deve ainda ser confirmada em reunião do Conselho Europeu no final deste mês, antes de se observar um período de 2 anos para a transposição nos respectivos enquadramentos legais dos 27, para a sua entrada em vigor em 2026. Este novo pacto que foi obtido ao cabo de anos de negociações institui o princípio de uma solidariedade obrigatória entre estados-membros em matéria de gestão de fluxos migratórios. Face à chegada mais importante de candidatos à imigração, os 27 deverão acolher os migrantes que não possam ficar nos países onde chegaram primeiro. No caso de um país recusar acolher migrantes, é-lhe aplicada uma multa de 20 mil euros por migrantes recusados.Contudo, esta nova política introduz também mais restrições às chegadas de migrantes e processos de expulsão mais rápidos, nomeadamente com base na partilha de informações como dados biométricos. Quem já tiver sido expulso uma vez, tornará a sê-lo novamente ao abrigo deste novo dispositivo.Este texto está longe de reunir consensos. Para além da Polónia e da Hungria expressarem descontentamento, por motivos semelhantes às franjas mais conservadoras do parlamento, também partidos de esquerda e ONGs de defesa dos Direitos Humanos denunciam uma política que qualificam de desumana.Pedro Marques, eurodeputado socialista português, votou a favor deste projecto. Ele responde às críticas feitas a este texto destacando a necessidade de "mostrar aos europeus que a União Europeia é capaz de gerir as suas fronteiras"."Nós estabelecemos no Pacto para as Migrações, mecanismos independentes de controlo da forma como as pessoas serão tratadas nas nossas fronteiras quando procuram chegar à Europa. Nós queremos gerir as fronteiras, gerir com humanidade as nossas fronteiras. Ninguém defenderá mais do que nós os Direitos Humanos. Mas não aprovar o Pacto para as Migrações era continuar a ter os europeus a acreditar que nós não éramos capazes de gerir as nossas fronteiras. A partir de agora, haverá solidariedade com os países que estão na linha da frente, que recebem mais migrantes quando eles fogem das guerras, quando eles atravessam o Mediterrâneo e estão em risco de morrer. Haverá mais solidariedade europeia. Ninguém se poderá colocar de fora, mas haverá uma gestão efectiva das fronteiras, com humanidade, com humanismo", considera o eurodeputado socialista para quem a adopção deste mecanismo "foi uma grande derrota da extrema-direita que queria menos Europa".Pedro Góis, especialista de questões migratórias e professor de economia no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra reconhece que houve avanços com a adopção deste projecto, contudo ele não deixa de apontar algumas falhas em termos de respeito dos Direitos Humanos."Há várias abordagens possíveis. A abordagem sobre algum retrocesso nos Direitos Humanos dos migrantes parece-me óbvia, uma vez que há um acordo de recolha de dados biométricos na fronteira num período de sete dias, o que significa que provavelmente as pessoas ficarão retidas na fronteira durante esse período. Isso é obviamente, um retrocesso a um avanço relativo, que é de pensarmos que a União Europeia, os países, os Estados-Membros finalmente se entenderam quanto ao que devem fazer em termos de responsabilidade para com os pedidos de asilo que acolhem, seja recolhendo-os no seu território, seja contribuindo para um fundo comum que permita que outros territórios os acolham. Isso parece-me talvez o avanço mais interessante" considera o universitário.Questionado sobre a possibilidade, contemplada nesse dispositivo, de a União Europeia tornar a estabelecer parcerias com países terceiros, nomeadamente a Mauritânia, a Tunísia e o Egipto, para "filtrar" as chegadas de migrantes, apesar de ONGs denunciarem o tratamento reservado aos migrantes nesses países, Pedro Góis refere que existem efectivamente falhas nesse aspecto."Mesmo no interior da União Europeia, eu estranhei que a agência Fundamental Rights Agency - FRA não fosse chamada a fiscalizar o cumprimento dos Direitos Humanos dentro de cada Estado-Membro. E ela também não é colocada como uma organização de fiscalização do cumprimento dos Direitos Humanos nesses países (Mauritânia, Tunísia e Egipto). E isso parece-me que é algo que temos que consolidar. Uma agência de Direitos Humanos europeia que possa funcionar fora das fronteiras da União para obrigar a cumprir as regras da própria União quanto aos Direitos Humanos", admite o estudioso referindo contudo que "não é algo de novo" e que "estes novos acordos que fazemos com estes países, fizemos no passado, com a Turquia, com a Líbia, Portanto, não é nada de novo, é apenas a continuação da mesma regra de negociar com alguém que nos sirva de porteiro do outro lado do Mediterrâneo".Referindo-se às dificuldades que poderiam surgir na transposição desta nova política na legislação de cada país dos 27, designadamente em Portugal cuja legislação facilita a entrada no seu território de cidadãos da CPLP, Pedro Góis considera que não existe conflito entre estes dois textos.Na sua óptica, os vistos CPLP "são um avanço na forma de funcionamento dos vistos Schengen e retomam a uma ideia de vistos que são apenas úteis em territórios nacionais de alguns Estados-Membros. Neste caso, os vistos CPLP só são válidos em Portugal, territorialmente em Portugal, sendo que se um portador de um visto CPLP se deslocar para um país terceiro, então ele incorre no mesmo incumprimento do que se não tivesse qualquer tipo de visto. Portanto, bem explicados, os vistos CPLP são um avanço em relação ao passado e não um recuo. Quanto ao cumprimento das regras deste pacto. Olhando ainda de uma forma leve para tudo o que foi produzido, no caso de Portugal, até se encontra em cumprimento de quase todos estas potenciais novas necessidades".Não obstante, o estudioso sublinha que ainda existem obstáculos por parte dos países que já se pronunciaram contra esta política. "Na prática, sabendo os actores que já referiu a Hungria, a Polónia e a Eslováquia, que estão muito cépticos quanto a esta ideia de haver uma política europeia de migrações, o principal obstáculo será obter o seu voto dentro de negociações que vão ser muito difíceis e que o exemplo da Hungria nos tem ensinado é que o voto a favor é sempre trocado por um conjunto de recursos que a União Europeia tem que encaminhar para a Hungria", pelo que o universitário antevê um longo caminho até que seja eventualmente implementado esse novo pacto.

Expresso - O mundo a seus pés
Cabo Delgado: novas explosões da “violência lenta e difusa” na sociedade moçambicana

Expresso - O mundo a seus pés

Play Episode Listen Later Mar 25, 2024 38:06


Após um 2023 de relativa acalmia, Cabo Delgado voltou a ser palco de ataques terroristas de grande envergadura. O Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, reivindicou a autoria de vários desses ataques na província localizada no nordeste de Moçambique. Maria Fonseca, professora e ativista de direitos humanos, que nos fala do distrito de Namuno, em Cabo Delgado, e Jessemusse Cacinda, investigador no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, são os convidados desta edição. Este episódio foi conduzido pelo jornalista Hélder Gomes e contou com a sonoplastia de Tomás Delfim e Salomé Rita.See omnystudio.com/listener for privacy information.

O Assunto
Racismo: quando o agredido é tratado como agressor

O Assunto

Play Episode Listen Later Feb 22, 2024 17:04


O motoboy Everton Goandete da Silva foi ferido de raspão por um homem no último sábado em Porto Alegre (RS). No meio da confusão, a polícia foi chamada e, ao chegar, deteve Everton, um homem negro de 40 anos – a alegação é que ele estava agressivo e desacatou os policiais. O agressor, um homem branco de 72 anos, também foi levado à delegacia e, depois, foi liberado. Para Everton, o fato de ter sido detido tem outro motivo: racismo. Para entender as condições que permitem que casos como este ocorram, Natuza Nery conversa com Luiz Augusto Campos, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.

O Assunto
Racismo: quando o agredido é tratado como agressor

O Assunto

Play Episode Listen Later Feb 22, 2024 17:04


O motoboy Everton Goandete da Silva foi ferido de raspão por um homem no último sábado em Porto Alegre (RS). No meio da confusão, a polícia foi chamada e, ao chegar, deteve Everton, um homem negro de 40 anos – a alegação é que ele estava agressivo e desacatou os policiais. O agressor, um homem branco de 72 anos, também foi levado à delegacia e, depois, foi liberado. Para Everton, o fato de ter sido detido tem outro motivo: racismo. Para entender as condições que permitem que casos como este ocorram, Natuza Nery conversa com Luiz Augusto Campos, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.

