POPULARITY
Cantigas há muitas, amores há uns quantos, perdições são menos, Camilo Castelo Branco houve só um. Faria agora 200 anos e estas cantorias vêm inspiradas pelos parabéns redondos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
David Galego, presidente da Câmara Municipal de Redondo e da CIM Alentejo-Central, sublinha que a gastronomia alentejana deve ser acompanhada por vinhos de excelência, reconhecidos internacionalmente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Da Montserrat a Burgos, da Léon a Santiago: queste le tappe che compongono il cammino musicale verso la tomba di San Giacomo. Ogni tappa è identificata da un codice musicale, da cui sono tratti alcuni dei brani che i pellegrini medievali possono aver ascoltato durante il tragitto. Una silloge di generi musicali e diverse spiritualità: dalle forme devozionali del Llibre Vermell de Montserrat alla polifonia dotta del monastero femminile cistercense di Santa Maria de Las Huelgas a Burgos, passando per il monumento devozionale delle Cantigas de Santa Maria e concludendo con il Codex Calixtinus (nella foto). Un viaggio la cui guida è l'inno dei pellegrini di Santiago e la sua più nota acclamazione, Ultreya! Suseya!, che da secoli, nel saluto reciproco tra chi va e chi viene, rinfranca nell'incontro chi è in cammino.
O destino do bibliófilo é terrível: tudo o que toca se transforma naquilo que ele tanto preza, O LIVRO. Filmes, música, mesmo objetos cotidianos se convertem em grimórios malditos, em manuscritos perdidos, nas formas retangulares, divididas em páginas preenchidas por caracteres compreensíveis ou não. Esse destino terrível, contudo, reserva algo como um “plot twist”: ao transformar todos objetos em livros, extrai disso um estranho, requintado deleite — a transfiguração dos prosaicos e tenebrosos objetos de consumo em algo diferente, singular, cuja essência é outra. Mesmo que tudo isso dure apenas um instante, vale a pena. RARIDADES INUSUAIS, nova série do podcast da Raphus Press, celebra tais transformações. Objetos de hoje: “Blake: Poesia e Prosa Selecionadas”, Paulo Vizioli (tradução e seleção) (J. C. Ismael Editor, 1984); “O Matrimônio do Céu e do Inferno e O Livro de Thel”, William Blake (Iluminuras, 1987); “Cantigas da Inocência e da Experiência”, William Blake (Antígona, 1994); “Poemas do Manuscrito Pickering / Os Portões do Paraíso”, William Blake (Antígona, 1996); “Uma Ilha na Lua”, William Blake (Antígona, 1995); “Sete Livros Iluminados”, William Blake (Antígona, 2007); “For the Sexes: The Gates of Paradise”, William Blake (Black Letter Press, 2023). Para vasto acervo digital de Blake: https://blakearchive.org Minha tradução de textos de Trost pela Sol Negro: http://solnegroeditora.blogspot.com/p/blog-page_73.html Um artigo que escrevi a respeito de “Malombra” (filme com trama gótica que era fetiche dos membros de “Infra-Noir”) e do “cinema imaginário”: https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/25679 Esta série não seria possível sem o apoio dos leitores de nossa editora na campanha recorrente RES FICTA, que traz periodicamente aos leitores surpresas magníficas, impressas ou em formato digital. Link: https://www.catarse.me/res_ficta Nosso podcast também está disponível nas seguintes plataformas: - Spotify: https://open.spotify.com/show/4NUiqPPTMdnezdKmvWDXHs - Apple: https://podcasts.apple.com/us/podcast/podcast-da-raphus-press/id1488391151?uo=4 - Google Podcasts: https://podcasts.google.com/?feed=aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8xMDlmZmVjNC9wb2RjYXN0L3Jzcw%3D%3D Leia a primeira postagem no Substack da editora: https://open.substack.com/pub/resficta/p/o-barroco-e-o-lugar-comum-the-baroque Apoie o canal: https://apoia.se/podcastdaraphus. Ou adquira nossos livros em nosso site: http://raphuspress.weebly.com. Dúvidas sobre envio, formas de pagamento, etc.: http://raphuspress.weebly.com/contact.html.
Sérgio Godinho criou canções que são símbolos de liberdade e de resistência, mas não se revê na etiqueta de música de intervenção. Diz simplesmente que se limita a falar da vida. Nos 50 anos do 25 de Abril, convidámos o músico, cantor, compositor, poeta, escritor, actor, “homem dos sete instrumentos”, para falar sobre os tempos da ditadura, do exílio e da criação dos seus primeiros discos. Sérgio Godinho é o nosso convidado desta edição, no âmbito das entrevistas que temos publicado em torno dos 50 anos do 25 de Abril.Foi em Paris que o músico começou a espelhar as dores e as esperanças dos “Sobreviventes” à ditadura portuguesa. Tinha deixado Portugal em 1965 com “sede de ter mundo” e porque estava determinado em não ir para a guerra colonial. Diz que encontrou a sua voz em português em Paris e foi aí que gravou os dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”. Ambos no Château d'Hérouville, onde José Mário Branco gravou “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, em que Sérgio Godinho também participou e onde Zeca Afonso gravou o álbum "Cantigas do Maio", nomeadamente a “Grândola Vila Morena”.Sérgio Godinho esteve nove anos fora de Portugal durante a ditadura. Estudou psicologia em Genebra, trabalhou na cozinha de um barco holandês enquanto atravessava o Atlântico, viveu, entre tanta coisa, o Maio de 68 em Paris e no 25 de Abril de 1974 estava em Vancouver, no Canadá.Cinquenta anos depois da Revolução dos Cravos, vamos tentar perceber “que força é essa”, a da música e a das palavras de Sérgio Godinho, que fazem com que as suas canções sejam parte do imaginário colectivo da banda sonora das lutas do antes e do pós-25 de Abril. RFI: Os seus dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”, são discos emblemáticos da canção de intervenção. Foram gravados em França. Qual era o estúdio e como é que decorreu toda esta fase? Sérgio Godinho, Músico: Foram gravados em Paris. O meu primeiro disco foi de 71. Quer dizer, gravei em 71. Gravei os dois discos antes do 25 de Abril, “Os Sobreviventes” e depois o “Pré-Histórias”. No “Pré-Histórias” já não estava a viver em França, estava a viver em Amesterdão, mas vim a França para gravar no mesmo estúdio.Eu depois vou falar desse epíteto "canção de intervenção", mas, para já, esse estúdio foi um estúdio que o Zé Mário [José Mário Branco] descobriu. É um estúdio que estava a estrear nos arredores de Paris, chamado Château d'Hérouville, onde também o Zeca [Afonso] gravou e onde se gravou o “Grândola Vila Morena”. Onde os Stones gravaram, o Elton John até tem um disco chamado “Honky Château”, que é uma homenagem, onde muitos depois gravaram porque era um estúdio que estava num sítio isolado e estava-se num bom ambiente.Agora, como parêntesis ou não, quanto a esse epíteto de canção de intervenção, isso é uma coisa que só surgiu a seguir ao 25 de Abril. E também que foi de vida muito curta, mas que deixou uma espécie de rasto como os cometas porque eu nunca compreendi muito bem e nunca me identifiquei muito bem com esse termo, canção de intervenção. Eu acho que é extremamente restritivo. O que é que é intervenção? Nós intervimos a vários níveis, não é?Prefere canção de protesto? Mas pode não ser de protesto. "A Noite Passada", que está no segundo disco, ou o "Pode alguém ser quem não é" não são de protesto. Algumas são canções que têm uma componente social, e até política, mas, sobretudo, são canções que contam o que é a vida e que contam muitas vezes histórias, têm muitas personagens. As minhas canções são canções também de interrogação, de percurso. Há muitas interrogações nas minhas canções. "Pode alguém ser quem não é" ou, nesse disco também, o "Barnabé". “O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?” é uma interrogação e as respostas são dadas pelas pessoas que ouvem e parte das respostas são dadas por mim.Só para dizer que esse termo pode meter-nos assim numa etiqueta e arrumar convenientemente. Não consigo. Eu tenho canções que falam da vida, de questões sociais, políticas até, e que são canções íntimas. Eu tenho uma canção chamada 'Dancemos no mundo' que é uma canção que foi inspirada numa reportagem que houve na revista Expresso de casais separados por barreiras ideológicas, rácicas, políticas, etc, e do seu desejo de dançarem juntos neste mundo que é só um, no fim de contas, e que tem tantas fronteiras. Portanto, onde é que essa canção se vai posicionar? Isso insere-se nisso tudo, na vida.O disco “Os Sobreviventes” foi logo proibido pela PIDE em Portugal? Não é bem assim. Ele, depois de ter ganho um prémio de melhor letrista da Casa da Imprensa, foi retirado. Ele não foi proibido à partida. Repare que é assim: "Os Sobreviventes", todo "Os Sobreviventes" só saiu em 72 porque saiu em 71 quatro canções do disco, no formato que eles chamavam EP. Mas seja como for, o que acontece é que nessa altura estamos já no período de Marcello Caetano e, nessa altura, a própria censura já não sabia o que fazer com ela própria. Ou seja, havia uma incoerência muito grande. Por um lado, proibiam, mas depois permitiam outras coisas. Houve uma altura em que houve um abrandamento, digamos, naquilo que chamaram Primavera Marcelista, que eu nunca acreditei muito e provou-se.Primeiro sai o disco Os Sobreviventes, depois Pré-Histórias. São dois discos que têm músicas com mensagens muito claras. São discos bastante ousados, corajosos...Acho que sim, mas isso era a maneira como eu escrevia, era aquilo que eu queria dizer. Quer dizer, a coragem do Zeca que vivia cá [em Portugal] e fez "Os Vampiros" aí sim. Eu estava no estrangeiro. Mas sim, claro que são discos que mexem com o status quo, como é evidente, mas que têm canções de vários géneros, canções mais satíricas, canções que falam de problemas políticos ou sociais. No segundo, talvez a canção que ficou mais seja "A Noite Passada", o "Pode alguém ser quem não é" e "O Homem dos Sete Instrumentos" e não são canções de teor político.E a música "Que força é essa"?"Os Sobreviventes" é começado com o "Que força é essa" e acaba com uma canção com uma letra muito curta chamada “Maré Alta”, em que eu digo “aprende a nadar companheiro, que a maré se vai levantar, que a liberdade está a passar por aqui”. Isto era, a liberdade não estava a passar por aqui, mas era não só um desejo, mas uma afirmação. No fim de contas, por outras palavras, é dizer que o solo que nós pisamos é livre, defendamo-lo!Foi muito emocionante, como é evidente, quando eu voltei, logo a seguir ao 25 de Abril, ter cantado essa canção que nunca tinha cantado em Portugal, para um público que conhecia já porque conheciam esses dois primeiros discos e organizaram-se quase espontaneamente aqueles cantos livres da altura, em que estávamos todos no palco, todos ao molho.O que eram os cantos livres? Foram coisas que foram quase improvisadas na hora, com vários cantores. Estávamos no palco, sentados no chão e depois levantámo-nos para cantar duas ou três canções cada um e depois tornávamo-nos a sentar. Às vezes colaborávamos nas canções uns dos outros, mas foram coisas que foram feitas quase… Há sempre gente que organiza, mas não havia agências organizadas, não havia nada disso, não é? Aliás, durante um tempo, nós andámos, e quando falo de mim, falo do Zé Mário, do Zeca, como é evidente, mais tarde o Fausto, também o Vitorino, o Manuel Freire, o Francisco Fanhais, cantámos em várias terras onde era solicitada a nossa presença.Voltemos a Paris. Que papel é que teve Paris na sua formação musical e também política? Paris, naquela altura, era o epicentro dos cantores que, mais tarde, se viriam a chamar "cantores de intervenção". Mais tarde foram chamados…Eu lá conheci o Luís Cília, de quem sou amigo, um amigo activo. O Zé Mário infelizmente já não está entre nós, mas continuei amigo toda a vida e tivemos muitas parcerias. Nos nossos primeiros discos há parcerias de canções. “O Charlatão” até é uma que é dos nossos primeiros discos e que é comum aos nossos primeiros discos. Mas, claro que o Zeca conheci-o porque ele foi a Paris, por exemplo.Mas há mais que isso porque eu cheguei a Paris já vindo de viagens. Porque, entretanto, eu tornei-me um vagabundo existencial. Andei à boleia por toda a Europa no Inverno. Trabalhei na cozinha de um barco holandês, atravessei o Atlântico, fui até às Caraíbas trabalhando, passando pelos Açores que não conhecia e, nessa altura, já não podia vir a Portugal porque tinha sido chamado para o serviço militar/guerra colonial e não tinha respondido e nunca tive a intenção de responder. Não só porque não me identificava com essa guerra, como realmente não queria fazer isso. E escrevi canções que também acabam por se ligar com isso, para mim e para o Zé Mário.O Zé Mário tem uma canção no primeiro disco que se chama “Cantiga de Fogo e da Guerra” que foi um poema que eu fiz quando tinha 19 anos e que depois mostrei ao Zé Mário e ele disse “Ah, mas eu quero pôr isso em música”. Repare, eu cheguei em 67 a Paris, portanto, levei em cheio com o Maio de 68. E vivi-o intensamente porque eu não tinha compromissos, praticamente vivia na rua e ia dormir a casa! Uma casa que era uma “chambre de bonne” em