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Vamos continuar nossa série sobre os grandes heróis da história. Hoje falamos de uma das figuras mais fascinantes do imaginário ocidental: o Rei Arthur.Herói ou invenção? Guerreiro real ou mito encantado? Neste episódio, mergulhamos nas origens da lenda arturiana, atravessando séculos de literatura, magia, batalhas e traições. De Merlin e a espada na pedra à Dama do Lago e a busca pelo Santo Graal, exploramos as muitas faces desse personagem.Arthur, como o conhecemos, é uma figura essencialmente fictícia — uma construção literária e simbólica. Mas sua lenda pode ter sido inspirada por líderes reais que viveram na Bretanha pós-romana, em tempos de caos e resistência. A linha entre mito e história, neste caso, é especialmente tênue.Falamos também de “As Brumas de Avalon”, “A Espada era a Lei”, dos cavaleiros da Távola Redonda, e das tentativas modernas de identificar quem teria sido o Arthur histórico.Como sempre, lembramos: a ideia de “herói” aqui não é simples nem isenta de contradições. Mas sim, Arthur é um dos nomes que moldaram a cultura ocidental e continuam a influenciar nosso imaginário até hoje.
A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana. A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo. “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa. “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.” Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.” Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera. “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A obra de Bernard Cornwell, "O Rei do Inverno", é o primeiro volume da trilogia "As Crônicas de Artur", que reconta a lenda do Rei Artur de uma forma mais realista e histórica, ambientada na Bretanha do século V.A trama é narrada por Derfel Cadarn, um guerreiro saxão que se torna um dos homens de confiança de Artur. Derfel descreve Artur como um líder carismático e um guerreiro formidável, que luta para unificar a Bretanha e defendê-la dos invasores saxões.Em um cenário de guerra, intriga e traição, Artur enfrenta desafios políticos e militares, enquanto lida com seus próprios demônios pessoais. A história explora temas como lealdade, honra, amor e perda, enquanto desmistifica a figura lendária de Artur e o retrata como um homem complexo e falível.Apresentação:@liviamulderEdição: Lívia LeãoEmail: lihnumlivro@hotmail.com
Episódio com o tema " Aspectos introdutórios das cartas a Timóteo " Apresentação: Itamir Neves. Texto Bíblico: : 1 e 2 Tm Introdução As cartas de Paulo a Timóteo e a Tito são chamadas epístolas pastorais. Estão associadas a 1 e 2Coríntios, pois tratam todas elas de questões eclesiológicas. As cartas pastorais foram escritas para os seus auxiliares, depois da sua primeira prisão em Roma, enquanto viajava, provavelmente, na sua 4ª viagem ao visitar a Espanha e, muito provavelmente, conforme Stott, a Grã-Bretanha (1982, p. 6), quando deixou seus auxiliares em cidades estratégicas (Timóteo em Éfeso e Tito em Creta) para o desenvolvimento do evangelho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Elas nasceram em São Paulo, em uma casa onde o horizonte era muito mais do que uma linha distante. Cresceram rodeadas por histórias e vivências que pareciam tiradas de livros de aventura, mas eram reais — escritas a cada expedição, a cada viagem, a cada travessia. Inspiradas pelos pais, ambas foram moldadas por um olhar curioso e inquieto sobre o mundo, um olhar que as levou a caminhos tão diversos quanto complementares. A mais velha enxergou nos diários de bordo e nas linhas do horizonte um convite para seguir seu próprio curso. Apaixonada pela escrita e pelo mar, atravessou fronteiras com a mesma naturalidade com que anotava suas impressões de viagem. Formou-se arquiteta entre São Paulo e Nantes, na França, onde se especializou em arquitetura naval. Mas o destino a chamou para longe das pranchetas e a levou a