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Angola anunciou esta segunda-feira, 24 de Março, que deixa a mediação entre a República Democrática do Congo e do Ruanda para se "focar na União Africana", após avanços e entraves como a ausência ruandesa em reuniões e o cancelamento de negociações com o M23. O coordenador do Observatório Político e Social de Angola, Sérgio Calundungo, aponta que tanto o Ruanda como o M23 desconfiavam da neutralidade angolana, destaca a surpresa do envolvimento do Catar, a fragilidade das organizações regionais, e defende uma solução justa e sustentável para a RDC. RFI: O que levou Angola a deixar a mediação no conflito entre a RDC e o Ruanda?Sérgio Calundungo: Ficou claro que havia um mal-estar, provavelmente mais do lado do Ruanda e do M23 com a mediação angolana, muitas vozes se levantaram desse lado, questionando a neutralidade de Angola, que é algo essencial para um mediador. A minha impressão é que tanto o Ruanda como o M23 não estavam confortáveis com a mediação angolana, embora eu acredite que Angola tinha um interesse genuíno em resolver o conflito.Angola não é neutra?Bom, na visão deles. Alegavam que havia uma proximidade muito grande entre Angola e o actual Presidente da República Democrática do Congo e, por isso, olhavam para o mediador com desconfiança.A retirada de Angola da mediação significa um fracasso diplomático para o país?Penso que o fracasso foi para o Congo. É um país com imensos recursos, aceita a diversidade étnica e cultural, mas não consegue geri-la de forma eficaz. O conflito de pontos de vista na gestão de um Estado é natural e aceitável, mas a violência não. Angola foi pressionada ao máximo, e esta retirada é uma contrariedade, mas não a classificaria como um fracasso.É claro que isso afecta a sua imagem. Angola poderia ter reforçado a sua posição como país pacificador na região. O próprio Presidente da República é promovido internamente como "campeão da paz" na região e, certamente, gostaria de honrar esse título. No entanto, o mais importante é garantir uma paz justa e sustentável naquele território. Como diz o provérbio: "Não importa a cor do gato, o importante é que ele consiga caçar ratos".O envolvimento do Catar nas negociações entre a RDC e o Ruanda, incluindo o encontro em Doha entre Félix Tshisekedi e Paul Kagame, representa uma mudança na influência diplomática africana sobre o conflito?É, sem dúvida, uma mudança substancial. Há um ou dois anos, seria impensável que o Catar assumisse esse papel. Isso reflecte uma transformação significativa. No entanto, muitas vozes criticam a tendência africana de recorrer a actores externos para resolver os seus próprios problemas, em vez de fortalecer soluções internas.O mais importante é que o Catar tenha influência suficiente para levar as partes à mesa de negociações e alcançar um acordo. No fim das contas, o essencial para aquela região e para os seus povos é a paz.Disse que há alguns anos seria impensável ver o Catar como mediador. O encontro da semana passada foi uma surpresa para si?Sim, foi uma surpresa para mim e para muitas outras pessoas. Repare que a reunião aconteceu no mesmo dia em que estava previsto um encontro entre a delegação do governo da RDC e o M23 em Luanda, que acabou por não se realizar.Não foi um acaso acontecer no mesmo dia ou foi ?Acredito que não. Provavelmente, as lideranças do Congo e do Ruanda já sabiam que haveria esse encontro no Catar, até porque reuniões deste nível são preparadas com antecedência. A questão que fica é se o governo angolano foi informado antecipadamente sobre isso. Nunca houve um pronunciamento oficial, mas seria interessante saber.A escolha de um novo mediador pode mudar a dinâmica do conflito? Há outros países candidatos ou a mediação do Quénia sai reforçada?Se o nosso foco for a resolução do conflito, o protagonismo deve estar nos envolvidos, não no mediador. O mediador precisa apenas de ser reconhecido como neutro pelas partes, para que possam negociar em pé de igualdade.O verdadeiro papel cabe ao M23, às autoridades da RDC e ao governo do Ruanda. São eles que devem chegar a um acordo de paz. O mediador é apenas um facilitador. Países que assumem mediações bem-sucedidas melhoram a sua imagem internacional, mas o foco não deve ser esse. O essencial é acabar com uma guerra sem sentido, que apenas serve interesses políticos e económicos.No terreno, o cessar-fogo acordado em Doha ainda não parece estar a surtir efeito.Sim, há dificuldades na implementação do cessar-fogo. Não basta colocá-lo no papel. Para ser eficaz, é preciso, por um lado, a vontade real das partes e, por outro, mecanismos suficientemente robustos para monitorizar e fiscalizar o cumprimento do acordo – e, se necessário, impô-lo.Qual é a importância das organizações regionais, como a SADC e a Comunidade da África Oriental, na solução do conflito?O conflito no Congo evidencia a fragilidade das nossas organizações continentais e a falta de confiança dos países nelas. No entanto, não são instituições dispensáveis. Os países da região sabem que a instabilidade no Congo os afecta directa ou indirectamente.Se não foram escolhidas para mediar este conflito, provavelmente foi porque as partes envolvidas não reconhecem nelas força suficiente para desempenhar esse papel. Mas acredito que, em algum momento, serão indispensáveis para ajudar a pôr fim à guerra.As sanções da União Europeia contra nove pessoas ligadas às ofensivas do M23 no leste do Congo representaram um obstáculo para o processo de paz de Luanda?Não acredito que essas sanções tenham tido como propósito dificultar o processo de paz. Em teoria, deveriam ajudar a reduzir o conflito, mas, na prática, tornaram-se um entrave. Noutros casos, mesmo com sanções, foram criadas excepções para permitir a participação de pessoas-chave nas negociações. Poderia ter sido feito o mesmo aqui.
devocional Lucas leitura bíblica Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar. Estava lá um homem com a mão direita paralisada. Então os doutores da lei e os fariseus observavam Jesus para verem se o curava, sendo sábado, pois queriam achar uma razão para o acusarem. Mas como Jesus sabia muito bem o que eles pensavam, disse ao homem: «Levanta-te e vem aqui para o meio.» Ele levantou-se e ficou de pé. Depois Jesus dirigiu-se aos outros: «Vou fazer-vos uma pergunta: a lei permite fazer bem ao sábado ou fazer mal? Salvar a vida a uma pessoa ou deixar que se perca?» E olhando para todos à sua volta, disse ao homem: «Estende a mão.» Ele estendeu-a e a mão ficou sã. Eles ficaram furiosos e combinavam uns com os outros o que haviam de fazer contra Jesus. Lucas 6.6-11 devocional Não há hora indicada para praticar uma boa acção. Nenhuma altura é considerada inoportuna por Jesus para procurar o bem estar de uma pessoa. Todo o santo dia é uma excelente ocasião para ajudar alguém. Horários ou locais não devem servir de desculpa para protelar socorro. Se alguma celebração religiosa ou momento devocional coincide com o auxílio ao próximo, a prioridade passa por prestar atenção a este último, aliás ao lado do qual Deus já está. Qualquer norma religiosa que impeça o amparo imediato ao outro é uma falácia. Malfadada religiosidade que entorpeça o exercício da misericórdia. Larguem-se, pois, sistemas de regras e siga-se, sim, Jesus. Repare-se no modo como dignificou publicamente, no lugar por excelência de ensino da Palavra, gente anónima e incapaz de se sustentar. Ainda hoje o Seu desafio se faz ouvir: “Estende a mão.” Há que estendê-la, bem como tudo o mais. Exponha-se-Lhe a paralisia e a secura sentidas e, mesmo que alguns se posicionem “contra Ele”, a cura chegará. O que cada um precisa é de se deixar tocar na alma por Ele. Depois de tal ocorrer só apetece polvilhar tudo à volta com o Seu amor. - jónatas figueiredo Oramos para que este tempo com Deus te encoraje e inspire. Da a ti próprio espaço para processar as tuas notas e oração e sai só quando se sentires preparado
Macau assinalava nesta sexta-feira metade do processo de transição de Portugal para a China, 25 anos, de um total de 50, no âmbito de uma região administrativa especial chinesa, como negociado entre Lisboa e Pequim.E isto na semana em que uma lei foi votada em Macau contemplando o despedimento de funcionários públicos caso sejam tidos como desleais para com o território ou com a China. Para fazer um diagnóstico falámos com Paulo Rêgo, director do semanário Plataforma.Este admite haver pressões no território para que se adopte um registo que não belisque a China, à luz do que Pequim implementou na vizinha Hong Kong, após a repressão dos protestos pró democracia de 2019 e 2020, mas relativiza o peso da nova legislação.Há um juramento e uma declaração de fidelidade à função pública, bem como hà em Portugal, ou como decorre dos próprios contratos de privada. Se um funcionário do Plataforma, do meu jornal, não for fiel ao meu projecto, eu despeço-o. E, portanto, é verdade que há e tem havido, nomeadamente nos anos do COVID e do pós COVID, um recrudescimento claro e visível do discurso securitário e do discurso patriótico.Isso esteve ligado ao que aconteceu em Hong Kong, nomeadamente ?Tudo o que aconteceu em Hong Kong teve uma consequência e efeitos directos do que passou a acontecer em Macau, nomeadamente no discurso securitário e naquilo que aqui hoje se repete em cada esquina que é "Macau, governado pelas suas gentes", desde que sejam patriotas e tenham amor à Pátria.O Gabinete dos Assuntos para Macau e Hong Kong, em Pequim, já diz tudo no seu nome. O grupo de pessoas que toma decisões sobre as Regiões autónomas especiais toma decisões sobre as duas.E, portanto, o que aconteceu em Macau, onde não há sentimento anti-nacionalista, onde não há protestos anti-Pequim, que é uma pequena cidade que vive completamente dependente de Pequim decidir que pode ter dinheiro. Não é porque se Pequim não deixar virem os jogadores para Macau, Macau vai à falência.Portanto estamos no regime de "Um país, dois sistemas". Diz-me que, ao fim ao cabo, não havia problemas em Macau. Eu lembro-me, porém, que no passado chegou a haver protestos para assinalar a repressão em Tiananmen. Estes protestos agora já não existem !Não há protestos de Tiananmen, eles foram proibidos com um parecer jurídico do presidente do Tribunal de última instância, que toma posse como chefe do Executivo. Como aquilo que aconteceu em Hong Kong com os deputados que foram proibidos de se candidatarem, não é?Os chamados dissidentes ou independentistas, aqueles que a China decidiu que não cumpriam os critérios de amor à mãe pátria. Isso também aconteceu em Macau. Também houve deputados nas últimas eleições que foram proibidos de concorrer. Portanto, isso aconteceu. É uma mão dura de Pequim sobre qualquer movimento político dissidente ou contestatário. Mas a minha leitura enquanto jornalista e enquanto cidadão é que para aí. Eu convido qualquer ouvinte vosso a ir à www.Plataforma de Macau, ler os editoriais que eu escrevo sobre a China e sobre Macau, para perceberem que tem o mesmo tom e o mesmo grau de liberdade daqueles que você pode escrever sobre o presidente francês.Não há uma censura óbvia e uma submissão a Pequim ?Há uma pressão, uma pressão óbvia dos poderes nacionais para que toda a gente concorde com eles. Penso que em França também percebemos como é que isso se faz, não é? A questão é quando nós recebemos pressões, o que é que fazemos? Se resistirmos a elas e continuarmos a praticar jornalismo... O meu jornal tem dez anos, ainda cá está e 80% dos seus anunciantes são públicos. Portanto, não posso, eria desonesto da minha parte dizer que não é possível exercer a liberdade de opinião. Há pressões para que a nossa opinião seja concordante como o "mindset" nacional chinês, há !Falou de Sam Hou Fai que tomou posse como novo líder do executivo macaense. Pelo menos a parte lusófona enfatiza o facto de, pela primeira vez, ser um chefe do executivo que até fala português. Ele é um magistrado, como também já referiu. O que acha que poderá vir aí com a Nova Era, a era de Sam Hou Fai ?Eu não lhe chamaria a era de Sam Hou Fai. O Sam Hou Fai não é um político experiente e influente naquilo a que nós poderíamos chamar os "stakeholders" da política de Macau neste momento, não é ? Que são as elites económicas e políticas de Macau e o grau de influência crescente que as elites económicas e políticas chinesas têm na condução da região, por mais autónoma que ela se chame e por mais autónoma que tenha capacidade de ser. A China é, no mínimo, "stakeholder" das decisões. Não é um político influente e experiente. É um magistrado. Sim. Fala português, estudou em Coimbra e, é, portanto, é o primeiro chefe do Executivo bilíngue.Aliás, num governo formado por um chefe do Executivo e cinco secretários, portanto seis altos quadros dirigentes: Um secretário adjunto em Macau seria o equivalente a ministro. Digamos, se encararmos o chefe do Executivo como primeiro ministro, desses, seis, quatro são bilingues.Desses seis, todos são tecnocratas, ou seja, vêm da função pública. E todos eles, e a maioria deles, pelo menos, nem sequer nasceu em Macau.O Sam Hou Fai não é só o primeiro bilingue, também é o primeiro que não nasceu em Macau. Veio para Macau há muitos anos e, portanto, cumpriu os critérios mínimos para que alguém possa ser eleito chefe. Tem que residir em Macau pelo menos há 25 anos, para cumprir aquele preceito de Macau governado pelas suas gentes. Mas foi preparado para isso.Toda esta geração é uma geração com muitas conexões com o Partido Comunista Chinês, com o poder central e que vieram viver para Macau, aprenderam aqui o modo de vida de Macau, a Lei de Macau, o bilinguismo, a segunda língua oficial. Foram para Portugal estudar e voltaram.Portanto, é uma coisa difícil de ler. Repare nas contradições, não é? É o primeiro governo de tecnocratas, ou seja, não tem empresários de sucesso. Não tem as grandes famílias que herdaram as tradições de Macau como tiveram os governos anteriores. Foram todas afastadas pela primeira vez deste Governo.E, portanto, temos um governo mais nacionalista, mais tecnocrático, se quisermos, menos politizado e, contudo, mais bilingue. Qual é a questão curiosa? O bilinguismo, a plataforma com os países de língua portuguesa e Macau, Cidade aberta. No fundo, é um desenho tradicional de Pequim e foi desenhado pela política conservadora de Pequim... Que criou esta lógica para a reunificação, ou seja, para que a reunificação fosse pacífica e aceite pelas populações de Macau, de Hong Kong. E o grande elefante escondido que é Taiwan, não é ?Que é, no fundo, "Um país, dois sistemas": um sistema plural e constitucional em que há um arquétipo nacionalista chinês. Mas depois há graus de abertura elevados para as regiões que aceitem regressar à "mãe pátria", na expressão da política chinesa, portanto, este governo é as duas coisas.É um governo mais tecnocrata, menos politizado, mais nacionalista, mas também mais bilingue, mais plataforma e que se quiser, porque estas instruções são do centro. O plano das grandes famílias em Macau, durante os últimos 26 anos, foi enriquecer brutalmente para não sei quantas gerações, criando um paraíso de jogo e seu submundo que multiplicou por sete, oito, nove vezes as receitas de Las Vegas. Para termos noção, numa aldeia de 33 quilómetros quadrados. Portanto, nós estamos aqui a cumprir um desenho que é conservador, é tradicional, é do poder central.Cada vez mais se fala na necessidade de diversificação económica. Como é que ela é equacionada em Macau? E como ?Quais são as alavancas possíveis?Ela está completamente definida. Ou seja, esta mistura entre a manutenção de um sistema capitalista que há em Macau e uma economia socialista dirigida, centralizada e com planos centrais. Ela está completamente definida por Pequim, imposta ao poder local e vai ser executada. A primeira questão que aconteceu no jogo é porque grande parte das receitas, uma enorme parte das receitas era do chamado mercado VIP, não era ?De pessoas que vinham jogar 10 milhões, 50 milhões, 100 milhões $ de Macau. Não. Eles vinham da China, muitas vezes sonegados ao Estado. Pequim impôs o fim disso, dos dealers, dos agentes dos "junkets" que dominaram a indústria do jogo durante 20 anos. E hoje Macau está completamente concentrado no "Mass Market" [Mercado de Massas]. Que os turistas vêm aos milhões. Estamos a falar de 33 milhões este ano, contas do dia 7 de Setembro. A recuperar todos os números pré COVID, houve 55.000 espectáculos da indústria "mass" este ano e convenções, concertos, teatros, etc.É turismo no sentido mais lacto da palavra, não necessariamente só receitas de jogo.Eu posso dizer "1+4". O jogo passa a ser uma cidade de turismo e lazer em que a oferta diária é multiplicada para "mass market", e não para mercados VIP. E depois há quatro indústrias onde há pacotes legislativos a nascer para a promoção dessas quatro indústrias, definidas como as indústrias que eles entendem, em que Macau será competitivo na sua integração regional.Ou seja, na Grande Baía, que é uma região económica especial que inclui nove cidades no sul da China: Cantão, Shenzhen, Hong Kong, Macau e Hong Kong são integrados nessa grande área...O Delta das Pérolas !O delta do Rio das Pérolas: 85% do PIB da China ! Ou seja, uma região para a qual o mundo inteiro quer vir. E Macau vai por decisão central, vai obrigar-nos a dizer: Quem é que não quer ir para um mercado desses quando está numa aldeia com 33 quilómetros quadrados, não é?Portanto, a diversificação vai ser feita pela integração na Grande Baía, pela multiplicação de contactos com os países de língua portuguesa, mediação entre a China e esses países.E depois tem quatro indústrias, de preferência: mercado MICE (concertos, grandes realizações de desporto e cultura, sobretudo). Portanto, o chamado mercado MICE, mais a alta finança, a biomédica e as novas tecnologias. Estas quatro indústrias estão perfeitamente definidas pelo poder central, aceites pelo poder local. E qualquer empresário hoje em Macau e estrangeiro, que venha a Macau, é para elas que olha. Porque essas vão andar a uma coisa que a gente tem que perceber na China eles não têm que dizer. E quando dizem, fazem. Portanto, estas vão acontecer.Dentro de 25 anos, a priori, Macau deixa de ser uma região administrativa especial para integrar plenamente a China. Passaram já 25 anos. Em que medida é que pode haver ou não alguma apreensão em relação ao respeito desta mini-Constituição, a Lei Básica de Macau, em relação ao respeito das liberdades e garantias ?Eu acho que é avisado todos nós estarmos sempre preocupados com a defesa das liberdades e das garantias individuais e colectivas em Macau. Não me parece que isso seja uma borla garantida, nunca para ninguém ! Muito menos num sítio onde ela é dada por excepção. Ou seja, é uma coisa que a China toda não tem.Na China há censura. Eu na China não poderia estar a dar esta entrevista. Daquilo que eu vejo hoje em Macau, eu diria que estaremos muito próximos do mesmo daqui a 25 anos daquilo que é o interesse da China.Pode haver mais liberdades. Pode haver mais contactos. Pode haver mais interacção com os países de língua portuguesa. Pode ser um canal ainda mais importante para as relações da China com o resto do mundo. Agora, isso depende de como evoluir a China.O que é que nós vemos hoje? Hoje a China tem bloqueios políticos e económicos, não é? Fala-se da Guerra Fria, Nova Guerra Fria, a guerra tecnológica, a guerra económica e os Estados Unidos pressionam a Europa para não ter relações de privilégio com a China. E portanto, diremos o seguinte "Ah! Então a China está nesse "drive" negativo e, portanto, Macau e Hong Kong estão atrás disso? Não. Quanto mais problemas a China tem na sua economia, quanto mais necessidade tem de se internacionalizar, mais precisa dos canais para o Ocidente.Nós estamos a sentir isso hoje, aqui. As decisões políticas que a China tomar sobre as suas relações com o mundo vão definir as decisões que tomarão sobre estes territórios, sobre estas regiões autónomas, mas no "mindset" político chinês deles, claramente deles ! E eles tomaram as decisões que entenderem daqui a 25 anos. Tudo depende das relações que a China tiver com o resto do mundo.E em termos de população e da demografia, para terminar, eu sei que o COVID foi muito severo aí e que muita gente, após o fim do muito longo confinamento, optou por deixar Macau. Em que medida é que agora há, de facto, se calhar uma população de origem europeia menor? Uma população, se calhar de origem da China popular maior? Houve alguma evolução recente que testemunhou relativamente à demografia do território?Houve claramente alguma retirada de altos quadros estrangeiros e há muita dificuldade na obtenção do chamado "Bilhete de residente". Ou seja, um estrangeiro que queira viver para Macau tem que pedir autorização, como tem em França, como tem em Portugal. E, portanto, essa autorização de trabalho e de vida em Macau hoje é difícil. Porquê? Porque estamos numa cidade muito pequena, com 650.000 habitantes.E qual é o pensamento do poder político local se eles abrem as fronteiras não pode ser só para portugueses, franceses ou brasileiros. Mas se abrem as fronteiras, são engolidos por um monstro, um um mamute de 1.600.000.000 de pessoas. Com enorme competitividade, com enorme capacidade financeira, com enorme know how político. Estudados em Harvard, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos. E, portanto, Macau é uma bolha muito proteccionista das suas próprias excepções. E, portanto, tem as fronteiras fechadas.É difícil quem não tem esse direito adquirido no passado, adquirir o direito de cá vir, investir, viver, trazer a família. E a grande discussão em Macau, mesmo entre os poderes políticos mais conservadores. é a necessidade de o abrir. Portanto, se me perguntar qual é a minha intenção na próxima década, vai aumentar o número de estrangeiros, nomeadamente lusófonos, porque isso está assumido pelo poder oficial.É preciso promover o bilinguismo, ou seja, a língua portuguesa no ensino básico, no ensino secundário. O Politécnico de Macau, neste momento ajuda 42 universidades na China continental a ministrar aulas de português. Com materiais didáticos, com consultorias e tal. E há uma enorme discussão sobre quais são as excepções a este fecho de fronteiras. Este ambiente protecionista dos direitos das pessoas que já cá vivem.Quais e como se podem criar excepções para aumentar a presença de quadros lusófonos e atrair investimento lusófono? Essa discussão é diária nos bastidores da política de Macau e nas discussões entre os políticos de Macau e os políticos de Pequim.Portanto, eu antevejo nos próximos anos um aumento das comunidades lusófonas, eu não diria de Portugal, mas pelo menos das comunidades lusófonas que queiram vir ou que tragam investimento ou que estejam disponíveis para aprender chinês, não é?Porque o bilinguismo também é uma coisa que é preciso perceber: nós continuamos aqui há 500 anos sem falar chinês. Quer dizer, exigir a um país que imponha o bilinguismo com eles a aprenderem português. É uma conversa que se vai tornando mais difícil e que faz menos sentido.E há muitos chineses que estão a aprender português na China. E, portanto, quando eu digo tem que haver mais bilíngues e há uma concordância estratégica nisso, eu diria que vai haver mais chineses a falar português. Isso vai ser dominante. Vai haver mais desses, do que gente a vir de Portugal ou de Angola para cá. Mas penso que vai haver as duas. Faz parte da estratégia, faz parte da narrativa. Está escrito e eles continuam a dizer que bem, não tem acontecido como queríamos, mas tem que acontecer.