Paris, era pobrezinho - ainda não sou assim muito rico [risos]! Mas vivi muito do dia-a-dia, dormi várias vezes na Sorbonne, todo aquele movimento. Ocupámos a casa dos estudantes portugueses, eu e muitos outros. Depois, a certa altura, estavam dez milhões de trabalhadores em greve e cantei em fábricas ocupadas na Renault, Citroën, etc.Onde havia muitos portugueses.Onde havia muitos portugueses. Eu, o Luís Cília, com a Colette Magny, uma cantora francesa. E eu ainda não tinha material próprio. Tinha uma canção que fiz na altura até em francês, que sei parte dela, mas nunca a recuperei totalmente, mas era uma canção que falava um bocado de Maio de 68. Comecei a fazer canções e comecei a praticar também o que é fazer musicalmente uma canção e letra também. Mas comecei a escrever em francês ou comecei por escrever em francês.Isso é curioso. Porquê?Porque tudo o que eu fazia em português soava-me a José Afonso ou Alexandre O'Neill. Até encontrar uma voz própria, voz poética, uma voz própria, eu tive dificuldade. Então, comecei a fazer canções porque tinha a necessidade de fazer canções porque estava a descobrir essa arte, chamemos-lhe assim. Tive muitas influências, com certeza francesas, até porque estávamos numa altura em que apareceu o [Jacques] Brel, em que antes tinha havido o [Charles] Trenet que é o pai deles todos. Mas apareceu Brel, apareceu o [Georges] Brassens, que é um artífice de canções absolutamente extraordinário, o [Léo] Ferré. Depois, a seguir o [Serge] Gainsbourg, mas é um bocado mais tarde.E também tinha muitas influências brasileiras, sobretudo o Chico [Buarque] e Caetano [Veloso] e antes a bossa nova. E anglo-saxónicas, com o aparecimento dos Beatles, dos Stones, dos Kinks, do Bob Dylan. Foram extremamente importantes para mim, para a minha formação musical, para os meus gostos musicais.E o José Afonso, para mim, quando apareceu, eu tinha 17 ou 18 anos. Foi quando eu percebi que se podia escrever de outra maneira em português e uma canção, que eu acho que é a canção paradigmática como “Os Vampiros”, é uma canção que é extremamente bem feita, que é uma metáfora poderosa e muito corajosa porque não há nada de mais evidente do que o que é que ele está a falar. Está a falar do regime e dos vampiros que comem tudo e não deixam nada. Aliás, eu canto essa canção bastantes vezes. Este ano, que são os 50 anos do 25 de Abril, estamos a reformular o nosso espectáculo e eu já tinha cantado “Os Vampiros”, uma versão muito pessoal dos "Vampiros", muito diferente, bastante pesada, com guitarras eléctricas bastante densas, pesadas, mas que é muito forte.Todas essas influências cruzadas fizeram com que eu também tivesse vontade de experimentar a canção. E só um pouco mais tarde, antes do meu primeiro disco, é que houve assim uma espécie de dique que se abriu e em que eu, de repente, percebi que podia escrever em português e que era em português que eu queria escrever e que o significado das palavras e das frases e das frases feitas que eu uso muito, era também uma maneira de eu não perder a minha ligação à língua portuguesa e a Portugal. A língua portuguesa sempre foi muito importante para mim, foi algo que se venerou em minha casa.Em 1969, entrei no musical “Hair”. Fiz audições quando soube que havia, já tinha ouvido falar do “Hair” que estreou em Nova Iorque. Isto era a terceira cidade onde estava a estrear e era a encenação da Broadway. E foi um grande sucesso em Paris, no Théâtre de la Porte de Saint-Martin. Houve 6.000 ou 7.000 candidatos, eu fiz audições e acabei por ser escolhido e estive lá muito tempo. Foi um belo estágio do que é estar num palco e também cantar, representar, fazer papéis múltiplos, cantar em várias situações e estar à vontade com isso. E eu acho que, desde sempre, tive esse gosto dos palcos, continuo a ter e continuo a praticá-lo.Em Paris, em 1970, participa no concerto “La Chanson de Combat Portugaise” na Maison de la Mutualité. Foi polémico. Como foi?Quer dizer, o Zeca Afonso veio de Portugal. Havia uma grande contestação por esquerdistas de uma ala maoista ou coisa assim que fizeram inclusivamente um panfleto a denunciar, digamos, o carácter, sei lá, “revisionista” do Zeca, ou “pequeno-burguês” e coisas assim. Enfim, foi uma coisa que foi mesmo lamentável. O Zeca cantou, o Luís Cília, o Tino Flores, eu, não sei se o Vitorino - que ainda não tinha obra - se não cantou também nesse âmbito.E houve pancadaria na sala e contestações, pancadaria entre grupos. Porque depois eram os que eram a favor e os que eram contra, mas tudo portugueses, não é? Quer dizer, aquilo era uma coisa... Havia muito esta coisa dos grupúsculos políticos que se arvoravam em detentores da verdade. E o Zeca ficou bastante incomodado com isso e respondeu e outros responderam também.O Luís Cília já adaptava poemas, fazia música sobre poemas, como outros também fizeram, e sempre fez parte da sua obra. E cantou um poema qualquer e houve alguém que lhe diz “Os operários não percebem isso. Porque é que estás a cantar essas coisas? Os operários não percebem isso”. E o Luís respondeu: “Também há operários estúpidos!” O que eu achei uma resposta lapidar! Como é que a cantiga foi uma arma, como cantava o José Mário Branco, contra o fascismo?Foi uma arma? Não sei, não sei. Eu acho que essa afirmação, “a cantiga é uma arma”, eu acho que é uma afirmação que eu nunca subscrevi isso totalmente. Quer dizer, acho que foi um pauzinho na engrenagem, por um lado, e também foi uma contribuição logo a seguir ao 25 de Abril para congregar as pessoas. Eu acho que isso é útil, mas não acho que isso transforme as pessoas em si.Essas coisas todas juntas podem ter uma influência positiva. Por exemplo, eu sei de amigos meus, alguns até ainda nem os conhecia, só conheci depois, que estiveram na guerra em Angola ou em Moçambique e que levaram cassetes que fizeram com as nossas canções e que mostraram aos soldados e havia uma outra realidade. Isso sim. Aí há uma utilidade. Aí pode-se dizer que é uma arma, digamos, dentro do exército.Um cavalo de Tróia?Um cavalo de Tróia. Mas eu só estava a referir-me à canção especificamente porque é preciso cuidado com a arrogância. E é preciso cuidado com considerar que somos tão transformadores. Eu não sou missionário. Quer dizer, eu acho que todas as coisas juntas podem ter uma utilidade, não é? Eu tenho muita consciência do que também são os limites.Mas a música foi um marco e há músicas que ficaram como símbolos da resistência contra o fascismo. Sim. Sim. Sem dúvida.Portanto, esse papel também foi o vosso. Sim, completamente, foi. E é por isso que eu continuo a cantar. E que, por exemplo, tenho grande prazer em cantar muitas vezes o “Maré Alta”. Aliás, quando falei de “Os Vampiros”, que canto e que não é meu, mas que é uma canção emblema. Sim, nesse aspecto é um emblema. Mas as canções estimulam as pessoas de tantas maneiras e isso dá-me alegria.Por exemplo, na canção “Espalhem a notícia”, há uma criança que nasce. Há muita gente que teve crianças e que me falou disso, das primeiras impressões e falou da alegria de vir ao mundo uma criança e que se relaciona muito com essa canção. Como é evidente, "O Primeiro Dia” é uma canção que diz muito a muitas pessoas de maneiras diferentes. Isso é o que me interessa. Sim, estimular as pessoas, com certeza, isso é o que me interessa e essas interpretações abertas também. O 25 de Abril foi "o primeiro dia do resto da vida" de muita gente…Sem dúvida, sem dúvida. Foi absolutamente transformador, é uma data charneira. E, para mim, que estive nove anos sem poder vir a este país, não é? Eu estava a viver, na altura, no Canadá, estava a viver em Vancouver, no Oceano Pacífico. Repare: estava pacífico e vim para a balbúrdia! [Risos] Voltei definitivamente em Setembro de 74.Essa data foi uma data em que há um antes e um depois. É o primeiro dia do resto das vidas de muita gente. Depois há muita gente que diz “Afinal de contas, o 25 de Abril não cumpriu todos os seus ideais”. Mas é um momento de revolução, é um momento utópico! Temos muitas insuficiências, estamos num país muito injusto ainda, com muitas desigualdades sociais, mas houve coisas que mudaram. Quando digo aos meus filhos que não havia escolas mistas no ensino oficial, é uma coisa que eles não concebem sequer porque cresceram em turmas que têm rapazes e raparigas! Agora, até há o género neutro.Será que, até certo ponto, também podemos dizer que o "À Queima Roupa" é um filho da Revolução dos Cravos?O “À Queima Roupa” foi gravado em 74 mas sai em 75, mas sim, de certo modo, é quando estava tudo "à queima roupa". De certo modo, é curioso que, sem eu querer, os títulos dos meus três primeiros discos reflectem um bocado um percurso porque “Os Sobreviventes” é todo aquele peso que está para trás…Quem eram “Os Sobreviventes”? Éramos todos nós. Todos nós. Depois, o “Pré-Histórias” é como se estivesse a anunciar que qualquer coisa vai acontecer, as Pré-Histórias. Mas eu, repito, isto não foi… Isto, aconteceu assim. E depois, o “À Queima Roupa” é um bocado tudo a acontecer ao mesmo tempo. Toda esta transformação cheia de erros, cheia de passos atrás e passos à frente.Estamos numa democracia para o bem e para o mal. Pode-se dizer que essa democracia não cumpriu tudo. Pois não, mas é por isso que é preciso continuar não só a votar - porque eu estava impedido de votar e muitos de nós ou então as eleições de Humberto Delgado foram completamente aldrabadas, não é? Portanto, estamos numa democracia com liberdade de imprensa, não há censura, digamos, em livros. Pode haver outros tipos mais insidiosos de censura, mas isso é outra conversa. E, de facto, não estamos nada no mundo ideal. Não. E a ascensão de forças de extrema-direita é muito preocupante pela maneira como se disseminam pela sociedade.O refrão de “Liberdade”, que é uma música que já tem 50 anos, “a paz, o pão, habitação, saúde, educação”… Como é que tanto tempo depois parece que a música foi escrita para os dias de hoje?É o que eu disse. Há muitas situações que continuam de uma extrema gravidade, mas cada um desses itens é um item para o qual se deve lutar para que haja um Portugal melhor, um país melhor. Esses itens e outros porque a justiça também não anda nada bem. Ainda há uma justiça de classe, por outro lado, há coisas que estão a ser feitas a nível da justiça que são corajosas, no desmantelar de muitas corrupções. Mas, isso é assim, é um longo caminho.Agora, eu até tenho composto menos, canto muito, mas tenho composto menos porque tenho estado mais virado, tive necessidade disso, para a ficção narrativa. Sai hoje, no dia em que estamos a fazer esta entrevista [8 de Fevereiro de 2024], o meu terceiro romance que se passa entre Portugal e França, que se chama “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”. E essas cidades geminadas são Guimarães, de onde vem uma rapariga que emigrou com os pais para uma cidade perto de Paris chamada Compiègne, a 90 quilómetros de Paris, que é geminada, de facto, com Guimarães e que conhece um rapaz francês, Cédric. Ela chama-se Amália Rodrigues - porque o pai se chamava Rodrigues e adorava a Amália! E também canta fado nas horas vagas, embora esteja a tirar um curso de hotelaria e depois vem para Guimarães. Ele trabalha numa morgue. Fala-se muito da vida e fala-se muito da morte. Digamos que essa necessidade da ficção narrativa começou a aparecer também e não é incompatível com as canções porque as minhas canções também têm, muitas vezes, esboços de histórias, têm personagens, a Etelvina, Alice, Casimiro. O Casimiro é, enfim, uma personagem mítica. Mas fala-se muito de pessoas. Lá está, eu gosto de falar de pessoas.De pessoas e de situações sociais porque sente-se nas músicas esse cunho social e político… É por isso que são músicas intemporais?Mas a Etelvina não é uma canção política. No entanto, é uma canção que está no “À Queima Roupa” e é uma das canções mais fortes do “À Queima Roupa”. Acho que é importante não nos fixarmos num determinado… Continuo a dizer que não sou missionário.
Se cumplen 50 años de la Revolución de los Claveles que acabó con una dictadura de medio siglo en Portugal. La celebramos con María Bethânia ('Sonhei que estava em Portugal'), Carlos do Carmo y Bernardo Sassetti ('Lisboa que amanhece'), Chico Buarque ('Tanto mar'), Eugenia Melo e Castro con Wagner Tiso ('Tanto mar'), Chico Buarque y Carlos do Carmo ('Fado tropical'), Zelia Duncan con Marco Pereira ('Fado tropical'), Georges Moustaki ('Portugal'), José Afonso ('Grândola Vila Morena', 'Senhor arcanjo', 'Cantigas do maio'), Os tubaroes ('Venham mais cinco'), Madredeus ('Maio maduro maio') y Mário Laginha y Bernardo Sassetti ('Grândola Vila Morena'). Escuchar audio
Alhariz celebra o 25 de abril com poesia e música. O lugar de encontro: a Casa de Vicente Risco. Por iniciativa da Cátedra José Saramago, da Universidade de Vigo, chega a poesia: 50 poemas de Abril. Poesia na rua (ideia original de Burghard Baltrusch). O recital musical, que leva por título "Cantigas de Abril", tem protagonismo do grupo CanaVerde. 25 de abril, sempre!
