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A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) recebeu o aval do governo paulista para começar a projetar a Linha 20-Rosa, que terá 33 quilômetros de extensão e ligará as cidades de Santo André e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, à zona oeste da capital. Serão 24 estações: 18 em São Paulo, três em Santo André e outras três em São Bernardo do Campo - além de dois pátios de manutenção. Na capital, a previsão é que a linha passe por locais como Lapa, Pinheiros, Vila Olímpia, Itaim Bibi e Moema. O projeto do novo ramal promete atender 1,3 milhão de pessoas diariamente. Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Marcelo Lima, disse que o projeto se junta a outras obras de mobilidade realizadas por municípios do ABC. “É uma região que depende muito da capital, com moradores que trabalham em São Paulo todos os dias e perdem horas no trânsito”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O governador Tarcísio de Freitas autorizou o Metrô a iniciar a elaboração do projeto básico da Linha 20-Rosa, que vai ligar o ABC à capital paulista. Com 33 km de extensão, a nova linha vai conectar os municípios de Santo André e São Bernardo do Campo à zona oeste de São Paulo, passando pelas regiões da Lapa, Pinheiros, Vila Olímpia, Itaim Bibi e Moema. A expectativa é que mais de 1,3 milhão de passageiros sejam beneficiados diariamente com o novo trecho.
O Doryo Sushi, na Vila Olímpia, abriu cheio de novidades depois de uma reforma. See omnystudio.com/listener for privacy information.
ão Paulo ganha escritórios e área para eventos dentro do programa de revitalização do Pinheiros; Emae e iniciativa privada abrem também estacionamento e novos acessos à usina localizada na Vila Olímpia
A capital paulista vai receber em breve um novo polo esportivo. A pista de atletismo da Vila Olímpica Mário Covas, complexo mantido pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo (Sesp), já está com 70% das obras concluídas.
Daniele Hypolito, uma das mais emblemáticas ginastas do Brasil, continua a inspirar com sua trajetória de resiliência, dedicação e paixão pelo esporte. Atualmente aposentada das competições, Daniele segue como referência do esporte, que conseguiu um feito inédito nos Jogos de Paris, ao levar o país ao pódio na disputa por equipes. Nascida e descoberta num projeto do Sesi, no ABC Paulista, ainda criança ela desenvolveu uma relação com o Rio de Janeiro, integrando a equipe de Ginástica do Flamengo. Foi do clube para seleção e com a seleção para o mundo, com participações douradas em Jogos Pan-Americanos e em cinco Olimpíadas. Daniele comanda, com o irmão, Diego Hypolito, o instituto que leva o sobrenome da família, espaço criado para promover o ensino da ginástica artística para meninos e meninas de 4 a 12 anos. O Instituto Hypolito reúne mais de 100 atletas mirins no Vila Olímpica do (GREIP) (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Industriários da Penha).
O objectivo da delegação são-tomense nos Jogos Paralímpicos de Paris é que o atleta Alex Anjos tente superar a marca dos 50.49 nos 400 metros T47, categoria para atletas com amputação nos membros superiores. "Os Jogos Paralímpicos são uma mostra mundial para que o desporto adaptado seja cada vez mais acessível a todos", defende o chefe da delegação paralímpica de São Tomé e Príncipe, Filipe Neto. São Tomé e Príncipe participou pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos em 2016 no Rio de Janeiro, com o atleta Alex dos Anjos, que volta a competir nos Jogos de Paris na prova de 400 metros T47?Filipe Neto: É um bocado constrangedor ser uma representação tão pequena, mas é o que temos. Inicialmente tínhamos uma delegação que podia ter até oito pessoas, mas infelizmente a Marina, uma da nossa lançadora que estava também no nosso desejo de vir. Não pôde vir porque não teve classificação internacional e a sua vinda para Paris em 2024 não foi aprovada. Por isso trouxemos um só atleta, naturalmente que a quota da delegação caiu. Por isso é que viemos apenas quatro: um atleta, um treinador, um massagista e eu como chefe de missão.Quais é são os objectivos desta participação nos Jogos paralímpicos de Paris?Em primeiro lugar, o nosso objectivo é representar São Tomé e Príncipe com a maior dignidade possível. Nós já tivemos nos Jogos de Tóquio e aqui queremos que o resultado seja melhor, nem que seja bater o recorde nacional, que é de 50.49. Contamos que ele esteja à altura de fazer esse melhor tempo e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a representação seja melhor do que nos jogos passados.O atleta Alex dos Anjos pode dar um exemplo a outros atletas ao estar aqui a representar São Tomé e Príncipe nos Jogos Paralímpicos de Paris?Sim, sim, é mesmo isso que nós queremos que os jovens entendam em São Tomé e Príncipe que uma pessoa com deficiência também pode mostrar o seu valor, o valor que tem no desporto, praticando com afinco, mostrando que realmente também pertence a uma sociedade que pode fazer algo por essa sociedade, sobretudo no desporto, onde se vê muitas pessoas que com deficiência. São pessoas corajosas, pessoas determinadas, pessoas que mostram que realmente têm capacidade para fazer algo de grande valor. Esperamos que a participação do Alex sirva de incentivo a jovens são-tomenses, para que eles também possam começar a praticar desporto, sobretudo os jovens com deficiências.Esteve em Paris com a delegação olímpica há três semanas, aqui na Vila Olímpica, na altura, agora transformada em Vila Paralímpica. Que mudanças estruturais é que observou até ao momento?Primeiro, na Vila Olímpica de há três semanas, tudo era totalmente diferente em termos da habitação porque agora a adaptação é feita para pessoas com deficiência e tem que ser totalmente adaptada. O cuidado tem que ser maior, tem que haver muito mais envolvimento das pessoas: o apoio para que as pessoas com deficiência também se sintam seguros para andar e e caminhar aqui na vila. Há três semanas e nos Jogos Olímpicos estavam aqui mais de 10.000 atletas. Para os Jogos Paralímpicos há 4400 atletas a competir. O que é que explica esta diferença tão grande?Em São Tomé e Príncipe lutamos para que as pessoas com deficiência pratiquem desporto. Por isso é que existe essa diferença tão grande. Na medida em que as pessoas vão compreendendo que, independentemente de ter uma limitação física, não implica que sejam excluídas e praticar desporto. Acho que no futuro vai haver mais atletas porque a participação está a crescer e vai crescer muito mais. Os atletas estão a ver que podem praticar desporto, podem representar o país e conhecer pessoas, pisar outros palcos. Que mudanças são necessárias até lá?Uma das grandes mudanças é no próprio Comité Paralímpico Internacional para que deixe de limitar as cotas de pessoas com deficiência e que permita deixar ao critério do país e da capacidade financeira do país levar a quantidade de pessoas que queira. Talvez, nessa altura, o número de atletas seja maior. O número de de bolsas paralímpicas não é igual às bolsas olímpicas?Não por acaso não é e esse é outro factor. Em São Tomé, embora sejamos um país pequeno, tivemos bolsa olímpica para oito pessoas e para o Comité Paralímpico não houve nenhum. Apesar de eles ajudarem, eles ajudam ao enviar alguma subvenção pequena para ajudar. É um ponto a repensar?Sim é um ponto a repensar se realmente eles quiserem porque ajudaria muito. Em São Tomé e Príncipe, por exemplo, os nossos atletas são trabalhadores, mas se tiverem bolsa não deixariam o trabalho, mas pensariam menos no trabalho porque já teriam um meio de subsistência.
Get the worksheets & complete show notes for this episode at https://cariocaconnection.comIn this episode of Carioca Connection, Alexia & Foster explore the official uniforms for the 2024 Olympics, with a special focus on the Brazilian uniform chosen by the Olympic Committee. The conversation revolves around how these uniforms represent national culture and identity, highlighting the colors and styles each country uses to stand out. They also discuss the connection between fashion and culture, mentioning collaborations between major brands and Olympic committees, such as Ralph Lauren for the United States.Key TakeawaysDiscussion about the 2024 Olympic uniformsRepresentation of national culture and identity through uniformsCriticism of the Brazilian uniform and the partnership with RiachueloRelationship between fast fashion and Brazilian fashionLack of financial support for Brazilian athletesConditions in the Olympic Village in ParisComparison with the support given to athletes from other countriesTimestamps[00:00] Introduction to the episode and topic[02:15] Discussion on the importance of Olympic uniforms[10:30] Analysis of the Brazilian uniform and criticisms[18:45] Comparison with uniforms from other countries[25:00] Problems faced by Brazilian athletes[30:20] Expectations for future episodese agora em português...Neste episódio do Carioca Connection, os apresentadores exploram os uniformes oficiais para as Olimpíadas de 2024, com um foco especial no uniforme brasileiro escolhido pelo Comitê Olímpico. A conversa gira em torno de como esses uniformes representam a cultura e identidade nacional, destacando as cores e estilos que cada país escolhe para se destacar. Eles também discutem a conexão entre moda e cultura, mencionando colaborações entre grandes marcas e comitês olímpicos, como Ralph Lauren para os Estados Unidos.Principais PontosDiscussão sobre os uniformes olímpicos de 2024Representação da cultura e identidade nacional através dos uniformesCríticas ao uniforme brasileiro e à parceria com a RiachueloRelação entre fast fashion e moda brasileiraFalta de apoio financeiro para atletas brasileirosCondições na Vila Olímpica de ParisComparação com o suporte dado a atletas de outros paísesTimestamps[00:00] Introdução ao episódio e tema[02:15] Discussão sobre a importância dos uniformes olímpicos[10:30] Análise do uniforme brasileiro e críticas[18:45] Comparação com uniformes de outros países[25:00] Problemas enfrentados pelos atletas brasileiros[30:20] Expectativas para futuros episódios Ready to massively improve your Brazilian Portuguese in 2024?
Isabel Sequeiros e Bruno Pereira foram escolhidos para fazer parte dos 45.000 voluntários dos Jogos Olímpicos de Paris, que terminam este domingo, 11 de Agosto. "Vim para estes jogos a pensar que ia viver um sonho. Não sabia o que ia acontecer e isto superou tudo. Estamos a ver o processo de dentro, estamos na Aldeia Olímpica, onde convivemos com os atletas, com as delegações, todos os dias. Somos uns sortudos", partilharam os voluntários portugueses. RFI: O que é que os Jogos Olímpicos representam para vocês?Isabel: Gosto muito de desporto no geral, Atletismo, no particular, representa o máximo do desporto. Aquela coisa que acontece de quatro em quatro anos e que é muito, muito especial.Já era o caso antes destes Jogos Olímpicos de Paris?Sim, já o era antes. A minha primeira memória grande dos Jogos Olímpicos foi quando, em 1984, Carlos Lopes ganhou a medalha de ouro em Los Angeles. É um momento que eu não não esqueço nunca. Todos os anos por essa altura, falta pouquinho, recordo e isso é importante. São muito, muito especiais desde essa altura.O que é que representam estes Jogos Olímpicos?Bruno: Para mim era o número um no top dos sonhos. O que é que eu tenho que fazer nesta vida? O primeiro era assistir ou fazer qualquer coisa nos Jogos Olímpicos. É a concretização do sonho, do sonho do miúdo.Qual é que é a sua missão durante estes Jogos Olímpicos?Bruno: Sou assistente da delegação colombiana e no fundo, apresentamo-nos e estamos disponíveis para o que eles precisarem naquele dia. As tarefas são diferentes, dependemos um bocadinho daqueles que eles precisam no momento.Como é que é um dia de um voluntário, são todos diferentes?São todos diferentes. Nós temos um horário que é pré-definido, o meu é das 14h30 às 22h30. Entramos na plataforma, fazemos o check-in, apresentamo-nos à nossa delegação consoante aquilo que eles precisem. Podemos acompanhar um atleta a determinado sítio, ir buscar bagagens, preparar um quarto são tarefas muito distintas mesmo.Isabel qual é a sua missão nestes Jogos Olímpicos?Isabel: Eu tive o bombom maravilhoso de ficar com a delegação de Portugal. Aliás, sou a única portuguesa, não sei porquê que o conseguiu. O nosso objectivo é que o atleta esteja mais confortável possível. Estamos sempre a fazer coisas em prol disso, verificar se está tudo bem nos quartos, se aquilo que eles precisam em termos de nutrição, por exemplo, está em ordem e organizado. Há dias que fazemos muitas coisas porque é preciso. No início foi preciso colocar o nosso edifício bonito para receber os nossos atletas. Bruno: Como disse a Isabel, temos muito tempo livre e acabamos por também nos permitir de conhecer outras delegações, outros voluntários e acaba por ser quase uma família que se criou porque conhecemos imensa gente e acabamos por criar laços com essas pessoas.Qual é o espaço que ocupa o desporto nas vossas vidas?Isabel: Eu sou juiz de atletismo já há muitos, mas sempre gostei de desporto. Não tenho nenhuma ligação a não ser essa de ser juiz e de ser também membro da direcção da associação de Atletismo de Viana do Castelo. O Bruno é diferente.Bruno: O desporto para mim é o meu modo de vida. Sou formado em Educação Física e sou personal trainer, por isso o desporto já faz parte de mim desde a minha área de formação, mesmo antes em que também fui atleta. Por isso acho que desde que me conheço o desporto está na minha vida.E quanto aos valores que veicula?Isabel: Na minha carta de motivação apresentação que escrevi quando me candidatei, mencionei precisamente os valores olímpicos. São todos bons e acho que me representam todos eles.Bruno: O olimpismo em si representa tudo aquilo que deveria ser projectado numa sociedade perfeita. Nota-se nesta microestrutura que é a Aldeia Olímpica. O sonho é mesmo que isso seja projectado cá para fora e tem-se verificado aqui em Paris. E eu vivo cá há 12 anos e posso dizer que nunca vi a cidade com este ambiente tão eufórico. Está a ser mesmo fantástico.O desporto cria ligações e nestes Jogos Olímpicos e em Paris tem sido o caso e isso sente-se nas ruas, dentro dos complexos, na Vila Olímpica?Bruno: Sim, sim. Sente-se em todo o lado. É incrível. Como disse, estou aqui há 12 anos e nunca imaginei nos meus maiores sonhos que a coisa fosse realmente assim. Aliás, muitos parisienses saíram porque acharam ia ser um desastre nos transportes e que ia correr mal. Estamos às portas da cerimónia de encerramento e não tenho nada a dizer. Nada de negativo, sinceramente. Eu acordo com sorriso de orelha a orelha. Vou deitar me com sorriso de orelha a orelha.Isabel: Sim, eu também. Eu não vivo cá não e só venho de férias. A minha relação com Paris é sempre boa. Agora, em termos desta alegria que o Bruno falou, eu também a sinto. Também acordo a sorrir e adormeço a sorrir. Estou muito, muito feliz porque tenho amigos novos.Bruno: Mais uma das coisas que os jogos nos trouxeram foi conhecer pessoas como a Isabel de Portugal ou do Brasil ou de outro país qualquer, porque acho que mais ou menos 20% dos voluntários vêm do estrangeiro e acabamos por não só praticar línguas estrangeiras porque dá jeito, mas também conhecer pessoas de toda a parte do mundo.Isabel há pouco dizia nos que teve que escrever uma carta, que processo foi esse?Nós fizemos uma candidatura já há muito, muito tempo, há anos e meio com muitas questões às quais nós tivemos de responder. Depois, na parte final, havia uma parte que nem sequer era obrigatória. Nós poderíamos escrever porque é que nós achávamos que devíamos ser seleccionados e aí sim, eu acho que caprichei um bocadinho e expliquei como é que eu era e todos os meus valores, os meus, meus sentimentos, a minha vontade. Porque é que eu queria tanto estar aqui e fui seleccionada. Acho que fui convincente. Era possível imaginar o que está a acontecer hoje?Bruno: Não, lá está. Eu vim para estes jogos pensando vou viver um sonho. Mas não sabia o que ia dar de dentro. Sempre assisti aos Jogos Olímpicos, desde miúdo tinha uma experiência de fora, mas não sabemos muito bem o que é que vamos esperar. Isto supera. Mas de longe porque nós também estamos a ver o processo. Estamos na Aldeia Olímpica, então convivemos com os atletas, com as delegações, todos os dias. Por isso, se calhar somos uns sortudos por estar lá.Como é viver os Jogos Olímpicos a partir dos bastidores?Somos privilegiados por causa disso. Todos os dias vemos aquilo que os atletas sentem, vemos com que sensações é que vão para as provas. Acompanhamos o staff, a própria delegação, as expetativas, às vezes frustrações, outras vezes muita alegria.Qual foi momento mais marcante até agora?Bruno: Para mim foi a cerimónia de abertura. Tivemos a sorte de fazer parte do evento. Tivemos nos barcos para acompanhar os atletas durante todo o percurso. Foi a atmosfera única, embora durante o trajecto não conseguimos acompanhar tudo o que estava a acontecer a nível de acontecimento televisivo. Mas só viver aquela atmosfera... não sei quantas vezes me belisquei para perceber que se estava mesmo ali, dentro do barco.Bruno, quer partilhar connosco uma história, um encontro com um atleta?Bruno: Sim, eu tenho uma heroína, a Simone Biles, que tem capacidades incríveis, que vão para além do que o ser humano consegue fazer. Tenho acompanhado a carreira dela desde dos primeiros jogos, quando esteve no Rio de Janeiro e sou completamente fã. Não tive a oportunidade de a cruzar na Aldeia Olímpica. Mas andei à volta do edifício várias vezes e fui espreitando, ia vendo o que é que ela punha nas redes sociais. Parecia quase um paparazzi.Isabel: Sem querer contribuir para a tua tristeza, Bruno, mas eu cruzei me com ela e, apesar de já ser a noite, e eu não consegui dizer outra coisa que não fosse 'Bonjour'.Vão continuar a ser voluntários durante os Jogos Paralímpicos? Eles querem que a energia destes Jogos Olímpicos seja a mesma e estão a fazer tudo para que isso aconteça. A nível de organização, estão a tentar pôr o patamar ao nível dos Jogos Olímpicos. O que tem acontecido é que desde o momento em que os Jogos têm sido difundidos, houve um aumento de venda de bilhetes de quatro ou cinco vezes superior. Por isso espera-se que estejam mais ou menos ao mesmo nível. Agora a dificuldade será o regresso escolar. As pessoas estão a trabalhar, vai ser um bocadinho mais difícil ao nível de público, penso eu. Mas a ideia é que seja que esteja lá em cima também.A Isabel vai a Portugal, mas volta para os Paralímpicos?Exactamente. Eu vou na próxima semana porque na minha cidade acontecem as Festas da Agonia e é algo para mim que está só um patamar um bocadinho abaixo dos Jogos Olímpicos. É uma celebração na qual gosto sempre de participar e depois venho já para uma tarefa diferente. Nos Paralímpicos vou estar na La Défense Arena nas provas de natação.Qual é o momento que levam daqui dos Jogos Olímpicos de Paris?Isabel: Difícil dizer que não foi a cerimónia de abertura por tudo aquilo que envolveu, mas depois também levo toda aquela alegria que se vive na delegação. Volto a frisar eu tive muita sorte. Eu estou com a delegação de Portugal. Há pessoas muito maravilhosas que nos tratam muito bem, que respeitam o facto, no meu caso, de ser também a primeira vez de estar aqui. Ajudam quando é preciso explicar isto ou aquilo. Levo também aquela relação boa que se estabeleceu dentro da delegação, por outro lado, sem falar do facto de ter agora amigos novos, que eu sei que vão ser amigos por muito tempo, não é, Bruno?Bruno: Era isso que eu ia falar. O que eu levo se me perguntarem qual é a memória que eu acho que vou guardar, vão ser as pessoas. Esta troca de experiências e de conhecimentos que fizemos, tanto entre voluntários como com as delegações, como com as próprias pessoas que trabalham na Aldeia Olímpica. Acho que é mesmo aquilo que eu levo com a maior recordação. A cerimónia de abertura porque foi excepcional e foi um momento que vivemos só uma vez na vida.
