Podcasts about trabalhei

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Presente Diário
Retribuição

Presente Diário

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 3:12


Devocional do dia 26/11/2025 com o Tema: “Retribuição” Trabalhei durante diversos anos em uma escola e, por lá, tive contato direto com muitas pessoas. Algumas vi engatinhando e retornando tempos depois com a vida feita e o coração cheio de gratidão. Foi assim que, recentemente, recebi em minha casa um ex-aluno. Fiquei imensamente feliz quando ele chegou, me deu um abraço e um presente como um símbolo de reconhecimento por todo apoio e ensino desde sua infância e adolescência. LEITURA BÍBLICA: Romanos 15.26-27 Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês (Rm 12.10).See omnystudio.com/listener for privacy information.

CoachCast
ANO V - 271 | A CONEXÃO mais FORTE! com Branca Boson

CoachCast

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 32:14


Mestre em Gestão da Informação, pós-graduada em Gestão Estratégica em Marketing e Responsabilidade Social Empresarial, graduada em Administração, sou amante das ideias. Trabalhei em comunicação, planejamento estratégico, gerenciamento de produtos e serviços e tive também experiência em docência. Caçula de pais professores e intelectuais, mãe da Letícia, uma bela médica em começo de carreira, atualmente escrevo. Escrevo para tirar o extraordinário do ordinário, provocar emoção em quem passa batido, fazer pensar e dar significado. Como um cinegrafista ou um fotógrafo com as imagens, faço com as palavras. Tudo tem história para contar, sejam produtos, empresas ou pessoas. A forma como é contada pode engajar, entreter, emocionar e determinar o alcance do objetivo esperado. O homem conta e contará histórias para viver, se relacionar e evoluir. Eu quero contar histórias.InstagramLinkedin

Devocional Verdade para a Vida
Nós esperamos, Deus trabalha - Isaías 64.4

Devocional Verdade para a Vida

Play Episode Listen Later Oct 7, 2025 3:09


Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocionalNós esperamos, Deus trabalhaPorque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera. (Isaías 64.4)Apenas poucas coisas têm me dominado com maior alegria do que a verdade de que Deus ama mostrar sua divindade ao trabalhar para mim, e que seu trabalhar para mim está sempre antes, debaixo e em qualquer trabalho que eu faço para ele.A princípio, pode soar arrogante quanto a nós, e implicar em menosprezo em relação a Deus, dizer que ele trabalha para nós. Mas isso é somente por causa da conotação de que sou um empregador e de que Deus precisa de um emprego. Esse não é o sentido quando a Bíblia fala de Deus trabalhar para nós. Como em Isaías 64.4: Deus trabalha “para aquele que nele espera”.O sentido apropriado em dizer que Deus trabalha para mim é que estou arruinado e preciso de ajuda. Eu sou fraco e necessito de alguém forte. Estou em perigo e preciso de um protetor. Sou tolo e necessito de alguém sábio. Estou perdido e preciso de um Resgatador.Deus trabalha para mim significa que eu não posso fazer o trabalho.E isso glorifica a ele, não a mim. O Provedor recebe a glória. O Poderoso recebe o louvor.Leia e seja liberto do fardo de suportar sua própria carga. Deixe que Deus faça esse trabalho.1. “Nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).2. Deus não é “servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17.25).3. “o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45).4. “Quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Crônicas 16.9).5. “Se eu tivesse fome, não to diria... Invoca-me... eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Salmo 50.12, 15).6. “Até à vossa velhice... eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei” (Isaías 46.4).7. “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10).8. “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127.1).9. “Se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado” (1 Pedro 4.11).10. “Desenvolvei a vossa salvação... Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar” (Filipenses 2.12-13).11. “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1 Coríntios 3.6).--Devocional Alegria Inabalável, por John Piper | Editora Fiel.Conteúdo oferecido em parceria entre Desiring God e Ministério Fiel.

Dama de Ouros
Ep. 132 - Curso financiado: Cria a tua comunidade digital

Dama de Ouros

Play Episode Listen Later Sep 23, 2025 11:22


Trabalhei muito nos últimos meses? Sim, mas por uma boa causa! Depois de ter conseguido criar o meu cantinho especial e transformá-lo no meu emprego a tempo inteiro, partilho contigo tudo o que aprendi nos últimos 6 anos sobre transformar um hobby num projeto viável

Alta Definição
Carlos Lopes: “A minha mãe nunca viu uma corrida minha, nem a do ouro nos Jogos Olímpicos. Dizia ‘estão a matar-te, estás muito magrinho'”

Alta Definição

Play Episode Listen Later Jul 12, 2025 50:39


Carlos Lopes, o primeiro atleta olímpico português a vencer uma medalha de ouro, é o convidado de Daniel Oliveira, no Alta Definição. Em 1984, o hino nacional ouviu-se em Los Angeles e a bandeira portuguesa era hasteada. Carlos Lopes foi o primeiro a atravessar a meta, na prova de maratona masculina. “Se as pessoas estavam acordadas para ver a prova às 3h da manhã, significa que acreditavam que era possível eu ser campeão olímpico”, salienta Carlos Lopes. Hoje com 78 anos, conta como foi crescer em Vildemoinhos, Viseu. “Aos 13 anos senti a necessidade de ir trabalhar para ajudar a família. Ninguém me pediu, os meus pais ficaram incrédulos, os professores queriam que continuasse a estudar”, recorda. Apesar de ter conquistado um dos mais importantes marcos do desporto em Portugal, recusa o rótulo de herói. “Nunca fui nem trabalhei para o ser. Trabalhei para fazer coisas diferentes dos outros, isso é que me faz feliz” Ouça aqui o Alta Definição em podcast, emitido na SIC a 12 de julho.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Artes
Christine Enrègle pinta árvores centenárias do Jardim das Plantas de Paris

Artes

Play Episode Listen Later Jul 2, 2025 16:59


Na Galeria de Botânica do Jardim das Plantas, em Paris, a artista francesa Christine Enrègle presta homenagem a três árvores notáveis com desenhos a carvão que captam o tempo vegetal. Numa residência de dez meses, entre contemplação e criação, a artista revela a memória e a transformação das árvores centenárias. Uma viagem entre arte, ciência e ecologia, onde o gesto artístico dialoga com o ritmo lento da natureza. Na Galeria de Botânica do Jardim das Plantas, em Paris, um espaço fechado ao público desde 2020 e reservado ao trabalho silencioso de investigadores, habita, há quase um ano, uma artista de escuta atenta e traço paciente. Christine Enrègle instalou-se neste espaço para acompanhar, observar e, sobretudo, desenhar três árvores centenárias que testemunharam mais de dois séculos da história humana: um cedro do Líbano, um plátano oriental e um pistácio verdadeiro. Plantadas entre os séculos XVII e XVIII, estas árvores não são apenas testemunhas botânicas: são presença, são monumento, são tempo em forma vegetal. “Cada uma destas árvores tem uma arquitectura singular. Escolhi-as pelas suas diferenças formais, mas também pela vontade de aprofundar a relação com cada uma ao longo de várias estações. Gosto de trabalhar demoradamente sobre cada uma delas”, explica a artista, rodeada de desenhos de grandes dimensões, todos executados a carvão sobre tela de algodão. Iniciada em Setembro de 2024, a residência de Christine Enrègle prolongou-se até Junho de 2025. “O tempo da árvore não é o nosso”, explica. “Ela cresce, muda, mas tão lentamente que os nossos olhos não conseguem perceber. É por isso que as trabalho em séries: para dar conta desse movimento perpétuo e quase invisível", acrescenta. Cada série corresponde a uma estação do ano. No outono, o cedro do Líbano impôs-se com a sua verticalidade imponente. “É o mais antigo da sua espécie em França, trazido de Londres por Bernard de Jussieu em 1734. Impressiona pela altura e pela força silenciosa. Trabalhar com ele foi como estudar uma coluna viva do tempo”, explica. No inverno, Christine Enrègle voltou-se para as raízes do plátano de Buffon. “A luz era fraca, os dias curtos, o frio constante… tudo isso fazia eco com o subterrâneo, com a escuridão onde vivem as raízes. Foi uma fase de recolhimento, de escavação interior também”, detalha. Finalmente, na primavera, o pistácio verdadeiro permitiu-lhe fazer uma síntese visual das duas árvores anteriores: “Os seus ramos lembram raízes, mas têm também uma direcção ascendente. Há nele algo de reconciliação entre o que cresce para cima e o que se estende para baixo”. O suporte técnico das obras é tão essencial como o tema. Christine Enrègle desenha com carvão, matéria de madeira calcinada, sobre telas de algodão tradicionalmente usadas em pintura. “O carvão é madeira que morreu. Usá-lo para representar uma árvore viva é, para mim, um gesto simbólico de regeneração”, conta. Antes de aplicar o carvão, Christine Enrègle humedece a tela com pincéis: “A água é fundamental. Ela permite que o carvão se fixe melhor. Trabalho por camadas, e há momentos em que termino o desenho a seco. As sombras surgem pouco a pouco, como a própria árvore. É um trabalho de longa duração, que imita o ritmo da vida vegetal”. Na fase preparatória, a artista passa horas ao lado das árvores, observando, fotografando, escutando. “Tiro centenas de fotografias, mas mais do que isso: contemplo. Cada desenho nasce de um encontro. Primeiro sinto a presença da árvore. Depois, observo a sua estrutura, tento compreender as articulações do tronco, dos ramos… há uma relação quase anatómica com o corpo humano”, conta. Além do impacto visual e da coerência plástica, há uma dimensão histórica que atravessa toda a residência. O cedro do Líbano, plantado em 1734, carrega consigo uma lenda: durante o transporte desde Londres, o vaso onde era cultivado partiu-se, e Bernard de Jussieu foi forçado a carregá-lo no chapéu até Paris. O plátano oriental foi plantado em 1785 por Buffon, então intendente do Jardim do Rei. Já o pistácio provém de sementes trazidas do Levante por Joseph Pitton de Tournefort em 1702, e foi a partir do seu estudo que se descobriu, pela primeira vez, a função do pólen na reprodução das plantas, um escândalo científico à época. “Estas árvores são extraordinárias, não apenas pela idade ou pela forma, mas por tudo o que representam”, sublinha Christine Enrègle acrescentando que “são testemunhas de séculos de história. E, ao lado delas, sentimos a nossa pequenez: física, temporal, talvez até existencial”. O trabalho de Christiane Enrègle não se esgota na contemplação estética. Há nele uma preocupação evidente com a ecologia e com o destino do planeta. “Hoje, as árvores enfrentam ameaças novas. Há menos água, o clima mudou. Muitas morrem mais cedo do que deveriam. A arte pode alertar, sim, mas sobretudo pode propor outra maneira de olhar: mais atenta, mais respeitosa”, acredita. A artista evoca Franz Krajcberg, com quem trabalhou no Brasil em 2002, como uma influência determinante: “Ele fazia arte com madeira queimada da Amazónia. Denunciava, com grande força poética, a destruição da floresta. Partilho da sua urgência: a vida deve continuar, qualquer que seja a sua forma”. Os desenhos de Christine Enrègle ainda não têm casa definitiva. A galeria de Botânica, onde nasceram, está fechada ao público. Mas no âmbito da Fête de la Science, a realizar-se nos dias 11 e 12 de Outubro de 2025, o espaço vai excepcionalmente estar aberto para mostrar uma selecção de obras e dar a conhecer o trabalho da artista.“É um privilégio trabalhar aqui. Estamos rodeados de cientistas, cada um concentrado na sua pesquisa. Há um silêncio produtivo, uma energia de concentração que muito me ajudou. Trabalhei sozinha, sim, mas nunca em solidão”, descreve. Christine Enrègle espera apresentar os seus desenhos noutras instituições fora do museu, dado o volume da produção, mais de sessenta obras, e o desejo de partilhar com um público mais vasto esta experiência de comunhão entre arte, ciência e natureza.

Rádio ASPUV
Rádio ASPUV #8/25 | Redução da jornada de trabalho

Rádio ASPUV

Play Episode Listen Later Jun 16, 2025 56:24


"Trabalhei seis por um por mais de 20 anos. Não fui a aniversários, casamentos, formaturas. Até o dia em que pararam de me convidar. Perdi meus amigos, fiquei doente." Este relato real é apenas um entre milhares que mostram o custo humano da escala 6x1. No episódio de hoje do Rádio ASPUV, mergulhamos na luta histórica pela redução da jornada de trabalho e os impactos dessa mobilização que tomou as ruas e redes sociais em 2024.Entrevistamos o advogado e autor da cartilha "A Luta pela Redução da Jornada de Trabalho", Gabriel Landi, para elucidar como o movimento VAT (Vida Além do Trabalho) viralizou a pauta; o caminho da PEC que propõe o fim da escala 6x1 no Congresso; e experiências bem-sucedidas no Brasil e no mundo.

Artes
UNESCO reconhece arquivos sobre a escravatura em Cabo Verde

Artes

Play Episode Listen Later Apr 23, 2025 8:45


O projecto "Documentos sobre a Escravatura nos Arquivos da Secretaria-Geral do Governo de Cabo Verde - 1842-1869" foi reconhecido na edição de 2025 do programa da UNESCO, que visa preservar o património documental da humanidade. Em entrevista à RFI, o teólogo e historiador cabo-verdiano Jairzinho Lopes Pereira afirma que esta distinção é o reconhecimento do trabalho realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, sublinhando ainda que estes documentos desempenham um papel fundamental na preservação da memória da escravatura. O que representa este reconhecimento da UNESCO para Cabo Verde?Trata-se do reconhecimento da UNESCO pelo trabalho que tem sido feito pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, em Cabo Verde, através do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, no sentido de promover a preservação do espólio documental, que é de grande importância.Um segundo aspecto diz respeito ao reconhecimento do valor — não só científico, académico, cultural, mas também patrimonial — que a UNESCO atribui a este Fundo da Secretaria-Geral do Governo, relativo à escravatura.Há um terceiro elemento que gostaria de realçar, que tem a ver com o estímulo, pois tenho a certeza de que, após este reconhecimento, os documentos do Fundo passarão a ser mais conhecidos.Este arquivo é constituído por quantos documentos e em que estado se encontram?Não posso dar detalhes precisos dos números. Sei que são quatro caixas, com muitos livros, manuscritos e também documentos avulsos.Trabalhei pessoalmente neste Fundo e o que posso dizer é que são registos de grande importância para o estudo da escravatura na zona do Atlântico, sobretudo no caso de Cabo Verde.Como sabe, existiu na Cidade Velha, [na ilha de Santiago] um entreposto de grande importância no que toca ao tráfico transatlântico. Portanto, acho que o reconhecimento vem mesmo a calhar e é totalmente merecido.Qe importância têm estes documentos para a preservação da memória, nomeadamente da memória da escravatura em Cabo Verde?Têm uma importância enorme. A diversidade dos documentos remete para a quantidade e variedade de informações ali presentes. Depois, há um outro aspecto, uma vez que temos, nestes documentos, um conjunto de realidades díspares e até divergentes que são importantes para perceber a questão da memória e da preservação. Primeiro, estamos a falar de duas fases distintas — no século XVII até ao século XVIII, temos um período em que a escravatura está em vigor, em que os movimentos abolicionistas ainda são tímidos. Mas depois, no século XIX, sobretudo após a abolição da escravatura na Grã-Bretanha, ou na Inglaterra, surge a questão da pressão inglesa sobre as outras colónias, no sentido de também avançarem com a abolição da escravatura.É aí que entra o caso português e a Comissão Mista instalada na Boavista, que surge na sequência de um tratado assinado entre Portugal e Inglaterra, em 1842, com vista à abolição progressiva da escravatura nas colónias portuguesas.O que traz de novo essa informação?Permite-nos, por exemplo, perceber como é que a Inglaterra, através da Marinha, desenvolvia todo um conjunto de acções não só para pressionar, mas também para vigiar. Dispomos das correspondências dos cônsules, dos representantes da Foreign Office na Boavista, informações sobre como os portugueses violavam constantemente o Tratado de 1842.Dispomos, igualmente, de um conjunto de casos de violência contra escravos libertos que são relatados à Foreign Office em Londres e também nos permite comparar as informações desta parte da Comissão Mista, com uma outra comissão que se instalou em Cabo Verde: a Junta Protectora de Escravos e Libertos de Cabo Verde.Para além de permitir a preservação da memória, estes novos dados vão permitir aos investigadores actualizarem a história?Actualizar a historiografia, sim. Mas também temos de nos lembrar que este Fundo já existia há algum tempo. Porém, isto vai permitir um tratamento mais adequado, actualizar a produção historiográfica nesta matéria e também possibilitar novas análises, tendo em conta um conjunto de informações que muitos investigadores poderão não ter tido o cuidado de explorar devidamente.Quando fala desse conjunto de informações, refere-se, por exemplo, aos nomes, ao sexo e ao local de nascimento dos escravos?Refiro-me, sobretudo, a dados que têm a ver com o tratamento dos escravos, com questões de masculinidades, com a violência praticada sobre os escravizados.Falo sobre a rotina diária dos escravos, sobre os registos de baptismo, e sobre as informações que constam nas cartas de missão ou nas chamadas cartas de alforria.Refiro-me ainda, por exemplo, à informação sobre a religiosidade e a espiritualidade dos escravos.Portanto, um conjunto de elementos que nos permitem reconstruir a realidade da escravatura em Cabo Verde.Dados importantes para o estudo da escravatura no país…Evidentemente. Até porque, em Cabo Verde, não temos propriamente nenhum estudo actualizado e sistemático sobre a escravatura. Parece difícil de acreditar, mas o último grande estudo sistemático e detalhado que temos sobre a escravatura é da autoria do historiador António Carreira.Urge actualizar o estudo da escravatura e com toda a importância que este tema assume na História, Cabo Verde não tem tido a atenção que merece por parte dos académicos.Este reconhecimento da UNESCO poderá ser um novo incentivo?Acredito que sim. Eu já estudei a questão da escravatura em Cabo Verde, mas sobretudo através de artigos especializados sobre temas específicos — mais relacionados com a missionação, com a história eclesiástica, com o baptismo dos escravos, com a violência colonial. Mas há muitos outros aspectos que podem ser estudados e que ainda não o foram.Esta distinção pode contribuir para que se avance nos movimentos de reparação?Evidentemente. Hoje há já um renovado interesse em torno da questão da violência colonial, sobretudo em relação aos movimentos de reparação pelas barbaridades cometidas durante o período colonial. Ainda há dias houve uma reunião. em Nova Iorque, nas Nações Unidas, promovida por um grupo de descendentes de africanos que estão a explorar esta questão das reparações.Há todo um movimento internacional e acho que estes Fundos devem servir de base de estudo e preparação para fazermos um trabalho mais sério e mais objectivo nesta luta pelas reparações.A Unesco reconheceu ainda a candidatura conjunta dos livros e registos de escravos entre Angola, Moçambique e Cabo Verde. "Recenseamento de escravos em Angola, Cabo Verde e Moçambique determinado por decreto português de 14/12/1854". Trata.se de um projecto com 79 livros de registo de escravos nestes trés países, criados principalmente entre 1856 e 1875. A Unesco afirma que estes registos são sobre "uma época em que a escravidão tinha oponentes em todo o mundo" e que esses livros "forneciam registos detalhados, incluindo nomes, sexo, local de nascimento, idade, características físicas, ocupações e informações sobre proprietários de escravos".