Aleksandra Urbaniak Lecturer at the Adam Mickiewics University, Poznán COURSES COORDINATED 2022/SZ - Literature and culture of Italy I (Middle Ages) 09-LKW1k-1LW-16 2023/SL - Litarature and culture of Italy: Baroque, Classicism, Enlightenment 09-LKW4k-4LW-46 2023/SZ - (in Polish) Literatura i kultura Włoch - średniowiecze 09-LKWŚ-1LW-SNJL-11 2023/SZ - (in Polish) Literatura i kultura włoska - średniowiecze 09-LKWŚ-1LW-WN-11 2023/SZ - Literatura i kultura włoska - średniowiecze 09-S1FWL01-P13314 COURSES CONDUCTED 2022/SZ - Literature and culture of Italy I (Middle Ages) 09-LKW1k-1LW-16: discussion seminar (group 1) 2023/SL - Litarature and culture of Italy: Baroque, Classicism, Enlightenment 09-LKW4k-4LW-46: discussion seminar (group 1) 2023/SZ - (in Polish) Literatura i kultura Włoch - średniowiecze 09-LKWŚ-1LW-SNJL-11: discussion seminar (group 1) 2023/SZ - (in Polish) Literatura i kultura włoska - średniowiecze 09-LKWŚ-1LW-WN-11: discussion seminar (group 1) 2023/SZ - Literatura i kultura włoska - średniowiecze 09-S1FWL01-P13314: discussion seminar (group 1) --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/confabulating/support
Homenagem à Prof.a Ângela Vaz Leão, com reprise da sua entrevista ao Programa Religare - Conhecimento e Religião. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/flaviosenra/message
Francisco Fanhais assumiu a música como uma forma de resistência à ditadura portuguesa e diz que “apanhou o comboio dos cantores que lutavam contra o regime”. Em 1971, esteve com José Afonso, José Mário Branco e Carlos Correia no Château d'Hérouville a gravar a música que ainda hoje é o emblema da "Revolução dos Cravos": “Grândola Vila Morena”. Francisco Fanhais recorda-nos esse tempo. Nos 50 anos do 25 de Abril, a RFI publica entrevistas a vários resistentes ao Estado Novo. Neste programa, ouvimos Francisco Fanhais, presidente da Associação José Afonso, uma das vozes da música de intervenção portuguesa e que também foi aderente da LUAR, a Liga de União e de Acção Revolucionária. Francisco Fanhais foi um padre incómodo, assumidamente contra a guerra colonial, que não se calava. Nem na missa, nem nas aulas de religião e moral e muito menos nos discos que fez em Portugal: “Cantilena”, em 1969, e “Canções da Cidade Nova”, em 1970. Foi impedido de dar aulas, suspenso das funções de padre e, muitas vezes, impedido de cantar. Por isso, exilou-se em Paris entre 1971 e 1974. Foi para França à boleia com Zeca Afonso em Abril de 1971, participou em concertos para despertar consciências, esteve na LUAR, uma das organizações de luta armada contra a ditadura portuguesa, e só pôde voltar para Portugal depois da "Revolução dos Cravos".Algures entre Outubro e Novembro de 1971, às três da manhã, no Château d'Hérouville, acompanhou José Afonso, José Mário Branco e Carlos Correia na gravação dos passos que marcam o ritmo da música “Grândola Vila Morena”. Os quatro davam os famosos passos em cima de gravilha e tiveram de o fazer de madrugada para evitar o barulho dos carros ou outros ruídos que surgissem durante o dia. Horas mais tarde, gravavam a música que ficaria para a história e que foi a senha definitiva para o golpe militar que derrubou a ditadura portuguesa a 25 de Abril de 1974.RFI: Recorde-nos como decorreu a gravação de “Grândola Vila Morena”, em 1971, em França.Francisco Fanhais, Presidente da Associação José Afonso: Foi gravado em Hérouville. Estávamos os quatro a fazer os passos. O José Mário Branco, que era o director musical da gravação do “Cantigas do Maio”, o Zeca Afonso, o Carlos Correia, que era quem na altura acompanhava o José Afonso na viola, e eu. Estávamos os quatro então a fazer esses passos no estúdio que era no Château d'Hérouville.E pronto, “O povo é quem mais ordena”. Era a letra do poema que o Zeca tinha composto em 1964, de homenagem à Sociedade Filarmónica Fraternidade Operária e Grandolense. O Zeca tinha lá ido cantar, no dia 17 de Maio de 1964, e gostou muito do ambiente vivido nessa colectividade. E em homenagem a esse espectáculo que ele lá fez e à colectividade fez uns versos. Basicamente, foi o poema que ele compôs de homenagem à Sociedade Filarmónica Fraternidade Operária Grandolense. “O povo é quem mais ordena” e os militares… Imagino que teria sido talvez por causa deste verso - sou eu a imaginar porque se estivesse na pele deles era por estes versos que eu escolheria a música. Tinha sido uma música cantada um mês antes, num espectáculo público no Coliseu dos Recreios que passou à censura. Não repararam naquela. E então, por todas essas razões, foi a música escolhida para o sinal último musical para o desencadear das operações militares do 25 de Abril. Passou à meia-noite e vinte e assim que eles ouviram - todos aqueles que estavam de norte a sul, os militares implicados no Movimento das Forças Armadas para derrubar o fascismo - assim que ouviram na rádio, que era a única maneira de terem contacto de norte a sul era através de uma rádio que se ouvisse no país inteiro, não é? Não podiam telefonar, obviamente, porque estavam os telefones vigiados. Então, à meia-noite e vinte, quando o segundo sinal apareceu - o primeiro tinha sido o Paulo de Carvalho a dizer “E depois do adeus” - quando eles ouviram aquilo, cada um foi cumprir o papel que lhe estava destinado na folha de serviço para desencadear as operações do 25 de Abril. Mas foi ao som dos passos de pessoas que não são da tropa, neste caso, mas que se ligou bem com o que se estava a passar a nível militar.Também são os seus passos que ouvimos no início da música, portanto, os seus passos são também, entre aspas, os primeiros passos da Revolução dos Cravos? Materializados na música pode ser, mas os passos mais importantes foram dados por aqueles que, estando na guerra, sentiram a injustiça e o anacronismo que significava uma guerra colonial. Portanto, como a única maneira que havia de mudar o regime era pela força das armas - porque o regime tinha as armas, mas para o mudar tinha que haver também armas - quem tinha as armas eram aqueles que estavam na tropa e que, portanto, discordavam, estavam cansados de tanta guerra, uma guerra que levava 40 por cento do Orçamento do Estado, não é?Mas também quem tinha outro tipo de armas eram os que estavam fora a lutar contra essa guerra…Juntando umas armas às outras, digamos assim, fez-se o 25 de Abril, mas se não fosse a força dos militares... Cantar não é talvez suficiente, diz o primeiro verso de um poema do Manuel Alegre que se chama “Apresentação”. Cantar não era suficiente, portanto, tinha que vir alguém que, com as armas, convencesse que as coisas tinham que mudar.O que é que o Francisco Fanhais, enquanto participante na “Grândola Vila Morena” sentiu quando foi a música que, entre aspas, derrubou o regime? Fico muito contente. Não tenho mérito nenhum em terem sido os militares a escolher aquilo, mas fico contente e tenho um certo orgulho por saber que naquela música estão lá os meus passos e está lá a minha voz também, juntamente com a voz dos amigos que muito prezo. Mas sempre que oiço aquilo, vem-me à memória muita coisa e vem-me à memória a força com que nós cantámos aquilo, a força que nós imprimimos à “Grândola”, ao som, aos passos. E depois a dinâmica toda que envolveu a gravação do Cantigas do Maio, etc, o “Coro da Primavera”, vem-me à memória toda essa gravação, mas não posso deixar de recordar e de sentir com muita emoção essa alegria de saber que aqueles passos que nós demos foram um contributo musical e cultural para o desencadear do mais importante que foi o derrube do fascismo. Cantar não é suficiente, mas, como diz o poeta sul-americano “um grão não enche o celeiro mas ajuda companheiro”. E é isso que nos faz continuar. Porquê? Porque como diz o poema do Manuel Alegre que eu citei há bocadinho, que começa “Cantar não é talvez suficiente” e depois continua “Não porque não acendam de repente as noites tuas palavras irmãs do fogo, mas só porque as palavras são apenas chama e vento. E, contudo, canção. Só cantando por vezes se resiste, só cantando se pode incomodar quem à vileza do silêncio nos obriga”. Etc, etc. Continua o poema e depois, no fim, “Já disse: planto espadas e transformo destinos. E para isso basta-me tocar os sinos que cada homem tem no coração". E a música ajuda a tocar os sinos que cada homem tem no coração.Como é que se tornou cantor de música de intervenção e um padre resistente ao fascismo? Um padre, além de ser padre, é também, e basicamente e antes de tudo, um cidadão. E quando um cidadão vê os problemas que se passam à sua volta, não pode deixar de reagir. Em nome de quê? Em nome do ser humano que tem direito à justiça e à liberdade e à fraternidade e a tudo isso, não é? Portanto, se isso pertence ou faz parte do cidadão que quer ser cidadão vertical e de corpo inteiro, um padre que quer ser cidadão de corpo inteiro tem mais razões ainda para intervir e poder ser actuante na transformação do mundo. Porquê? Porque além de todas as outras razões que um cidadão que quer ser cidadão a sério tem, tem também todo aquele apelo que lhe vem do Evangelho. E, por isso, quando Jesus Cristo fala das injustiças e quando Jesus Cristo enaltece os humildes e rebaixa os ricos e os poderosos, etc, isso é uma mensagem muito forte que vem também ao encontro da outra mensagem interior de um cidadão que quer ser interveniente no seu tempo. Ao aperceber-me de todos os problemas que havia em Portugal, sobretudo o mais grave de todos, a guerra colonial, toda a situação que se vivia de falta de liberdade, de ditadura, de fascismo, de censura, da PIDE, tudo isso, uma pessoa não pode deixar de intervir, não pode deixar de se revoltar contra essa situação. E isso aconteceu-me a mim, como aconteceu a muitos outros colegas meus. Eu não estava isolado nisto, como não estavam isolados uma quantidade enorme de cristãos para quem o Evangelho era mais uma razão para não fecharem os olhos à realidade à sua volta. Portanto, eu, que sempre gostei de cantar, era natural que me exprimisse melhor através das músicas e através das canções, através dos textos, das letras, etc. E foi isso, de facto, que aconteceu.E descobriu a música de intervenção de Zeca Afonso…Para mim, o impulso máximo, não único, mas o máximo, o maior de todos foi justamente por ter-me cruzado um dia com a música do José Afonso, que foi em 1963. Eu ainda era estudante, estava no seminário e um padre amigo mostrou-me uma vez um disco pequenino onde vinha a música do José Afonso. Estávamos no seminário, estávamos em 63 e ele disse-me: “Tu vais ouvir esta música e vais gostar, de certeza, mas uma recomendação que eu te faço é que oiças baixinho, porque não se sabe quem é que pode estar a ouvir mesmo no seminário. Esse foi o meu primeiro encontro estritamente musical com o José Afonso em 63.Mais tarde encontrei-o pessoalmente e desse encontro nasceu uma amizade que durou para o resto da vida. Porquê? Porque eu comecei a pensar: “Como eu gostava de cantar como este homem canta. Gostava de cantar as letras, as músicas, a força, a voz, etc. E foi para mim um estímulo muito grande. E foi através dele que eu depois passei a integrar o grupo dos cantores que usavam a sua voz e a viola, os seus poemas para denunciar as injustiças que nessa altura vivíamos em Portugal.Começou a cantar e as suas músicas começam a ser ouvidas com alguma atenção pela PIDE... Sim. As nossas músicas, sobretudo no primeiro período daquela Primavera Marcelista, passavam um pouco mais nas malhas da censura, mas, a certa altura, a música e as sessões em que nós participávamos passaram a assumir uma proporção tal que era impossível que escapassem à censura e à vigilância da PIDE. Portanto, éramos