Macau assinalava nesta sexta-feira metade do processo de transição de Portugal para a China, 25 anos, de um total de 50, no âmbito de uma região administrativa especial chinesa, como negociado entre Lisboa e Pequim.E isto na semana em que uma lei foi votada em Macau contemplando o despedimento de funcionários públicos caso sejam tidos como desleais para com o território ou com a China. Para fazer um diagnóstico falámos com Paulo Rêgo, director do semanário Plataforma.Este admite haver pressões no território para que se adopte um registo que não belisque a China, à luz do que Pequim implementou na vizinha Hong Kong, após a repressão dos protestos pró democracia de 2019 e 2020, mas relativiza o peso da nova legislação.Há um juramento e uma declaração de fidelidade à função pública, bem como hà em Portugal, ou como decorre dos próprios contratos de privada. Se um funcionário do Plataforma, do meu jornal, não for fiel ao meu projecto, eu despeço-o. E, portanto, é verdade que há e tem havido, nomeadamente nos anos do COVID e do pós COVID, um recrudescimento claro e visível do discurso securitário e do discurso patriótico.Isso esteve ligado ao que aconteceu em Hong Kong, nomeadamente ?Tudo o que aconteceu em Hong Kong teve uma consequência e efeitos directos do que passou a acontecer em Macau, nomeadamente no discurso securitário e naquilo que aqui hoje se repete em cada esquina que é "Macau, governado pelas suas gentes", desde que sejam patriotas e tenham amor à Pátria.O Gabinete dos Assuntos para Macau e Hong Kong, em Pequim, já diz tudo no seu nome. O grupo de pessoas que toma decisões sobre as Regiões autónomas especiais toma decisões sobre as duas.E, portanto, o que aconteceu em Macau, onde não há sentimento anti-nacionalista, onde não há protestos anti-Pequim, que é uma pequena cidade que vive completamente dependente de Pequim decidir que pode ter dinheiro. Não é porque se Pequim não deixar virem os jogadores para Macau, Macau vai à falência.Portanto estamos no regime de "Um país, dois sistemas". Diz-me que, ao fim ao cabo, não havia problemas em Macau. Eu lembro-me, porém, que no passado chegou a haver protestos para assinalar a repressão em Tiananmen. Estes protestos agora já não existem !Não há protestos de Tiananmen, eles foram proibidos com um parecer jurídico do presidente do Tribunal de última instância, que toma posse como chefe do Executivo. Como aquilo que aconteceu em Hong Kong com os deputados que foram proibidos de se candidatarem, não é?Os chamados dissidentes ou independentistas, aqueles que a China decidiu que não cumpriam os critérios de amor à mãe pátria. Isso também aconteceu em Macau. Também houve deputados nas últimas eleições que foram proibidos de concorrer. Portanto, isso aconteceu. É uma mão dura de Pequim sobre qualquer movimento político dissidente ou contestatário. Mas a minha leitura enquanto jornalista e enquanto cidadão é que para aí. Eu convido qualquer ouvinte vosso a ir à www.Plataforma de Macau, ler os editoriais que eu escrevo sobre a China e sobre Macau, para perceberem que tem o mesmo tom e o mesmo grau de liberdade daqueles que você pode escrever sobre o presidente francês.Não há uma censura óbvia e uma submissão a Pequim ?Há uma pressão, uma pressão óbvia dos poderes nacionais para que toda a gente concorde com eles. Penso que em França também percebemos como é que isso se faz, não é? A questão é quando nós recebemos pressões, o que é que fazemos? Se resistirmos a elas e continuarmos a praticar jornalismo... O meu jornal tem dez anos, ainda cá está e 80% dos seus anunciantes são públicos. Portanto, não posso, eria desonesto da minha parte dizer que não é possível exercer a liberdade de opinião. Há pressões para que a nossa opinião seja concordante como o "mindset" nacional chinês, há !Falou de Sam Hou Fai que tomou posse como novo líder do executivo macaense. Pelo menos a parte lusófona enfatiza o facto de, pela primeira vez, ser um chefe do executivo que até fala português. Ele é um magistrado, como também já referiu. O que acha que poderá vir aí com a Nova Era, a era de Sam Hou Fai ?Eu não lhe chamaria a era de Sam Hou Fai. O Sam Hou Fai não é um político experiente e influente naquilo a que nós poderíamos chamar os "stakeholders" da política de Macau neste momento, não é ? Que são as elites económicas e políticas de Macau e o grau de influência crescente que as elites económicas e políticas chinesas têm na condução da região, por mais autónoma que ela se chame e por mais autónoma que tenha capacidade de ser. A China é, no mínimo, "stakeholder" das decisões. Não é um político influente e experiente. É um magistrado. Sim. Fala português, estudou em Coimbra e, é, portanto, é o primeiro chefe do Executivo bilíngue.Aliás, num governo formado por um chefe do Executivo e cinco secretários, portanto seis altos quadros dirigentes: Um secretário adjunto em Macau seria o equivalente a ministro. Digamos, se encararmos o chefe do Executivo como primeiro ministro, desses, seis, quatro são bilingues.Desses seis, todos são tecnocratas, ou seja, vêm da função pública. E todos eles, e a maioria deles, pelo menos, nem sequer nasceu em Macau.O Sam Hou Fai não é só o primeiro bilingue, também é o primeiro que não nasceu em Macau. Veio para Macau há muitos anos e, portanto, cumpriu os critérios mínimos para que alguém possa ser eleito chefe. Tem que residir em Macau pelo menos há 25 anos, para cumprir aquele preceito de Macau governado pelas suas gentes. Mas foi preparado para isso.Toda esta geração é uma geração com muitas conexões com o Partido Comunista Chinês, com o poder central e que vieram viver para Macau, aprenderam aqui o modo de vida de Macau, a Lei de Macau, o bilinguismo, a segunda língua oficial. Foram para Portugal estudar e voltaram.Portanto, é uma coisa difícil de ler. Repare nas contradições, não é? É o primeiro governo de tecnocratas, ou seja, não tem empresários de sucesso. Não tem as grandes famílias que herdaram as tradições de Macau como tiveram os governos anteriores. Foram todas afastadas pela primeira vez deste Governo.E, portanto, temos um governo mais nacionalista, mais tecnocrático, se quisermos, menos politizado e, contudo, mais bilingue. Qual é a questão curiosa? O bilinguismo, a plataforma com os países de língua portuguesa e Macau, Cidade aberta. No fundo, é um desenho tradicional de Pequim e foi desenhado pela política conservadora de Pequim... Que criou esta lógica para a reunificação, ou seja, para que a reunificação fosse pacífica e aceite pelas populações de Macau, de Hong Kong. E o grande elefante escondido que é Taiwan, não é ?Que é, no fundo, "Um país, dois sistemas": um sistema plural e constitucional em que há um arquétipo nacionalista chinês. Mas depois há graus de abertura elevados para as regiões que aceitem regressar à "mãe pátria", na expressão da política chinesa, portanto, este governo é as duas coisas.É um governo mais tecnocrata, menos politizado, mais nacionalista, mas também mais bilingue, mais plataforma e que se quiser, porque estas instruções são do centro. O plano das grandes famílias em Macau, durante os últimos 26 anos, foi enriquecer brutalmente para não sei quantas gerações, criando um paraíso de jogo e seu submundo que multiplicou por sete, oito, nove vezes as receitas de Las Vegas. Para termos noção, numa aldeia de 33 quilómetros quadrados. Portanto, nós estamos aqui a cumprir um desenho que é conservador, é tradicional, é do poder central.Cada vez mais se fala na necessidade de diversificação económica. Como é que ela é equacionada em Macau? E como ?Quais são as alavancas possíveis?Ela está completamente definida. Ou seja, esta mistura entre a manutenção de um sistema capitalista que há em Macau e uma economia socialista dirigida, centralizada e com planos centrais. Ela está completamente definida por Pequim, imposta ao poder local e vai ser executada. A primeira questão que aconteceu no jogo é porque grande parte das receitas, uma enorme parte das receitas era do chamado mercado VIP, não era ?De pessoas que vinham jogar 10 milhões, 50 milhões, 100 milhões $ de Macau. Não. Eles vinham da China, muitas vezes sonegados ao Estado. Pequim impôs o fim disso, dos dealers, dos agentes dos "junkets" que dominaram a indústria do jogo durante 20 anos. E hoje Macau está completamente concentrado no "Mass Market" [Mercado de Massas]. Que os turistas vêm aos milhões. Estamos a falar de 33 milhões este ano, contas do dia 7 de Setembro. A recuperar todos os números pré COVID, houve 55.000 espectáculos da indústria "mass" este ano e convenções, concertos, teatros, etc.É turismo no sentido mais lacto da palavra, não necessariamente só receitas de jogo.Eu posso dizer "1+4". O jogo passa a ser uma cidade de turismo e lazer em que a oferta diária é multiplicada para "mass market", e não para mercados VIP. E depois há quatro indústrias onde há pacotes legislativos a nascer para a promoção dessas quatro indústrias, definidas como as indústrias que eles entendem, em que Macau será competitivo na sua integração regional.Ou seja, na Grande Baía, que é uma região económica especial que inclui nove cidades no sul da China: Cantão, Shenzhen, Hong Kong, Macau e Hong Kong são integrados nessa grande área...O Delta das Pérolas !O delta do Rio das Pérolas: 85% do PIB da China ! Ou seja, uma região para a qual o mundo inteiro quer vir. E Macau vai por decisão central, vai obrigar-nos a dizer: Quem é que não quer ir para um mercado desses quando está numa aldeia com 33 quilómetros quadrados, não é?Portanto, a diversificação vai ser feita pela integração na Grande Baía, pela multiplicação de contactos com os países de língua portuguesa, mediação entre a China e esses países.E depois tem quatro indústrias, de preferência: mercado MICE (concertos, grandes realizações de desporto e cultura, sobretudo). Portanto, o chamado mercado MICE, mais a alta finança, a biomédica e as novas tecnologias. Estas quatro indústrias estão perfeitamente definidas pelo poder central, aceites pelo poder local. E qualquer empresário hoje em Macau e estrangeiro, que venha a Macau, é para elas que olha. Porque essas vão andar a uma coisa que a gente tem que perceber na China eles não têm que dizer. E quando dizem, fazem. Portanto, estas vão acontecer.Dentro de 25 anos, a priori, Macau deixa de ser uma região administrativa especial para integrar plenamente a China. Passaram já 25 anos. Em que medida é que pode haver ou não alguma apreensão em relação ao respeito desta mini-Constituição, a Lei Básica de Macau, em relação ao respeito das liberdades e garantias ?Eu acho que é avisado todos nós estarmos sempre preocupados com a defesa das liberdades e das garantias individuais e colectivas em Macau. Não me parece que isso seja uma borla garantida, nunca para ninguém ! Muito menos num sítio onde ela é dada por excepção. Ou seja, é uma coisa que a China toda não tem.Na China há censura. Eu na China não poderia estar a dar esta entrevista. Daquilo que eu vejo hoje em Macau, eu diria que estaremos muito próximos do mesmo daqui a 25 anos daquilo que é o interesse da China.Pode haver mais liberdades. Pode haver mais contactos. Pode haver mais interacção com os países de língua portuguesa. Pode ser um canal ainda mais importante para as relações da China com o resto do mundo. Agora, isso depende de como evoluir a China.O que é que nós vemos hoje? Hoje a China tem bloqueios políticos e económicos, não é? Fala-se da Guerra Fria, Nova Guerra Fria, a guerra tecnológica, a guerra económica e os Estados Unidos pressionam a Europa para não ter relações de privilégio com a China. E portanto, diremos o seguinte "Ah! Então a China está nesse "drive" negativo e, portanto, Macau e Hong Kong estão atrás disso? Não. Quanto mais problemas a China tem na sua economia, quanto mais necessidade tem de se internacionalizar, mais precisa dos canais para o Ocidente.Nós estamos a sentir isso hoje, aqui. As decisões políticas que a China tomar sobre as suas relações com o mundo vão definir as decisões que tomarão sobre estes territórios, sobre estas regiões autónomas, mas no "mindset" político chinês deles, claramente deles ! E eles tomaram as decisões que entenderem daqui a 25 anos. Tudo depende das relações que a China tiver com o resto do mundo.E em termos de população e da demografia, para terminar, eu sei que o COVID foi muito severo aí e que muita gente, após o fim do muito longo confinamento, optou por deixar Macau. Em que medida é que agora há, de facto, se calhar uma população de origem europeia menor? Uma população, se calhar de origem da China popular maior? Houve alguma evolução recente que testemunhou relativamente à demografia do território?Houve claramente alguma retirada de altos quadros estrangeiros e há muita dificuldade na obtenção do chamado "Bilhete de residente". Ou seja, um estrangeiro que queira viver para Macau tem que pedir autorização, como tem em França, como tem em Portugal. E, portanto, essa autorização de trabalho e de vida em Macau hoje é difícil. Porquê? Porque estamos numa cidade muito pequena, com 650.000 habitantes.E qual é o pensamento do poder político local se eles abrem as fronteiras não pode ser só para portugueses, franceses ou brasileiros. Mas se abrem as fronteiras, são engolidos por um monstro, um um mamute de 1.600.000.000 de pessoas. Com enorme competitividade, com enorme capacidade financeira, com enorme know how político. Estudados em Harvard, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos. E, portanto, Macau é uma bolha muito proteccionista das suas próprias excepções. E, portanto, tem as fronteiras fechadas.É difícil quem não tem esse direito adquirido no passado, adquirir o direito de cá vir, investir, viver, trazer a família. E a grande discussão em Macau, mesmo entre os poderes políticos mais conservadores. é a necessidade de o abrir. Portanto, se me perguntar qual é a minha intenção na próxima década, vai aumentar o número de estrangeiros, nomeadamente lusófonos, porque isso está assumido pelo poder oficial.É preciso promover o bilinguismo, ou seja, a língua portuguesa no ensino básico, no ensino secundário. O Politécnico de Macau, neste momento ajuda 42 universidades na China continental a ministrar aulas de português. Com materiais didáticos, com consultorias e tal. E há uma enorme discussão sobre quais são as excepções a este fecho de fronteiras. Este ambiente protecionista dos direitos das pessoas que já cá vivem.Quais e como se podem criar excepções para aumentar a presença de quadros lusófonos e atrair investimento lusófono? Essa discussão é diária nos bastidores da política de Macau e nas discussões entre os políticos de Macau e os políticos de Pequim.Portanto, eu antevejo nos próximos anos um aumento das comunidades lusófonas, eu não diria de Portugal, mas pelo menos das comunidades lusófonas que queiram vir ou que tragam investimento ou que estejam disponíveis para aprender chinês, não é?Porque o bilinguismo também é uma coisa que é preciso perceber: nós continuamos aqui há 500 anos sem falar chinês. Quer dizer, exigir a um país que imponha o bilinguismo com eles a aprenderem português. É uma conversa que se vai tornando mais difícil e que faz menos sentido.E há muitos chineses que estão a aprender português na China. E, portanto, quando eu digo tem que haver mais bilíngues e há uma concordância estratégica nisso, eu diria que vai haver mais chineses a falar português. Isso vai ser dominante. Vai haver mais desses, do que gente a vir de Portugal ou de Angola para cá. Mas penso que vai haver as duas. Faz parte da estratégia, faz parte da narrativa. Está escrito e eles continuam a dizer que bem, não tem acontecido como queríamos, mas tem que acontecer.