Os nadadores moçambicanos Matthew Lawrence e Denise Donelli integram a missão olímpica de Moçambique e estrearam-se nos Jogos Olímpicos de Paris. O atleta moçambicano Matthew Lawrence está a viver em Portugal desde 2022, no âmbito de uma bolsa atribuída pelo Comité Olímpico Internacional, o nadador olímpico participou na prova dos 100 metros bruços e não conseguiu seguir em frente, neste que foi o momento mais importante da carreira de Matthew Lawrence até ao momento.RFI: Como é que correu a sua prova?Matthew Lawrence: A sensação foi incrível. Esta é a primeira vez que estou nos jogos e é o palco maior do mundo, já participei em dois mundiais e nem se compara porque há tantas pessoas a gritar e a apoiar. A prova o ensino correu assim tão bem e estava à espera de nadar mais rápido, mas acontece e não posso estar muito zangado.Sentiu que deu o melhor de si, os seus adversários foram mais rápidos?Sim, eu acho que eu dei tudo que tinha. Cheguei no fim completamente cansado e não tinha mais para dar. Também estava muito nervoso antes da prova, o que é normal e acho que isso também influenciou o meu tempo.Falando dos tempos, 1'04'95 é muito rápido?É rápido, mas no nível mundial ainda não está onde eu quero estar. Ainda só tenho 20 anos e só saí de Moçambique há dois anos. E em Moçambique, como sabemos, não há as melhores condições. Claro que tentámos tudo, mas nos últimos dois anos consegui melhorar de três segundos, que já é muito. Por isso acho que nos próximos quatro anos tem possibilidade de chegar ao nível mundial.Como é que são as águas da piscina olímpica de Paris, são mais lentas porque estavam previstos muitos recordes?Não sei porque normalmente a piscina é um pouco mais funda. Esta piscina só tem 2 metros e 15 e o normal são três metros. Não sei se isso influencia, eu senti-me bem na piscina, mas os tempos que foram vistos até agora não foram assim tão especiais. Nos 100 bruços, na final estava à espera que fosse muito mais rápido e não foi.Tem 20 anos, foi um dos porta-bandeiras de Moçambique na cerimónia de abertura destes Jogos Olímpicos de Paris. O que é que se sente quando está num barco a representar o seu país, Moçambique? Não estava nada à espera quando eles decidiram que ia ser eu. Fiquei sem palavras e a sensação também não consigo descrever. Foi mesmo incrível.Apesar da chuva, foi uma cerimónia vivida intensamente?Exactamente. A chuva no início não foi assim tão mau, mas para o fim já estava a ficar mais frio e eu não fiquei até o fim. Bastou o barco atracar e eu saí logo e voltei para a vila porque ia competir no dia seguinte. Aqui na vila olímpica estou com os meus amigos, basicamente a minha família, porque estamos todos juntos. Eles disseram-me que foi incrível, além da chuva, porque eles apanharam muito frio e não tinha onde se abrigar da chuva.A delegação de Moçambique é composta por sete atletas. Essa entre ajuda, esse apoio é permanente entre vocês durante estes Jogos Olímpicos?Sim, eu acho que sim. Estamos aqui uns para os outros. Quando alguém luta ou nada, estamos a apoiar, estamos a ver o que podemos ver. Há provas a que não podemos ir, mas estamos aqui na vila a ver na televisão e mandamos mensagens. Há uma atleta que está fora, mas também comunicamos com ela todos os dias para ver como é que está a correr.A Deizy está em Marselha nas provas de vela...Exactamente e estamos sempre em contacto e se podemos ajudar com a ansiedade.Como é que controla esta ansiedade de representar o seu país, de ser um dos melhores atletas do seu país e de estar aqui no certame, onde só estão os melhores dos melhores?Isso é boa pergunta. Acho que ainda não cheguei a esse ponto para perceber como posso usar a ansiedade para nadar mais rápido. Não sei como explicar que eu faço isso e sinto que consigo.Há quem fale de adrenalina dos atletas, isso impulsiona uma energia?Sim, é verdade. A adrenalina faz muitas coisas. Tu podes achar que não és capaz, mas com adrenalina consegues fazer. Por exemplo, nos 100 bruços ninguém estava a espera que Nicolo Martinenghi, da Itália, ganhasse, mas com a adrenalina conseguiu.E agora preparar-se para os jogos de 2028?Não sei. Agora vou de férias, Vou descansar e depois das férias vou pensar nisso. É muito provável que sim. Ainda vou estar em Portugal alguns anos para acabar o meu curso.Falando um pouco no seu percurso, está a viver há cerca de dois anos em Portugal. O que é que isso mudou? Eu fui para Portugal estudar na faculdade e também para melhorar o treino. Consegui a bolsa de World Aquatic, era suposto ir para os Estados Unidos, mas se eu fosse não ia estudar. Também tinha uma atleta que era suposto sair do país para treinar, ir para a Ucrânia, mas depois começou a guerra e não teve como sair do país. Então eu ofereci a bolsa.. não foi bem oferecer, mas eu pus o nome dele para bolsa. Este ano foi oferecido novo, mas calhou aqui em França, não ia conseguir ter porque não quero prejudicar os meus estudos. Por isso vou ficar em Portugal e decidir onde vou treinar.O que é que está a estudar?Estou a estudar gestão na Universidade Nova.É difícil ser um atleta olímpico que está a tirar um curso superior?Sim, não posso mentir, está a ser muito difícil. Estou como part time student, tem alguns apoios, mas sinto que não é um apoio suficiente. Ainda há coisas que faltam. Por exemplo, nos Estados Unidos, é possível ser atleta e estudar. Acho que em Portugal estão a tentar mudar, mas ainda não têm esse pensamento norte-americano.Imagino que nos últimos meses e anos se tenha preparado todos os dias a pensar nos Jogos Olímpicos e nestas provas. Existe agora um vazio?Eu acho que ainda não cheguei a esse ponto. Acho que quando eu sair de Paris me vou sentir um pouco assim. Não vai ser assim tão pesado porque eu sei que ainda tenho coisas pela frente e eu ainda sou jovem. A minha colega Denise, que já tem mais idade, vai parar depois dos jogos, pelo menos é que ela diz. Não sei se ela vai conseguir parar totalmente, mas ela quer. Acho que quando eu chego a esse ponto, também vou sentir isso. Mas como eu sei que ainda tenho a fazer pela frente, acho que ainda não vou sentir esse peso.O desporto é um vício?Exactamente. Exactamente. É um vício e acho que não consigo viver sem desporto. Se eu decidir parar de competir, vou nadar na mesma. Não há como me tirar da piscina.A atleta olímpica, Denise Donelli, nadou os 100 metros costas na arena de Paris, em La Defense, conseguiu melhorar a marca pessoal. A nadadora moçambicana conta-nos como se preparou nos últimos sete anos para participar nos Jogos Olímpicos.RFI: Como correu a prova dos 100 metros costas?Denise Donelli: Fiz aquilo que eu queria fazer e foi muito bom. Consegui baixar o meu tempo, há quatro anos que não conseguia. Fiz 1:08.73 minutos, melhorei a minha marca na prova e esse era o meu objectivo.Como é que se prepara para ser mais rápida dentro de água?Este ano trabalhei mais na força, troquei de treinador e foi muito treino na força e na quantidade. Trabalhamos muito no ginásio e na água. O Matthew, que também representa a delegação moçambicana nos Jogos Olímpicos de Paris, falou-nos do facto de a piscina ser menos profunda desta vez. Sentiu uma diferença?Como eu nado costas, não senti a diferença. Acho que ele sentiu porque nada bruços, especialmente no salto porque vais mais para baixo. Para mim não mudou nada.O que é que se sente quando se entra numa arena olímpica? Imagino que seja emocionante.Muito, muito emocionante. O público estava bem presente mais do que nos mundiais. Antes de fazer a prova, a adrenalina estava muito alta.Esta é a sua estreia em Jogos Olímpicos, correu bem?Sim, foi a minha primeira vez. Eu queria fazer os Jogos Olímpicos do 2021, mas não consegui. Não me aceitaram para fazer os Jogos e queria parar, mas o meu sonho era estar nos jogos, então continuei a nadar até agora.Depois de Paris pensa em 2028?Acho que não, porque já tenho 28 anos, pode ser que faça uma outra época. Eu queria parar, mas como ocorreu bem esta prova, não sei se eu vou parar, mas não vou nadar até 2028.Como é que se sabe e quando é que se sente que é tempo de parar?Não sei porque eu também agora não sei para mim se continuarei a nadar. O problema é também trabalhar e nadar porque a vida começa a ser complicada. Tenho que fazer uma escolha.Até o momento, qual foi o momento mais intenso que viveu aqui em Paris?Quando saí da minha prova, estavam aqui os meus pais e minhas amigas. Estavam fora da água a gritar e a chorar. Foi muito emocionante.Foram quatro anos de preparação para estar aqui?Foram mais porque antes preparei-me para os Jogos de 2021. Foram sete anos para vir aqui e foi incrível.É difícil a vida de uma atleta olímpica?Sim, principalmente, se temos de trabalhar também. Os meus dias são grandes; acordo às oito, trabalho, nado, depois volto a trabalhar, eu volto para casa às 23 horas. É muito trabalho.Estamos aqui na Vila Olímpica, em Paris. Há uma energia positiva entre atletas?Sim muito e estou a conhecer muita gente de todos os cantos do mundo. Todos estão felizes e concentrados nos próprios treinos, mas há uma energia muito positiva.Em natação existem problemas de financiamento. É difícil financiar atletas de natação, continua a ser o caso hoje?Se é, acho que é um caso que é mais ou menos em todo o mundo. Enquanto moçambicana e italiana também porque é um desporto que não é muito seguido, então ainda não há muito dinheiro investido nesta modalidade.
No décimo quarto episódio do Rota de Paris, Edson Jr. e Rafa Kawachi discutem as polêmicas das Olimpíadas de Paris 2024 e outros temas curiosos. Com muito humor e crítica, eles exploram desde os adiamentos de competições por causa da chuva até as condições da Vila Olímpica, que têm gerado controvérsias entre os atletas. Entre as polêmicas destacadas, estão as condições do Rio Sena para o triatlo, o uniforme da equipe brasileira, e as decisões controversas dos árbitros. Além disso, o episódio aborda as tradições culturais francesas e as discussões sobre o mascote das Olimpíadas, apelidado de "Clitorito". ---------- O Rota de Paris é um programa especial do Página Laranja que comenta curiosidades e informações sobre a cidade sede das Olimpíadas de 2024, além de mais dados, notícias e informações sobre os jogos em si, com a intenção de levar entretenimento e bom humor. No ar de segunda a sexta, às 20h00, de 22/07 a 09/08/2024. ---------- Compartilhe o nosso conteúdo e nos ajude a alcançar mais pessoas. Não se esqueça de assinar nosso podcast para receber nossos conteúdos. Ajude o Página Laranja a manter seu trabalho a partir de apenas R$ 1 por mês no Apoia.se ou no PicPay: https://paginalaranja.com.br/sobre/#apoie. Participaram deste episódio: Edson Jr (https://www.instagram.com/jrkawachi) e Rafa Kawachi (https://instagram.com/contadorafa). Interaja conosco e acompanhe nosso conteúdo em todas as redes: https://paginalaranja.com.br https://instagram.com/paginalaranja https://youtube.com/@paginalaranja https://facebook.com/PaginaLaranjaOficial
O governo Lula gastou R$ 83.600 com o rolê da primeira-dama, Janja, em Paris, para acompanhar o início da Olimpíada deste ano, segundo a Folha de S. Paulo.A primeira-dama viajou sob a justificativa de representar o petista no evento.Janta visitou a Vila Olímpica, fez fotos com alguns atletas e teve uma audiência com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e com o presidente da França, Emmanuel Macron.Procurada pelo jornal, a Secom do governo Lula afirmou: “As passagens foram adquiridas em aviação comercial (sem uso de aeronaves da FAB), seguindo os preços de mercado, que estavam elevados em razão dos Jogos Olímpicos. A primeira-dama viajou de classe executiva, conforme autoriza a legislação vigente.”Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:Você também pode assistir ao Papo Antagonista na BM&C, nos canais de TV 579 da Vivo, ou 563 da Claro, além do SKY+. Que tal presentear seu pai com a assinatura de O Antagonista+Crusoé? 10% desc. no combo anual. https://bit.ly/papoantagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
O que faz alguém ter energia de gostoso ? Já torceu pra nação brazilipina hoje? Ser desclassificado no seu esporte por ser bem dotado é uma vitória ou uma derrota? Vários questionamentos olímpicos com @katiucha e @odeiopepe no Vortex de hoje!Acesse o link do Vortex e ganhe 15% de desconto na sua matrícula na Alura: https://www.alura.com.br/promocao/vortex ou CUPOM: VORTEX Vem descobrir as vantagens que a Hotmart tem para você: https://hotm.art/vortex Host: Katiucha Barcelos. Instagram: @katbarcelos | Twitter/X: @katiucha Convidado: Pedro Pinheiro. Instagram: @odeiopepe | Twitter/X: @OdeioPePeNossas redes sociais:Instagram: @feedvortex Twitter: @feedvortex Reddit: r/feedvortex Links comentados no episódio: Ensaio com Queijos gigantes: https://globorural.globo.com/cultura/noticia/2024/08/medalhista-olimpica-italiana-viraliza-em-ensaio-com-queijo-gigante-veja.ghtml Nadador norueguês mostra 'vício' no Muffin da Vila Olímpica: https://oglobo.globo.com/esportes/olimpiadas/noticia/2024/08/05/olimpiadas-veja-sobremesa-que-fez-sucesso-entre-atletas-na-vila-olimpica.ghtml No que a Rebeca pensa antes das provas: https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2024/08/6913199-rebeca-andrade-revela-o-que-pensa-antes-das-provas-receitas-para-fazer.html Roy Mustang nas Olimpiadas: https://vm.tiktok.com/ZMr4Cs1MW/ Noah Lyles comemora sua medalha de ouro nas Olimpíadas em Paris fazendo o Kamehameha! : https://x.com/kamisamaexp/status/1820240251874644131 Um americano que sabe geografia e tem cultura: https://x.com/NBAdoPovo/status/1820305101929525612 Ángel Barajas se inspirou no 'Sportacus' de Lazy Town para ganhar a medalha de prata:https://bolavip.com/co/juegos-olimpicos/angel-barajas-se-inspiro-en-sportacus-de-lazy-town-para-ganar-la-medalla-de-plata Sportacus Chalenger: https://www.tiktok.com/@schnitz12/video/7278130611015912747?lang=en Dinheiro, condomínio e ramen para ginasta de ouro duplo filipino: https://www.bbc.com/news/articles/c99ww9pzgrvo Nossos primos: https://www.metropoles.com/entretenimento/brasileiros-e-filipinos-fazem-parceria-nas-olimpiadas-somos-primos Atletas são hospitalizados pós nadas no Sena: https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/olimpiadas/triatletas-sao-hospitalizados-apos-nadarem-no-rio-sena-belgica-desiste-de-prova/ Médico dá sua opinião sobre atleta olímpico que "não lava as mãos depois de usar o banheiro": https://metro.co.uk/2024/08/01/doctor-gives-verdict-olympians-claim-microdosing-e-coli-21337979/ Sonho olímpico de saltador com vara é destruído por seu próprio pênis: https://metro.co.uk/2024/08/03/pole-vaulters-olympic-dream-shattered-penis-21355235/amp/ Nadador Britânico acha vermes em comida na Vila Olimpica: https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2024/08/06/nadador-britanico-diz-que-atletas-acharam-vermes-em-comida-da-vila-olimpica.ghtml Cubo mágico, sete línguas e namoro na seleção: https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2024/08/03/cubo-magico-sete-linguas-e-namoro-na-selecao-conheca-hugo-calderano.ghtml === Produção: Thyara Castro Edição: Joel Suke Ilustração da capa: Brann Sousa See omnystudio.com/listener for privacy information.
O governo federal gastou 83,6 mil reais com o rolê da primeira-dama, Janja, em Paris para ela acompanhar o início das Olimpíadas deste ano.A informação é da Folha de S. Paulo.A primeira-dama foi a Paris representar o presidente Lula no evento. Ela visitou a Vila Olímpica e fez fotos com alguns atletas.Ela também teve uma audiência com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e com o presidente da França, Emmanuel Macron.Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Meio-Dia em Brasília. https://bit.ly/meiodiaoa Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
As Olimpíadas de Munique entraram para a história em razão do ataque terrorista que o grupo palestino Setembro Negro promoveu dentro da Vila Olímpica contra a delegação de atletas de Israel. Tal ação começou com um plano de sequestro e terminou no massacre de onze atletas judeus.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) instalou a sede de sua estrutura de recepção aos atletas do Brasil em Saint-Ouen, nos arredores de Paris. A sede do Time Brasil conta com ginásio esportivo adaptados às necessidades dos atletas brasileiros, centro de massagem e fisioterapia especializados no esporte de alto rendimento, apoio psicológico, centro de distribuição de uniformes e o local mais disputado do castelo do século 19: o restaurante brasileiro, no subsolo. A base do Time Brasil serve como apoio aos atletas brasileiros, e fica ao lado da Vila Olímpica, para facilitar os deslocamentos. A operação é fruto de um convênio entre o COB e a cidade de Saint-Ouen, assinado em 2022. Mas a Gerente de Jogos e Operações Internacionais do COB, Joyce Ardies, começou a visitar o local bem antes disso."A gente encontrou essas instalações em 2020, durante uma visita técnica, e olhando a instalação aqui, a gente identificou que era uma quadra de handebol, mas que tinha o potencial para se transformar num espaço de vôlei", diz Ardies, no ginásio da estrutura, que conta também com uma "sala de força", com equipamentos de musculação para os atletas."O piso foi comprado para os Jogos de Tóquio, sabendo que a gente ia ter uma base em 2024,então trouxemos direto para a Europa, e armazenamos primeiro em Portugal. A gente usou o piso algumas vezes para ele esticar. Em 2022, a gente fez um evento teste com a equipe de vôlei masculina aqui, um procedimento que é muito comum, porque a gente tem que fazer todos os ajustes, receber o feedback dos atletas, para que em 2024, nesse momento, tudo esteja perfeito", diz."Algumas modalidades têm uma necessidade maior de treinamento, até pela metodologia de seus treinadores. Da mesma forma, essas informações que a gente recebe do comitê organizador sobre disponibilidade de horários, também impacta nessa decisão. Então, algumas confederações e treinadores solicitam algumas estruturas adicionais à Vila Olímpica", conta a funcionária do COB.A subchefe da missão brasileira explica como adaptou o tatame do local para atender atletas de três modalidades diferentes, judô, taekwondo e o wrestling. "Aqui a instalação que a gente está preparando e que vai servir para três modalidades de luta, o judô, o taekwondo e o wrestling (luta greco-romana). Preparamos o tatame e aqui fizemos uma pequena adaptação, que foi colocar esse material aqui em baixo de forma a amaciar o tatame, porque algumas modalidades dessas precisam que ele esteja um pouco mais macio. Isso faz muita diferença no esporte de alto nível e foi uma forma que a gente encontrou para atender as três modalidades", conta.O COB focou nos serviços prioritários para complementar a estrutura da Vila Olímpica, como conta Joyce Ardies. "Isso é muito importante, porque se a gente fala de uma distância maior, fica muito difícil do atleta ir, então aqui a gente priorizou um cantinho para eles encontrarem os familiares e amigos. Temos mais ou menos 500 familiares, amigos que se registraram no nosso programa e aí o fluxo é constante, eles se alinham com a atleta, que têm autorização do chefe de equipe, e confirmam o horário de visita aqui de uma forma privativa, em que eles podem ficar tranquilos", afirma.Promessa do boxe brasileiro, o jovem Keno Marley falou sobre a ansiedade antes das competições. "É a medalha que falta para mim é essa dos Jogos Olímpicos. Eu vim aqui, estou bem preparado, mas não tão ansioso. Eu estou bem controlado, bem treinado, então eu sei que vim para fazer o meu trabalho da melhor forma possível e vou trazer essa medalha", afirmou à RFI, na sede do Time Brasil. O veterano e medalhista Abner Teixeira, que se recupera de uma lesão, contou sobre suas expectativas para as Olimpíadas."Deu tudo certo até agora. Eu tinha uma lesãozinha, foi um susto no final do ano passado, mas já estou muito bom, isso já não vai me atrapalhar em nada para os jogos", explicou. "A gente fez uma base em Rio Maior, em Portugal, foi muito boa, então estamos terminando a preparação aqui em Paris. Lá foi muito bom. Aqui está sendo melhor ainda, com essa estrutura que o Comitê Olímpico forneceu e a gente está pronto. Vamos fazer história", comemorou Teixeira. Para Mariana Mello, vice-coordenadora da missão brasileira, a participação das atletas deve ser valorizada em 2024, ano em que pela primeira vez os Jogos Olímpicos alcançam uma paridade entre competidores de ambos os sexos. "Vocês têm falado muito das mulheres atletas. A gente têm um orgulho imenso", diz Mello, que faz parte da equipe do COB, que montou uma exposição dedicada ao tema no segundo andar do castelo."É sobre essas atletas que já chegaram e continuam chegando cada vez mais próximas das medalhas. A gente tem dado toda atenção a elas, como também aos nossos atletas masculinos, que são tão importantes quanto elas. Mas a gente se orgulha muito dessa caminhada [feminina] nos últimos anos aí das nossas meninas. E a gente sabe que a história delas no esporte é bem mais recente do que a dos homens. A luta é um pouco além. E elas estão chegando e vão continuar chegando, vão fazer bonito", concluiu.