transformar pequenos barcos em grandes capítulos da sua vida. Da Noruega a Paraty, da Bretanha à Baía de Disko, com liberdade e coragem desbravou milhas e milhas náuticas, protagonizando jornadas solitárias e, ao mesmo tempo, universais. Já a mais nova encontrou seu território nas maratonas. A primeira corrida foi um refúgio durante os dias da pandemia, uma maneira de manter a mente e o corpo em movimento. Autodidata, abraçou a fisiologia como um desafio pessoal até decidir que era hora de contar com a orientação de um treinador. O resultado veio rapidamente: em 2023, ela estreou na maratona de Porto Alegre e, poucos meses depois, cruzou a linha de chegada em Amsterdã, cravando excelentes 3h03m. Para ela, a corrida é um espelho de sua personalidade — uma jornada de autoconhecimento, resiliência e superação. Mas o horizonte dessas duas irmãs não se limita a mares e maratonas. A mais velha é, além de velejadora, escritora, fotógrafa e palestrante, compartilhando suas histórias e reflexões sobre a vida e a natureza humana. A mais nova, formada em Administração de Empresas pela FGV, deu uma guinada no roteiro: trocou o mercado financeiro pelo sonho de ser médica e hoje cursa a faculdade de Medicina no Albert Einstein, sem deixar de lado sua paixão pela fotografia, pela corrida e pela escrita. Duas irmãs, dois caminhos singulares e uma herança comum de coragem, inquietude e poesia. Juntas, hoje aqui no Endörfina, a primeira e única Tamara Wolff Bandeira Klink e a futura doutora Marina Helena Bandeira Klink. Inspire-se! Um oferecimento de @BOVEN_ENERGIA. Quando a paixão pelo esporte encontra a energia transformadora, nascem histórias inspiradoras e uma nova etapa do seu negócio está para começar! Sabia que no Mercado Livre de Energia, você está livre das Bandeiras Tarifárias e pode economizar até 40% na conta de energia? É uma alternativa inteligente para empresas que procuram eficiência energética, economia e compromisso com a sustentabilidade, contribuindo com a redução de emissões de carbono em nosso planeta. Com a Boven, você migra com segurança e tranquilidade, aproveitando todas as vantagens desse modelo. Descubra quanto o seu negócio pode economizar com o gerenciamento da Boven. De energia, a Boven entende! boven.com.br SIGA e COMPARTILHE o Endörfina através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se.
Enquanto o mundo se mobiliza para promover a economia de baixo carbono, falta mão de obra qualificada para realizar o isolamento térmico dos prédios, fabricar veículos elétricos ou para desenvolver, instalar e manter painéis solares e parques eólicos. Apesar do futuro promissor, na Europa, nos Estados Unidos ou no Brasil a formação de profissionais ligados à transição energética ainda é insuficiente e não dá conta da demanda crescente. Em 2023, o setor gerou um recorde de 2,5 milhões de empregos no mundo, segundo a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A alta representa 18% a mais de vagas em apenas um ano, chegando a 16,2 milhões de trabalhadores – principalmente na China, em plena disparada da indústria fotovoltaica para a energia solar, da qual é líder mundial.A Agência Internacional de Energia (AIE) antecipa que, até 2030, 30 milhões de vagas deverão ser preenchidas nestas indústrias em todo o planeta. Não é diferente no Brasil, onde a parte das fotovoltaicas quadruplicou e hoje responde por 20% da matriz elétrica brasileira. O setor gerou mais de 1,4 milhão de empregos desde 2012, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).