A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique divulgou ontem os resultados oficiais das eleições gerais de 9 de Outubro. De acordo com estes resultados, o candidato da Frelimo no poder, Daniel Chapo, foi eleito Presidente com mais de 70% dos votos, em segundo lugar ficou Venâncio Mondlane apoiado por um partido recente, o Podemos, que alcançou cerca de 20% dos votos, a Renamo, até agora principal força de oposição, recolheu quase 6% dos sufrágios e o MDM, chegou em quarta posição com pouco mais de 3% dos votos. Depois do anúncio dos resultados, o candidato declarado vencedor, Daniel Chapo disse que "quer ser o Presidente de todos os moçambicanos". Por seu turno, na oposição, Venâncio Mondlane declarou nas redes sociais que "estes resultados não reflectem a vontade popular" e apelou os seus apoiantes a dar continuidade aos protestos que ele convocou. O MDM e a Renamo também consideraram que estes resultados foram forjados e disseram que vão contestá-los junto das entidades competentes.Na rua, a tensão foi patente ontem à noite, nomeadamente em Maputo, mas sobretudo, na província de Nampula, no norte, onde as autoridades deram conta de um morto, sendo que terão sido detidas mais de 300 pessoas no âmbito dos protestos.Foi sobre este cenário que a RFI conversou com o cientista político e professor universitário Justino Quina que começa por recordar que os dados enunciados ontem não são definitivos e ainda precisam ser analisados pelo Conselho Constitucional.RFI: O que sobressai destes resultados, com a Renamo -tradicionalmente principal força de oposição- a ir para o terceiro lugar?Justino Quina: Os dados que foram anunciados ontem pela Comissão Nacional de Eleições não são definitivos no seu todo, porque, existindo alguma reclamação pela parte dos partidos políticos, no caso concreto do Podemos e do candidato que suporta, esses partidos têm espaço para que, existindo evidências práticas, todos esses elementos devem ser encaminhados para a última instância, o Conselho Constitucional. E o Conselho Constitucional poderá naturalmente apreciar, e existindo de facto, evidências que provem que tinha razão o Partido Podemos, mas sobretudo o candidato Venâncio Mondlane, penso que esses resultados poderão alterar, mas tudo isto cabe à apreciação, em última instância, do Conselho Constitucional. O outro ponto é com relação às manifestações, aos protestos. Temos suporte constitucional à manifestação pacífica. Os protestos são constitucionais no sentido de que todos os cidadãos têm direito de manifestarem quando entendem e as suas reclamações devem ser atendidas. E nós temos um historial no nosso país em que, de facto, as pessoas já apresentaram preocupações usando desse preceito constitucional. No meu entender, o que pode estar a falhar neste momento, é a maneira como esses protestos estão a ser levados a cabo. Porque quando há vandalismo, isto é mau e nós temos que encontrar formas de repudiar isto, mas também apelar aos próprios manifestantes que não usem este mecanismo. Olhando para aquilo que poderá acontecer em termos de configuração da própria política nos próximos tempos, a se confirmarem esses resultados, nós teremos aqui uma reconfiguração do próprio Parlamento, em que vamos ter o Podemos como a segunda força política. Teremos uma ruptura daquilo que nós fomos tendo no nosso Parlamento ao longo do tempo em que, no início, quando começou o parlamento multipartidário, tivemos a Frelimo e a Renamo como as maiores forças políticas, embora tivesse ali um ou outro partido, como a União Democrática. Mas depois tivemos a entrada do Partido do Movimento Democrático de Moçambique, o MDM. Tivemos três forças políticas, mas nestas eleições, nós temos um estreante que se chama Podemos. O que que significa? Significa que nós, de forma tácita, estamos aqui a verificar o fim da dicotomia que sempre vivemos na nossa política, entre a Frelimo e a Renamo. E nessas eleições, temos essa surpresa em que a Renamo cai em termos de assentos no Parlamento. Significa que nós temos uma mudança de estruturação do nosso parlamento. Então, esse é o cenário que se desenha neste momento, enquanto não temos os resultados definitivos ou aqueles que são deliberados pelo Conselho Constitucional. Mas neste momento, esta é a realidade que nós temos na política moçambicana. RFI: A confirmar-se este cenário, como é que explica a emergência de uma formação extraparlamentar como o Podemos e também de uma figura que até há uns anos atrás não era conhecida, como é o caso de Venâncio Mondlane? Justino Quina: O que é que está a acontecer na política moçambicana? Ela está a evoluir cada vez mais. Há exigências a que a própria política não está a conseguir responder que têm a ver, por exemplo, com os jovens. E isso requer que também os próprios partidos políticos também compreendam a necessidade de melhor abordarem a política, mas sobretudo a maneira de fazer a política. O que se verificou ao longo do tempo é que, por exemplo, a Renamo não conseguiu dar respostas concretas àquilo que os próprios eleitores vinham dando sinais. Note o que aconteceu para o caso do partido Podemos. Era um partido sem muita expressão, mas por conta do Venâncio, que é o candidato independente que antes esteve na Renamo. Todos aqueles que acompanharam aquilo que aconteceu dentro do partido Renamo, a maneira como a política foi feita, sobretudo as eleições internas, o Congresso que foi realizado na Zambézia, em que dividiu praticamente a própria Renamo, houve muita contestação, não só a nível interno do próprio partido, mas também aqui a nível externo. As pessoas não ficaram satisfeitas por ter sido Ossufo Momade a ser escolhido como o candidato presidencial da Renamo, mas também presidente do partido. Isso fez com que alguns simpatizantes acompanhassem o Venâncio Mondlane para todos os sítios onde ele foi. Tudo isto de forma conjugada, olhando para aquilo que acontece na política nacional, fez com que o partido Renamo e também o partido do Movimento Democrático perdessem muito apoio. Exactamente pela dificuldade de fazer gestão interna dos processos. E aí eles acabaram perdendo esta franja significativa de eleitores. O que é que se espera para o futuro? Vamos ter um parlamento com quatro partidos políticos, mas é importante que esses partidos políticos possam ir ao Parlamento discutir as grandes questões que preocupam os cidadãos. Porque se esses resultados que indicam uma erosão de votos da Renamo e do MDM, significa que há um trabalho de casa que deve ser feito pela Renamo e pelo MDM, de modo a responder ao que não esteve bem. Para o caso concreto do partido Frelimo, também ele deve se reposicionar. Deve encontrar também mecanismos e também ir respondendo às demandas sociais. Fala-se muito, por exemplo, de questões ligadas ao combate à corrupção. É importante que o próximo governo, mas sobretudo o próximo Presidente, olhe para essa questão. Há um conjunto de preocupações também dos jovens, como, por exemplo, de emprego, como, por exemplo, de habitação. Significa que o próximo governo também deve trabalhar para responder a essas dinâmicas, porque é isto que tem vindo a preocupar a camada juvenil, que é a franja significativa quando se trata de processos eleitorais em Moçambique. RFI: A União Europeia incita a Comissão Nacional de eleições a publicar a totalidade dos resultados, algo que é também reclamado pela oposição. Julga que o Conselho Constitucional vai adoptar uma posição mais crítica em relação aos resultados?Justino Quina: É importante porque é a última instância. Cabe ao Conselho Constitucional, por ser a última instância, apreciar com muita seriedade, apreciar com muita serenidade, com competência necessária. Ontem, quando o bispo Dom Matsinhe (Presidente da CNE) apresentava os resultados da Comissão Nacional de Eleições, ele próprio reconhecia que de facto há algumas irregularidades. Mas como Comissão Nacional de Eleições, não cabia àquela instância dirimir todas aquelas que são as irregularidades. É o que ele disse ontem. Então, com base em tudo aquilo que os partidos políticos reuniram, em tudo aquilo que os candidatos também reuniram como provas, então, existindo matéria, é preciso que o Conselho Constitucional olhe com muita competência, analise com muita frieza e depois traga a resposta que venha, não diria beneficiar, mas que venha dar alento para qualquer um que é reivindicante. Então, a minha expectativa é essa por ser a última instância. Os dados que foram apresentados ontem nunca devem ser considerados como definitivos, porque são da Comissão Nacional de Eleições. Mas depois temos uma outra instância, que é, afinal, a última que cabe a ela trazer a última palavra.RFI: A seu ver, o que é que vai acontecer nestes próximos dias? Venâncio Mondlane apelou os seus apoiantes a dar continuidade às manifestações. Julga que os próximos dias vão ser confusos, como têm sido até agora?Justino Quina: Até aqui os dias estão confusos. Note que nós tivemos uma paralisação das actividades muito antes do anúncio dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições. Algumas instituições públicas trabalharam até ao meio-dia. Houve algumas que, de facto, foram até o fim do dia, mas algumas trabalharam até ao meio-dia. As instituições privadas praticamente não abriram. Os mercados andam sem os próprios comerciantes. Significa que estamos numa situação que não é saudável para o nosso contexto, tendo em conta que, independentemente daquilo que está a acontecer, quando nós estamos numa situação em que as actividades laborais estão paralisadas, quando a economia não flui, isso é mau para o país, é mau também para nós como sociedade. Como cientista político, apelo que existam, por parte dos actores políticos, uma serenidade, mecanismos de diálogos muito mais alargados, mas, acima de tudo, que esses actores políticos e de forma específica, o candidato Venâncio Mondlane, é importante que lance uma mensagem de maior serenidade aos seus apoiantes. Porque o que está a acontecer neste momento não é salutar. Repare só, algo que acontece no nosso contexto, nós somos um país com um passado de guerra que provém desde o colonialismo. Depois, passámos por uma guerra civil, depois tivemos o ressurgimento de outros conflitos. Quer dizer, este país precisa de muita paz. Este país precisa de muita concórdia. Esse país precisa de muita harmonia. Quando nós temos concidadãos nossos que saem à rua, estragam infra-estruturas, refiro-me a estradas, por exemplo, vão queimando isto e aquilo, isto tem consequências muito nefastas para o próprio país. É muito caro fazer uma reconstrução para este tipo de atitudes, para este tipo de situações. É muito caro para o país, porque nós estaremos só a regredir.
Se trata de un reclamo histórico que llega a la Justicia Federal.
A França está a viver um “momento histórico capital”, resume o filósofo Diogo Sardinha, olhando para os resultados da primeira volta das legislativas em França. O académico diz que “o resultado é muito inquietante” porque “se vê a extrema-direita neofascista às portas do poder”, com graves consequências internas e internacionais, mas acredita que “a esquerda tem margem de manobra” para a segunda volta de 7 de Julho. “Há momentos históricos que são capitais”, alerta o filósofo Diogo Sardinha ao olhar para os resultados da primeira volta das eleições legislativas deste domingo em França. A União Nacional, de extrema-direita, e os seus aliados, venceu com 33,1% dos votos, ultrapassando a Nova Frente Popular, de esquerda, que obteve 28% dos votos, e o movimento Juntos pela República, do Presidente Emmanuel Macron, que reuniu 20% dos votos.O filósofo da Universidade de Lisboa avisa que “o resultado é muito inquietante” porque “se vê a extrema-direita neofascista às portas do poder” em França, o que pode levar a “um enfraquecimento da estrutura da União Europeia”. Porém, ainda que esta primeira volta seja “um balde de água fria” para a Nova Frente Popular, Diogo Sardinha acredita que “a esquerda tem margem de manobra” para a segunda volta no próximo domingo, 7 de Julho.RFI: Cerca de dez milhões de franceses votaram pela extrema-direita. Como descreve este resultado da primeira volta das eleições legislativas em França?Diogo Sardinha, Filósofo: "O resultado é muito inquietante por dois motivos. Primeiro, por aquilo que expressa em relação ao sentimento da população francesa e, por outro lado, pelo risco que representa de realmente haver uma mudança de governo que seja um governo da extrema-direita neofascista. Só para dar um exemplo, quando se vê o Jordan Bardella, representante da União Nacional - que é o mesmo nome do partido de Salazar em Portugal na ditadura - quando o vemos vestido de fato cinzento escuro, gravata negra, cabelo curto, risca ao lado, ar marcial, isso é a estética fascista e nazi. É preciso dizer as coisas tal como são."Isso é a forma. Vamos ao conteúdo. "Mas é que a forma é essencial! Quando se pensa nos regimes fascistas, quando se pensa nos regimes históricos - em Portugal aconteceu o mesmo, aconteceu na Alemanha, aconteceu na Itália - são regimes da estética. Se viu ontem a conferência de imprensa, a primeira parte em que o Bardella toma a palavra, nem a parte vermelha da bandeira francesa aparece. O fundo é cinzento claro, ele está vestido de cinzento escuro, gravata preta. Veja o corte de cabelo dele e compare um bocadinho com o corte de cabelo dos dirigentes nazis: cabelo curto, sem patilhas, risca ao lado. É exactamente a mesma estética e aquilo não é um acaso. Eles sabem que aquele tipo de estética, em certos momentos da sociedade, tem um poder sedutor. Portanto, nós que sabemos isso, quando vemos essa estética reaparecer hoje, temos que saber que há uma reclamação directa da história da parte daquelas pessoas. Aquilo é mais do que uma piscadela de olho ao passado, aquilo é um recuperar, é um assumir de uma estética que é uma estética ligada a um certo regime político."Qual regime político?"Um regime político fascista e, em França, um regime político de colaboração com o nazismo. Claro, isso é evidente."Sociologicamente, o que é que explica esta vitória da extrema-direita? Há pouco disse que expressa algo em relação à população francesa. O que é? Uma crise de representação daqueles que não se sentem representados em França, que se sentem esquecidos?"Primeiro, deixe-me dizer uma coisa: não é toda a população francesa que vota pela União Nacional. Isto é muito importante dizer. Há um grupo importante de pessoas, um grupo crescente de pessoas que vota e que assume explicitamente as suas escolhas no discurso quotidiano. Nós que estamos ligados ao mundo lusófono, não podemos esquecer-nos do que aconteceu no Brasil nos últimos 10, 15 anos. Houve realmente uma massa de população em conjunto com certos poderes, o poder dos media, o poder judicial que levou Bolsonaro ao poder e o bolsonarismo. Houve muita gente que lutou contra isso e até agora, pelos vistos, conseguiram recuperar. Portanto, não são os franceses que estão a votar pelo fascismo e pela União Nacional."Ainda assim, é um terço… São 33% dos votos expressos na primeira volta…"33% de 65% da população. Não foi a população toda que votou. E depois, se juntar os votos da Nova Frente Popular com os votos do partido de Macron, etc, supera largamente os votos da União Nacional. Portanto, não é a maioria dos franceses. Agora, é claro que é uma parte importante dos franceses que vota e que está profundamente descontente. Um descontentamento que vai crescendo há vários anos e que explodiu nos últimos anos com a política seguida pelo Emmanuel Macron. Isso é evidente. Quer dizer, quando ele apresenta o programa dele em 2016, para a primeira eleição de 2017, que é um programa de liberalização de tudo e mais alguma coisa, pronto, aqui estamos, oito anos mais tarde, sete anos mais tarde, a ver os efeitos."O que é que o terceiro lugar do movimento do Presidente, “Ensemble pour la République” [Juntos pela República], representa? O Presidente Emmanuel Macron abriu as portas do poder à extrema-direita?"Bom, isso já sabíamos que ele estava a abrir as portas do poder à extrema-direita no momento em que ele decidiu dissolver a Assembleia, portanto, isso não é propriamente uma novidade. Ele é intocável, ele é Presidente da República, será Presidente da República até 2027, de qualquer modo, não pode ter novo mandato. Agora, a política dele, a política de liberalização de tudo, dos serviços, de tudo pôr em concorrência a todos os níveis, essa política vemos bem que não era aquilo de que a França precisava e não é aquilo que torna as pessoas satisfeitas. Pelo contrário, a França não precisava daquilo. Repare até nos défices orçamentais franceses que explodiram e que são censurados pelas instâncias da União Europeia. Por outro lado, a população continua descontente e tão descontente que se volta agora para o extremo oposto, digamos assim."A Nova Frente Popular aparece em segundo lugar na primeira volta. Juntou todas as forças de esquerda, ainda assim, não foi suficiente para bater a extrema-direita. Isto é o quê? Um balde de água fria? Era o esperado? Ou os dados ainda não estão todos jogados e ainda se pode esperar uma mudança na segunda volta?"Eu penso que é tudo isso ao mesmo tempo. Em relação ao que vai acontecer, por um lado, não podemos saber e, por outro lado, como disse quando falei há pouco do exemplo do Brasil e há outros exemplos, é preciso nunca perder a esperança que há a possibilidade de a situação não se tornar completamente dramática. E é preciso bater-se para isto. As pessoas desses partidos da esquerda da Nova Frente Popular batem-se, com certeza, nesse sentido. Claro que é um balde de água fria porque se vê a extrema-direita neofascista às portas do poder e, ao mesmo tempo, tudo isto já era esperado. Quer dizer, é uma receita que já está sendo cozinhada há bastante tempo. Nós sabemos que, a dada altura, o prato vai estar pronto e o prato agora está pronto e está prestes a ser servido. Vamos ver se ainda conseguimos impedir a coisa ou não."As projecções dos institutos de sondagens antecipam uma larga maioria relativa de, pelo menos, 240 assentos parlamentares para a extrema-direita ou mesmo uma curta maioria absoluta [que começa com 289 deputados em 577]. Isto são só projecções, mas o que é que se pode esperar da segunda volta no domingo? A esquerda ainda tem margem de manobra?"A esquerda tem margem de manobra. Resta agora saber como é que se vai comportar o eleitorado do centro, os 20% de pessoas que votaram pelo partido de Macron. Há algumas outras, de menor percentagem, que votaram pelo centro-direita, por aquela direita republicana. Essa própria direita republicana está muito dividida. Uma parte delas vai votar na União Nacional e depois vamos ver como é que se comportam as pessoas.Agora repare, há muita gente que faz política e que está na política institucional, que já está a dizer que não vai inteiramente apoiar a união de esquerda por vários motivos que eles vão explicando. É claro que alguns desses motivos podem até ser sérios, mas há outros motivos que são tácticos. São pessoas que já estão a ver que a União Nacional vai governar ou vai ter um peso importante e elas querem estar bem com essas pessoas. Algumas dizem-no explicitamente - como o presidente d'Os Republicanos, o antigo partido de Sarkozy, que rompeu e levou uma parte do partido para a União Nacional. E depois há outros que moderam o discurso porque, no fundo, não se querem comprometer."À esquerda, os líderes políticos apelaram aos candidatos para abandonarem, no caso de triangulares, para evitarem a vitória da extrema-direita. Ao centro e direita, o partido de Macron apelou a uma “frente republicana” contra a extrema-direita, mas sem precisar se isso inclui a França Insubmissa, que faz parte da Nova Frente popular, quando no seu partido e também n'Os Republicanos, várias personalidades se manifestaram contra o voto na França Insubmissa. Isto mostra uma grande divisão que também deve deixar os eleitores confusos. Que comentário faz?"O comentário que isto merece e que há momentos históricos que são capitais. Na vida quotidiana, as coisas vão andando um bocadinho mais à direita, um bocadinho mais à esquerda, muita gente vai sofrendo com problemas económicos, etc. Depois, há momentos capitais, há momentos em que as coisas - de repente e infelizmente para nós todos - começam a aparecer entre o branco e o negro. E nesses momentos é preciso saber de que lado é que estão as pessoas. Estamos a viver um momento desses e veremos o que acontece, como é que cada um tomará as suas posições. Há muita gente de um centro direita clássico, como o Dominique de Villepin, que foi primeiro-ministro de Jacques Chirac, que já disse que é preciso votar contra a União Nacional. Depois há outros que dizem é preciso votar, mas não votando na França Insubmissa… São maneiras de distrair e dizer que eu estou do lado dos bons, mas também não em excesso. São pessoas que estão a pensar no que virá depois e que não querem estar em más relações com a família Le Pen. A política também é feita disso. A política também é feita dos interesses comezinhos de uns e de outros, para quem a história não é muito importante, o que é importante são as suas carreiras e os seus estatutos e os seus salários."A estratégia da direita e da extrema-direita tem consistido, de certa forma, em “diabolizar” Jean-Luc Mélenchon, o líder da França Insubmissa, apresentado como uma ameaça. Não seria mais simples que ele se retirasse, por exemplo, dos nomes possíveis para primeiro-ministro em caso de vitória da esquerda? "Não sei e não creio que ele o faça. O que é importante é ver o seguinte: claro que a extrema-direita tem que encontrar inimigos para dizer: “Atenção, aqueles são o perigo, o senhor Mélenchon é o perigo, ele e os dele, os da França Insubmissa. Isso é o papel da extrema-direita, encontrar o seu inimigo, seguindo a velha lógica da política como amigo inimigo, encontra o seu inimigo e depois tenta destruí-lo. Ora, o que é preocupante é que as pessoas que não estão ainda na extrema-direita ou que não querem estar na extrema-direita não rompam com este discurso, que é o discurso do Macron que diz que “há dois extremos e um ou outro nos conduz à guerra civil”. Isto é falso! Isto é uma estratégia politiqueira que não funciona e ainda por cima é falsa. Isto só serve para aumentar a inquietação e as tensões na sociedade. E isto prejudica claramente a política nacional e, por conseguinte, porque se trata da França, a política europeia e internacional também."Quando começámos esta conversa, começou por falar do perigo que poderia representar um governo de extrema-direita em França. Ora, pela primeira vez na história, em França, os franceses estão a ponto de escolher pelas urnas um primeiro-ministro de extrema-direita. O que é que isto representa para a História de França? "Bom, para a História da França, o que pode representar, no curto prazo, é um endurecimento das políticas em vários domínios: o endurecimento da política da imigração, o endurecimento da política de estabilização da sociedade pela atribuição de subsídios e de apoios aos mais desprotegidos. De qualquer modo, quem for governar vai ter um défice orçamental importante e eu não sei como é que vai resolver isso.Eu penso que vai haver um enfraquecimento da estrutura da União Europeia. A França é um dos países-chave da estrutura da União Europeia e nós sabemos que esta extrema-direita neofascista não é apologista da União Europeia porque é precisamente apologista do nacionalismo. É por aí que eles fundam os seus argumentos e é por aí que conseguem também captar votos. Muita gente cai no erro de pensar que é voltando à nação de antigamente e acabando com a imigração que se resolvem os problemas dessas pessoas, quando não é. Qual é o país europeu hoje da Europa ocidental, que pode viver sem imigração? Os nacionais não têm mais filhos, têm um filho, têm dois. Quem é que vai trabalhar na construção civil? Quem é que vai trabalhar nas limpezas? Quem é que vai fazer esses trabalhos pouco qualificados? São os imigrantes. Como é que um país funciona hoje sem esse tipo de trabalho e sem esse tipo de mão-de-obra que, ainda por cima, é mão-de-obra explorada e mal paga?"Em termos internacionais, esta é a primeira vez que há esta possibilidade de um grande país europeu fundador poder adoptar um partido anti-europeu à frente do Governo. Já tínhamos, por exemplo, a Itália, a Hungria, agora temos o espectro norte-americano do regresso de Donald Trump. Que consequências para a Europa e para o mundo, nesta altura, se a França tiver um Governo e um Primeiro-Ministro de extrema-direita? "Falar do mundo é uma coisa muito vasta que não podemos fazer em três minutos, mas podemos falar um pouco da Europa. Houve um momento de abertura, de estabilização, de construção de um Estado social relativamente forte, com uma segurança social, com apoios. Porque o drama da guerra foi imenso, a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, mas consideremos, como fazem alguns historiadores, que é uma guerra de 30 anos que começa em 1914 e termina em 1945. Houve tantos milhões de mortos, houve tantos crimes, houve tantos extremos que depois disso, conseguimos ter 70 anos de paz e de, mais ou menos, tranquilidade. Pode ser que esse ciclo, que nunca se viveu na história da Europa, esteja a terminar. Quer dizer, não vai terminar hoje ou amanhã, mas há cada vez mais sinais de que, por diversos motivos, há um fechamento da Europa, um fechamento de alguns países sobre si mesmos. As consequências que daí advirão, a médio e longo prazo, receio que sejam trágicas. Mas, cada dia é um dia e é, por isso, que é preciso não antecipar os resultados das eleições francesas que ocorrerão no domingo."