proibidos de cantar e quando não éramos proibidos de cantar totalmente só podíamos cantar as músicas que a censura visasse. E, às vezes, acontecia o absurdo de, numa música, eles cortarem uma quadra ou outra e dizerem “Esta pode cantar, aquela não pode, esta pode, aquela não pode”. Foi a partir desse momento e, sobretudo, a partir de 1969, quando eu fui a um programa de televisão que havia em Portugal que era o Zip Zip e que foi pela mão do José Afonso que eu fui a esse programa porque ele estava impedido de participar nesse programa, a censura não deixava, mas tentou que outros que cantavam pudessem lá ir. Foi o meu caso. Não fui o único que ele apresentou ao Raúl Solnado que era um dos organizadores do programa, ele apresentou outros também. E foi a partir daí, portanto, 1969, que adquiri uma dimensão um bocado mais pública, mais evidente e passei a ser convidado para cantar um pouco por todo o lado, com consequências na minha vida prática de padre porque havia pessoas que tinham muita influência junto da Igreja e que se foram queixar daquilo que eu cantava, das posições que tomava, das críticas que eu fazia, das homilias em que denunciava as injustiças da guerra colonial, etc, etc. Eu era professor de moral no Liceu do Barreiro, cantava e era coadjutor na paróquia do Barreiro e essas três actividades foram-me completamente vedadas. Estive proibido de dar aulas no Liceu do Barreiro porque nas minhas aulas de religião e de moral, nós com os miúdos falávamos de tudo e até de religião! Estava proibido de exercer as minhas funções de padre, fiquei suspenso das minhas funções de padre e estava proibido de cantar como estavam todos os outros colegas meus, cuja participação e cuja actividade musical estava muito condicionada pela censura.Por estar proibido de cantar, de ser padre, de dar aulas, decidiu vir para França?Foi exactamente isso. Comecei a pensar: “Que rumo é que eu vou dar à vida?” Vim para França e escrevi até a um amigo que vivia em Estrasburgo, pedindo-lhe se me arranjava qualquer coisa para eu poder subsistir e ganhar para a bucha, como se costuma dizer. Ele não me respondeu e, mais tarde percebi porquê. Já depois do 25 de Abril, ao ir à Torre do Tombo ver o meu dossier da PIDE, estava lá a carta que eu lhe tinha escrito. Infelizmente era o corrente nessa época da ditadura e da censura, da repressão. E vim para cá para mudar de ares, enfim, para ver que rumo é que havia de dar à vida. Mas depois assumi, já estando cá, outros compromissos políticos mais radicais. Passei a integrar a organização política da LUAR e, a partir daí, era um bocado complicado, difícil mesmo, se não impossível, voltar a Portugal legalmente. Entretanto, uns amigos meus foram presos em Novembro de 73 e eu percebi que não era efectivamente a melhor altura para voltar a Portugal, tanto mais que depois a polícia me tinha procurado lá em minha casa, onde pensavam que eu estava, que era a casa da minha mãe, em Benfica, em Lisboa., mas eu não estava lá. Só voltei quando aconteceu o 25 de Abril. Fui no dia 29, cheguei lá no dia 30.Quando chegou a Paris, além da actividade na LUAR, pôde, finalmente, cantar livremente?Sim. Eu, quando cheguei, a primeira pessoa com quem contactei, tirando os amigos em casa de quem fiquei, mas das pessoas ligadas à música, a primeira pessoa com quem eu contactei foi com o Zé Mário e disse-lhe: “Olha, estou cá, não venho aqui para passar férias, gostava de fazer cá aquilo que não posso fazer em Portugal. Portanto, se achares que é oportuno, em sessões que às vezes se organizam de associações de portugueses, se achares que é oportuna e que pode ser necessária e que pode ser integrada a minha participação, eu estou à disposição”. E era isso que acontecia muitas vezes. O Zé Mário comunicava-me: “Tal dia temos uma sessão, estás livre?”. E eu sempre que podia, estava a fazer justamente aquilo que eu não podia fazer em Portugal e que gostava de fazer que era cantar para os emigrantes, essencialmente para os emigrantes, além de depois ter participado também noutras actividades, tanto políticas como culturais mais vastas. Participação num ou noutro programa na televisão francesa, como o Mosaïque, que era um programa centrado na divulgação das actividades da emigração e participei em duas emissões desse programa.Como era a reacção das pessoas aos concertos?As reacções das pessoas eram muito diversas. Vamos lá ver. Há associações de portugueses em França e dependia muito de quem estava à frente dessas associações de imprimir às manifestações colectivas, culturais, desportivas, etc, um certo cunho também que não fosse exclusivamente para a diversão pura e simples das sardinhadas, do futebol, dos ranchos folclóricos, etc. Tentavam justamente contribuir com o seu dinamismo e com o seu empenho político em dar aos emigrantes qualquer coisa mais para além daquilo que é o mais banal que se lhes dê, que é o fado e o folclore.E conseguia que a cantiga fosse uma arma, como diria o José Mário Branco?Nessas alturas, o nosso objectivo, através das músicas e através daquilo que dizíamos, era contribuir para que na emigração se estabelecesse uma outra dimensão política que não fosse exclusivamente ligada ao interesse perfeitamente legítimo das pessoas realizarem economicamente a sua vida. E contribuir para abrir um pouco os olhos para a situação que se vivia em Portugal, da qual muitas vezes as pessoas, se calhar até legitimamente, queriam esquecer o mais possível porque a vida de sofrimento lá em Portugal era tão grande, tão grande, tão grande, que o que queriam era deixar para trás, não é?Tentávamos contrariar um pouco e fazer um contra-vapor, dizendo que afinal o país precisa do empenho de todos, que as reservas dos emigrantes vão para lá, mas a gente não pode ser só mandar dinheiro e ter lá uma vida feliz, que temos que pensar um pouco colectivamente, etc, etc. As reacções eram diversas. Havia gente para quem isso dizia qualquer coisa, enfim, penso que podemos contribuir para abrirem os olhos para um outro tipo de realidade, uma outra dimensão da emigração. Mas havia outras pessoas que não ligavam nenhuma a isso. Eu lembro-me, uma vez, estava com o Zeca a cantar, o Zeca a falar de todas estas situações, mesmo depois do 25 de Abril, dizendo o que se tinha passado em Portugal, a Revolução, o ambiente que se vivia em Portugal, etc, etc. E estava um emigrante português encostado a uma coluna a ouvir aquilo e, se calhar, não estava a concordar nada ou estava-se perfeitamente nas tintas para aquilo que o Zeca estava a dizer e disse com um ar muito enfastiado: “Eh pá, canta-me um fado!” Eu olhei para o Zeca, o Zeca olhou para mim e ficámos os dois, assim como quem diz, “Eh pa, anda a gente aqui assim a dar o corpo ao manifesto, a tentar dar qualquer coisa mais do que o simples 'Fátima, folclore e futebol' e parece que é tempo perdido!” Mas não era, temos que insistir. As reacções das pessoas eram diversas. A força e a animação que punham na participação com que cantavam significava que aquilo que nós estávamos a sentir, estávamos a conseguir passar-lhes essa sensação.E a mensagem.E a mensagem.A “Cantata da Paz” é uma das músicas que marcou uma geração. Quais foram, para si, as suas músicas mais marcantes? Esta música, “Cantata da Paz”, está associada a um episódio que é o seguinte. A primeira vez foi cantada foi numa igreja, na passagem de ano de 1968 para 1969. O dia 1 de Janeiro é o Dia da Paz. Estávamos em Lisboa e houve uma cerimónia oficial na Igreja de São Domingos para celebrar o Dia Mundial da Paz. Estava o Cardeal Cerejeira, que era o bispo de Lisboa na altura, as autoridades civis e militares também. Isso foi numa igreja e para grande escândalo de um grupo de cristãos que lá estávamos, não houve uma única referência - num país em guerra - não houve uma única referência à situação que se vivia na guerra colonial. O que para nós era extremamente escandaloso e inaceitável.Então, no fim da cerimónia, houve um grupo de pessoas que fomos falar com o bispo e disseram: “Nós agora vamos continuar a vigília à nossa maneira" e fizemos a ocupação da Igreja de São Domingos. Estivemos lá até às cinco da manhã. Eram cerca de 150 pessoas cantando, rezando porque somos cristãos, lendo cartas de soldados e de pessoas que estavam na guerra, testemunhos directos em primeira mão, falando em tribuna livre, cada um falava e dizia o que lhe ia na alma sobre a guerra colonial e sobre essa vigília que estávamos a celebrar. Estava lá muita gente conhecida na altura, entre elas a autora da “Cantata da Paz” que é a Sophia de Mello Breyner. Foi aí que pela primeira vez, foi cantado o “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”. É um refrão simples de fixar. Eu continuo sempre a cantá-lo e é aquele a que as pessoas mais aderem.Falou da Sophia de Mello Breyner. Há uma canção sua que também é incontornável: “Porque”.“Porque os outros se mascaram e tu não”, essa eu gosto sempre de cantar também. Nessa altura, uma que foi muito conhecida também é o poema do Sebastião da Gama, “Cortaram as asas ao rouxinol”. É um poema que se chama “Cantilena”. Depois disso, canto coisas minhas, canto coisas do José Afonso. Gosto muito de cantar “Menino do Bairro Negro” sempre porque foi a primeiríssima música que eu ouvi do Zeca e traz-me à memória situações vividas em que conheci famílias com crianças que não puderam continuar a estudar porque não tinham dinheiro, mas eram inteligentes.Estou-me a lembrar de um episódio nessa fase em que estava proibido dessas três coisas. Apoiei momentaneamente, episodicamente, a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Uma vez, com mais duas pessoas amigas, fomos visitar uma senhora que morava numa barraca ao pé da Costa da Caparica. O marido estava preso em Peniche e a senhora trabalhava a noite inteira a coser à máquina com um candeeiro de petróleo ao lado porque não havia luz eléctrica na barraca. Trabalhava para uma fábrica de camisas e ela tinha dois filhos: uma miúda com dez anos que estava na quarta classe e um miúdo que tinha seis ou sete anos. E perguntámos à senhora se quando a miúda acabasse a quarta classe, a miúda ia continuar a estudar. E ela disse-nos: “Como é que vocês querem que eu ponha a minha filha a estudar se aquilo que eu ganho aqui a noite inteira a coser a máquina mal me dá para pagar a renda da barraca? Para ir ver o meu marido todos os domingos a Peniche para que ele não se sinta abandonado pela família, para que ele continue firme nas suas convicções, para a alimentação dos miúdos, para os trazer limpinhos, asseados, etc. O dinheiro não dá para tudo. Quando ela acabar a quarta classe, ela vem trabalhar comigo para arredondar o orçamento familiar”. Os irmãos estavam a brincar em cima da cama, uma sala pequena, uma barraca pequena e pensávamos que eles estavam alheios à conversa. E qual não foi o nosso espanto quando a miúda, ao ouvir a mãe dizer “Como é que vocês querem que eu a ponha a estudar? O dinheiro não chega para tudo”, ela dá um grito em cima da cama a dizer “Oh mãe, mas eu sou inteligente!” Isso foi uma coisa que me marcou para o resto da vida porque eu nunca ouvi ninguém tão pequenino a gritar por justiça como essa miúda. Nunca ouvi ninguém. São situações que as pessoas sentiam na sua vida, como pessoas e como colectivo, como nação, como país, como um pássaro a quem cortaram as asas e o bico.Eram mensagens muito claras contra o fascismo e contra a guerra colonial…Sim, sim, sim. Um dia eu estava a cantar esta no Alentejo, a “Cortaram as asas ao rouxinol” e no fim estava lá um homem: “Oh amigo, podes ter a certeza de uma coisa: é que não há aqui ninguém que não tenha percebido o que é que tu querias dizer!”