Sociedade Primitiva
Trabalhei 5 anos no INFERNO (MUNDO CORPORATIVO) - Número 320

Sociedade Primitiva

Play Episode Listen Later Apr 13, 2025 196:56


Qual é o seu limite no trabalho?Flekir https://youtube.com/@flekir?si=ZDQgRFoE5JXYGFl_https://www.instagram.com/flekir.platinao?igsh=bTNianJidjc3YzJ3Música encerramento: Alex Gavazzi - 7 Years (Undeclinable Ambuscade)

Sefaz Conecta
#T10EP06 -Sefaz Conecta com Eduardo Yanai: Pix Veículos, DARE, pagamentos, DTIC, filhos; no pain, no gain

Sefaz Conecta

Play Episode Listen Later Mar 31, 2025 13:27


Neste 6ª episódio você vai saber como nasceu uma das ferramentas que mais causaram impacto positivo na relação entre o Fisco paulista e o contribuinte nos últimos tempos: o Pix Veículos - sinal de modernidade, rapidez e segurança na hora de pagar os impostos devidos, em especial o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor). Além desta nova modalidade de pagamento, você também vai conhecer o trabalho dos bastidores para entrar em operação o DARE-SP (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais). Tudo isso e muito mais você confere neste bate papo com o auditor fiscal Eduardo Rocha Yanai, líder de desenvolvimento do sistema "Ambiente de Pagamentos", ligado à Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC).Yanai comenta também que sua equipe começou a desenvolver os pagamentos via Pix quando essa ferramenta ainda era discutida em todo o país.  “No DARE a gente fez desenvolvimento praticamente em paralelo com a implantação do Pix para o Brasil inteiro. Então foi bem desafiador, porque a gente estava aprendendo junto com todo mundo como utilizar as ferramentas, as APIs. Aí já no Pix Veículos, que foi mais recentemente, a gente já tinha experiência, então foi mais tranquilo. Essa parte de integração com o Pix foi bem tranquila. O desafio mesmo foi lá em 2021, quando ninguém conhecia direito como funcionava", explica.Ele também fala de sua trajetória profissional desde a formação em Engenharia da Computação. “Trabalhei alguns anos na iniciativa privada, depois passei pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), fui auditor fiscal da Prefeitura de São Paulo, até quem em 2013 entrei na Sefaz-SP", se recorda.Adepto do lema de vida “no pain, no gain", Eduardo diz que não há ganhos sem dor. Quando está de folga, ele dá preferência por atividades que envolvam sua esposa e seus filhos, de 10 e 7 anos, como por exemplo, “passear no parque, ir à piscina, ir ao cinema, jogar videogame, jogos de tabuleiro, montar quebra-cabeças".Portanto, venha entender melhor como começou a história do Pix na Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo.Conecte-se com a gente, aqui no Sefaz Conecta!​

RFM - Ninguém POD comigo
Já trabalhei no Sporting | Ep. 152

RFM - Ninguém POD comigo

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 9:36


Hoje foi dia da Ana Garcia Martins testar quão bem o Café da Manhã a conhece. Em que ano foi criado o Blog Pipoca Mais Doce? Com que falhado que virou famoso trabalhou? Quantos pares de ténis tem?

Esportes
Brasileira desenvolve projeto de ação social por meio do esporte no norte da França

Esportes

Play Episode Listen Later Mar 9, 2025 6:30


De uma infância pobre no Brasil até à liderança de um grande projeto de inserção social pelo esporte na França, o percurso de Alessandra Machado foi cheio de obstáculos e superação. Ela conseguiu realizar o sonho de fundar uma associação que ajuda mulheres de diferentes horizontes a conquistar o bem-estar e a emancipação. “É minha luta, porque eu cresci com mulheres, não tinha pai, era só mulher em volta de mim. E esse engajamento com as mulheres e o esporte para mim não é indissociável, porque o corpo da mulher é político. O movimento faz parte da emancipação e todo o processo da minha vida foi em volta disso, do movimento do corpo e da identidade de gênero”, disse Alessandra Machado à RFI.Filha única de mãe solteira, ela nasceu em Valença, no interior do Rio, e cresceu num ambiente de muita pobreza, mas seguiu o conselho materno de mergulhar nos livros e investir na educação. Em uma viagem à França, encontrou a oportunidade de uma vida melhor para fugir da “miséria econômica”.“A França era a minha América, minha oportunidade de quebrar meu destino de ser miserável e pobre”, conta. Ela chegou a trabalhar sem documentação legal, pensando principalmente em enviar dinheiro à sua família e, ao mesmo tempo, economizar para trazer as três filhas que ficaram no Brasil.“Eu trabalhei em restaurante, cuidando de crianças, posando como modelo viva para artistas. Trabalhei até 17 horas por dia para mandar dinheiro para o Brasil e melhorar a situação das minhas filhas”, lembra.  Associação Passer'EllesDepois de trabalhar dez anos com o ex-marido em um comércio, Alessandra se separou e encontrou na zumba uma oportunidade de dar aulas de dança em Lille, no norte da França. Era o início de uma trajetória que a levou à Federação Francesa de Esporte e Ginástica, onde conquistou, aos 37 anos, seu primeiro diploma, de educadora esportiva.“Minha segunda formação foi num centro social, com mulheres. Eu senti uma coisa potente ali dentro. Essas mulheres de locais precários têm um poder de resiliência que existia na minha comunidade no Brasil. Foi com essa vontade de criar um coletivo de diversidade, através da animação nos bairros, e fazendo laços com minha história pessoal, que o Passer'Elles nasceu.”Hoje, já são 45 formações na bagagem, que contribuem para dar a base e sustentação ao projeto Passer'Elles. A iniciativa, criada em 2014, gira em torno de quatro eixos: esporte e vínculo social, esporte e saúde, diversidade inclusiva, e o nomadismo, uma vez que as atividades podem ser realizadas em diferentes locais para atingir um público mais amplo e diversificado.Nessas mais de duas décadas de atuação na região de Lille, a Associação Passer'Elles desenvolveu e propõe uma série de atividades: ginástica, zumba, atividades cardiorrespiratórias, pilates, caminhadas e até ciclismo.O esporte pode ser emancipador, mas não sistematicamente, na opinião da brasileira. "Se ele é performance, tem primeiro, segundo e terceiro lugar com pódio e pode ser excludente", argumenta. "Então, isso depende do meio, no qual você vai propor o teu projeto pedagógico para acompanhar alguém", afirma Alessandra. "Eu costumo dizer nas minhas aulas que o esporte é um instrumento. Por isso que os elementos fundadores, que são nossos pilares, podem dar segurança ao projeto”, acrescenta.Projeto "revolucionário"Os perfis das mais de 500 mulheres associadas são muito variados: empresárias, médicas, profissionais liberais, desempregadas e migrantes. “Nós podemos ser gratuitos para refugiados, requerentes de asilo, pessoas em situação irregular, pouco importa. Mas as pessoas que ganham mais, pagam mais. A gente junta no mesmo lugar a multiplicidade de pessoas desse país”, explica Alessandra. Acompanhada de uma equipe de 35 voluntárias e cinco educadoras para ajudá-la na realização, ela considera o projeto “revolucionário”.  Aos 52 anos, Alessandra Machado pretende expandir o conceito de sua associação e contribuir para outros movimentos que tenham foco na ação social por meio do esporte.“Temos várias propostas de modelização com nossa federação e estamos trabalhando para a formação de educadoras inclusivas, que trabalhem o vínculo social, que chamamos de sócio-esporte. Nosso trabalho é focado nessas educadoras", explica a brasileira.Experiente, ela leva em conta que tudo é modulável, segundo os meios, a geografia, a história. "Não dá para simplesmente copiar um elemento e achar que ele vai funcionar em todos os lugares. Esse conceito de modelização é uma ideia utópica. Mas certamente alguém deve fazer a mesma coisa em algum lugar”, conclui Alessandra.

Convidado
Ana Maria Cabral e as memórias de Amílcar Cabral [1/2]

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 14, 2024 8:16


Cabo Verde comemora o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, figura que liderou a luta pela libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. "Quando conheci Cabral o que me atraiu logo foi o lado político. Nós seguíamos as lutas de todos os povos do mundo. Acompanhámos a libertação de Cuba e precisávamos de gente assim para começar a luta, para mudar o nosso país", conta-nos Ana Maria Cabral, viúva de Amílcar Cabral. RFI: De que forma é que olha para estas celebrações em torno do centenário do nascimento de Amilcar Cabral?Ana Maria Cabral: Foi uma boa iniciativa, mas foi pena não ter oportunidade de mobilizar mais gente, sobretudo jovens. A sala estava muito vazia. Fiquei impressionada, tendo em conta que se realizou no auditório de uma universidade. Claro que as aulas ainda não começaram, mas devíamos ter mobilizado mais alunos, porque foi pena. As intervenções foram muito interessantes. Foi pena realmente a assistência ter sido muito reduzida. Recorda-se do primeiro encontro com Amílcar Cabral?O primeiro encontro foi há muitos anos. Acho que o primeiro encontro terá sido em Lisboa. Havia gente ligada à Casa dos Estudantes do Império, onde eu era muito activa. A Casa dos Estudantes do Império ficava na Rua Actor Vale, 37, onde vivia uma família de São Tomé e Príncipe, se a memória não me falha. Acho que foi nessa casa que eles criaram o Centro de Estudos Africanos, ele, o Agostinho Neto, o Mário de Andrade, já todos falecidos. Mais tarde entrou também o Eduardo Mondlane, de Moçambique, que também já morreu.Organizavam-se bailes, encontros no Natal, porque a maioria não tinha familiares em Portugal e era uma maneira de estarmos juntos. Na Casa dos Estudantes do Império, além das festas, organizavam-se outros actos culturais. Eu conheci o Amílcar numa dessas casas. Um dia disseram que ele era casado com uma portuguesa e eu disse 'ele não quer saber nada da nossa terra'. Foi uma amiga são-tomense que nos apresentou, ela continua a viver em Portugal, chama-se Esperança e também é viúva como eu. Foi ela quem me apresentou o Amílcar Cabral.O que é que a atraiu: o homem ou o político?Quando conheci Cabral o que me atraiu logo foi o lado político, embora fosse um homem extremamente atraente. Nós seguíamos as lutas de todos os povos do mundo. Até acompanhámos a libertação de Cuba e sempre precisamos de gente assim para começar a luta, para mudar o nosso país, libertar os nossos países. Foi interessante.Quais é que foram os maiores desafios de ser esposa de um líder revolucionário?Os desafios foram tantos, tantos, que eu podia ficar um dia inteiro a contá-los. Resumindo: o maior desafio foi acompanhar uma personalidade como ele, com um carácter forte. Além de ter um carácter muito forte, ele era condescendente, aceitava as opiniões de todos, mesmo se ele reparasse que não tínhamos razão. Ele aceitava porque ele aceitava a opinião de toda a gente. Ele dizia que 'todos nós somos úteis para essa nossa luta de libertação' e por isso aceitava a opinião de toda a gente. Lembro-me das reuniões que ele fazia com os mais velhos, com aqueles chefes. A Guiné é um país pequenininho, mas cheio de grupos étnicos, variadíssimos grupos étnicos. Há grupos que são sociedades estratificadas, e ele reunia-se com esses chefes. Uma vez, lembro-me, a propósito das mulheres, ele tinha lançado a ordem de que tínhamos de proteger as nossas mulheres nas áreas já libertadas do colonialismo. Ele insistia que era preciso chamar as mulheres.Integrá-las na luta?Não só integrá-las, havia muitas mulheres. As mulheres foram as primeiras a participar na luta porque elas eram exploradas em casa pelos maridos. Permitia que toda a gente participasse, inclusivamente aqueles que não estivessem de acordo podiam defender os seus ideais, as suas opiniões. Ele aceitou que toda a gente expusesse o seu ponto de vista, mesmo que fossem contrários à opinião dele. Por exemplo, nas áreas libertadas ele e os companheiros dele, se eram cinco membros, três tinham que ser mulheres. Se eram comités pequenos ou de três membros, um tinha de ser uma mulher. Houve muitos protestos da parte dos homens que diziam 'não há mulher para ficar em casa para cozinhar para nós', não sei o quê. Foi muito difícil.Mais tarde, ele e os companheiros dele resolveram criar as milícias, que eram gente que ajudava os combatentes que estavam a participar directamente no combate. Foi também um problema, os homens mais velhos não queriam que a mulher participasse, mas lá se conseguiu. Houve algumas mulheres que se tornaram célebres, como a Carmen Pereira, já falecida, e a Titina Silá, que morreu estupidamente. Ela estava numas áreas libertadas no Norte e como era muito jovem tratava o Cabral como pai. Quando soube da sua morte  quis ir a Conacri assistir aos funerais e os portugueses colonialistas acharam que deviam passar por aquele rio, que era um rio cheio de crocodilos. Ela caiu e como não sabia nadar, os companheiros não conseguiram salvá-la e ela terá sido levada e comida pelos crocodilos. Teve uma morte estúpida. A Titina Silá é considerada uma heroína. Todos os anos, depois de 20 de Janeiro, a data em que mataram o Cabral, as pessoas levam as crianças com flores e vão deitar flores a esse rio.O facto de ter vivido ao lado de Amílcar Cabral, de o ter apoiado, como é que vê para o seu contributo na luta de libertação?Eu, como era militante, eu tinha de contribuir, como toda a gente.Mas mais ainda enquanto esposa..Como militante fui professora na Escola Piloto. Depois foram-se criando áreas libertadas e uma das coisas que se fez foi criar pequenas escolas onde a palavra de ordem era 'quem souber ler e escrever tem de ensinar aos outros'. Os combatentes que sabiam escrever e ler, ensinavam. No início, abriram-se pequenas escolas com os meninos sentados no chão e assim começou a alfabetização nas áreas libertadas. Trabalhei na escola piloto como professora com os alunos, tivemos de fazer livros, tivemos de arranjar todo o material para fazer livros. Mais tarde, com o desenvolvimento e com trabalho de Cabral e dos outros, recebemos muito material escolar da parte dos países nórdicos, sobretudo da Suécia, Alemanha, antiga RDC, de Cuba... e às vezes tinha de interromper o meu trabalho porque o Cabral estava cansado de viajar sozinho e pedia que eu o acompanhasse. Fui a muitas conferências, acompanhando o Cabral.

Artes
Cantora guineense Eneida Marta lança música sobre Rainha dos Bijagós

Artes

Play Episode Listen Later Aug 21, 2024 10:58


Eneida Marta é conhecida pelo seu estilo peculiar que busca casar nas suas músicas a modernidade com a ancestralidade dos povos guineenses. Dona de uma das mais belas vozes da música moderna guineense, Eneida Marta traz sempre nos seus trabalhos alguma reflexão sobre a difícil situação da maioria das crianças guineenses sem nunca descurar a canseira enfrentada pela mulher. Como a própria diz, na história moderna da Guiné-Bissau, há e houve sempre grandes mulheres que não podem ser esquecidas. Uma dessas mulheres é a Okinka Pampa, aquela que foi a única mulher a ser coroada rainha de um dos povos da Guiné-Bissau, o povo Bijagó, das ilhas do mesmo nome."Okinka foi a rainha dos Bijagós. A rainha Okinka Pampa, como muitos sabem, sucedeu ao seu pai e foi encarregue de proteger os ancestrais da ilha e ser a guardiã das suas tradições. Numa época em que o colono português se preparava para ocupar o arquipélago dos Bijagós, como parte das suas reivindicações territoriais na África", começa por recordar Eneida Marta.O reinado de Okinka Pampa ocorre entre 1910 e 1930, sucedendo ao pai, entretanto, falecido, mas foi tempo suficiente para enfrentar o colonialismo português, acabar com a escravatura nas ilhas Bijagós, pacificar aquele território, que estava devastado por guerras fratricidas e ainda fundar direitos da mulher que vigoram até os dias de hoje.Entre o povo Bijagó, caso único na sociedade guineense, a mulher é quem escolhe o homem com quem casar e se um dia não gostar mais desse casamento, simplesmente despede o marido.Eneida Marta explica que sempre quis homenagear os feitos de Okinka Pampa e através dela, todas as mulheres guineenses. Praticamente desde que começou a cantar de forma profissional nos finais dos anos 1990, que tinha em mente contar a história de Okinka Pampa, através da música."O tema ou a música, como se preferir, de Okinka Pampa, foi criada sensivelmente há quase um ano em Londres e então, desde aí deu-se o trabalho. Começou-se o trabalho desde da fase embrionária que começou em Londres e depois foi toda essa gravação ao longo dos meses e culminou com a filmagem do videoclipe, que foi em Dezembro de 2023. Esse projeto, no fundo, está a ser preparado há sensivelmente quase um ano," esclarece a cantora.Agora que o projecto saiu da imaginação, Eneida Marta espera que a música e o videoclipe sejam apreciados nos quatro cantos do mundo. "Naturalmente, com essa bela homenagem feita a essa nossa rainha que foi tão importante para a Guiné-Bissau como para a África, é claro que eu quero atingir o mundo", diz.Eneida Marta acredita ter trabalhado com os melhores realizadores de videoclipes no mercado português, daí o resultado que surpreendeu a própria. A ideia foi oferecer algo cinematográfico a quem assiste à música Okinka através do vídeo."O objectivo de fazermos um vídeo quase cinematográfico é propositado, claro. A ambição é muito grande em dar a conhecer a nossa Okinka Pampa. Não passa daquilo que eu disse. O objectivo deste trabalho é atingir o mundo e dar a conhecer Okinka Pampa. Trabalhei com um dos melhores em Portugal, que é o Wilson, que é o videógrafo com quem trabalhei e o Índio Nunes também na produção do vídeo. É claro que tem que chegar ao mundo. A história de Okinka Pampa realmente é e merece ser um filme", considera a artista.A história de Okinka Pampa é tão valiosa quanto desconhecida até entre os próprios guineenses. Eneida Marta entende que se devia aproveitar o mote lançado pela sua música de homenagem à rainha do povo Bijagó para contá-la através de um filme. "É claro que o historiador Quinca Pampa daria um grande filme, digno de prémios. Disso não tenho a mais pequena dúvida", conclui Eneida Marta, cuja nova música pode ser encontrada nas várias plataformas das redes sociais.