O Senado francês recebeu na sexta-feira a segunda reunião da Internacional Democrata do Centro África (IDC-África). No evento participou o primeiro-ministro cabo-verdiano e presidente da IDC-África. Perante "os ataques à democracia, populismo e extremismo, o principal desafio é que a democracia funcione cada vez melhor", defendeu Ulisses Correia e Silva. RFI: Quando falamos de democracia, quais são os desafios que enfrentam os países africanos? Ulisses Correia e Silva: Um dos grandes desafios é fazer com que a democracia funcione cada vez mais e melhor em África. Há desafios importantes num contexto em que o mundo também está complicado nesta matéria; com ataques à democracia, populismo, extremismos, maus exemplos que vêm também do Ocidente, que acabam por contagiar negativamente aquilo que são as perspectivas da democracia, nomeadamente que contagiam negativamente aqueles que não querem ir pela via da democracia. Nós, aqui na IDC-África, somos muito claros relativamente às questões do contexto global de que a maior melhor resposta aos ataques à democracia é haver mais e melhor democracia, boa governança, liberdade e fazer com que as instituições funcionem e que não seja apenas realizar eleições, mas que essas eleições reflictam aquilo que é a vontade popular quer dizer: tem que haver sistemas credíveis. Depois é preciso que a justiça funcione como um instrumento de recurso a eventuais conflitos, muitas vezes esses problemas de conflitos internos desembocam em conflitos mais graves e às vezes um golpe de Estado, acontecem porque não há confiança no sistema, não há confiança nas instituições. Você vai às eleições e sabe que se perder tem que aceitar, mas se tiver dúvidas, há recurso e esse recurso é por tribunal eleitoral - não pode depois criar condições para que faça depois a justiça na rua ou a Justiça através da força das armas. Há que pôr as instituições de facto a funcionar com credibilidade. Depois é a questão das próprias liberdades, o problema foi discutido aqui porque não é só fazer eleições, é garantir que todos estão em pé de igualdade, que a comunicação social seja acessível para todos, que haja pluralismo, que haja transparência no uso dos recursos públicos; relativamente a quem está no poder e quem está na oposição. Todas estas matérias conformam a necessidade de termos de facto sistemas muito mais fortes.Na conferência foi evocado o facto de não haver pluralismo político, nomeadamente em Moçambique e Angola. Cabo Verde foi dado como um exemplo em termos democráticos, na África lusófona?Em Cabo Verde, nós tomamos uma opção desde desde 1991, quando fez a mudança substancial de ruptura do regime de partido único para democracia. A Constituição de 1992 tem uma arquitectura muito forte. Por isso que os poderes são equilibrados em Cabo Verde, ninguém tem poder absoluto ou excesso de poder que não seja regulado. Temos o governo que governa, temos o Presidente da República com as suas competências e temos o Parlamento. Depois temos a Justiça que funciona e, mais do que isso, temos o controlo social, porque não há nenhum poder que não tenha que ser controlado, fiscalizado pela cidadania, pela comunicação social que faz o seu papel, pelos partidos políticos que fazem a oposição, isto é que torna a democracia cabo-verdiana forte. Para além disso, nós temos um outro factor também de check in balance, que é a nossa diáspora, que se interessa muito pela política nacional, que elege seis deputados no Parlamento e que tem os olhos também colocados sobre a democracia cabo-verdiana. Por isso é que nós temos um sistema que é uma opção e tem estado a funcionar bem.De que forma é que interpreta estas afirmações de partidos que estão no poder há quase 50 anos, como é o caso do MPLA em Angola, como é o caso da Frelimo em Moçambique?Cada país tem que resolver os seus os seus próprios problemas. Repare, a democracia pressupõe alternância e a alternância pressupõe criar condições para que o sistema democrático funcione mesmo se um partido ganhar várias vezes e se ganhar dentro do quadro do jogo democrático, dentro dos quadros de transparência, do quadro participação, o quadro de pluralismo pode não ser um problema. O problema é se as condições estão criadas para que isso aconteça. Por isso nós estamos em crer que este aqui é um desafio e que, como nós constatamos na conferência, não há melhor solução do que ter democracias credíveis, ter sistema de boa governança, porque os países não funcionam apenas com instituições e com políticas, funcionam com pessoas. É preciso que as pessoas estejam motivadas, se sintam parte, que não se sintam frustradas, enganadas no funcionamento do sistema democrático. Isto faz mover forças que fazem o desenvolvimento acontecer.Esta conferência lembra a necessidade de haver democracias sólidas e a necessidade de haver desenvolvimento pela via democrática?Sim, sim, é isto. As coisas estão interligadas. Democracia é desenvolvimento. Depois há um factor de segurança que foi aqui também discutido e que está cada vez mais interligado num mundo que está a pôr tudo em causa; o pós verdade, a chamada política quântica que relativiza tudo. Às vezes mistura aquilo que é a democracia dita liberal, quando não é liberal e as coisas não podem ser tudo e o seu contrário. Por isso é que nós temos a intenção de nos focar nos princípios e valores essenciais que caracterizam a democracia, seja ela ocidental, africana, asiática. É na defesa e na protecção desses valores que nós trabalhamos.Foi também questão de paz e segurança aqui naconferência. De que forma observa a configuração de paz e segurança na Rússia e Ucrânia?Nós esperamos que se encontre uma solução. Cabo Verde posicionou-se de uma forma muito clara desde a primeira hora: Defendemos valores de defesa, de soberania, de integridade territorial dos países, de democracia, da livre expressão da vontade dos cidadãos. A guerra não é solução para nada só provoca destruição, morte e estamos também empenhados para que de facto, pelo menos desejosos, de que se consiga a paz na Ucrânia.Cabo Verde participa na Conferência de paz na Suíça Cabo Verde e tem apelado, por várias vezes, a uma posição unânime no quadro da CPLP relativamente à invasão russa na Ucrânia.Cada país tem o seu posicionamento e o posicionamento de Cabo Verde é claro. Nós somos consistentes e coerentes no nosso posicionamento. Agora, os outros países terão e têm expressar as suas posições. A CPLP, enquanto organização da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, não tem a pretensão de uniformizar ou padronizar as posições geopolíticas que cada país está empenhado fazer. Portanto, seria o ideal, de facto, que houvesse convergência, mas não é imposto.Foi aqui referido também por vários intervenientes, o facto de haver muito financiamento à Ucrânia e de não acontecer o mesmo quando há outros conflitos que decorrem em simultâneo, como é o caso na RDC, no Sudão. Como é que isto se explica?Todos os conflitos devem ter a sua devida atenção, mas são também diferentes. É claro que há, de facto, riscos geopolíticos relativamente à invasão da Rússia a Ucrânia. O problema não só na Europa, mas contagia depois o resto do mundo. E há conflitos que precisam de ser também devidamente tomados em conta para se poder ter encontrado também as vias da paz.
Sérgio Godinho criou canções que são símbolos de liberdade e de resistência, mas não se revê na etiqueta de música de intervenção. Diz simplesmente que se limita a falar da vida. Nos 50 anos do 25 de Abril, convidámos o músico, cantor, compositor, poeta, escritor, actor, “homem dos sete instrumentos”, para falar sobre os tempos da ditadura, do exílio e da criação dos seus primeiros discos. Sérgio Godinho é o nosso convidado desta edição, no âmbito das entrevistas que temos publicado em torno dos 50 anos do 25 de Abril.Foi em Paris que o músico começou a espelhar as dores e as esperanças dos “Sobreviventes” à ditadura portuguesa. Tinha deixado Portugal em 1965 com “sede de ter mundo” e porque estava determinado em não ir para a guerra colonial. Diz que encontrou a sua voz em português em Paris e foi aí que gravou os dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”. Ambos no Château d'Hérouville, onde José Mário Branco gravou “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, em que Sérgio Godinho também participou e onde Zeca Afonso gravou o álbum "Cantigas do Maio", nomeadamente a “Grândola Vila Morena”.Sérgio Godinho esteve nove anos fora de Portugal durante a ditadura. Estudou psicologia em Genebra, trabalhou na cozinha de um barco holandês enquanto atravessava o Atlântico, viveu, entre tanta coisa, o Maio de 68 em Paris e no 25 de Abril de 1974 estava em Vancouver, no Canadá.Cinquenta anos depois da Revolução dos Cravos, vamos tentar perceber “que força é essa”, a da música e a das palavras de Sérgio Godinho, que fazem com que as suas canções sejam parte do imaginário colectivo da banda sonora das lutas do antes e do pós-25 de Abril. RFI: Os seus dois primeiros discos, “Os Sobreviventes” e “Pré-Histórias”, são discos emblemáticos da canção de intervenção. Foram gravados em França. Qual era o estúdio e como é que decorreu toda esta fase? Sérgio Godinho, Músico: Foram gravados em Paris. O meu primeiro disco foi de 71. Quer dizer, gravei em 71. Gravei os dois discos antes do 25 de Abril, “Os Sobreviventes” e depois o “Pré-Histórias”. No “Pré-Histórias” já não estava a viver em França, estava a viver em Amesterdão, mas vim a França para gravar no mesmo estúdio.Eu depois vou falar desse epíteto "canção de intervenção", mas, para já, esse estúdio foi um estúdio que o Zé Mário [José Mário Branco] descobriu. É um estúdio que estava a estrear nos arredores de Paris, chamado Château d'Hérouville, onde também o Zeca [Afonso] gravou e onde se gravou o “Grândola Vila Morena”. Onde os Stones gravaram, o Elton John até tem um disco chamado “Honky Château”, que é uma homenagem, onde muitos depois gravaram porque era um estúdio que estava num sítio isolado e estava-se num bom ambiente.Agora, como parêntesis ou não, quanto a esse epíteto de canção de intervenção, isso é uma coisa que só surgiu a seguir ao 25 de Abril. E também que foi de vida muito curta, mas que deixou uma espécie de rasto como os cometas porque eu nunca compreendi muito bem e nunca me identifiquei muito bem com esse termo, canção de intervenção. Eu acho que é extremamente restritivo. O que é que é intervenção? Nós intervimos a vários níveis, não é?Prefere canção de protesto? Mas pode não ser de protesto. "A Noite Passada", que está no segundo disco, ou o "Pode alguém ser quem não é" não são de protesto. Algumas são canções que têm uma componente social, e até política, mas, sobretudo, são canções que contam o que é a vida e que contam muitas vezes histórias, têm muitas personagens. As minhas canções são canções também de interrogação, de percurso. Há muitas interrogações nas minhas canções. "Pode alguém ser quem não é" ou, nesse disco também, o "Barnabé". “O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?” é uma interrogação e as respostas são dadas pelas pessoas que ouvem e parte das respostas são dadas por mim.Só para dizer que esse termo pode meter-nos assim numa etiqueta e arrumar convenientemente. Não consigo. Eu tenho canções que falam da vida, de questões sociais, políticas até, e que são canções íntimas. Eu tenho uma canção chamada 'Dancemos no mundo' que é uma canção que foi inspirada numa reportagem que houve na revista Expresso de casais separados por barreiras ideológicas, rácicas, políticas, etc, e do seu desejo de dançarem juntos neste mundo que é só um, no fim de contas, e que tem tantas fronteiras. Portanto, onde é que essa canção se vai posicionar? Isso insere-se nisso tudo, na vida.O disco “Os Sobreviventes” foi logo proibido pela PIDE em Portugal? Não é bem assim. Ele, depois de ter ganho um prémio de melhor letrista da Casa da Imprensa, foi retirado. Ele não foi proibido à partida. Repare que é assim: "Os Sobreviventes", todo "Os Sobreviventes" só saiu em 72 porque saiu em 71 quatro canções do disco, no formato que eles chamavam EP. Mas seja como for, o que acontece é que nessa altura estamos já no período de Marcello Caetano e, nessa altura, a própria censura já não sabia o que fazer com ela própria. Ou seja, havia uma incoerência muito grande. Por um lado, proibiam, mas depois permitiam outras coisas. Houve uma altura em que houve um abrandamento, digamos, naquilo que chamaram Primavera Marcelista, que eu nunca acreditei muito e provou-se.Primeiro sai o disco Os Sobreviventes, depois Pré-Histórias. São dois discos que têm músicas com mensagens muito claras. São discos bastante ousados, corajosos...Acho que sim, mas isso era a maneira como eu escrevia, era aquilo que eu queria dizer. Quer dizer, a coragem do Zeca que vivia cá [em Portugal] e fez "Os Vampiros" aí sim. Eu estava no estrangeiro. Mas sim, claro que são discos que mexem com o status quo, como é evidente, mas que têm canções de vários géneros, canções mais satíricas, canções que falam de problemas políticos ou sociais. No segundo, talvez a canção que ficou mais seja "A Noite Passada", o "Pode alguém ser quem não é" e "O Homem dos Sete Instrumentos" e não são canções de teor político.E a música "Que força é essa"?"Os Sobreviventes" é começado com o "Que força é essa" e acaba com uma canção com uma letra muito curta chamada “Maré Alta”, em que eu digo “aprende a nadar companheiro, que a maré se vai levantar, que a liberdade está a passar por aqui”. Isto era, a liberdade não estava a passar por aqui, mas era não só um desejo, mas uma afirmação. No fim de contas, por outras palavras, é dizer que o solo que nós pisamos é livre, defendamo-lo!Foi muito emocionante, como é evidente, quando eu voltei, logo a seguir ao 25 de Abril, ter cantado essa canção que nunca tinha cantado em Portugal, para um público que conhecia já porque conheciam esses dois primeiros discos e organizaram-se quase espontaneamente aqueles cantos livres da altura, em que estávamos todos no palco, todos ao molho.O que eram os cantos livres? Foram coisas que foram quase improvisadas na hora, com vários cantores. Estávamos no palco, sentados no chão e depois levantámo-nos para cantar duas ou três canções cada um e depois tornávamo-nos a sentar. Às vezes colaborávamos nas canções uns dos outros, mas foram coisas que foram feitas quase… Há sempre gente que organiza, mas não havia agências organizadas, não havia nada disso, não é? Aliás, durante um tempo, nós andámos, e quando falo de mim, falo do Zé Mário, do Zeca, como é evidente, mais tarde o Fausto, também o Vitorino, o Manuel Freire, o Francisco Fanhais, cantámos em várias terras onde era solicitada a nossa presença.Voltemos a Paris. Que papel é que teve Paris na sua formação musical e também política? Paris, naquela altura, era o epicentro dos cantores que, mais tarde, se viriam a chamar "cantores de intervenção". Mais tarde foram chamados…Eu lá conheci o Luís Cília, de quem sou amigo, um amigo activo. O Zé Mário infelizmente já não está entre nós, mas continuei amigo toda a vida e tivemos muitas parcerias. Nos nossos primeiros discos há parcerias de canções. “O Charlatão” até é uma que é dos nossos primeiros discos e que é comum aos nossos primeiros discos. Mas, claro que o Zeca conheci-o porque ele foi a Paris, por exemplo.Mas há mais que isso porque eu cheguei a Paris já vindo de viagens. Porque, entretanto, eu tornei-me um vagabundo existencial. Andei à boleia por toda a Europa no Inverno. Trabalhei na cozinha de um barco holandês, atravessei o Atlântico, fui até às Caraíbas trabalhando, passando pelos Açores que não conhecia e, nessa altura, já não podia vir a Portugal porque tinha sido chamado para o serviço militar/guerra colonial e não tinha respondido e nunca tive a intenção de responder. Não só porque não me identificava com essa guerra, como realmente não queria fazer isso. E escrevi canções que também acabam por se ligar com isso, para mim e para o Zé Mário.O Zé Mário tem uma canção no primeiro disco que se chama “Cantiga de Fogo e da Guerra” que foi um poema que eu fiz quando tinha 19 anos e que depois mostrei ao Zé Mário e ele disse “Ah, mas eu quero pôr isso em música”. Repare, eu cheguei em 67 a Paris, portanto, levei em cheio com o Maio de 68. E vivi-o intensamente porque eu não tinha compromissos, praticamente vivia na rua e ia dormir a casa! Uma casa que era uma “chambre de bonne” em Paris, era pobrezinho - ainda não sou assim muito rico [risos]! Mas vivi muito do dia-a-dia, dormi várias vezes na Sorbonne, todo aquele movimento. Ocupámos a casa dos estudantes portugueses, eu e muitos outros. Depois, a certa altura, estavam dez milhões de trabalhadores em greve e cantei em fábricas ocupadas na Renault, Citroën, etc.Onde havia muitos portugueses.Onde havia muitos portugueses. Eu, o Luís Cília, com a Colette Magny, uma cantora francesa. E eu ainda não tinha material próprio. Tinha uma canção que fiz na altura até em francês, que sei parte dela, mas nunca a recuperei totalmente, mas era uma canção que falava um bocado de Maio de 68. Comecei a fazer canções e comecei a praticar também o que é fazer musicalmente uma canção e letra também. Mas comecei a escrever em francês ou comecei por escrever em francês.Isso é curioso. Porquê?Porque tudo o que eu fazia em português soava-me a José Afonso ou Alexandre O'Neill. Até encontrar uma voz própria, voz poética, uma voz própria, eu tive dificuldade. Então, comecei a fazer canções porque tinha a necessidade de fazer canções porque estava a descobrir essa arte, chamemos-lhe assim. Tive muitas influências, com certeza francesas, até porque estávamos numa altura em que apareceu o [Jacques] Brel, em que antes tinha havido o [Charles] Trenet que é o pai deles todos. Mas apareceu Brel, apareceu o [Georges] Brassens, que é um artífice de canções absolutamente extraordinário, o [Léo] Ferré. Depois, a seguir o [Serge] Gainsbourg, mas é um bocado mais tarde.E também tinha muitas influências brasileiras, sobretudo o Chico [Buarque] e Caetano [Veloso] e antes a bossa nova. E anglo-saxónicas, com o aparecimento dos Beatles, dos Stones, dos Kinks, do Bob Dylan. Foram extremamente importantes para mim, para a minha formação musical, para os meus gostos musicais.E o José Afonso, para mim, quando apareceu, eu tinha 17 ou 18 anos. Foi quando eu percebi que se podia escrever de outra maneira em português e uma canção, que eu acho que é a canção paradigmática como “Os Vampiros”, é uma canção que é extremamente bem feita, que é uma metáfora poderosa e muito corajosa porque não há nada de mais evidente do que o que é que ele está a falar. Está a falar do regime e dos vampiros que comem tudo e não deixam nada. Aliás, eu canto essa canção bastantes vezes. Este ano, que são os 50 anos do 25 de Abril, estamos a reformular o nosso espectáculo e eu já tinha cantado “Os Vampiros”, uma versão muito pessoal dos "Vampiros", muito diferente, bastante pesada, com guitarras eléctricas bastante densas, pesadas, mas que é muito forte.Todas essas influências cruzadas fizeram com que eu também tivesse vontade de experimentar a canção. E só um pouco mais tarde, antes do meu primeiro disco, é que houve assim uma espécie de dique que se abriu e em que eu, de repente, percebi que podia escrever em português e que era em português que eu queria escrever e que o significado das palavras e das frases e das frases feitas que eu uso muito, era também uma maneira de eu não perder a minha ligação à língua portuguesa e a Portugal. A língua portuguesa sempre foi muito importante para mim, foi algo que se venerou em minha casa.Em 1969, entrei no musical “Hair”. Fiz audições quando soube que havia, já tinha ouvido falar do “Hair” que estreou em Nova Iorque. Isto era a terceira cidade onde estava a estrear e era a encenação da Broadway. E foi um grande sucesso em Paris, no Théâtre de la Porte de Saint-Martin. Houve 6.000 ou 7.000 candidatos, eu fiz audições e acabei por ser escolhido e estive lá muito tempo. Foi um belo estágio do que é estar num palco e também cantar, representar, fazer papéis múltiplos, cantar em várias situações e estar à vontade com isso. E eu acho que, desde sempre, tive esse gosto dos palcos, continuo a ter e continuo a praticá-lo.Em Paris, em 1970, participa no concerto “La Chanson de Combat Portugaise” na Maison de la Mutualité. Foi polémico. Como foi?Quer dizer, o Zeca Afonso veio de Portugal. Havia uma grande contestação por esquerdistas de uma ala maoista ou coisa assim que fizeram inclusivamente um panfleto a denunciar, digamos, o carácter, sei lá, “revisionista” do Zeca, ou “pequeno-burguês” e coisas assim. Enfim, foi uma coisa que foi mesmo lamentável. O Zeca cantou, o Luís Cília, o Tino Flores, eu, não sei se o Vitorino - que ainda não tinha obra - se não cantou também nesse âmbito.E houve pancadaria na sala e contestações, pancadaria entre grupos. Porque depois eram os que eram a favor e os que eram contra, mas tudo portugueses, não é? Quer dizer, aquilo era uma coisa... Havia muito esta coisa dos grupúsculos políticos que se arvoravam em detentores da verdade. E o Zeca ficou bastante incomodado com isso e respondeu e outros responderam também.O Luís Cília já adaptava poemas, fazia música sobre poemas, como outros também fizeram, e sempre fez parte da sua obra. E cantou um poema qualquer e houve alguém que lhe diz “Os operários não percebem isso. Porque é que estás a cantar essas coisas? Os operários não percebem isso”. E o Luís respondeu: “Também há operários estúpidos!” O que eu achei uma resposta lapidar! Como é que a cantiga foi uma arma, como cantava o José Mário Branco, contra o fascismo?Foi uma arma? Não sei, não sei. Eu acho que essa afirmação, “a cantiga é uma arma”, eu acho que é uma afirmação que eu nunca subscrevi isso totalmente. Quer dizer, acho que foi um pauzinho na engrenagem, por um lado, e também foi uma contribuição logo a seguir ao 25 de Abril para congregar as pessoas. Eu acho que isso é útil, mas não acho que isso transforme as pessoas em si.Essas coisas todas juntas podem ter uma influência positiva. Por exemplo, eu sei de amigos meus, alguns até ainda nem