nho nho nho, bue kms de nhonho
[Versión estendida] Xabier Ron estudou as claves secretas agochadas nas cantigas de amor da nosa lírica medieval galego-portuguesa. O seu traballo está recollido na monografía "A oralidade na ficción amorosa dos trobadores galego-portugueses ou como salvar o itineraium ad dominan"
Si la España medieval está caracterizada por algo es por la coexistencia de tres religiones en el mismo espacio geográfico: islam, cristianismo y judaísmo. Muchos han sido los mitos que han inundado esta coexistencia, desde el idílico al-Ándalus hasta la sangrienta Inquisición. Sin embargo, la realidad es mucho más compleja de analizar. Los judíos, pueblo deicida a ojos de los cristianos, convivieron en los Reinos hispano-cristianos desde la fundación de estos Estados en el Norte Peninsular hasta el fin de la Reconquista. Vistos como el otro, como un vecino incómodo, la historia de la convivencia entre ambas religiones no se mantendrá invariable a lo largo de los siglos. Hoy veremos como su situación en Castilla fue variando desde los primeros momentos de la Reconquista hasta la promulgación de los Edictos de Expulsión en 1492. Pasaremos por momentos de una coexistencia pacífica, en la que podrán contar con privilegios y coparan algunos de los altos cargos cortesanos, a otros momentos en los que se verán azotados por la violencia antijudía. Será ya en el siglo XV cuando el problema comience a centrarse sobre los conversos, esos cristianos nuevos, judíos que habían recibido el bautismo en la fe de cristo y que serán acusados de judaizar o de no ser buenos cristianos. Aunque los conversos estuvieron bajo la atenta mirada del Santo Oficio recién instaurado, no se perderá de vista a los judíos por parte de predicadores, monarcas, magnates y masa popular. Si te gusta nuestro contenido podéis dejarnos un me gusta y un comentario, así nos ayudáis a seguir creciendo. También nos podéis apoyar a través de la pestaña «Apoyar» con una suscripción mensual. ¡Muchísimas gracias! Síguenos en: Twitter: https://twitter.com/ElScriptorium TikTok: https://www.tiktok.com/@elscriptorium?is_from_webapp=1&;;;sender_device=pc Facebook: https://www.facebook.com/scriptoriumpodcast Telegram: https://t.me/ElScriptorium Contacto: scriptoriumpodcast@protonmail.com Bibliografía: - Rucquoi, A. (2021). «El "otro" en la España medieval ¿convertirlo o temerlo?». Dimensões: Revista de História da Ufes, 46, pp. 19-43. - Valdeón Baruque, J. (1968). «Los judíos de Castilla y la Revolución Trastámara». Estudios y documentos (Universad de Valladolid), 27. - Valdeón Baruque, J. (2003). Alfonso X el Sabio. La forja de la España moderna. Ediciones Temas de Hoy. -Valdeón Baruque, J. (2006). Cristianos, judíos y musulmanes. Crítica. - Borgognoni, E. (2012). «Los judíos en la legislación castellana medieval. Notas para su estudio (siglos X-XIII)». Estudios de Historia de España, XIV, pp. 53-68. - Devia, C. (2010). «Herejes y minorías religiosas en la Séptima Partida de Alfonso X el Sabio». Diversidad, 1, pp. 46-69. - Hinojosa Montalvo, J. (2000). «Los judíos en la España Medieval: de la tolerancia a la expulsión». En Martínez San Pedro, M. D.: Los marginados en el mundo medieval, pp. 25-41. - Pérez Castaño, G. (2023). «Tolerar sin asimilar. Coexistencia entre judíos y cristianos en la Castilla bajomedieval». Human Review, p, 2-14. - García Arenal, M. (1984). «Cristianos, moros y judíos en época de Alfonso X». En Alfonso X, Toledo 1984, pp. 31-46. - García Sanjuán, A. (2015). Coexistencia y conflictos minorías religiosas en la península ibérica durante la Edad Media. Editorial Universidad de Granada. - Montes Romero-Camacho, I. (2004). «Judíos y mudéjares». Medievalismo, 13-14, pp. 241-274. - Mitre Fernández, E. (1994). «De los Pogroms de 1301 a los ordenamientos de 1405 (Un recodo en las relaciones judíos-cristianos en la Castilla Bajomedieval)». Espacio, Tiempo y Forma, Serie III, H. Medieval, 7, pp. 281-288. - Cantera Montenegro, E. (1998). «La imagen del judío en la España Medieval». Espacio, tiempo y forma. Serie III, H. medieval, 11, pp. 11-38. - Rodríguez Barral, P. (2007). «La dialáctica texto-imagen a propósito de la representación del judío en las Cantigas de Santa María de Alfonso X». Anuario de Estudios Medievales, 37 (1), pp. 213-243. - Fidalgo Francisco, E. (1996). «Consideración social de los judíos a través de las Cantigas de Santa María». Revista de Literatura Medieval, VIII, pp. 91-103. - León Tello, P. (1985). «La expulsión de los judíos». Anales Toledanos, pp. 47-60. - Amrán, R. (1996). «Judíos y conversos en las crónicas de los Reyes de Castilla (desde finales del siglo xiv hasta la expulsión)». Espacio, Tiempo y Forma, Serie III, H. Medieval, 9, pp. 257-275. - Alfonso X: Las Siete Partidas. Biblioteca Jurídica Digital (Agencia Estatal Boletín Oficial del Estado). Música: - "Danza Inglesa Siglo XIII" - Artefactum. - "Tierra de Cinco Reinos" - Jaime Heras - "Danza renacentista" - picturesplay - "Medieval Hurdy Gurdy" - StudioKolomna - "En un tiempo cogí flores" - Jaime Heras - "The Vitruvian March" - Roger Subirana - "Y de pronto el invierno" - Jaime Heras - "Santa Maria, Strela do Dia ( CSM 100)" - Jaime Heras - "Viola Medieval" - Emilio Villalba (bajo licencia CC BY) - "A madre de Jesucristo. Cantiga de Santa María 302" - Emilio Villalba (bajo licencia CC BY) - "Antiquity and Middle Ages" Rafael Klepsch - "España, Op. 165, I, Prelude" - Albéniz (Esther García) - "Kyrie" - Aufklarung - "In the king Court" - Frederico Sawabini - "Laúd andalusí" - Emilio Villalba (bajo licencia CC BY) - "Mariam matrem llibre vermell de montserrat, siglo XIV" - Emilio Villalba (bajo licencia CC BY) - "Choralbearbeitung O Haupt voll Blut und Wunden" - Piano Dreamer - "A que defende do demo, cantiga 379" - Emilio Villalba (bajo licencia CC BY) - "Introitus Requiem in aeternam" - Jbuvat - "Sarabande" - Haendel (Esther García) - "Messia 1 Symphony" - Handel (Musica in Armonia) - "Saltarello I Siglo XIV" - Artefactum Escucha el episodio completo en la app de iVoox, o descubre todo el catálogo de iVoox Originals
En algunas ocasiones, los hados se ponen de nuestra parte y de manera fortuita, se producen hallazgos que generan grandes y afortunados beneficios para el resto de los mortales. En la música tenemos varios ejemplos y hoy trataremos algunos de ellos. Para empezar, nos acercaremos a uno de los monumentos de la música renacentista en España, el Cancionero Musical de Palacio. Después viajaremos a la Edad Media y recordaremos cómo se encontraron las Cantigas de Amigo de Martín Códax. Y finalmente nos adentraremos en el apasionante caso del descubrimiento de cientos de partituras de Vivaldi en lo que ahora se conoce como el legado Mauro Foa y Renzo Giordano.Escuchar audio
Neste episódio de Abril conversas mil juntamos a cineasta Leonor Teles e o músico Luís Clara Gomes, Moullinex, com a anfitriã Margarida Botelho, do secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português. Moullinex reflete sobre a capacidade de sonhar ancorada na cultura, que é intrínseca à felicidade, e afirma que as conquistas de Abril ainda estão por cumprir. Leonor Teles afirma a importância da memória, pessoal e colectiva, e traz a fotografia de um passeio clandestino no Tejo, com Álvaro Cunhal. Moullinex escolhe o LP das “Cantigas do Maio” de José Afonso para recordar a Revolução de Abril e, influenciado pela sua família, reflete sobre a plenitude dos actos criativos através da liberdade. 50 anos depois estarão a descer a Avenida da Liberdade, no “feriado mais bonito do ano”, a lutar pela igualdade, por mais empatia e pelos direitos dos trabalhadores para continuar a cumprir Abril. Disponível nas redes sociais do PCP e nas plataformas:
Cantigas de amor , presente nas escrituras sagradas, oriundas possivelmente de raízes pagãs e que alcançaram o Livro Bíblico por via oral. Apesar da complexidade da leitura clássica, aqui o reproduzo, ressaltando que eventuais erros de pronúncia acontecerão inevitavelmente, porém não diminuirão a beleza da declamação apaixonada entre amantes em seu mútuo anseio, segue breve trecho
El pianista y compositor portugués Julio Resende ha grabado con su proyecto de Fado y Jazz 'Sons of Revolution', disco inspirado por la revolución de los claveles, que se publicará el 13 de octubre y del que tenemos como adelanto los temas 'Portugal celebrates with red flowers', 'Mr. Fado goes to Africa', 'Mano a mano - Now we are brothers', 'Anagrama - The retornados love two lands' y 'A casa dela' -con la voz de Salvador Sobral-. Del fadista Camané escuchamos 'Sei de um rio', 'Ai Margarida', 'Lembra-te sempre de mim' y 'A luz de Lisboa' y, de Carlos do Carmo con el pianista Bernardo Sassetti, 'Lisboa que amanhece', 'Foi por ela', 'Avec le temps' y 'Cantigas do maio'. Escuchar audio
O Autores e Livros Dose Extra desta semana conversa com André de Alcântara, administrador da Biblioteca Digital do Senado sobre “Cantigas das crianças e do povo e danças populares”, 10º volume da coleção Escritoras do Brasil. Na entrevista, André comenta os detalhes dessa edição e destaca as novidades como as partituras e as melodias de cada cantiga disponíveis por meio de QR Code. Terceiro livro de Alexina de Magalhães Pinto - folclorista, educadora e musicista mineira, a obra é uma compilação de 77 cantigas oriundas da cultura popular brasileira – e a grande maioria delas acompanha partitura e um QR Code para que a melodia possa ser escutada. Cada cantiga também apresenta uma ilustração que, segundo a autora, deveria ser utilizada pedagogicamente. Iniciada por um ensaio sobre a utilização da cultura popular na alfabetização de crianças, a obra é finalizada com inúmeras notas de esclarecimento e referências. Além de reavivar a produção de uma precursora do estudo do folclore brasileiro, a obra tem o importante papel de trazer à tona manifestações culturais do início do século XX, colhidas in loco.
O filme “As Mãos Invisíveis” conta algumas das histórias de portugueses que, a partir de Paris, ajudaram desertores e refractários da guerra colonial. O documentário parte de uma casa que foi um dos locais de acolhimento e de resistência à ditadura de Salazar e ao colonialismo. O realizador Hugo dos Santos quis tirar da clandestinidade a memória dessa resistência invisível e falou com a RFI sobre o filme que acaba de passar num festival de documentário português. RFI: Porque é que o filme se chama “As Mãos Invisíveis”? Hugo dos Santos, Realizador de “As Mãos Invisíveis”: O filme chama-se “Les Mains Invisibles” porque, de uma certa forma, conta a história de um grupo de pessoas invisíveis que eram emigrantes clandestinos, desertores, dentro de uma emigração que em França é chamada de invisível. Por isso, falei de invisibilidade e o facto de remeter para as mãos é remeter para as pessoas que vão ter uma acção: não só trabalhar, mas também pode ser o punho levantado ou pode ser simplesmente muitas pequenas acções invisíveis que remetem para acções que têm impacto na história.No filme ouvimos que 200.000 jovens portugueses fugiram para não irem à guerra colonial/das independências. A maioria foi para França, mas só uma parte era politizada e o filme centra-se mais nessas pessoas. Porque é que quis dar rostos a estas pessoas e porque é que fala, às vezes, de memória clandestina? São muitas perguntas! Para já, eu achei que era uma história bonita simplesmente. Eu acho que era uma bela coisa de contar uma história pouco conhecida, que é um exemplo, porque houve muitas histórias em volta da emigração portuguesa e da recusa da guerra colonial. Como eu conhecia algumas personagens, achei que esta história valia a pena ser contada.É também uma forma de reparar alguma injustiça histórica, digamos assim?Sim e não. Eu acho que pensar a emigração portuguesa ou representar em filmes documentários ou ficções a emigração portuguesa sem falar da recusa da guerra colonial é incompleto porque há pessoas que recusaram a guerra colonial de forma estruturada politicamente - quer dizer num partido, por exemplo, já tinham decidido e sabiam o que fazer - e há pessoas que simplesmente foram-se embora porque não queriam ir à guerra, não queriam matar outras pessoas. Eu acho que isto vai muito além de um grupo mais ou menos politizado que aparece no filme. Eu também não faço esta diferença entre emigração política e emigração não política porque eu acho que a maior parte das pessoas que emigraram tinham uma percepção política das coisas. Ser uma percepção política não quer dizer uma percepção partidária, mas simplesmente pensar: “Neste país não dá, temos que sair, esta guerra não dá, temos que sair”.E recusaram, justamente, a guerra…Exactamente. Não são só os grupos politizados. Eu quis falar deste grupo porque era também um grupo que estava na acção. No filme, não me interessou falar verdadeiramente do partido político ou do micropartido ou dos grupos políticos que estavam mesmo envolvidos. Para mim, interessava simplesmente um grupo de pessoas, um grupo de jovens portugueses e franceses que pensaram que era injusto fazer uma guerra em Angola, Moçambique, Guiné, achavam que era uma coisa horrorosa, que não queriam matar africanos e pensaram simplesmente desertar e depois apoiar as pessoas que desertavam. Eu acho que partiu de uma sensação muito sincera, muito natural, muito além de uma estruturação política. Para dizer a verdade, mesmo uma parte da estruturação, da ideologia política daquela época, uma parte, eu acho que hoje em dia pode-se dizer que era justa e outra parte não tinha muito sentido, por isso, também não quis pôr o debate sobre o sexo dos anjos politicamente porque não fazia sentido.O meu filme fala de um grupo, mas não só, fala das mãos invisíveis que são todas aquelas pessoas que partiram daquele país para não fazerem a guerra ou que tiveram que partir para a guerra porque também se vê no filme imagens de pessoas que foram e, de uma certa forma, é outro lado da mesma moeda.E houve quem fosse e desertasse, inclusivamente com armas, como se apelava a partir de Paris, nomeadamente… Mas vamos agora ver alguns dos principais rostos do filme, por exemplo, um testemunho marcante é o de Vasco Martins. Quer falar-nos da importância dele nesta rede de mãos invisíveis que acabou por funcionar a partir de uma casa parisiense?O Vasco é, antes de tudo, um amigo, não é da mesma idade, mas é um amigo que eu conheci na Associação Memória Viva. Foi pouco a pouco que eu comecei a conhecer a história dele porque era uma pessoa discreta, pelo menos no início do processo memorial, e foi pouco a pouco que comecei a entender a importância das acções que tinha tido o Vasco, nomeadamente, na criação de redes de apoio aos desertores que passaram pela casa dele e como uma pessoa de contacto. O Vasco era e é uma pessoa que faz. Quer dizer, há uma coisa para fazer, estamos à espera que se faça, estamos a decidir, mas já está feito, o Vasco já fez. Há uma personagem que não se vê no filme que me disse que o Vasco é um activista “low profile”, quer dizer, que é uma pessoa que não dá nas vistas e, mesmo assim, é aquele que faz. Politicamente, de uma forma geral, além desta história de emigração e da recusa da guerra colonial, é uma