No quarto episódio do Rota de Paris, Edson Jr. e Rafa Kawachi trazem todas as informações sobre os locais de provas e modalidades das Olimpíadas de Paris 2024. Entre piadas e curiosidades, eles exploram desde os icônicos estádios como o Stade de France e Roland Garros, até os menos conhecidos, mas igualmente fascinantes, como a onda de Teahupo'o no Taiti. Saiba tudo sobre a Vila Olímpica, incluindo a novidade do espaço família e os impressionantes números que fazem dessa edição um marco. Descubra também as modalidades de esportes, incluindo as estreias e mudanças que tornam esses Jogos únicos. Com muito humor e descontração, acompanhe essa divertida viagem pelo universo olímpico na capital francesa. ---------- O Rota de Paris é um programa especial do Página Laranja que comenta curiosidades e informações sobre a cidade sede das Olimpíadas de 2024, além de mais dados, notícias e informações sobre os jogos em si, com a intenção de levar entretenimento e bom humor. No ar de segunda a sexta, às 20h00, de 22/07 a 09/08/2024. ---------- Compartilhe o nosso conteúdo e nos ajude a alcançar mais pessoas. Não se esqueça de assinar nosso podcast para receber nossos conteúdos. Ajude o Página Laranja a manter seu trabalho a partir de apenas R$ 1 por mês no Apoia.se ou no PicPay: https://paginalaranja.com.br/sobre/#apoie. Participaram deste episódio: Edson Jr (https://www.instagram.com/jrkawachi) e Rafa Kawachi (https://instagram.com/contadorafa). Interaja conosco e acompanhe nosso conteúdo em todas as redes: https://paginalaranja.com.br https://instagram.com/paginalaranja https://youtube.com/@paginalaranja https://facebook.com/PaginaLaranjaOficial
A realização da Olimpíada em Paris oferece oportunidades profissionais inéditas para brasileiros instalados na França – mas também impacta negativamente no trabalho daqueles que não atuarão diretamente no evento. Os meses de verão costumam ser a alta temporada para o turismo na capital francesa. Este ano, entretanto, uma estranha calmaria tomou conta do setor. Lúcia Müzell, da RFI em ParisA fotógrafa e videomaker Camilla Cepeda trabalha há oito anos registrando a visita de estrangeiros de passagem pela cidade. Mas desta vez, o turista tradicional, que vai a Paris para conhecer ou voltar aos principais monumentos, preferiu antecipar a viagem para escapar do agito dos Jogos Olímpicos ou adiá-la para depois que os cartões postais forem devolvidos à cidade, a partir de setembro.Camilla já se preparava para uma queda da demanda, já que vários dos principais pontos turísticos parisienses estão ocupados para as competições e os preços da viagem dispararam. "Muitas agências de turismo que são minhas parceiras no Brasil e mandam clientes para cá me disseram que não embarcaram o público esperado”, relata.A goiana tem em mente o impacto dos Jogos de Londres para a capital britânica, há 12 anos: o megaevento esportivo acabou assustando a clientela típica que vai à Europa aproveitar os meses de verão."Tenho alguns trabalhos agendados de pessoas que já tinham feito o planejamento da viagem para a Olimpíada. Ou seja, é um outro perfil de cliente que eu vou atender neste período. Não é o perfil habitual do turista que vem e consome Paris em todos os quesitos, desde restaurantes, moda, shopping”, indica a fotógrafa. "O turista que virá a partir da semana que vem é o turista esportivo. Vai ter, mas será pontual: nada comparado ao movimento de julho turístico de Paris."Na falta de clientes, opção é mostrar a cidade na 'versão olímpica'A mineira Karine Naves organiza roteiros turísticos para brasileiros em Paris desde 2017 – e chega à mesma conclusão. "Em julho, costuma ser o momento em que eu mais trabalho, eu e outros colegas guias. Mas esse ano está sendo atípico, por causa das Olimpíadas”, constata. "Tudo está muito mais caro, as pessoas estão com dúvidas de como vai ser, sobre as dificuldades de locomoção em Paris, as estações de metrô fechadas. Eu vejo que os hotéis estão vazios, não só de brasileiros, mas de outras nacionalidades”, afirma.Ao perceber que a demanda estaria em queda, Karine não hesitou: decidiu curtir o período ao lado de clientes que se tornaram amigos e estarão na cidade. "Eu me dei esse tempo para eu poder aproveitar mais as Olimpíadas e não só estar trabalhando", afirma. De quebra, ela tem mostrado a preparação de Paris para os Jogos para os seus seguidores nas redes sociais.Virada à vista? Nessas horas, nada como a experiência para superar os altos e baixos do métier. Vivendo há quase 30 anos na França, a pernambucana Adriana Leal traz na bagagem da vida outros megaeventos sediados na cidade, como a Copa de 1998 e a Eurocopa de 2016. A aposta dela é que ainda ocorrerá uma virada na situação."A gente tem que ter um pouco de calma, sangue frio. Talvez porque eu tenha jogado basquete, eu aguento a pressão e deixo que o jogo comece. Quando o juiz apita e o jogo começa, aí vai!”, compara. "Então estou esperando que, no sábado, depois da abertura, as coisas comecem a evoluir de uma forma mais positiva para o tamanho do evento que temos pela frente”, prevê.Adriana organiza e recepciona turistas estrangeiros e conta com uma rede de motoristas que, como ela, já têm “gingado" para atender a um volume de trabalho que poderá surgir de última hora."O brasileiro gosta de decidir muitas coisas em cima da hora. E quando o show começa, eles ficam animados com o que veem e acabam vindo, até porque surgem promoções ou pacotes interessantes”, diz. "De repente, um dia antes eles me avisam: “tô chegando e quero isso e isso", e do nada surgem três ou quatro carros de uma vez só que eu tenho que disponibilizar para dali a três horas."Trabalhar na organização do evento é oportunidade únicaJá para aqueles brasileiros envolvidos na realização das Olimpíadas, a ‘correria' já está intensa há meses. A delegação do Brasil ocupará três grandes espaços relacionados ao evento: os alojamentos da Vila Olímpica, para os atletas; a Casa Brasil – onde ocorrerão eventos abertos ao público, no parque de La Villette –, e o castelo de Saint-Ouen, a 600 metros da Vila Olímpica e que servirá de base de apoio para o Time Brasil.No castelo, monumento histórico da cidade ao norte de Paris, quem estará no comando dos fogões para o tradicional feijão com arroz de cada dia é a cozinheira e empreendedora Sarah Lima. Há 12 anos na capital francesa, a paulista foi selecionada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para coordenar o serviço de alimentação dos atletas brasileiros."Para mim é um desafio muito grande porque é um dos projetos mais longos em que eu já trabalhei e tem toda uma logística específica para este projeto. Ele é mais cheio de detalhes, protocolos, mas está sendo uma experiência muito legal e gratificante para mim e a equipe”, salienta.Setor da alimentação brasileira no exteriorMais de 30 pessoas estão envolvidas ao seu lado nesta missão, entre elas 25 novos cozinheiros brasileiros que foram formados para trabalhar no castelo. Alguns deles, revela Sarah, já começavam a abandonar o sonho de viver na França.“Isso trouxe esperança para eles de um horizonte diferente, de sair de trabalhos como limpeza, construção civil. Isso está permitindo a eles terem outros objetivos e perspectivas profissionais aqui na França”, comemora. “Tem alguns que estão realmente abraçando a oportunidade com muita vontade de aprendizado e evolução. Para mim, o mais gratificante é isso, é ver que estou conseguindo dar oportunidade e uma visão de futuro para 25 imigrantes."Para manter a Casa Brasil abastecida com brigadeiros, a sul-matogrossense Claudia Silva também teve que triplicar o número de ajudantes para enrolar os docinhos. Ela estima que o volume da produção será sete vezes maior que o habitual da clientela na França, onde vive desde 2012 graças ao trabalho como confeiteira de especialidades brasileiras."É surreal, um volume nunca antes feito. E a gente sempre pende para contratar brasileiros”, ressalta. "É um período bem bacana para a gente poder divulgar o nosso trabalho e ser mais conhecido, um período fantástico e com certeza nós colheremos mais frutos dele, a longo prazo.”
Uma semana depois do atentado contra Donald Trump, o presidente Joe Biden, de 81 anos, não resistiu à pressão do seu partido e da opinião pública e desistiu de concorrer à reeleição à Casa Branca. Tem ainda: - Kamala Harris, de 59 anos, tem o apoio do presidente e deve ser nomeada como candidata oficial do partido Democrata, no mês que vem, em convenção do partido que acontecerá em Chicago - Trump diz que Biden não era apto ao cargo e pede a sua renúncia - Benjamin Netanyahu, parte hoje para Washington, onde deve se encontrar com Biden e fazer um discurso diante do Congresso americano - Macron visita hoje a Vila Olímpica, nos arredores de Paris - Libéria pensa em transferir a capital do país de Monrovia para Zekepa Sigam a gente nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin “Mundo em 180 Segundos”
À primeira vista, os alojamentos em tijolos vermelhos lembram um campus universitário como qualquer outro. Mas o Instituto Nacional do Esporte de Alta Performance da França (INSEP), forma os maiores atletas do país. A RFI realizou uma visita a esta espécie de internato, na zona leste de Paris, para desenvolver os melhores talentos. Localizado numa área de 28 hectares no bosque de Vincennes, o centro esportivo tem as melhores instalações para diversas modalidades olímpicas. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris Fundado em 1975, este é o centro de treinamento olímpico e paralímpico de referência na França, onde mais de 500 atletas de alto nível encontram as condições ideais para evoluir. "A particularidade do INSEP é ter, em um só lugar. todos os componentes: a formação, o treinamento e o alojamento", explica a diretora adjunta Anne Barrois-Chombart. "A vantagem é diminuir os deslocamentos, sabemos que o tempo é muito importante para um esportista de alto nível e o objetivo é otimizá-lo, para que o atleta possa consagrar o tempo disponível ao treino, à formação e a sua recuperação", completa. Cada atleta tem apoio personalizado, acompanhamento médico e psicológico, além de formação e até reconversão profissional. Por aqui já passaram nomes como o judoca bicampeão olímpico Teddy Riner e o canoísta Tony Estanguet, hoje presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024. Com orçamento anual de € 38 milhões, o instituto emprega 280 treinadores. muitos deles ex-atletas ou indicados pelas confederações esportivas. Franck Abrial competiu nas Olimpíadas de 1988 e hoje é um dos responsáveis pelo departamento de luta. "A prioridade é o esporte e a performance, mas nessa casa eles também podem construir o seu projeto de vida, para depois entrar na carreira que quiserem", diz, em entrevista à RFI Brasil. O ex-lutador de wrestling conta que os atletas levaram alguns dias para se adaptar ao tatame mais rígido, recém-instalado, uma réplica do que será usado das competições de Paris 2024. "Psicologicamente, dizer que é o mesmo tatame que nos Jogos Olímpicos já é uma vantagem", explica. "Nós viemos aqui, colocamos nosso calçado de luta, e esse contato com a superfície quando vamos combater um adversário, é como sentiremos nos Jogos Olímpicos, e nos sentimos bem", descreve. A pista de atletismo também acabou de ser reformada e é semelhante à oficial do Stade de France, local das competições olímpicas. As pistas de esgrima do INSEP também foram modernizadas. O gerente da Unidade de Instalações Esportivas, Frederic Charles, fala dos benefícios para os atletas franceses. "Podemos pensar que eles estarão em ótimas condições e que não precisarão de uma fase de adaptação, e se eles não têm tempo ou não querem treinar nas pistas onde vão acontecer os Jogos, porque tem muita gente e poucos horários disponíveis, eles sabem que treinaram, dois ou três meses antes, nas pistas que encontrarão nas Olimpíadas", diz. Campo de base da França Várias equipes da França ficarão concentradas no INSEP para os últimos ajustes e o entrosamento do grupo, antes de irem para a Vila Olímpica, em Saint-Denis. É o caso da corredora Gemima Joseph, classificada para os 100 e os 200 metros rasos. Ela treina o sprint com uma carga a mais, presa a um cabo, e tudo é verificado nas imagens e em programas de computador. "Isso permite que eu esteja no meu melhor nível, eu sei que as minhas adversárias estarão no topo, e aqui eu tenho os melhores equipamentos para poder me aperfeiçoar", diz "Eu estou feliz de poder usufruir disso e competir no mais alto nível", acrescenta. "Aqui, eu posso acertar pequenos detalhes, a explosão e resistência nos 100 metros, me permite trabalhar mais duro e quando retirarmos a carga, eu estarei mais leve, mais livre e mais competitiva", aposta. Tecnologia de ponta Ao visitar um centro de treinamento como o INSEP, vemos que a tecnologia é cada vez mais importante para a boa performance de um atleta. Porém, se os computadores e sensores ajudam a conhecer a condição física naquele momento, os dados servem apenas indicadores para o treino. É o que explica Nicolas Prevost, responsável pelo laboratório de ajuda a performance. "É mais uma ajuda à decisão, do que realmente nos dar ordens precisas ou que tenhamos que seguir o computador. É mais uma ajuda e nós fazemos as escolhas, nós decidimos o que implantar", afirma. O laboratório fica dentro de um ginásio de 13.000 metros quadrados dedicado ao atletismo. Os equipamentos ajudam a testar o preparo de cada atleta. Um colega jornalista aceitou medir sua performance no salto, e não se saiu mal. Também testamos uma outra máquina, com o objetivo de avaliar a cognição e a rapidez de resposta a um estímulo. Nicolas Prevost lembra, no entanto, que não há receita mágica para formar um campeão. "Se tivéssemos a receita, nós seguiríamos. Não tem receita. Há diferentes perfis de atletas. Alguns são muito talentosos naturalmente, mas que têm dificuldades, há outros que precisam de muito trabalho para desenvolver o seu talento, cada atleta é diferente e tem sua singularidade. E nós nos adaptamos a eles", conclui.
Agora é oficial e foi dada a largada da contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de Paris! A cerimônia de abertura acontece na próxima sexta-feira (26), daqui a exatamente uma semana. Entre entusiasmo e ansiedade, a capital francesa entra no clima do evento, mas teme desorganização e atentados terroristas. Daniella Franco, da RFI“Você comprou ingresso para qual modalidade?”: a pergunta passou ser ouvida frequentemente nas ruas de Paris nos últimos dias. No entanto, a população francesa não é a mais entusiasmada com os Jogos Olímpicos. Uma pesquisa do instituto Ipsos para o jornal La Tribune, no mês de abril deste ano, mostrava que apenas 53% da população se dizia interessada pelo evento. Entre os entrevistados, 35% se declaravam indiferentes e 33% preocupados.Apesar das construções e preparativos que se intensificaram nos últimos meses, a uma semana do início dos Jogos Olímpicos, a vida dos moradores de Paris começa a ser verdadeiramente impactada. Durante a semana, algumas estações de metrô nos arredores do rio Sena, na região onde ocorrem a cerimônia de abertura e algumas competições, foram fechadas, perturbando a circulação na capital francesa. Na quinta-feira (17), barreiras foram instaladas para impedir o trânsito nas pontes que ligam os dois lados de Paris.Nos cais e em algumas das ruas que cercam o rio Sena, dois perímetros de segurança – a zona cinza e a vermelha – também foram ativadas, com controle da circulação. Moradores, trabalhadores e turistas que não requisitaram o passe eletrônico em forma de QR code para o acesso a essas áreas expressaram sua indignação com o sistema.O subprefeito de Paris, David Belliard, chegou a pedir formalmente à Secretaria de Segurança Pública da capital francesa para retirar alguns dos bloqueios e “permitir, quando possível, uma melhor circulação e segurança de pedestres e ciclistas”. O ecologista reclama principalmente que, entre as cerca de 44 mil barreiras colocadas nas calçadas e nas ruas, algumas impedem a utilização das pistas de bicicleta construídas especialmente para os Jogos Olímpicos.De fato, a capital francesa está irreconhecível. Em vários pontos turísticos, como a Praça da Concórdia, a Ponte Alexandre III e a própria Torre Eiffel, estruturas e arquibancadas foram erguidas. A transformação desagrada alguns parisienses e turistas, como Thiong Tran, moradora de Seine-Saint-Denis, na periferia, que gostaria de mostrar a capital para a família que veio da Polônia visitá-la. “Não sei nem mesmo se vamos conseguir fazer o passeio que planejamos no rio Sena”, lamenta.A partir do final da manhã deste sábado (20), nem barcos turísticos, nem navios de transporte de mercadorias e alimentos poderão circular no Sena até a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Apenas as embarcações que participam dos ensaios para o evento é podem ter acesso ao rio parisiense.15 milhões de turistas em ParisCerca de 15 milhões de turistas são esperados em Paris para o período dos Jogos Olímpicos. Nas ruas da capital francesa já é possível perceber um aumento da afluência de visitantes.No entanto, organizações que representam comerciantes, proprietários de restaurantes, bares e clubes apontam para “uma queda inédita na frequentação” de 30%, em relação aos anos anteriores. Em um comunicado conjunto de vários setores divulgado nesta sexta-feira, eles criticam “o pesado esquema de segurança” dos Jogos Olímpicos que estaria espantando os frequentadores.Segundo o informe, a situação é pior nos estabelecimentos próximos aos eventos olímpicos. Restaurantes perto da torre Eiffel – que acolhe o show da cerimônia de abertura e algumas competições – chegam a registrar uma diminuição de 70% do público.“Se garantir a segurança dos visitantes dos Jogos Olímpicos é uma prioridade absoluta, deploramos a falta de esclarecimentos e de informação da parte das autoridades públicas sobre essas restrições. Nossos estabelecimentos precisam de antecipação e organização para que possam se preparar serenamente”, afirma o comunicado.Ao contrário do previsto, a rede hoteleira também não está esgotada. Muitos estabelecimentos realizam promoções de última hora para tentar atrair a clientela.Em entrevista ao site econômico francês Capital, Frank Delvau, presidente da União das Profissões e das Indústrias de Hotelaria da Região Parisiense, classifica a situação de “catastrófica”. Segundo ele, devido ao rígido esquema de segurança e às dificuldades de circulação na capital, a taxa de frequentação dos hotéis em Paris não ultrapassa 55% nas próximas semanas.Quem também terá de lidar com o público abaixo do esperado é o próprio Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos. A poucos dias do apito inicial, cerca de um milhão de ingressos não foram vendidos. Entre eles, 50 mil entradas para partidas de futebol, basquete e competições de atletismo.O principal motivo foi o preço das entradas. Os ingressos para algumas modalidades, como ginástica artística, foram disponibilizados a algumas centenas de euros. No site oficial do evento, milhares de espectadores também revendem bilhetes a valores mais acessíveis.Temor de atentados terroristasParis foi palco de três incidentes violentos nos últimos dias, o que preocupa os organizadores dos Jogos, autoridades locais, moradores e visitantes.Um policial foi esfaqueado na quinta-feira perto da avenida Champs-Elysées, uma pessoa morreu e seis ficaram feridas na colisão de um carro contra um bar do leste de Paris na quarta-feira (16) e um soldado da operação antiterrorismo foi atacado na estação de trem Gare de l'Est na segunda-feira (15).A polícia francesa descartou que qualquer um desses incidentes tenham tido motivação terrorista. Os três homens autores desses ataques tinham antecedentes psiquiátricos.No entanto, segundo a rádio France Inter, o risco de um atentado jihadista durante os Jogos é alto. O maior temor é sobre a ação dos chamados “lobos solitários”, que agem sozinhos, sem um grupo ou comando principal.Sob anonimato, uma fonte próxima dos serviços de inteligência da França afirmou à rádio que cerca de 12 ordens de ataques do grupo Estado Islâmico foram registradas vindas na zona turco-síria.O esquema de segurança de Paris 2024 é imenso: 35 mil policiais e 18 mil militares estarão mobilizados durante os 12 dias do evento. Há ainda 1,8 mil agentes de segurança vindos de 43 países para apoiar as forças francesas, inclusive do Brasil. A Polícia Federal brasileira enviou 20 agentes para a França para atuar em três principais frentes: segurança pública, troca de informações, e inteligência para prevenção ao terrorismo.Pane informática no sistema da Paris 2024Uma pane informática de grandes proporções afetou o funcionamento de diversos serviços e aeroportos pelo mundo nesta sexta-feira (19). O transporte ferroviário, empresas de telecomunicações, bancos, veículos de comunicação e até o sistema dos Jogos Olímpicos de Paris foram atingidos.Segundo o Comitê de Organização da Paris 2024, o problema afetou todos os seus servidores, mas o impacto foi “limitado”. O principal problema ocorreu na entrega de credenciais e dos uniformes dos atletas, o que atrapalhou a chegada de algumas delegações na Vila Olímpica nesta sexta-feira.O comitê informou ter ativado planos de emergência para minimizar os problemas, com a mobilização de todas as suas equipes de informática. No final da tarde, o sistema voltou inteiramente ao normal, com a previsão de que o centro de distribuição de credenciais e uniformes fique aberto até 23h pelo horário de Paris.Aliviado, o chefe do Comitê de Organização, Tony Estanguet, comemorou o fato de ter escapado de uma catástrofe. “Claro que não poderíamos nos preparar para essa pane mundial a alguns dias do início dos Jogos”, afirmou.
Paris já está transformada na cidade que vai acolher o mundo para os Jogos Olímpicos. O ex-jogador do PSG e da seleção brasileira Raí prevê uma Olimpíada "única", em que a paridade de homens e mulheres será celebrada como uma conquista do país anfitrião. Após nove anos de preparativos, Raí acredita que os franceses irão conseguir transmitir ao mundo toda a magia da cidade. "Será a união de Paris, do esporte e da população com todas as nacionalidades", disse o ex-jogador em entrevista à RFI. A uma semana da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024, Raí organizou na quinta-feira (18), com a sua Fundação Gol de Letra, o "Segundo Encontro de Inclusão Social pelo Esporte", desta vez na universidade Sorbonne, no centro da capital francesa. Especialistas da Austrália, do Canadá, da França e do Brasil trocaram experiências sobre políticas públicas nessa área. A ex-jogadora de vôlei Ana Moser, medalha de bronze em Atlanta (1996), e ex-ministra do Esporte, veio do Brasil para participar dos debates e compartilhar a sua experiência. A ministra francesa dos Esportes e Jogos Olímpicos, Amélie Oudéa Castera, também esteve no encontro e fez um balanço das ações do governo francês no dia em que os atletas começavam a se instalar na Vila Olímpica."Vamos acompanhar todas as chegadas nos próximos dias e sentir aquele ambiente extraordinário na Vila Olímpica", disse a ministra. "As infraestruturas são muito bonitas, foram construídas de acordo com os melhores padrões de sustentabilidade, com fácil acesso aos restaurantes e serviços. Nós realmente tentamos construir o melhor ambiente possível para que todos os atletas do mundo se sintam bem", destacou Amélie Oudéa Castera.A preparação da Olimpíada serviu de alavanca para envolver um número maior de franceses em práticas saudáveis. Segundo a ministra, o número de inscritos nos clubes esportivos aumentou 8% no ano passado. Ela espera que depois do evento, esse número ainda cresça mais 15%. Na Sorbonne, Raí destacou a longa lista de benefícios do esporte. "O esporte, se bem organizado, não é caro e tem muitos resultados: a questão do desenvolvimento humano, da socialização, do desenvolvimento cognitivo, da melhora, por exemplo, da performance dos alunos nas escolas", citou. Na avaliação do ex-capitão do PSG, "o esporte traz benefícios múltiplos, com um custo menor do que a escola, menor às vezes que outra política de compensação para atenuar a falta de esportes para a população", destacou."Não senti problema colateral depois de nadar no Sena", afirma ministra francesa A semana foi marcada pela liberação do rio Sena para mergulho, depois de vários testes revelarem que as águas estão adequadas para o banho e superaram um problema temporário de concentração de bactérias fecais. A ministra dos Jogos Olímpicos falou sobre o mergulho que deu no Sena no último sábado (14):"Eu nadei no Sena e não senti nenhum efeito colateral depois desse mergulho. O rio está pronto e estamos muito confiantes na nossa capacidade de realizar ali todas as provas: o triatlo, a maratona de natação e depois, durante os Jogos Paralímpicos, o paratriatlo", disse Amélie Oudéa Castera à RFI.Ela destacou que o governo francês "sente satisfação ao ver que o rio está recuperando a sua qualidade, a sua biodiversidade e pode proporcionar um ambiente fantástico para atletas de todo o mundo". De acordo com a ministra, "existe uma resiliência que permitirá o uso do Sena, mesmo se chover muito nos próximos dias". Talvez, de acordo com as análises da água, seja preciso adiar as provas por algumas horas, ponderou a ministra. Mas as soluções já teriam sido antecipadas pelos organizadores, caso surja algum risco de última hora.MagiaRaí conhece bem os franceses e prevê uma Olimpíada cercada de magia. Ele tem a dupla nacionalidade franco-brasileira e diz estar ansioso para que a cerimônia de abertura, na sexta-feira 26 de julho, chegue logo. "Minha expectativa aqui em Paris é que será uma Olimpíada única. É a primeira vez que tem homens e mulheres em mesmo número de atletas (no caso da delegação francesa). Será uma Olimpíada sustentável que teve poucas construções – estão usando as instalações da própria cidade ou do país, que já eram existentes. Vão usar o cenário dessa cidade maravilhosa para as provas de arco e flecha nos Inválidos, skate na praça da Concórdia, equitação em Versalhes", explicou o ex-jogador em tom animado. "Os franceses sempre reclamam de alguma coisa, mas vão conseguir transmitir toda essa magia: a união de Paris com o esporte e sua população, misturada com todas as nacionalidades", ressaltou. Ana Moser: "Delegação brasileira irá bem"No final do encontro, falando para a RFI, Ana Moser deu seu palpite para a delegação brasileira: "Em termos de resultado, acho que o Brasil irá bem". Para a ex-campeã em Atlanta, se o Brasil mantiver a mesma posição no ranking olímpico, "já será muito bom".Mas com a experiência de quem dedicou a vida ao esporte e chegou a ocupar a direção do ministério no Brasil – só afastada por uma pressão por cargos dentro do governo Lula –, Ana Moser lamenta que a única referência para o sucesso dos esportistas ainda sejam as medalhas e não "o número de atletas que o país tem, quantas competições promove e o número de clubes esportivos que consegue oferecer à população".