os conhecia, só conheci depois, que estiveram na guerra em Angola ou em Moçambique e que levaram cassetes que fizeram com as nossas canções e que mostraram aos soldados e havia uma outra realidade. Isso sim. Aí há uma utilidade. Aí pode-se dizer que é uma arma, digamos, dentro do exército.Um cavalo de Tróia?Um cavalo de Tróia. Mas eu só estava a referir-me à canção especificamente porque é preciso cuidado com a arrogância. E é preciso cuidado com considerar que somos tão transformadores. Eu não sou missionário. Quer dizer, eu acho que todas as coisas juntas podem ter uma utilidade, não é? Eu tenho muita consciência do que também são os limites.Mas a música foi um marco e há músicas que ficaram como símbolos da resistência contra o fascismo. Sim. Sim. Sem dúvida.Portanto, esse papel também foi o vosso. Sim, completamente, foi. E é por isso que eu continuo a cantar. E que, por exemplo, tenho grande prazer em cantar muitas vezes o “Maré Alta”. Aliás, quando falei de “Os Vampiros”, que canto e que não é meu, mas que é uma canção emblema. Sim, nesse aspecto é um emblema. Mas as canções estimulam as pessoas de tantas maneiras e isso dá-me alegria.Por exemplo, na canção “Espalhem a notícia”, há uma criança que nasce. Há muita gente que teve crianças e que me falou disso, das primeiras impressões e falou da alegria de vir ao mundo uma criança e que se relaciona muito com essa canção. Como é evidente, "O Primeiro Dia” é uma canção que diz muito a muitas pessoas de maneiras diferentes. Isso é o que me interessa. Sim, estimular as pessoas, com certeza, isso é o que me interessa e essas interpretações abertas também. O 25 de Abril foi "o primeiro dia do resto da vida" de muita gente…Sem dúvida, sem dúvida. Foi absolutamente transformador, é uma data charneira. E, para mim, que estive nove anos sem poder vir a este país, não é? Eu estava a viver, na altura, no Canadá, estava a viver em Vancouver, no Oceano Pacífico. Repare: estava pacífico e vim para a balbúrdia! [Risos] Voltei definitivamente em Setembro de 74.Essa data foi uma data em que há um antes e um depois. É o primeiro dia do resto das vidas de muita gente. Depois há muita gente que diz “Afinal de contas, o 25 de Abril não cumpriu todos os seus ideais”. Mas é um momento de revolução, é um momento utópico! Temos muitas insuficiências, estamos num país muito injusto ainda, com muitas desigualdades sociais, mas houve coisas que mudaram. Quando digo aos meus filhos que não havia escolas mistas no ensino oficial, é uma coisa que eles não concebem sequer porque cresceram em turmas que têm rapazes e raparigas! Agora, até há o género neutro.Será que, até certo ponto, também podemos dizer que o "À Queima Roupa" é um filho da Revolução dos Cravos?O “À Queima Roupa” foi gravado em 74 mas sai em 75, mas sim, de certo modo, é quando estava tudo "à queima roupa". De certo modo, é curioso que, sem eu querer, os títulos dos meus três primeiros discos reflectem um bocado um percurso porque “Os Sobreviventes” é todo aquele peso que está para trás…Quem eram “Os Sobreviventes”? Éramos todos nós. Todos nós. Depois, o “Pré-Histórias” é como se estivesse a anunciar que qualquer coisa vai acontecer, as Pré-Histórias. Mas eu, repito, isto não foi… Isto, aconteceu assim. E depois, o “À Queima Roupa” é um bocado tudo a acontecer ao mesmo tempo. Toda esta transformação cheia de erros, cheia de passos atrás e passos à frente.Estamos numa democracia para o bem e para o mal. Pode-se dizer que essa democracia não cumpriu tudo. Pois não, mas é por isso que é preciso continuar não só a votar - porque eu estava impedido de votar e muitos de nós ou então as eleições de Humberto Delgado foram completamente aldrabadas, não é? Portanto, estamos numa democracia com liberdade de imprensa, não há censura, digamos, em livros. Pode haver outros tipos mais insidiosos de censura, mas isso é outra conversa. E, de facto, não estamos nada no mundo ideal. Não. E a ascensão de forças de extrema-direita é muito preocupante pela maneira como se disseminam pela sociedade.O refrão de “Liberdade”, que é uma música que já tem 50 anos, “a paz, o pão, habitação, saúde, educação”… Como é que tanto tempo depois parece que a música foi escrita para os dias de hoje?É o que eu disse. Há muitas situações que continuam de uma extrema gravidade, mas cada um desses itens é um item para o qual se deve lutar para que haja um Portugal melhor, um país melhor. Esses itens e outros porque a justiça também não anda nada bem. Ainda há uma justiça de classe, por outro lado, há coisas que estão a ser feitas a nível da justiça que são corajosas, no desmantelar de muitas corrupções. Mas, isso é assim, é um longo caminho.Agora, eu até tenho composto menos, canto muito, mas tenho composto menos porque tenho estado mais virado, tive necessidade disso, para a ficção narrativa. Sai hoje, no dia em que estamos a fazer esta entrevista [8 de Fevereiro de 2024], o meu terceiro romance que se passa entre Portugal e França, que se chama “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”. E essas cidades geminadas são Guimarães, de onde vem uma rapariga que emigrou com os pais para uma cidade perto de Paris chamada Compiègne, a 90 quilómetros de Paris, que é geminada, de facto, com Guimarães e que conhece um rapaz francês, Cédric. Ela chama-se Amália Rodrigues - porque o pai se chamava Rodrigues e adorava a Amália! E também canta fado nas horas vagas, embora esteja a tirar um curso de hotelaria e depois vem para Guimarães. Ele trabalha numa morgue. Fala-se muito da vida e fala-se muito da morte. Digamos que essa necessidade da ficção narrativa começou a aparecer também e não é incompatível com as canções porque as minhas canções também têm, muitas vezes, esboços de histórias, têm personagens, a Etelvina, Alice, Casimiro. O Casimiro é, enfim, uma personagem mítica. Mas fala-se muito de pessoas. Lá está, eu gosto de falar de pessoas.De pessoas e de situações sociais porque sente-se nas músicas esse cunho social e político… É por isso que são músicas intemporais?Mas a Etelvina não é uma canção política. No entanto, é uma canção que está no “À Queima Roupa” e é uma das canções mais fortes do “À Queima Roupa”. Acho que é importante não nos fixarmos num determinado… Continuo a dizer que não sou missionário.
Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br Meus escritos são simples, meu português é nada mais que mediano, minhas ideias nunca foram sofisticadas. Mas estou além do entendimento de uma parcela importante dos brasileiros. Nunca me conformei em me nivelar por baixo. Sempre que me dirijo a qualquer pessoa, falando ou escrevendo, procuro estar um degrau acima do que – imagino – seja sua capacidade de compreensão. Falo com uma criança de seis anos como se ela tivesse oito. Um jovem de quinze anos como se tivesse dezoito. Um estudante secundário como se fosse universitário. Acredito que assim eu estimulo a pessoa a subir um degrau. A evoluir. Não consigo tratar adultos como crianças. Ao ver as propagandas políticas, por exemplo, você não tem a impressão de que a qualquer momento o candidato dirá “o titio vai levar você no cinema?” São textos rasos, num linguajar tosco, que deixam claro que para os marqueteiros, povo é um agrupamento de miseráveis ignorantes, analfabetos e incapazes, que devem ser conduzidos da forma mais infantil possível. Aí cabe a musiquinha de fundo, o sotaque caricato, o português errado, os desenhinhos, os exemplos dos miseráveis, os sonhos minúsculos… A coisa só esquenta quando os adversários baixam o nível e começam com os xingamentos: treta!!!! Afinal, qual é o esforço intelectual para perceber que duas pessoas estão se agredindo? Pouquinho, né? Isso é uma pena. Quem nivela por baixo, mantem as pessoas onde estão, fala sempre a partir de um degrau abaixo, dificilmente estimula reflexões que prestam. Usa as técnicas maravilhosas do marketing e da comunicação para manter a mediocridade, caso contrário a turma não entende… Essa infantilização não faz bem para a sociedade. Não ajuda a amadurecer os debates. Não estimula ninguém a crescer. E com nosso sistema educacional falido e os meios de comunicação ricos em fórmulas prontas, essa infantilização colabora para que a mediocridade seja não só mantida, mas incentivada. Seja raso. Não sofistique. Ninguém vai entender. E as consequências estão aí. Afundados na ignorância, incapazes de sair atrás dos estímulos intelectuais, preferimos acreditar nas verdades simplificadas, nas soluções milagrosas simples de entender, sabe como é? Interpretamos os fatos com base em nosso reduzido repertório. Tiramos nossas conclusões superficiais ou apressadas. Atribuímos as conclusões que nós tiramos a um terceiro e depois atacamos esse terceiro por causa da conclusão que nós tiramos. Repare como é isso, especialmente nas mídias sociais. Esta semana perdi um tempo precioso dialogando com um sujeito que entendeu o que eu não escrevi. E quanto mais eu explicava, mais ele interpretava e queria discussão. Quando finalmente desisti e comentei que eu podia explicar para ele, mas não podia entender por ele, o cara respondeu: – Obrigado pela forma carinhosa de me chamar de ignorante. Percebeu? O que para mim era “você pensa diferente”, para ele era “você é um ignorante”. Cada um entende como quer. Ou como pode.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br Meus escritos são simples, meu português é nada mais que mediano, minhas ideias nunca foram sofisticadas. Mas estou além do entendimento de uma parcela importante dos brasileiros. Nunca me conformei em me nivelar por baixo. Sempre que me dirijo a qualquer pessoa, falando ou escrevendo, procuro estar um degrau acima do que – imagino – seja sua capacidade de compreensão. Falo com uma criança de seis anos como se ela tivesse oito. Um jovem de quinze anos como se tivesse dezoito. Um estudante secundário como se fosse universitário. Acredito que assim eu estimulo a pessoa a subir um degrau. A evoluir. Não consigo tratar adultos como crianças. Ao ver as propagandas políticas, por exemplo, você não tem a impressão de que a qualquer momento o candidato dirá “o titio vai levar você no cinema?” São textos rasos, num linguajar tosco, que deixam claro que para os marqueteiros, povo é um agrupamento de miseráveis ignorantes, analfabetos e incapazes, que devem ser conduzidos da forma mais infantil possível. Aí cabe a musiquinha de fundo, o sotaque caricato, o português errado, os desenhinhos, os exemplos dos miseráveis, os sonhos minúsculos… A coisa só esquenta quando os adversários baixam o nível e começam com os xingamentos: treta!!!! Afinal, qual é o esforço intelectual para perceber que duas pessoas estão se agredindo? Pouquinho, né? Isso é uma pena. Quem nivela por baixo, mantem as pessoas onde estão, fala sempre a partir de um degrau abaixo, dificilmente estimula reflexões que prestam. Usa as técnicas maravilhosas do marketing e da comunicação para manter a mediocridade, caso contrário a turma não entende… Essa infantilização não faz bem para a sociedade. Não ajuda a amadurecer os debates. Não estimula ninguém a crescer. E com nosso sistema educacional falido e os meios de comunicação ricos em fórmulas prontas, essa infantilização colabora para que a mediocridade seja não só mantida, mas incentivada. Seja raso. Não sofistique. Ninguém vai entender. E as consequências estão aí. Afundados na ignorância, incapazes de sair atrás dos estímulos intelectuais, preferimos acreditar nas verdades simplificadas, nas soluções milagrosas simples de entender, sabe como é? Interpretamos os fatos com base em nosso reduzido repertório. Tiramos nossas conclusões superficiais ou apressadas. Atribuímos as conclusões que nós tiramos a um terceiro e depois atacamos esse terceiro por causa da conclusão que nós tiramos. Repare como é isso, especialmente nas mídias sociais. Esta semana perdi um tempo precioso dialogando com um sujeito que entendeu o que eu não escrevi. E quanto mais eu explicava, mais ele interpretava e queria discussão. Quando finalmente desisti e comentei que eu podia explicar para ele, mas não podia entender por ele, o cara respondeu: – Obrigado pela forma carinhosa de me chamar de ignorante. Percebeu? O que para mim era “você pensa diferente”, para ele era “você é um ignorante”. Cada um entende como quer. Ou como pode.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Força Sindical União Nacional dos Trabalhadores de Angola, Confederação Sindical e a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola convocaram a greve-geral de três dias, exigindo o aumento do salário da função pública e do salário mínimo nacional e a redução do imposto sobre o rendimento do trabalho para 15%. Ademar Ginguba, porta-voz do Sinprof membro da comissão técnica das três centrais sindicais, afirma que as reivindicações que estão a ser feitas ao Governo são para permitir a sobrevivência dos trabalhadores angolanos.Três centrais sindicais iniciaram um movimento de greve geral de três dias. Quais são as vossas reivindicações?Estamos a pedir um reajuste salarial ao nível da função pública, há também a questão dos subsídios que visam incentivar os nossos colegas que trabalham em zonas recônditas, zonas de difícil acesso, que têm salários idênticos aos colegas que estão nos principais centros urbanos.Temos a questão do imposto do Rendimento de Trabalho- a maneira como foi alterado em 2019 retira-nos parte dos nossos rendimentos- estamos a discutir com o Governo, já há algum tempo, a sua redução. Depois existe a questão do salário mínimo nacional, aquele que é pago pelas empresas, no valor de 32 mil kwanzas. Actualmente, podemos dizer que são cerca de 30 euros, fazendo a comparação como euro. Nós estávamos a exigir inicialmente 300 €, porque o custo de vida é muito alto e os nossos salários empobrecem todos os dias.Como é que se consegue viver com 36 euros?Não se vive. Nós sobrevivemos todos os dias. O que estamos a discutir com o Governo é mesmo só para a nossa sobrevivência, porque estamos num país que importa quase tudo o que consome, apesar de ter condições para ter uma produção interna robusta. Parece que os nossos governantes andam mais interessados com outras coisas. Andam distraídos com os petrodólares e até aqui nada tem sido feito para aumentar a nossa produção interna.Iniciaram ontem uma greve-geral que se vai manter até amanhã, sexta feira. Qual é que é o impacto desta greve?Uma adesão massiva, estamos a viver um momento histórico no país. Com esta greve os trabalhadores mostram que estão cansadas com a condição sócio-económica a que estão submetidas, porque não há soluções. O Governo não tem soluções para resolver os nossos problemas.Qual é o impacto desta greve nas escolas e nos hospitais?O impacto é devastador. No sector da educação, estamos numa semana de provas que foram suspensas. Isso tem impacto depois no calendário nacional escolar que terá de ser reajustado. Nos hospitais temos apenas os serviços mínimos, a força de trabalho foi reduzida até 50%. Nós já temos aquelas enchentes habituais nos nossos hospitais e agora que [a força de trabalho] foi reduzida a 50%, quer para os médicos quer para os enfermeiros, “é o Deus nos acuda”.Os sindicatos denunciaram funcionários públicos coagidos e detenções arbitrárias. O que é que nos pode falar desta situação?Não foi apenas na administração pública, essa situação também aconteceu nas empresas. Estamos a ver documentos que estão a ser expedidos pelas direcções das empresas para coagir e ameaçar os trabalhadores. Ontem, quarta-feira, registámos a detenção, na província do Bengo, de um colega no Hospital Geral do Bengo que acabou por ser posto em liberdade. Mas temos três colegas, dois do sector eléctrico e um professor, que se encontram no Tribunal do Huambo e cuja situação continua por esclarecer. Passaram a noite na cadeia e o único crime que cometeram foi o de exercer um direito fundamental que é o direito à greve.Esses sindicalistas vão ser julgados?Exactamente. Eles vão ser julgados sumariamente, depois de terem passado a noite na cadeia, sob custódia do Serviço de Investigação Criminal.Parece que há uma situação propositada de esgotamento psicológico desses colegas, mesmo sem terem cometido crime algum.O direito à greve está plasmado na Constituição. O que é que vocês pensam fazer para responder a essas intimidações?Ontem, emitimos uma nota de repúdio e agora vamos denunciar esses actos às instituições internacionais, cujos tratados foram rubricados por Angola. Por sinal, está aqui uma diretora da OIT –Organização Internacional do Trabalho- e vamos assinalar essa situação que está a acontecer. Apesar de não termo confiança na separação de poderes, aqui em Angola, vamos fazer uma queixa crime, porque a lei assim estabelece. Ninguém pode ser coagido, nem molestado por ter aderido a uma greveO Governo diz que está disponível para negociar. Qual é a vossa margem?Não estamos disponíveis. Fomos nós que nos flexibilizamos nessas negociações. O Governo não se flexibilizou, manteve-se fixo nas suas posições. Repare, exigimos inicialmente o reajuste do salário da função pública, na ordem dos 250%, porque aquilo que os trabalhadores auferem neste país não dá mesmo para viver.Estamos disponíveis para nos voltarmos a sentar com o Governo, porque estamos cientes- quer o Governo, quer nós- que é a única maneira de sairmos desse impasse. Mas se o Governo se mantiver fixo nas suas posições, não vamos conseguir dialogar. Oxalá que, depois de termos chegado até esse extremo, o Governo nos apresente propostas mais concretas, para sairmos desse impasse. Ninguém está satisfeito com a greve, nem mesmo nós. Mas é um recurso legal a que os trabalhadores devem recorrer, sempre que o diálogo não resolver os problemas reivindicados pelos trabalhadores.E se o Governo continuar a não responder às vossas reivindicações?Não teremos outra alternativa a não ser a greve. Temos uma declaração de greve de Março que sinaliza duas outras fases. Se o Governo não [ceder] vamos continuar a pressionar. Teremos outra fase, com um tempo mais dilatado, de 22 a 30 de Abril e depois teríamos em Junho mais 11 dias de greve. Mas nós estamos cientes que se depender de nós, não vamos chegar até aí. Espero que haja essa abertura da parte do Governo, mas essa abertura não pode ser só por meio do discurso, nem por meio da palavra.O Governo, por outras acções, mostra que não está disposto a resolver este problema. Quem está aqui em Angola não vê, nem ouve na imprensa pública qualquer menção sobre a greve. Ouvem apenas a parte do Governo e não ouvem os representantes dos trabalhadores que estão a reivindicar. São situações muito sérias e que comprometem (a imagem do país]. Na verdade, Angola, enquanto Estado democrático e de Direito, tem compromissos internacionais que deve respeitar.A RFI tentou ouvir o António Estote, porta-voz do Ministério Administração Pública, Trabalho e Segurança Social de Angola, mas não foit até ao momento bem sucedida.
passo 7 da pastoral da sobriedade
O cenário de vendas está em constante evolução, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças nas preferências do consumidor e novas tendências de mercado. Para se destacar como um campeão de vendas em 2024, é crucial adotar estratégias inovadoras e desenvolver habilidades que atendam às demandas em constante transformação. Você já se perguntou o que diferencia os campeões de vendas dos demais? A resposta pode estar nos comportamentos essenciais que esses profissionais adotam. Neste vídeo, vamos explorar cinco aspectos fundamentais que podem impulsionar sua carreira nas vendas. 1. Ter um Bom Astral é a Chave: O primeiro comportamento que define um campeão de vendas é o bom astral. Estar no clima certo, em uma vibe elevada, é crucial. Vendedores cansados ou chateados têm dificuldade em vender. Para atingir resultados expressivos, é necessário manter o astral lá em cima, mesmo diante de desafios pessoais. A comunicação com o cliente requer uma energia positiva constante. 2. Organização como Pilar do Desempenho: A organização é um dos pilares dos melhores profissionais de vendas. Ter um sistema CRM eficiente, uma agenda bem estruturada e utilizar ferramentas de follow-up são práticas indispensáveis. O desempenho e a alta performance só são alcançados quando há uma organização sólida. A falta de organização pode comprometer a eficácia e os resultados desejados. 3. Relacionamentos: O Segredo do Sucesso: A construção e desenvolvimento de relacionamentos são cruciais para o sucesso em vendas. Quanto mais conexões valiosas você estabelece com sua comunidade e mercado, maior será a probabilidade de receber indicações. Um relacionamento sólido contribui para a autoridade do vendedor, resultando em vendas mais efetivas, maior lucratividade e aumento do ticket médio. 4. Prospecção Própria: Não Dependa da empresa: A quarta regra destaca a importância da prospecção própria de clientes. Não depender exclusivamente da empresa ou agência de marketing é essencial. O vendedor precisa ser capaz de cuidar de sua própria prospecção, mesmo diante de uma quantidade aparentemente suficiente de leads. A verdadeira separação entre os profissionais de sucesso e os demais ocorre nos momentos de queda, e a capacidade de prospectar é a chave para enfrentar esses momentos desafiadores. 5. Seja um Especialista em seu Segmento: Por fim, para se destacar como um campeão de vendas, é necessário se tornar um especialista ou autoridade em seu segmento. As pessoas têm uma inclinação natural para investir em profissionais que demonstram conhecimento e segurança. Transmitir a imagem de um especialista desde o primeiro contato faz toda a diferença. Essa postura influencia positivamente a percepção do cliente e contribui significativamente para o sucesso nas vendas. Ao integrar esses comportamentos em sua abordagem profissional, você estará pavimentando o caminho para se tornar um campeão de vendas de alta performance. Repare nos profissionais de sucesso ao seu redor, e certamente encontrará a aplicação desses princípios. Se deseja alcançar o mesmo nível de sucesso, comece a implementar essas práticas desde já. O sucesso nas vendas está ao seu alcance!