Convidado
3° capítulo sobre os vistos CPLP: o desacordo com a Comissão Europeia

Convidado

Play Episode Listen Later Jan 25, 2024 13:19


Depois de termos abordado a questão da onda de emigração de São Tomé e Príncipe rumo a Portugal ao abrigo dos vistos CPLP e após também termos abordado as dificuldades que podem enfrentar os imigrantes com a administração portuguesa face a eventuais lacunas legais, hoje no terceiro episódio da nossa série sobre os vistos CPLP, debruçamo-nos sobre o aspecto político. No passado mês de Setembro, a Comissão da União Europeia abriu um processo de infracção contra Portugal acerca dos vistos CPLP que nessa altura, segundo dados oficiais, já tinham sido atribuídos a mais de 140 mil cidadãos da comunidade residentes em Portugal.Adoptada em 2021 na Cimeira de Luanda e aplicada desde Março do ano passado em Portugal, esta modalidade de vistos facilita a entrada e permanência de cidadãos oriundos dos países-membros da CPLP dentro do país, mas não lhe dá a possibilidade de circular livremente no espaço da União Europeia.Este dispositivo veio juntar-se e de certo modo simplificar os mecanismos anteriormente existentes no seio da CPLP para facilitar a circulação de pessoas, sem que isso provocasse controvérsias com Bruxelas, recorda a eurodeputada comunista Sandra Pereira que em Novembro colocou uma pergunta à Comissão Europeia sobre os motivos do seu processo de infracção. Uma pergunta que, para já, não obteve resposta."Ainda não houve resposta por parte da Comissão Europeia no sentido de perceber porque é que tinha sido posto a Portugal um procedimento de infracção por causa do acordo de mobilidade da CPLP. Recordo que este acordo está em vigor desde 1996, ainda que em Março passado tenha havido regras que agilizassem mais o processo, mas é um acordo já bastante antigo. Portanto, nem sequer se compreende porque é que é agora que a Comissão Europeia está a pôr este procedimento de infracção a Portugal", refere a eurodeputada.Na óptica da responsável política, não há matéria que necessite uma discussão com Bruxelas relativamente aos vistos CPLP. "Creio que é uma matéria soberana que não colide em nada com aquilo que são outros acordos dentro da União Europeia, nomeadamente com o espaço Schengen. O que quer que venha a sair depois das eleições legislativas, parece-me que esta é que deve ser a posição a ser tomada pelo Estado português", diz a parlamentar.Pedro Góis, especialista de questões migratórias e professor de economia no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, considera, quanto a si, que é provável que o Estado português e Bruxelas tenham que chegar a algum entendimento, o estudioso referindo não ter ficado surpreendido com as dúvidas levantadas pela Comissão Europeia."Não fiquei surpreendido porque existe uma óbvia possibilidade de algumas das pessoas que vêm do espaço CPLP e entram em Portugal quererem depois transitar para outros países. Portanto, o que a Comissão Europeia faz, é um alerta preventivo dizendo 'isto não pode acontecer porque estes vistos não fazem parte da convenção Schengen'. Dito isto, Portugal tem que encontrar uma solução para que estas pessoas, uma vez em território nacional, não viajem para outros países europeus para aí trabalharem ou até mesmo para fazer turismo, porque não têm essa autorização", começa por dizer o universitário para quem se avinham negociações em torno deste dispositivo.Todavia, a acontecerem, estas discussões não deixarão de ser um processo complexo, avisa Pedro Góis."Estas autorizações de residência CPLP, ou vistos CPLP, resultam de acordos multilaterais entre países, não apenas de acordos bilaterais, entre Portugal e Cabo Verde ou entre Portugal e Angola, por exemplo, mas entre todos os países e são bidireccionais. Possibilita tanto aos portugueses viajarem para Angola, para Moçambique ou para o Brasil e aí residirem, como os cidadãos desses países residirem em Portugal. Portanto, este é um cenário em que qualquer mudança põe em causa tudo aquilo que foi conseguido durante as negociações para a obtenção destes vistos. Portanto, será um processo que, se o Estado Português decidir iniciar levará algum tempo e terá consequências nas relações diplomáticas entre os países", observa o estudioso.Questionado sobre as dúvidas levantadas pela Comissão Europeia sobre a possibilidade de de um grande número de cidadãos da CPLP estabelecidos em Portugal transitarem para outros países europeus, o especialista considera que são receios infundados. "Parece-me um pouco recorrente e uma repetição daquilo que aconteceu no passado quando Portugal e Espanha aderiram (em 1986) à então CEE - Comunidade Económica Europeia - se temia uma invasão e um desaparecimento da população da Península Ibérica, o que não se verificou, tivemos também o mesmo receio com o alargamento a leste e também não se verificou uma imigração massiva. Portanto, parece-me que neste caso, é um receio que não faz sentido", diz Pedro Góis para quem o desfecho mais provável serão alguns ajustes na lei."Creio que vai haver ajustamentos, os que forem necessários fazer à lei para cumprir com as directivas da União Europeia, mas não me parece que existirá a possibilidade de um recuo total. Este tipo de vistos tendem a permanecer assim que eles mostrem que são eficazes, e parece-me que isto está a acontecer. A eficácia no processo de regularização no caso português aumentou por via da adopção destes vistos. Para as autoridades portuguesas, é algo que está a funcionar. Não vejo nenhuma razão para que política e diplomaticamente não se possa influenciar a decisão da Comissão Europeia e fazer de facto cessar o processo que está pendente", conclui o universitário. 

O Bom, o Mau e o Vilão
Lacerda Sales podia aprender com o Infarmed

O Bom, o Mau e o Vilão

Play Episode Listen Later Dec 19, 2023 3:54


O presidente do Infarmed (que deu explicações), o Centro de Estudos Sociais (que adiou um relatório sobre assédio) e o Estado (que não corrige problemas) são o Bom, o Mau e o Vilão.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Pergunta Simples
Como ouve o SNS os cidadãos? Mauro Serapioni

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Dec 13, 2023 41:29


Já imaginaram quão complexa é uma máquina ou sistema, a que chamamos SNS, que está aberto 24 horas por dia e 365 dias por ano. E durante esse tempo, todo o tempo, e em todo o país, responde às necessidades de saúde. Podem ser coisas muito simples, como uma constipação mais agreste ou um colesterol acima do desejado. Ou podem ser coisas muito graves como um ataque de coração, uma queimadura grave ou múltiplos traumatismos resultado de uma queda ou acidente de viação. São milhões, sim, disse, bem, milhões de consultas, dias de internamento, tratamentos e cirurgias. Todos os dias. A todas as horas. Os doentes sabem disso. Os contribuintes também. Só dinheiro dos impostos há 15 mil milhões de euros para a saúde. Sem contar com o que cada cidadão usa do próprio bolso: por exemplo, para ir ao dentista. A máquina de preservar, cuidador, reparar e acompanhar-nos na saúde é definição complexa. É desde logo muito complexa na difícil organização dos meios humanos. Médicos, enfermeiras, administrativos, auxiliares… a lista pode ser gigante. Todos têm funções específicas, muitos têm saberes profundos e capacidades técnicas avançadas e todos interagem para fornecer o melhor cuidado. Além das pessoas, há a tecnologia. As máquinas, os tratamentos, a ciência estão cada vez mais avançados, logo mais complexos. E nós cidadãos, estamos cada vez mais exigentes. Exigentes porque queremos o melhor, mas, principalmente, exigentes porque estamos em média mais velhos e por isso com mais necessidades de saúde. Já repararam que as pessoas doentes de hoje tem não uma, mas várias áreas a que tem de dar atenção. Ora estas necessidades e complexidades obrigam a conversas cada vez mais francas e abertas na sociedade. E os sistemas de saúde começam a abrir portas para os cidadãos participarem nos seus processos de decisão. E eu fui em busca do Professor Mauro Serapioni é investigador sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra desde 2009 e Professor Doutor em Ciências Sociais . E dedica-se a estudar exemplos de todo o mundo dos caminhos da participação dos cidadãos em sistemas de saúde. Será que os sistemas de saúde querem ouvir os cidadãos que servem? A voz dos cidadãos é cada vez mais importante e os sistemas como o SNS já se aperceberam disto. Será que uma maior participação pode auxiliar a, pelo menos, calibrar as expectativas e ajudar a organizar melhor as respostas do sistema de saúde? TÓPICOS DA CONVERSA: (00:00:12) - Sobre a complexidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a relação entre o SNS e os cidadãos. (00:02:35) - A importância de ter conversas francas e abertas entre os sistemas de saúde e os cidadãos. (00:04:00) - A dificuldade de os sistemas de saúde realmente ouvirem e incorporarem a voz dos cidadãos em suas decisões. (00:07:39) - Discussão sobre a limitação da participação dos cidadãos nos sistemas de saúde e a necessidade de espaços de verdadeira participação. (00:10:19) - Destaque para experiências positivas de participação dos cidadãos no sistema de saúde, como no Canadá, Brasil e o Reino Unido. (00:12:35) - Explanação dos princípios presentes na nova lei de bases da saúde que reconhecem a importância da participação dos doentes e utentes no sistema de saúde. (00:17:52) - Discute-se o problema da representatividade dos cidadãos nos sistemas de saúde e diferentes estratégias utilizadas em diferentes países. (00:21:22) - Aborda-se a falta de efetividade da participação dos cidadãos e como as suas opiniões muitas vezes não são consideradas pelas instituições de saúde. (00:25:20) - Destaca-se a importância de promover uma rede entre associações, movimentos, instituições e representantes institucionais para fortalecer a representação dos cidadãos. (00:25:57) - Sobre as dificuldades de acesso e as expectativas dos cidadãos relativamente ao sistema de saúde. (00:27:08) - É abordada a importância de criar espaços ...