Convidado
O olhar dos 'contratados' cabo-verdianos sobre o século XX em São Tomé e Príncipe

Convidado

Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 26:01


São Tomé e Príncipe assinalou hoje 49 anos de independência. Por esta ocasião, o Presidente cabo-verdiano deslocou-se àquele país com o qual os elos são fortes, dada a grande comunidade de origem cabo-verdiana que está radicada no arquipélago, desde o princípio do século XX. Nessa altura, milhares de cabos-verdianos juntaram-se a trabalhadores de Angola ou de Moçambique nas roças, mediante contratos cujas condições eram pouco melhores do que a escravatura que atinha sido abolida em 1875. No âmbito dos encontros que o Presidente José Maria Neves tem mantido com as populações de origem cabo-verdiana no país, um dos descendentes desses trabalhadores 'contratados', Venâncjio dos Santos, conhecido como 'Joãozinho', produtor de café e fundador de uma associação que apoia os residentes de origem cabo-verdiana, foi condecorado com a ordem de 2a classe da Medalha do Vulcão pelo trabalho que tem desenvolvido. Em declarações à RFI, Venâncio dos Santos recordou o seu percurso."Trabalhei na roça e na plantação. Trabalhei na oficina e na agricultura. Na época, não havia essa liberdade. Como sabe, a gente estava sob o jugo colonial. A gente não tinha tanta expressão como dizem agora. Aquilo tinha um horário que tinha que respeitar. Era um bocadinho mais forçado. Às vezes davam tarefa que você não cumpria toda e não ganhava o dia. Não havia aquela liberdade. Depois, com o conhecimento, fui comerciante, fui condutor de praça. Depois dediquei-me à agricultura, café e transformação. Depois de 25 de Abril pensámos em criar uma associação. Dado o ambiente que estava a passar, pensámos, unimo-nos com algumas pessoas, criamos uma associação, a Kê Morabeza", conta o descendente de 'contratados' cabo-verdianos.Questionado sobre a condecoração que recebeu de Cabo Verde, Venâncio dos Santos diz que lhe dá alento para continuar empenhado junto da sua comunidade. "Se houver possibilidades para fazer mais, eu vou fazer. Normalmente há sempre pessoas que precisam de uma mão, precisam de medicamentos. Precisam de alimentação, mais do que dinheiro, eles não têm dinheiro. Um bocadinho que eu tenho, às vezes ajuda para medicamentos e outras coisas essenciais", diz o líder associativo.'Contratados' cabo-verdianos chegam a São Tomé e Príncipe no começo do século XXCalcula-se que cerca de 8% da população de São Tomé e Príncipe tenha origem cabo-verdiana. Chegados em massa no princípio do século passado, foram para as roças e trabalharam sob o chamado regime de 'contratação'. A historiadora são-tomense Nazaré Ceita que tem pesquisado sobre este período e que ultimamente tem trabalhado juntamente com outros estudiosos dos PALOP na elaboração de uma obra sobre as lutas de libertação nacional, evocou com a RFI a história dos 'contratados', em particular os trabalhadores que deixaram para trás as ilhas de Cabo Verde.Ao recordar que após a abolição da escravatura, verificou-se "uma terrível falta de mão-de-obra" e os antigos escravos, doravante livres, "correm para a cidade de São Tomé," muitos deles tornando-se sapateiros ou agricultores independentes, a estudiosa explica que começam a contratar pessoas vindas de fora para dar continuidade ao trabalho nas roças de cacau de que o país, naquela época, era um dos grandes produtores.Chegam de Angola, Moçambique e até da China, segundo a historiadora que, relativamente a Cabo Verde, de onde vieram boa parte dos trabalhadores, refere que "havia agentes de contratação naquele país. A partir de lá, já eram direccionados para diversos patrões em São Tomé e Príncipe. Mas por causa desta avalanche de gente, nem sempre os cabo-verdianos que vinham já tinham patrão. À chegada, todos eram encaminhados para a antiga curadoria geral dos serviçais e colonos. E aí havia um barracão onde todos se concentravam no sentido de, a partir deste barracão, como um lugar de trânsito onde ficavam", até serem encaminhados para as roças onde iriam trabalhar."Os próprios contratos estabeleciam quais eram as regras. Este contrato estava dividido em duas partes; o dinheiro que era recebido aqui e, depois, outro dinheiro que deveria ser revisto quando chegassem aos lugares de origem após a repatriação. Havia um cofre, o chamado 'cofre de repatriação', e esses cálculos eram feitos neste sentido. Só que a verdade é que muitos não regressavam. Estes dinheiros que foram para o 'cofre de repatriação' nem sempre era recuperado," refere a universitária detalhando que os contratos tinham normalmente prazos de três a cinco anos."Só que houve uma determinada altura em que houve novas regras. Aliás, havia legislações atrás das legislações, umas que depois tornavam inviáveis as outras, porque vários trabalhadores foram confrontados com a questão da recontratação. Então muitos foram submetidos não ao regresso, mas a continuarem em São Tomé, sobretudo nos anos 50," recorda Nazaré Ceita ao especificar que foram criados assentamentos "para suprir sempre a mão-de-obra que faltasse".As roças eram espaços herméticos com ferrolho"As roças eram espaços herméticos com ferrolho. Os únicos dias em que os contratados podiam sair, às vezes eram ao domingo e com hora de sair e de regressar. Havia o terreiro com as casas dos patrões de um lado e do outro lado, as sanzalas, com filas de casas sem janelas, normalmente com um espaço apenas, sem casas de banho, casas compridas em que eram aí onde ficavam completamente controlados por um sino para regular o quotidiano. O sino que tocava para o recolher, o sino que tocava para a hora do trabalho, portanto, era um espaço hermético, violento para aqueles que desobedecessem. E daí que houvesse também muitas desobediências", relata a estudiosa que refere ter tido em mãos "imensas cartas trocadas entre os patrões, entre a administração do Conselho, com a curadoria geral dos serviçais e colonos para castigar aqueles que prevaricavam."Na clausura das roças onde mal chegava o murmúrio do mundo, os trabalhadores 'contratados' foram mantidos de certa forma distantes do século e dos ventos de revolta que sopraram, por exemplo, em 1953, aquando do que foi recordado como 'os massacres de Batepá'."Batepá erroneamente foi considerado o local do massacre, porque as interpretações da altura assim o fizeram, tendo em conta que a zona de Mé-Zóchi, a zona da Trindade, as suas populações irreverentes, foram populações autóctones que nunca concordaram com os termos das repressões coloniais que estavam a verificar-se em São Tomé e Príncipe, desde os anos 30", conta Nazaré Ceita."Eu não posso dizer que essas populações roceiras vivenciaram da mesma forma os acontecimentos de 1953, como a própria população nativa são-tomense. Alguns patrões, alguns portugueses, foram solidários com a população autóctone. Não foram todos. Houve portugueses solidários que, por exemplo, aproveitaram para esconder nos seus espaços alguns momentos considerados irreverentes. Grande parte dos roceiros vai colaborar com Gorgulho (governador português entre 1945 e 1953) e os seus seguidores para reprimir os nativos são-tomenses que foram acusados de manobras comunistas. As roças eram um mundo à parte e a verdade é que uma repressão deste tipo, os muitos roceiros estavam a favor porque de facto isto acabaria por colocar em causa o status quo existente que era o trabalho roceiro", relata.O 25 de Abril que marcou uma viragem em Portugal que viria depois a abrir a porta à independência das suas antigas colónias (ou ao seu reconhecimento no caso da Guiné-Bissau, que tinha declarado a sua independência em 1973), também foi sentido com alguma distância nas roças. "Foi uma situação de surpresa, isto é, ninguém compreendia o que se estava a passar. Acreditava-se que através das informações que havia um vento de mudança. Mas a consciência do 25 de Abril não chegou cedo. Nas roças, as pessoas continuavam a pensar que era apenas uma mudança ligeira. Só depois, no dealbar do 1974, com abertura para o país ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, da chegada da Associação Cívica para o MLSTP, Associação Cívica que vai depois entrar nas roças a chamar pela consciência das populações a esses ventos de mudança. A verdade é que inicialmente as pessoas não compreendiam o que se estava a passar. O que se passou é que nós não tivemos luta armada no país, não houve confrontos, havia perseguições da PIDE, é verdade, mas esses ventos de libertação por causa da questão da clandestinidade e das redes clandestinas, muita gente, sobretudo nas roças, com certeza não sentiam ainda este vento de mudança", diz a estudiosa.Os habitantes das roças nos dias de hojeDepois da independência em 1975, as terras são nacionalizadas. Esse momento coincide com uma queda da produção de cacau encetada alguns anos antes. "Creio que nós quando chegamos à independência, estávamos com 10.000 toneladas. Já era muito pouco em relação às imensas toneladas de 1913 em diante. E então já havia muitas dependências que estavam a ser abandonadas pelos próprios roceiros, quer pela falta de mão-de-obra, quer pelas doenças sazonais que apareciam nas plantações do cacau a que não se fazia frente em termos tecnológicos", observa a professora universitária.Questionada sobre o estatuto dos antigos trabalhadores das roças, Nazaré Ceita reconhece que as suas condições de vida são difíceis mas considera não foram abandonados. "Uma das coisas que o partido no poder na altura fez, foi acabar com estas divisões que havia de que uns eram uma coisa, outros eram outra coisa, de que uns eram bem-vindos, outros mal vindos. Todos são-tomenses eram iguais. Aliás, a constituição política dizia isso. Podem ter falhado medidas administrativas no sentido de proceder ao registo dessas pessoas como são-tomenses, mas pela minha vivência eu não encontro motivo para que se diga que essas pessoas continuaram abandonadas", diz.Quanto ao caminho de regresso que não se fez, a historiadora admite que houve falhas, mas considera igualmente que a situação em que se encontram essas comunidades acaba por não ser diferente daquela que é vivenciada pela generalidade da população."Foi uma falha do país colonizador e se calhar não poderia ser de outro jeito. Não houve tempo material para que as pessoas pensassem como é que ficariam esses trabalhadores após as independências. E, no entanto, o alarme foi feito por estudiosos, por imensas pessoas que achavam que os cabo-verdianos e outros antigos serviçais não estavam bem em São Tomé, que eram pessoas desprezadas, que viviam à sua sorte, o que é o apanágio, no meu ponto de vista, para toda a população são-tomense. Hoje mesmo são-tomenses que vivem nas zonas rurais, creio que enfrentam quase os mesmos problemas que enfrentam os cabo-verdianos nas roças. A situação é caótica para aqueles que não têm condições mínimas para sobreviverem. A subida vertiginosa dos preços que nós verificamos em São Tomé e Príncipe de há muitos anos a esta parte", observa.O necessário trabalho de memóriaOlhando retrospectivamente para a história comum dos países africanos e de Portugal, Nazaré Ceita considera que tem havido uma crescente tomada de consciência."Eu convivo com imensos académicos portugueses pela força da minha profissão e eu acho que há uma tomada de consciência. Há linhas de investigação que se estão a 'descolonizar'. Eu acho isso bastante bom. Isto é em Portugal, mas também já há imensos africanos a revolucionar, a ajudar a 'descolonizar' o pensamento colonial. Há muito mais gente a ter um olhar endógeno sobre as questões que nós vivenciamos desde o colonialismo até aqui", considera a pesquisadora.Questionada sobre o trabalho que está a desenvolver com uma equipa de estudiosos dos PALOP sobre as lutas de libertação nacional e cujo resultado deve ser publicado para o ano que vem, no âmbito da celebração dos cinquenta anos da independência desses países, Nazaré Ceita insiste sobre a importância dessa pesquisa colectiva."Eu acho que é um trabalho necessário perante as novas tendências que tem havido no sentido da ridicularização de um momento político extremamente decisivo, que foi a luta de libertação nacional dos nossos países. Há uma espécie de descredibilização desta luta. Há uma espécie de rasurar esta luta, no sentido de que as pessoas que lutaram teriam acabado por não trazer coisas positivas ao país. E nós, o que queremos demonstrar é que se trata de um processo histórico próprio. Os países têm momentos históricos e, na verdade, essa história foi bem necessária no sentido de reverter a situação vigente que nos oprimia, denunciada por várias pessoas, por pessoas que sofreram na pele e que, portanto, estes movimentos de libertação foram uma forma, às vezes violenta, que os países, que as pessoas encontraram, que os dirigentes, os nossos pais da independência, encontraram para mudar de facto uma situação terrível de opressão", conclui Nazaré Ceita.

Brasil-Mundo
Emoções à flor da pele: a brasileira que ajudou a criar as aventuras de "Divertida Mente 2"

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Jun 23, 2024 5:14


"Divertida Mente 2" acaba de chegar aos cinemas brasileiros. No mundo, já arrasta multidões e, só no primeiro final de semana de estreia, rendeu quase US$ 300 milhões em bilheteria, a mais rentável do ano até agora. É também um recorde para uma animação no mercado fora dos Estados Unidos, com US$ 140 milhões em ingressos vendidos nos três primeiros dias. Dentre os que comemoram o já grande sucesso da sequência que ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2016, está a carioca Bruna Berford. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los AngelesBruna trabalha na Pixar desde 2020 e, no último ano, fez parte da equipe de animadores de "Divertida Mente 2". Para esse segundo final de semana em cartaz, a expectativa é bater US$ 600 milhões – um alívio para Hollywood, que enfrenta desafios para atrair o público para as salas, e uma alegria para a equipe que tem nesse sentimento um dos maiores trunfos do filme."A gente era encarregado de fazer toda a encenação, a atuação dos personagens que estavam em cena. Cada animador recebe uma quantidade 'x' de cenas para animar e desta vez conseguimos fazer três sequências diferentes", conta ela à  RFI em Emeryville, na Califórnia, nos estúdios fundados por Steve Jobs e que foram comprados pela Disney há 18 anos. "Fiz uma sequência com a Ansiedade, que tem um pedacinho do meu coração. Foi muito divertido fazer, com a Ansiedade e com a Joy, a Alegria. Foi um momento especial poder animar esse personagem que eu tanto queria", disse a brasileira.Além de "Divertida Mente 2", Bruna trabalhou em outras cinco produções do estúdio, entre elas "Luca" (2021) e "Red: Crescer É uma Fera" (2022). Formada em design gráfico pela PUC-Rio, ela chegou a trabalhar nessa área no Brasil, mas descobriu que queria mesmo investir no mundo da animação. "Foi um caminho longo. Vim para os Estados Unidos em 2012, meu sonho era trabalhar aqui, mas aí a realidade bateu, com a questão de visto. Trabalhei em outras empresas antes, com outras mídias, com realidade virtual, até que tive a oportunidade de vir trabalhar aqui e não pensei duas vezes", relembra. "Desde que assisti ao primeiro filme, fiquei impressionada. Amei a forma como conseguiram contar uma temática tão difícil, um assunto pesado e muito abstrato. E você pode contar isso de uma forma divertida, leve, com humor. Então, quando soube que teria 'Divertida Mente 2', disse: preciso trabalhar nesse filme", relata. Quem senta para ver duas horas de animação não imagina quanto tempo leva para cada cena. Quadro a quadro, essa arte é um artesanato minucioso e detalhado. O talento, muita imaginação e paciência tecem a magia."Meus pais brincam comigo dizendo que às vezes eu gasto um mês, um mês e meio para fazer uns 15 segundos de animação", explica.Um ode à AnsiedadeNo novo filme, que mostra a entrada da personagem principal, Riley, na puberdade, o enredo apresenta novos sentimentos além dos já conhecidos do primeiro filme, Alegria, Tristeza, Nojo, Medo e Raiva. Agora, na adolescência, a menina encontra a Ansiedade, o Tédio, a Inveja, a Vergonha e flashes de Nostalgia.Pouco depois de começar a trabalhar no longa, Bruna descobriu que estava grávida da primeira filha. "Ela me deu boas referências para a Ansiedade, porque quando a gente anima, a gente tenta gravar referências para deixar a personagem mais crível. Estar grávida, com toda a ansiedade, foi ótimo", brinca.Em tempos ansiosos no mundo, a trama é uma forma divertida para não só as crianças, mas também os adultos pararem para pensar e avaliar seus sentimentos. Bruna relembra o quanto a pandemia mexeu com a saúde mental das pessoas. "Virou um assunto de conversa, talvez até um pouco mais aberto do que era antes, com menos tabu. Acho que da forma como demonstramos e trazemos esses conceitos que são abstratos de uma maneira tão leve e divertida, fica mais fácil abrir um diálogo com as pessoas", avalia. "E não é só para adolescentes, mas em qualquer fase da vida, acho que você pode se ver representado neste filme. Acho que é mais fácil abrir um diálogo para conversar sobre o que você está sentindo, qual emoção está controlando sua mente no momento, ou o que você pode fazer para dar espaço para outra emoção", disse a animadora, à RFI.A filha de Bruna, Victoria, estreou no mundo antes do filme. Quem assistir aos créditos finais poderá ver o nome dela na lista entre os 35 bebês da produção – que inspiraram, acalentaram ou despertaram sentimentos entre os artistas que assinaram a trama.