“A tendência é continuar crescendo. Algumas projeções indicam que a solar fotovoltaica vai representar 50% da nossa matriz elétrica. Mas a gente percebe uma escassez de mão de obra qualificada – não somente para cargos de gestão, como para a fábrica, para a instalação dos sistemas, por profissionais que sejam formados para isso”, afirma Bárbara Rubim, vice-presidente da entidade.Leia tambémComo o Reino Unido conseguiu ser o primeiro país desenvolvido a se livrar da energia a carvão“Num cenário de médio prazo, o setor de energia vai demandar cada vez mais um profissional com um perfil plural, que consiga entender a parte técnica, mas também tenha uma visão mais ampla de desenvolvimento e de país – até para conseguir pensar melhor o futuro das empresas num setor, e também num país, que têm mudado tanto”, salienta. Fuga de cérebros Rubim reconhece que a escassez de profissionais desacelera o potencial de desenvolvimento das renováveis no país. Outro problema é a fuga de cérebros: num contexto em que sobram empregos na área nos países ricos, como nos Estados Unidos, o Brasil nem sempre têm conseguido segurar os seus talentos.“A fuga de cérebros se torna um problema sobretudo quando a gente olha a pesquisa e desenvolvimento, que já é uma dor crônica do nosso país. Sem dúvida alguma, a reindustrialização verde também perde um pouco de força”, indica a vice-presidente da Absolar.Na Alemanha ou na França, potências europeias, as empresas buscam, ainda nas universidades e em cursos técnicos, os formandos nestas áreas. Raphael Ameslant, funcionário de uma multinacional de parques eólicos offshore, também dá aulas no Instituto Universitário de Tecnologia de Saint Nazaire, na Bretanha, onde aproveita para recrutar futuros funcionários.“Sempre precisei de técnicos em manutenção e agora está complicado de encontrar bons. Tenho buscado me envolver nos cursos para poder, ao mesmo tempo, buscar estudantes que poderão se tornar técnicos”, disse a Justine Fontaine, da RFI. “Todos aqui já têm contratos assinados.” Faltam alunosO planejamento da França em matéria de redução de emissões de gases de efeito estufa dá respaldo a quem apostar nesta área: a perspectiva do país é de pelo menos triplicar a produção de energia eólica no solo ou no mar, nos próximos 10 anos. Hoje, entretanto, o interesse dos estudantes ainda é baixo. “Fiz um cálculo rápido e isso representa oportunidades para cerca de 600 pessoas por ano, apenas na área de exploração e manutenção. Mas neste ano, teremos apenas 12 diplomados aqui”, lamentou Patrick Guérin, diretor do curso. “Nós ampliamos a nossa capacidade das turmas em 2024, mas o número de candidaturas não subiu. Não compreendo muito bem por quê.” Para Barbara Rubim, da Absolar, a questão é também geracional: até pouco tempo atrás, escolher a área de energia significava trabalhar com petróleo e gás. A transição energética em curso tende a mostrar que as renováveis serão, cada vez mais, uma aposta no futuro.Leia tambémCOP28: dependente do carvão, África do Sul ilustra desafio da transição energética em países emergentes
Baseada em Plescop, uma pequena cidade na Bretanha, a equipe da start-up francesa Ergotech, formada por fisioterapeutas, osteopatas e outros profissionais da saúde, cria objetos sob medida para evitar os problemas de saúde relacionados ao trabalho. Ela é dirigida pelo empresário francês Kévin Le Texier, que entrou no ramo por acaso, após um estágio em uma empresa que fabricava equipamentos médicos. “Um médico do Trabalho me ligou para saber se podíamos criar produtos para pessoas que tinham dores nas costas enquanto dirigiam. Na época não havia nada assim no mercado, e esse continua sendo o caso hoje”, explicou Le Texier à RFI.Para a criação do seu primeiro projeto, ele seguiu um plano específico e foi assessorado por um médico do Trabalho. Le Texier analisou quais eram as limitações e as dificuldades que um motorista profissional, que se queixava de dores nas costas, enfrentava quando estava dirigindo.Em seguida, a empresa criou vários protótipos, até chegar a uma solução que finalmente resolveu o problema do paciente. “Como esse não era o público-alvo da empresa onde eu fazia o estágio, eles me perguntaram se eu estaria interessado em atender a esse tipo de demanda", conta.Como a ideia deu certo, Kévin foi solicitado para outros projetos