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa
Afinal, quantas pessoas se abstêm em Portugal?

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa

Play Episode Listen Later Dec 5, 2023 63:44


Até que ponto a taxa de abstenção em eleições nacionais corresponde ao número de eleitores que escolheu não votar? Para responder a esta pergunta, a Fundação Francisco Manuel dos Santos acaba de lançar um novo policy paper que analisa a abstenção técnica em Portugal entre 2001 e 2021. Além de comparar os resultados nas diferentes regiões, posiciona o nosso país face a outros países europeus e apresenta propostas para resolver o problema do sobrerrecenseamento eleitoral. Conheça o estudo e oiça este programa da Renascença feito em parceria com a Fundação.São convidados um dos coordenadores do policy paper, o investigador do IPRI-NOVA João Cancela, e a especialista em análise eleitoral Carla Luís, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O debate tem a moderação do jornalista José Pedro Frazão.

Renascença - Da Capa à Contracapa
Afinal, quantas pessoas se abstêm em Portugal?

Renascença - Da Capa à Contracapa

Play Episode Listen Later Dec 5, 2023 63:45


Até que ponto a taxa de abstenção em eleições nacionais corresponde ao número de eleitores que escolheu não votar? Para responder a esta pergunta, a Fundação Francisco Manuel dos Santos acaba de lançar um novo policy paper que analisa a abstenção técnica em Portugal entre 2001 e 2021. Além de comparar os resultados nas diferentes regiões, posiciona o nosso país face a outros países europeus e apresenta propostas para resolver o problema do sobrerrecenseamento eleitoral. Conheça o estudo e oiça este programa da Renascença feito em parceria com a Fundação. São convidados um dos coordenadores do novo policy paper, o investigador do IPRI-NOVA João Cancela, que tem trabalhado no domínio da política comparada e no comportamento político em particular, especialmente no campo da participação política; E a analista eleitoral Carla Luís, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Carla Luís integra ainda a equipa de peritos no gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE, em Espanha. O debate tem a moderação do jornalista José Pedro Frazão.

Convidado
"Aceitar o decreto presidencial é aceitar a subversão da ordem constitucional"

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 5, 2023 13:01


"O que culminou na dissolução da Assembleia Nacional Popular foi uma tentativa, prevista pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, de reconduzir o país para uma situação de instabilidade e de crise política. Tudo começou a ser desenhado desde que a sua família política [Madem G-15] foi derrotada nas últimas eleições legislativas", descreve o activista guineense e investigador do Centro de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra, Sumaila Jaló. O Presidente guineense anunciou a dissolução do Parlamente e a convocação de eleições legislativas antecipadas, alegou uma tentativa de "golpe de Estado".O investigador do Centro de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra, Sumaila Jaló, lembra que "Umaro Sissoco Embaló precisou de um mês para dar posse ao novo governo e precisou de várias semanas para dar posse aos deputados eleitos pelo povo". Um cenário descrito pelo investigador com vista a "adiar e desenhar possibilidades para inviabilizar o processo de governação".Recentemente, surgiu o caso do pagamento de dívidas "a um grupo de empresários ligados ao PAIGC, calculado em cerca de 6 bilhões de Francos CFA, cerca de 10 milhões de dólares americanos. De um ponto de vista ético e de prioridades para o país, este pagamento é profundamente questionável. Não concordamos com essa possibilidade de pagamento, mas é preciso dizer que se trata de pagamentos com os quais todos os [últimos] ministros de Finanças se confrontaram", lembra o activista.Sumaila Jaló mostra-se surpreendido pelo facto de o Ministério Público nunca ter conduzido investigações, situação "que leva a acreditar que o Ministério Público está a ser instrumentalizado".Umaro Sissoco Embaló atribuiu as pastas da Economia e Finanças a Geraldo Martins, que se mantém primeiro-ministro até ao chefe de Estado encontrar outro líder para o governo guineense. O chefe de Estado assumiu as pastas do Interior e da Defesa. "Constitucionalmente, o Presidente da República nem pode liderar um executivo. O sistema democrático da Guiné-Bissau é semi-presidencialista; há separação de poderes e essa separação existe entre o executivo e a Presidência da República. Quando [o Presidente] assume para si os cargos de ministro do Interior e da Defesa, isto consubstancia-se na total ilegalidade e na subversão gritante da ordem constitucional", alerta o investigador.Para Sumaila Jaló existe uma explicação a esta "subversão constitucional", o facto de "Umaro Sissoco Embaló sempre ter  trabalhado na militarização do poder na Guiné-Bissau. É por isso que ele altera a data da celebração dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau de 24 de Setembro para 16 Novembro, o dia da criação das Forças Armadas. Esta é a uma forma de contornar a verdade histórica e apresentar as forças militares como verdadeiras detentoras do país"."Quando a Assembleia Nacional Popular é dissolvida em circunstâncias legais, o que não é o caso aqui, cabe ao governo continuar em gestão, sem ser preciso reconduções do primeiro-ministro. Trata-se de uma tentativa de confundir a opinião pública quanto aos dispositivos legais e constitucionais, mas também de tentar semear discordância no interior do PAIGC, o partido mais forte na coligação PAI - Terra Ranka", acrescenta.O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, esclareceu que não foi reconduzido no cargo pelo chefe de Estado, mas viu renovada a confiança política para gerir os assuntos correntes até formação de um novo executivo. Geraldo Martins garantiu alinhar-se com a decisão do PAIGC. O investigador não acredita que o PAIGC, no poder, "faça muita coisa, sobretudo porque sempre se demonstraram inoperantes face aos desmandos de Umaro Sissoco Embaló e quanto às violações gritantes da Constituição do país. Aceitar este decreto é aceitar a inconstitucionalidade, é aceitar a subversão da ordem constitucional".A Comunidade Económica e de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDAO) e as Nações Unidas condenaram os actos de violência na Guiné-Bissau envolvendo forças do exército e da Guarda Nacional na semana passada. Até esta terça-feira, a comunidade regional não reagiu aos últimos acontecimentos. "Muitos analistas consideram a CEDEAO uma espécie de sindicato dos chefes de Estado; o que impera na organização regional são as posições dos chefes de Estado, com interesses localizados no interior da organização. O Burkina Faso, o Níger ou o Mali viveram golpes de Estado porque os antecedentes de instabilidade e de instrumentalização das instituições para a opressão do povo foram ignorados por essa organização. A CEDEAO tem de abandonar este modo de agir e acompanhar os seus países no quadro de respeito e legalidade democrática", defendeu o activista guineense.

Dadocracia
Dadocracia especial - Conversas da Data Privacy Global Conferece

Dadocracia

Play Episode Listen Later Dec 1, 2023 34:42


Durante a 2º Data Privacy Global Conference, nos dias 27 e 28 de novembro, a equipe do Dadocracia convidou palestrantes e participantes para entrevistas curtas sobre temas diversos ligados aos direitos digitais. Nesse episódio especial, você pode ouvir algumas dessas entrevistas. Com Renata Mieli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e assessora especial da Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação; Pablo Nunes, doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e um dos coordenadores do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESec); Nathália Braga, jornalista, influenciadora e diretora do documentário Infância em Caixa; Fabiani Borges, advogada e co-fundadora do coletivo Autimais; e Marcondes Coelho, engenheiro florestal e analista socioambiental no Instituto Centro de Vida (ICV).

Podcasts do Portal Deviante
Chute 332 – Mulheres no Mapa: Fazendo a política externa

Podcasts do Portal Deviante

Play Episode Listen Later Nov 30, 2023 52:48


A conversa de hoje reproduz um episódio do podcast Mulheres no Mapa com Maria Regina, professora no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e coordenadora do Observatório Político Sul Americano. Maria Regina possui um doutorado em Ciência Política pela renomada Vanderbilt University (1986), foi professora adjunta no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, de 1976 a 2010, e também lecionou no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seus principais temas de atuação incluem política externa brasileira, instituições políticas, economia política, política social e sistema internacional. A conversa é conduzida por Mariana Lobato, diplomata, há 16 anos no Itamaraty com passagens pelo Oriente Médio, EUA e Bolívia e por Tatiana Berringer, Professora da Universidade Federal do ABC, especialista em Política Externa, e integrante do Observatório da Política Externa e Inserção internacional do Brasil.