A cada edição, o país sede de uma Olimpíada ou uma Copa do Mundo promete ter o menor impacto ambiental da história – mas, na prática, os objetivos iniciais jamais são cumpridos e o balanço final de emissões não é confiável. Paris 2024 não deve ser diferente, garante o pesquisador alemão Martin Müller, do Instituto de Geografia e Sustentabilidade da Universidade de Lausanne, na Suíça, cidade que abriga o Comitê Olímpico Internacional (COI). Lúcia Müzell, da RFI em ParisMüller dirige um estudo comparativo de megaeventos esportivos desde 1990 e traz um olhar cético sobre o discurso ambiental dos organizadores. Os responsáveis dos Jogos de Paris chegaram a prometer realizar a primeira Olimpíada com “contribuição positiva” para o planeta. Depois, evocaram brevemente a meta de as competições serem “neutras em emissões carbono”, graças a compensações com projetos de captura de CO₂ e apoio à sustentabilidade. Por fim, abandonaram o uso dessa expressão, uma admissão de que é impossível promover um evento desta magnitude sem impacto ambiental.“Vimos que Paris fica na média. Estas Olimpíadas não serão extremamente verdes, mas também não farão mal em relação a outras”, indica o pesquisador. “Quando falamos de ecologia, temos que observar vários aspectos e as emissões de CO₂ é um deles, para o qual o impacto das construções e da vinda de visitantes é o que mais conta. É em função desse número de pessoas esperadas que infraestruturas deverão ser construídas – e podemos constatar que Paris terá mais visitantes que a média dos últimos Jogos Olímpicos”, explica.A promessa da França é emitir a metade do CO₂ despejado nos Jogos de Londres em 2012 (total de 3,4 milhões de toneladas) e do Rio de Janeiro em 2016 (3,6 milhões de toneladas). Para isso, apenas 5% das infraestruturas necessárias foram construídas para o evento, com técnicas de baixo carbono, e não haverá ar condicionado na Vila Olímpica.Avaliações são imparciaisEntretanto, nem as projeções, nem os balanços ambientais finais dos megaeventos esportivos são imparciais e confiáveis, assegura Martin Müller.“Assim que os jogos terminam, ninguém mais se interessa por isso e não há nem dinheiro para finalizar o balanço ambiental. Faltam dados precisos e transparência. A atenção da imprensa também já se volta para a próxima edição dos Jogos Olímpicos”, observa.“Um dos maiores problemas é que não tem uma verificação independente do balanço que é publicado, para que seja possível comparar as promessas e os resultados”, complementa ele.Müller e outros pesquisadores pedem a criação de um organismo independente e com recursos próprios para avaliar com isenção o impacto ambiental dos megaeventos. No caso das Olimpíadas, o próprio COI se mostra imparcial, uma vez que precisa convencer outras cidades a sediarem os jogos seguintes.Antigamente, quando o impacto ambiental não tinha tanta importância, a concorrência era grande entre os países. Mas hoje, diante da pressão por um evento cada vez mais responsável, está difícil encontrar quem aceite o desafio.“A situação é que as cidades sabem que vão emitir muito e pensam que vão poder comprar certificados para compensar essas emissões. Só que esses certificados não são eficazes para anular, de verdade, todas as emissões – e essas, sim, serão bem reais. Elas existirão, irão para a atmosfera e terão um impacto na mesma hora”, alega o professor.Olimpíada com menos públicoComo, então, continuar a celebrar o maior evento esportivo do mundo sem causar tantos danos ao planeta? Martin Müller toca no ponto que muita gente ainda não quer nem ouvir falar: limitar ao máximo os deslocamentos dos viajantes e das expectativas por infraestruturas impressionantes.“O que eu recomendo é levar os jogos para as pessoas, e não as pessoas para os jogos. Isso pode ser feito com mais fan zones, que podem levar a atmosfera dos jogos às cidades”, sugere. “E deveríamos fazer Olimpíadas só com o que já existe. Isso significa escolher cidades que já possuem o que é necessário, ou então termos mais flexibilidade e aceitarmos que não teremos as infraestruturas que estarão no topo da tecnologia”.Paris 2024 construiu um novo estádio, um centro aquático e a Vila Olímpica, todos com reutilização prevista após os Jogos. “O pouco que foi construído foi com muitíssimo menos emissões. Estamos falando de 30% menos CO₂ por metro quadrado”, disse Georgina Grenon, diretora ambiental do evento, em entrevista à RFI em espanhol. “Usamos novas técnicas de construção, muita madeira, cimento de baixo carbono, materiais reciclados”, citou.Já a questão dos transportes foi abordada do ponto de vista local, com a ampliação da rede de transporte público e das ciclovias, e nacional, com a instalação de 30 fan zones espalhadas pelo território francês. Mas o grande elefante na sala, o deslocamento internacional dos cerca de 1,9 milhão de visitantes estrangeiros esperados, ficou de fora. Mais de um terço do total de emissões de gases de efeito estufa ocorrerá por conta do transporte aéreo de atletas, delegações e espectadores.Segundo um relatório publicado em junho pela organização The Shifters, as emissões geradas pelos trajetos de avião para a Olimpíada de Paris comprometem o objetivo de limitar o balanço do evento a 1,58 milhão de toneladas de CO₂. A entidade, especialista em transição energética, afirma que sem diminuir a presença de público vindo do exterior, é “impossível que um evento como este seja compatível com o Acordo do Clima de Paris”.
Biden apresenta sintomas leves, está isolado em casa e teve que cancelar um comício que faria em Las Vegas. E ainda: - Segundo o jornal The New York Times. Biden recebeu líderes do partido Democrata e agora diz que caso tenha um problema de saúde, poderia deixar a campanha - Trump diz que Taiwan deveria pagar os Estados Unidos, pela defesa que os americanos fazem de Taiwan contra a China - Vila Olímpica de Paris vai abrigar cerca de 14 mil pessoas e foi construído nos arredores da capital francesa - Milei diz que ninguém pode dizer o que a Seleção da Argentina deve comentar ou fazer e demite o subsecretário de esportes Julio Garro - Ursula Von der Leyen tenta a reeleição como lider da Comissão Europeia - Alemanha, segundo maior doador à Ucrânia, vai cortar a sua ajuda militar aos ucranianos pela metade Sigam a gente nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin “Mundo em 180 Segundos”
A Polícia Federal (PF) do Brasil integra o grupo de forças internacionais de segurança, composto por cerca de 1.700 agentes de 44 países, que dará suporte aos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A convite da França, 20 policiais federais brasileiros atuarão em três principais frentes: segurança pública, troca de informações e inteligência para prevenção ao terrorismo. Dezoito dos 20 policiais federais brasileiros já estão em Paris se preparando, ao lado das forças francesas, para o esquema de segurança dos Jogos Olímpicos (de 26/07 a 11/08) e Paralímpicos (de 28/08 a 08/09). Eles chegaram à cidade no dia 14 de julho, data simbólica da Queda da Bastilha e dia nacional da França, e puderam participar das celebrações.“Foi muito bonito, foi ótimo”, conta a paranaense Selma Cristina Martins, escrivã da PF em Brasília. "Estamos fazendo patrulhamento ostensivo e reconhecimento de locais. Estamos prontos e alinhados com a equipe de segurança francesa para garantir uma participação segura e tranquila nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos", garante Selma, que já conhecia Paris e aprende francês há 3 anos.Segundo o delegado Luiz Ungaretti, adido da PF na embaixada do Brasil na França, os policiais atuarão uniformizados, mas desarmados, ao lado das forças francesas para garantir a segurança em locais estratégicos, como estádios, ginásios e a Vila Olímpica, onde haverá grande concentração de torcedores brasileiros. "Vamos priorizar a segurança dos brasileiros, trabalhando sempre em conjunto com as autoridades policiais francesas", afirmou Ungaretti.Durante o evento, Paris deve receber cerca de 13 milhões de visitantes, principalmente franceses, e atletas de mais de 200 países. Não há ainda um número exato de turistas estrangeiros, mas segundo um levantamento do AirBnb, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de países que mais reservaram noites na região parisiense para conferir as Olimpíadas.Em relação à delegação oficial, o Time Brasil é formado por 277 atletas e o país será representado pelo ministro dos Esportes, André Fufuca. No entanto, a primeira-dama, Janja da Silva, participará da cerimônia de abertura no lugar do presidente Lula. Ela chega no dia 25 de julho, assessorada por um grupo de 10 pessoas, mas sua credencial ainda está sendo negociada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional).Experiência BrasileiraAlém da segurança pública, a PF participará do Centro de Cooperação Internacional (CCI) da França, onde haverá uma constante troca de informações de inteligência com todos os países participantes, visando à proteção de autoridades, atletas e do público em geral. Uma terceira frente será focada na prevenção e repressão ao terrorismo, com dois policiais federais integrando a equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).A experiência adquirida pela PF durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016 foi um dos fatores determinantes para o convite francês. "O Rio foi um evento emblemático que demonstrou a capacidade do Brasil em organizar grandes eventos com segurança", destacou Ungaretti. Essa expertise será fundamental para contribuir com a segurança em Paris.Os 20 policiais selecionados para essa missão, de vários estados brasileiros, possuem um histórico de participação em grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no Brasil. O mineiro Flávio Lima, um dos agentes escolhidos, ressaltou a importância da integração entre as forças de segurança de diversos países. "A expectativa é a melhor possível para que tenhamos um evento de grandes proporções, mas com segurança garantida", disse Lima, que visita Paris pela primeira vez e arranha “um tout petit peu” (um pouquinho) o francês.CustosO custo da participação brasileira na segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos está sendo arcado pelo governo francês e pelo Comitê Olímpico Brasileiro, cobrindo passagens, diárias e alimentação dos policiais."A França está bancando passagens, diárias e alimentação, e o Comitê Olímpico Brasileiro está arcando com os gastos dos nossos policiais que vão trabalhar com os atletas e corpo técnico na Vila Olímpica", explicou Ungaretti. O valor dessa participação não foi revelado.Ao contrário de outras nações, como o Catar, que impressionaram os parisienses aos desembarcar na cidade com blindados, o Brasil não traz equipamentos ou armas. “Nós contamos mesmo é com a expertise dos policiais com relação à questão de conhecimentos, da utilização de nossos bancos de dados nas investigações, nas trocas de informações, inteligência, em especial para identificar possíveis criminosos, terroristas, no âmbito da cooperação Internacional”, informa o adido da PF na França.Expectativas e desafiosA segurança dos Jogos Olímpicos de Paris, que promete ser um dos maiores eventos esportivos da história, será garantida por 30 mil policiais, 15 mil militares e 22 mil agentes privados franceses, além dos 1.750 policiais estrangeiros. Somente durante a abertura do evento em 26 de julho, 45 mil homens estarão mobilizados.A presença dos policiais federais brasileiros em Paris pode parecer modesta, mas é vista como uma adição valiosa. "Mesmo com um contingente de 20 policiais, faz toda a diferença a presença da PF, pois hoje a polícia trabalha com inteligência e informação para prevenir crimes", destacou Ungaretti.O maior temor é em relação à ameaça de atentados. Mas o adido da PF, que há meses participa de reuniões, lembra que “há um trabalho muito grande que já vem sendo feito há anos”. Ele diz que “o ambiente está muito seguro em termos de monitoramento e de controle”. Com a cooperação internacional, “reunindo dezenas de países buscando prospectar informações em todo o mundo”, Luiz Ungaretti avalia que o cenário é, “de certo modo, de tranquilidade, mas sempre de alerta”.
Rayssa Leal, uma das principais esperanças brasileiras de medalha em Paris 2024, segue na tentativa de ser acompanhada pela mãe nos Jogos. A informação foi dada à Máquina do Esporte por Tatiana Braga, fundadora e CEO da TB Sports, agência que cuida da carreira da atleta. Durante sua participação no podcast Maquinistas, da Máquina do Esporte, a executiva explicou que Rayssa Leal ficará na Vila Olímpica, junto ao restante dos atletas que participarão dos Jogos, por motivos logísticos. Ainda assim, seu estafe segue com o objetivo de que ela seja acompanhada por sua mãe. “Ela fica na Vila, ainda estamos conversando com eles. Ela não ficar na Vila é ruim por questões de logística. Tem os horários do treino, os ônibus oficiais têm adesivos para chegar onde devem. Estamos tentando fazer com que a mãe dela possa dormir com ela ou entender quem de acolhimento sentimental pode estar com ela”, disse Tatiana Braga. Nos últimos Jogos Olímpicos, disputados em Tóquio, em 2021, Rayssa tinha apenas 13 anos e pôde ser acompanhada por sua mãe, como uma exceção criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para atletas com menos de 14 anos. Hoje, com 16, já não pode, assim como ocorreu na última edição dos Jogos Pan-Americanos, que aconteceram em Santiago no ano passado. “Na regra, é dito que com 16 anos ela não tem direito a ter um responsável. Mas pela nossa legislação ela tem que ter. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Rayssa não pode ser acomodada em um lugar que não tenha um responsável legal próximo dela”, acrescentou Tatiana Braga. A executiva também lembrou um episódio ocorrido durante a disputa do Pan, em que Rayssa ficou infeliz por não estar acompanhada de sua mãe. Na visão de Tatiana, a presença materna representa um apoio emocional importante para a skatista. #Olimpiadas #Gestãodecarreira #Esporte
Enio Augusto e Marcos Buosi trazem as notícias do mundo da corrida com os comentários, informações, opiniões e análises mais pertinentes, peculiares e inesperadas no Redação PFC. Escute, informe-se e divirta-se. SEJA MEMBRO DO CANAL NO YOUTUBE Revelada a medalha da Marathon Pour Tous da Olimpíada de Paris; Laurindo Nunes vai tentar quebrar o recorde mundial dos 100 km; Campeonato Europeu de Atletismo; Olimpíada de Paris não vai ter ar-condicionado na Vila Olímpica; Série Sprint será lançada na Netflix no dia 2 de julho; Usain Bolt rompe o tendão de Aquiles em jogo de futebol; Adolescentes mudam percurso de prova de 5 km e jogam comida nos corredores. Cupons de Desconto: MARATONA DE FLORIPA - PFC10 TRACK&FIELD RUN SERIES - PFC10 LIVE! RUN XP - PFC15 FOCO RADICAL - PFC10
O subúrbio parisiense de Saint-Ouen-sur-Seine está mais colorido. O artista paulistano Eduardo Kobra inaugurou nesta quinta-feira (13) mais um de seus grandes painéis, na fachada de um edifício. Inspirado na figura feminina da Marianne, um dos símbolos da República e da liberdade, o trabalho é resultado de uma parceria do artista com a esgrimista Nathalie Moellhausen, já classificada para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, e a prefeitura de Saint-Ouen, cidade que vai hospedar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO painel tem 19 metros de altura e 10 de largura. Está localizado perto da prefeitura de Saint-Ouen, ao lado de uma escola. Foi todo feito em spray e esmalte sintético com o uso de pistola.O artista levou quatro dias para realizar o mural, inspirado em um óleo sobre tela do pintor francês Eugène Delacroix: "Liberdade Guiando o Povo", de 1830, que exalta as três "Revoluções Gloriosas" e mostra uma figura feminina liderando os revoltosos. Na versão de Kobra, ela é uma atleta, usa tênis e em sua bandeira há uma mensagem em francês: "soyons nos propres héros", "sejamos os nossos próprios heróis", em tradução livre em português. "Eu fiz essa analogia porque esta pintura está muito conectada com alguns valores e princípios relacionados ao esporte como resiliência, força, coragem, superação e dedicação", diz Kobra em entrevista à RFI. "Este painel também traz essa mensagem: 'seja o herói de você mesmo'", completa o artista, que está em Paris para a inauguração da obra. A cerimônia contou com a presença do embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, de autoridades locais, estudantes, moradores de Saint-Ouen e esportistas. "Muitos dos atletas do Brasil vêm de origem simples, de origem humilde e conseguem vencer e estar aqui por sua dedicação, força de vontade, coragem e resiliência", compara Kobra. "A obra faz essa conexão, não só com o meu trabalho, pois eu tenho que ter muita coragem e força de vontade para executar, mas ela foi especialmente criada para os atletas brasileiros", acrescenta. Nascido em Jardim Martinica, na periferia de São Paulo, o artista Eduardo Kobra começou sua carreira como Street Art, antes de se tornar um muralista. Em 1995, ele fundou o Estúdio Kobra, especializado em painéis artísticos e hoje conta com uma equipe de 12 pessoas. Outros dois artistas vieram a Paris para realizar o mural no número 10 da rua Alexandre Bachelet, em Saint-Ouen. Os vizinhos da obra aprovaram. "É uma coisa maravilhosa", diz uma moradora. "Magnífico. É a mensagem mais linda, para todos se entenderem bem", diz outra. "Todos nós temos a nossa responsabilidade de deixar a nossa região melhor e mais bonita", salienta o artista. "A arte abriu portas no mundo para mim e eu sou alguém que sempre busca evolução. Hoje eu tenho trabalhos em 38 países, de cinco continentes, mas continuo com o pé no chão", diz.Com grande sensibilidade para as mazelas sociais, os trabalhos de Kobra são também uma forma de chamar a atenção para as dificuldades vividas por muitos brasileiros. No Brasil, ele pintou algumas máscaras de esgrima de Nathalie Moellhausen, que foram colocadas à venda para ajudar projetos sociais que têm o esporte como alavanca. "A ideia surgiu no final de 2022, quando lançamos no Brasil o projeto 'Seja o seu próprio herói', destinado às instituições brasileiras que oferecem esgrima para crianças desfavorecidas no Brasil", explica a esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen, que vai competir no Grand Palais, nos Jogos Paris 2024. "Por causa da minha vivência em Paris, achei que o trabalho do Kobra representava muito bem esses valores universais, que valem para atletas, artistas ou qualquer ser humano", completa. "Eu sempre pensei que este slongan pudesse marcar essa Olimpíada de Paris", afirma a atleta, que apresentou o projeto à prefeitura de Saint-Ouen. O município de quase 50 mil habitantes, no norte da capital francesa, será a base de apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Localizada a 600 metros da Vila Olímpica, a cidade foi escolhida pela proximidade e pelas instalações que oferecerá à delegação brasileira. O COB terá cinco locais à disposição dos atletas e suas equipes na cidade: o Château Saint-Ouen, a Escola Petit Prince, o Parque das Docas, o Ginásio das Docas e a Serra Wangari. Para a prefeitura de Saint-Ouen, a parceria com o Brasil marcará uma geração. A obra, de Kobra, assim como a presença da delegação brasileira na cidade, simbolizam valores que a França tem em comum com o Brasil. "Kobra é um ícone artístico e internacional e sua obra se integra com a nossa filosofia de parceria com o Brasil", afirma à RFI o prefeito de Saint-Ouen, Karim Bouamrane. "Nós receberemos a delegação brasileira com orgulho. Queremos colocar beleza na cidade e Kobra incarna a democratização cultural, especialmente neste momento que precisamos de generosidade", completa. "São valores universais, valores de fraternidade", conclui. Em março, o município já havia inaugurado a rua Doutor Sócrates, a primeira do mundo com o nome do ex-jogador brasileiro, no local onde antes havia casas insalubres. A cidade será sede de quase 300 atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris e a rua com o nome do ex-jogador fica dentro da Vila Olímpica. Rio 2016Esta não é a primeira vez que o artista Kobra integra seu trabalho aos Jogos Olímpicos. Em 2016, ele pintou um dos maiores murais grafitados do mundo, chamado Etnias, com 2,5 mil metros quadrados, para celebrar os Jogos do Rio de Janeiro."O boulevard Olímpico no Rio de Janeiro também era uma área abandonada, degradada e eu tive a oportunidade de pintar um mural lá para a Olimpíada", lembrou o artista. "Para mim, estar num bairro nobre ou um subúrbio tanto faz, o que eu gosto é deixar a minha marca registrada."