coisa que tem importância para mim porque eu acho que o que tem impacto politicamente não são só as pessoas que gritam, não são só as pessoas que são estruturadas num partido, são as pessoas que fazem e que, às vezes, são invisíveis.As tais “mãos invisíveis”. Exactamente e no filme vê-se o Vasco Martins, mas também se vê a Thérèse Martinet, do lado francês, que é a pessoa que estruturou, como ele, esta rede de apoio aos desertores, uma rede informal. Hoje em dia, se não fosse o filme, seria uma pessoa completamente desconhecida. Ela teve uma importância essencial nesta história de forma global.Era a proprietária da casa…Era a proprietária da casa onde o Vasco criou a rede, mas era também a pessoa que vivia lá e que aceitou viver com um grupo de desertores e era uma pessoa que teve uma vida colectiva com estas pessoas, como também foi uma pessoa que foi além de acolher. Há uma parte das coisas que nem sei porque ela infelizmente começou a perder a memória depois de uma doença, mas ela fez idas e voltas para Portugal, meteu-se em perigo, também ajudava muito os portugueses a aprenderem francês, a encontrarem trabalhos. Mãos invisíveis é do lado português como do lado francês.Ela chegou inclusivamente a levar material para Portugal. É o que se diz no filme. O filme também fala um pouco dos bastidores da luta desta rede de resistentes, das armas que foram encontradas, dos apelos à deserção com armas. A casa foi um epicentro dessa luta invisível?Não sei se o lado da luta armada, que é uma coisa que existiu nos anos 60, 70, um pouco nos anos 80, será propriamente uma acção invisível, de uma certa forma era quase uma acção de propaganda porque estas armas eram pouco usadas obviamente. Há um paradoxo do qual falo no filme: este grupo, que era profundamente pacifista, contra a guerra, contra todas as guerras, achava que naquele momento da ditadura, a única forma lógica de desertar era desertar com armas. Mas desertar com armas, o que é que queria dizer? Queria dizer que supostamente o desertor devia ir com armas ou enterrá-las num sítio qualquer para que no dia que fosse necessário, quando as massas estivessem organizadas ou uma coisa dessas, se pudessem usar aquelas armas. Mas a ideia não era sustentar uma luta armada frontal contra o regime, não era nada disso. Era simplesmente que dentro de um regime tão repressivo, acharam que desertar com armas era o caminho mais secreto, mas não quer dizer que usavam armas, que estavam na luta armada.O filme também mostra que a música, nomeadamente o Tino Flores, e o teatro foram fundamentais nesta luta contra a guerra. Quer contar-nos como? Eu acho que os anos 60, 70, em Portugal e também em França, havia uma percepção que as artes – cinema, música, teatro - deviam ter um empenho político. Obviamente que na luta contra a ditadura de Salazar, contra o colonialismo, estas artes foram usadas. O que não se sabe tanto é que os emigrantes portugueses em França produziram muitíssimas coisas, organizaram muitíssimos concertos, grupos de teatro, peças que foram apresentadas em associações, conversas, palestras e festas simplesmente. É isso que eu mostro um pouco no filme que é uma coisa que não se sabe tanto. Sabe-se que houve o Zeca Afonso, o Sérgio Godinho ou o Tino Flores, que é um pouco menos conhecido, mas sabe-se pouco que aquilo maturou na emigração porque tanto o Sérgio Godinho como o José Mário Branco, como o Tino Flores, estiveram na emigração em França e é ali nestas conversas de cafés, nestas organizações políticas, nas associações também, que conseguiram criar uma nova onda musical. Tanto que o Zeca Afonso grava o “Cantigas do Maio” em França - não é a única razão, mas é uma das razões. Há, em França, uma onda de artistas políticos. No filme vê-se o Tino Flores que é um cantor e também se vê o Hélder Costa que escreve peças de teatro, escrevia e ainda escreve, e que organizou muitos grupos de teatro nas associações de emigrantes.O filme recorre a imagens de arquivo, como documentários nos bairros de lata. Como é que foi este trabalho para chegar a imagens que são tão pouco conhecidas do público, excepto as fotografias…Não sei se há muito poucas imagens. O problema é saber olhar para as imagens que temos. Por exemplo, nos arquivos do INA, da televisão francesa, existem muitíssimas imagens da emigração portuguesa dos bairros de lata e outras coisas. Às vezes, o problema é saber o que estamos a ver, pensamos que estamos a ver um bairro de lata e estamos a ver um filme militante, ou estamos a ver um processo de expulsão do bairro de lata. Não entendemos, às vezes, o que estamos a ver e eu acho que no filme tento sempre dar o contexto das imagens porque eu acho que é ali que as imagens se tornam autónomas, quase como personagens, e também se tornam mais políticas.Ali estás a ver, por exemplo, quer o olhar de um militante francês, quer o olhar de um militante português, quer o olhar da televisão francesa ou holandesa e isto é bastante importante para saber o que estamos a ver. No filme, eu não quis usar imagens para ilustrar. Nunca estou a ilustrar. Sempre dou a importância completa às imagens.Relativamente à pesquisa, foi uma pesquisa extensa em toda a Europa à procura das personagens, a ver se conseguia encontrar tal ou tal personagem em tal ou tal filme. Para fazer este filme não havia uma matéria extensa no início porque são memórias, não havia uma matéria extensa: a casa foi destruída nos anos 90, já não existe; vários personagens também perderam um pouco a memória ou algumas lembranças porque foi há muito tempo e é também uma memória traumática. Eu tive que reflectir na forma de contar aquela história e, para mim, a forma certa de contar aquela história não era contar a grande história ou encher todos os buracos. Era deixar aparecer os espaços vazios. Com as imagens de arquivo ou com algumas conversas com as personagens ou também com a minha voz, com o meu raciocínio, consigo dar mais ou menos o fio da história para se poder entender o que se passou. Mas não se sabe tudo porque eu acho que é também uma forma de encarar a história que é específica. Quando se faz um documentário histórico, a ideia de não é contar exactamente como é que foi, a ideia é deixar entender às pessoas como talvez foi. Então, uso os arquivos desta forma, os arquivos permitem entender como talvez foi. Não estão ali para dar uma prova. O filme “Les Mains Invisibles” [“As Mãos Invisíveis”] estreou no DOClisboa em Outubro do ano passado, esteve, a 1 de Agosto, no Festival Internacional do Documentário de Melgaço, em Portugal e chega a França no próximo ano.
Foi a fé que salvou o cantor Luís Filipe Reis. Aos 20 anos saiu da Beira Alta e rumou a França com o sonho da música, mas passou muitas dificuldades: “Se Nosso Senhor me ajudar eu nunca mais vou dormir debaixo de pontes”, recorda o autor de “Telefone (do amor)”. A perseverança levou-o ao sucesso, sempre confiando em Deus, e hoje em dia é um dos cantores mais acarinhados de Portugal. Numa emocionante entrevista de vida, o artista recorda também as saudades da sua mãe, já falecida, e um segredo que ela guardou até à morte. O Alta Definição com Luís Filipe Reis foi exibido na SIC a 22 de julho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
José Manuel David ― Cantar a eito, 2023. Stereossauro ― Tristana, 2023. Júlio Pereira ― Miradouro, 1987. Nuno Côrte-Real ― Agora muda tudo, 2019. Canto dos Lírios ― Cantigas de amor e enxofre, 2022. Edição nº 399, de 1 de julho de 2023
Esta sessão glosa a canção ‘Utopia', de Zeca Afonso (do álbum Como se fora seu filho, de 1983) à luz dos escritos do teórico inglês Mark Fisher sobre a temporalidade desconcertada da música e da sua recusa em desistir do futuro perante o seu aparente bloqueio. Tenta dar a ouvir as contradições da ressaca do processo revolucionário no início dos anos 1980 em Portugal e os ecos que ainda hoje nos chegam. Em 1983, o futuro da revolução era passado. Mais passado é agora. Que temporalidade é a da ‘Utopia' de Zeca Afonso, quarenta anos depois? Que futuro ainda se ouvem nos amanhãs perdidos, nas promessas incumpridas, de então? Pode ainda a ‘Utopia' soar e ressoar no presente, conter futuros nas entrelinhas da sua repetição ritual na forma da comemoração de “Abril?” Miguel Cardoso é tradutor e poeta. Tem poemas, ensaios e outros textos publicados em diversas antologias e periódicos. Concebeu este episódio do Fito e Feito no contexto de uma sessão da Conferência Kismif (Porto, 2022) com o título “MARK FISHER & MUSIC: A COLLECTIVE LISTENING SESSION”, com Simon Reynolds, Ana Bigotte Vieira, David Wilkinson, Felipe Felizardo, Matthew Worley, Miguel Cardoso, Paula Guerra e Pedro Quintela. Música Utopia”, Zeca Afonso, Como se fora seu filho (1983) Trechos breves de (por ordem de audição) “Fireworks, Siouxsie and the Banshees – um single de 1982 “Grândola, Vila Morena”, Zeca Afonso, Cantigas do Maio (1971) “Canção da Jorna”, Casal do Leste, Guardador de Ódios (2013) Casal do Leste – Guardador de Ódios (2013, File) - Discogs Banda sonora do filme Bom Povo Português, de Rui Simões (1981) (especificamente a partir de 4'30'') “Papuça”, Zeca Afonso, Como se fora seu filho (1983) “Nature Boy”, John Coltrane, New Wave in Jazz (1965) Estúdio PontoZurca Estúdio Música original do podcast Dito e Feito Raw Forest Edição sonora do podcast Dito e Feito Pedro Macedo / Framed Films
This session glosses Zeca Afonso's song 'Utopia' (from the 1983 album Como se fora seu filho) in the light of English theorist Mark Fisher's writings on the disconcerted temporality of music and its refusal to give up on the future in the face of its apparent blockage. It attempts to make heard the contradictions of the hangover from the revolutionary process in Portugal in the early 1980s and the echoes that still reach us today. In 1983, the future of the revolution was past. More past is now. What is the temporality of Zeca Afonso's 'Utopia', forty years later? What future can still be heard in the lost tomorrows, in the unfulfilled promises of that time? Can 'Utopia' still sound and resonate in the present, contain futures between the lines of its ritual repetition in the form of the commemoration of "Abril"?" Miguel Cardoso is a translator and poet. He has published poems, essays and other texts in several anthologies and journals. He conceived this episode of Fito e Feito in the context of a session of the Kismif Conference (Porto, 2022) entitled "MARK FISHER & MUSIC: A COLLECTIVE LISTENING SESSION", with Simon Reynolds, Ana Bigotte Vieira, David Wilkinson, Felipe Felizardo, Matthew Worley, Miguel Cardoso, Paula Guerra and Pedro Quintela. Songs and sounds used in this episode Utopia”, Zeca Afonso, Como se fora seu filho (1983) “Fireworks, Siouxsie and the Banshees – um single de 1982 “Grândola, Vila Morena”, Zeca Afonso, Cantigas do Maio (1971) “Canção da Jorna”, Casal do Leste, Guardador de Ódios (2013) Casal do Leste – Guardador de Ódios (2013, File) - Discogs Soundtrack from the film Bom Povo Português, by Rui Simões (1981) “Papuça”, Zeca Afonso, Como se fora seu filho (1983) “Nature Boy”, John Coltrane, New Wave in Jazz (1965) Recorded at PontoZurca Estúdio Dito e Feito original music Raw Forest Dito e Feito sound editing Pedro Macedo / Framed Films
Celso Costa, Pauline Delabroy-Allard, Riad Sattouf, Sérgio Godinho, os mistérios do estacionamento e memórias asiático-americanas. Tudo isto nas sugestões literárias desta semana.See omnystudio.com/listener for privacy information.
‘Cantigas van lang geleden' 427 Liederen rond Maria, gecomponeerd in de 13e eeuw door Alfons X van Castilië. Liederen vol wonderen, en wonderlijk mooie muziek van lang geleden. Alfonso el Sabio Ena gran coita sempr'acorrer ven, CSM.142 Hesperion XX olv Jordi Savall (album: Cantigas de Santa Maria: Strela do dia) Alfonso el Sabio O fondo do mar tan chao, CSM.142 Hesperion XX olv Jordi Savall (album: Cantigas de Santa Maria: Strela do dia)
En Música de Contrabando, revista diaria de música en Onda Regional de Murcia (orm.es; 23,05 a 01,00h)Ya se ha publicado el nuevo listado de acogidos en el Rock & Roll Hall of Fame. Entre los nuevos admitidos están Kate Bush, Missy Elliott, Sheryl Crow, Rage Against the Machine, Willie Nelson, George Michael y The Spinners. El líder de Happy Mondays y Black Grape, Shaun Ryder, ha anunciado la creación de un nuevo proyecto musical junto a otros iconos de la música británica de los años 90. Se trata de Mantra of the Cosmos, una banda formada por el bajista de Ride y Oasis, Andy Bell, el guitarrista y vocalista de The Lightning Seeds, Ian Broudie, el batería de The Who, Zak Starkey (hijo de Ringo Starr), y el inseparable compañero de Ryder, Bez, que se encargará de la percusión y el baile. Aerosmith ha anunciado su gira de despedida, llamada Peace Out, con la que pondrá fin a más de cinco décadas de carrera musical. El grupo liderado por Steven Tyler y Joe Perry ha confirmado 40 conciertos en Norteamérica, que comenzarán el 2 de septiembre de 2023 en Filadelfia y terminarán el 26 de enero de 2024 en Montreal. Por el momento, no hay fechas previstas para EuropaLa líder de Best Coast, Bethany Cosentino, ha anunciado su primer álbum en solitario, titulado Natural Disaster, que saldrá a la venta el 28 de Julio The Gaslight Anthem están de vuelta con nuevo material tras un largo proceso de inactividad. Nueve años han tenido que pasar para que la banda liderada por Brian Fallon haya vuelto al estudio de grabación y que ahora tengamos ante nosotros un nuevo single titulado Positive ChargeMuerdo lanza "La bestia" junto a Love of Lesbian, último adelanto de "10 años de Flores, Viento y Fuego"Crudo Pimento estrenan el videoclip del tema “Hueso Ardiendo”,obra de Bikini (Stein + Crespo), con producción de ¡Arde!. Vuelve Yana Zafiro. La primera muestra de esta etapa es TONTA, un ajuste de cuentas personal con estribillo adhesivo y el sonido más contundente y redondo de su carrera.Nuevo videoclip del sencillo más reciente de Pieles Sebastian, “Motivos y Razones” , ya disponible en todas las plataformas digitales. La canción ha sido producida por César Verdú, batería de León Benavente.Exsonvaldes publican "Change" un resplandeciente himno sobre la eco-ansiedad y anuncia que estará girando por España con su nuevo álbum a publicar este otoño. Daft Punk publica GLBTM (Studio Outtakes), el segundo adelanto de Random Access Memories 10th Anniversary Edition. “Jaula de oro”, el nuevo single de Leiva, vuela alto en su conmovedora sensibilidad y nos muestra al artista en pleno clímax compositivo. La decadencia de una estrella del rock que en su vejez está solo es el tema del nuevo single, I Miss You , de The Sand. Surfin´Bichos presenta el single "Señales". Y este viernes su nuevo álbum "Más Allá"En la agenda del finde reseñamos actuaciones de Fernando Rubio & The Inner Demons, Niños Mutantes, Marisa Valle Roso, Valeria Castro, Venturi, El Jincho, Antílopez, Nanowar of Steel, MOno A Cero, Cantigas de Mayo(Pedro Guerra),Cromo vuelve a la carga con “El hombre que vivió como un gusano”, un tema que reúne todos los ingredientes que han hecho de la banda un referente en la escena punk underground murciana y nacional. Y hablamos con Manu y Guille.