Chutando a Escada
Mulheres no Mapa: Fazendo a política externa

Chutando a Escada

Play Episode Listen Later Nov 28, 2023 52:48


A conversa de hoje reproduz um episódio do podcast Mulheres no Mapa com Maria Regina, professora no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e coordenadora do Observatório Político Sul Americano. Maria Regina possui um doutorado em Ciência Política pela renomada Vanderbilt University (1986), foi professora adjunta no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, de 1976 a 2010, e também lecionou no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seus principais temas de atuação incluem política externa brasileira, instituições políticas, economia política, política social e sistema internacional. A conversa é conduzida por Mariana Lobato, diplomata, há 16 anos no Itamaraty com passagens pelo Oriente Médio, EUA e Bolívia e por Tatiana Berringer, Professora da Universidade Federal do ABC, especialista em Política Externa, e integrante do Observatório da Política Externa e Inserção internacional do Brasil. The post Mulheres no Mapa: Fazendo a política externa appeared first on Chutando a Escada.

Mulheres no Mapa
Fazendo a política externa

Mulheres no Mapa

Play Episode Listen Later Oct 26, 2023 49:45


Mulheres no Mapa: Fazendo a política externa A conversa de hoje é com Maria Regina, professora no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e coordenadora do Observatório Político Sul Americano. Maria Regina possui um doutorado em Ciência Política pela renomada Vanderbilt University (1986), foi professora adjunta no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, de 1976 a 2010, e também lecionou no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seus principais temas de atuação incluem política externa brasileira, instituições políticas, economia política, política social e sistema internacional. A conversa é conduzida por Mariana Lobato, diplomata, há 16 anos no Itamaraty com passagens pelo Oriente Médio, EUA e Bolívia e por Tatiana Berringer, Professora da Universidade Federal do ABC, especialista em Política Externa, e integrante do Observatório da Política Externa e Inserção internacional do Brasil. Esse episódio foi gravado de forma remota em julho de 2023. Apresentado por: Tatiana Berringer - Professora de Relações Internacionais da UFABC Mariana Davi - professora de Sociologia do Instituto Federal da Paraíba e doutorando em Ciência Política na Unicamp Karen Honório - Professora de Relações Internacionais da UNILA Rita Bered - Diplomata Mariana Lobato - diplomata – Associação de Mulheres Diplomatas Brasileiras OPEB - Observatório de Política Externa Brasileira NUPELA - Núcleo de Pesquisa em Política Externa Latino-Americana Produzido por H Studio

Podcast Desconstruir
Magias e Bruxarias na História do Brasil - Suas Resistências e Legados

Podcast Desconstruir

Play Episode Listen Later Aug 21, 2023 131:40


Se você curte nosso podcast, considere nos apoiar com uma doação mensal. As doações mensais começam no valor de R$1. Sua generosidade ajuda a manter vivo o nosso projeto: https://apoia.se/podcastdesconstruir  Caso queira contribuir numa doação única, você pode fazê-la através do Pix. A chave do Pix é o nosso e-mail: podcastdesconstruir@gmail.com Nesse episódio conversamos sobre magia, bruxaria e seus aspectos políticos, históricos, sociais e culturais, além de suas heranças com Carolina Rocha (@adandarasuburbana - Instagram). Ela é filha de Xangô, escritora, ativista, historiadora, Mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense e Doutora em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ. Ela também é autora do livro O Sabá do Sertão: feiticeiras, demônios e Jesuítas no Piauí colonial. Por fim, tivemos também como co-host convidada a professora Roberta Luz para contribuir com o nosso debate. Conte-nos o que você achou do episódio. Sigam-nos nas redes sociais: Podcast Desconstruir: https://www.instagram.com/podcastdesconstruir  Eric Harding: https://www.instagram.com/iamericharding  Leandro Casali: https://www.instagram.com/professorcasali  Nossa co-host Roberta Luz: https://instagram.com/professorarobertaluz Nossa convidada Carolina Rocha: https://www.instagram.com/adandarasuburbana/

Mais Esquerda
Desregulação do trabalho, por José Soeiro e Ana Drago

Mais Esquerda

Play Episode Listen Later Aug 5, 2023


Intervenções de José Soeiro e Ana Drago no curso “(Neo)liberalismo - O nome e a coisa”, promovido pela Cultra em parceria com a Associação Portuguesa de Economia Política e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra no quadro do programa Abril é Agora.

IKEA Portugal - Igualmente
T3 Ep. 8 - Igualdade de Género

IKEA Portugal - Igualmente

Play Episode Listen Later Jul 21, 2023 43:29


A igualdade de género é um pilar essencial para a construção de uma sociedade justa e inclusiva. Apesar do progresso dos últimos anos, também as gerações mais novas reconhecem o caminho que ainda temos pela frente para garantir que todas as pessoas, independentemente do género, orientação sexual ou qualquer dimensão da sua identidade, têm acesso aos mesmos direitos e oportunidades.    Conduzida por Sara Samssudin, Country Project Leader for Equality, Diversity and Inclusion na IKEA, abrimos esta conversa à comunidade da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, com a participação de dois alunos, a Daniela e o Lucas, e o investigador do Centro de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra, Tiago Rolino.    Sigam-nos nas outras redes sociais:  Facebook: https://www.facebook.com/IKEApt Instagram: http://www.instagram.com/IKEAportugal    Pinterest: http://www.pinterest.com/IKEAportugal

Mais Esquerda
Neoliberalismo e sistema financeiro, por Paulo Coimbra

Mais Esquerda

Play Episode Listen Later Jul 16, 2023


Intervenção de Paulo Coimbra no curso “(Neo)liberalismo - O nome e a coisa”, promovido a 13 de maio de 2023 pela Cultra em parceria com a Associação Portuguesa de Economia Política e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra no quadro do programa Abril é Agora.

P24
Masculinidade “requentada” de Andrew Tate “não é liberdade de expressão, é crime”

P24

Play Episode Listen Later Jun 21, 2023 15:59


O influencer britânico Andrew Tate foi formalmente acusado de violação, tráfico humano e de exploração sexual. O seu irmão Tristan e dois sócios também foram acusados. Desde março que o britânico estava em prisão domiciliária, mas continuava bastante ativo no Twitter. As ideias polémicas que partilha sobre a masculinidade e o papel da mulher na sociedade têm milhões de adeptos. Porque é que este tipo de ideias continua a fazer sucesso entre os jovens em 2023? Neste episódio de P24, conversamos com Tiago Rolino. O investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e do Equi-X na área das estratégias dirigidas à construção de identidades de género considera que a masculinidade apresentada por Andrew Tate é "requentada" - um "regresso ao passado" - e que as suas declarações misóginas não deviam ter lugar nas redes sociais. “Não é liberdade de expressão, é crime. As redes sociais devem estar atentas a comportamentos criminosos”, considera o investigador.

E o vencedor é...
Se Galamba estiver sequestrado que pisque os olhos

E o vencedor é...

Play Episode Listen Later Jun 7, 2023 21:31


Está preso no Governo pelo primeiro-ministro? Mendonça Mendes teve um mês a preparar uma versão para vender ao Parlamento. E ainda, o Centro de Estudos Sociais que "está capturado por Boaventura".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Segundas Feministas
#SegundasTrajetórias: Bella Gonçalves