A Olimpíada de Paris 2024 se apresenta como exemplar no quesito ambiental e optou por não equipar a Vila Olímpica com ar condicionado. A decisão causou insatisfação de algumas delegações, como a do Brasil, já que as competições ocorrerão em pleno verão europeu. Com a medida, Paris busca expandir a reflexão sobre quando a climatização é realmente necessária, em um mundo em plena adaptação para enfrentar temperaturas que serão cada vez mais quentes. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em Paris Em julho e agosto, os termômetros podem chegar perto dos 40°C na capital francesa, uma realidade relativamente nova para os habitantes da cidade. Conforme a Agência Parisiense do Clima, o número médio de dias com tempo canicular por ano – ou seja, com temperatura máxima superior a 31°C durante o dia – passou de 7,2 para 16,6, na comparação com os dados do fim do século 19. O aumento, mais acelerado a partir dos anos 2000, foi ainda mais impressionante nas medições do calor noturno: na última metade do século retrasado, fazia mais de 21°C apenas 0,2 noites por ano – e, agora, esse número subiu para cinco.O comitê de organização dos Jogos Olímpicos de Paris tomou este cenário em conta na construção da Vila Olímpica, com o que há de mais moderno em isolamento térmico dos prédios e sistemas naturais de resfriamento. A concepção do local garantiria uma temperatura máxima de 28°C nas instalações, mesmo nos dias mais quentes.Em caso de calor extremo, ventiladores serão distribuídos e aparelhos móveis de ar condicionado poderão ser instalados “nos quartos mais expostos”, explicou o comitê, por email à RFI. Paris 2024 se diz pronto para adaptar “medidas estritamente proporcionais às necessidades dos atletas”, se necessário.“A responsabilidade ambiental está no coração do nosso projeto desde a nossa candidatura”, salienta o texto. Delegações vão alugar ar condicionado por conta própriaOs argumentos, entretanto, não convenceram todas as delegações que participarão do evento. Estados Unidos, Canadá e Noruega já se prepararam para alugar aparelhos e equipar os seus alojamentos. O Brasil também fez essa escolha."A gente não tem como correr riscos para a performance dos nossos atletas. A gente não é uns Estados Unidos, uma China, que têm uma abundância de possibilidades de medalhas. As medalhas e as chances de medalhas que a gente tem, a gente precisa guardar e cuidar muito bem”, justifica Sebastian Pereira, gerente de Alto Rendimento e Jogos e Operações Internacionais do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).O COB diz valorizar as iniciativas de sustentabilidade no esporte e não considera a decisão de Paris “exagerada”. Entretanto, alega que o descanso em boas condições é fundamental para o desempenho dos competidores, que treinaram por anos para chegar à Olimpíada. "A gente está pensando em poder dar ao atleta a melhor condição para ele poder performar”, explica Pereira.Por isso, não serão estabelecidas restrições para o uso do ar condicionado nas instalações do Brasil durante as competições. "Se a gente tiver uma temperatura avançada, o que a nossa área científica e médica nos colocam é que se estiver acima de 24°C no ambiente, a recuperação do atleta pode ser prejudicada e deficiente pra aquilo que a gente almeja. A gente não pode arriscar”, ressalta.Por que o ar condicionado é solução e problema ao mesmo tempoA refrigeração do ambiente não é só uma questão de conforto: também salva milhares de vidas de pessoas mais vulneráveis, como idosos, gestantes e bebês, e mantém o funcionamento de hospitais, supermercados e fábricas. Ainda é crucial para a vida digital, ao permitir o armazenamento e transferência de informações nos data centers.O grande paradoxo é que, ao mesmo tempo em que solucionam o problema das temperaturas elevadas em ambientes fechados, os aparelhos de refrigeração contribuem, e muito, para piorar o aquecimento global. Eles representam uma fonte importante de emissões de gases de efeito estufa que causam a desregulação do clima, por duas razões principais: o elevado consumo energético e o uso de fluidos refrigerantes, os hidrofluorcarbonos (HFCs).Esses químicos despejam, lentamente, gases com uma capacidade de aquecimento da atmosfera que chega a ser três mil vezes maior que o CO₂.Um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) indicou, em 2018, que os equipamentos eram responsáveis pela emissão de 1 bilhão de toneladas de CO₂ por ano. O número é significativo, na comparação com o total de 40 bilhões de toneladas emitidas no mundo.Além disso, o ar quente eliminado no procedimento de refrigeração de prédios e carros piora ainda mais o calor nos centros urbanos. Diferentes estudos científicos apontaram que este ar rejeitado chega a elevar até 2,4°C a temperatura do ar. O relatório da AIE antecipa que o resfriamento de casas e escritórios vai triplicar e será uma das principais causas do uso da energia até 2050. Além da alta das temperaturas, a ascensão econômica e social de potências populosas como China e Índia também impulsionarão este consumo.Refrigeração e justiça climáticaA reflexão sobre o acesso à climatização se insere nas discussões sobre justiça climática: apenas 15% das pessoas que vivem em lugares com clima quente se beneficiam da climatização. Em 2021, uma pesquisa internacional com a participação de cientistas brasileiros antecipou que até 100 milhões de famílias no Brasil, Índia, Indonésia e México não conseguirão atender às suas necessidades de refrigeração, sobretudo nas grandes cidades, que concentram calor."Se você não tem o dinheiro para comprar o ar condicionado ou pagar a conta de luz depois, você não consegue se adaptar ao clima. Temos uma complexidade grande de as pessoas que menos contribuíram para a mudança climática, que é a população de mais baixa renda, serem as que mais sofrer com essas mudanças”, afirma a pesquisadora Talita Borges Cruz, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/ UFRJ), uma das participantes do estudo."É claro que durante o verão é bem quente lá, mas para eles o maior problema é o aquecimento no inverno, e para a gente é o contrário. A gente quer resfriar e com as ondas de calor, ficou ainda mais evidente essa necessidade, o quanto isso demanda de energia”, analisa. Na Europa, apesar do aumento da consciência ambiental e de, culturalmente, os europeus serem avessos ao uso do ar condicionado, essa rejeição tem ficado para trás diante do desconforto das temperaturas mais elevadas. Em 2018, cerca de 90% dos lares americanos eram equipados, contra 19% dos europeus. Mas a AIE antecipa que o número deve quadruplicar na Europa até meados do século.Talita Rodrigues avalia que essa desigualdade também se reflete na decisão de Paris 2024 de não instalar os aparelhos em toda a Vila Olímpica, mas permitir que as delegações o façam por conta própria."É um paralelo com a realidade que a gente vive: as comitivas que têm recursos terão seus atletas, teoricamente, mais descansados do que os das outras que não têm os recursos para instalar o ar condicionado”, destaca Cruz.Foco deveria ser cumprir metas climáticasA pesquisadora também avalia que, ao direcionar a responsabilidade para o usuário, os governos continuar a se eximir das próprias responsabilidades de atingir as metas climáticas que assumiram nos tratados internacionais."Claro, cada pessoa tem que fazer a sua parte e ter consciência, mas eu acho que a conversa é mais ampla. Você acaba jogando a responsabilidade no mais fraco, ao invés de olhar para a sua matriz elétrica, como essa energia é fornecida para o ar condicionado”, salienta a especialista. "O mais importante é a gente poder chegar lá na frente com um clima em que as pessoas não precisem consumir tanto ar condicionado”, indica.A Agência Internacional de Energia e as Nações Unidas pedem “urgência” no desenvolvimento de aparelhos com maior eficiência energética e menor impacto ambiental, inclusive que não possam mais ser regulados para resfriar menos do que a 24°C.Os dois organismos também salientam a importância dos investimentos em técnicas de construção que limitam o calor, como imóveis melhor planejados para favorecer a circulação do ar e preservar o isolamento térmico e telhados arborizados, além do aumento das áreas verdes nas cidades.
Enquanto a França faz os últimos preparativos para receber o maior evento esportivo do mundo, economistas calculam a repercussão financeira para Paris e traçam três cenários possíveis. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024 terão um impacto econômico entre 6,7 bilhões e 11,1 bilhões de euros (ou de R$ 37,2 bilhões a R$ 61,4 bilhões, na cotação atual) para a região de Île de France, onde fica a capital e estão concentrados vários locais de competição. Maria Paula Carvalho, da RFIO cenário mais provável, segundo um estudo encomendado pelo Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Organizador dos Jogos, é de um impacto econômico de € 8.9 bilhões na economia local (cerca de R$ 50 bilhões). O Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES) atualizou as cifras de um estudo realizado em 2016, época da candidatura da França como país-sede, revisando para cima a geração de receitas econômicas que antes estavam entre € 5,3 bilhões e € 10,7 bilhões (R$ 29,4 bilhões a R$ 59,4 bilhões) para a região de Paris.Porém, medir a repercussão de grandes eventos esportivos é algo complexo e os autores do estudo pedem cautela na interpretação dos resultados.Christophe Petit, responsável pelos estudos econômicos do CDES, explica que não se trata de medir a "rentabilidade" dos Jogos, que poderá ser avaliada em pesquisa posterior. O impacto econômico de um evento esportivo é um indicador. "Esse valor de 9 bilhões mede o crescimento da atividade econômica gerado pela organização e o acolhimento dos Jogos no território da Île de France e que não teria acontecido se os Jogos não fossem em Paris", analisa. "Porém, não é um estudo sobre a rentabilidade econômica dos Jogos e por isso nós não comparamos o custo dos Jogos, ou de qualquer evento, com o impacto econômico. Se quisermos fazer um estudo de rentabilidade, precisaríamos integrar o impacto econômico, mas também elementos de mais longo prazo, como a transformação de bairros inteiros, o que não foi feito, e analisar os benefícios e custos do ponto de vista social, ambiental inerente aos Jogos", acrescenta. O estudo faz uma projeção de 17 anos. “Nós analisamos três fases: a preparação de 2018 a 2023, essencialmente marcada pelos investimentos relativos à construção e renovação de infraestruturas; a fase de desenvolvimento, que é marcada pelas despesas operacionais da realização dos Jogos, para acolher os atletas, fornecer os serviços necessários para os que virão trabalhar ou participar dos Jogos, e a fase de legado, de 10 anos após os Jogos, de 2024 a 2034", observa Christophe Petit. "É importante dizer que os dados utilizados são os mais atualizados sobre a preparação e realização dos Jogos, e para a fase de legado usamos hipóteses do estudo anterior, mas corrigimos elementos macroeconômicos, como a inflação”, afirma. Os setores mais beneficiados são a organização de eventos (€ 3,8 bilhões), seguido da construção civil (€ 2,5 bilhões) e do turismo (€ 2,6 bilhões).A maior parte dos investimentos estão concentrados na fase de preparação (2018-2023) e realização dos Jogos (2024). Somente 8% do impacto econômico é previsto na fase de legado (de 2025 a 2034) num cenário pouco otimista, passando a 16% e 17%, respectivamente, num cenário intermediário e alto. Orçamento de € 4 biOs dados atualizados apontam que o orçamento do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024 é de quase € 4,4 bilhões. Um valor 18% superior ao anunciado no momento da candidatura, devido a atualizações do projeto olímpico e à inflação gerada pela instabilidade geopolítica. "Esse orçamento é principalmente financiado por dinheiro privado. No caso dos Jogos Olímpicos, 100% dos custos da organização são pagos por dinheiro privado e há uma contribuição de dinheiro público de € 171 milhões para ajudar a pagar a organização dos Jogos Paralímpicos, cujo modelo econômico ainda não proporciona um orçamento equilibrado", diz Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador. Estanguet ainda explica que os valores gastos em infraestruturas necessárias para a realização dos Jogos Paris 2024 ficaram a cargo da Solideo – empresa responsável pelas obras olímpicas. "E você tem o orçamento da Solideo, que é dos investimentos na construção de infraestruturas que serão utilizadas para os Jogos Olímpicos e que nós seremos os primeiros locatários. São € 4,5 bilhões, na maior parte também de dinheiro privado, mesmo que haja € 1,7 bilhão de recursos públicos no orçamento da Solideo para estas 70 obras, incluindo alojamentos, equipamentos esportivos, escolas, creches. Ficamos felizes que os Jogos possam ser um acelerador de investimentos no nosso território, principalmente em Seine Saint-Denis", conclui. Ainda que o estudo não seja capaz de medir a transformação gerada a longo prazo (superior a dez anos) em bairros que foram totalmente projetados para o evento, como a nova Vila Olímpica que será explorada futuramente pelo mercado imobiliário, os pesquisadores chegaram à conclusão de que "para cada € 1 investido de dinheiro público nos Jogos Olímpicos Paris 2024, o impacto gerado é de € 3 na economia", segundo Christophe Petit. Pela primeira vez, a metodologia utilizada para o estudo foi recomendada diretamente pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e será sempre a mesma, a fim de fazer comparações mais confiáveis com as futuras edições dos Jogos.
A medida em que vão se aproximando os Jogos Olímpicos Paris 2024, o calendário de eventos-teste do Comitê Organizador se multiplica. O mês de maio começou movimentado no Centro Aquático Olímpico (CAO), em Saint-Denis, ao norte da capital. Primeiro, a Copa do Mundo de nado artístico, seguida do campeonato francês de polo aquático. E na sexta-feira (10), terminou o campeonato Internacional de saltos ornamentais. Maria Paula Carvalho, da RFIO Brasil esteve presente com dois atletas, que tiveram a chance de conhecer as novas instalações. "O Brasil está com uma equipe pequena, mas muito bem preparada, de atletas experientes", disse em entrevista à RFI Ricardo Moreira, diretor técnico da seleção brasileira de saltos. "A gente está fazendo o melhor aqui na preparação, reconhecendo a área da competição, para que eles cheguem nos Jogos Olímpicos na melhor forma e com muita confiança para fazer o melhor pelo Brasil", completa.Ligado ao Stade de France por uma passarela de 100 metros, o CAO será o palco das disputas dos saltos ornamentais nos Jogos de Paris 2024, além do nado artístico e as eliminatórias de polo aquático. O complexo é composto por uma piscina de 50m e um tanque com plataformas.A arena com capacidade para 5.000 espectadores será o carro-chefe do projeto de um novo bairro e da revitalização deste subúrbio de Paris. "A piscina é excelente, não tenho nada a reclamar da estrutura aqui", avalia Ricardo Moreira. "Um pouco diferente das outras, em relação ao tamanho. Geralmente, na Olimpíada é uma piscina maior, uma arquibancada gigantesca e aqui eu vi que eles optaram por uma arquibancada um pouquinho menor, mas não vai diminuir de forma alguma o brilho da competição. Está tudo excelente". Ricardo explica que o Brasil vem conquistando espaço nas competições da modalidade. "O Brasil está crescendo nos saltos ornamentais. Não é um esporte em que tem tradição, mas que a cada ano a gente vem alcançando resultados mais expressivos. Antes, o Brasil participava dificilmente de uma Olimpíada. Hoje, não só participa, como está alcançando as finais. E a gente vê que está muito perto de alcançar uma medalha numa competição de expressão", acredita. Os atletas brasileiros vêm de duas semanas de treinos em Toronto, no Canadá, no mês de abril. Paris será a terceira olimpíada para Ingrid Oliveira, que já competiu em Tóquio 2020 e no Rio de Janeiro 2016, sem baixar das dez primeiras posições. "Eu acho que todos os atletas sonham com uma medalha olímpica, né? Mas eu conversei com o meu treinador e a gente resolveu brigar da quinta posição para cima. É o nosso objetivo: ficar no top five do mundo. Obviamente, eu vou brigar por uma medalha, mas eu acho que se eu sair com o meu dever cumprido, fazer o que eu venho fazendo nos treinos, eu já vou sair super satisfeita e vou dar o meu melhor. O resultado é só uma consequência", disse a atleta à reportagem da RFI.Ingrid falou sobre a ambientação às novas instalações olímpicas. O Centro Aquático de Saint-Denis, recém-inaugurado, será um dos legados desta edição dos Jogos Olímpicos. "A gente veio conhecer a piscina que sediará as Olimpíadas, conhecer um pouco e buscar as melhores estratégias, saber como é a piscina. Então, está sendo muito boa essa aclimatação aqui", diz. "Acho que a piscina está muito boa, a estrutura está muito boa e não tenho nada a reclamar. Porém, essa competição é só uma etapa da preparação, então, não tem que ficar me cobrando muito", observa Atleta acabou ficando de fora da provaIngrid acabou desistindo de competir no Aberto de Paris na última hora, após sentir dores na costela. "Eu resolvi me poupar porque o foco maior são os Jogos Olímpicos", disse em entrevista à RFI Brasil. "Eu estava sentindo dores na costela durante os treinos e abri mão dessa competição para estar bem fisicamente nos Jogos", acrescentou. Porém, ela fez questão de tranquilizar a torcida: "acredito que algumas sessões de fisioterapia já vão alinhar a minha costela e não acho que isso seja preocupante".Ingrid Oliveira começou ainda criança na ginástica e aos 12 anos foi convidada para entrar na equipe de saltos ornamentais. Ela tem treinado duro. A atleta ficou em 4º lugar na plataforma de 10m dos saltos ornamentais no Mundial de Esportes Aquáticos em 2022.Aos 28 anos, ela está focada nos Jogos de Paris. "A gente faz cinco saltos diferentes. São cinco rodadas na minha prova. No masculino são seis, pois eles fazem um salto a mais. E cada salto tem que ser de uma posição diferente, um tem que ser de frente, outro tem que ser de costas ou tem que ser com giro ou tem que ser na parada de mãos. Então, são saltos variados e a gente tem que acertar o salto", explica. E como ela pretende se preparar nos últimos meses? "O que a gente mais precisa é treinar, se preparar mentalmente, se preparar fisicamente e tecnicamente. Eu acho que é basicamente isso, curar algumas lesões que vêm incomodando e treinar, focar 100%. E é isso que a gente vai buscar fazer", afirma. Além dela, Isaac Souza também veio a Paris conhecer as novas piscinas. O carioca, nascido na Mangueira, disputará os Jogos Olímpicos pela segunda vez. O atleta, que vem de uma lesão no cotovelo esquerdo, também preferiu se poupar, participando apenas dos treinos oficiais em Saint-Denis. "Decidimos me resguardar porque eu estou vindo de lesão e estou tratando. Está bem estável, mas como está perto dos Jogos, é bom que eu consiga treinar para chegar muito bem nos Jogos", explica."Estar em Paris é uma alegria imensa. Eu estou animado e, ao mesmo tempo, nervoso de saber que está chegando a hora. Estou trabalhando com calma para chegar aqui e dar o meu melhor", completa. "Estou muito empolgado para esse momento, de chegar à Vila Olímpica, encontrar outros atletas que eu admiro. Vai ser irado chegar em pouco tempo aqui", conclui. Na segunda quinzena de junho, a dupla embarca para um training camp na Polônia. O país europeu também foi escolhido para a aclimatação pré-Jogos, de 20 a 29 de julho. A chegada a Paris para as competições está marcada para 30 de julho.
Até 2017, quando Paris foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2024, o local onde hoje se encontra a Vila Olímpica era uma área industrial sem uso. Em torno dela, ganhou vida um projeto urbanístico de 53 hectares, o que equivale a cerca de 70 campos de futebol. Um novo bairro arborizado, dividido entre as cidades de Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Ile-Saint-Denis, um legado que beneficiará a população, quando os mais de 20 mil atletas e para-atletas forem embora. Maria Paula Carvalho, da RFIO colombiano Gilberto Marín, morador da área, hoje caminha por um bairro ultramoderno. “Há três anos, só havia grandes áreas de terreno, e desde então vemos máquinas pesadas e muitos trabalhadores. É um projeto muito bonito. Fico surpreso de ver que tudo já esteja pronto para receber os atletas, onde eles vão poder descansar", diz.A arquitetura colorida contrasta com os bairros operários do entorno. Mais de 9 mil árvores e arbustos foram plantados nas ruas onde foram erguidos 40 edifícios, com 3 mil apartamentos. Cada prédio foi imaginado por um arquiteto diferente, portanto nenhum é igual ao outro. Batizada de Plaine Saulnier, essa nova zona geográfica de Paris será o principal legado da mudança metropolitana e territorial promovida pelos Jogos Olímpicos. Um bairro misto, conjugando habitação, escritórios, equipamentos públicos, comércio, atividades econômicas e culturais. Nos arredores também ficam o Stade de France, o Centro Aquático Olímpico e a zona de imprensa dos Jogos.Os alunos da escola Dora Maar não terão aulas durante as competições. A instituição de ensino fica praticamente no centro do novo bairro. “Da minha sala de aula, vejo toda a Vila Olímpica, todos os prédios novos de todas as cores, com muito vidro. Você pode ver o início da vegetação. Mas também vejo a nova ciclovia, a faixa para carros e ônibus,” dealha a professora de espanhol Belén López. "Os alunos estão muito motivados com a realização dos Jogos Olímpicos no seu bairro, porque temos alunos de Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Ile-Saint-Denis, então acolhemos três cidades limítrofes", completa. “Todos os anos temos um projeto relacionado aos Jogos Olímpicos. Este ano, por exemplo, todas as turmas da nossa escola têm o nome de uma cidade que já sediou ou vai participar dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Por exemplo, fizemos uma viagem a Barcelona para que os alunos pudessem ver como aquela cidade evoluiu com os Jogos Olímpicos de 1992. Tentamos fazer com que eles vejam como sua cidade ou bairro muda com a chegada dos Jogos Olímpicos,” explica a professora. Metrópole pós-carbonoO projeto foi pensado para uma metrópole pós-carbono, integrando os desafios das alterações climáticas. É como um grande laboratório para a construção das cidades do futuro: utilização de madeira na estrutura de prédios de no máximo 28 metros, a escolha pelo concreto de baixo carbono e de uma rede de aquecimento e refrigeração alimentada por energia geotérmica, para evitar o uso de ar condicionado. As águas residuais também serão recicladas, em um nível de reutilização sem precedentes em França, que exigiu muito trabalho técnico. “Nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e nos Jogos Olímpicos Londres 2012 eles estavam muito preparados, mas não tiveram a mesma pressão para reduzir as emissões de carbono", explica Gérard Wolf, coordenador internacional de Cidades Sustentáveis do Ministério das Relações Estrangeiras francês e membro do Comitê de Inovação da SOLIDEO, empresa responsável pelas obras olímpicas. "Hoje em dia, muitos países nos consultam e pedem para visitar a Vila, porque hoje todos os países têm problemas com as emissões de carbono. Por isso, querem saber como podemos reduzi-las para 47%, com as melhores práticas. Para eles, isso é importante quando sediam jogos ou para terem cidades mais sustentáveis", destaca. Para chegar até o novo bairro a partir do centro de Paris, os usuários podem pegar as linhas 13 e 14 do metrô. A área também é servida por rodovias. Assim que os Jogos Paralímpicos terminarem, no dia 8 de setembro, as portas serão abertas para que turistas e moradores possam desfrutar de um bairro renovado. "É um sucesso. A Vila dos Atletas foi entregue no prazo, dentro do orçamento, um legado que vai beneficiar os habitantes de Saint-Denis, com todos esses novos prédios de moradia, escolas, comércio, escritórios, serviços. É uma imagem do poder transformador do esporte, dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos", explica a ministra dos esportes, Amélie Oudéa-Castéra. "É uma maneira de mostrar que o esporte muda vidas, inspira e transforma o nosso território", conclui.