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Emoções à flor da pele: a brasileira que ajudou a criar as aventuras de "Divertida Mente 2"

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Jun 23, 2024 5:14


"Divertida Mente 2" acaba de chegar aos cinemas brasileiros. No mundo, já arrasta multidões e, só no primeiro final de semana de estreia, rendeu quase US$ 300 milhões em bilheteria, a mais rentável do ano até agora. É também um recorde para uma animação no mercado fora dos Estados Unidos, com US$ 140 milhões em ingressos vendidos nos três primeiros dias. Dentre os que comemoram o já grande sucesso da sequência que ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2016, está a carioca Bruna Berford. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los AngelesBruna trabalha na Pixar desde 2020 e, no último ano, fez parte da equipe de animadores de "Divertida Mente 2". Para esse segundo final de semana em cartaz, a expectativa é bater US$ 600 milhões – um alívio para Hollywood, que enfrenta desafios para atrair o público para as salas, e uma alegria para a equipe que tem nesse sentimento um dos maiores trunfos do filme."A gente era encarregado de fazer toda a encenação, a atuação dos personagens que estavam em cena. Cada animador recebe uma quantidade 'x' de cenas para animar e desta vez conseguimos fazer três sequências diferentes", conta ela à  RFI em Emeryville, na Califórnia, nos estúdios fundados por Steve Jobs e que foram comprados pela Disney há 18 anos. "Fiz uma sequência com a Ansiedade, que tem um pedacinho do meu coração. Foi muito divertido fazer, com a Ansiedade e com a Joy, a Alegria. Foi um momento especial poder animar esse personagem que eu tanto queria", disse a brasileira.Além de "Divertida Mente 2", Bruna trabalhou em outras cinco produções do estúdio, entre elas "Luca" (2021) e "Red: Crescer É uma Fera" (2022). Formada em design gráfico pela PUC-Rio, ela chegou a trabalhar nessa área no Brasil, mas descobriu que queria mesmo investir no mundo da animação. "Foi um caminho longo. Vim para os Estados Unidos em 2012, meu sonho era trabalhar aqui, mas aí a realidade bateu, com a questão de visto. Trabalhei em outras empresas antes, com outras mídias, com realidade virtual, até que tive a oportunidade de vir trabalhar aqui e não pensei duas vezes", relembra. "Desde que assisti ao primeiro filme, fiquei impressionada. Amei a forma como conseguiram contar uma temática tão difícil, um assunto pesado e muito abstrato. E você pode contar isso de uma forma divertida, leve, com humor. Então, quando soube que teria 'Divertida Mente 2', disse: preciso trabalhar nesse filme", relata. Quem senta para ver duas horas de animação não imagina quanto tempo leva para cada cena. Quadro a quadro, essa arte é um artesanato minucioso e detalhado. O talento, muita imaginação e paciência tecem a magia."Meus pais brincam comigo dizendo que às vezes eu gasto um mês, um mês e meio para fazer uns 15 segundos de animação", explica.Um ode à AnsiedadeNo novo filme, que mostra a entrada da personagem principal, Riley, na puberdade, o enredo apresenta novos sentimentos além dos já conhecidos do primeiro filme, Alegria, Tristeza, Nojo, Medo e Raiva. Agora, na adolescência, a menina encontra a Ansiedade, o Tédio, a Inveja, a Vergonha e flashes de Nostalgia.Pouco depois de começar a trabalhar no longa, Bruna descobriu que estava grávida da primeira filha. "Ela me deu boas referências para a Ansiedade, porque quando a gente anima, a gente tenta gravar referências para deixar a personagem mais crível. Estar grávida, com toda a ansiedade, foi ótimo", brinca.Em tempos ansiosos no mundo, a trama é uma forma divertida para não só as crianças, mas também os adultos pararem para pensar e avaliar seus sentimentos. Bruna relembra o quanto a pandemia mexeu com a saúde mental das pessoas. "Virou um assunto de conversa, talvez até um pouco mais aberto do que era antes, com menos tabu. Acho que da forma como demonstramos e trazemos esses conceitos que são abstratos de uma maneira tão leve e divertida, fica mais fácil abrir um diálogo com as pessoas", avalia. "E não é só para adolescentes, mas em qualquer fase da vida, acho que você pode se ver representado neste filme. Acho que é mais fácil abrir um diálogo para conversar sobre o que você está sentindo, qual emoção está controlando sua mente no momento, ou o que você pode fazer para dar espaço para outra emoção", disse a animadora, à RFI.A filha de Bruna, Victoria, estreou no mundo antes do filme. Quem assistir aos créditos finais poderá ver o nome dela na lista entre os 35 bebês da produção – que inspiraram, acalentaram ou despertaram sentimentos entre os artistas que assinaram a trama.

Convidado
“Que força é essa” Sérgio Godinho?

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 27, 2024 31:05


Sérgio Godinho criou canções que são símbolos de liberdade e de resistência, mas não se revê na etiqueta de música de intervenção. Diz simplesmente que se limita a falar da vida. Nos 50 anos do 25 de Abril, convidámos o músico, cantor, compositor, poeta, escritor, actor, “homem dos sete instrumentos”, para falar sobre os tempos da ditadura, do exílio e da criação dos seus primeiros discos. Sérgio Godinho é o nosso convidado desta edição, no âmbito das entrevistas que temos publicado em torno dos 50 anos do 25 de Abril.Foi em Paris que o músico começou a espelhar as dores e as esperanças dos “Sobreviventes” à ditadura portuguesa. Tinha deixado Portugal em 1965 com “sede de ter mundo” e porque estava determinado em não ir para a guerra colonial. Diz que encontrou a sua voz em português em Paris e foi aí que gravou os dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”. Ambos no Château d'Hérouville, onde José Mário Branco gravou “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, em que Sérgio Godinho também participou e onde Zeca Afonso gravou o álbum "Cantigas do Maio", nomeadamente a “Grândola Vila Morena”.Sérgio Godinho esteve nove anos fora de Portugal durante a ditadura. Estudou psicologia em Genebra, trabalhou na cozinha de um barco holandês enquanto atravessava o Atlântico, viveu, entre tanta coisa, o Maio de 68 em Paris e no 25 de Abril de 1974 estava em Vancouver, no Canadá.Cinquenta anos depois da Revolução dos Cravos, vamos tentar perceber “que força é essa”, a da música e a das palavras de Sérgio Godinho, que fazem com que as suas canções sejam parte do imaginário colectivo da banda sonora das lutas do antes e do pós-25 de Abril.  RFI: Os seus dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”, são discos emblemáticos da canção de intervenção. Foram gravados em França. Qual era o estúdio e como é que decorreu toda esta fase? Sérgio Godinho, Músico: Foram gravados em Paris. O meu primeiro disco foi de 71. Quer dizer, gravei em 71. Gravei os dois discos antes do 25 de Abril, “Os Sobreviventes” e depois o “Pré-Histórias”. No “Pré-Histórias” já não estava a viver em França, estava a viver em Amesterdão, mas vim a França para gravar no mesmo estúdio.Eu depois vou falar desse epíteto "canção de intervenção", mas, para já, esse estúdio foi um estúdio que o Zé Mário [José Mário Branco] descobriu. É um estúdio que estava a estrear nos arredores de Paris, chamado Château d'Hérouville, onde também o Zeca [Afonso] gravou e onde se gravou o “Grândola Vila Morena”. Onde os Stones gravaram, o Elton John até tem um disco chamado “Honky Château”, que é uma homenagem, onde muitos depois gravaram porque era um estúdio que estava num sítio isolado e estava-se num bom ambiente.Agora, como parêntesis ou não, quanto a esse epíteto de canção de intervenção, isso é uma coisa que só surgiu a seguir ao 25 de Abril. E também que foi de vida muito curta, mas que deixou uma espécie de rasto como os cometas porque eu nunca compreendi muito bem e nunca me identifiquei muito bem com esse termo, canção de intervenção. Eu acho que é extremamente restritivo. O que é que é intervenção? Nós intervimos a vários níveis, não é?Prefere canção de protesto? Mas pode não ser de protesto. "A Noite Passada", que está no segundo disco, ou o "Pode alguém ser quem não é" não são de protesto. Algumas são canções que têm uma componente social, e até política, mas, sobretudo, são canções que contam o que é a vida e que contam muitas vezes histórias, têm muitas personagens. As minhas canções são canções também de interrogação, de percurso. Há muitas interrogações nas minhas canções. "Pode alguém ser quem não é" ou, nesse disco também, o "Barnabé". “O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?” é uma interrogação e as respostas são dadas pelas pessoas que ouvem e parte das respostas são dadas por mim.Só para dizer que esse termo pode meter-nos assim numa etiqueta e arrumar convenientemente. Não consigo. Eu tenho canções que falam da vida, de questões sociais, políticas até, e que são canções íntimas. Eu tenho uma canção chamada 'Dancemos no mundo' que é uma canção que foi inspirada numa reportagem que houve na revista Expresso de casais separados por barreiras ideológicas, rácicas, políticas, etc, e do seu desejo de dançarem juntos neste mundo que é só um, no fim de contas, e que tem tantas fronteiras. Portanto, onde é que essa canção se vai posicionar? Isso insere-se nisso tudo, na vida.O disco “Os Sobreviventes” foi logo proibido pela PIDE em Portugal? Não é bem assim. Ele, depois de ter ganho um prémio de melhor letrista da Casa da Imprensa, foi retirado. Ele não foi proibido à partida. Repare que é assim: "Os Sobreviventes", todo "Os Sobreviventes" só saiu em 72 porque saiu em 71 quatro canções do disco, no formato que eles chamavam EP. Mas seja como for, o que acontece é que nessa altura estamos já no período de Marcello Caetano e, nessa altura, a própria censura já não sabia o que fazer com ela própria. Ou seja, havia uma incoerência muito grande. Por um lado, proibiam, mas depois permitiam outras coisas. Houve uma altura em que houve um abrandamento, digamos, naquilo que chamaram Primavera Marcelista, que eu nunca acreditei muito e provou-se.Primeiro sai o disco Os Sobreviventes, depois Pré-Histórias. São dois discos que têm músicas com mensagens muito claras. São discos bastante ousados, corajosos...Acho que sim, mas isso era a maneira como eu escrevia, era aquilo que eu queria dizer.  Quer dizer, a coragem do Zeca que vivia cá [em Portugal] e fez "Os Vampiros" aí sim. Eu estava no estrangeiro. Mas sim, claro que são discos que mexem com o status quo, como é evidente, mas que têm canções de vários géneros, canções mais satíricas, canções que falam de problemas políticos ou sociais. No segundo, talvez a canção que ficou mais seja "A Noite Passada", o "Pode alguém ser quem não é" e "O Homem dos Sete Instrumentos" e não são canções de teor político.E a música "Que força é essa"?"Os Sobreviventes" é começado com o "Que força é essa" e acaba com uma canção com uma letra muito curta chamada “Maré Alta”, em que eu digo “aprende a nadar companheiro, que a maré se vai levantar, que a liberdade está a passar por aqui”. Isto era, a liberdade não estava a passar por aqui, mas era não só um desejo, mas uma afirmação. No fim de contas, por outras palavras, é dizer que o solo que nós pisamos é livre, defendamo-lo!Foi muito emocionante, como é evidente, quando eu voltei, logo a seguir ao 25 de Abril, ter cantado essa canção que nunca tinha cantado em Portugal, para um público que conhecia já porque conheciam esses dois primeiros discos e organizaram-se quase espontaneamente aqueles cantos livres da altura, em que estávamos todos no palco, todos ao molho.O que eram os cantos livres? Foram coisas que foram quase improvisadas na hora, com vários cantores. Estávamos no palco, sentados no chão e depois levantámo-nos para cantar duas ou três canções cada um e depois tornávamo-nos a sentar. Às vezes colaborávamos nas canções uns dos outros, mas foram coisas que foram feitas quase… Há sempre gente que organiza, mas não havia agências organizadas, não havia nada disso, não é? Aliás, durante um tempo, nós andámos, e quando falo de mim, falo do Zé Mário, do Zeca, como é evidente, mais tarde o Fausto, também o Vitorino, o Manuel Freire, o Francisco Fanhais, cantámos em várias terras onde era solicitada a nossa presença.Voltemos a Paris. Que papel é que teve Paris na sua formação musical e também política? Paris, naquela altura, era o epicentro dos cantores que, mais tarde, se viriam a chamar "cantores de intervenção". Mais tarde foram chamados…Eu lá conheci o Luís Cília, de quem sou amigo, um amigo activo. O Zé Mário infelizmente já não está entre nós, mas continuei amigo toda a vida e tivemos muitas parcerias. Nos nossos primeiros discos há parcerias de canções. “O Charlatão” até é uma que é dos nossos primeiros discos e que é comum aos nossos primeiros discos. Mas, claro que o Zeca conheci-o porque ele foi a Paris, por exemplo.Mas há mais que isso porque eu cheguei a Paris já vindo de viagens. Porque, entretanto, eu tornei-me um vagabundo existencial. Andei à boleia por toda a Europa no Inverno. Trabalhei na cozinha de um barco holandês, atravessei o Atlântico, fui até às Caraíbas trabalhando, passando pelos Açores que não conhecia e, nessa altura, já não podia vir a Portugal porque tinha sido chamado para o serviço militar/guerra colonial e não tinha respondido e nunca tive a intenção de responder. Não só porque não me identificava com essa guerra, como realmente não queria fazer isso. E escrevi canções que também acabam por se ligar com isso, para mim e para o Zé Mário.O Zé Mário tem uma canção no primeiro disco que se chama “Cantiga de Fogo e da Guerra” que foi um poema que eu fiz quando tinha 19 anos e que depois mostrei ao Zé Mário e ele disse “Ah, mas eu quero pôr isso em música”. Repare, eu cheguei em 67 a Paris, portanto, levei em cheio com o Maio de 68. E vivi-o intensamente porque eu não tinha compromissos, praticamente vivia na rua e ia dormir a casa! Uma casa que era uma “chambre de bonne” em Paris, era pobrezinho - ainda não sou assim muito rico [risos]! Mas vivi muito do dia-a-dia, dormi várias vezes na Sorbonne, todo aquele movimento. Ocupámos a casa dos estudantes portugueses, eu e muitos outros. Depois, a certa altura, estavam dez milhões de trabalhadores em greve e cantei em fábricas ocupadas na Renault, Citroën, etc.Onde havia muitos portugueses.Onde havia muitos portugueses. Eu, o Luís Cília, com a Colette Magny, uma cantora francesa. E eu ainda não tinha material próprio. Tinha uma canção que fiz na altura até em francês, que sei parte dela, mas nunca a recuperei totalmente, mas era uma canção que falava um bocado de Maio de 68. Comecei a fazer canções e comecei a praticar também o que é fazer musicalmente uma canção e letra também. Mas comecei a escrever em francês ou comecei por escrever em francês.Isso é curioso. Porquê?Porque tudo o que eu fazia em português soava-me a José Afonso ou Alexandre O'Neill. Até encontrar uma voz própria, voz poética, uma voz própria, eu tive dificuldade. Então, comecei a fazer canções porque tinha a necessidade de fazer canções porque estava a descobrir essa arte, chamemos-lhe assim. Tive muitas influências, com certeza francesas, até porque estávamos numa altura em que apareceu o [Jacques] Brel, em que antes tinha havido o [Charles] Trenet que é o pai deles todos. Mas apareceu Brel, apareceu o [Georges] Brassens, que é um artífice de canções absolutamente extraordinário, o [Léo] Ferré. Depois, a seguir o [Serge] Gainsbourg, mas é um bocado mais tarde.E também tinha muitas influências brasileiras, sobretudo o Chico [Buarque] e Caetano [Veloso] e antes a bossa nova. E anglo-saxónicas, com o aparecimento dos Beatles, dos Stones, dos Kinks, do Bob Dylan. Foram extremamente importantes para mim, para a minha formação musical, para os meus gostos musicais.E o José Afonso, para mim, quando apareceu, eu tinha 17 ou 18 anos. Foi quando eu percebi que se podia escrever de outra maneira em português e uma canção, que eu acho que é a canção paradigmática como “Os Vampiros”, é uma canção que é extremamente bem feita, que é uma metáfora poderosa e muito corajosa porque não há nada de mais evidente do que o que é que ele está a falar. Está a falar do regime e dos vampiros que comem tudo e não deixam nada. Aliás, eu canto essa canção bastantes vezes. Este ano, que são os 50 anos do 25 de Abril, estamos a reformular o nosso espectáculo e eu já tinha cantado “Os Vampiros”, uma versão muito pessoal dos "Vampiros", muito diferente, bastante pesada, com guitarras eléctricas bastante densas, pesadas, mas que é muito forte.Todas essas influências cruzadas fizeram com que eu também tivesse vontade de experimentar a canção. E só um pouco mais tarde, antes do meu primeiro disco, é que houve assim uma espécie de dique que se abriu e em que eu, de repente, percebi que podia escrever em português e que era em português que eu queria escrever e que o significado das palavras e das frases e das frases feitas que eu uso muito, era também uma maneira de eu não perder a minha ligação à língua portuguesa e a Portugal. A língua portuguesa sempre foi muito importante para mim, foi algo que se venerou em minha casa.Em 1969, entrei no musical “Hair”. Fiz audições quando soube que havia, já tinha ouvido falar do “Hair” que estreou em Nova Iorque. Isto era a terceira cidade onde estava a estrear e era a encenação da Broadway. E foi um grande sucesso em Paris, no Théâtre de la Porte de Saint-Martin. Houve 6.000 ou 7.000 candidatos, eu fiz audições e acabei por ser escolhido e estive lá muito tempo. Foi um belo estágio do que é estar num palco e também cantar, representar, fazer papéis múltiplos, cantar em várias situações e estar à vontade com isso. E eu acho que, desde sempre, tive esse gosto dos palcos, continuo a ter e continuo a praticá-lo.Em Paris, em 1970, participa no concerto “La Chanson de Combat Portugaise” na Maison de la Mutualité. Foi polémico. Como foi?Quer dizer, o Zeca Afonso veio de Portugal. Havia uma grande contestação por esquerdistas de uma ala maoista ou coisa assim que fizeram inclusivamente um panfleto a denunciar, digamos, o carácter, sei lá, “revisionista” do Zeca, ou “pequeno-burguês” e coisas assim. Enfim, foi uma coisa que foi mesmo lamentável. O Zeca cantou, o Luís Cília, o Tino Flores, eu, não sei se o Vitorino - que ainda não tinha obra - se não cantou também nesse âmbito.E houve pancadaria na sala e contestações, pancadaria entre grupos. Porque depois eram os que eram a favor e os que eram contra, mas tudo portugueses, não é? Quer dizer, aquilo era uma coisa... Havia muito esta coisa dos grupúsculos políticos que se arvoravam em detentores da verdade. E o Zeca ficou bastante incomodado com isso e respondeu e outros responderam também.O Luís Cília já adaptava poemas, fazia música sobre poemas, como outros também fizeram, e sempre fez parte da sua obra. E cantou um poema qualquer e houve alguém que lhe diz “Os operários não percebem isso. Porque é que estás a cantar essas coisas? Os operários não percebem isso”. E o Luís respondeu: “Também há operários estúpidos!” O que eu achei uma resposta lapidar! Como é que a cantiga foi uma arma, como cantava o José Mário Branco, contra o fascismo?Foi uma arma? Não sei, não sei. Eu acho que essa afirmação, “a cantiga é uma arma”, eu acho que é uma afirmação que eu nunca subscrevi isso totalmente. Quer dizer, acho que foi um pauzinho na engrenagem, por um lado, e também foi uma contribuição logo a seguir ao 25 de Abril para congregar as pessoas. Eu acho que isso é útil, mas não acho que isso transforme as pessoas em si.Essas coisas todas juntas podem ter uma influência positiva. Por exemplo, eu sei de amigos meus, alguns até ainda nem os conhecia, só conheci depois, que estiveram na guerra em Angola ou em Moçambique e que levaram cassetes que fizeram com as nossas canções e que mostraram aos soldados e havia uma outra realidade. Isso sim. Aí há uma utilidade. Aí pode-se dizer que é uma arma, digamos, dentro do exército.Um cavalo de Tróia?Um cavalo de Tróia. Mas eu só estava a referir-me à canção especificamente porque é preciso cuidado com a arrogância. E é preciso cuidado com considerar que somos tão transformadores. Eu não sou missionário. Quer dizer, eu acho que todas as coisas juntas podem ter uma utilidade, não é? Eu tenho muita consciência do que também são os limites.Mas a música foi um marco e há músicas que ficaram como símbolos da resistência contra o fascismo. Sim. Sim. Sem dúvida.Portanto, esse papel também foi o vosso. Sim, completamente, foi.  E é por isso que eu continuo a cantar. E que, por exemplo, tenho grande prazer em cantar muitas vezes o “Maré Alta”. Aliás, quando falei de “Os Vampiros”, que canto e que não é meu, mas que é uma canção emblema. Sim, nesse aspecto é um emblema. Mas as canções estimulam as pessoas de tantas maneiras e isso dá-me alegria.Por exemplo, na canção “Espalhem a notícia”, há uma criança que nasce. Há muita gente que teve crianças e que me falou disso, das primeiras impressões e falou da alegria de vir ao mundo uma criança e que se relaciona muito com essa canção. Como é evidente, "O Primeiro Dia” é uma canção que diz muito a muitas pessoas de maneiras diferentes. Isso é o que me interessa. Sim, estimular as pessoas, com certeza, isso é o que me interessa e essas interpretações abertas também. O 25 de Abril foi "o primeiro dia do resto da vida" de muita gente…Sem dúvida, sem dúvida. Foi absolutamente transformador, é uma data charneira. E, para mim, que estive nove anos sem poder vir a este país, não é? Eu estava a viver, na altura, no Canadá, estava a viver em Vancouver, no Oceano Pacífico. Repare: estava pacífico e vim para a balbúrdia! [Risos] Voltei definitivamente em Setembro de 74.Essa data foi uma data em que há um antes e um depois. É o primeiro dia do resto das vidas de muita gente. Depois há muita gente que diz “Afinal de contas, o 25 de Abril não cumpriu todos os seus ideais”. Mas é um momento de revolução, é um momento utópico! Temos muitas insuficiências, estamos num país muito injusto ainda, com muitas desigualdades sociais, mas houve coisas que mudaram. Quando digo aos meus filhos que não havia escolas mistas no ensino oficial, é uma coisa que eles não concebem sequer porque cresceram em turmas que têm rapazes e raparigas! Agora, até há o género neutro.Será que, até certo ponto, também podemos dizer que o "À Queima Roupa" é um filho da Revolução dos Cravos?O “À Queima Roupa” foi gravado em 74 mas sai em 75, mas sim, de certo modo, é quando estava tudo "à queima roupa". De certo modo, é curioso que, sem eu querer, os títulos dos meus três primeiros discos reflectem um bocado um percurso porque “Os Sobreviventes” é todo aquele peso que está para trás…Quem eram “Os Sobreviventes”? Éramos todos nós. Todos nós. Depois, o “Pré-Histórias” é como se estivesse a anunciar que qualquer coisa vai acontecer, as Pré-Histórias. Mas eu, repito, isto não foi… Isto, aconteceu assim. E depois, o “À Queima Roupa” é um bocado tudo a acontecer ao mesmo tempo. Toda esta transformação cheia de erros, cheia de passos atrás e passos à frente.Estamos numa democracia para o bem e para o mal. Pode-se dizer que essa democracia não cumpriu tudo. Pois não, mas é por isso que é preciso continuar não só a votar - porque eu estava impedido de votar e muitos de nós ou então as eleições de Humberto Delgado foram completamente aldrabadas, não é? Portanto, estamos numa democracia com liberdade de imprensa, não há censura, digamos, em livros. Pode haver outros tipos mais insidiosos de censura, mas isso é outra conversa. E, de facto, não estamos nada no mundo ideal. Não. E a ascensão de forças de extrema-direita é muito preocupante pela maneira como se disseminam pela sociedade.O refrão de “Liberdade”, que é uma música que já tem 50 anos, “a paz, o pão, habitação, saúde, educação”… Como é que tanto tempo depois parece que a música foi escrita para os dias de hoje?É o que eu disse. Há muitas situações que continuam de uma extrema gravidade, mas cada um desses itens é um item para o qual se deve lutar para que haja um Portugal melhor, um país melhor. Esses itens e outros porque a justiça também não anda nada bem. Ainda há uma justiça de classe, por outro lado, há coisas que estão a ser feitas a nível da justiça que são corajosas, no desmantelar de muitas corrupções. Mas, isso é assim, é um longo caminho.Agora, eu até tenho composto menos, canto muito, mas tenho composto menos porque tenho estado mais virado, tive necessidade disso, para a ficção narrativa. Sai hoje, no dia em que estamos a fazer esta entrevista [8 de Fevereiro de 2024], o meu terceiro romance que se passa entre Portugal e França, que se chama “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”. E essas cidades geminadas são Guimarães, de onde vem uma rapariga que emigrou com os pais para uma cidade perto de Paris chamada Compiègne, a 90 quilómetros de Paris, que é geminada, de facto, com Guimarães e que conhece um rapaz francês, Cédric. Ela chama-se Amália Rodrigues - porque o pai se chamava Rodrigues e adorava a Amália! E também canta fado nas horas vagas, embora esteja a tirar um curso de hotelaria e depois vem para Guimarães. Ele trabalha numa morgue. Fala-se muito da vida e fala-se muito da morte. Digamos que essa necessidade da ficção narrativa começou a aparecer também e não é incompatível com as canções porque as minhas canções também têm, muitas vezes, esboços de histórias, têm personagens, a Etelvina, Alice, Casimiro. O Casimiro é, enfim, uma personagem mítica. Mas fala-se muito de pessoas. Lá está, eu gosto de falar de pessoas.De pessoas e de situações sociais porque sente-se nas músicas esse cunho social e político… É por isso que são músicas intemporais?Mas a Etelvina não é uma canção política. No entanto, é uma canção que está no “À Queima Roupa” e é uma das canções mais fortes do “À Queima Roupa”. Acho que é importante não nos fixarmos num determinado… Continuo a dizer que não sou missionário.