Segundas Feministas

Play Episode Listen Later May 29, 2023 35:38


APRESENTAÇÃO Em março deste ano de 2023 o Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicou o relatório “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, com resultados de pesquisa que mostra que em 2022 todas as formas de violência contra mulheres aumentaram. A pesquisa estima que 18,6 milhões de mulheres de 16 anos ou mais sofreram alguma forma de violência.  Os números de assédio sexual foram surpreendentes. Cerca de 46,7% das mulheres de 16 anos ou mais sofreram alguma forma de assédio sexual; a projeção feita pela pesquisa é de que cerca de 30 milhões brasileiras foram assediadas sexualmente no ano de 2022” (FBSPa, 2023, p.37).  O assédio é resultado da cultura patriarcal e das imensas desigualdades de gênero e está sendo desvelado em todos os espaços, dentre eles, as universidades. Pesquisas recentes indicam que, no Brasil, mais de 70% das mulheres já sofreram assédio nas universidades. Por esse motivo, aprovou-se recentemente a lei Lei Nº 14.540 que obriga as instituições a criarem políticas educativas de enfrentamento a essa forma de violência.  O assédio às mulheres, juntamente com outras formas de violência política de gênero também está presente nas câmaras de vereadores, nas Assembleias, Congresso, Senado e no poder executivo de todos os níveis. Quanto mais ocupamos esses espaços de poder historicamente destinados aos homens, mais cresce a violência sobre nós, como estratégia de humilhar, aterrorizar e nos fazer retornar silenciadas para o espaço doméstico.  Para falar sobre esse e outros temas o Segundas Feministas de hoje recebe a deputada estadual mineira Isabella Gonçalves Miranda. Bella Gonçalves, como é mais conhecida, é cientista política, doutora em Pós Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mulher lésbica e jovem, BELLA atuou como assessora na Gabinetona, mandato coletivo de mulheres e com ações compartilhadas na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, onde também atuou vereadora eleita. Bella atua nas lutas pelo direito à cidade e por uma reforma urbana popular e feminista. Sua experiência é marcada pelo trabalho junto a movimentos sociais, ocupações urbanas, vilas e favelas, diversos segmentos de trabalhadores informais e ainda junto a movimentos pela agroecologia e contra a mineração predatória. No seu mandato tem como propósitos fortalecer a luta pela democracia e por maior participação e poder às mulheres, negras, indígenas e LGBTQIA+. FICHA TÉCNICA: Segundas Feministas Episódio 143: #SegundasTrajetórias: Sobre assédio, ocupações e outras lutas feministas Entrevistada: Bella Gonçalves Equipe de Produção (projeto e execução): Direção Geral (Coordenação): Andréa Bandeira (UPE) Direção executiva e Locução: Kaoana Sopelsa (UFGD) e Marcela Boni (USP) Supervisão: Indiara Launa Teodoro (UFRPE) Pesquisa e Roteiro: Cláudia Maia (Unimontes-MG) Edição de áudio: Indiara Launa Teodoro (UFRPE) Pesquisa gráfica, Arte e Social media: Kaoana Sopelsa (UFGD), Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Ingryd Damásio Ribeiro Tófani (Unimontes-MG), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Maria Clara de Oliveira (Unimontes-MG). Colaboração: Cláudia Maia (Unimontes-MG), Aline Beatriz Coutinho (UERJ) e Suane Felippe Soares (UFRJ). Trilha sonora: Anelis Assumpção, Mergulho Interior (2018). Realização e apoio: Universidade de Pernambuco/NUPECS; PPGH da Universidade Estadual de Montes Claros;  GT GÊNERO ANPUH Brasil e ANPUH Brasil.  País/Ano: Brasil, Ano IV, 2023. Acompanhe o Segundas Feministas nas redes sociais! www.instagram.com/segundasfeministas/ www.facebook.com/Segundas-Feministas/

IHSHG Podcast
Origins da Guerra da Ucrânia

IHSHG Podcast

Play Episode Listen Later May 26, 2023 59:16


À Conversa com Bernardo Teles Fazendeiro Bernardo Teles Fazendeiro é investigador no Centro de Estudos Sociais e professor auxiliar em Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Foi docente na Universidade de St. Andrews, na qual se doutorou, e na Universidade Central Europeia. Os seus interesses de investigação englobam teorias das relações internacionais, conflitos armados, e o mundo pós-Soviético, com especial enfoque na Ásia Central. --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/confabulating/support

Expresso - Eixo do Mal
Boaventura acusado, Marcelo não empurra a oposição e Lula vem ao 25 de Abril

Expresso - Eixo do Mal

Play Episode Listen Later Apr 14, 2023 51:27


Os pedidos de dissolução do Parlamento, acusações de assédio sexual na Academia e a solução encontrada para ter Lula da Silva nas celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República, em debate nesta emissão do Eixo do Mal em podcast. O sociólogo Boaventura Sousa Santos, diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, foi acusado, sem ser nomeado, de assédio sexual por três investigadoras num livro publicado sobre condutas sexuais inapropriadas no seio da Academia. O "professor estrela" nega as acusações e diz que vai avançar com uma queixa-crime por difamação contra as três autoras. É um dos temas do Eixo do Mal emitido a 13 de abril, no qual também se falou do "seguro de vida" de Marcelo Rebelo de Sousa que não o é, e das "pressões" de Luís Montenegro e de outros que defendem a dissolução do Parlamento.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jovem Conservador de Direita
Episódio 161: Escândalo no CES, Dr. Dalai Lama, Dra. Júlia Palha

Jovem Conservador de Direita

Play Episode Listen Later Apr 13, 2023 37:12


Num episódio muito alegre, o Doutor fala sobre o escândalo que se abateu sobre o Centro de Estudos Sociais em Coimbra, o já conhecido caso do aCESdio sexual; analisa o cancelamento do dr. Dalai Lama e comenta as inseguranças da Dra. Júlia Palha. Links úteis: 2022: Odisseia do Doutor parte 1: https://youtu.be/2m2Vr1uPM4Y 2022: Odisseia do Doutor parte 2: https://youtu.be/eg0BvG1GGq8 Adquiram o livro Supremacista Cultural através do formulário: https://bit.ly/SupremacistaCultural_OLivro Também poderão ver o Supremacista Cultural em vídeo: https://youtu.be/tNbkLbC9-mk Apoiem o doutor no patreon: https://www.patreon.com/jcdireita Instagram - https://www.instagram.com/jovemconservadordedireita/

P24
O que temos de mudar nos mecanismos de denúncia de assédio em Portugal?

P24

Play Episode Listen Later Apr 13, 2023 17:14


As situações de alegado assédio sexual no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra levantam o véu sobre comportamentos cada vez mais denunciados nas universidades portuguesas. Neste P24 ouvimos as jornalistas Aline Flor e Joana Amaral Cardoso.

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente
EP 103 | SOCIEDADE: Como recebemos os imigrantes em Portugal?

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente

Play Episode Listen Later Mar 24, 2023 44:30


Seremos bons anfitriões para quem se muda para o nosso país?Facilitamos a sua chegada e integração?Damos aos imigrantes boas condições de trabalho?Acolhemo-los como algo que pode trazer muito de bom a Portugal, ou ainda nos deixamos levar pelo preconceito?«Temos de fazer um esforço maior de aproximação. Mas temos de nos habituar a quem chega e quem chega tem de se habituar a nós.» Quem o diz é o sociólogo Pedro Góis neste segundo episódio do trio sobre as migrações. A sua perspetiva é positiva mas também refere o quanto há ainda por fazer; e o Pedro, interpelado pela Ana Markl sobre muitas das questões que envolvem a receção daqueles que vêm de outros países à procura de uma vida melhor, desvenda o que seria possível fazer para os acolher de verdade, em vez de perpetuar a eterna sensação de ser um «estranho numa terra estranha». REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISMigrações, PordataPlano Estratégico para as Migrações (PEM) Plano Nacional de Implementação do Pacto Global das MigraçõesPolíticas Locais para Acolhimento e Integração de Migrantes MIGRANT INTEGRATION POLICY INDEX (MIPEX)Filmes sobre migraçõesO papel dos media na promoção da integraçãoBIOSANA MARKLAna Markl nasceu em Lisboa, em 1979, com uma total inaptidão para tomar decisões, pelo que se foi deixando levar pelas letras; licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas porque gostava de ler e escrever, mas acabou por se formar em Jornalismo pelo CENJOR. Começou por trabalhar no jornal Blitz para pôr a render a sua melomania, mas extravasou a música e acabou por escrever sobre cultura e sociedade para publicações tão díspares como a Time Out, o Expresso ou mesmo a Playboy. Manteve o pé na imprensa, mas um dia atreveu-se a fazer televisão. Ajudou a fundar o Canal Q em 2010, onde foi guionista e apresentadora. Finalmente trocou a televisão pela rádio, um velho amor que ainda não consumara. Trabalha desde 2015 na Antena 3 como locutora e autora.PEDRO GÓISPedro Góis, doutorado, mestre e licenciado em Sociologia pela Universidade de Coimbra. È actualmente Professor Associado na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Investigador Sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra - Laboratório Associado, onde se tem dedicado à investigação na área da Demografia das Migrações Internacionais. Colabora com várias agências e instituições nacionais e internacionais, como a Organização Internacional de Migrações, o Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas de Migração, a Comissão Europeia, o Conselho da Europa ou a Rede Europeia de Migrações.

Maconhômetro
Ciência | Pesquisas sobre Cannabis na Antropologia, com Hellen Caetano

Maconhômetro

Play Episode Listen Later Mar 6, 2023 57:22


Tá no ares mais um episódio do Maconhômetro Ciência, um projeto do Cannabis Monitor em parceria com o Núcleo de Estudos sobre Psicoativos e Cultura (PsicoCult), vinculado ao INCT-INEAC da Universidade Federal Fluminense (UFF). Neste projeto, os antropólogos vinculados ao PsicoCult, Marcos Veríssimo e Yuri Motta, entrevistam pesquisadores brasileiros que tenham a cannabis e/ou a política de drogas como objeto de estudo e se dediquem a produzir conhecimento sobre a planta e seus usos nas mais diversas áreas do saber. Nossa proposta é mobilizar estudiosos dos mais diversos segmentos e disciplinas e, deste modo, contribuir para um mapeamento da produção acadêmica sobre esses temas na atualidade, buscando compreender essa realidade pela perspectiva dos próprios pesquisadores. Neste episódio, eles recebem a cientista social e antropóloga, Hellen Caetano. A Hellen é graduada em Ciências Sociais e mestre em Antropologia Social, ambos os títulos pela Universidade Federal de Alagoas e, atualmente, é Doutoranda em Antropologia Social pelo PPGAS/UFRN. Ela é integrante do grupo de pesquisa Mandacaru - Núcleo de Pesquisa em Gênero, Saúde e Direitos Humanos, e do Grupo Corpo, Gênero, Sexualidade (GCS/UFRN). Tem desenvolvido trabalhos que convergem entre saúde e ciência, mais especificamente sobre controvérsias científicas. Também faz parte da equipe de Edição Geral da Revista Equatorial (PPGAS/UFRN) e da equipe de Editoração da Revista Mundaú (PPGAS/UFAL). Sua pesquisa de mestrado explorou as controvérsias em torno dos procedimentos regulatórios e científicos com a Cannabis no Brasil e foi premiada como melhor dissertação no Biênio 2019-2021 pela Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologia. Neste papo, ela nos fala sobre sua trajetória acadêmica, seu envolvimento com o tema da maconha, as particularidades dos seus estudos na área da Antropologia Social, suas referências, entre outros tópicos. Chega mais pra conferir e aprender muito com a pesquisadora Hellen Caetano!