A semana que começa marca uma fase decisiva para os Jogos Olímpicos Paris 2024. Na terça-feira (16), a chama olímpica, símbolo de paz e amizade entre as nações desde a antiguidade, será acesa pelos raios do sol em Olímpia, na Grécia. É o início de uma aventura épica: de Marselha a Paris, passando pelos territórios ultramarinos, a tocha seguirá uma viagem de três meses pela França, percorrendo 12 mil quilômetros. Maria Paula Carvalho, da RFIA quarta-feira (17) marcará os 100 dias para a abertura, em 26 de julho, no rio Sena. E várias cidades preparam atividades especiais para esta reta final. Enquanto isso o Brasil vai tomando posse de sua base, em Saint-Ouen, no subúrbio norte de Paris, cujas operações começam em primeiro de julho. O local fica pertinho da Vila Olímpica, onde os atletas são esperados em 18 de julho. "Já é uma prática do comitê olímpico, sempre termos um local próprio dentro de eventos, missões e JOs. Isso começou três anos atrás com negociação", explica o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley."Primeiro, buscamos espaço dentro de clubes, pois acreditávamos que seria mais fácil. Mas não foi fácil e no caminho da procura surgiu a cidade de Saint-Ouen que nos recebeu muito bem, oferecendo instalações e firmamos o convênio. Desde então, temos usado essas instalações aqui de Saint Ouen. Equipes já vieram treinar para competições e está muito bom", completa. A poucos meses da abertura, o COB está otimista quanto a superação de resultados. "Superar Tóquio não significa apenas superar as 21 medalhas, mas, por exemplo, se tivermos mais medalhas de ouro já é uma superação. A expectativa é, sim, que tenhamos melhor resultado em relação a Tóquio 2020 2021. A nossa parte já fizemos, agora é com os atletas na quadra, piscina e tatame", observa. Quanto ao número de atletas presentes, Wanderley explica que não é possível comparar com os Jogos no Brasil. "O Rio 2016 foi fora da curva porque éramos país-sede e todo país-sede tem oportunidade de ter mais atletas classificados. Aqui é possível que teremos menos atletas, mas não menos medalhas", afirma. R$ 750 mil para cada medalhaOs medalhistas olímpicos brasileiros podem esperar um prêmio em dinheiro. "Nós inovamos isso em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico premiou os atletas. Então existe um recurso disponibilizado, privado, diretamente para os atletas em relação à medalha de ouro, prata, bronze ou ouro, coletivos ou não. Serão R$ 750 mil para a medalha de ouro", informa. Quanto aos gastos em Paris, o COB destaca o câmbio como um desafio. "Isso é um grande dificultador para o Brasil e para países de outros continentes, que não somos europeus nem americanos. A gente recebe em real e gasta em euro e dólar. Então há que se considerar os investimentos do Brasil", conclui. O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, diz estar atento aos últimos detalhes. "A gente tem buscado proximidade com treinadores no sentido de entender que lacunas podem existir nessa reta final, detalhar isso e de que forma a gente possa potencializar essas lacunas em termos de preenchimento. É um diálogo permanente com as que já tem resultados consagrados ou muito próximo de uma medalha", afirma. Ingressos Os interessados em assistir aos Jogos terão, na quarta-feira (17), mais uma oportunidade para comprar ingressos: a partir das 10h (5 horas em Brasília) 250 mil bilhetes serão colocados à venda na plataforma habitual, repartidos por todas as modalidades do programa olímpico, mesmo as mais procuradas. Serão liberados, por exemplo, 10 mil ingressos para de ginástica artística, 15.000 para natação, 35 mil para vôlei de praia, 12 mil para tênis de mesa. O Comitê Organizador destaca que metade deles serão oferecidos por menos de cem euros, cerca de R$ 544, uma forma de responder às críticas de que os Jogos Olímpicos de Paris são acessíveis apenas aos mais ricos. No total, desde a abertura da bilheteira em 1 de dezembro de 2023, já foram vendidos quase oito milhões de ingressos para as competições olímpicas, dos quais 63% foram adquiridos pelo público francês, de acordo com a organização. Em busca de voluntáriosAlém dos estádios e arenas, a torcida brasileira tem encontro marcado na Casa Brasil, que vai funcionar em La Villete, região Nordeste de Paris. "A gente fez um modelo, onde credenciamos empresas que se inscreveram. Nós escolhemos a que melhor nos atendia com melhor projeto, essa empresa faz o investimento, se der lucro é dela, se der prejuízo é dela também", explica o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio. "Ela assume o risco. Mas para a gente era um projeto importante porque é um local onde a gente vai montar um local de celebração, ativação dos patrocinadores, um local de relacionamento do COB, um projeto que a gente já tinha para Tóquio, mas por conta da pandemia não pode ir adiante", completa. O COB está lançando um apelo a voluntários que queiram ajudar nas operações do Brasil para os Jogos Olímpicos. "A gente está em conversas com a embaixada para fazer e lançar esse projeto quanto antes, tentando agrupar e com a prefeitura de Saint-Ouen, chamar a atenção para brasileiros que estejam morando aqui na França, ou no Brasil que estejam interessados em vir e possam nos ajudar na nossa operação tanto do time Brasil como da Casa Brasil", convida o gerente-executivo de Alto Rendimento, Sebastian Pereira. Essa campanha será lançada em maio."A gente quer chegar entre 40 e 50 voluntários que possam vir nos ajudar. Todo mundo que é apaixonado por esporte e pelo movimento olímpico, que tem oportunidade de vivenciar numa cidade icônica como Paris [...] está super convidado", finaliza.
A pouco mais de cem dias do início da Olimpíada, nesta sexta-feira (29), o Comitê Olímpico do Brasil (COB) apresentou três instalações que vão apoiar o Brasil nos Jogos de Paris 2024. O QG do Time Brasil será o castelo de Saint-Ouen, um histórico palácio de 1823, nos arredores da capital francesa. Luiza Ramos, em Saint-Ouen-sur-SeineA prefeitura local fez uma parceria com o COB para ser a sede da comitiva técnica e dos 155 atletas nacionais já classificados para o evento, além dos que ainda possam conseguir vagas para competir em Paris. A expectativa do comitê é chegar a 300 atletas classificados, menos que os 317 que foram para Tóquio em 2021. Uma estufa e horta comunitária de Saint-Ouen (La Serre Wangari) servirá como centro de distribuição dos 50 mil uniformes da delegação e de treinamento de boxe. Já o ginásio esportivo do município será local de treinos para as equipes de vôlei, esgrima e taekwondo. A tríade de apoio fica à cerca de 1km da Vila Olímpica. Até o momento são 52 homens e 103 mulheres classificados – o que pode significar, pela primeira vez na história, que o Brasil venha a competir em Jogos Olímpicos com mais mulheres que homens, segundo o presidente do COB, Paulo Wanderley. Para ele, a forte presença feminina "é uma pauta atualizada"."O Comitê Olímpico do Brasil já dá exemplo nisso. Nós temos como funcionários do COB um maior percentual de mulheres do que homens", disse. A premiação para os medalhistas será no total de R$ 750 mil e será distribuída igualmente entre homens ou mulheres que chegarem ao pódio, seja em esportes individuais ou equipes. Segundo Wanderley, as ausências dos times de futebol e handebol masculinos, que não se se classificaram para Paris, desfavoreceram o quórum de homens. Mas a seleção masculina de basquete, que deve concorrer à vaga olímpica somente em junho, ainda pode se classificar.O presidente do COB disse estar otimista com relação à organização brasileira, apesar das preocupações com segurança e o alerta da França sobre risco de atentado "em massa" na abertura dos Jogos Olímpicos."Eu vejo com cautela, evidentemente. Todos nós. Quem é que não tem atenção com relação a isso? Mas nós confiamos na segurança, no planejamento deles [da França]. É um evento global. Eu confio que vai sair tudo bem", declarou Paulo Wanderley, acrescentando que todos os países vão ter segurança privada própria, por orientação do Comitê Olímpico Internacional, mas não detalhou os critérios da delegação brasileira.Parceria COB e Saint-OuenO prefeito de Saint-Ouen, Karim Bouamrane, que inaugura no sábado (30) a Rua Doutor Sócrates, em homenagem ao ex-jogador de futebol brasileiro, disse que o atleta foi uma das inspirações dos garotos no começo dos anos 1980."Ele era o exemplo de fraternidade, de igualdade (...) Homenageamos para a eternidade um grande povo que é o brasileiro, por todas as contribuições em termos de esperança, em termos de democracia, que fizeram que um prefeito, como eu, pudesse encontrar uma parte de sua inspiração, graças ao doutor Sócrates", afirmou ele, ao enfatizar ser "um prazer" realizar a parceria com o Brasil.A prefeitura de Saint-Ouen dividiu os custos de € 400 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) das instalações com o COB. No ciclo olímpico para Paris, a entidade anunciou que teve um investimento total de R$ 52 milhões.Expectativa de medalhas e rio Sena O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, conta que busca proximidade com os treinadores de diversas modalidades para saber quais lacunas ainda existem nesta reta final e de que forma as necessidades dos atletas podem ser preenchidas.Ele revelou que há expectativas de medalhas sobre modalidades que demonstraram crescimento neste ciclo olímpico, como a canoagem slalom, a ginástica rítmica, o tênis de mesa e o tiro com arco. "Mas a gente ainda tem uma equipe em formação e não sabe exatamente quem são os atletas que estarão nos Jogos Olímpicos", ressaltou.Ney Wilson também monstra preocupação sobre a qualidade da água do rio Sena, que vai receber algumas competições. "A gente tem duas provas importantes para o Brasil: o triatlo e a Ana Marcela [Cunha] nadando lá [na maratona aquática], então sempre gera uma expectativa", mas o diretor confia nas promessas da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e do comitê organizador, quanto às condições sanitárias do rio durante as competições.Acolhimento nutricional e mentalPara deixar os atletas mais confortáveis e bem acolhidos durante os intensos dias que os esperam em Paris, no castelo de Saint-Ouen os atletas encontrarão uma estrutura completa com espaço de massoterapia, fisioterapia, atendimento médico, serviços da embaixada brasileira, refeitório com cardápio pensado no paladar dos atletas brasileiros e atendimento psicológico perto da Vila Olímpica. A gerente de Jogos e Operações Internacionais do COB, Joyce Ardies, ressaltou a importância da preparação mental dos atletas e destacou a contratação de uma equipe de cozinha brasileira. "Os atletas vão poder contar com a parte nutricional e emotiva, eles vão poder comer o arroz e feijão", mas coxinha e brigadeiro estão restritos. "A nutricionista jamais permitiria", brincou.A base do Brasil em Saint-Ouen servirá também como ponto de recebimento das famílias e amigos dos atletas, além de profissionais sem acesso à Vila Olímpica, mas que acompanham os atletas e poderão usar as estrutura. Entretanto, o que Joyce Ardies mais espera é que os espaços de comemoração sejam os mais usados pelos brasileiros. "A Casa Brasil, no Parque de la Villette, vai ser o local onde atletas vão acessar e celebrar as performances, e a gente espera que com muitas medalhas."Recrutamento de voluntários Sebastian Pereira, gerente-executivo de Alto Rendimento do COB, revelou que haverá uma um recrutamento exclusivo para cerca de 40 a 50 voluntários que queiram apoiar as operações do Time Brasil e da Casa Brasil durante os jogos. "Queremos chamar o interesse de brasileiros que estejam morando aqui na França ou no Brasil, que possam vir e estejam interessados em vir: A gente vai fazer um grande programa em parceria com a prefeitura de Saint-Ouen e com a Embaixada para recrutar esses brasileiros que possam vir nos ajudar", revelou.Os detalhes do programa de voluntariado ainda estão em discussão e devem ser divulgados entre abril e maio, segundo Pereira.Acompanhe o canal da RFI Brasil no WhatsApp.
“A aventura de um século”. Assim, o presidente Emmanuel Macron descreveu as obras da Vila Olímpica e Paralímpica dos Jogos Paris 2024, inaugurada na quinta-feira (28) em Saint-Denis, no norte da capital francesa. Macron elogiou a criação “em tempo recorde” dessa verdadeira cidade erguida do chão para acolher mais de 14.000 atletas e que já transforma os subúrbios de Paris. Maria Paula Carvalho, da RFI"É magnífico. Em primeiro lugar é um trabalho remarcável e eu penso nos homens e mulheres que dedicaram anos de suas vidas aqui e vemos que houve um pensamento urbanístico dos construtores e arquitetos", elogiou Macron. "O resultado é bonito. A maneira como a Vila se funde com a paisagem, de forma equilibrada, com acessibilidade. Essa passarela construída em coordenação pelo departamento e outras cidades, o acesso à Vila Olímpica em Saint-Ouen e Saint-Denis. É bonito, tornará a vida bela e essa é uma das heranças desses Jogos", completou o chefe de Estado. A chave simbólica foi entregue ao presidente do Comitê Organizador (COJO), Tony Estanguet. Na verdade, serão 45 mil chaves distribuídas entre os atletas e suas equipes, que vão ocupar 3.000 apartamentos, distribuídos em 82 edifícios às bordas do rio Sena. O local será o epicentro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024, onde ficarão hospedadas 206 delegações olímpicas e 184 paralímpicas. O complexo também acolherá locais de treinamento de sete modalidades esportivas, um ginásio, uma academia, uma creche, clínica médica, delegacia de polícia, lojas, correios, um salão de cabeleireiros e um bar (sem venda de bebida alcoólica). Os apartamentos já têm água e energia, mas foram entregues vazios e agora serão decorados com móveis, como camas, mesas de cabeceira, sofás, num total de mais de 345 mil peças que serão transportadas, incluindo edredons, ventiladores e outras comodidades. Serão dois atletas por quarto de 12 m² e um banheiro para quatro pessoas. Os equipamentos para estes apartamentos, bem como os muitos serviços que os atletas e suas equipes desfrutarão durante a estadia em Paris, serão fornecidos pelos patrocinadores. No prazo"Nós deveríamos recuperar o local a partir de 1° de março de 2024. Estamos no dia 29 de fevereiro, portanto na véspera, recebendo a chave da Vila dos Atletas. É uma grande emoção para nós, porque sabemos que será o coração desses Jogos", disse o presidente do Comitê Organizador Paris 2024, Tony Estanguet. Ex- atleta de canoagem, ele explica que é essa convivência que faz de uma competição olímpica um evento especial. "Para um atleta que vem dos quatro cantos do mundo os Jogos Olímpicos marcam uma vida, os Jogos Paralímpicos marcam uma carreira, e a experiência que vivemos dentro da Vila dos atletas é que faz a diferença de todas as outras competições internacionais", observa. "Certamente esse lugar será muito importante, vamos receber o mundo aqui nesses 50 hectares e estamos muito orgulhosos do resultado. Os atletas vão estar nas melhores condições", avalia. O orçamento foi calculado em € 4,5 bilhões. Os apartamentos só não são equipados com cozinhas, já que os atletas terão acesso durante 24 horas a um restaurante gigantesco, com capacidade para 3.200 lugares, onde serão servidas 40.000 refeições por dia. A Vila Olímpica foi construída em sete anos e levou em conta os desafios climáticos, com a escolha de materiais orgânicos e reaproveitamento da água. Outra novidade são equipamentos em forma de um grande guarda-sol, que captam a poluição e devolvem ar limpo sobre os atletas, que também poderão contar com piso refrescante nos apartamentos, para atenuar o calor do mês de julho na França. O estrado das camas é feito em papelão, como nos Jogos de Tóquio. O transporte e deslocamentos dentro da Vila serão feitos por bicicletas e veículos elétricos. Os primeiros atletas começarão a chegar em 18 de julho. Após o encerramento dos Jogos Paralímpicos, em meados de setembro, os apartamentos serão reconfigurados para acomodar 6.000 moradores e empresas neste novo distrito da região metropolitana de Paris, a partir de 2025.
A população de Porte de la Chapelle, um dos bairros mais pobres da capital francesa, já sente a diferença nas ruas, após a construção da Arena Adidas para os Jogos Olímpicos Paris 2024. O novo complexo esportivo será inaugurado neste domingo (11) com um jogo do time Paris Basquete contra e equipe de Saint-Quentin, válido pela 23ª rodada do campeonato francês, e atividades para a comunidade. "É muito bom, foi rápido. Eles tiraram todos os mendigos que ficavam aqui, arrumaram e limparam tudo. Estamos contentes", diz Charlotte, uma dona de casa residente na área.A RFI também conversou com um grupo de estudantes entusiasmados com a abertura do novo estádio. "É muito bom, organizaram o bairro. Vai desenvolver a região, vai mudar tudo", afirmou um deles. "Vamos poder fazer esporte quando quisermos, haverá mais segurança, vamos receber os Jogos Olímpicos", destacou outro jovem. "Estamos orgulhosos", concluíram os amigos. A Arena Porte de la Chapelle foi a única obra construída dentro da capital francesa para os Jogos Olímpicos Paris 2024. Os demais espaços de competição já existiam e foram apenas reformados. O local receberá as provas de ginástica rítmica, badminton, parabadminton e halterofilismo paralímpico. O projeto saiu do papel em menos de quatro anos. As autoridades esportivas e municipais pensaram no legado que deixariam para a comunidade, que poderá usar o estádio depois dos Jogos. Faltava nessa área da zona norte de Paris um novo centro esportivo e cultural, diz a prefeitura. "A sala principal, com 8 mil lugares, poderá acolher eventos esportivos. Haverá um clube residente, o Paris Basquete, que poderá fazer todos os seus jogos aqui. Mas é também uma sala para receber outros eventos esportivos", explica Pierre Rabadan, encarregado de Esporte, Jogos Olímpicos e Paralímpicos na prefeitura de Paris. "Haverá muitos concertos e eventos culturais, uma sala que tem todas as últimas inovações e normas em vigor, e que é inovadora em muitos aspectos, como a confecção dos assentos em plástico reciclável, a acessibilidade para diferentes tipos de deficiência, o que se faz de melhor hoje em termos de construção", completa. Projeto ecológicoLocalizado a 2,5 km da Vila Olímpica, o complexo é composto por uma arena principal, dois ginásios poliesportivos anexos, espaços para eventos e um grande terraço. A fachada é revestida com alumínio reciclável. O design ecológico privilegia materiais de construção de origem orgânica, principalmente a madeira que sustenta o telhado e pode ser vista em diversos locais. "Temos materiais de qualidade para o uso escolar e de clubes, vemos a importância que foi dada ao projeto para a cidade. Não é só a grande arena que é bem feita, mas todo esse equipamento que foi feito para o bairro", destaca Eve Brunelle, da prefeitura de Paris. "A arena permitirá o desenvolvimento desses clubes locais, que terão um desempenho melhor, com a infraestrutura adequada", acrescenta."Durante os Jogos, todo o complexo será utilizado. Os ginásios servirão para aquecimento dos atletas e as áreas externas para a infraestrutura de mídia. Mas em dias normais, mesmo quando houver jogo do clube residente na arena ou um show programado, no ginásio haverá os estudantes e os clubes, até dez da noite, sete dias por semana", completa Brunelle.AcessibilidadeA Arena Porte de la Chapelle é a primeira na França com um selo de acessibilidade. "É a única sala que obteve o selo de acessibilidade. As equipes vieram averiguar que nesse aspecto estamos no mais alto nível. Esse selo permite dizer que a arena será acessível para pessoas com mobilidade reduzida, com dificuldades visuais e de audição, é uma arena acessível universalmente", diz o secretário municipal para mobilidade, transportes, desenvolvimento, ecologização, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Pierre Lombard."Para os que têm dificuldade de visão, temos orientação na arena, acentuando os contrastes e os painéis de sinalização com letras bem visíveis. Nos corredores, há faixas de orientação nos rodapés para que possam se localizar", aponta Lombard. Ao todo, 80% da superfície do edifício será coberta por vegetação, numa paisagem que se integra aos parques e jardins ao redor."Sobre este telhado há duas coisas específicas. Atrás de mim, há 6 mil metros quadrados de telhado vegetalizado. A terra já foi colocada, o gramado vai crescer na estação certa, e é um dos maiores que temos em Paris. É uma proeza técnica ter essa quantidade de terra sobre um telhado, o primeiro desse tamanho em Paris", afirma Pierre Rabadan. "Atrás de você, há uma central fotovoltaica para podermos ter um equipamento o mais autônomo possível em energia. Além desse equipamento que está terminado e que vamos inaugurar, é todo um bairro que está em transformação", finaliza.
Azul, branco e vermelho. Mas em degradê nas cores da bandeira da França. A palavra, que aliás vem do francês e corresponde a uma variação gradativa de cor, é o ponto central dos uniformes do Comitê Olímpico Francês para os Jogos Paris 2024. A coleção, desenvolvida pela marca francesa Le Coq Sportif, tem 1100 modelos diferentes para vestir e calçar quase 800 atletas de 63 modalidades olímpicas e paralímpicas. A fabricante de equipamentos esportivos, há muitas décadas associada à história do movimento olímpico francês, venceu um concurso lançado pelo Comitê Organizador, em março de 2020.Os uniformes foram apresentados nesse início do ano por cerca de 150 atletas, que serviram de modelos. Cada esportista qualificado para os Jogos de Paris receberá uma mala contendo um guarda-roupa personalizado para usar nos treinos, nas competições ou nas apresentações (na Vila Olímpica, em um possível pódio e na cerimônia de encerramento).As primeiras impressões dos atletas sobre os produtos acabados foram boas. “Eu achei muito bonito, foi uma bela surpresa, só de ver os uniformes já é bacana, se pudermos vesti-los em Paris 2024, então, será um orgulho. Certamente faz sonhar, e nos sentimos mais perto dos Jogos”, avalia Alexis Lebrun, a grande esperança do tênis de mesa francês. Camisas, calções e tênis estarão disponíveis conforme as necessidades de cada disciplina esportiva, mas com a mesma cor dominante: um “branco cru”, decorado com um degradê de azul-branco-vermelho para simbolizar a diversidade dos esportes e culturas, explica o designer dos looks, o estilista parisiense Stéphane Ashpool, que entrevistou os atletas sobre suas aspirações. “Muito rápido concluímos que havia um desejo espontâneo de recriar uma bandeira, mas evoluir, misturando as cores. Tem o azul que entra no branco e o vermelho, novos tons que representam a França e para destacar esse suporte colorido, pensamos nesse 'off-white', um branco cru, quase bege, para ficar mais elegante. É uma tonalidade que pode ser encontrada em um casamento, e a ideia de elegância foi muito citada pelos atletas", diz.Mas não são só eles vão receber 150 mil peças da nova coleção: 220 mil uniformes também serão distribuídos para funcionários da comissão organizadora e dirigentes. Cerca de 80% da produção será realizada na França, na histórica fábrica do grupo em Romilly-sur-Seine, no leste de Paris. O restante será confeccionado no Marrocos e em Portugal. O fabricante também garante materiais de origem 100% francesa para quimonos de judô.Já os looks para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que acontece no dia 26 de julho no rio Sena, serão assinados por outra marca: a Berluti, do grupo de luxo LVMH. Além disso, quatro federações (futebol, basquete, handebol e atletismo) preferiram manter os contratos com os seus fornecedores habituais de equipamentos esportivos.Revezamento da tochaOs uniformes para o revezamento das chamas olímpica e paralímpica também foram apresentados. Os 10 mil corredores que vão levar o fogo simbólico serão vestidos pela marca francesa Decathlon. O uniforme unissex será totalmente branco e foi desenhado para simbolizar a paz, a unidade e a fraternidade entre os povos.O mesmo uniforme será usado pelos voluntários dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A chama olímpica será acesa em Olímpia, na Grécia, no dia 16 de abril, onde permanecerá durante nove dias, antes de iniciar a sua viagem para França, atravessando o mar Mediterrâneo. Ela chegará a Marselha no dia 8 de maio e depois iniciará a sua jornada pelo país.Atletas franceses conhecidos, como a ex-velocista Marie-José Pérec, ou o ex-jogador de futebol Lilian Thuram, se revezarão com milhares de anônimos. O astronauta Thomas Pesquet também faze parte da lista daqueles que vão participar do revezamento. Porém, o nome de quem vai acender a pira olímpica em Paris permanece um mistério.A chama olímpica irá percorrer a França sob alta vigilância. Ela irá parar em 65 cidades e passar por 100 locais emblemáticos da França, como as grutas pré-históricas de Lascaux, o sítio arqueológico de Alésia, a cidade medieval de Carcassonne, o Monte Saint-Michel, além de castelos do Vale do Loire, viadutos, pontes, faróis e palácios. Para homenagear a história da França, o revezamento também visitará locais de memória como o Memorial de Verdun ou as praias do Dia D, onde desembarcaram os aliados da Segunda Guerra, na Normandia, dando início à liberação do domínio nazista. "O trajeto da chama olímpica será envolto por uma bolha de segurança, com centenas de militares, que a acompanharão o tempo todo", diz o ministro do Interior Gérald Darmanin. "Haverá ainda um sistema antidrones e policiais civis ao longo do percurso, viaturas no início e no fim do pelotão de corrida para evitar qualquer desordem pública, juntamente com profissionais destacados pelas prefeituras do caminho", acrescenta.Já a chama paralímpica sairá da Inglaterra em meados de agosto e cruzará o Túnel da Mancha, onde 24 atletas britânicos passarão o fogo simbólico para 24 atletas franceses. A chama será então dividida para seguir 12 rotas diferentes pelo país, chegando em Paris no dia 28 de agosto de 2024, depois de passar por cerca de cinquenta cidades.