dentro da mesma empresa para aliviar tendinites – uma das mais comuns é síndrome do canal cárpico, que comprime o nervo mediano que passa no túnel desse canal, no pulso, diminuindo a vascularização.A doença provoca dormência das mãos e dos dedos, que piora à noite, além da perda de força no polegar, dificultando os movimentos no dia a dia, como o uso do mouse. Este é um mercado em plena expansão com o envelhecimento dos assalariados que continuam na ativa. Segundo dados do Instituto de Estatística e Estudos Econômicos, atualmente 15 milhões de franceses têm mais de 60 anos. Em 2030, a expectativa é que eles sejam 20 milhões e que cheguem a 24 milhões em 2060. As reformas da Previdência adotadas em diferentes países do mundo, incluindo o Brasil, fazem com que os maiores de 60 anos devam trabalhar cada vez mais tempo antes de se aposentar. Na França, a idade mínima para ter o benefício recentemente passou para 64 anos para quem nasceu a partir de janeiro de 1968. Estatisticamente, quanto mais a população envelhece e continua trabalhando, mais ela adoece. Catálogo de produtos testadosApós essa primeira experiência, o empresário francês passou a se interessar cada vez mais pela SMT (Síndrome da Miosite Tensional), que pode ocorrer quando o paciente passa, por exemplo, muitas horas sentado em frente ao computador no escritório.A inflamação pode causar dor, desconforto, fraqueza e dificuldade na realização de alguns movimentos que dependem do músculo afetado. Em alguns casos, pode até mesmo gerar manifestações em outros órgãos. Em 2012, a empresa em que o francês trabalhava faliu e ele decidiu adquiri-la. Foi assim que nasceu a Ergotech. “Tudo aconteceu um pouco por acaso”, contaHoje a start-up é referência na fabricação de material para prevenir essas doenças. Muitos dos objetos concebidos e testados individualmente para os pacientes agora integram um catálogo de equipamentos para prevenir e tratar os problemas.Kévin Le Texier ressalta que as soluções não estão totalmente relacionadas ao conceito de ergonomia. Segundo ele, nesse caso é o ambiente de trabalho que se adapta ao paciente, sem personalização do espaço em função de suas patologias.Por hora, os produtos da empresa estão apenas disponíveis na França, mas a ideia é expandir o mercado na Europa e, em um futuro próximo, outros países.
Faltando poucos dias para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a RFI te leva para um passeio no coração de Paris, onde acontecerão várias competições. Vamos ver como estão os preparativos e a expectativa de moradores e visitantes, que encontraram a cidade transformada. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris.A baiana Jacira Arandiba não se incomodou com as obras. "Está maravilhoso e o mais maravilhoso é eu estar aqui, nesta 'belezura', neste lugar incrível e mais visitado do mundo que é a nossa Paris e a nossa torre [Eiffel], que está lindíssima com o símbolo das Olimpíadas", elogia. Enquanto Talita Valença, de Recife, reclama. "Meu amor, para mim está horrível, entendeu? A França do jeito que está. Agora, eu entendo que é por conta das Olimpíadas, tem que ser assim", compreende. "Essa ponte é linda, mas a gente não pode curtir porque está cheia de arquibancadas. Quem está vindo pela primeira vez, vai ficar decepcionado", acredita.Quem desembarca na capital francesa se depara com operários por todos os lados. É no meio de muitos monumentos que atletas do mundo inteiro irão disputar as medalhas feitas com o ferro da Torre Eiffel. "Eu estou achando maravilhoso poder participar desse momento. Eu não vou estar presente nos Jogos, mas eu estou achando bem legal poder ver eles montando, para quando eu estiver em casa, no Brasil, poder ver as estruturas e assimilar com a viagem", diz a advogada brasileira Bruna Simões Barros, que não vai sair decepcionada. "Eu acho que sempre fica marcado, deixa a cidade mais visível para o resto do mundo, não é todo mundo que tem oportunidade de estar aqui. Então, outras pessoas podem ter contato e podem ver um pouquinho, mesmo de longe, viver a experiência que é Paris", diz. A mãe dela realizou um sonho. "Paris era a cidade dos meus sonhos, eu queria muito conhecer. E muitas pessoas no Brasil falaram que nesse momento alguns pontos turísticos estariam fechados, mas de forma nenhuma isso atrapalhou, muito pelo contrário é mais um estímulo para assistir os Jogos mesmo, né?".