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente
EP 99 | SOCIEDADE: Um ano depois, que diferença faz?

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente

Play Episode Listen Later Feb 24, 2023 44:27


24 de fevereiro de 2023: cumpre-se, hoje, um ano exato de guerra na Ucrânia.Milhares de pessoas saíram do seu país em fuga, muitas delas para Portugal.12 meses depois, como olhamos o ‘outro'? De que forma vemos os migrantes, os refugiados? Como os recebemos no nosso país? Estaremos a ser mais capazes de vislumbrar o que de bom isso nos traz?O Pedro Góis acha que sim. Juntando-se à Ana Markl nos três primeiros episódios da nova temporada do [IN]Pertinente Sociedade, este especialista na área das migrações, traz uma visão verdadeiramente positiva sobre as oportunidades que os movimentos migratórios proporcionam ao mundo e a Portugal. Uma lufada de ar fresco que traz alguma luz e esperança sobre um tema deveras complexo que mexe profundamente com a nossa sociedade.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS Migrações, PordataRelatório Estatístico Anual Indicadores de Integração de Imigrantes 2022 Estrangeiros em Portugal: Quantos São e Como Vivem? Sobre a migração de refúgio com origem na Ucrânia FILMES Lisboetas, de Sérgio TréfautCavalo Dinheiro, de Pedro Costa  BIOS ANA MARKLNasceu em Lisboa, em 1979, com uma total inaptidão para tomar decisões, pelo que se foi deixando levar pelas letras; licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas porque gostava de ler e escrever, mas acabou por se formar em Jornalismo pelo CENJOR. Começou por trabalhar no jornal Blitz para pôr a render a sua melomania, mas extravasou a música e acabou por escrever sobre cultura e sociedade para publicações tão díspares como a Time Out, o Expresso ou mesmo a Playboy. Manteve o pé na imprensa, mas um dia atreveu-se a fazer televisão. Ajudou a fundar o Canal Q em 2010, onde foi guionista e apresentadora. Finalmente trocou a televisão pela rádio, um velho amor que ainda não consumara. Trabalha desde 2015 na Antena 3 como locutora e autora. PEDRO GÓISDoutorado, mestre e licenciado em Sociologia pela Universidade de Coimbra. È actualmente professor associado na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigador Sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra - Laboratório Associado, onde se tem dedicado à investigação na área da Demografia das Migrações Internacionais. Colabora com várias agências e instituições nacionais e internacionais, como a Organização Internacional de Migrações, o Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas de Migração, a Comissão Europeia, o Conselho da Europa ou a Rede Europeia de Migrações. 

IKEA Portugal - Igualmente
T:3 Ep.3 - Masculinidades

IKEA Portugal - Igualmente

Play Episode Listen Later Feb 10, 2023 31:01


No terceiro episódio falamos do tema masculinidades e dos comportamentos binários com que a sociedade se rege há centenas de anos. Tem o homem espaço para mostrar a sua sensibilidade sem ser discriminado? E se a mulher não seguir o estereótipo da cuidadora da família e boa dona de casa? O machismo ainda está muito enraizado na nossa cultura e relações sociais, mas a verdade é que começa a surgir um espaço para a diferença. Dino D'Santiago, cantor, compositor e forte defensor de temas relacionados com a igualdade, Tiago Rolino, investigador do Centro de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra e Márcia Ribeiro, Diretora de Logística da IKEA Matosinhos mostram como é possível quebrar os estereótipos sociais. Na IKEA, adorámos a conversa, temos a certeza de que vão gostar também! Sigam-nos nas outras redes sociais: Facebook: https://www.facebook.com/IKEApt Instagram: http://www.instagram.com/IKEAportugal Pinterest: http://www.pinterest.com/IKEAportugal

Caminhadas com Arte - Lavrar o Mar
José António Bandeirinha - EP. 1 - A Percepção de Todos Nós e a Percepção de Cada Um

Caminhadas com Arte - Lavrar o Mar

Play Episode Listen Later Jan 10, 2023 30:27


José Bandeirinha, arquitecto, acompanhado por 15 caminhantes, guia-nos através de uma reflexão sobre o tempo. O tempo de todos nós e o tempo de cada um. Como pensar um quarto de hora em um minuto e meio? Existe uma forma quantitativa e cumulativa de entender o tempo. A verdadeira Arte e a verdadeira ciência não podem ser entendidas com este carácter quantitativo e especialmente cumulativo. O mesmo se passa entre o natural e o construído: a separação mental existe como um conceito que está antes da verdadeira realidade. A natureza toma conta do construído, com o musgo e a vegetação. Talvez daqui a dois anos, no local onde se encontram, não se detecte intervenção humana. Quando olhamos para as coisas de que gostamos, olhamos através das nossas memórias, das nossas histórias. Aconteceu no dia 16 de Maio de 2021, em Monchique. BIOGRAFIA Arquitecto, professor na Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. Tem dedicado os seus estudos à teoria da arquitectura e da cidade, centrando-se, no essencial, sobre as consequências urbanas e arquitectónicas das práticas políticas. No século passado também foi actor de teatro, CITAC 1975-1985. Gosta imenso de cidades, é por tanto gostar delas que adora excursos ao campo e ao monte. Sente-se muito bem numas e noutros. Não se sente tão bem no resto, que é quase tudo. TEMA Conversarei essencialmente sobre o espaço em que vivemos, sobre o modo como o usamos, como o fomos usando e modelando à nossa condição humana, falarei sobre a sua relação com as formas através das quais nos agregamos, ou desagregamos. O espaço é também um recurso e, tal como acontece com todos os recursos, é preciso olhá-lo e desejá-lo numa perspectiva de futuro responsável. Caminhar no monte é a circunstância mais apropriada para pensarmos sobre o espaço em que se desenvolvem os nossos quotidianos. Também gostava de vos contar algumas histórias, as que vierem a propósito, ou a despropósito, tanto faz...

Caminhadas com Arte - Lavrar o Mar
José António Bandeirinha - EP. 2 - A Arquitectura e o Espaço Público

Caminhadas com Arte - Lavrar o Mar

Play Episode Listen Later Jan 10, 2023 54:22


José Bandeirinha prossegue a sua caminhada reflectindo sobre o campo e a cidade, a sua posição de oposição / contradição e simultaneamente complementaridade. O espaço público, a sua existência e a sua história. O aparecimento dos primeiros arquitectos com Vitrúvio, durante o império Romano, e do equilíbrio dos três princípios da arquitectura: Firmitas (firmeza), Utilitas (utilidade), Venustas (Beleza) e assim chegando à importância da arquitectura na sociedade. Aconteceu no dia 16 de Maio de 2021, em Monchique. BIOGRAFIA Arquitecto, professor na Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. Tem dedicado os seus estudos à teoria da arquitectura e da cidade, centrando-se, no essencial, sobre as consequências urbanas e arquitectónicas das práticas políticas. No século passado também foi actor de teatro, CITAC 1975-1985. Gosta imenso de cidades, é por tanto gostar delas que adora excursos ao campo e ao monte. Sente-se muito bem numas e noutros. Não se sente tão bem no resto, que é quase tudo. TEMA Conversarei essencialmente sobre o espaço em que vivemos, sobre o modo como o usamos, como o fomos usando e modelando à nossa condição humana, falarei sobre a sua relação com as formas através das quais nos agregamos, ou desagregamos. O espaço é também um recurso e, tal como acontece com todos os recursos, é preciso olhá-lo e desejá-lo numa perspectiva de futuro responsável. Caminhar no monte é a circunstância mais apropriada para pensarmos sobre o espaço em que se desenvolvem os nossos quotidianos. Também gostava de vos contar algumas histórias, as que vierem a propósito, ou a despropósito, tanto faz...