Chegamos a 2024! O ano dos Jogos Olímpicos de Paris. E como anda a preparação? Para o presidente do Comitê Organizador, Tony Estanguet, é a imagem da França que está em jogo. "Um ano que se anuncia grandioso para o esporte francês, para a França. Vamos acolher o mundo, o maior evento e que não organizamos há cem anos", destaca o ex-canoista. "É mágico entrar neste 2024 com ambição, com determinação. Os desafios são numerosos, mas estamos felizes de ver as condições em que se preparam os Jogos Paris 2024. As infraestruturas estão no prazo, o nosso orçamento está equilibrado e o projeto é formidável. Para passar a imagem de uma França que brilha, que é atrativa que está a altura desse nível de ambição", completa. "Este projeto avança bem, estamos cumprindo nossas ambições, serão os primeiros jogos paritários, os primeiros a reduzirem pela metade as emissões de carbono e com inovações, como a cerimônia de abertura pela primeira vez espalhada pela cidade, com competições abertas ao grande público. É é importante demonstrar que a França tem essa capacidade. Claro que há desafios, há críticas. É importante escutar as expectativas de todos, mas os Jogos avançam e precisamos cumprir os compromissos que assumimos", conclui Estanguet. Faltando alguns meses para a abertura, o calendário das obras está em dia. De acordo com a Solideo, empresa responsável pelas obras olímpicas, 85% delas estão terminadas no fim de 2023. Resultado de um esforço coletivo, que contou com 30 mil trabalhadores, e de ambição nos prazos de entrega das novas instalações. “Lembremos que em 2018, todo mundo pensava que a França terminaria as obras olímpicas em cima da hora e que custaria muito caro. Na verdade, nós lançamos o desafio de terminar tudo até 31 dezembro. E ao estabelecer essa data, 31 dezembro, fizemos com que todos se preparassem com esse mesmo prazo”, explica Nicolas Ferrand, diretor-executivo da Solideo. Vila Olímpica será entregue em marçoEm breve, o barulho das máquinas vai desaparecer. E dar lugar à vibração dos torcedores. O futuro alojamento dos atletas está recebendo os últimos detalhes. Repartida entre os municípios de Saint-Denis e Saint-Ouen, no subúrbio norte de Paris, a Vila Olímpica é uma das 70 obras confiadas à Solideo. A entrega das chaves está marcada para 1° de março. A partir daí, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralípicos assume a tarefa de decorar os apartamentos para receber mais de 10 mil atletas e 4500 acompanhantes. Até agora, foram vendidos 7,6 milhões de ingressos para os Jogos Olímpicos. No caso dos Paralímpicos foram vendidos 830 mil, um número ainda baixo em relação aos 2,8 milhões oferecidos. Perímetros de segurança foram estabelecidos em torno dos locais de competição, mas que deixaram os parisienses preocupados de não poderem circular livremente. Para facilitar a movimentação na cidade de moradores e visitantes será lançado um aplicativo. "Vamos colocar em funcionamento um aplicativo de transporte para os Jogos Olímpicos de Paris que estará disponível em abril de 2024 e o objetivo é que o torcedor possa preparar com antecedência o seu trajeto", explica Laurent Probst, diretor-geral da empresa pública de transportes Île-de-France Mobilités. Porém, a grande festa do esporte não poderia acontecer sem a mão de obra dedicada dos 45 mil voluntários, que estão sendo selecionados entre mais de 300 mil candidatos. Na questão da segurança, 70% do recrutamento já foi atingido. Para o presidente Emmanuel Macron, a França quer dar um bom exemplo. “O nosso sucesso passa por ficar dentro do orçamento e dos prazos da organização. Muitas oposições se alimentam dos fracassos de alguns países que ganharam candidaturas, mas falharam em organizar os Jogos ou em tirar todos os benefícios dessa oportunidade, colocando os seus países em grande dificuldade”, diz o presidente. Pelo andamento do planejamento, Paris e sua região metropolitana não querem perder a chance de brilhar. Em 2023, foram realizados 18 eventos-teste, além de um ensaio para a cerimônia de abertura no rio Sena.
Fluent Fiction - Catalan: The Unexpected Encounter: Lost in the Streets of Barcelona Find the full episode transcript, vocabulary words, and more:fluentfiction.org/the-unexpected-encounter-lost-in-the-streets-of-barcelona Story Transcript:Ca: Una ciutat bullint de vida, amb les seves calles encaixades en un laberint de pedra i història, així és Barcelona. En aquest escenari, la nostra història pren la forma d'una trobada inesperada entre la Marta, una turista innocent, i en Jordi, un barceloní astut amb un sentit de l'humor un tant peculiar.En: A buzzing city, with its streets nestled in a maze of stone and history, that's Barcelona. In this setting, our story takes the form of an unexpected encounter between Marta, an innocent tourist, and Jordi, a clever Barcelonian with a somewhat peculiar sense of humor.Ca: Dues persones amb destins tan diferents com un potser, i un què if? Els seus camins es van creuar en la colorida plaça de Sant Jaume, lloc on la Marta s'adonà que havia perdut el seu camí. Amb la guia turística a la mà, però amb un sentit de l'orientació gairebé inexistent, la seva cara reflectia l'angoixa. Aquesta commoció no passà desapercebuda per a en Jordi, que decidí acostar-se amb un somriure travesser.En: Two people with such different paths like a maybe, and a what if? Their paths crossed in the colorful Sant Jaume square, where Marta realized that she had lost her way. With the tourist guide in her hand, but with an almost nonexistent sense of direction, her face reflected anguish. This commotion did not go unnoticed by Jordi, who decided to approach her with a mischievous smile.Ca: "Sembla que estàs una mica perduda, puc ajudar-te?". Demanà Jordi amb una veu amigable. La seva proposta d'ajuda semblava sincerament desinteressada, una mostra de cortesia que la Marta no passà per alt. Li mostrà el lloc a la guia on volia arribar. En Jordi, amb un somriure que no aconseguia amagar, començà a donar-li indicacions.En: "It seems like you're a bit lost, can I help you?" Jordi asked with a friendly voice. His offer of help seemed sincerely selfless, a display of courtesy that Marta did not overlook. She showed him the place in the guide where she wanted to go. With a smile he couldn't hide, Jordi began giving her directions.Ca: Seguint els consells d'en Jordi, la Marta es trobà passejant per tota la ciutat. Del Gòtic al Raval, de Poble Sec a la Vila Olímpica, la Marta va passar per racons de Barcelona que ni tan sols sabia que existien. El que havien de ser 15 minuts es va convertir en hores. La ciutat no deixava de sorprendre-la: cada carrer era un nou escenari, cada plaça un nou quadre per encabir a la seva galeria de records.En: Following Jordi's advice, Marta found herself strolling through the entire city. From the Gothic Quarter to Raval, from Poble Sec to the Vila Olimpica, Marta visited corners of Barcelona that she didn't even know existed. What was supposed to be 15 minutes turned into hours. The city never stopped surprising her: every street was a new scene, every square a new painting to add to her gallery of memories.Ca: Però amb el passar de les hores, la Marta començà a sentir-se cansada i frustrada. Quan finalment arribà a la Sagrada Família, es adonà que allò no era el Parc de la Ciutadella com li havia dit en Jordi. Havien passat quatre hores des de que s'havien trobat a plaça Sant Jaume. La Marta no sabia si riure o plorar.En: But as the hours passed, Marta began to feel tired and frustrated. When she finally arrived at Sagrada Familia, she realized that it wasn't Parc de la Ciutadella as Jordi had told her. Four hours had passed since they met at Sant Jaume square. Marta didn't know whether to laugh or cry.Ca: Casualment, en aquell moment, en Jordi passava per allà. Veient la cara de la Marta, n'hi hagué prou per a comprendre les seves equivocacions. Li espetà un "ho sents?", però la seva veu no sonava com qui està sincerament penedit. Tot i així, l'humor de la Marta es va lleugerament recobrar. Reconeixia que malgrat haver estat vagant, havia vist grans racons de la ciutat.En: Coincidentally, Jordi happened to pass by at that moment. Seeing Marta's face was enough to understand her mistakes. He blurted out a "oops," but his voice didn't sound genuinely regretful. Nevertheless, Marta's sense of humor slightly recovered. She recognized that despite getting lost, she had seen great parts of the city.Ca: Decidits a no repetir el mateix error, buscaren les indicacions correctes per arribar al Parc de la Ciutadella. Finalment, amb l'ajuda d'un vell mapari, aconseguiren arribar al seu destí. Exhausta, però satisfeta, la Marta li va oferir un sincer "gràcies" amb un somriure cansat. Aquest cop, en Jordi li tornà el somriure, però sense cap gest de travessura.En: Determined not to repeat the same mistake, they searched for the correct directions to get to Parc de la Ciutadella. Finally, with the help of an old map seller, they managed to reach their destination. Exhausted but satisfied, Marta offered a sincere "thank you" with a tired smile. This time, Jordi returned the smile, but without any mischievous gesture.Ca: I així, en un dia ple d'errades i estones de riures, la Marta va aprendre a apreciar la bellesa de l'imatge que es troba més enllà de la perfecció dels mapes. En Jordi, al seu torn, va aprendre que una broma pot convertir-se en una aventura inesperada. Dos desconeguts, dos camins encreuats, una ciutat i mil històries per contar. Això és Barcelona. I qui sap, potser un bon dia tornen a trobar-se, en una altra plaça, en un altre carrer, en una altra aventura. Però aquesta, ja serà una altra història.En: And so, on a day filled with mistakes and moments of laughter, Marta learned to appreciate the beauty of the image that lies beyond the perfection of maps. Jordi, in turn, learned that a joke can turn into an unexpected adventure. Two strangers, two crossed paths, one city, and a thousand stories to tell. That's Barcelona. And who knows, maybe one day they'll meet again, in another square, on another street, in another adventure. But that will be another story. Vocabulary Words:buzzing: bullintcity: ciutatstreets: callesmaze: laberintstone: pedrahistory: històriaBarcelona: Barcelonastory: històriaunexpected: inesperadaencounter: trobadainnocent: innocenttourist: turistaclever: astutpeculiar: peculiarsense of humor: sentit de l'humorpaths: caminslost: perdudaguide: guiadirection: sentit de l'orientacióanguish: angoixamischievous: travesserfriendly: amigableoffer: propostahelp: ajudadisplay: mostracourtesy: cortesiaoverlook: passar per altsmile: somriureadvice: consellsstrolling: passejant
Discurso do vice-governador Felício Ramuth em visita à Vila Olímpica Mário Covas, em São Paulo (SP), neste sábado (09.12.23).
Num mundo majoritariamente urbano, respeitar e conviver com a diversidade se tornou um dos maiores desafios das metrópoles. Essa dificuldade é ainda maior em La Courneuve, no departamento de Seine-Saint-Denis, na região de Paris, onde 40,3% dos moradores são de nacionalidade estrangeira, especialmente da África e da Ásia. O município, que vai sediar parte das instalações olímpicas de 2024, recebe nesta segunda e terça-feiras (13 e 14) o terceiro Diálogo das Cidades da ONU, com participação de representantes de prefeituras de subúrbios brasileiros. Por Maria Paula Carvalho, da RFIDesde 2019, La Courneuve faz parte da Aliança de civilizações das Nações Unidas (UNAOC), uma rede internacional de territórios sensíveis aos desafios do diálogo social, da diversidade e da inclusão. "O objetivo é conviver com a multiculturalidade”, destacou Miguel Ángel Moratinos, secretário-geral Adjunto das Nações Unidas e Alto Representante (UNAOC). “Estou emocionado de estar aqui e ver como nossos valores podem ser aplicados na prática”, disse. “Somos uma só humanidade, com diversas culturas. A diversidade é uma riqueza e não uma ameaça”, afirmou.A primeira edição do “Diálogo das Cidades” aconteceu em 2020, em Los Angeles. A segunda edição foi realizada em 2021, em Sevilha, na Espanha. Esses encontros permitem às prefeituras trabalharem em conjunto com a sociedade civil, com o objetivo de desenvolver cidades mais inclusivas.A herança dos JogosEntre outros eventos, La Courneuve será o ponto de partida da maratona paralímpica em 2024. A cidade também faz parte do percurso da chama olímpica. Ao dar as boas vindas aos representantes de países como Estados Unidos, Gana, Senegal, Itália e Brasil, o prefeito da cidade, localizada no subúrbio de Paris, destacou que apesar das diferenças, a cidade "tem demonstrado capacidade de viver em harmonia, mesclando povos, misturando línguas, cores, músicas e prática religiosas”. De acordo com Gilles Poux, os Jogos Olímpicos serão mais uma oportunidade para desenvolver “valores de paz e coexistência”, além de trazer novas oportunidades para uma cidade onde 40% da população vive abaixo da taxa de pobreza. Poux ainda alertou que “onde há desigualdade, os serviços públicos ajudam a diminuir a discriminação”.O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024, Tony Estanguet, compartilhou sua experiência de ex-atleta para mostrar a força do esporte para a inclusão social. "O esporte ensina respeito, tolerância, excelência e amizade”, destacou. "Mais do que isso, é um vetor social, fortalecendo e unindo a comunidade, promovendo saúde, educação, cultura e igualdade”, acrescentou.Estanguet ainda reiterou que ao receber 15 mil atletas, de cerca de 200 países, os Jogos Olímpicos deverão deixar uma herança. A Vila Olímpica, por exemplo, deverá ser transformada em 4 mil apartamentos para moradia popular.Exemplo do BrasilRebeca Borges, medalhista olímpica pelo Brasil, começou na ginástica graças as atividades oferecidas pela prefeitura de Guarulhos, sua cidade natal, na periferia de São Paulo. O exemplo dela foi citado aqui na França por Eduardo Tadeu Pereira, diretor-executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM). O ex-prefeito de Várzea Paulista (2005-2012) participou de uma mesa redonda sobre o esporte como ferramenta de diálogo e inclusão. “A Rebeca vinha de uma família de sete irmãos, criada somente pela mãe e só teve a chance de ser descoberta graças ao serviço público da prefeitura de Guarulhos”, reiterou.“La Corneuve, que é uma cidade periférica em relação a Paris, convidou uma série de cidades periféricas do mundo para participar desse debate sobre a importância da multiculturalidade, da diversidade cultural, no bojo da preparação dos Jogos Olímpicos de Paris”, explica Pereira. "A importância é a gente ter esta articulação para mostrar ao mundo que as metrópoles vão além das cidades centrais dessas metrópoles. Porto Alegre inclui Alvorada, Jundiaí inclui Várzea Paulista, Paris inclui Nanterre e La Courneuve, essa é a importância da nossa conversa aqui”, disse ele, em entrevista à RFI Brasil.“Geralmente, os subúrbios e as periferias são locais para onde as pessoas com menos posses acabam indo. Então, enquanto os grandes centros urbanos das metrópoles são ocupados pelas pessoas que têm mais recursos financeiros, os imigrantes recém chegados acabam indo para as periferias, como Diadema e Osasco em São Paulo, ou cidades satélites de Brasília”, compara. “Os imigrantes acabam importando com a sua cultura, com a sua música, contribuições importantes para que essas cidades fiquem mais alegres, mais diversas, mais vistosas e melhores para viver”, cita.“Os Jogos Olímpicos incentivam as pessoas a praticarem esportes, o que é importante para a saúde das pessoas. Quando elas assistem à quebra de recordes, veem os atletas ganhando medalhas, isso as incentiva a praticar esportes e a superar suas capacidades atuais. Isso é importante para as crianças e para as pessoas da terceira idade”, conclui.Também presente na delegação brasileira, Estela Beatriz Farias Lopes, deputada estadual do Rio Grande do Sul e ex-prefeita de Alvorada, destaca as semelhanças e diferenças entre os continentes. “Obviamente há distinções de caráter social entre a pobreza na Europa e no Brasil, mas nós verificamos que há coisas semelhantes, como o exercício da palavra, de forma que os moradores possam ser escutados”, diz.“La Courneuve é uma das cidades mais pobres do ponto de vista da renda per capita da França e eu venho de Alvorada, cidade com um dos mais baixos PIBs brasileiros, mas temos em comum essa escuta”, diz. “Este encontro é um marco, pois ele reforça o diálogo entre as cidades das periferias para alcançarmos um ambiente de paz, de convívio e de exercício dos direitos plenos de cidadania”, acrescenta.Por fim, Estela Beatriz destaca que "os Jogos Olímpicos são um espaço de promoção desta diversidade e, ao mesmo tempo, de construção de um ambiente de paz, mais do que uma simples disputa esportiva. Afinal é isso que se vê desde a Grécia Antiga”, conclui.
Brasil e França celebram em 2023 os 20 anos de uma parceria que já beneficiou mais de 500 adolescentes e jovens em situação social precária nos dois países. Os intercâmbios são viabilizados a cada ano pelas associações Gol de Letra, do ex-jogador brasileiro Raí, e a Sport dans la Ville, da França. As viagens são o apogeu do programa de apoio social e inserção profissional pelo esporte, promovido pelas associações junto a bairros das periferias das grandes cidades, nos dois países. Apesar de terem níveis de desenvolvimento bastante distintos, Brasil e França têm similaridades quando o assunto é desigualdade de oportunidades para jovens das comunidades. E o esporte, explica Raí, pode exercer um papel determinante no futuro desses adolescentes que, muitas vezes, são vítimas da pobreza, do racismo ou da violência.“Muitos amigos franceses que vinham visitar falaram que tinha coisas no Brasil que poderiam ajudar na França, em especial a coisa brasileira de se misturar, diferentes culturas. A gente sabe que a França é um país aberto, mas às vezes têm dificuldade de integração”, avalia o ex-craque. “O Brasil tem outros problemas, de pobreza, justiça social, violência, mas tem muitas coisas que podem servir para cá – assim como muitas da França podem, obviamente, servir para o Brasil. Por isso eu acredito bastante nessa colaboração.”Um jantar de gala beneficente em um dos mais prestigiosos salões da república francesa, no Ministério das Relações Exteriores, em Paris, celebrou essas duas décadas de parceria entre a Gol de Letra e a Sport dans la Ville, com a presença de CEOs de grandes empresas apoiadoras dos projetos. Quatro jovens franceses, que integraram o último grupo que passou duas semanas em São Paulo e Rio de Janeiro no ano passado, puderam contar um pouco sobre o quanto a experiência mudou a vida deles.Walid Ragad está há nove anos na associação e fez parte do grupo que foi ao Brasil em 2022. “Nٕós encontramos muitos brasileiros, tivemos momentos excepcionais com eles. Rimos juntos, jogamos juntos, choramos juntos. Também foi marcante porque foi uma lição de vida”, conta. “Vemos que eles se adaptam a condições de vida que não são exatamente as mesmas que as nossas, e isso nos mostra certas coisas, nos forja. O futebol, e todos os esportes, ligam as pessoas, criam relações. O esporte me tornou melhor.”Acesso das meninas ao esporteNa França, uma das maiores dificuldade da Sports dans la Ville é associar as meninas ao esporte – não porque elas não se interessem, mas porque a cultura religiosa de muitas famílias nas periferias acaba sendo um freio para elas. Neste contexto, o caso de Cinthia Nguimbous, 18 anos, é visto como um exemplo: depois de começar a jogar na associação, ela agora também e instrutora de futebol de meninas mais novas, nos arredores de Lyon.“Eu sempre gostei de futebol, graças ao meu pai, e decidi me inscrever para jogar. Quando eu comecei, jogava só no feminino. Logo depois também me inscrevi no futebol misto, mas a integração não foi fácil porque eles jogam muito só entre eles”, relembra. “Em todo o caso, eu sou muito mais segura desde comecei a jogar. Assumo com bem mais firmeza as minhas escolhas, e acho que a associação me fez evoluir muito mental e fisicamente”, atesta.Intercâmbio em plena Olimpíada de ParisRaí ressalta que, em meio ao ano olímpico na França, na expectativa dos Jogos que acontecerão em Paris em 2024, a Gol de Letra pretende trazer jovens para o país europeu nos dias do maior evento esportivo do planeta.“Jovens vão vir para cá passar algumas semanas durante a Olimpíada, hospedados com jovens de vários lugares diferentes do mundo todo. E a gente tem um grande projeto com a prefeitura de Saint-Ouen, que é parte da Vila Olímpica e várias modalidades brasileiras estarão sediadas lá”, informa.“Para dar esse lado social e educativo do esporte, eles convidaram também a Gol de Letra. A gente vai ter um grande espaço em Saint-Ouen para mostrar tudo que o Brasil faz de bom, a nossa cultura, e tentar novas colaborações. A Olimpíada é um chamariz, o sonho olímpico, mas que traz com ele também um conteúdo de valores que ajudam no desenvolvimento humano também”, sublinha o brasileiro.Atualmente, 5 mil crianças brasileiras participam das atividades da associação de Raí no Brasil. O total desde o começo do projeto, em 1998, chega a 30 mil.