En Música de Contrabando, revista diaria de música en Onda Regional de Murcia (orm.es; 23,05h a 01,00h). El cantautor canadiense Gordon Lightfoot murió ayer, 1 de mayo, a los 84 años.Lightfoot emergió en la escena folk a principios de la década de los sesenta influenciado por Pete Seeger. Sus canciones fueron versionadas por, entre otros, Elvis Presley, Bob Dylan, Barbra Streisand, Harry Belafonte, Johnny Cash y Anne Murray. Noel Gallagher ha confirmado una nueva reedición de “Definitely Maybe” para 2024. Será la de treinta aniversario del disco y también se ha dado a conocer el material que incluirá. Además, en la misma declaración ha vuelto a negar la gira de reunión de Oasis. Robert Plant protagonizará una gira de tres fechas por nuestro país el próximo mes de septiembre. Nos visitará junto a la formación acústica Saving Grace y la vocalista Suzi Dian. El próximo jueves 25 de mayo se podrá disfrutar de la retransmisión en directo de la actuación de Roger Waters “This Is Not A Drill” en cines de todo el mundo, incluyendo nuestro país.Sonorama Ribera celebrará su vigesimosexta edición del 9 al 13 de agosto para regresar un año más a la localidad burgalesa de Aranda De Duero.La edición número 26 del festival ha anunciado 63 nuevos artistas que se unen al cartel (JImena Amarillo). Niña Polaca abraza de nuevo sus raíces más guitarreras mezcladas con gusto junto a una amalgama de referencias pop que hacen de Alfredo el Canallita un tema para cantar, bailar y volverse loco en la infinidad de conciertos y festivales que les esperan este verano. The Sand publica nuevo single, iI Miss You. Trata de la decadencia de una estrella del rock que en su vejez está solo, con problemas de alcohol y depresión y los recuerdos de su grupo le hacen tener un dia especial..El Ayuntamiento de Molina de Segura recupera Cantigas de Mayo En esta ocasión, con un formato de encuentro de cantautores, se celebrará el viernes 5 de mayo. La prestigiosa muestra se convirtió en un referente de la canción de autor a nivel nacional a finales de los noventa, con más de una docena de ediciones. Juan Antonio García Cortés fue su creador, y hablamos con él, y también con Javier Ruibal que participa en este recuperada edición (David Moya, David de Gregorio, Noa Caleo son los cantautores participantes; también estará actuando Pedro Guerra).La lluvia no ha podido con WARM UP Estrella de Levante, que cierra su quinta edición con más de 52.000 asistentes¿qué pasó durante la brutal tromba? ¿hubo fallos en la comunicación?¿se va a devolver el dinero de las entradas pese a que el espectáculo ya había comenzado?¿cómo se vivió desde dentro de la organización la catástrofe? Jose Piñero, director del festival nos traslada sus respuestas y anuncia una 6º edición que superará todas las expectativas
Falo con Carlos Callón sobre a presentación de "O libro negro da lingua", na Estrada e do poemario "A abertura da boca" (ver ligazóns ) Carlos Callón é profesor de Xeografía e Historia no Instituto Espanhol de Lisboa. Ocupou máis dunha década a presidencia da Mesa pola Normalización Lingüística, institución na cal é presidente de honra. Publicou varios poemarios e ensaios, polos cales gañou premios como o Careón ao conxunto da súa carreira literaria, os Concello de Ames e Fernández del Riego de poesía, os Vicente Risco e Fervenzas Literarias de ensaio, entre outros. "A poesía é fundamental para expresar en palabras aquelo para o que non encontramos palabras". "A escola trovadoresca galego-portuguesa é das máis importantes de Europa e sabémolo grazas a arquivos portugueses ou italianos, nós non temos nin un só documento". "Hai moitas normas que se utilizaban en contra do galego, pero que non as coñecemos porque non se publicaban no BOE". Sábado 15 de abril 19.00 h entrada de balde ️ SALA ABANCA, A Estrada: https://goo.gl/maps/gBFY9P3m6qD3RsVn7 Mercar "A ABERTURA DA BOCA": https://editorialgalaxia.gal/produto/abertura-da-boca/ Mercar " O LIBRO NEGRO DA LINGUA GALEGA": https://www.xerais.gal/libro.php?id=7169503 ✔️ A ABERTURA DA BOCA: No Antigo Exipto existiu un ritual relixioso que recibiu o nome de “abertura da boca”, uep-rá. Con el, conseguíase que unha momia recuperase as funcións de alimentarse, comer, beber, respirar e ollar, ou ben que unha estatua cobrase vida. Carlos Callón convoca esta metáfora para se debruzar sobre unha “certa estadía nun certo inferno” e levarnos canda el polos lindes inmapeábeis dunha dor que non quere ser desterrada. ✔️O LIBRO NEGRO DA LINGUA GALEGA: Por vez primeira un libro céntrase en recoller e explicar testemuños da represión lingüística en Galiza ao longo dos séculos, coa divulgación de moitos documentos pouco ou nada coñecidos.Nas súas páxinas abordamos a crueldade dos castigos nas escolas por falar na lingua prohibida, acreditados desde 1543 até 1980: vareadas, de xeonllos sobre garavanzos, pedras nos petos, o método do anel etc. Abrimos un camiño para o estudo das multas franquistas por "hablar al público en gallego» e das inspeccións por «exagerado acento gallego". Revoltámonos coa profanación da lápida de Alexandre Bóveda para lle castelanizaren o nome e publicamos regulamentos escolares inéditos que perseguían o galego no século XVIII. Detémonos na negativa do Consejo de Castilla a autorizar un libro en galego en 1616. Vemos como o director da Real Biblioteca española no Setecentos decidiu non imprimir as "Cantigas de Santa María" por achar «extravagancia y mal gusto» a poesía en galego. Asistimos a queimas de libros e mesmo nos abraiamos ao saber que millares de cartas do padre Sarmiento acabaron como papel hixiénico. Ollamos o caso do taxista que perdería o traballo se en 48 horas non rotulaba "Rianjo" no seu vehículo e lembramos que en 1980 o Ministerio de Educación expedientaba e exhortaba a «repudiar» o profesorado que ensinaba en galego sen cobertura legal.Debruzámonos sobre estas e outras 1001 noites de pedra para así podermos entender como chegamos até aquí e como podemos gañar o futuro para a lingua que nos une. Máis Información CARLOS CALLÓN: ✔️ Páxina Web: http://www.carloscallon.com/ ✔️ Facebook: https://www.facebook.com/CarlosCallon ✔️ Twitter: https://twitter.com/carloscallon ✔️ Instagram: https://www.instagram.com/carloscallon/ ✔️ TIKTOK: https://www.tiktok.com/@carloscallon ✔️ YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCAY7q7Dc9q7NOJX5PT0bD3w Máis Información “AC VAGALUMES - TABEIRÓS MONTES”: ✔️ Páxina Web: https://www.tabeirosmontes.com/a-c-vagalumes.html ✔️ Facebook: https://www.facebook.com/tabeirosmontes/ ✔️ Facebook: https://www.facebook.com/acvagalumes/ ✔️ Twitter: https://twitter.com/TabeirosMontes ✔️ Instagram: https://www.instagram.com/tabeirosmontes.vagalumes/?hl=af ✔️ YouTube: https://www.youtube.com/c/TabeirosMontes ✔️ Vimeo: https://vimeo.com/tabeirosmontes ✔️ Flickr: https://www.flickr.com/photos/108706054@N04/ ️ "SUSCRÍBETE" ao podcast MÁIS ENTREVISTAS: https://www.ivoox.com/podcast-salta-da-cama_sq_f1323089_1.html Máis Información e outros contidos: ✔️Facebook: https://www.facebook.com/PabloChichas ✔️Twitter: https://twitter.com/pablochichas ✔️Instagram: https://www.instagram.com/pablochichas/ ✔️Clubhouse: @pablochichas ✔️Twich: https://www.twitch.tv/pablochichas
Beatriz Pessoa, De La Soul, Rogê, Sleaford Mods e Kali Uchis: todos têm canções novas (ou quase). Todos merecem um pouco da nossa atenção. Todos têm mais para nos oferecer do que parece.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Máximo, Lana Del Rey, Feist, Glockenwise e Nancy Sinatra & Lee Hazlewood: são deles as canções novas (ou quase novas) que sugerimos como descoberta para os próximos dias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
¡Felices fiestas y'all! This week, Alt.Latino revisits a classic episode from 2014 to enjoy the music of D.C. Latino choir, Cantigas.
¡Felices fiestas y'all! This week, Alt.Latino revisits a classic episode from 2014 to enjoy the music of D.C. Latino choir, Cantigas.
Aquel Trovar es una agrupación de música antigua de reconocido prestigio, que va a ofrecer un programa bajo el título 'Cantando e con Dança. Cantigas de Santa María y músicas a la Virgen de la Baja Edad Media', un concierto en el que se podrán escuchar piezas de los Códices de Madrid y de las Huelgas y Cantigas de Alfonso X el Sabio. Será este sábado, 3 de diciembre, a las ocho de la tarde en el Salón de Actos de la Casa de la Cultura de Malpartida de Cáceres. Charlamos con Antonio Torralba, que toca el pandero y la flauta.
Perto de Lisboa, o Pátio Antico em Paço de Arcos é um italiano que convence o Manel Serrão quase semanalmente, e que está sempre aberto.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Toma Aí um Poema: Podcast Poesias Declamadas | Literatura Lusófona
Ode ao Bozo e Outras Cantigas está dividido em 6 partes: (I) Cantigas de Maldizer; (II) Cantigas de Amor; (III) Cantigas de Amigo; (IV) Cantigas de Gozo; (V) Sofrência; e (VI) Un Tango, al Final. O livro é eclético, alternando lirismo e humor. A primeira parte "Cantigas de Maldizer" é poesia engajada, AntiBozo, com diálogo direto à realidade política e social do Brasil contemporâneo. As seções seguintes perpassam o lírico, o satírico e o erótico, com boas doses de escracho. ►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes! https://loja.tomaaiumpoema.com.br/ _________________________________ Denis Scaramussa — 7 de Setembro Face a face por mal da cabeça recebeu veredicto concreto: seu filho tem fascismo. Mas onde foi que eu errei, Doutor? Foi na dança do impeachment? Faltei com a mamadeira de piroca? Quem sabe com uma camiseta rosa? Foi exposto ao kit gado na escola? Mãe sempre sabe, só não quer enxergar _________________________________ Use #tomaaiumpoema Siga @tomaaiumpoema Poema: 7 de Setembro Poeta: Denis Scaramussa Voz: Jéssica Iancoski https://tomaaiumpoema.com.br ATENÇÃO Somos um projeto social. Todo valor arrecadado é investido na literatura. FAÇA UM PIX DE QUALQUER VALOR CNPJ 33.066.546/0001-02 ou tomaaiumpoema@gmail.com Até mesmo um real ajuda a poesia a se manter viva! #poesia | #poemas | #podcast
Neste episodio 42 de Descifrando a Historia, falamos con Mariña Arbor Aldea sobre as cantigas en galego-portugués e a creación da lírica en terras galegas na Idade Media. Explica porque nacen, onde, como e dun xeito sinxelo e ameno que nos axuda a comprender este marabilloso feito histórico.
Alaíde Costa, Porridge Radio, Lykke Li e a dupla João Paulo Esteves da Silva & Cristina Branco estão entre os destaques a ouvir esta semana. See omnystudio.com/listener for privacy information.