This week, the Federal Reserve (Fed) is scheduled to speak on Wednesday, where it will be announced whether the interest rates will remain unchanged or be adjusted. Before this, on Tuesday, the Consumer Price Index (CPI) figures will be released, providing insights into the current inflation trends. The major bet in the market right now is for Fed's to start cutting rates in 2024. Repare Therapeutics Inc. has had an impressive week, yielding nearly a 19% profit so far, bolstering hopes of achieving the goal of doubling the initial $1000 in the challenge by year's end. Discover these insights and more in this week's Trading Tips With Jim edition. Websites mentioned in today's podcast: https://stockinvest.us https://getagraph.com
Gold is setting new all-time highs as it moves faster and faster upwards to the $2500 target, making the long-term bet into gold a solid investment. Nasdaq remains stubborn in overbought, and NYSE is hitting 55% buy signals. The last time that happened was followed by some rapid falls, but with optimistic markets, a new green week may lie ahead. In the $1000 challenge, Tekay will be replaced by a riskier stock in a last attempt to make a double by the end of the year.
Holyoke Media, en asociación con WHMP radio, emiten diariamente la Síntesis informativa en español a través del 101.5 FM y en el 1240 / 1400 AM. Esta es la síntesis informativa del viernes 11 de agosto de 2023: - El jueves, la Corte Suprema bloqueó temporalmente un acuerdo a nivel nacional con el fabricante de OxyContin, Purdue Pharma, que protegería a los miembros de la familia Sackler, propietarios de la compañía, de demandas civiles por el número de opioides. Los jueces aceptaron una solicitud de la administración de Biden para frenar un acuerdo alcanzado el año pasado con los gobiernos estatales y locales. Además, el tribunal superior escuchará los argumentos antes de fin de año sobre si el acuerdo puede proceder. El acuerdo permitiría a la empresa salir de la bancarrota como una entidad diferente, con sus ganancias utilizadas para combatir la epidemia de opiáceos. Los miembros de la familia Sackler contribuirían hasta $6 mil millones. Pero un componente clave del acuerdo protegería a los miembros de la familia, que no buscan protección contra la bancarrota como individuos, de las demandas. Los jueces ordenaron a las partes que evalúen si la ley de quiebras autoriza una protección general contra las demandas presentadas por todas las víctimas de opioides. La Corte de Apelaciones del Segundo Circuito de los Estados Unidos había permitido que continuara el plan de reorganización. Los abogados de Purdue y otras partes del acuerdo instaron a los jueces a mantenerse al margen del caso. Un grupo, en su mayoría padres de personas que murieron por sobredosis de opioides, ha pedido que no se acepte el acuerdo. Los opioides se han relacionado con más de 70 000 sobredosis mortales anuales en los EE. UU. en los últimos años. La mayoría de ellos son de fentanilo y otras drogas sintéticas. Pero la crisis se amplió a principios de la década de 2000 cuando OxyContin y otros potentes analgésicos recetados se hicieron predominantes. FUENTE: AP La Junta de Salud de Holyoke, informó el jueves que se detectó una muestra de mosquito positiva para el Virus del Oeste del Nilo (West Nile Virus) en la ciudad de Holyoke como parte del monitoreo continuo de mosquitos en la región. Como consecuencia, se realizará un monitoreo adicional en Holyoke. El Virus del Oeste del Nilo se transmite más comúnmente a las personas a través de la picadura de un mosquito infectado. La Junta de salud recomienda que se proteja de las enfermedades tomando estas sencillas acciones: Use repelentes de insectos cada vez que esté al aire libre. Use ropa de manga larga. Programe actividades al aire libre, evitando las horas desde el anochecer hasta el amanecer durante la temporada alta de mosquitos. Repare las pantallas de puertas y ventanas dañadas. Elimine el agua estancada de las áreas alrededor de su hogar. Puede encontrar más información sobre los diferentes tipos de mosquitos que pueden propagar el West Nile Virus en el sitio web del Departamento to de Salud Pública de Massachusetts en https://www.mass.gov/mosquito-borne-diseases FUENTE: HOLYOKE MEDIA
26 DE ABRIL Ref.: 2 Samuel 21.1-14https://youtu.be/fdeVDyHcDOA
Hoy, para resolver las consultas de nuestros oyentes nos acompaña Isabel Pons, técnica de Adicae. Si tú también necesitas aclarar una duda de consumo, escríbenos a codigodebarras@cadenaser.com o envíanos un mensaje de voz al 679017014.
Devocional Hebreus Leitura Bíblica Pela fé, caíram as muralhas de Jericó, depois de os israelitas terem marchado em volta delas durante sete dias. Pela fé, a prostituta Raab não morreu com os que foram desobedientes a Deus, visto ter sido hospitaleira para com os espiões hebreus. Hebreus 11.30-31 in Bíblia para Todos Devocional Há vitórias que jamais aconteceriam sem o empurrãozinho de Deus. As que claramente saltam à vista, também pela sua retumbância, são aquelas em que humanamente seria de todo impossível alcançar sucesso. A diferença está, sem tirar nem pôr, na mais valia que Deus representa e acrescenta. Reconheça-se a Sua chancela nos variadíssimos triunfos que foram acontecendo desde sempre. Inegavelmente, sem a confiança n'Ele determinadas conquistas cairiam por terra. Sim, a obediência aliada à fé acaba por proporcionar bastos motivos para festejar. Tudo acontece quando optamos por agir segundo a mente de Deus e não tanto pela nossa. Ele é o aliado que importa incluir em todas as batalhas que tenhamos de travar. Repare-se no exemplo dos que na sua pecaminosidade não duvidaram, um instante que fosse, do Seu poder. Creram, sem pestanejar, no relato do que Deus fez e iria fazer. Optaram por ficar do Seu lado, pois é aí que se encontra sempre a vitória. - Jónatas Figueiredo
Sabedoria Judaica em 5 minutos - Divrei Torah Podcast Jewish Torah Wisdom in 5 Minutes
Parasha SHEMOT - nomes. Repare que uma das primeiras interações que temos c/o mundo é pelos nomes? Quantas pessoas anônimas que passaram por sua vida e que te ajudaram você se lembra? --- Send in a voice message: https://anchor.fm/daviddahis/message Support this podcast: https://anchor.fm/daviddahis/support
Ascultați o poziție tranșantă și - din păcate sau din fericire - foarte corectă a cunoscutului Jordan Peterson referitoare la realitatea acidă a toxicității online cu o referire specială la Twitter, în lumina faptului că această platformă de pe care a ieșit el însuși cu puțin timp înainte a fost cumpărată de magnatul american Elon Musk.Problema libertății de exprimare online este mult mai complexă decât pare la prima vedere.Audiție plăcută!Pentru Pomelnice și Donații accesați: https://www.chilieathonita.ro/pomelnice-si-donatii/Pentru mai multe articole (texte, traduceri, podcasturi) vedeți https://www.chilieathonita.ro/
Rodrigo Londoño, presidente del Partido Comunes, habló sobre la molestia de algunos familiares de los diputados del Valle sobre las sanciones a exFarc
QUARTA, 26/10/2022: Já tem Papai Noel nas vitrines das lojas e a sensação é que chega o Natal e não chega o segundo turno das eleições. Mas vai chegar. Será no próximo domingo o dia de mandar o Jair embora. A campanha do segundo turno foi a mais longa, literalmente, da nossa história. Além da sensação de que cada dia dura uma semana e cada semana dura um mês, esse foi, de fato, o maior período de campanha para o segundo turno. Foram quatro semanas intensas.Tudo começou com baixaria que nascia na internet e rapidamente ganhava espaço nas propagandas de TV e nas bocas dos candidatos. A campanha de Bolsonaro começou acusando Lula de ser satanista. Aí recuperaram as visitas de Bolsonaro à maçonaria e o assunto pegou mal entre religiosos. A baixaria morreu aos poucos…Depois, foi a campanha de Lula que recuperou um vídeo do atual presidente dizendo que comeria carne humana e só não comeu porque ninguém quis o acompanhar numa aldeia indígena onde estavam cozinhando um índio. A história, que era mentira, óbvio, também repercutiu bastante. Como reação, o bolsonarismo reforçou a distribuição de fake news dizendo que Lula vai implantar banheiros unissex nas escolas, o que é mentira, e apostando no discurso anti-corrupção, que é um calcanhar de Aquiles de Lula por causa das alianças do passado com partidos e personagens que hoje estão do lado de Bolsonaro. Os condenados no mensalão, Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, são bolsonaristas. O partido que mais roubou a Petrobras, o PP - hoje progressistas - apoia Bolsonaro. O escândalo dos 51 imóveis comprados pela família de Bolsonaro em dinheiro vivo, os pastores corruptos do MEC, o pedido de propina de 1 dólar por dose de vacina contra a covid-19, o engavetador geral da república e outras graves denúncias contra o atual governo também tornaram esse discurso inviável para Bolsonaro. Ele sabe que tem teto de vidro e que, mais corrupto do que ele, não há. Na sequência, Bolsonaro fez uma fala de tom pedófilo, dizendo que "pintou um clima" com meninas refugiadas venezuelanas de 14 anos. Segundo ele, as meninas estavam se prostituindo. Era mentira, claro, e esse fato continua sendo explorado pelas campanhas. As meninas participavam de uma ação social em Brasília e o presidente usou de forma nojenta e repugnante o episódio. A campanha de Lula parece que se deu conta a tempo que levar as baixarias para a TV poderia irritar o eleitor e, assim, aumentar a abstenção no próximo domingo. Lula passou, então, a focar em suas propostas: isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, aumento real do salário mínimo, entre outras.Ao mesmo tempo, Lula foi reunindo apoios de democratas e antigos críticos: Simone Tebet, o PDT, Marina Silva, FHC, Sarney, os criadores do Plano Real, João Amoedo, parte do PSDB, boa parte do MDB, Alexandre Frota, aquele cara do Casseta e Planeta, o Casimiro, e outras personalidades, artistas, influenciadores e políticos.Bolsonaro também reuniu apoios: Guilherme de Pádua, goleiro Bruno, pastores picaretas, empresários golpistas e, claro, Roberto Jefferson. Bob Jeff, aquele condenado no mensalão que, inclusive inventou a narrativa do mensalão, provocou sua volta à prisão e, quando a PF chegou na casa dele, deu 50 tiros de fuzil e jogou 3 granadas nos policiais. Dois ficaram feridos. O atentado bugou o bolsonarismo. Eles não sabiam se defendiam o terrorista ou se condenavam. Só se decidiram quando o próprio Bolsonaro bateu o martelo que a ordem era abandonar o amigo querido. Todos esses casos midiáticos não mexeram em nada nas pesquisas eleitorais. Mas aí, na última semana de campanha, chegou a cereja do bolo que, de fato pode tirar voto desse traste que alguns chamam de presidente se você se ligar e passar essa mensagem pra frente. Presta atenção: Dois dos principais jornais do país, a Folha, que não chama Bolsonaro de extrema-direita até hoje, e o Estadão, aquele da escolha muito difícil, revelaram o plano secreto de Bolsonaro e de Paulo Guedes para a economia.As ideias do posto Ipiranga fazem parte de um desespero para tentar fechar as contas no ano que vem, já que o governo Bolsonaro foi usado de maneira descarada para fazer campanha. E, claro, o dinheiro público também. Adiantamento dos auxílios, uso eleitoreiro da Caixa, de ministérios e de ministros.Mas, afinal, no que consiste o plano econômico secreto de Bolsonaro? Basicamente em duas frentes, uma que atinge os mais pobres e outra que atinge a classe média. São essas pessoas que o governo Bolsonaro quer que paguem as contas eleitoreiras que Bolsonaro fez para tentar se reeleger.Primeiro, o palavrão: desindexação do aumento do salário mínimo à inflação do ano anterior. Traduzindo: Paulo Guedes quer desobrigar o governo a aumentar o salário mínimo pela inflação do ano anterior. Isso significa, na prática, que o salário mínimo vai valer menos a cada ano. Aliás, o governo Bolsonaro não deu nenhum aumento real do mínimo. Aumento real é quando o reajuste vai além de repor a inflação. Essa regra foi criada no governo Lula, que aumentava o salário pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB - a soma de tudo o que país produz e vende. Bolsonaro quer que o reajuste do salário seja pela meta de inflação, um número fictício criado a bel prazer da equipe econômica no poder. Se a regra dele fosse aplicada desde 2002, o salário mínimo hoje seria de cerca de 500 reais, menos da metade do que é. O salário mínimo não impacta só quem ganha o salário mínimo, impacta aposentadorias e outras contas que estão atreladas a ele. Os aposentados e pensionistas, por exemplo, seriam os primeiros que passariam a receber menos. Um exemplo, que eu sei que esse negócio de economia é confuso mesmo: pela regra do Bolsonaro e do Guedes, o salário mínimo de agora seria reajustado em pouco mais de 3%, que era a meta de inflação, mas o aumento dos preços no ano passado foi de mais de 10%. Essa proposta nefasta impactaria diretamente os mais pobres. BolsoGuedes querem que os pobres paguem a conta do rombo que eles fizeram no caixa do governo para tentar comprar a eleição.A outra ideia do Ministério da Economia do governo Bolsonaro para o ano que vem impacta diretamente a classe média. Aqueles que reclamam todo o ano da mordida do leão, quando entregam o imposto de renda e são obrigados a pagar ainda mais. Um estudo feito por técnico do Paulo Guedes propõe retirar gastos com saúde e educação do cálculo de deduções do Imposto de Renda. Assim, o governo receberia mais grana de impostos para tentar tapar o buraco feito por Bolsonaro com as medidas eleitoreiras. A tabela do imposto de renda, aliás, não é atualizada há anos. Hoje, até quem ganha menos de dois salários mínimos por mês tem que pagar imposto de renda.Nem preciso dizer que a revelação do plano econômico secreto de Bolsonaro e Paulo Guedes caiu como uma bomba na campanha deles. Mas aí eles utilizaram uma explicação recorrente e que não demanda mais aprofundamento: a culpa é do PT. É verdade. O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou infiltrados do PT no ministério dele pelo vazamento do plano secreto. Repare que ele não culpou o PT pelo plano, mas sim pelo vazamento. Ou seja, as ideias realmente existem.Agora é com você avaliar e ver o que mais te convém. Já que o brasileiro tem um voto egoísta, no próximo domingo você que é pobre e ganha salário mínimo, vote no Bolsonaro se quiser ganhar ainda menos. E você da classe média, vote no Bolsonaro se quiser se ferrar ainda mais com o imposto de renda. É simples assim. Ah, e se não quiser, tem um candidato que já prometeu - e mais do que isso, já fez - aumento real do salário mínimo e isenção de imposto de renda para quem ganhar até 5 mil reais. Pelo emocional, pelo absurdo e pela consciência política, o nosso voto é 13, claro. Mas até se você parar 10 minutos para avaliar propostas e ideias, vai chegar a conclusão que o seu voto também tem que ser 13.SAIBA MAIS: https://primeiro.cafe/APOIE: https://apoia.se/primeirocafe
Olá queridos, graça e paz! Aqui é o Pastor Mike Willians em mais um dia de Devocional Edificai. Romanos 7: 7. Portanto, que concluiremos? A Lei é pecado? De forma alguma! De fato, eu não teria como saber o que é pecado, a não ser por intermédio da Lei. Porquanto, na realidade, eu não haveria conhecido a cobiça, se primeiro a Lei não tivesse dito: “Não cobiçarás”. A lei não é pecado, na verdade, ela traz luz e revela o pecado, a lei nos permite conhecer o que de fato é pecado e se aprofundarmos o entendimento o porquê é pecado. Nós precisamos reconhecer que por de trás da lei existe uma intenção, ou seja, uma vontade, vontade essa daquele que está comunicando através da lei. Lei é mandamento, ordem expressa, ordenança que requer da parte de quem a recebe total consideração e obediência. O verso 12 nos revela mais sobre a lei: “De maneira que a Lei é santa, e o mandamento, santo, justo e bom.” O problema não está na lei e nem em quem a deu, o grande problema do mundo e da nossa vida se chama PECADO. E vamos descobrir o porquê… Repare no que o verso 8 diz: “Mas o pecado, aproveitando-se da ocasião dada pelo mandamento, provocou em mim todo o tipo de cobiça; porque, onde não há lei, o pecado está morto.” O pecado se aproveita da lei para suscitar desobediência em nós, ele usa da lei boa em sua essência, para provocar todo tipo de desejo contrário ao que nos foi ordenado. Se não tivesse lei não existiria consciência de pecado, por isso foi necessário comunicar a lei. O pecado é terrível, ele se vale do mandamento para nos iludir e assim nos matar (Rm 7.11). Assim ele se demonstra extremamente maligno (Rm 7.13). A verdade é que fomos vendidos como escravos ao pecado (Rm 7.14), e em nossa limitação carnal muita das vezes nem compreendemos o nosso próprio agir, porque o que queremos fazer de bom e espiritual dado pela lei que está em nosso íntimo da razão não conseguimos, e sim o mal que não desejamos fazer esse fazemos com facilidade (Rm 7.14-15). Já conseguimos entender que em nossa carne não reside bem algum, pois o pecado habita nela e impõe a sua vontade… É por isso que o Apóstolo Paulo cheio do Espírito Santo expressou: “Miserável ser humano que sou! E depois questionou: - Quem me libertará deste corpo de morte?" No verso 25 temos a bendita resposta: “Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso SENHOR!” Jesus entrou nessa guerra que estávamos perdendo e assim condenados à morte, Ele nos libertou dessa terrível condição, e de fato nos salvou nos dando eterna redenção! Agora o pecado não tem mais poder sobre você, meu irmão, embora ele ainda está presente em sua carne, ele foi enfraquecido pelo Espírito da Lei da Vida que é poderoso para não somente te livrar do domínio do pecado, mas para te capacitar diariamente a combater o pecado em você e através de você. Eu e você recebemos o poder que consegue neutralizar as artimanhas do pecado, fomos livres do seu pior efeito que é a morte, e em breve, quando nosso Cristo retornar e restaurar todas as coisas, seremos livres da presença dele para sempre. LOUVADO SEJA DEUS POR TAMANHA OBRA! Que Deus te abençoe para que a cada dia você o conheça mais e prossiga em conhecê-lo para sempre, pois fazendo isso você sempre vencerá o pecado e cumprirá a Lei de Deus.