Convidado
Ucrânia: “Estamos diante de uma guerra entre os EUA e a Rússia”

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 23, 2022 8:33


Pela primeira vez desde que começou a invasão russa da Ucrânia, o Presidente ucraniano deixou o país rumo aos Estados Unidos. Volodimir Zelensky foi recebido pelo Presidente Joe Biden e discursou diante do Congresso, lembrando que “contra todas as probabilidades” a Ucrânia ainda está de pé, “viva e em luta". Boaventura Sousa Santos, director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, considera que esta viagem mostra que "estamos diante de uma guerra entre os EUA e a Rússia".  RFI: Nesta primeira deslocação ao estrangeiro, o Presidente da Ucrânia escolheu os Estados Unidos, em detrimento de uma capital europeia. Que mensagem quis enviar ao mundo Volodymir Zelensky com esta visita a Washington? Boaventura Sousa Santos: Envia uma mensagem que ratifica tudo aquilo que a gente sabe. Isto é uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia. A Europa é uma figura menor, enquanto protagonista desta guerra. Os europeus estão a sofrer as consequências da guerra, alguns dirigentes têm feito alguma intervenção, mas sempre em obediência à política dos Estados Unidos. Zelensky sabe quem manda na guerra e quem manda na guerra, do lado dos aliados, são os Estados Unidos.  Volodimir Zelensky foi à fonte, pois não faria muito sentido ir a outro país. O Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu manter a ajuda financeira, militar, em particular no apoio à defesa aérea. Que garantias leva Volodimir Zelensky de Washington? Volodimir Zelensky foi aos Estados Unidos para fortalecer uma das posições que existe na administração de Joe Biden. A administração do Presidente norte-americano está dividida entre aqueles que querem o alargamento da guerra, a posição dominante, que nos Estados Unidos são conhecidos pelos neo-conservadores. Por outro lado, existe uma outra corrente, onde estão os militares. O chefe de Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos disse, recentemente, que esta era a hora da negociação. Ou seja, não há uma solução militar. A solução tem de ser política, tem de ser negociada. Na minha opinião, Joe Biden está neste momento refém da posição dos neo-conservadores. No Congresso está-se em vias de aprovação de mais fundos de ajuda militar para a Ucrânia e, portanto, a visita de Zelensky foi para fortalecer a posição dos neo-conservadores, dentro da administração de Joe Biden. É preciso, no entanto, lembrar que o povo americano, pelas sondagens realizadas, esta posição também se tem verificado junto dos senadores, tem levantado algumas dúvidas sobre o posicionamento dos Estados Unidos neste conflito. Como é que o país vai continuar a ajudar financeiramente a Ucrânia? A crise económica a nível mundial se vai manter com a continuidade da guerra? Para além da destruição de um país… Joe Biden fez alusão à entrega de novas armas, nomeadamente dos mísseis Patriot. O que é que representam estas novas armas para a defesa da Ucrânia? Representam uma grande defesa anti-aérea, capaz de neutralizar parte daquilo que se pensa que os mísseis russos podem intensificar em território ucraniano. Trata-se de uma defesa de alta potência, de uma nova geração de mísseis. São as armas mais sofisticadas que poderiam ser dadas. É nesta luta que, neste momento, Volodymir Zelensky está envolvido. Passa pela cabeça dele e de muita gente que os Estados Unidos podem ganhar esta guerra. É difícil imaginar que isto ocorra. Como é que se pode ganhar uma guerra? Arrasando o adversário. Quer dizer que a Rússia, uma potência nuclear, vai deixar de existir? As bases aéreas na Rússia foram atacadas, recentemente, por drones que foram lançados a partir da Ucrânia. Alguns desses drones atacaram, não muito longe, bases onde há armas nucleares armazenadas. Essas notícias não têm sido dadas pela imprensa europeia. Dá-me a impressão que os neo-conservadores estão a brincar com a hipótese de uma guerra total. É uma tragédia o que está neste momento a ocorrer e pode haver um agravamento…. Diante do Congresso, o Presidente ucraniano afirmou que os apoios norte-americanos não são caridade, mas sim “intervenção global contra a tirania da Rússia”. Já não é a primeira vez que Zelensky faz afirmações semelhantes. A Ucrânia está neste momento a defender o mundo da ameaça que representa Vladimir Putin? De maneira nenhuma. Em meu entender, Vladimir Putin não é uma ameaça para o mundo. Vladimir Putin é uma ameaça para a Ucrânia, neste momento, obviamente. No entanto, na minha opinião, a Rússia tem uma posição legítima, defendendo que a NATO não pode estar nas fronteiras russas com armas que podem atingir Moscovo, numa questão de minutos. Nenhuma potência nuclear aceitaria isso. Aliás, o Presidente Emmanuel Macron, que não pertence ao grupo dos extremistas, foi aos Estados Unidos, antes de Zelensky, dizer que a solução política é a única solução para este conflito. O Presidente francês veio defender que a entrada da Ucrânia na NATO não será o "cenário mais provável" no futuro próximo. Emmanuel Macron volta deixar a porta aberta ao diálogo? Essa é a posição de Março de 2022. Quando, pouco tempo depois da invasão, houve um esforço de negociações, mediadas pela Turquia, no sentido de haver uma paz rápida. Nessa altura, o próprio Presidente Zelensky afirmou que a segurança da Ucrânia não tinha de passar, necessariamente, pela NATO. Considero que não havia, nunca houve, nenhuma necessidade absoluta do alargamento da NATO ser a única solução para assegurar a soberania e a protecção da Ucrânia. Pelo contrário, a tentativa de alargamento, a todo o custo, é o que está a destruir a Ucrânia. O Presidente Macron tem uma posição mais razoável, como a do primeiro-ministro alemão. A guerra está no território europeu, não está na América. Os europeus estão mais interessados numa negociação. O que acontece é que o Presidente Zelensky é um refém dos neo-conservadores. O Kremlin afirmou que a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos Estados Unidos não mostra "vontade de ouvir a Rússia" e que Washington está a travar uma "guerra indirecta” contra Moscovo na Ucrânia. A Rússia que veio também dizer que a entrega de novas armas vai ter um impacto no conflito. Poderemos vir a assistir a um agravamento do conflito no terreno? Sim, não tenho dúvidas nenhumas. É isso que está neste momento no horizonte, face àquilo que os russos vêem como agressividade e intransigência de Zelensky de que não há possibilidade de compromisso. Além da questão da NATO, a outra questão que é inegociável para a Rússia é a Crimeia. Neste momento, o Presidente Zelensky não só quer a Crimeia, mas também o Donbass, inclusivamente, e quer a NATO na Ucrânia. Tudo isto é inaceitável para Rússia e ele [ Zelensky] está a querer ampliar... Sabe-se que os mísseis Patriot são uma mudança qualitativa na guerra, pelas possibilidades de defesa que dá à Ucrânia e é o agravamento do conflito no terreno. A guerra parece ainda indirecta, mas ela é cada vez mais directa. É a NATO que comanda neste momento as operações na Ucrânia. Estamos num momento horrível, extremamente perigoso. Assistimos a uma guerra de informação, muito grande, e onde todos aqueles que lutámos pela Paz, no Iraque e em outros países, estamos um pouco atordoados com o facto de não ser possível criar um movimento pela Paz na Europa. Os grandes movimentos da Paz que tivemos na Europa estão calados.

Fundação FHC - Debates
#159 - FFHC Debate - O Brasil que sai das urnas

Fundação FHC - Debates

Play Episode Listen Later Nov 30, 2022 87:22


Além da escolha de representantes, as eleições servem para conhecer melhor o país, quer seja pelo que surge nas campanhas, quer pelo que aparece nas urnas. Na interpretação do processo e dos resultados eleitorais, o desafio é separar o dado circunstancial do que são características e tendências mais duradouras do eleitorado. O Brasil dobrou mesmo à direita? O que explica a imensa votação de Lula? Os partidos e candidatos “de centro” estão condenados a uma longa travessia no deserto? Tendo essas questões como pano de fundo, este webinar visou identificar as linhas de continuidade e descontinuidade do ciclo eleitoral que se abre em 2018 e se estende a 2022, com o objetivo de enxergar o Brasil em suas feições mais marcantes. Não como um retrato fixo, mas como um filme em andamento, com o propósito último de contribuir para a navegação da política democrática em águas turbulentas. - CONVIDADOS Arilson Favareto Sociólogo, é professor do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão do Território da Universidade Federal do ABC (UFABC). É também pesquisador do CEBRAP, onde coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Meio-ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade. Esther Solano Socióloga de origem espanhola radicada no Brasil, é doutora em Ciências Sociais pela Universidad Complutense de Madri e professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Como pesquisadora, dedicou-se nos últimos anos a estudar o eleitorado brasileiro em base a pesquisas qualitativas em profundidade. Organizou os livros "O ódio como política" (2018), "Brasil em colapso" (2019) e "A direita nas redes e nas ruas” (2020) e é co-autora do livro "The Bolsonaro paradox" (2021). Luiz Augusto Campos É professor de sociologia e ciência política no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), onde coordena o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA). Campos é autor e co-autor de diversos artigos e livros sobre raça e política, dentre eles “Raça e Eleições no Brasil” e “Ação Afirmativa: conceito, história e debates”. É também editor-chefe da revista DADOS e representante das Humanidades no Conselho Consultivo do SciELO. - MEDIAÇÃO Sergio Fausto Cientista político, é diretor geral da Fundação FHC e codiretor do projeto Plataforma Democrática e da coleção "O Estado da Democracia na América Latina".