VISIT OUR SPONSORS: Louisiana Renaissance Festival https://www.larf.net/ The Ren Cruise https://www.therencruise.com/ SONGS Sumer Is Icumen In performed by Tulstin Troubadours from the album Rennies of Unusual Sound https://www.tulstintroubadoursband.com/ Summer Guests performed by Cast in Bronze from the album Best Day Ever http://www.castinbronze.net/ Mist Covered Mountains performed by Music the Gathering from the album LVL 1 www.musicthegathering.com Brian Boru's March performed by Kindred Spirits from the album Dispelling All Woes http://www.thekindredspirits.com I'll Tell Me Ma performed by Turtle and the Hair from the album On A Rampage Unknown Website O Whistle )An' I'll Come Tae Ye) performed by Lady Prudence from the album All's Faire https://www.facebook.com/lady.prudence.piper White Rabbit performed by Circa Paleo from the album Roseland http://www.circapaleo.com/ Cantigas performed by Bardmageddon from the album Crows & Kings https://www.squareup.com/store/bardmageddon/ Galway Girl performed by Celtica Fae from the album Debut Album https://www.facebook.com/CelticaFae/ Galway Girl performed by Luku the Mad Skald from the album Pissed Drunk and Pissed Off www.lukuthemad.com Night Paddy Murphy Died performed by Jonathan Ramsey from the album Jonathan Ramsey http://www.jonathanramsey.com My Johnny Was A Shoemaker performed by Tullamore from the album Wild And Wicked Youth https://www.tullamore.band/home Drunken Sailor Redux performed by Red Rum from the album Save the Ales https://redrumband.webs.com/ The Rocky Road To Dublin (Live) performed by The Reelin Rogues from the album Live At Claddagh https://www.thereelinrogues.com/ SEGMENTS Festival update brought to you by The Ren List http://www.therenlist.com HOW TO CONTACT US Post it on Facebook https://www.facebook.com/renfestmusic Email us at renfestpodcast@gmail.com HOW TO LISTEN Apple https://podcasts.apple.com/us/podcast/renaissance-festival-podcast/id74073024 Spotify https://open.spotify.com/show/76uzuG0lRulhdjDCeufK15?si=obnUk_sUQnyzvvs3E_MV1g Pandora http://www.pandora.com/ Podbay http://www.podbay.fm/show/74073024 Listennotes http://www.listennotes.com/podcasts/renaissance-festival-podcast-minions-1Xd3YjQ7fWx/
Sopa de Pedra, Lera Lynn, Cass McCombs, Márcia e Bill Frisell são os destaques a ouvir esta semana. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Interpol, Cícero, Sault, Fumo Ninja e Celeste têm canções novas. São estes os destaques a que devemos dar ouvidos esta semana. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Cristóvão Campos Cristóvão Campos nasceu a 31 de maio de 1984. Apenas com 16 anos estreou-se no cinema com a curta-metragem “1975”. Seguiu-se a série “Uma Aventura” dando vida à personagem Chico. Fez várias novelas e em “Coração D´Ouro” viveu um dos seus papéis mais complexos ao interpretar um jovem autista, que exigiu uma enorme preparação e foi muito bem recebida pela crítica. Conta também com a participação em várias séries e filmes como“Sorrisos do Destino” de Fernando Lopes, “Conexão” e “Pátio das Cantigas” de Leonel Vieira, “Os Filhos do Rock” de Pedro Varela ou “Sara” de Marco Martins. No teatro integrou recentemente os elencos de “A Golpada” no Teatro Aberto, “A Pior Comédia do Mundo” (Noises Off) e “A Peça Que Dá Para o Torto”. Paralelamente ao trabalho como actor desenvolve sonoplastias para teatro. Esta semana, o convidado é o ator Cristóvão Campos que, neste momento, está em cena no Teatro da Trindade, em Lisboa, com a peça "O Amor é Tão Simples", encenada e protagonizada por Diogo Infante. Vamos conhecer a banda sonora do ator que soma uma série de papéis marcantes no teatro, cinema e televisão.
Famosas cantigas ao desafio! No YouTube: https://youtu.be/gEfwmvXAJWo
Hacemos repaso hoy a discos que hemos estrenado ya hace tiempo, pero a los que les debemos todavía dedicar unas vueltas, por lo enjundiosos que eran y son. Y, de paso, hablamos de algunas de las actuaciones de sus protagonistas. Este es el listado de artistas y canciones: Dulzaro, “La tarara”; El alquimista loco, ¨El aire del globo¨ y “Danzón para María”; Fetén Fetén, “Júrame” (con El Kanka), “Camotero” (con Augusto Bracho) y “Sei que vai pasar” (con Luisa Sobral); Xabi Aburruzaga, “Reel québécois” y “Breakfast in Belfast”; Korrontzi, “Kantauri” y “Farol de corda”; y Pancho Álvarez, “Cantigas de Sta María nº 42 e 183 de Alfonso X El Sabio”. Escuchar audio
Rádio Clube Altamont, parceria Altamont.pt e Futura - Rádio de Autor coloca este mês em cima da mesa "Cantigas do Maio", disco de Zeca Afonso que será alvo de re-edição, o novo disco de uma das bandas britânicas do momento - "Ants From Up There" dos Black Country, New Road e por fim o livro de memórias de Dave Grohl, um dos grandes.
Nesse último drops de 2021, esse bendito ano que nunca acaba, eu gostaria de conversar com vocês sobre a vida e a obra de um dos principais nomes da história da Idade Média Central, período o qual eu sou particularmente apaixonado. Estou falando do rei sábio de Leão e Castela Afonso X. Mas você sabe quem foi Afonso X, o Sábio? Na trilha sonora: Queen: Another Bites the Dust Ahmed Alshaiba: The Sound of Silence (Oud Cover) Queen: Brighton Rock Ahmed Alshaiba: The Last of the Mohicans (Oud Cover) Ahmed Alshaiba: The Rains of Castamer (Oud Cover) Queen: Radio Ga-Ga Minutagem do Episódio: 0:00 - Intro 1:07 - Ambições Imperiais de Afonso 8:07 - O Scriptorum Afonsino 12:50 - Outro 14:08 - Easter Egg Para saber mais sobre as Cantigas de Santa Maria e o Scriptorum Afonsino ouça o Medievalíssimo #036 clicando aqui Para aumentar a sua experiência com esse episódio separamos algumas imagens e vídeos para ilustrar ele, você pode conferir esses conteúdos clicando aqui. Contato: medievalissimo@gmail.com Texto: Bruno Rosa Edição de Áudio: Bruno Rosa Capa: Bruno Rosa Pix: cliohistoriaeliteratura@gmail.com Conheça a nossa linha de camisetas com temáticas históricas na Vandal clicando aqui Você pode apoiar a Podcasts Clio a continuar produzindo cada vez mais e melhores conteúdos no Catarse e no PicPay. Financiadores desse episódio: Alexandre Athayde, Claudia Bovo, Fabiana Jimenez, Gabriel Bastos, Gui Aschar, Henrique Mundim, Juliana Santoros, Merlim Malacoski, Paula Guisard, Rosana Vecchia, Rosi Marques, Suzana Athayde, Tiago Tavares e Silva Para todes vocês, nosso muito obrigado! Siga o Medievalissimo nas redes sociais Instagram: @medievalissimo Telegram: t.me/cliohistoriaeliteratura
Interrompemos esta emissão para uma notícia de última hora: já não se fazem casacos. Manuel Serrão, em direto de Dusseldorf, dá conta do seu voto desfavorável ao Orçamento do Estado enquanto Rita Blanco canta para reinvidincar subsídios na cultura. Rui Zink sabe onde está escondido João Rendeiro e Júlia Pinheiro admite a sua filiação partidária. Quem foi o autor da piada mais sexista? Para quem vai desta vez o prémio da Má Língua? Deus está no meio de nós... exceto no meio da Má Língua See omnystudio.com/listener for privacy information.
On this weeks mini Kimberly gives us a bit of information on illuminated texts! Note: The Cantigas I mention toward the end of the episode are called Cantigas de Santa María. They are poems/song with accompanying illuminated texts. P.S. We know our audio isn't great at the moment but we're working on it!! Hopefully we won't sound like we're under water forever!
‘Eu nunca tive nada com Joana d’Arc, nós só nos encontramos pra passear no parque. Ela me falou dos seus dias de glória e do que não está escrito lá nos livros de história […]”, porém, nós aqui do Fronteiras no Tempo gostamos também de explicar para vocês o que os historiadores estão pesquisando sobre personagens como ela, que foi já retratada de diversas formas na literatura, cinema e, como no caso da citação inicial, em uma música. Personagem emblemática para história francesa, esta guerreira que virou santa tem uma trajetória que até hoje desperta curiosidade e paixões. Para nos levar nessa viagem, chamamos a professora doutora Flávia Amaral (UFVJM). Esta é uma longa história e que não terminou com a execução de Joana D’Arc. (aliás, não custa lembrar que “ontem eu nem a vi, sei que não tenho um álibi, mas eu, eu não matei Joana d’Arc”) Neste episódio: Entenda a importância de se conhecer a trajetória de Joana D’Arc e as diversas narrativas sobre ela que surgiram na literatura durante os séculos. Conheça o contexto em que ela viveu, especialmente a guerra dos cem anos, com os problemas na sucessão ao trono francês devido às disputas contra os ingleses. Surpreenda-se com as ações de guerra realizadas pela jovem Joana D’Arc, de onde ela alegava vir a inspiração para sua missão e, ainda, como e porque ela conseguiu convencer as pessoas a segui-la. Por fim, entenda quais valores e normas ela quebrou e que a levaram a ser condenada à morte. *Este episódio é patrocinado pelo CAMBLY Arte da Capa CAMBLY Código que dá uma aula experimental grátis: FRONTEIRASNOTEMPO App do Cambly para iPhone App do Cambly para Android Ajude nosso projeto! Você pode nos apoiar de duas formas: PADRIM – só clicar e se cadastrar (bem rápido e prático) PIC PAY – Baixe o aplicativo do PicPay: iOS / Android Saiba mais sobre o nosso convidada Flávia Amaral e-mail: flaviaaamaral@hotmail.com Currículo Lattes Facebook Instagram Produção da convidada Artigos acadêmicos AMARAL, F. Guerra dos Cem Anos e Cruzadas: a literatura entre a verdade dos fatos e a verdade do sentido. Em tempo de Histórias, v. 35, p. 84-103, 2020. AMARAL, F.; BOVO, C. R. ; SILVA, C. G. . Do verso à prosa: o potencial histórico dos romances de Cavalaria – séculos XII a XIV. História e Cultura, v. 2, p. 1-28, 2013. AMARAL, F.. História, Revolução e Ressignificação: Joana d?Arc na historiografia francesa da primeira metade do século XIX. AEDOS: REVISTA DO CORPO DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA UFRGS (ONLINE), v. 3, p. 111-127, 2011. AMARAL, F.. Pecado, Penitência e Ordenamento Social no Romance de Melusina. SIGNUM – REVISTA DA ABREM, v. 11, p. 159-182, 2010. AMARAL, F.. Linhagem, território e memória na Idade Média: o exemplo do Romance de Melusina. Escritas (Goiânia), v. 1, p. 11-36, 2008. Livros e Capítulos de Livros AMARAL, F.. História científica e verdade sobre Joana dÁrc. In: NEMI, Ana; ALMEIDA, Néri de Barros; PINHEIRO, Rossana. (Org.). A construção da narrativa histórica – séculos XIX e XX. 1ed.Campinas: Unicamp, 2014, v. , p. 157-178 AMARAL, F.. Os Evangelhos Apócrifos e as Cantigas de Santa Maria. In: Angela Vaz Leão. (Org.). Novas Leituras, Novos Caminhos – Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio. 1ed.Belo Horizonte: Veredas e Cenários, 2009, v. , p. 15-35. Indicações bibliográficas sobre o tema BEAUNE, Colette. Joana d’Arc. Trad. Marcos Flamínio Peres. São Paulo: Globo, 2006. CASTOR, Helen. Joana d’Arc – A surpreendente história da heroína que comandou o exército francês. São Paulo: Gutenberg, 2018. PERNOUD, Régine. Joana D’Arc, a mulher forte. São Paulo: Paulinas, 1996. Expediente Arte da vitrine: Augusto Carvalho; Edição: Talk'nCast; Roteiro e apresentação: Beraba Como citar esse episódio Citação ABNT Fronteiras no Tempo: Historicidade #30 Joana D’Arc. Locução: Marcelo de Souza e Silva, Flávia Aamaral [S.l.] Portal Deviante, 30/06/2020. Podcast. Disponível: http://www.deviante.com.br/?p=40054&preview=true&aiEnableCheckShortcode=true Redes Sociais Twitter, Facebook, Youtube, Instagram, SPOTIFY, Contato E-mail: fronteirasnotempo@gmail.com Madrinhas e Padrinhos Alexandre Strapação Guedes Vianna, Alexsandro de Souza Junior, Anderson O Garcia, André Luis Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Andréa Silva, Andressa Marcelino Cardoso, Artur Henrique de Andrade Cornejo, Carlos Alberto de Souza Palmezani, Carlos Alberto Jr., Carolina Pereira Lyon, Ceará, Cláudia Bovo, Eani Marculino de Moura, Eduardo Saavedra Losada Lopes, Elisnei Oliveira, Ettore Riter, Felipe Augusto Roza, Felipe Sousa Santana, Flavio Henrique Dias Saldanha, Iago Mardones, Iara Grisi, Isaura Helena, João Carlos Ariedi Filho, José Carlos dos Santos, Leticia Duarte Hartmann, Lucas Akel, Luciano Beraba, Manuel Macias, Marcos Sorrilha, Mayara Araujo dos Reis, Moises Antiqueira, Paulo Henrique de Nunzio, Rafael, Rafael Alves de Oliveira, Rafael Igino Serafim, Rafael Machado Saldanha, Raphael Almeida, Raphael Bruno Silva Oliveira, Renata Sanches, Rodrigo Raupp, Rodrigo Vieira Pimentel, Rubens Lima, Sr. Pinto, Wagner de Andrade Alves, Willian Scaquett, Willian Spengler e ao padrinho anônimoSee omnystudio.com/listener for privacy information.