Uma trilha de estudos que é um verdadeiro convite à pausa: Calma: Um Passo de Cada Vez. Inscreva-se para receber conteúdos exclusivos: https://cutt.ly/inscreva-se-Calma Nosso ambiente gera estímulos que podem proporcionar estresse ou prazer. Pause, observe e reflita sobre essa afirmação. Repare nas pessoas ao seu redor, se elas conversam mais sobre temas positivos ou negativos, por exemplo. A verdade é que onde moramos, o que comemos e o que fazemos influencia em nossa qualidade de vida. Neste episódio, Laís Cesar, que é médica psiquiatra, vai te ajudar a identificar quais são os promotores de saúde no ambiente em que você vive - e os que não são também. Acompanhe os outros episódios desta minissérie para aprender como superar o estresse e conquistar a serenidade a partir de hábitos simples e transformadores.
Repare as cores que mais tem usado no dia a dia. Repare também que cores predominam no seu prato. Repare também o que não usa de forma alguma. TUDO ISSO fala sobre você, sua personalidade e também serve de alerta sobre onde você deveria gastar mais ou menos energia. Venha descobrir!
Pense em uma pessoa cativante, que sabe como gerar impacto sem precisar se exibir nem se gabar para passar confiança. O que pessoas assim têm em comum? Repare: todas elas são autênticas, não tentam imitar ninguém e encontram em si mesmas sua própria segurança. Esse controle, independente da situação, é o principal atributo das pessoas que mais admiramos, porque todos nós queremos estar perto de quem transmite essa confiança. E o melhor de tudo é que dá para aprender a ser assim! Se você quer saber mais sobre como você também pode se tornar instigante e deixar uma marca na memória das pessoas, confira o link https://sl.brainpower.com.br/youdeep2 Você está no podcast do BrainPower | A Sua Academia Cerebral. Aqui você receberá sacadas para conhecer mais e mais o seu cérebro, e ficar no controle das suas ações e emoções para deixar de lado a falta de energia, falta de foco, a procrastinação, e entrar em um novo mundo. O mundo de altos resultados, gerando valor para você mesmo e para as pessoas ao seu redor. E lembre-se sempre disso: "O Seu Futuro Começa HOJE"! #NoBrainNoGain Aguardo seu comentário no iTunes!
Pharma buys, pharma splits, pharma trades, and oncology biobucks from pharmaFind out more athttps://LifeScienceTodayPodcast.comStory ReferencesGSK + AffinivaxPfizer – HaleonRegeneronRoche + RepareAbout the ShowLife Science Today is your source for stories, insights, and trends across the life science industry. Expect weekly highlights about new technologies, pharmaceutical mergers and acquisitions, news about the moves of venture capital and private equity, and how the stock market responds to biotech IPOs. Life Science Today also explores trends around clinical research, including the evolving patterns that determine how drugs and therapies are developed and approved. It's news, with a dash of perspective, focused on the life science industry.
Montreal-based Repare Therapeutics has entered a deal (potentially worth US$1.2 billion) with pharma giant F Hoffman La Roche to create a new drug to treat cancerous tumours. Almost half of Canada's asset managers, researchers and lenders are “not very satisfied” or “totally dissatisfied” with available company data for so-called “green” investments, One estimate suggests that inflation has offset two-thirds of the buying power of Canadians after the pandemic The Peak Daily is produced by 306 Media Productions. Hosted by Brett Chang and Jay Rosenthal.
Vamos à uma história verídica que responde essa pergunta: a de Abel e Caim. Preste atenção nestes versículos: “...e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.” Gênesis 4.2-4 Cada um tinha seu trabalho, sua função e seu conhecimento quanto aquilo que fazia. E quando você trabalha com algo, sabe o que é o melhor, não é? A Bíblia menciona que no caso de Abel e Caim, cada um deles quis oferecer algo a Deus. Sobre a oferta de Caim, a Bíblia diz: “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.” Gênesis 4:3. Veja que não há detalhe sobre o que Caim fez ou quanto ao fruto que trouxe a Deus como oferta. Já sobre a oferta de Abel, a Bíblia fala: “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura”. Gênesis 4:4. Repare que há detalhes sobre a oferta de Abel. A Bíblia menciona que ele levou uma oferta dos primogênitos e até mesmo da gordura do animal. O detalhe mostra a importância daquilo que está sendo apresentado. Não é qualquer coisa. Não é simplesmente pegar algo que se acha no meio do caminho e dar. Existe um preparo, um raciocínio e um cuidado na escolha. Deus não pediu nada. Eles que se prontificaram a fazer algo para Deus, mas a resposta não foi igual para os dois. A Bíblia fala: “E atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta”. Gênesis 4:4 Deus atentou para aquilo que Abel fez porque existiu entrega, importância e significado naquilo que ele estava fazendo. O interessante é que Deus Se atentou primeiro para Abel e só depois para a sua oferta. Deus atenta primeiro para quem você é e depois para aquilo que você faz em relação a Ele. Afinal, para você aceitar alguma coisa de alguém, primeiramente, você observa para quem ela é com você e depois para aquilo que ela faz. Então, por que as pessoas querem que Deus aceite o mal e o bem como iguais? Não tem como! Não haja com sentimentos, e seja justa com aquilo que é justo! #BlogVivianeFreitas #QueméDeus #TardeMusicalRedeAleluia
O Chefe de Estado francês, que lidera a presidência rotativa da União Europeia, manifestou a intenção de criar uma "Comunidade Política Europeia", uma espécie de confederação, destinada a unir os países do velho continente. Emmanuel Macron explicou que o objectivo é associar a Ucrânia, a Moldávia, a Geórgia e os países dos Balcãs ocidentais à família europeia, sem apressar a sua adesão, que pode levar “várias décadas”. O eurodeputado português do partido social-democrata, Paulo Rangel, mostra-se céptico quanto à criação de uma Comunidade Política Europeia, no entanto reconhece as vantagens de uma Europa a várias velocidades. RFI: Este projecto não é novo. Em 1989 François Mitterrand já tinha apresentado a ideia- no final da guerra fria- mas a intenção acabou por ser rejeitada pelos países que integravam a antiga URSS, receando um atraso no processo de adesão à CEE. Trinta e três anos depois o contexto não é o mesmo. O que é que mudou? Paulo Rangel: Houve muita coisa que mudou. Quando François Mitterrand faz a proposta, ele estava à espera da modernização dos países de leste, incluindo também a Rússia, na sequência da queda da União Soviética, e da mudança do regime primeiro e depois da própria fragmentação. A ideia era poder vir a ter esses países numa organização comum. Hoje em dia, como é evidente, a União Europeia já se alargou muito e tem muitos países de leste, três deles da antiga União Soviética e os outros do Pacto de Varsóvia. Evidentemente que se punha aqui o problema de saber como associar outros Estados que, até pela sua geografia, já não estão bem no perímetro europeu mais central. Enquanto que os Balcãs, rodeados pela Grécia, Bulgária, Hungria, Croácia, têm fronteira com estes países, no caso da Ucrânia, por um lado, Moldávia e a Geórgia -ainda mais do que os outros- são geografias muito a leste. É preciso lembrar, que antes da guerra na Ucrânia, não era pensável que estes três países do Cáucaso se juntassem à família da União Europeia. Tinham acordos de associação, mas não era pensado. No que diz respeito aos Balcãs, dos seis estados que querem aderir, quatro já têm o estatuto de candidato, mas as negociações com a Macedónia, Macedónia do Norte e Albânia estão paralisadas e há dois, Kosovo e a Bósnia, que têm o estatuto de candidato. Porventura, o que Emmanuel Macron queria com é dar um enquadramento europeu e uma perspectiva europeia a estes Estados. Como é que funcionaria esta "Comunidade Política Europeia"? Eu sinceramente tenho dúvidas sobre esta ideia. Há um outro ponto, no discurso de Emmanuel Macron, que talvez ajudasse a resolver isto de outra maneira e que já foi aliás defendido também no passado. Macron, a propósito da integração, falou muito na ideia de termos [uma Europa] a diferentes velocidades. Um primeiro ciclo que está mais integrado, um segundo círculo que está menos integrado, podendo criar um terceiro círculo- isso é que seria a tal Comunidade Política Europeia- ou se quiser uma União Europeia de nível três. Aqui estariam esses Estados que pretendem aderir ao nível dois e depois, eventualmente, mais tarde ao nível um, mas que ainda não têm condições para isso. Eu não sei se não seria mais correcto, em vez de estar a criar uma nova instituição, criar um estatuto diferente dentro da União Europeia que, no fundo, seria um estatuto provisório e temporário até estar em condições de subir para o nível um. Ao se criar uma organização em que esses países ficam de fora pode eternizar o afastamento da União Europeia. Pode atrasar o processo de adesão? Pode haver aquela sensação e dizer que esses países já têm uma aliança e não é preciso mais. Há um outro aspeto que é preciso perceber. Uma organização desse tipo vai implicar novas instituições, vai ser preciso uma assembleia parlamentar, um conjunto de cimeiras, dificultando muito, se quisermos, a própria governação da União Europeia. Há um outro ponto que me põe algumas reservas, no que concerne a esta proposta adiantada pelo Presidente Macron. Parece-me que vamos precisar de uma conferência de segurança europeia para estabelecer os novos quadros para a segurança da Europa. Essa conferência já pode ser ela própria, digamos, uma instância na qual este tipo de alianças e de aproximação sejam feitas, portanto pode também ser uma fórmula para resolver este problema, uma alternativa. Sinceramente, parece-me que a ideia é demasiado complexa e a França, não só a França, não está disponível para acolher estes Estados a curto prazo. Não há um risco de alguns dos Estados membros decidirem que a União Europeia é demasiado restritiva e deixarem a União Europeia para ficar apenas na Comunidade Política Europeia? Claramente, não tenho dúvidas sobre isso. Este projecto recebeu o apoio do chanceler alemão Olaf Scholz e o Presidente Emmanuel Macron disse que o Reino Unido poderia ter um "lugar pleno" nesta nova "Comunidade Política Europeia”? Há essa possibilidade? Eu acho isso muito difícil. O Reino Unido estaria muito disponível para participar num tipo de organização com estas características, mas não se ela for proposta pelo eixo franco-alemão nestes termos. Eles vão considerar que isso, no fundo, é um regresso à União Europeia. Um entendimento com o Reino Unido no quadro de uma conferência de segurança europeia é muito importante, mas tem que ser feito com o Reino Unido, não pode ser feito de fora para dentro. É evidente que a Alemanha e a França não podem fazer nenhuma proposta de enquadramento segurança europeia sem o Reino Unido, isso não faz sentido absolutamente nenhum. O Reino Unido é, de longe, a potência militar mais forte da União Europeia, uma potência económica e global, evidentemente tem que ser tratada como tal. Eu receio que, por vezes, algum nacionalismo ou patriotismo francês tende a esquecer estas realidades. O Presidente francês e a França têm a obrigação de não esquecer porque, apesar da rivalidade histórica com o Reino Unido, nos grandes conflitos europeus do século 20, o Reino Unido e França estiveram sempre do mesmo lado. Qualquer solução que se encontre não pode ser unilateral. Emmanuel Macron também se mostrou favorável a uma revisão dos tratados da União Europeia, como foi proposto pelo Parlamento Europeu, para ganhar eficiência institucional em tempos de paz como em tempos de crise. Porém treze dos vinte e sete países da União Europeia opuseram-se ao lançamento de um procedimento para alterar adivinha-se uma longa batalha? Sim, eu penso que vai ser uma batalha longa e difícil. Eu sou favorável a uma revisão dos resultados, embora ache que estamos todos a correr um pouco depressa demais. Repare, é evidente que o conflito provocado pela invasão russa da Ucrânia está longe de ter uma perspectiva de solução. Enquanto se mantiver esse quadro, eu acho que é difícil à própria União Europeia rever o seu posicionamento e enquadramento porque muita coisa pode mudar para esta solução que há de ser encontrada para o problema da Ucrânia. Não sei se nós não deveríamos esperar mais tempo e eu penso que é esse, também, o posicionamento de alguns desses Estados. Agora, é verdade que para a União Europeia poder agir mais rapidamente e mais eficazmente, para além de haver muitos procedimentos que se podem alterar sem revisão dos tratados, a revisão dos tratados poderia ser importante. Há hoje um certo clamor das várias opiniões públicas europeias que considera que este é o momento oportuno. Porém, há muitos Estados que receiam que se iniciarmos uma convenção vamos perder muito tempo, vamos esgotar recursos, e não vamos concentrar as nossas forças no desenvolvimento de algumas tarefas que são verdadeiramente importantes.
Decisões baseadas na interação ou na autoridade? - De maneira geral, nós temos nossos corações e mentes formatados para confiar nas autoridades. - E é justamente as autoridades, aquelas que definem o que é verdade, que acabam resistindo e influenciando para que a mudança não ocorra, apesar dos fatos. - Em geral, as autoridades de um antigo sistema em crise estão ali muito mais para defender o legado existente do que pensar em outras possibilidades. - Nas grandes crises, como a atual, há uma ENORME demanda por Ferramentas Epistemológicas, que nos ajudem a perceber o que é mais verdade e o que é mais mentira. - Boa parte do processo inicial de inovação é a de conseguir superar os paradigmas da Procura da Verdade, via Autoridade. - Repare que quando pessoas vão apresentar argumentos com pouca lógica há um apelo maior para efeitos especiais emocionais. - Na Lógica das Autoridade as pessoas são levadas a pensar não no que é dito, mas por quem é dito. - Os Sistêmicos se esforçam para defender no mercado diagnósticos pouco lógicos, mas que são aceitos pelo efeito do marketing e não pelo embasamento lógico dos mesmos. https://bit.ly/artigobimodal230322 É isso, que dizes? Venha conhecer a Visão de Futuro para Empreendedores da Bimodais! Me manda um Zap: 21-996086422 (Nepô, chega de MIMIMI!) Ou: https://sun.eduzz.com/932565 Quer ser um parceiro da Bimodais e ganhar a cada aluno novo indicado? Entre por aqui: https://bit.ly/bimodalparceiro Quer comprar o último livro feito dentro da escola "Civilização 2.0", é por aqui: https://sun.eduzz.com/347192
Os outros sempre são a pauta da nossa vida. Falar da vida alheia nos dá uma atração. Mas por quê? Uma das respostas possíveis é de que nossa vida não é tão atraente quanto tema ou se é pode ser comparada e por isso não deve ser lembrada. Falar dos outros nos livra de ter que enfrentar o julgamento sobre nossa própria vida. A fofoca é prática comum e já ocupou os lugares dos prazeres que temos ao ouvir sobre a vida alheia nos meios de comunicação. Repare que passamos um bom tempo falando da vida alheia. Nas cidades coloniais brasileiras a porta de entrada dava na calçada e a janela era um bom lugar para se ver a rua, as pessoas e comentar do transeunte. Mas a prática não é boa e nosso julgamento carece muito de alteridade. Uma palavra de origem latina, “alteridas”, diferença. As pessoas são diferentes. E temos que compreender que a lógica dos valores que se formou no outro não é a mesma que consideramos ideal ou de nossa formação. Lembre-se da frase “ninguém é igual a ninguém”. E cada um tem seus motivos. Em “O Grande Gatsby”, livro de Scott Fitzgerald, no nas primeiras páginas, o autor lembra de uma frase de seu pai que afirma que “Sempre que sentir vontade de criticar alguém, lembre-se que nem todas as pessoas do mundo tiveram vantagens como você”. O autor afirma que esta frase o guiou e não sai de sua cabeça. Devemos fazer o mesmo. Antes de julgar os outros temos que entender sua lógica e compreender que usamos a nossa que não é tão confiável assim. Afinal, somos capazes de fazer a autorreflexão para depois nos darmos ao trabalho de julgas os outros? As redes sociais estão cheias de julgamentos pessoas sobre outras pessoas. Falamos e vivemos de dar medida a quem está a nossa volta. Se quer, nós temos consciência de nossos próprios atos. E em lugar algum vamos aprender a conviver se não colocarmos em nossa mente que julgar fala mais sobre quem julga do que de quem é julgado. A coerência é conhecer e compreender de quem se fala, mais ainda, ter coerência entre quem somos e do que estamos falando.
Aqui encontramos Jesus novamente ensinando por parábolas diante do povo e dos mestres da lei. Dessa vez em Jerusalém Jesus lhes apresenta uma parábola fascinante onde o plano de Deus de salvação para o povo de Israel é comparado a uma lavoura. A parábola conta a história de um patrão que planta uma vinha e vai viajar, porém, antes de viajar ele aluga sua terra para pessoas que possam cuidar da sua plantação enquanto está viajando. Quando chega a época da colheita, o dono da terra então envia servos para irem buscar sua parte da colheita da vinha. Foram três ao todo. Entretanto, os homens que alugaram a terra recebem estes servos com paus e pedras. Um espancando roubando tudo o que tinha e o expulsando da terra; outro o humilhando após o espancar e também o expulsando; o outro ainda fizeram o mesmo até que o patrão da terra manda seu próprio filho na esperança que o respeitem. Aqui podemos notar algo interessante, pois qual pai entregaria seu filho a bandidos e ladrões em troca de uma vinha? A não ser que a vinha tivesse um valor especial para o patrão e houvesse alguma garantia de que no final o filho voltasse a vida, pois a morte era certa. Assim é o maravilhoso plano de salvação. Nós somos a videira que Deus, o Senhor desta terra plantou nessa grande lavoura que chamamos terra, ocupada por pessoas que fazem o que bem entendem neste mundo e que não têm o menor interesse de dar a Deus os frutos que são dele por direito. O patrão não tinha necessidade de plantar uma vinha, mas mesmo assim o fez porque a decisão era dele. Assim também Deus nos criou, porque Ele é soberano e decidiu por pura graça nos dar o sopro da vida. Assim também como o patrão sabe o tempo certo da colheita, Deus também sabe de tudo a nosso respeito. Ele sabe das nossas fases, quando estamos dando frutos ou não. Sabe quando estamos cheios de vida ou murchos, quando as lutas do dia-a-dia nos faz secar como no sol quente e quando estamos afogados em nossos problemas como em meio às tempestades. Ele sabe bem quando estamos azedos, doces ou maduros. Quando estamos precisando de uma poda para arrancar aquilo que tem nos sugado a vida. Deus nos vê e nos conhece mesmo que não o vemos. Ele não se esquece de nós. Em meio a toda essa parábola podemos notar que Jesus está se referindo aos profetas do Antigo Testamento quando menciona os servos enviados que foram rejeitados. E o filho do patrão é a representação clara de Cristo que entra na história para nos salvar. Ele sabia que ele viria e seria maltratado, espancado, humilhado e morto por aqueles que ele deixou encarregados da lavoura. Aqui Jesus nos anuncia o grande plano de Deus onde Ele teria que morrer para nos salvar. No versículo 15 Jesus declara que “o dono da vinha virá e exterminará aqueles lavradores e dará a vinha a outros”. Repare serem usados verbos visando o futuro dando clareza ao fato de que Jesus estivesse falando de algo real. Os que ouviam contestam no versículo 16, mas Jesus responde fazendo alusão ao Salmo 118:22 dizendo “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular”. Aqui Jesus está se apresentando como a peça central do plano de Deus que foi rejeitado e ele completa dizendo que seriam reduzidos ao pó. Ao ouvir isso os que ouviram entenderam o que Jesus quis dizer com a parábola e que estava os comparando aos lavradores maus. Por isso, assim como na parábola buscavam fazer mal ao Filho. Certamente esta parábola passa despercebida por muitos cristãos, apesar de estar repetida diversas vezes nas escrituras. Devemos gravá-la em nosso coração, pois é o plano perfeito e gracioso de Deus para nós. Portanto, irmãos confiemos na vingança do Senhor que reduzirá o inimigo ao pó e confiemos no Senhor da nossa salvação que logo virá para nos colher para o seio de Abraão. Encerro o devocional de hoje com aquilo que Pedro e João disseram ao sinédrio em Atos 4:11-12.