Dois Empregos
#161 - TRABALHEI com um COACH SEXUAL

Dois Empregos

Play Episode Listen Later Mar 16, 2024 45:35


Quando o chefe é um adepto de encoch... digo, do coaching sexual

Donos da Razão
#245 - “Trabalhei na Penitenciária que o Beira-Mar fugiu”

Donos da Razão

Play Episode Listen Later Feb 27, 2024 71:12


Hoje é dia de Donos da Profissão com uma doninha que já trabalhou em penitenciária. Foi um papo muito interessante! E agora também tiramos as dúvidas dos doninhos com o FAQ da Profissão! Comentem com a gente! Seja um apoiador do podcast: https://apoia.se/donosdarazao Siga a gente: @donosdarazaopodcast Telegram: t.me/doninhostelemodi Publicidade: atendimento@farra.me

BINGO!
MISTÉRIOS E AFLIÇÕES NA DA SEXUALIDADE NA VELHICE (TANIA CELIDONIO) | PLE #188

BINGO!

Play Episode Listen Later Feb 6, 2024 43:26


Jornalista desde 1977. Trabalhei em jornais, emissoras de TV, rádio e em produtoras de vídeo. Sou também roteirista e diretora de programas. Desde 2016 tenho escrito sobre temas  importantes pra mim, como velhice e relacionamentos familiares. Lancei dois livros: Ela, Eles e Todos Nós e Mistérios e Aflições da Sexualidade na Velhice, os dois pela Terra Redonda Editora. Somos um podcast literário. O Pod Ler e Escrever conversa com autores, produtores de conteúdo e demais profissionais do livro. Sempre de forma livre, descomplicada e leve. Toda semana, dois novos convidados ao vivo!

Ciência
Zita Martins vai liderar grupo da ESA sobre Exploração do Sistema Solar

Ciência

Play Episode Listen Later Nov 20, 2023 11:12


A investigadora portuguesa Zita Martins vai liderar o grupo da Agência Espacial Europeia para o aconselhamento sobre ciência e exploração do Sistema Solar (Solar System Exploration Working Group - SSEWG). A astrobióloga será a primeira portuguesa a ocupar o cargo, uma função que vai exercer ao longo de três anos, a começar em Janeiro de 2024. A investigadora portuguesa Zita Martins vai liderar o grupo da Agência Espacial Europeia para o aconselhamento sobre ciência e exploração do Sistema Solar (Solar System Exploration Working Group - SSEWG). A astrobióloga será a primeira portuguesa a ocupar o cargo, uma função que vai exercer ao longo de três anos, a começar em Janeiro de 2024.Em entrevista à RFI, Zita Martins explicou que este “grupo de aconselhamento” terá como objectivo “discutir missões espaciais presentes e ver como é que essas missões espaciais estão a decorrer.” Um convite que a cientista aceitou “com muito gosto” e “muita honra para desempenhar esta função.”“Vamos estar com “um olho” em tudo o que tenha a ver com o nosso sistema solar, mas principalmente na parte de explorar planetas do nosso sistema solar, explorar várias luas, por exemplo, as luas geladas de Júpiter e Saturno”, explicou Zita MartinsConfira aqui a entrevista.Vai liderar um grupo de trabalho da ESA, o que é que vai fazer concretamente?Vou coordenar o grupo de trabalho que, em português, que se chama de Exploração do Sistema Solar. É um grupo de trabalho da ESA, um grupo de aconselhamento, de forma simples. Portanto, há uma equipa internacional e eu fui seleccionada para presidir a essa equipa.Nós vamos estar a discutir missões espaciais presentes e ver como é que essas missões espaciais estão a decorrer. Vamos também avaliar propostas, vamos discutir missões espaciais futuras… há uma série de coisas que nós, enquanto painel internacional, vamos discutir.A Agência Espacial Europeia seleccionou-nos para darmos a nossa opinião, enquanto peritos, das mais variadas áreas e das mais variadas nacionalidades.Como surgiu esta oportunidade, foi por convite, candidatura?Foi um convite. Ou seja, as pessoas da Agência Espacial Europeia conheciam o meu currículo, já faço parte de outros painéis de aconselhamento, também da ESA e, portanto, conheciam muito bem o meu trabalho. Não só o trabalho científico, mas como eu trabalho nestes grupos de aconselhamento e também o meu trabalho de liderar equipas.Portanto, contactaram-me e perguntaram-me se gostaria de presidir [este grupo]. Colocaram-me este desafio e eu aceitei com muito gosto. Vão ser três anos e cá estou com muita alegria e muita honra para desempenhar esta função.Numa linguagem mais acessível, o que é isto da exploração do sistema solar? Tem a ver com todas as missões espaciais e todo o trabalho de investigação que se faz no nosso sistema solar. Isso vai desde missões espaciais presentes e futuras que a Agência Espacial Europeia esteja a fazer. Mas, obviamente, nós também discutimos o contexto internacional, com colegas de outras agências, e como o trabalho da Agência Espacial Europeia pode ou não, e geralmente é, influenciado, também, pelo contexto internacional.Portanto, vamos estar com “um olho” em tudo o que tenha a ver com o nosso sistema solar, mas principalmente na parte de explorar planetas do nosso sistema solar, explorar várias luas, por exemplo, as luas geladas de Júpiter e Saturno. É um pouco esse trabalho, com pessoas que têm backgrounds (percursos) científicos muito, muito diferentes. Eu, por exemplo, sou licenciada em química, mas obviamente vou ter colegas de física, de astronomia, de ciências planetárias, de engenharia aeroespacial, um leque muito variado de pessoas e é isso que enriquece realmente estes grupos de trabalho.Vai presidir a este grupo de trabalho já a partir de 2024, durante três anos.Certíssimo, sim. Isso vai, de alguma forma, trazê-la mais vezes a Paris, uma vez que a sede da ESA é em Paris, vai ter que fazer relatórios recorrentes?Sim, exactamente. Vou ter várias viagens, não só para Paris, mas vou também para os Países Baixos, para Noordwijk.Tirei o meu doutoramento em Leyden e, portanto, há 20 anos que eu visito o ESTEC (Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia Espacial), em Noordwijk. Vão ser aí as reuniões de trabalho do grupo. Ao fim dessas reuniões, tenho que preparar relatórios, fazer um resumo do que a nossa equipa esteve a discutir e, depois, terei que ir a Paris, de facto, à sede da Agência Espacial Europeia, indicar o que o nosso grupo de trabalho esteve a discutir.Não começou agora a trabalhar nesta área, já participou em várias missões. Gostava que me falasse um pouco do seu percurso. Sou licenciada em química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Licenciei-me há 20 anos e desde o meu último ano de licenciatura que comecei a trabalhar na área de Astrobiologia. Fui fazer, primeiro, um estágio para para os Países Baixos, para o grupo de Astrobiologia e, depois, comecei a fazer um doutoramento. Durante o meu doutoramento, tive cientistas da NASA que viram uma das minhas apresentações, gostaram muito e convidaram-me para ser cientista convidada na NASA durante o meu doutoramento. Trabalhei uns tempos na NASA para fazer trabalho para o meu doutoramento. Depois passei pelo Imperial College, primeiro como pós-doc, depois ganhei uma bolsa milionária da Royal Society de um milhão de Libras. Tive quase 11 anos no Reino Unido e depois decidi voltar para Portugal. Desde 2018 que estou como professora associada no Instituto Superior Técnico.Nestes 20 anos da minha carreira participei em vários projectos espaciais, alguns deles missões espaciais, umas ainda estão em desenvolvimento, outras já aconteceram. Participei, mais recentemente, na missão espacial japonesa chamada Hayabusa2,  em que a equipa e a missão espacial foi a um asteróide, recolheu amostras e trouxe essas amostras de volta à Terra. A equipa analisou essas amostras e publicámos os resultados no início deste deste ano.Em termos de missões espaciais futuras, faço parte da missão espacial Comet Interceptor, que irá visitar um cometa e vai ter o seu lançamento da missão em 2029.Faço, também, parte da equipa de outra missão espacial, da ESA, chamada Ariel, que vai estudar as atmosferas de mais de 1000 exoplanetas. Exoplanetas são planetas que orbitam à volta de outras estrelas que não o nosso Sol.Faço parte de várias missões espaciais e, também, de vários painéis de aconselhamento da Agência Espacial Europeia. Apesar de ser licenciada em química, que nunca diriam que esteja directamente relacionada com estas áreas da Astrobiologia ou do espaço, nestes últimos 20, anos tenho estado muito ligada à exploração espacial e a todas estas questões ligadas ao espaço.Quando pensamos em missões espaciais, imaginamos naves e pessoas dentro dessas naves. Esquecemo-nos, provavelmente, da equipa numerosa que está atrás e que desenvolve um trabalho notável. Nunca teve essa vontade de partir a bordo de uma nave espacial?Não, de todo. Tenho um respeito enorme pelos astronautas. Sei, claramente, quais são os desafios, quais os sacrifícios que os astronautas fazem. Já conheci alguns, mas nunca tive essa ânsia. Nunca me candidatei a nenhum dos concursos para astronauta, exactamente porque sei os sacrifícios, desafios e riscos que os astronautas sofrem. Para mim, só de saber que o meu trabalho, o meu esforço, vai numa missão espacial - que pode não ser tripulada - deixa-me com muita alegria. Saber que o meu trabalho pode, potencialmente, inspirar as futuras gerações de cientistas quando publicamos os resultados, quando vamos a escolas explicar o que é que temos andado a fazer. Acho que também é importante mencionar que, geralmente, uma missão espacial começa a partir do momento em que uma equipa internacional de dezenas de cientistas escreve uma proposta. E isso demora muito, muito tempo. Desde que a missão é escrita até ser seleccionada, depois ser lançada e - esperemos sempre com muito sucesso - atingir o alvo, conseguir chegar a esse local que nós queremos, podem passar 15, 20 anos.É um desafio enorme, muito trabalhoso e o esforço conjunto de muitos cientistas a nível internacional. Já sabemos que a ciência demora muitos anos a ser feita, mas a ciência, em termos de missões espaciais, demora ainda muito mais tempo. Em 20 anos de carreira esteve muito tempo no estrangeiro. Porquê voltar para Portugal? Mesmo antes de sair, tinha a ideia de sair de Portugal para [voltar e] criar o primeiro laboratório de Astrobiologia, um dia, no nosso país. Sabia, perfeitamente, quando saí, há mais de 20 anos, que não havia Astrobiologia no nosso país. Pensei que tinha que ir para os melhores sítios, aprender com os melhores nesta área.Pensei sempre: um dia quero voltar e quero colocar uma bandeirinha a dizer ‘nós portugueses fazemos astrobiologia e hei-de voltar'. Em Janeiro de 2018 comecei o meu percurso em Portugal, no Instituto Superior Técnico, onde abri o primeiro laboratório de astrobiologia e tenho uma equipa, neste momento, a trabalhar em astrobiologia e dou, também, aulas de astrobiologia no Instituto Superior Técnico.Tudo isso deixa-me muito orgulhosa, começar a ver jovens portugueses a serem formados nestas áreas, porque realmente há uma grande procura. Recebo constantemente emails de jovens, ainda com 14, 15 anos, que querem trabalhar nestas áreas e não sabem muito bem que percursos devem fazer.Portanto, é muito importante que esses jovens tenham formação - não têm todos que fazer a formação aqui em Portugal - e que o nosso país dê cartas nesse nesse aspecto e tenha pessoas a trabalharem na área da Astrobiologia em Portugal.