Águas do SenaA ponte Alexandre III, uma das mais bonitas da cidade e que celebra a amizade franco-russa, já recebeu as arquibancadas para o público dos Jogos Olímpicos. Inaugurada na Exposição Universal de 1900, a ponte elegante cruza as águas do rio Sena, onde todos aqui se perguntam: serão que elas estarão próprias paras as provas olímpicas? "Pois é, estava olhando aqui, além do frio eu não sei como as pessoas vão conseguir pular aí, porque ninguém sabe a pureza desta água. Mas é uma petulância da prefeita de Paris", opina a mineira Tanagra Tenório, em viagem de turismo na capital francesa. "Paris é sempre maravilhosa, está bastante tumultuada, com muita gente, mas é sempre maravilhosa", conta. A organização dos Jogos Paris 2024 não prevê um plano B em caso de os testes na água do Sena não permitirem a natação, apenas um adiamento das provas de triatlon e da maratona aquática, até a data em que as condições estejam próprias para banho. O desfile de barcos com as delegações do mundo todo, na cerimônia de abertura do dia 26, passa sob a ponte Alexandre III. Alguns passos a mais e chegamos ao Grand Palais, em transformação para receber as competições de esgrima e taekondo. Ao lado dele, fica uma grande loja com produtos licenciados dos Jogos Olímpicos: camisetas, bonés, são 1000 opções diferentes. O Comitê de Organização espera vendas de € 2 bilhões em produtos licenciados.Foi lá que a RFI encontrou o brasileiro Luís Carlos. Será que ele vai levar uma lembrancinha? "Ah, eu vou. Estou procurando aqui alguma coisa bem legal, provavelmente um mascote, que é bem interessante. Bem legal", diz. As mascotes dos Jogos de Paris 2024 representam o barrete frígio, ou barrete da liberdade, um chapéu, utilizado por militantes na época da Revolução Francesa, em 1789. Parque UrbanoDeixamos as compras de lado, e seguimos rumo a outro ponto central das Olimpíadas. A praça da Concórdia, no coração de Paris, foi fechada à circulação para receber os esportes urbanos. É no entorno do famoso obelisco de Luxor, presente do Egito, que vão acontecer as competições de break dance, skate, BMX, e basquete 3 X 3. Um parque urbano está sendo montado para isso, onde os espectadores poderão conhecer a cultura urbana, acompanhar performances, ouvir DJs e frequentar restaurantes. Conversamos com turistas americanos que passeavam de patinete. O guia, natural de Boston, já sabe o que esperar: "Vai estar movimentado, 14,5 milhões de pessoas estarão na cidade neste verão, é o que eles esperam", lembra Jack. "E vai ser caro vir para cá, os tíquetes de metrô irão dobrar de preço, as tarifas de hotel estarão mais caras e os restaurantes também, vai se gastar dinheiro, mas vai ser divertido, pois eles estão fazendo os Jogos Olímpicos como nunca se fez antes", observa. "E usar os prédios que já existem na cidade, é incrível", completa o americano.Spencer, 18 anos, de Utah, nos Estados Unidos, também destaca o aproveitamento de Paris. "Eu gosto como eles estão incorporando a cidade em todos os eventos e usando os diferentes edifícios para coisas diferentes. Isso é muito legal", destaca. Hamza Qhan é taxista na Inglaterra, país que já sediou as Olimpíadas. "Os franceses, eles não querem os Jogos. Eles não querem esta bagunça. Porque todas as ruas estão fechadas, para as obras, não há como sair", relata. "Então, as pessoas não estão contentes, mas é bom para a economia da França, as pessoas virão aqui aos milhares de todo o mundo. E é bom para a cidade, mas