Karol graduated the School for the Renewable Energy Science in Iceland. He is working with climate and energy, and for the last 9 years he has been working with a global company on establishing and implementing climate strategy. He lives in Malmö and shares solutions on Instagram through the profile KaroLowCarbon. Learn more about Zero Waste Stockholm
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No cafezinho anterior, no qual falei de alta e baixa cultura, terminei perguntando: qual das duas é a melhor? Depende. Se eu estiver em Salvador, num daqueles resorts maravilhosos, na beira da piscina, com uma caipirinha nas mãos, vou curtir um axé sim senhor. Vou relaxar com a baixa cultura e sair feliz, relaxado, descansado e fisicamente aliviado. Mas se eu estiver no Auditório Ibirapuera assistindo a um show d' Os Mulheres Negras, estarei ligado e atento para não perder as referências a outras músicas, os lances de ironia, a interação entre os integrantes da banda. E a cada vez que eu perceber um detalhe, eu sentirei uma pequena vitória. E sairei de lá intelectualmente feliz, certamente maior do que entrei. Sacou? Cultura tem a ver com o contexto no qual você escolhe estar. Repare que eu usei o termo ESCOLHE. Cabe, portando, a cada um escolher o tipo de cultura que melhor atende à demanda daquela hora e lugar. A baixa cultura não pode eliminar a alta cultura. Quem curte a baixa cultura não deve ser esnobado por quem curte a alta cultura. E vice-versa. A baixa cultura faz crescer a bunda, melhorar o gingado, ficar com alguém e se divertir um bocado, o que é muuuuuito bom. Mas é pouco. Quem escolhe apenas a baixa cultura, limita seu crescimento intelectual. A alta cultura me obriga a desenvolver o intelecto, a compreender melhor o mundo, a fazer escolhas mais sofisticadas e a aproveitar oportunidades que não se encontram com a bunda. A alta cultura me ajuda até mesmo a escolher a baixa cultura que vou consumir, sacou? Mas quem escolhe apenas a alta cultura provavelmente se transformará num chato, mal humorado e antissocial. Sacou? É tudo uma questão de escolha. E daquela palavrinha que eu adoro usar: equilíbrio. No Youtube: https://youtu.be/oa7rZE8kWaA Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Acesse http://mundocafebrasil.com
No cafezinho anterior, no qual falei de alta e baixa cultura, terminei perguntando: qual das duas é a melhor? Depende. Se eu estiver em Salvador, num daqueles resorts maravilhosos, na beira da piscina, com uma caipirinha nas mãos, vou curtir um axé sim senhor. Vou relaxar com a baixa cultura e sair feliz, relaxado, descansado e fisicamente aliviado. Mas se eu estiver no Auditório Ibirapuera assistindo a um show d' Os Mulheres Negras, estarei ligado e atento para não perder as referências a outras músicas, os lances de ironia, a interação entre os integrantes da banda. E a cada vez que eu perceber um detalhe, eu sentirei uma pequena vitória. E sairei de lá intelectualmente feliz, certamente maior do que entrei. Sacou? Cultura tem a ver com o contexto no qual você escolhe estar. Repare que eu usei o termo ESCOLHE. Cabe, portando, a cada um escolher o tipo de cultura que melhor atende à demanda daquela hora e lugar. A baixa cultura não pode eliminar a alta cultura. Quem curte a baixa cultura não deve ser esnobado por quem curte a alta cultura. E vice-versa. A baixa cultura faz crescer a bunda, melhorar o gingado, ficar com alguém e se divertir um bocado, o que é muuuuuito bom. Mas é pouco. Quem escolhe apenas a baixa cultura, limita seu crescimento intelectual. A alta cultura me obriga a desenvolver o intelecto, a compreender melhor o mundo, a fazer escolhas mais sofisticadas e a aproveitar oportunidades que não se encontram com a bunda. A alta cultura me ajuda até mesmo a escolher a baixa cultura que vou consumir, sacou? Mas quem escolhe apenas a alta cultura provavelmente se transformará num chato, mal humorado e antissocial. Sacou? É tudo uma questão de escolha. E daquela palavrinha que eu adoro usar: equilíbrio. No Youtube: https://youtu.be/oa7rZE8kWaA Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Acesse http://mundocafebrasil.com
Nuevo episodio de la semana, aun que hoy no debería pero hoy tenemos noticias interesantes, hoy os comentaremos 4 temas de actualidad del mundo Apple, hoy tenemos : Apple permitirá que cualquier usuario repare su propio dispositivo, El máximo responsable de HomeKit deja Apple tras casi tres años en la compañía, Continua la expansión: Tras Samsung Apple Music llega a los televisores de LG y ya puedes actualizar tus AirPods Pro y AirPods 3 a la versión 4A402 y 4B66. Ahora os emplazo a escuchar el episodio y escuchéis nuestros puntos de vista hacia estos temas de actualidad. Un saludo Applelianos/as. //Donde encontrarnos Canal Twitch Oficial https://www.twitch.tv/applelianosdirectos Grupo Privado https://t.me/joinchat/5E0F_4C-r9xjNGM0 Canal Calidad FLAC https://t.me/ApplelianosFLAC Mi Shop Amazon https://amzn.to/30sYcbB Twitter Oficial https://twitter.com/ApplelianosPod Apple Podcasts https://podcasts.apple.com/es/podcast/applelianos-podcast/id993909563 Ivoox https://www.ivoox.com/podcast-applelianos-podcast_sq_f1170563_1.html Spotify https://open.spotify.com/show/2P1alAORWd9CaW7Fws2Fyd?si=6Lj9RFMyTlK8VFwr9LgoOw Youtube https://www.youtube.com/c/ApplelianosApplelianos/featured
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Nos cagamos de risa
Maria - Guaianazes, pergunta: Toda vez que reza o terço boceja muito. Por quê? Padre CIdo, responde: Maria. A oração Mariana do terço, por ser repetitiva, nos acalma. Quantas pessoas eu conheço que quando têm insônia, desfiam as contas do terço e conseguem logo pegar no sono. As orações repetitivas têm o dom de nos acalmar e relaxar. Elas funcionam como os mantras do hinduísmo. Repare que nos velórios, diante da dor da despedida de uma pessoa querida muita gente entra num choro nervoso e compulsiva. Alguém então puxa o terço e as pessoas se acalmam Por isso, minha irmã, não se preocupe com seus eventuais cochilo no terço. Ajuda muito pata não cochilar, a meditação de cada um dos mistérios gozosos, luminosos dolorosos e gloriosos. Nesta meditação, Nossa Senhora nos leva a Jesus. Deus abençoe você, minha querida irmã.
1. Há muito, muito tempo, no tempo em que era tudo analógico, os Ban, uma banda do Porto, lançaram uma canção que foi um êxito. Chamava-se ela “Irreal Social”, era muito dançável, e dizia que “popular” era “surrealizar por aí”. Foi mesmo há muito, muito tempo, no tempo em que se ouvia música em cassetes de áudio e se via filmes em cassetes que tinham de ser devolvidas devidamente rebobinadas no videoclube. No tempo em que digital tinha a ver com dedos e não com uns e zeros. Repare-se: o surrealismo ainda era assunto, até de cantigas de discoteca. Ainda era popular. Ainda estava in. Agora não. Agora o surrealismo está out. Perdeu brilho e clientela. Breton e os seus manifestos, Freud e o seu id, Dali e o seu bigode, Cesariny e a sua dentadura, tudo cheio de teias de aranha.Se fosse agora, Ana Deus e João Loureiro, os vocalistas dos Ban, cantavam que “popular” é “viralizar por aí”. Lá isso é. Especialmente no Twitter e no Facebook, as duas plataformas de “irreal social” em que passamos mais horas. Estamos sempre agarrados aos smartphones: no semáforo vermelho, na fila da caixa do supermercado, até no passeio higiénico do cão, a trela na mão esquerda, o polegar da mão direita a scrollar no telelé. Numa pesquisa recente sobre o uso dos telemóveis em nove países de quatro continentes, uns estudiosos da University College London chegaram à conclusão que somos uns “caracóis humanos que carregamos as nossas casas no bolso”. O estudo foi citado em todos os media mundiais. Lá está: viralizou.2. Atenção. Esta coisa do “viralizar por aí” tem os seus quês. Nunca se sabe bem quando é que o formigueiro das redes sociais pega num assunto e o espalha como fogo num dia seco num prado seco em dia de alerta vermelho da protecção civil. Por exemplo, João Loureiro já não viraliza grande coisa. Nem quando passou por aquelas vicissitudes com um voo em jato privado ao Brasil. A virose, nestas autárquicas, também anda fraca. Os “tesourinhos” são poucos. Tentam fazer-nos cócegas com uns nomes mais patuscos de candidatos ou de terras, mas é quase tudo tristonho. Esta semana houve alguma chispa com os outdoors de “Poço, Alexandre Poço”, o candidato galã do PSD em Oeiras. As meias e a pose dele alegraram um pouco os olhares das eleitoras. Se der para subtrair votos ao dinossauro Isaltino não faz mal nenhum.O que viralizou por aí muito, ainda com mais velocidade do que a variante Delta do SARS-CoV-2, foi um filme do director dos recursos humanos da TAP, na Plaza Mayor de Madrid, que deixou indignado o pavio curto do ministro Pedro Nuno Santos. Tiro e queda. Melhor dito: filme e queda. Esta semana, o homem lá teve de deslargar o emprego. Também viralizou por aí muito uma filmagem feita à má fila a Paulo Rangel, que o mostrava aos baldões numa bruxuleante rua de Bruxelas. Por “bruxedo”, aquele vídeo foi parar ao FB a poucos meses das próximas eleições internas do PSD. Pouco tempo depois da divulgação desse vídeo, saiu uma primeira página miserável do semanário Tal & Qual com assuntos da intimidade do eurodeputado laranja. Felizmente, essa manchete não viralizou.Estamos em Agosto. Mês de descanso, de férias. Evitemos coisas pesadas. Deixemos para um futuro Olho de Gato a reflexão sobre este vírus reles que invade, cada vez mais, as vidas privadas das figuras públicas. E até das menos públicas.
Amigo, amiga, calcula-se que em um dia comum milhares de palavras saem da nossa boca. O que você talvez não saiba, é que de maneira sobrenatural, as palavras que saem da sua boca têm poder de vida e morte; prosperidade e escassez, mais do que você imagina. Repare na atitude de pessoas prósperas e felizes, o que elas comunicam? como elas falam da própria vida; mesmo diante dos problemas? E pessoas escassas, observe o quanto elas murmuram, sempre focando no que falta e nunca enxergando o amanhã como uma nova chance de fazer diferente, como algo bom. No PVCast de hoje, eu quero te convocar para um novo comportamento, uma nova atitude, algo que trará para sua vida um resultado sobrenatural e um novo estilo de vida.
Vivemos tempos em que os ignorantes se sentem no direito a má educação. O respeito deu lugar ao desprezo e agressão. A trava na língua das ofensas, não funciona mais, foi desligada pelo excessivos. Uma mudança perceptível. Repare, perceba o quanto o respeito a diferença se perde. As agressões estão legitimadas e os agressores destilam. As pessoas se sentem no direito de invadir a vida alheia e agredir. Falam o que vem a cabeça e não pensam no que estão falando. Se lhes cabe o direito de invadir a vida alheia. A carência de sentido e interesse em nossas vidas nos faz ficar atentos a vida dos outros. A limitação que grande parte dos seres humanos tem de compreensão da complexidade de sua própria vida. O “reino do nada” tem que se preocupar com alguma coisa. Alguns, em seu mundo limitado necessitam da vida alheia como debate para distrair uma vida monótona e gerar um sentimento de utilidade e relevância. Estes tempos que estamos vivendo, ultrapassou o limite do esperado e tolerável para avançar com intolerância e imposição. Potencializou as pessoas que antes tinham ciência de sua inabilidade para analisar a complexidade. Deu falsa notoriedade aos limitados e acabou com os limites do bom-senso. Mas como isso aconteceu? A taba rasa é coisa comum. Em um país limitado na formação de seus membros com a racionalidade necessária, a expressão da miséria humana não se dá só na desigualdade econômica, no empobrecimento da população. Está principalmente na compreensão da realidade de maneira pobre. Aqui, não se empobrece o ser humano pela limitada condição de vida material. O que se tem como principal problema, é o empobrecimento mental. A formação brasileira gerou um grupo de seres intermediários que se coloca na condição fundamental do controle da vida coletiva das populações mais pobres. Distribui migalhas como fonte de recursos e estabelece uma visão precária da vida. Entre os pequenos empresários há uma parcela embriagada por sua história que considera referência universal. Alguns, também, herdeiros dos governos autoritários que fizeram a fortuna de seus pais, acreditam que foi este ambiente que deve ser reinstalado como a garantia de prosperidade futura. Pobres criaturas, vão descobrir de uma maneira amarga, dolorosa e monetariamente cruel, que estavam errados. Foi exatamente a liberdade, as oportunidades de um mercado diversificado e as políticas econômicas de investimento social que geraram o favorecimento para suas empresas, fazendo que elas prosperassem. Se o que defende em praça pública acontecer, vão “cava a própria cova” e não terão muitos para chorarem em seu enterro. Possivelmente, nem os próprios filhos. O que não se pode conter é o movimento das mudanças. E quando se tenta represá-lo, ele ganha mais força. E, se corre o risco, de acontecer de forma violenta pelo tempo que foi contido.
En esta hora haz un acto de reparación por tus pecados...
Eugénio Tiny é candidato independente às eleições presidenciais de São Tomé e Príncipe marcadas para o próximo dia 18 de Julho e nas quais participam 19 candidatos. Em entrevista à RFI, o candidato afirma que a sua candidatura "é uma candidatura de coragem". Apresenta-se nesta corrida eleitoral como candidato independente. Porque é que decidiu candidatar-se ao cargo de Presidente da República de São Tomé e Príncipe? Eu vivo em São Tomé e Príncipe há muito tempo. Já desempenhei várias funções, por isso mesmo acredito que estou em condições de poder dar a minha contribuição ao país. Afirma que “sentiu o dever de dar a sua contribuição para o desenvolvimento do seu país”. Qual é que é o seu projecto para São Tomé e Príncipe e para a diáspora? O que falta neste país é sinceridade, honestidade, programa e projecto para arrancar São Tomé e Príncipe da situação em que se encontra. E qual é que é a situação em que o país se encontra? Se eu não tiver um quadro que me permita levar a cabo esse desejo, esse projecto, fica tudo na mesma, como tem estado até agora. Dir-me-á ‘então porque é que não deu a sua contribuição para que as coisas mudassem?'. Eu digo-lhe honestamente que tentei. Criei um partido político, mas logo a seguir o partido foi assaltado por outras pessoas. Aqui o grande problema que existe em São Tomé e Príncipe é que não há unidade para nada. A minha candidatura é uma candidatura de coragem porque as coisas estão, de tal modo mal, que exige que o candidato, não sendo pau mandado de ninguém, consiga encarnar ele próprio o desenvolvimento do país e, com um grupo sério, avançar. De outra forma, é impossível. Isto está com corrupção por todos os cantos ao mais alto nível. Onde é que vamos parar com isto? Vivemos acima do rendimento do país. Falou da corrupção. O abuso sexual, a violência doméstica, o consumo de droga e álcool e a corrupção são flagelos que atingem o país. O que pode fazer o chefe de Estado para resolver estes problemas? O chefe de Estado pode, uma vez que a própria Constituição dá ao Presidente essa possibilidade. É por isso que eu me candidato. Como jurista, sei em que ponto está o país e o que é que nós podemos fazer. O chefe de Estado tem de estar acima de todos os partidos políticos para que ele possa exercer a sua influência real. Eu não digo magistratura de influências porque já não vou nessa cantiga. É preciso uma magistratura real, naquilo que se pode fazer de facto e que está na própria Constituição do país. Ele pode fazer alterar tudo. É isto que eu pretendo fazer e tem de ser feito já. Não se pode adiar. A própria divisão política administrativa do país não está bem. Isso traz gastos excessivos para a nação que não tem dinheiro e que vive de mão estendida. Considera que esta divisão também se reflecte no facto de existirem 19 candidatos a estas eleições presidenciais? É evidente. Essa questão que me coloca, eu estou de acordo consigo, em princípio. Eu, no dia 21 de Dezembro de 2019, anunciei a minha predisposição de me candidatar. Não tem nada a ver com as pessoas que apareceram depois. Há 19 candidatos porque as pessoas não acreditam mais em ninguém. Ninguém acredita mais em ninguém neste país, como tal, é normal. Estamos no período de transição, sem darmos conta disso, porque estamos na era da luz, ou seja, a era da universidade são-tomense. Apesar das dificuldades existentes e do baixo nível de ensino, nós temos universidades neste momento, por isso já há muita gente com formação superior e média no país. Nós temos uma massa crítica que pode ajudar nesse sentido e que não havia antes. Várias pessoas iam para fora fazer formação superior e depois não regressavam. Agora não. Neste momento, temos muita gente com formação superior. Já podemos criar um quadro que nos permita avançar. Isso é o mais importante. Eu acho que esse é o maior ganho que nós tivemos ao longo desse tempo. Bem conduzido, com uma boa liderança, este país dá o salto rápido. São Tomé e Príncipe é considerado como um dos países mais pobres do mundo e também como um dos mais endividados, sendo que 50% do Produto Interno Bruto (PIB) é assegurado pela comunidade internacional. A situação agravou-se com a pandemia da Covid-19. Que papel deve exercer o chefe de Estado para reduzir esta dependência? A primeira coisa que se deve fazer é voltar a fazer com que o país seja credível. Se alguém vem instalar um negócio em São Tomé e Príncipe, aparece logo gente que quer ser sócio, sem gastar um tostão. Sabotam tudo. As coisas não avançam, logo o chefe de Estado, estando acima de toda a gente e não sendo um individuo corrupto, combatendo sem tréguas a corrupção, nós vamos avançar. As instituições cansaram-se de São Tomé e Príncipe. O país é pobre. Quantas pessoas têm casa em Portugal? Compraram com que dinheiro? Venha a São Tomé ver os carros de luxo que circulam aqui. Compraram com que dinheiro? Entretanto, eu estive sem alunos, que fizeram as provas todas e foram para casa depois porque não conseguiram bolsas de estudo. O dinheiro de uma viatura de um dirigente dá para pagar bolsas para toda a gente. Onde é que nós estamos, afinal de contas? Onde é que está o governo? Onde é que está toda a gente? Em São Tomé e Príncipe, muitos dos poderes estão na mão do primeiro-ministro. Se for eleito chefe de Estado, a sua presidência será marcada pelas boas relações com o chefe do executivo, mesmo na eventualidade de este poder ser de outra família partidária? Mesmo se este poder for de outra família partidária, a coisa vai funcionar. Eu sei o que vou fazer. Estudei isso ao longo do tempo. Uma coisa é o poder do chefe do governo, outra coisa é o poder presidencial. Os dois poderes não chocam, integram-se, complementam-se. O que acontece é que essa complementaridade não tem sido feita por causa das posições individuais que cada um vai tomando. Não podemos continuar com isso. Um poder integra-se no outro e vice-versa. O que interessa é trabalharmos em conjunto para que o país possa avançar e tem condições para avançar. Eu sou um construtor por natureza. Conseguirei fazê-lo de certeza absoluta. Acredita que será o próximo Presidente da República de São Tomé e Príncipe? Eu não posso dizer que serei, mas trabalho nesse sentido. Isso depende da escolha do povo, livre, que não tem sido livre por causa da corrupção eleitoral. Estou a participar nestas eleições tendo consciência plena de que estou a fazer um mau papel. Às vezes, é necessário que façamos um mau papel para atingirmos os nossos objectivos porque sem poder você não pode alterar nada. Repare, por exemplo, que o 25 de Abril em Portugal foi um acto ilegal, inconstitucional, mas que contribuiu para criarmos hoje um espaço lusófono de entendimento entre todos nós. De vez em quando isso acontece e temos de participar nele. Eu não sei quanto é que cada candidato vai gastar. Eu não sei. Eu anunciei publicamente que iria, se conseguisse, gastar cerca 35 mil euros, mas ninguém disse nada. Vemos dinheiro a circular neste país e ninguém diz nada. Faz tudo parte do mesmo pacote. As finanças vão pedindo aos comerciantes e industriais para pagarem impostos, normal e constitucional, mas, por outro lado, há muito dinheiro a circular e não sabemos a origem do dinheiro. Há corrupção por todos os cantos. O país assim está condenado. Temos de pôr termo a isto.
Alberto Gonçalves comenta a nova estratégia governamental para evitar responder a perguntas incómodas: o isolamento profilático. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Are you busy for the Lord? That's good. So was Martha in her diligent serving. But Jesus graciously showed Martha how her sister Mary had chosen the “better,” the one thing that mattered. It will be good for us to make the same wise choice Mary made.Luke 10:38-42 …[Jesus] came to a village where a woman named Martha opened her home to him. She had a sister called Mary, who sat at the Lord's feet listening to what he said. But Martha was distracted by all the preparations that had to be made [NKJV: But Martha was distracted with much serving]. She came to him and asked, “Lord, don't you care that my sister has left me to do the work by myself? Tell her to help me!” “Martha, Martha,” the Lord answered, “you are worried and upset about many things, but few things are needed—or indeed only one. Mary has chosen what is better, and it will not be taken away from her.”Martha was busy with “serving” Jesus. That is a good thing. Numerous Scriptures speak of the importance of serving the Lord. Nothing that Jesus said here diminishes that. But He pointed out to Martha that her sister Mary had chosen “what is better” — that is, she “sat at the Lord's feet listening” to Him.It is possible to be greatly involved in ministry, in active service to the Lord, and yet end up spiritually dry, caught in what one pastor called the “barrenness of busyness.” Effective service to the Lord is not the end in itself, but rather is something that proceeds from something “better” — that is, from a close, personal, relationship with Jesus Christ that you maintain daily. That, not service, not ministry, is the one thing that matters, the one thing from which all other Christian activities draw their inspiration, direction, and effectiveness.