BINGO!
FELIPE BENÍCIO | Escritor, jornalista e autor do livro Bas Fond" - Pod Ler e Escrever #176

BINGO!

Play Episode Listen Later Oct 31, 2023 32:45


Sou carioca, jornalista por formação, com pós-graduação em Comunicação Empresarial. Trabalhei em jornal, rádio e revista, migrando depois para a Comunicação Empresarial. Passei por Unimed-Rio, Eletrobrás e BR Distribuidora (atual Vibra), onde sigo como responsável pelas relações com a imprensa. ===================== Somos um podcast literário. O Pod Ler e Escrever conversa com autores, produtores de conteúdo e demais profissionais do livro. Sempre de forma livre, descomplicada e leve. Toda semana, dois novos convidados ao vivo!

Periferia em Movimento
Quero me aposentar. E agora, PEM?

Periferia em Movimento

Play Episode Listen Later Oct 10, 2023 11:38


Trabalhei bastante na minha vida e quero me aposentar. E agora, PEM? Direito garantido na lei, a aposentadoria hoje contempla 22,4 milhões de pessoas em todo o Brasil apenas no regime geral. A maioria dessas pessoas está aposentada por idade ou por tempo de contribuição, mas essas não são as únicas modalidades previstas.  Desde a última Reforma da Previdência, em 2019, muitas pessoas em vias de se aposentar têm dúvidas sobre como é o processo - ainda mais entre quem pegou o período de transição, que termina no próximo ano.  Precisa contratar advogade? Precisa voltar para roça para se aposentar por lá? Para passar isso a limpo, preparamos esse passo a passo para auxiliar quem está nesse momento de dúvidas.  Além do podcast, você também pode conferir as informações em infográficos em nosso site aqui ou receber direto no seu Whatsapp – clique aqui ou chame no 11 957816636. E agora, PEM? é resultado da participação do público nos processos de produção da Periferia em Movimento. A partir das demandas identificadas, utilizamos ferramentas de investigação e produção jornalísticas para facilitar o acesso à informação. Reportagem e roteiro: Elisabeth Botelho. Revisão de roteiro: Thiago Borges. Captação e edição de áudio Vitori Jumapili. Trilha sonora: Tigone. Fala de abertura: Nalva Maria. Identidade visual: Rafael Cristiano. Distribuição: Vênuz Capel

Nóz da Nutrição
#93Papo Feito – Veganismo na Berlinda

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later Sep 13, 2023 50:29


Por Ylana Rodrigues, Angélica Dias Pinheiro e Cristiani de Lima Buenas Personas maravilhosas dessas redes, está saindo do forno mais um episódio onde a ilustríssima Ylana Rodrigues conversa com a Angélica e a Cristiani sobre Veganismo na Berlinda. Se você ficou curiosa(o) então ajeita o fone de ouvido ou da um tapa no volume e bora escutar e discutir nas redes também. Referências do episódio Episódio da Bruna de Oliveira - Veganismos PopularArtigo de Madagascar - Food Insecurity and the Unsustainable Hunting of Wildlife in a UNESCO World Heritage Site Ylana Rodrigues A Ylana é Nnutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagram Angélica Dias Pinheiro Angélica Dias Pinheiro, 31 anos. Jornalista formada pela Unisinos em 2014. Estudante de nutrição pela UFRGS (formanda 2023/2 o/). Sou vegana há 12 anos. Atualmente trabalho como revisora de textos e normalização acadêmica. Flerto com artes diversas... teatro, aquarela, encadernação.Instagram: @revisorartista Cristiani de Lima Nutricionista desde 2018, formada pela Universidade Feevale. Atuo com nutrição clínica, atendimentos on-line e foco na nutrição gentil e abordagem comportamental. Atendo pacientes vegetarianos, veganos e simpatizantes.Tenho especialização em nutrição vegetariana pela Plenitude e recentemente me tornei mestra em Qualidade Ambiental pela Universidade Feevale, onde tenho como tema de pesquisa a Educação Ambiental para Sistemas Alimentares Sustentáveis. No momento sou extensionista do projeto: EducaAção Socioambiental na Bacia do Rio dos Sinos da Universidade Feevale. Faço parte de um projeto chamado Cozinha do Amor, em Campo Bom/ RS, onde desde maio de 2021, distribuímos todas as quintas 165 marmitas veganas a população em vulnerabilidade.Instagram: @tiani_nutriveg Contatocontato@nozdanutricao.com.br InstagramTiktokTwitterFacebookLinkedin Equipe Edição: Pablo CoutoProdução: Ylana RodriguesPublicação: Pablo CoutoRoteiro: Ylana RodriguezArte de capa: Thaiana LindemannRedes Sociais: Thaiana Lindemann

Terça Nobre com Eury Benevento
Podcast Terça Nobre - Histórias das rádios que trabalhei

Terça Nobre com Eury Benevento

Play Episode Listen Later Sep 5, 2023 50:10


Podcast Terça Nobre - Quinta Temporada Episódio 19 - Essa semana contei um pouco das minhas histórias das rádios que trabalhei, minha trajetória e sonhos a realizar nessa área. Tio Chicória é do tempo que tinha vinil nas rádios.

DEUS AMA EM VOCÊ!
É para a liberdade que Cristo nos libertou!

DEUS AMA EM VOCÊ!

Play Episode Listen Later Jun 24, 2023 1:59


Primeira Leitura: Isaías 49,1-6 Leitura do livro do profeta Isaías – 1Nações marinhas, ouvi-me; povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu servo, Israel, em quem serei glorificado”. 4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. 5E, agora, diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor, esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra”. – Palavra do Senhor. Salmo Responsorial: 138(139) Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, / porque de modo admirável me formastes! 1. Senhor, vós me sondais e conheceis, † sabeis quando me sento ou me levanto; / de longe penetrais meus pensamentos; / percebeis quando me deito e quando eu ando, / os meus caminhos vos são todos conhecidos. – R. 2. Fostes vós que me formastes as entranhas, / e no seio de minha mãe vós me tecestes. / Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, / porque de modo admirável me formastes! – R. 3. Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; / nem uma sequer de minhas fibras ignoráveis / quando eu era modelado ocultamente, / era formado nas entranhas subterrâneas. – R. Segunda Leitura: Atos 13,22-26 Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, Paulo disse: 22“Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade'. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede, depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias'. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada essa mensagem de salvação”. – Palavra do Senhor. Evangelho: Lucas 1,57-66.80 Aleluia, aleluia, aleluia. Serás chamado, ó menino, o profeta do Altíssimo: / irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos (Lc 1,76). – R. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel. – Palavra da salvação.

Nóz da Nutrição
#85 NV – Inteligência artificial na nutrição em saúde pública por Ylana Rodrigues

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later May 17, 2023 37:02


Nesse novo episódio do Nózes e Vozes, a Nutricionista Ylana Rodrigues conversa com a Nutricionista e professora Dirce Maria Lobo Marchioni. No mundo atual, a inteligência artificial está se tornando uma parte cada vez mais presente e relevante em diversas áreas, inclusive na alimentação e nutrição. Neste contexto, surgem desafios e dilemas éticos, assim como a necessidade de os profissionais da nutrição se adaptarem e adquirirem novos conhecimentos e habilidades. Enquanto essa tecnologia pode trazer avanços significativos para a sociedade, é importante considerar seus possíveis impactos na relação das pessoas com a comida e a cultura alimentar. A Dirce Maria Lobo Marchioni é graduada em Nutrição pela USP, mestre e doutora em Saúde Pública também pela USP. Realizou pós-doc na Escola Nacional de Saúde Pública e no Imperial College London. Atualmente ela é professora associado da USP com experiência na área de Epidemiologia Nutricional, com ênfase em Consumo Alimentar. Sou nutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagramt Casca de Noz - Referências e Indicações: Click Prato , perfil no Instagram @clicpratoGeiasfsp, perfil Instagram @geiasfspDirce Marchioni, perfil Instagram @dmarchioni EquipeEntrevista: Ylana RodriguesEdição: Pablo CoutoProdução: Ylana RodriguesPublicação: Pablo CoutoArte da Capa: Thaiana Lindemann Contatocontato@nozdanutricao.com.brFacebookTwitterInstagram

Esportes
Falta de oportunidades no Brasil expõe jovens a 'armadilhas' no futebol europeu

Esportes

Play Episode Listen Later May 1, 2023 7:44


Ronaldinho, Neymar, Vinícius Jr., esses jogadores de futebol são apenas alguns de um imenso grupo de brasileiros que se mudaram para a Europa para brilhar no exterior. Mas a história desses craques é apenas a ponta do iceberg de um movimento muito maior, como muitos jovens que, por falta de oportunidades no Brasil, se aventuram foram do país, mesmo sem conhecer a realidade dos times locais.  Com informações de Marco Martins et a colaboração especial de Jonas DurisA época em que o Santos do rei Pelé ganhava contra qualquer time do mundo é coisa do passado. Hoje, o futebol brasileiro não atrai tanto os jogadores como antes. “Digamos que há 20 anos, talvez o grande objetivo de um atleta, nas categorias de base, era um dia atuar em um grande clube brasileiro como Flamengo, o Corinthians. Hoje não!”, resume Eduardo Dutra, advogado especializado em Direito Desportivo. Segundo Dutra, que já trabalhou como empresário e supervisor das categorias de base do América Mineiro, atualmente “atuar em um desses clubes (brasileiros) seria apenas um estágio para chegar ao futebol europeu. Com certeza a Europa para esses atletas é o grande objetivo profissional.”O futebol, que continua sendo o esporte mais popular no Brasil, ainda faz sonhar parte da juventude. Mas, para uma parcela da população, as razões dessa paixão são principalmente econômicas.“O Brasil é um país que possui muita desigualdade social, então, muitas vezes, o futebol é a única saída para crianças e adolescentes que vivem numa situação econômica complicadíssima. É a única forma de ascensão social”, analisa Eduardo Dutra, lembrando que “muitas vezes essas pessoas não têm acesso a estudos ou qualificação profissional".Foi essa busca por melhores condições de vida que levou a família Ruck a se mudar para Europa. “A gente veio aqui porque estava difícil no Brasil. E viemos para Portugal porque era a mesma língua. Eu vim para trabalhar, para dar uma vida melhor, segurança, educação. Era aquela vida, na verdade, do brasileiro em geral: trabalhando, trabalhando, trabalhando para poder comer, pagar as contas. Não sobrava nada”, conta Alessandro Ruck.Em Portugal, seu filho Guilherme começou a jogar futebol e foi descoberto por um olheiro. A família se mudou em seguida para a Espanha, onde hoje o jovem atua no time sub-15 de base do Real Valladolid. “A realidade que a gente tem hoje é completamente diferente da do Brasil", garante Alessandro Ruck.A realidade das categorias de base no BrasilNo entanto, ter a prática profissional como única saída faz com que aqueles que conseguem entrar nas categorias de base apostem tudo no futebol, deixando aspectos como a educação em segundo plano. Além disso, nem sempre os clubes investem na formação dos jovens atletas, o que é visto por alguns especialistas como um risco.Eduardo Dutra alerta para essa situação e critica a visão dos times em relação aos jovens. “É extremamente necessário que os clubes deem maior atenção à formação não só do atleta, mas sim à formação do ser humano, porque o atleta passa por um processo de coisificação, digamos assim. Nas categorias de base do clube, ele é visto como um patrimônio, como um ativo que talvez, no futuro, pode gerar um retorno técnico e financeiro. Mas não é visto, na maioria das vezes, como ser humano, como cidadão em formação”, alerta o advogado especializado em Direito Desportivo.“São crianças e adolescentes que, com 14, 15 anos, ainda com sua personalidade em formação, ficam sem uma referência familiar, ficam sem um auxílio psicológico de um profissional. Simplesmente vivendo o futebol 24 horas por dia. E uma pequena porcentagem consegue chegar ao futebol profissional. A grande maioria, mais de 90% dos atletas, ficam pelo caminho. Então chegam aos 19, 20 anos, não se profissionalizam e não tiveram uma formação educacional”, denuncia. Esse é o caso de Guilherme Ruck, que tem uma agenda bem pesada. “É bem complicado, porque eu volto da escola, tenho que fazer meus deveres de casa ou estudar, e depois ir para o treino. Depois do treino, que acaba às 10 horas da noite, tenho que estudar de novo. É bem corrido, mas ao longo do tempo eu consigo me acostumar”, afirma.O “glamour” do futebol europeuEsse interesse pelos times europeus vem do fato que os jogadores que conseguem se tornar profissionais no Brasil nem sempre conseguem melhorar suas condições de vida.Pesquisas mostram que 80% dos jogadores profissionais de futebol no Brasil recebem apenas um salário mínimo por mês. Os que ganham mais de R$ 30.000 representam apenas 1.7% dos atletas. Esse número fica ainda mais marcante quando se sabe que, segundo o site Statista, o Brasil é o país com mais jogadores de futebol profissionais no mundo, com mais de 10 mil atletas em 2021.Por isso, a opção de jogar na Europa aparece como a melhor solução, mesmo se vários elementos não são levados em conta pelos jogadores e seus familiares, como a solidão, a barreira da cultura, e também da língua. “A maioria desses atletas sequer termina a formação básica na escola, não consegue se formar, não tem o domínio de um segundo idioma, não domina o inglês ou qualquer outro idioma que não o português. Então, naturalmente enfrentam dificuldades para se adaptar para conseguir exercer a profissão em um país diverso. Trabalhei com alguns atletas que hoje atuam na Europa, que foram para a Ásia. Alguns lá permanecem, outros não conseguiram ter um bom desempenho ou tiveram problemas de adaptação e retornaram. Isso é comum”, explica o ex-empresário.Para não ficarem isolados, Alessandro e sua família fizeram amizade com outras famílias ligadas ao futebol profissional. “Eu conheci assim muita família de jogadores profissionais, jogadores do Real Madrid, do United, times do Brasil e sempre que eu tenho oportunidade converso muito com os pais, para saber como eram esses jogadores profissionais na base e onde eles erraram, onde eles acertaram”, conta.

Podcasts O Dia
Trabalhei como freelancer para um evento e não recebi. O que fazer?

Podcasts O Dia

Play Episode Listen Later Apr 30, 2023 0:59


Você pode cobrar judicialmente pela remuneração combinada e não quitada, mesmo em se tratando de um trabalho pontual, como "freelancer". Confira com Agnes Rigas mais uma resolução de resposta para leitor na coluna do DIA 'Reclamar Adianta'.

DEUS AMA EM VOCÊ!
Deus ama você, Deus ama em você

DEUS AMA EM VOCÊ!

Play Episode Listen Later Apr 4, 2023 2:05


Primeira Leitura: Isaías 49,1-6 Leitura do livro do profeta Isaías – 1Nações marinhas, ouvi-me; povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer; desde o ventre de minha mãe, ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu servo, Israel, em quem serei glorificado”. 4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. 5E, agora, diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor, esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra”. – Palavra do Senhor. Salmo Responsorial: 70(71) Minha boca anunciará vossa justiça. 1. Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: / que eu não seja envergonhado para sempre! / Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! / Escutai a minha voz, vinde salvar-me! – R. 2. Sede uma rocha protetora para mim, / um abrigo bem seguro que me salve! / Porque sois a minha força e meu amparo, † o meu refúgio, proteção e segurança! / Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. – R. 3. Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, / em vós confio desde a minha juventude! / Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, / desde o seio maternal, o meu amparo. – R. 4. Minha boca anunciará todos os dias / vossa justiça e vossas graças incontáveis. / Vós me ensinastes desde a minha juventude / e até hoje canto as vossas maravilhas. – R. Evangelho: João 13,21-33.36-38 Honra, glória, poder e louvor / a Jesus, nosso Deus e Senhor! Salve, ó rei, obediente ao Pai; / vós fostes levado para ser crucificado / como um manso cordeiro é conduzido à matança. – R. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?” 26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do pedaço de pão, satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”. 28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: “Compra o que precisamos para a festa” ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir'”. 36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas me seguirás mais tarde”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo, o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”. – Palavra da salvação.