Uerj Entrevista - Radio UERJ
9° Temporada Episódio 5 - Os desafios do cenário político para as eleições de 2022

Uerj Entrevista - Radio UERJ

Play Episode Listen Later Oct 7, 2022 9:53


Neste episódio do Uerj Entrevista, Marcus Vinícius Dantas conversa com Fernando Guarnieri, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj. No podcast, Guarnieri comenta sobre as características das eleições dos últimos anos e sobre as expectativas e os desafios para os canditados e canditadas que forem escolhidos através do processo democrático. (T. 09 - EP. 05 - 07/10/2022) Conheça todos os programas da Rádio Uerj em: www.cte.uerj.br/radiouerj

Guilhotina | Le Monde Diplomatique Brasil
#178: Eleições 2022, um momento histórico, com Josué Medeiros

Guilhotina | Le Monde Diplomatique Brasil

Play Episode Listen Later Aug 11, 2022 50:33


Bianca Pyl e Luís Brasilino conversam com o cientista político Josué Medeiros, professor adjunto do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é um dos coordenadores do Observatório Político e Eleitoral (Opel) - ao lado de Jorge Chaloub, Mayra Goulart, Pedro Lima e Thais Aguiar -, iniciativa de três grupos de pesquisa da UFRJ e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que, entre outras ações, está produzindo desde maio boletins mensais de acompanhamento do processo eleitoral brasileiro deste ano. Conversamos sobre a disputa entre democracia e autoritarismo nas eleições de 2022, o fracasso da terceira via, as principais razões das intenções de voto em Lula e Bolsonaro, o impacto da PEC do Desespero e da campanha nas redes sociais, a decisiva última semana antes da votação, o peso de uma vitória petista no primeiro turno, a carta pela democracia e muito mais! Além de professor na UFRJ, Josué é coordenador do Núcleo de Estudos sobre a Democracia Brasileira da mesma universidade, membro do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRRJ, pesquisador do Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada e doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com doutorado-sanduíche na Universidade de Paris 3. Trilha: Ben E. King e Stan Applebaum, “Stand by Me” (Ben E. King, Jerry Leiber e Mike Stoller); e Courtney Barnett, “If I Don't Hear from You Tonight”.

Perguntar Não Ofende
Teresa Almeida Cravo: Como ganhar a paz?

Perguntar Não Ofende

Play Episode Listen Later Jun 1, 2022 95:57


Se o objetivo da Rússia era a neutralidade da Ucrânia, ela já está em cima da mesa há muito tempo. É difícil negociar com quem não deixa claro os seus objetivos, por mais indecentes que sejam. Está moralmente certo não ceder ao atacante, até por não sabermos onde ele parará. Mas a correção moral levanta um dilema: espera-se que um quinto da população caia na fome por causa desta guerra. O que diremos àqueles que, nos países mais pobres e martirizados por tantas guerras que ignorámos, pagarão por um conflito que nada lhes diz? Neste episódio, para variar, falamos de paz. Dos caminhos, obstáculos e passos para a procurar. E para não variar, falamos da Ucrânia. Teresa Almeida Cravo é doutorada pela Universidade de Cambridge, investigadora do Centro de Estudos Sociais e professora de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. O seu trabalho centra-se em estudos críticos sobre paz e violência, segurança, desenvolvimento, intervencionismo global e política externa.  See omnystudio.com/listener for privacy information.

Fumaça
Elísio Macamo, Jessica Bruno e Yussef sobre a dívida pública do colonialismo (Entrevista)

Fumaça

Play Episode Listen Later May 5, 2022 133:42


A Revolução de Abril trouxe o fim oficial do império português. Um império que serviu a pilhagem de terras, a expropriação de recursos, a massiva violação sexual e a transformação de corpos negros em mercadoria, criando o maior mercado transatlântico de pessoas escravizadas na história. O processo de descolonização deu-se por terminado sem uma reparação das suas vítimas e um apuramento de responsabilidades. Será possível pagar as dívidas do colonialismo? Como convidados para este debate ao vivo, parte do programa “Mais Um Dia”, do Teatro Municipal São Luiz, tivemos Elísio Macamo, professor catedrático de Estudos Africanos e Sociologia na Universidade de Basileia, Jessica Bruno, doutoranda do programa de pós-colonialismos e cidadania global do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e Yussef, militante do Movimento Africano de Trabalhadores e Estudantes – RGB e membro do grupo Consciência Negra. Sabe mais em https://fumaca.pt/debate-a-divida-publica-do-colonialismo/ Ajuda-nos a ser o primeiro projeto de jornalismo português totalmente financiado pelas pessoas: https://www.fumaca.pt/contribuir See omnystudio.com/listener for privacy information.

Perguntar Não Ofende
Maria Raquel Freire: Para onde vai a Rússia na tensão com a Ucrânia?

Perguntar Não Ofende

Play Episode Listen Later Feb 21, 2022 84:59


O desmantelamento do Pacto de Varsóvia e a reunificação da Alemanha tinham como pressuposto que a NATO nunca se expandiria para leste. Expandiu. E a questão é saber onde acaba essa expansão. Sobretudo tendo em conta a importância estratégica da Ucrânia, a sua centralidade na história russa e a existência de uma fronteira comum de 1580 quilómetros. Sobre a tensão que reina entre Kremlin e Kiev, conversamos com Maria Raquel Freire, doutorada em Relações Internacionais pela Universidade de Kent, investigadora do Centro de Estudos Sociais, professora Catedrática de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, especialista em Rússia e espaço pós-Soviético. Episódio gravado na tarde de dia 18 de fevereiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Brasil Latino
Identidade latino-americana, com Angelica Lovatto

Brasil Latino

Play Episode Listen Later Dec 3, 2020 52:41


(PT) Pensar a política na América Latina não é uma tarefa fácil. Ocupado majoritariamente por espanhóis e portugueses, o continente sofreu a espoliação típica do processo de colonização. O resultado é o controle das metrópoles centrais sobre os países da periferia, evitando assim movimentos soberanos e de ruptura com a dependência econômica. O processo de globalização do capitalismo enfraqueceu ainda mais as nações latino-americanas, o que veio acompanhado de desestabilizações políticas e de imensas dificuldades para a consolidação da democracia. Nesta edição do Brasil Latino, o jornalista Marco Piva conversou com Angelica Lovatto, professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UNESP (campus Marília) e do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas, onde coordena o Grupo de Pesquisa CNPq “Pensamento Político Brasileiro e Latino-Americano”. Atualmente desenvolve estágio de Pós-Doutorado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Lovatto é pesquisadora do IELA – Instituto de Estudos Latino-Americanos (UFSC). (ES) Pensar en política en América Latina no es tarea fácil. Ocupado principalmente por españoles y portugueses, el continente sufrió el expolio típico del proceso de colonización. El resultado es el control de las metrópolis centrales sobre los países periféricos, evitando así movimientos soberanos y rompiendo con la dependencia económica. El proceso de globalización del capitalismo ha debilitado aún más a las naciones latinoamericanas, lo que ha ido acompañado de desestabilizaciones políticas e inmensas dificultades para consolidar la democracia. En esta edición de Brasil Latino, el periodista Marco Piva conversó con Angélica Lovatto, profesora del Programa de Posgrado en Ciencias Sociales de la UNESP (campus Marília) y del Departamento de Ciencias Políticas y Económicas, donde coordina el Grupo de Investigación CNPq “Pensamiento Político Brasileño y latinoamericano ”. Actualmente se encuentra desarrollando una pasantía postdoctoral en el Instituto de Estudios Políticos y Sociales de la Universidad Estatal de Río de Janeiro (IESP-UERJ). Lovatto es investigador en IELA - Instituto de Estudios Latinoamericanos (UFSC).

Estadão Notícias
ESPECIAL: Os desafios da Democracia no Brasil #2

Estadão Notícias

Play Episode Listen Later Aug 26, 2019 14:56


O professor de ciência política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do estado do Rio de Janeiro, Fernando Guarnieri, fala sobre os riscos de as redes sociais serem usadas como instrumento de manipulação da população, a influência que o ambiente virtual pode ter sobre a formação de lideranças políticas e a interferência da polarização de ideias na democracia. A conversa é uma prévia dos assuntos que serão discutidos no seminário “Os desafios da Democracia no Brasil: inovação, participação e representação num mundo hiperconectado”, que acontece no dia 04/09/19 em Brasília no Senado Federal. O evento gratuito é uma parceria entre o Estadão e a Rede de Ação Política pela sustentabilidade, a RAPS. See omnystudio.com/listener for privacy information.