Enquanto o Rio de Janeiro se preparava para receber atletas de todos os continentes, o Brasil entrava num turbilhão político. Uma nação em crise, com manifestações contra o governo e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) marcaram o período que antecedeu os Jogos. Ao mesmo tempo, o estado do Rio de Janeiro vivia uma calamidade financeira e o governador, Luiz Fernando Pezão, estava afastado para se tratar de um câncer. Para completar, o zika vírus rondava o país, gerando pânico. Maria Paula Carvalho, da RFI “Quando o Brasil conquistou os Jogos, estávamos numa fase boa em termos políticos. Já quando foi sediar a Olimpíada, foi uma fase muito confusa e turbulenta”, contextualiza o sociólogo Ronaldo Helal. “No campo político, estava realmente muito conturbado. Havia uma cisão muito grande no Brasil. E essa polarização foi se acirrando cada vez mais depois de 2014 e 2016, e ficou insuportável”, diz. “Até hoje temos uma nação fraturada e instituições democráticas tentando resguardar a democracia”, analisa o professor da UERJ. Num caso sem precedentes na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil que recebeu o esporte mundial tinha dois chefes de Estado. Quem apareceu para o Brasil e o mundo foi o presidente em exercício, Michel Temer, enquanto a presidente Dilma Rousseff sofria um processo de impeachment. "É claro que isso prejudica muito a organização, o dia a dia, a interlocução, os atores que trabalhavam ali, e é uma imagem de preocupação”, avalia Leonardo Espíndola, ex-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro. Se as coisas estavam complicadas em nível nacional, o estado que acolheria o mundo também sofria com sérios problemas internos. “O Rio de Janeiro passava por um momento de calamidade financeira muito grave. Os policiais e bombeiros ameaçavam entrar em greve, ou seja, a segurança do estado que sediaria as olimpíadas estava em xeque, com ampla repercussão internacional”, acrescenta Espíndola. A conjunção de problemas teve um impacto para o próprio Comitê OIímpico Internacional, ofuscando algumas novidades, como lembra Thierry Terret. "Esses Jogos que acontecem no contexto de uma crise econômica e de instabilidade política tiveram que enfrentar, também, uma crise sanitária, já que alguns meses antes o Brasil foi atingido por uma epidemia de zika que afetou 1,5 milhão de pessoas no Brasil", observa o historiador do Esporte especialista em Jogos Olímpicos."Uma crise amplamente divulgada na mídia do mundo inteiro, criando uma angústia generalizada entre espectadores potenciais e atletas e dezenas deles renunciam, finalmente, de ir ao Rio de Janeiro por medo de serem contaminados e de contaminar suas famílias", destaca.Para Terret, com vastas incertezas políticas, econômicas e sanitárias, as inovações geopolíticas do Comitê Olímpico Internacional passaram despercebidas. "O que é uma pena, especialmente a participação de uma equipe de atletas olímpicos refugiados pela primeira vez na história dos Jogos, composta de sudaneses, etíopes, sírios e congoleses, que testemunha o reconhecimento por parte das autoridades olímpicas de uma situação política e humanitária extremamente particular", conclui. Para Mário Andrada, diretor-executivo de Comunicação e engajamento dos Jogos Olímpicos Rio-2016, a transição de governo por conta do impeachment não foi tão complexa quanto se imaginava. "O novo governo do presidente [Michel] Temer fez uma transição bastante tranquila. O que foi complicado para os Jogos e para o Comitê Organizador foi a questão financeira", explica, "tornando mais lenta a passagem de recursos públicos para o universo privado dos Jogos", completa. "Então, a gente teve uma pressão muito grande nos Jogos Paralímpicos. O orçamento ficou prejudicado, mas o governo reagiu imediatamente com recursos dos bancos públicos, que nos permitiram realizar ótimos Jogos Paralímpicos", avalia. Com um orçamento estimado em R$ 40 bilhões e dentro de um contexto político e econômico instável, a equação financeira foi um desafio imenso. "Veio todo o dinheiro que estava prometido? Não", revela ainda o executivo. "Faltou um pouco e, no final, a gente teve que fazer um aperto e a realização dos Jogos deixou algumas dívidas, algumas sendo negociadas até hoje", admite Mário Andrada. Porém, "o orçamento dos Jogos foi feito quatro anos antes e em moeda estrangeira. E no final, a dívida era de menos de 2% – o que é mínimo, talvez o menor da história dos Jogos", desafia. "Bombeiro de crises" Como porta-voz dos Jogos Rio-2016 e responsável por apagar crises, Mário Andrada começou a ter bastante trabalho bem antes da chegada da tocha olímpica. Discussões em torno da despoluição da Baía de Guanabara, sede das competições de vela; da lagoa Rodrigo de Freitas, para a canoagem; algas que esverdearam as piscinas do Parque Aquático, atraso nas obras da Vila Olímpica e balas perdidas no Complexo Esportivo de Deodoro são alguns dos contratempos de última hora, além de outros imprevistos, como a falsa comunicação de assalto por parte de nadadores americanos, causando danos à reputação da cidade. "A gente precisava tomar sempre cuidado com a imagem dos Jogos, pois quando eles começam a ficar 'malditos' porque têm atrasos ou crises, essa percepção negativa acaba atrapalhando a venda de ingressos, o retorno dos patrocinadores", explica Andrada."O caso da Baía de Guanabara era uma promessa do então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de despoluir a maior parte dela. A gente não podia desmentir o governador e nem tapar o sol com a peneira”, diz. "A gente tinha que tomar ações de mitigação da poluição, escolhendo espaços que não estavam muito sujos para as competições. Foi uma aventura, porque você tem que arrumar soluções para crises com o avião andando", compara. "No fim, as águas estavam aptas para as competições, que aconteceram em segurança para os atletas", comemora. Rio e Paris: "majestades urbanas" Receber os Jogos Olímpicos é construir um projeto para o mundo se encontrar e costuma ser uma oportunidade única para o país-sede. O diretor-executivo de Comunicação da Rio 2016 celebra a volta dos Jogos Olímpicos “para uma casa poderosa”, em 2024. Rio e Paris: duas cidades especiais no mundo. Para Mário Andrada, “as mais lindas, majestades urbanas que têm afinidade e cuja fama se sobressai a qualquer evento”. Com a experiência de quem atuou nos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, ele declara sua admiração: "Não existem outras duas cidades no mundo como Paris e Rio, por tudo que elas representam. Paris é a Cidade Luz e talvez o Rio seja a 'cidade festa' do mundo. Quando os Jogos chegam nesse tipo de palco, é mais fácil, já que não tem o que embelezar no Rio e não tem como tornar Paris mais icônica. Então você percebe que os Jogos se adaptam à cidade", diz Andrada. "A atmosfera que você vive dentro dos Jogos é impressionante. São muitas pessoas, culturas diferentes, línguas diferentes, e todo mundo com um propósito que são os Jogos”, acrescenta Luiz Gustavo Brum, executivo da organização da Rio-2016. “A gente conseguiu, numa cidade com nível de mobilidade urbana que a gente tem, com o tráfego que a gente tem, fazer essas 27 instalações funcionarem ao mesmo tempo. Cada uma em um canto, com bloqueio de ruas e todos os requerimentos internacionais atendidos, tanto a parte técnica quando operacional”, celebra. Durante 16 dias, os cariocas tiveram a chance de ver de perto aqueles que parecem super-homens, mas são humanos extraordinários, como o “homem-raio” Usan Bolt. O atleta jamaicano entrou para a história do esporte não "apenas" como o recordista mundial dos 100m, 200m e do revezamento 4 x 100m. Depois de conquistar o ouro nas três provas nas Olimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012, Bolt fechou no Rio de Janeiro a "tríplice coroa", tornando-se o primeiro a faturar a medalha dourada nas três disputas em três edições olímpicas. E o fato de ter feito isso em três Jogos consecutivos torna o feito ainda mais louvável. Igualmente impressionante foi o desempenho do nadador americano Michael Phelps. Ele se despediu das piscinas olímpicas no Rio, onde subiu ao pódio seis vezes, totalizando 28 medalhas olímpicas na carreira, sendo 23 de ouro. Durante duas semanas, atletas desse nível trouxeram ao Brasil o que de melhor o esporte congrega: excelência, empatia, superação, solidariedade e alegria – valores simbolizados pelo fogo olímpico, que “ilumina” os corações do público. “Existe uma coisa que a gente chama de legado intangível que é os Jogos tocarem a população, celebrarem a união, a solidariedade entre os povos, e acho que isso ficou muito forte no Rio de Janeiro”, destaca Leonardo Espíndola, procurador de Justiça que fez questão de participar do revezamento da tocha olímpica. “Essa chama olímpica, representada pela tocha, que passou por diversas cidades do Brasil e também do mundo, simboliza esse espírito olímpico que a gente tem de manter vivo”, subllinha. “É claro que existe uma grande engrenagem comercial e empresarial por trás dos Jogos, mas aquele sentimento, aquela pureza, é algo que não pode se perder."
Desde que bombas e mísseis começaram a explodir na Ucrânia, uma pergunta está no ar: afinal, veremos atletas russos e seus aliados bielorrussos nos Jogos Olímpicos Paris-2024? E os ucranianos: podem fazer boicote caso isso aconteça? O assunto está nas mãos do Comitê Olímpico Internacional (COI). Uma das possibilidades é que os russos, uma tradicional potência no esporte, desfilem na cerimônia de abertura, no rio Sena, com uniformes neutros. A polêmica está lançada. Maria Paula Carvalho, da RFIApós ter excluído a Rússia e Belarus do desporto mundial na sequência da invasão da Ucrânia, o COI recomendou às federações internacionais que reintegrassem esses atletas, sob diversos critérios: devem competir sob uma bandeira neutra, "como indivíduo", não ter apoiado ativamente a guerra e não ter contrato com o Exército ou uma agência de segurança russa. O COI defende que os Jogos não podem ser “fonte de divisão e de exclusão de atletas”, conforme um comunicado da entidade, baseada em Lausanne, na Suíça, de fevereiro deste ano. Há dois argumentos principais: a proibição de discriminar atletas por motivos políticos e a autonomia do esporte mundial diante de pressões governamentais. Enquanto as etapas qualificatórias já estão em andamento em muitas modalidades olímpicas, o COI não deu um prazo para essa decisão. “Vai depender dos próximos acontecimentos", explicou em entrevista à RFI o presidente da entidade, Thomas Bach. "Vemos agora federações internacionais aplicando as nossas condições para a participação de atletas neutros individualmente e vamos supervisionar isso. Então, saberemos se e quando os atletas envolvidos respeitarão essas condições e, baseados nisso, vamos tomar uma decisão”, completa. "É uma questão de lógica de que as condições para participação devem ser as mesmas aplicadas nas qualificatórias", detalha o presidente do COI. "Nós deixamos muito claro que faz parte dessas condições a participação de indivíduos, de forma neutra e que não haverá equipe dos comitês olímpicos nacionais desses países, que não foram convidados”, conclui Bach.Um ano antes da cerimônia de abertura, em 26 de julho de 2023, o COI fez o tradicional envio de convites para os Jogos de Paris aos Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) de 203 países, sem incluir a Rússia e Belarus, excluindo também a Guatemala, cujo Comitê está suspenso desde outubro de 2022, por problemas de interferência política.Um grupo de 30 países, incluindo a França, país-sede da Olimpíada de 2024, enviou ao Comitê Olímpico Internacional uma carta pedindo maiores esclarecimentos sobre os critérios de neutralidade da entidade.A ministra dos esportes da França, país anfitrião, reforça as condições para abrir as portas a russos e bielorrussos. "Uma ausência em esportes de equipe, que representariam essas nações, mas somente uma participação individual e estando totalmente de acordo com as regras antidoping, que é uma outra exigência que nós impomos coletivamente, com o COI", explica Amélie Oudéa-Castéra. "Ao todo 34 ministros de Esporte se expressaram, nós compartilhamos a nossa visão com o Comitê Olímpico Internacional e agora cabe a ele tomar uma decisão definitiva sobre a participação ou não de russos e bielorrussos, que só poderá acontecer num regime de absoluta neutralidade", completa.Até o momento, essa alternativa não agrada a Kiev e nem a Moscou, que fala em discriminação.Questionado, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) diz que respeitará as determinações do COI para esse assunto.Desde que a entidade apresentou a ideia de reintegrar atletas russos e bielorrusos sob bandeira neutra, muitas vozes emitiram críticas, como o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. Ex-campeão olímpico de boxe, ele estima que não se pode ficar “neutro” diante das mortes na guerra. A Ucrânia, que trava uma luta para se defender dos russos no campo de batalha, ameaça boicotar os Jogos em caso da presença de atletas russos. Ela pode ser seguida por vários de seus vizinhos bálticos.Em entrevista à rádio francesa Franceinfo, a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, também afirmou sua oposição à vinda dos russos. “Não devemos permitir o desfile de um país que está agredindo um outro e fingir que não estamos vendo nada. Eu não sou a favor de ter uma delegação russa nos Jogos de Paris, se a guerra ainda estiver acontecendo até la, o que eu não desejo”, declarou.Uma coabitação possívelA possível coabitação de nações em conflito durante os Jogos Olímpicos não é inédita para o mundo dos esportes. Países como Irã e Iraque, em conflito armado por quase oito anos (1980-1988), participaram de dois Jogos Olímpicos nesse período. O Irã e os Estados Unidos também se cruzaram regularmente nas arenas olímpicas. Essas coabitações entre atletas de nações em guerra ou em tensão, no entanto, raramente deram origem a incidentes.Na Olimpíada do Rio-2016, por exemplo, o judoca egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão de seu vencedor, o israelense Or Sasson. Em Tóquio 2020, um judoca argelino também desistiu da competição para não enfrentar um israelense.Esse cenário de convivência forçada na Vila Olímpica, nas competições e até mesmo no pódio durante as Olimpíadas de Paris é algo que o Comitê Organizador diz estar preparado. "Nosso objetivo é deixar os atletas em segurança. Claro que olhamos para esses assuntos com muita atenção", garante o tricampeão olímpico e presidente do Cojo, Tony Estanguet. “Uma vez tomada uma decisão, iremos garantir que o dispositivo de segurança corresponda às necessidades destas delegações," diz. Esporte e políticaPara Lukas Aubin, especialista de geopolítica do esporte em entrevista à RFI, esse impasse demonstra que o esporte é de fato político. “Na época, quando Pierre de Coubertain decidiu criar o COI e os Jogos Olímpicos, em 1894 e 1896, ele militava para separar o esporte da política e pela neutralidade do esporte", contextualiza. “O problema para o COI hoje é que, há pouco mais de um ano, o Comitê Olímpico saiu de sua posição apolítica contra a Rússia pela paz na Ucrânia e a liberação de territórios ucranianos da invasão russa e hoje está finalmente tentando se despolitizar novamente. No entanto, vemos que é tarde demais”, avalia. "Se isso acontecer, será uma vitória para Vladimir Putin, pois significaria que o COI não leva em consideração a invasão da Ucrânia, porque se o COI decidiu em 24 de fevereiro de excluir a Rússia do esporte mundial foi para fazer Putin recuar de um ponto de vista militar”, acrescenta.Para Aubin, a problemática atual da participarão ou não dos atletas russos sob uma bandeira neutra nos Jogos de Paris- 2024 está ligada ao fato de que, para o presidente russo Vladimir Putin, o esporte é essencialmente político, como explica no livro “La Sportokratura sous Vladimir Putin". “Desde que chegou ao poder no final de 1999 e início de 2000, ele fez do esporte uma arma política, como na era soviética, como durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a URSS. Putin considera o esporte como um instrumento para projetar a influência da Rússia através do mundo. E os atletas, embora obviamente cada um tenha seus próprios interesses políticos, sua própria postura, etc., em geral, eles são usados pelo regime russo para promover seus interesses e espalhar a influência da Rússia internacionalmente”, diz o autor.O mundo esportivo espera agora uma decisão que depende principalmente da situação na Ucrânia, atualmente ainda muito instável, sendo difícil prever o que acontecerá nas próximas semanas ou meses.
Saudações pessoas! No episódio dessa semana Carapanã e Gabriel Divan comentam o recorrente e curioso expediente entre tantos formadores de opinião em tentar livrar a barra da extrema-direita canarinho. Articulistas que volta e meia reclamam da inação das instiutições correm pra achar um exagero quando elas agem contra a extrema-direita brasileira. O bolsonarismo criou uma casta de brasileiros que acha intocada pela lei, crença que os leva a recorrentes ações violentas e uma retórica de ameaça constante. Da violência política nas eleições passando pela invasão dos prédios dos 3 poderes, a extrema-direita brasileira acredita estar acima de leis e códigos morais, e seus membros chegam ao ponto de se sentir autorizados a agredir fisicamente filho de ministro do Supremo. As discussões em torno da legislação e do direito nesses casos são fundamentais, mas novamente existe uma recorrente opinião em certos circuitos ilustrados de que agir com o rigor da lei contra essas pessoas seria uma espécie de abuso. Depois do arquétipo do Voltaire de Higienópolis temos uma OAB inteira na Vila Olímpia, e um monte de diplomados que se arrogam a Advogados do Diabo… É cada uma.
A praticamente um ano da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, prevista para 26 de julho de 2024, os preparativos para receber milhares de turistas e delegações de atletas se intensificaram esta semana na capital francesa. As autoridades alertam os visitantes contra fraudes, principalmente no aluguel de imóveis turísticos. A prefeitura de Paris trabalha com a estimativa de receber 16 milhões de turistas entre a Olimpíada e os Paralímpicos, que vão até 8 de setembro do próximo ano. Quem prefere alugar um apartamento ou uma casa nos sites de locação de imóvel turístico, em vez de se hospedar em hotel, já está fazendo reserva e, alguns, enfrentando problemas com anúncios falsos.Os grandes sites do setor, como Airbnb, Expedia, Abritel, Tripadvisor ou o francês PAP, têm suas políticas de verificação dos anunciantes, mas assim mesmo é preciso ficar alerta. A fraude mais comum é a publicação de uma cópia de um anúncio já existente num site concorrente, com um preço mais atraente. Encontrar dois anúncios do mesmo imóvel com preços diferentes já deve soar como um alerta, e isso já está acontecendo com 10% das locações.Atualmente, um estúdio pequeno para duas pessoas em Paris, durante os Jogos de 2024, está custando de € 300 a € 500 por noite ou acima de € 500, se houver dois quartos ou mais. Moradores de Paris estão oferecendo suas casas para aluguel de terceiros nesse período, o que teoricamente é proibido sem declarar à prefeitura, mas é um jeito de escapar do imposto cobrado pelo município para imóveis de uso turístico.Para não ter más surpresas, a polícia e especialistas recomendam que os turistas só aluguem diretamente com proprietários e peçam uma cópia do documento de identidade da pessoa, algum comprovante de propriedade – pode ser o IPTU, que na França se chama "impôt foncier", ou recibo recente de pagamento de condomínio. Outra precaução é nunca pagar a reserva em uma conta bancária em outro país.Passagem mais rápida nos aeroportos A ADP, operadora dos dois maiores aeroportos internacionais de Paris – Charles de Gaulle e Orly –, já está testando neste verão de 2022 novos equipamentos e parte do esquema de segurança e hospitalidade para a Olimpíada.Em Orly, por exemplo, os policiais agora falam inglês. Cem agentes foram contratados para tornar mais rápido o controle de passaportes. Para o ano que vem, a operadora comprou novos scanners em 3D que vão dispensar o passageiro de tirar da bagagem líquidos e computadores; tudo vai passar direto pela esteira. Haverá postos de controle de passaporte automáticos para documentos de outros países, nos dois aeroportos, como os que já existem no Brasil só para brasileiros e na Europa apenas para europeus. Tudo isso já está em fase de teste e será ampliado.Para sair dos aeroportos de táxi, motorista de aplicativo ou transporte público, ainda são discutidas melhorias e este é um dos pontos mais complexos da organização. As filas de espera para táxis nos aeroportos, no período da alta temporada, podem chegar a uma hora; os aplicativos funcionam um pouco melhor. A prolongação do metrô que vai do centro de Paris até o aeroporto de Orly (linha 14), por exemplo, só vai ficar pronta para o encerramento dos Jogos, não para a abertura, como estava inicialmente previsto.Os organizadores prometem aumentar a frequência dos trens do metrô, diminuindo os intervalos de passagem nas linhas que servirão os locais de competição. A administração regional pretende abrir novas linhas de ônibus.Para os atletas, já está prevista uma pista exclusiva de circulação no anel viário periférico de Paris e em artérias de grande circulação na cidade. Porém, os motoristas de táxi estão reclamando que o trânsito ficará ainda mais infernal, porque a prefeitura já diminuiu consideravelmente as vias para carros.Obras ecológicasO Comitê Olímpico francês e a prefeitura de Paris querem realizar os jogos mais "sóbrios" e "ecológicos" da história. Dentro de Paris, só existe uma nova arena sendo construída, ao norte da capital, no bairro de La Chapelle – Arena Adidas –, que vai acolher as provas de badminton e ginástica. Nesse estádio de 8 mil lugares, uma sala foi concebida especialmente para tornar a experiência mais agradável aos autistas.O bairro de La Chapelle foi escolhido por ser o mais denso, caótico, poluído e pobre da capital; é onde fica a cracolândia de Paris. O objetivo dos organizadores foi atrair investimentos para gerar uma transformação nessa área.O restante dos equipamentos esportivos dentro da capital já existiam e estão apenas sendo modernizados, com a vegetalização de telhados e reformas para tornar as estruturas mais econômicas no consumo de energia.O que é novo e depois irá virar imóvel de habitação e escritório são os prédios da Vila Olímpica, distribuídos em três subúrbios da periferia norte de Paris – Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Île-Saint-Denis. A delegação brasileira ficará instalada em Saint-Ouen. Este é o triângulo mais pobre da França, a região com a maior concentração de população jovem e pouco qualificada. O projeto olímpico foi construído com o espírito de inclusão, de promover um resgate social nessa área, habitada principalmente por imigrantes e seus descendentes.Os prédios novos que vão acolher os 14.500 mil atletas e suas delegações nos Jogos, além dos 9 mil atletas dos Paralímpicos, foram pensados para o clima que fará na região em 2050. A grande polêmica é que as instalações da Vila Olímpica não têm ar-condicionado. Com as temperaturas cada vez mais altas no verão, há uma grande discussão se os atletas serão prejudicados pelo calor.O engenheiro-chefe das obras, da empresa Solideo, garante que dentro dos prédios haverá um sistema de resfriamento capaz de manter a temperatura seis graus abaixo da temperatura externa. Mas e se fizer 40 graus?Essa questão agita os bastidores diplomáticos. A preocupação é que este fator ar-condicionado possa criar desigualdade entre os competidores. As delegações mais ricas vão tentar instalar aparelhos portáteis de ar-condicionado; há quem diga que não existe infraestrutura elétrica para o consumo desses aparelhos. Enfim, esta é uma grande interrogação nesse momento em que as temperaturas batem todos os recordes históricos na Europa, e no mundo.
Coletiva: gov. Tarcísio de Freitas na estação Vila Olímpia 08/06/23 by Governo do Estado de São Paulo
Amb la Mayka Navarro parlem de l'assassinat de Valent
La matinada de divendres van disparar un tret al cap a Valent