Nóz da Nutrição
#NózComunica 66 – Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial – por Ylana Rodrigues

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later Mar 27, 2023 10:49


Toda semana tem Nóz Comunica, o quadro produzido pelo Nóz com as nutricionistas colaboradoras. Eps rápidos pra trazer novos conteúdos e reflexões para vocês! 21 de março. Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, proclamado pela ONU em memória das 69 pessoas mortas no chamado Massacre de Shaperville, em Joanesburgo, quando participavam de um protesto contra a Lei do Passe em 1960. Sou nutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagram Tem alguma pergunta ou assunto que gostaria de ouvir por aqui? Manda pra gente por dm ou tweet, ou comenta lá no post desse episódio no Instagram! EquipeEdição: Thaiana LindemannProdução: Pablo Couto e Thaiana LindemannPublicação: Thaiana LindemannCapa: Thaiana Lindemann Contatocontato@nozdanutricao.com.brInstagramTiktokTwitterFacebookLinkedin

EconOlívia
#028 - Tudo o que rolou nas campanhas eleitorais de 2022

EconOlívia

Play Episode Listen Later Mar 1, 2023 40:52


Contei tudo o que rolou nas campanhas das eleições de 2022. Trabalhei com tanta gente de direita, de esquerda e passei por muita coisa e tem surpresa, pra saber você precisa ouvir até o final. O EconOlívia está no ar. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/econolivia/message

Concursos e Experiências Compartilhadas
#107 - Experiências Compartilhadas - Arthur Azalim - PGE-PA com Daniella e Felipe Duque

Concursos e Experiências Compartilhadas

Play Episode Listen Later Feb 17, 2023 87:04


Ementa (escrita pelo aluno João a quem agradeço): Acordava de manhã e passeava com cachorro escutando o experiências compartilhadas. Passei muito bem na primeira fase. Fui reprovado na discursiva Passei nos recursos. Até os 18 anos Toco bateria, viver de música. Tentei ser músico. Euforia recém empossado Vestibular de história Minha esposa passou para Direito e me convenceu a fazer Direito Fiz faculdade de história de 2012 a 2014 Comecei Direito em 2014. Fiz uma boa faculdade, terminei em 2019. Estágio durante toda a faculdade. Trabalhei durante 4 anos na advocacia de 10h às 19h,até ser empossado. Casei durante esse período Sou matinal. Acordo 05h da manhã Conciliar trabalho x estudo Trabalho tira um pouco o peso. Gosto muito de estudar de manhã. A importância da minha esposa para os meus estudos. Aprendi que nós não podemos gostar só de uma coisa… Fernanda minha esposa me ajudou muito. Frase de Simião @caput no depoimento de Experiências Compartilhadas PGE-PB tive 82 PGE-CE cansadão, cirurgia. 2 semanas na cama sem estudar e consegui passar. Passei na segunda fase sem esperar. PGE-PA Estudava de domingo a domingo. Quando tava cansado, descansava domingo. A noite não estudo. 4h liquidas por dia. METODOLOGIA DE ESTUDOS Inicio depois de formar 2019, salinha de estudos. Não consegui esgotar todos os livros. No inicio peguei livros Tinha preconceito com PDFs Na época achava que precisava esgotar os editais, as provas. Comecei a migrar o que não tinha lido, comecei a usar os PDFs do ponto a ponto. Utilizei Buscador do Dizer o Direito. Eu tava sem estratégia até 2020 Fiz meu raio-x no qocncursos. Adorei o grupo do Conteudospge. Fazia meus materiais complementando. Muitas revisões porque esqueço muito. Como eu testo o material PDF? Sempre fiz muitas questões. Não gostava de fazer questões. Estudava 2 matérias por dia. Dependia também do que eu estava estudando também no dia. Complementar o material Como foi o estudo da jurisprudência Utilização do raio-x do edital Organizar para conter a ansiedade Conheço gente que só passou videoaula Aprendi o meu jeito. Incorporei algumas experiências do XP COMPARTILHADAS: Alvaro e Allan Josimo Dos Cast - para aquecimento dos neurônios. Trânsito. Precisava repetir. Momento mais difícil do estudo para concurso. Reta final dos concursos Cansaço 04/01/2022 - PGE-CE Mãos de Deus. Não saber quando vai apagar. Comecei a fazer terapia. Continuarei a fazer terapia Sonhava como contaria o depoimento no experiências compartilhadas. Não tem fim… Não tenho fé. Comecei a ter muita fé. Por necessidade. Consolação O choro após o resultado do fracasso Mensagens finais.. Para maiores informações: @felipe_duque no instagram, @felipeduqueprocurador no TikTok WWW.RAIOXDOEDITAL.COM.BR

Nóz da Nutrição
#NózComunica 57 – Climão na nutrição: COP27 e Acordo de Paris – por Ylana Rodrigues

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later Nov 28, 2022 9:39


Toda semana tem Nóz Comunica, o quadro produzido pelo Nóz com as nutricionistas colaboradoras. Eps rápidos pra trazer novos conteúdos e reflexões para vocês! "Eaí, nutri, beleza? Vamos falar de mudança climática?". A Yla começa assim esse episódio, te chamando para um papo sério sobre esse tema, novidades desse mês, Nações Unidas e o Acordo de Paris. Tu está enxergando a relação da nutrição com essas mudanças? Como nutris e seres sociais e políticos, precisamos entender disso, então bora ouvir o que essa nutri incrível preparou pra gente nesse episódio! #nãotemplanetaB Sou nutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagram Tem alguma pergunta ou assunto que gostaria de ouvir por aqui? Manda pra gente por dm ou tweet, ou comenta lá no post desse episódio no Instagram! EquipeEdição: Thaiana LindemannProdução: Pablo Couto e Thaiana LindemannPublicação: Thaiana LindemannCapa: Thaiana Lindemann Contatocontato@nozdanutricao.com.brInstagramTiktokTwitterFacebookLinkedin

Que diabo é isso?
#106 "EU TRABALHEI COM O SHYAMALAN!"

Que diabo é isso?

Play Episode Listen Later Oct 9, 2022 20:07


Uma história insólita de um colega de profissão que da noite para o dia estava trabalhando com um dos maiores diretores da nossa geração. Dê o play e venha sentir uma invejinha branca comigo

Expresso - Humor à Primeira Vista
Henrique Dias: “Do ponto de vista do método, Pôr do Sol foi o projeto mais perfeito em que trabalhei até hoje”

Expresso - Humor à Primeira Vista

Play Episode Listen Later Oct 6, 2022 52:51


Henrique Dias é guionista, argumentista e um dos criadores de "Pôr do Sol", a sátira da RTP às novelas portuguesas que criou uma legião de fãs e chegou até à Netflix. No podcast Humor À Primeira Vista, revela que o trio criativo a que pertence, com Manuel Pureza e Rui Melo, já prepara novos projetos, explica o caminho do humor "nonsense" em Portugal, analisa o cinema português e relata um equívoco ao conhecer Herman José.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Artes
“Para que os ventos se levantem: uma Oresteia” estreou em Bordéus

Artes

Play Episode Listen Later Oct 5, 2022 9:14


Estreou esta terça-feira à noite em Bordéus a peça “Pour que les vent se lèvent”, “Para que os ventos se levantem: uma Oresteia”. Um texto escrito a partir da Oresteia de Ésquilo, aqui adaptado, actualizado e “desviado” pelo dramaturgo franco iraniano Gurshad Shaheman e com a encenação de Catherine Marnas e Nuno Cardoso. Nesta mais antiga das tragédias, Tróia é o nome de guerra de todo o Médio Oriente, Agamémnon e Orestes são os emblemas do imperialismo e populismo e os coros são feministas e ecologistas. Em cima do palco um elenco de 12 jovens actores e actrizes franceses e portugueses. Um exercício bilingue num espectáculo que interroga os alicerces da democracia. Ao microfone da RFI a encenadora francesa Catherine Marnas explicou este “olhar externo europeu da cultura europeia”. “Este trabalho sobre a Oresteia foi um projecto, obviamente, entre dois directores europeus, mas não do mesmo país, para dizer:  qual é a raiz da democracia, da nossa cultura e da nossa civilização? São os gregos. Por isso a ideia de voltar a uma época em que a democracia era muito questionada. Achamos que seria bom reunir dois países para falar sobre isso e, além disso, encomendamos uma Oresteia contemporânea a Gurshad Shaheman, que não é europeu. Então isso é interessante, é esse olhar externo europeu para falar da cultura europeia. Necessidade de actualizar os clássicos? Não sei. É uma grande questão que, por vezes, o Gurshad coloca: precisamos mesmo de mostrar autores antigos e de os confrontar? Quando olhamos à nossa volta, estamos mergulhados na cultura grega. Basta ver, por exemplo, o mito de Édipo. É incrível que tais palavras, tais mitos tenham sido impregnados na realidade humana e nos persigam até hoje. Os significados mudam. É como uma camada que colocamos no tempo, ou seja, o tempo não é o mesmo, necessariamente a escuta não é a mesma e as respostas não são as mesmas, ou em todo caso as perguntas. Mas, mesmo assim, permanece uma raiz, uma base.  Eu tenho esta particularidade, sou uma amante das línguas. E muitas vezes trabalho em países estrangeiros, com línguas estrangeiras, e até com algumas línguas, confesso, que não entendo nada. Trabalhei na China e não percebo nada de chinês.  Penso que a mensagem passa para outro lugar, passa pelo corpo, passa por outra forma de ouvir, mas não é o caso de uma língua latina como o português porque, como lhe disse, falo espanhol, e com meu "portunhol", consigo desenrascar-me. Para mim não é uma dificuldade, é um prazer." No final desta estreia no Teatro Nacional de Bordéus, o encenador português Nuno Cardoso deu-nos conta de como chegou a este projecto. “Eu fiz a Oresteia na prisão há alguns anos e é um texto que me tinha acompanhado, um texto de Ésquilo. No âmbito da Saison Croisée (Temporada Cruzada) foi-nos posta esta possibilidade de podermos colaborar com Bordéus. Conheço bem Bordéus, já tinha sido professor aqui na escola, tinha feito uma peça para o TNBA [Teatro nacional de Bordéus Aquitânia] em 2013 ou 2014. Através da Saison Croisée (Temporada Cruzada) entrámos em contacto um com o outro, eu e a Chaterine [Marnas], falei-lhe desta vontade de revisitar Oresteia, até porque temos um problema de défice democrático, etc e queria revisitar este texto fundador. Ela mostrou-se interessada, encontramo-nos e chegámos ao nome do Gurshad [Shaheman]. A partir daí, começámos em pré-produção ao longo deste tempo e esta pré-produção implicou encontros, implicou encontros com o autor, encontros entre os três, implicou a selecção de actores franceses, a selecção de actores portugueses, audição e depois um processo de trabalho dividido entre o Porto e Bordéus, que acabou agora.” Trazer estas temáticas de um texto clássico para os dias de hoje é o quê, é mostrar que a história repete-se?  “Aquilo que se chama um texto clássico não é um texto clássico. Os únicos textos que não são contemporâneos são os textos que a gente se esqueceu. Os outros são sempre contemporâneos, são sempre actuais. Como a Catherine disse, o olhar muda, a percepção das palavras muda. Portanto, os textos que chegam até nós do passado são textos que resistem à erosão dos sentidos e do pensamento.  Este exercício de revisitar um texto clássico e matricial é um bocadinho uma espécie de desafio a nós e ao próprio espectador para, de um lado, promover uma nova dramaturgia, do outro, para nos centrarmos nos problemas matriciais que são a raiz, de alguma, forma da construção ideológica da sociedade ocidental.  A ideia de que passámos do olho por olho, do dente por dente para uma espécie de sistemização da sociedade e racionalização do dispensar da justiça, o estado de direito por assim dizer, é a raiz fundamental do nosso estado e o nosso estado neste momento encontra-se doente. Porque muita gente põe em causa o que é o estado direito, muita gente põe em causa o que é essa raiz e às vezes pelas razões erradas. Ou seja, nós às vezes devolvemos aos dirigentes ou devolvemos aos políticos a responsabilidade da erosão da nossa sociedade e essa responsabilidade é, acima de tudo e em primeira instância, nossa como cidadãos e como público e como criadores.  Portanto, o processo em si foi estruturado um bocado como isso, não só o desafio a um olhar extra europeu, de uma minoria, para revisitar este texto que é tão fundamental para a construção da nossa sociedade, como um próprio processo criativo que implica diálogo, portanto exercício democrático. E o exercício democrático é acima de tudo o exercício da perda, não é o exercício do ganho, é a capacidade de negociação que é, de alguma forma, factor de majoração de todo este processo, um diálogo entre vários olhar, todos eles iguais, todos eles diferentes e é sobretudo, também, um encontro de línguas para descobrir que o que é importante é a nossa capacidade de nos juntarmos independentemente da linha, independentemente do género, independentemente da raça, independentemente da geografia para seguir uma história e reflectir sobre essa história. Quando isso acontece não há uma única barreira, porque estamos num sítio profundamente humano e humano somos todos.” A peça “Pour que les vent se lèvent”, “Para que os ventos se levantem: uma Oresteia” vai continuar até dia 8 de Outubro em cena, no Teatro Nacional de Bordéus Aquitânia, depois segue viagem para Portugal onde, a 20 de Outubro, se estreia no Teatro Nacional de São João. A peça baseia-se na Oresteia de Ésquilo, mas aqui foi adaptada, actualizada e “desviada” pelo dramaturgo franco-iraniano Gurshad Shaheman e conta com a encenação de Catherine Marnas e Nuno Cardoso. "Pour que les vent se lèvent”, “Para que os ventos se levantem: uma Oresteia” integra a programação da Temporada Cruzada Portugal-França.

Nóz da Nutrição
#NózComunica 51 – Ainda estamos falando de restrição alimentar? – por Ylana Rodrigues

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later Sep 26, 2022 14:16


Toda segunda é dia de Nóz Comunica, o quadro produzido pelo Nóz com as nutricionistas colaboradoras. Eps rápidos pra trazer novos conteúdos e reflexões para vocês! Esse é um episódio para todos, mas ainda mais importante para os nutricionistas. É sério que ainda estamos falando em restrição alimentar? Como estamos auxiliando as pessoas a mudar o comportamento e não apenas a dieta em um período curto de tempo? Estamos ouvindo de verdade quem atendemos? Sou nutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagram Tem alguma pergunta ou assunto que gostaria de ouvir por aqui? Manda pra gente por dm ou tweet, ou comenta lá no post desse episódio no Instagram! EquipeEdição: Thaiana LindemannProdução: Pablo Couto e Thaiana LindemannPublicação: Thaiana LindemannCapa: Thaiana Lindemann Contatocontato@nozdanutricao.com.brInstagramTiktokTwitterFacebookLinkedin

Esportes
Roger Federer: A despedida e as homenagens para uma lenda do tênis

Esportes

Play Episode Listen Later Sep 18, 2022 10:20


A notícia já era esperada. Mas ninguém tinha pressa em ouvir. O anúncio feito por Roger Federer de que iria se aposentar das quadras de tênis no final de setembro sacudiu o mundo do esporte e desencadeou uma avalanche mundial de homenagens a um dos maiores nomes da história do tênis.   Em um comunicado divulgado na última quinta-feira (15) e também por meio de uma mensagem de vídeo, Roger Federer explicou as razões que o levaram, aos 41 anos, a dizer adeus ao circuito profissional, após o torneio Laver Cup, a ser disputado em Londres, entre os dias 23 e 25 de setembro. "Como muitos de vocês sabem, os últimos três anos trouxeram desafios em forma de lesões e cirurgias. Trabalhei muito para voltar em plena forma de maneira competitiva. Mas também sei da capacidade e limites do meu corpo e os sinais para mim, ultimamente, têm sido claros. Eu tenho 41 anos de idade, já joguei mais de 1.500 partidas em 24 anos. O tênis tem me tratado com mais generosidade do que eu jamais sonharia. E agora devo reconhecer que é o momento de terminar a minha carreria competitiva".   Federer admitiu que foi uma decisão que trouxe sentimentos contraditórios. "Esta é uma decisão amarga e doce ao mesmo tempo, porque vou sentir falta de tudo o que o circuito me proporcionou. Mas, ao mesmo tempo, há muito o que comemorar. Eu me considero uma das pessoas mais sortudas da Terra. Recebi um talento especial para jogar tênis e o fiz em um nível que nunca imaginei, por muito mais tempo do que jamais imaginei ser possível", disse o jogador. O anúncio da despedida emocionou os milhões de fãs no mundo inteiro, o universo do tênis e seus principais rivais. Pelas redes sociais, dois de seus maiores adversários expressaram admiração pelo suíço. Nadal e Djokovic O espanhol Rafael Nadal se referiu a ele como um amigo e rival. E disse: "gostaria que esse dia nunca chegasse. Foi um prazer, mas também uma horna e um privilégio compartilhar todos esses anos com você vivendo tantos momentos incríveis dentro e fora de quadra".  Novak Djokovic demorou 24 horas para se exprimir. Mas no texto no Instagram, escreveu: " sua carreira deu o tom para o que significa alcançar a excelência e liderar com integridade e equilíbrio. É uma honra conhecê-lo dentro e fora do circuito por muitos anos ainda". O suíço e o espanhol protagonizaram alguns dos duelos mais inesquecíveis das últimas décadas. Djokovic e Federer se enfrentaram 50 vezes, com vantagem para o sérvio que venceu 27 partidas, sendo 11 em Grand Slams. A mais memorável delas foi na final de 2019, quando Djokovic salvou dois match points antes de vencer a final mais longa da história de Wimbledon (4h57), privando o suíço do 21° título de Grande Slam. Na despedida de Federer, na Laver Cup, os dois vão jogar juntos na equipe europeia ao lado de Rafael Nadal e Andy Murray contra uma equipe formada de tenistas de outras regiões do mundo. Carreira Roger Federer começou no circuito profissional em 1998, antes de completar 18 anos, em seu país natal. Acumulou diversos recordes nos mais de 24 anos de carreira. Foram mais de 1500 jogos, e um total de 103 títulos só em torneios de simples. Até o momento, foram 1.251 vitórias nas quadras, pouco atrás de Jimmi Connor (1274) e de Martina Navratilova (1442). Terminou como o número 1 do mundo em cinco ocasiões: de 2004 a 2007 e em 2009. E o maior feito na sua vitoriosa carreira: erguer um total de 20 títulos de Grand Slam, sendo 8 em Wimbledon, onde marcou a história do torneio londrino como maior vencedor individual. Ao lado de Stanislas Wawrinka ergueu a única Copa Davis para a Suíça, em 2014. Terminou a temporada como número 1 do mundo em cinco ocasiões (2004, 2005, 2006, 2007, 2009). Federer também foi o sexto jogador a conquistar os quatro torneios de Grand Slams e maior feito na sua vitoriosa carreira: ergueu no total 20 títulos de Grand Slams, sendo 8 em Wimbledon, onde marcou a história do torneio londrino como o maior vencedor individual.  Além de Wimbledon (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2012, 2017), foram 6 títulos do Aberto da Austrália (2004, 2006, 2007, 2010, 2017, 2018), 5 do US Open (2004, 2005, 2006, 2007, 2008) e apenas 1 Roland-Garros (2009). Com seu adeus, uma página da história do tênis será virada. Ela ficará registrada como a realização de um sonho de um menino suíço, que quando era catador de bolas, aos 8 anos, sonhou em se tornar profissional. Nas quadras, será lembrado pelo estilo de jogo elegante, o respeito pelos adversários, além claro, das inúmeras conquistas. Homenagens de brasileiros Para o tenista brasileiro Bruno Soares, o suíço marcou uma era do esporte e não apenas nas quadras. “Federer transformou o mundo do esporte e não apenas do tênis. Não é em números, mas provavelmente é o melhor de todos os tempos em vários quesitos: talento, elegância, humildade e carisma. Ele marcou o esporte e o mundo do entretenimento de um modo geral", disse. "Ele é um ícone não apenas para o tênis e uma referência mundial. É um dia triste para o tênis porque a gente perde esse privilégio de mais de 20 anos que foi acompanhar o maestro jogando. Foi uma das coisas mais bonitas que o esporte já proporcionou. Fica a história que ele fez e ele sempre vai estar no coração de todo mundo perpetuando tudo o que ele conquistou", finalizou. Para a tenista número 1 do Brasil, Bia Haddad Maia, Roger Federer foi um exemplo: "Ele sempre foi um cara que agregou muitos valores humanos. Ele sempre demonstrou muito amor, carinho pelo tênis e seus adversários. Ele conseguiu jogar em alto nível por duas gerações diferentes e completas. O que ele fez é incrível”, resumiu. Para quem teve o prazer de ver de perto o suíço jogar, fica um momento que nunca se apagará da lembrança. É o caso da roteirista de cinema mineira Isabel Borges, uma fã incondicional de Federer. Ela conta que já viajou à Suíça só para ver o ídolo jogar. “Viajei do Brasil para a Basileia, cidade natal do Federer para vê-lo jogar lá, no torneio onde começou como gandula. Foi muito especial este momento”, recordou. Ela disse ter chorado ao saber da notícia da aposentadoria do tenista. “Minha primeira reação foi de lágrimas, comecei a chorar. É triste pensar que a gente não mais vai vê-lo jogar. Por outro lado, foi um privilégio ter acaompanhado a carreira dele que é incrível”, destaca.   Em números, a carreira de Federer também lhe rendeu muito dinheiro. Ele foi o esportista mais bem pago do mundo entre 1° de junho de 2019 e 10 de junho de 2020 com um ganho total de US$ 106,3 milhões, segundo a revista Forbes, sendo US$ 100 milhões de contratos publicitários e patrocinadores privados. Ele terá a partir do último torneio, mais tempo para se dedicar à família e aos projetos pessoais. Se depender da sua últimas palavras e promessa ao anunciar sua aposentadoria, ele não deverá ficar tão distante do esporte que o consagrou. "Quero agradecer do fundo do meu coração a todos os que, ao redor do mundo, me ajudaram a tornar realidade os sonhos de um jovem suíço que era catador de bolas. Finalmente, para o jogo de tênis...  eu te amo e nunca vou deixá-lo”, disse.

Norma Melhorança
Converso com a Psi Ruth Levisky

Norma Melhorança

Play Episode Listen Later Aug 28, 2022 76:18


“Minha primeira formação foi em Ciências Biológicas. Pertenci à primeira turma de Pós-Graduação em Genética Humana da Universidade de São Paulo, onde defendi Mestrado em 1971 e Doutorado em 1973 sobre “Aconselhamento Genético de famílias com afetados por Distrofia Muscular Progressiva”. Nessa época, o tema de minhas teses foi pensar como transmitir o risco de repetição dessa doença hereditária para as famílias, fardo este, muito pesado. Deparei-me com conflitos conjugais e familiares com os quais não sabia lidar. Casais que acusavam o responsável pela transmissão da doença, a culpa de quem transmitiu o gene, além de casais que desenvolviam mecanismos de negação, apoiados pelos destinos divinos. “Deus quis assim e essa é a nossa cruz”. Trabalhei em Paris, no Institut de Pathologie Moleculaire e Hôpital des enfants malades, com Dr. Jean Démos, de 1973-1974, e obtive uma bolsa de pós-doutorado do INSERM. Senti que não tinha condições para lidar com esses conflitos. Fiz Psicologia e ao mesmo tempo, formação em Psicanálise de Grupo, pois na época ainda não existia especialização na área de família. Batalhei muito para encontrar minha identidade profissional. Fiz análises didática em psicanálise de grupo, individual e supervisões, que contribuíram para vivenciar e perceber aspectos inconscientes de minha personalidade, para um maior conhecimento de mim mesma e consequentemente, para o desenvolvimento de minha função analítica. Dei aulas no curso de formação em Psicoterapia Analítica de Grupo, no Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares (NESME), no qual coordenei o grupo de psicanálise de casal e família e na PUC-SP (COGEAE), no curso de especialização em Terapia familiar. Hoje sou psicanalista de casais e famílias e tenho me dedicado à expansão dessa área de especialização em nosso país, na organização de eventos e congressos, publicações, grupos de estudos, além de termos criado a Associação Brasileira de Psicanálise de Casal e Família (ABPCF), da qual fui presidente, desde sua fundação em 2017 até maio de 2021.. Fui organizadora e presidente do Congresso da Associação internacional de Psiicnálise de Casal e Família, realizado em São Paulo no ano de 2016. Dou supervisões para alunos em formação no curso de especialização Poiesis, em Lisboa. Esse foi meu percurso.” Publicações: Blay Levisky R. (1973) Aconselhamento genético de famílias com Distrofia muscular progressiva In: Genética Humana, org. FrotaPessoa, O. Beçak, W. 2 ed,. Ed. Mec_ Blay Levisky,e Zatz, M. Miopatias hereditárias (1978), Org. Levy, J.A., E. Sarvier, Blay Levisky, R. Les enfants parlent au nom des parents. (2000)- Le divan familial, Paris. Blay Levisky, R. Le marriage est-il une menace pour le couple? (2005) Rev. Le divan familial- Paris Blay Levisky, R.9 (2009) - A traição como meio de comunicação perversa de um casal (2009) - In: Clínica Psicanalítica de Casal e família- Gomes, I. C., ed. Gen Blay Levisky R. Vínculos fanáticos: uma encruzilhda entre o casamento e a religião (2012) -. In:.Diálogos Psicanalíticos sobre Casal e Família Org: Gomes, I.C, Fernandes. M.I. e Blay Levisky, R, Ed. Zagodoni. Blay Levisky, R. ((2014) - Amores reais e virtuais: estamos falando da mesma coisa? - In :Diálogos psicanalíticos sobre Casal e família: org. Blay Levisky, R. Gomes, I.C. e Fernandes, M.I.,Ed. Zagodoni Ramos, M. Gomes. I. C., Fernandes, M. I., Paiva, M.L., Blay Levisky, R., Brasiliano, B., 2018- Psicanálise de casal e Família: desafios clínicos e ampliações teóricas: ed. Escuta Baly Levisky, R. Expressões da intimidade nos vínculos: interferências da cultura (2017) -Rerv. Id, 63. SBPSP e muito mais

Nóz da Nutrição
#NózComunica 43 – Promoção da alimentação sustentável: uma conduta ética – por Ylana Rodrigues

Nóz da Nutrição

Play Episode Listen Later Aug 3, 2022 7:32


Toda segunda é dia de Nóz Comunica, o quadro produzido pelo Nóz com as nutricionistas colaboradoras. Eps rápidos pra trazer novos conteúdos e reflexões para vocês! Tivemos dificuldade em escrever um texto para complementar a fala da Ylana e te instigar a ouvir, por isso vamos usar uma aspas dela aqui mesmo que já é suficiente para tu dar o play nesse episódio de 7 minutos: "Uma conduta ética precisa estar alinhada com os desafios da sociedade. Portanto, considerar as consequências do sistema alimentar no ambiente e na saúde das pessoas é trabalhar também de forma ética". Sou nutricionista pela UFRGS. Fiz mestrado em ciências da nutrição na UFCSPA, estudando determinantes sociais, discriminação racial, comportamento e consumo alimentar. Atuo na clínica com ênfase em comportamento alimentar, conectando a escuta, o aconselhamento e o reconhecimento da influência da sociedade e do ambiente na alimentação e na relação com o corpo. Trabalhei por 5 anos no TelessaúdeRS-UFRGS, com ações de educação permanente de profissionais da atenção primária do SUS, onde me aprofundei nos temas de saúde coletiva e saúde planetária.Instagram: @ylagram Tem alguma pergunta ou assunto que gostaria de ouvir por aqui? Manda pra gente por dm ou tweet, ou comenta lá no post desse episódio no Instagram! EquipeEdição: Thaiana LindemannProdução: Pablo Couto e Thaiana LindemannPublicação: Thaiana LindemannCapa: Thaiana Lindemann Contatocontato@nozdanutricao.com.brInstagramTiktokTwitterFacebookLinkedin

Família Hoje
Nunca trabalhei e minha mãe não deixa

Família Hoje

Play Episode Listen Later Jun 29, 2022 5:30


Episódio do dia 29/06/2022, com o tema: Nunca trabalhei e minha mãe não deixaApresentação: Kléber Lima e Kaká Rodrigues Filhos precisam crescer e seguir o curso natural da vida. Mas tantos os pais, quanto os próprios filhos devem almejar e se esforçar para o crescimento aconteça. Caso contrário, os dois lados acumularão frustrações.See omnystudio.com/listener for privacy information.

DEUS AMA EM VOCÊ!
Coração aberto a Deus e aos irmãos

DEUS AMA EM VOCÊ!

Play Episode Listen Later Jun 23, 2022 2:44


Primeira Leitura: Isaías 49,1-6 Leitura do livro do profeta Isaías – 1Nações marinhas, ouvi-me; povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu servo, Israel, em quem serei glorificado”. 4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. 5E, agora, diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor, esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra”. – Palavra do Senhor. Salmo Responsorial: 138(139) Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, / porque de modo admirável me formastes! 1. Senhor, vós me sondais e conheceis, † sabeis quando me sento ou me levanto; / de longe penetrais meus pensamentos; / percebeis quando me deito e quando eu ando, / os meus caminhos vos são todos conhecidos. – R. 2. Fostes vós que me formastes as entranhas, / e no seio de minha mãe vós me tecestes. / Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, / porque de modo admirável me formastes! – R. 3. Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; / nem uma sequer de minhas fibras ignoráveis / quando eu era modelado ocultamente, / era formado nas entranhas subterrâneas. – R. Segunda Leitura: Atos 13,22-26 Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, Paulo disse: 22“Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade'. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede, depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias'. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada essa mensagem de salvação”. – Palavra do Senhor. Evangelho: Lucas 1,57-66.80 Aleluia, aleluia, aleluia. Serás chamado, ó menino, o profeta do Altíssimo: / irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos (Lc 1,76). – R. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel. – Palavra da salvação.

Desonra pra tua Vaca
#16 Trabalhei na Disney, veja no que deu - Parte 3 com Clayson Homem

Desonra pra tua Vaca

Play Episode Listen Later Aug 30, 2021 81:56


Voltamos com mais histórias de Cast Members! Dessa vez recebemos Clayson Homem para compartilhar suas histórias e experiências durante o programa Guest Relations no Walt Disney World Resort. Teve militância, poesia, lágrimas, mãe com 10 crianças, segurança expulsando famílias e finalizamos com uma mensagem motivacional para você seguir seus sonhos. DESONRAS: Família Bolsonaro Declarações de Paulo Guedes Séries ruins AGRADOU OS ANCESTRAIS Álbum: Solar Power Trailer: Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa Trailer: Spencer Novos episódios de Por Trás da Diversão Álbum: Pink Tape Série: Nine Perfect Strangers Série: American Horror Story APRESENTADO POR: @clayhomem @augustomoitas @felpsalgado Siga a gente no Instagram e no TikTok Mande sugestões e comentários para: desonrapodcast@gmail.com

Desonra pra tua Vaca
#13 Trabalhei na Disney, veja no que deu - Parte 2 com Luiza Barthel e Pedro Ayres

Desonra pra tua Vaca

Play Episode Listen Later Aug 9, 2021 104:34


E vamos de mais fofoca de Cast Members? Dessa vez trouxemos dois convidados para compartilhar histórias sobre o programa da Disney exclusivo para brasileiros. Luiza Barthel e Pedro Ayres contam histórias bizarras e, digamos, nojentas sobre o Park Greeter. Tivemos golpes, propinas, momentos mágicos e até participação da fada do dente. Discutimos também sobre o funcionamento e o futuro do programa. Será que ele volta? DESONRAS: Comitê Olímpico Russo Comentaristas homofóbicos russos Sommelier de vacina Delivery mal embalado Homofobia e ódio na internet AGRADOU OS ANCESTRAIS: Tomar vacina, bom demais Banda Lany (Agradou mas nem tanto) Ariana Grande no Fortnite Tom Daley TikTok: Arthur Freixo Doc: Pray Away Doc: Bem-Vindo à Chechênia APRESENTADO POR: @womanlikeluuv @pedroayres_ @augustomoitas @felpsalgado Siga a gente no Instagram e no TikTok Mande sugestões e comentários para: desonrapodcast@gmail.com

Desonra pra tua Vaca
#9 Trabalhei na Disney, veja no que deu

Desonra pra tua Vaca

Play Episode Listen Later Jul 12, 2021 62:21


Nesse episódio contamos algumas histórias de quando fomos Cast Members no Walt Disney World Resort. Teve uma breve explicação do que é o programa, histórias emocionantes, chamada de segurança, mochila perdida e momentos mágicos. Vem ouvir fofocas de backstage! DESONRAS: Fãs de Reality Show que misturam o programa com vida pessoal 4 milhões de mortos por COVID-19 no mundo, 500 mil no Brasil Legendas da HBO Max Mal informação sobre HIV AGRADOU OS ANCESTRAIS: Série: It's a Sin Série: Veneno Álbum: Kikadão, Vol 1 - Kika Boom Série: The Flight Attendant APRESENTADO POR: @augustomoitas @felpsalgado Siga a gente no Instagram e no TikTok Mande sugestões e comentários para: desonrapodcast@gmail.com

Morning Show
Maria Cândida - Morning Show - 27/02/19

Morning Show

Play Episode Listen Later Feb 27, 2019 74:16


A jornalista Maria Cândida foi a convidada do Morning Show desta quarta (27) e contou como está sendo sua transição da televisão para o YouTube. “Trabalhei por dois anos na TV Aparecida, mas no dia 4 de fevereiro estreio meu canal ‘Maria Cândida' no YouTube, com vários quadros. Meu foco é falar com as mulheres com mais de 40 anos”, explica. Questionada se a ida para a internet é uma desistência da televisão, ela é taxativa. “Eu não desisti da TV, se me chamarem para fazer algo, eu faço. Mas já faz tempo que queria entrar no YouTube, só não sabia o que fazer, não queria fazer só entrevistas”.

SetCast
SetCast 142 – Profissão: Compositor de Trilha Sonora. Com Eduardo Aram.

SetCast

Play Episode Listen Later Sep 28, 2018 49:12


No programa de hoje, vamos criar nossa trilha sonora com Eduardo Aram . Falamos da profissão compositor, quais são as dificuldades de compor, deonde vêm as expirações e criatividade para uma trilha perfeita. Atualmente Aram compõe para duas séries junto com outros dois compositores, os mexicanos  Andres Sanchez Mahe e Gus Reyes: Diablero (Netflix - México-Espanha) e Tijuana (Netflix / Univision - Estados Unidos), além do documentário Runner Without A Country, que conta a história de um refugiado de guerra que se tornou atleta olímpico. Formado em direito e DJ de sucesso nos anos 2000, hoje Aram pode comprovar que é possivel viver com a música. Aram compôs ainda parte dos temas de abertura das Olimpíadas do Rio 2016, com Beto Villares e Antonio Pinto e o encerramento das Olimpíadas de Londres. Nascido na década de 80, Eduardo Aram começou a estudar violão aos 9 anos; aos 15 guitarra elétrica e aos 17 a produzir suas próprias músicas. Ainda jovem se interessou por música eletrônica; seu irmão era organizador de festivais e com o convívio entre eles e outros artistas Aram começou a se apresentar nestes eventos e no início dos anos 2000 já tocava suas próprias músicas ao lado do Killer on The Dancefloor, grupo de sucesso na época. Paralelamente, sob influência da família, foi estudar Direito. Durante o período da faculdade até concluir o curso trabalhava na área, mas mantinha as suas atividades também na música ao se apresentar como DJ. "A biblioteca da universidade de Direito era junto com a de música, então eu chegava horas antes das aulas começarem para estudar música e Direito. Em 2004 me formei e, após alguns meses, decidi que seguiria na carreira da música, embora não soubesse como. Cresci ouvindo aqueles comentários infelizes de que "música não ganha dinheiro", mas sempre ignorei,  fiz o que acreditava", diz. Em 2008 conheceu o DJ Zegon, atualmente do Tropikillaz e responsável por produzir a cantora brasileira Anitta. Naquela época gravaram e lançaram algumas músicas e o DJ  o indicou para um estúdio de publicidade em São Paulo; assim iniciou a sua jornada na composição de músicas para filmes. "Nesses anos comecei a viajar para outros países e entre eles visitei a Califórnia,  em Los Angeles. Foi aí que decidi que seguiria a carreira em terras americanas". Ainda nesse período, Aram conheceu também Antônio Pinto, filho do cartunista Ziraldo, um dos mais respeitados compositores brasileiros no cinema, que assina  filmes como Cidade de Deus,  Collateral e  Amy – documentário sobre a vida da cantora inglesa Amy Winehouse vencedor do Oscar de 2016. "Ele me convidou para fazermos alguns projetos juntos e em 2011 me ofereceu uma sala no mesmo prédio de seu estúdio. Ali eu trabalhava em meus projetos e ficava conectado ao ritmo dele, que desde aquela época já tinha uma carreira internacional em Hollywood e foi fundamental para a minha entrada nesse ambiente", explica. Em 2012 Aram assinou seu  primeiro filme ao lado de  Antonio, "The Odyssey" para BBC Films. "A trilha ficou tão legal que foi lançada como disco. Antonio foi meu mentor. Me convidou para dezenas de outros projetos. Assim eu trabalhava, compunha músicas e adquiria experiência internacional. Trabalhei em estúdios como o aclamado Abbey Road (conhecido pelas gravações dos Beatles), Sony, Paramount, Universal, entre outros". Com esse montante de filmes, em 2015 Aram se mudou em definitivo para Los Angeles para  trabalhar com televisão, além de cinema, e dar continuidade à carreira. "Na televisão o ritmo e prazos são completamente diferentes de cinema. O processo é mais dinâmico e rápido e existem mais chances de se conseguir um projeto a longo prazo. Uma série com diversas  temporadas pode durar alguns anos. Por isso, estar aqui faz a diferença", afirma. Desde então Aram tornou-se figura constante em trilhas sonoras de Hollywood: já são 16 filmes, 11 séries, 7 espetáculos, 17 discos, e mais de 100 comerciais pra publicidade.