os locais não estão contentes", diz. O francês Pascal Samvelle, que vive atualmente na Bretanha, voltou à Paris para ver a preparação dos Jogos. "É impressionante, eu não esperava que fosse tão grande assim. Mas é temporário, depois vai voltar ao que era", comemora. "E foi uma boa ideia, efetivamente, de realizar os Jogos na cidade, e não fora", completa. "Particularmente, eu não era favorável à organização dos Jogos, porque eu penso que custa caro e por uma série de razões. Mas agora, está feito. Espero que ocorra da melhor forma possível, tanto do ponto de vista de segurança, como de animação", espera.O canadense Jeremy, diz que voltará para casa com boas lembranças. "É a primeira vez que eu venho em uma cidade que sedia os Jogos Olímpicos e é muito interessante ver a preparação, e ver as arenas, antes de elas serem exibidas ao vivo na televisão e nós sabemos onde elas são", diz. "E parece que serão as instalações serão bonitas, tudo está incrível, Paris vai fazer um excelente trabalho sediando os Jogos Olímpicos de Verão de 2024", acredita. O famoso jardim do Trocadéro é o local para encontrar os medalhistas. No local, vai funcionar o parque dos Campeões, com acesso gratuito para 13 mil pessoas por dia. De 29 de julho a 10 de agosto, mil atletas vencedores de vários países vão passar por lá para comemorar com a torcida. Também vai haver telões para acompanhar as competições e diversas atrações musicais. O horário de funcionamento é das 16h à meia noite.
A pouco mais de dois meses do início dos Jogos Olímpicos Paris 2024, o Palais de la Porte Dorée, no 12° distrito da capital francesa, inaugurou a exposição "Olimpismo, uma história do mundo". A mostra inédita reconstitui os últimos 130 anos a partir da primeira Olimpíada, em 1896, em Atenas, até os dias de hoje. Daniella Franco, da RFIAtravés de uma viagem cronológica, os 33 Jogos Olímpicos já realizados são retratados paralelamente a fatos políticos que marcaram a evolução da sociedade. Ganham destaque na mostra a admissão de atletas mulheres a partir de 1900, as edições canceladas devido às grandes guerras, o uso dos Jogos na propaganda política de regimes ditatoriais, e a luta de esportistas contra o racismo, discriminações e desigualdades. A exposição também exibe objetos históricos - como as primeiras medalhas e os primeiros uniformes olímpicos - e até antigos instrumentos esportivos. Tudo isso acompanhado de centenas de arquivos, documentos, filmes e fotografias de grandes momentos olímpicos."Essa é uma forma de conhecermos a história dos Jogos Olímpicos e de compreender o que vai acontecer em Paris em 2024. Aqui podemos ver toda a evolução dos Jogos Olímpicos, e como, em vários momentos ao longo da História, esses espaços de visibilidade ecoaram de forma política e social. A exposição também nos permite mergulhar na trajetória de algumas grandes campeãs e campeões", afirma uma das curadoras da exposição, Elisabeth Jolys-Shimells.Segundo ela, a exposição também propõe uma reflexão sobre o futuro dos Jogos, um exercício que considera fundamental para continuar a inscrevê-los na História. "Será que seguiremos realizando megaeventos concentrados em uma só cidade? Será que as questões ambientais e sociais serão mais levadas em consideração? E, finalmente, qual governança será necessária para organizar esses eventos?", questiona.No clima dos Jogos OlímpicosA exposição não tem um público-alvo específico. Entre os visitantes de "Olimpismo, uma história do mundo", há pessoas de todas as idades: fãs de esportes, de História, ou simplesmente interessados em entrar no clima dos Jogos Olímpicos.“Eu não costumo assistir às Olimpíadas. Mas a maneira como elas são apresentadas aqui, ano por ano, com o espectro geopolítico, é superinteressante. Então talvez eu até assista aos Jogos neste ano, sobretudo porque eles ocorrem na França", diz a francesa Astrid Garnier.Outro visitante, Dominique Dounont, viajou da Bretanha, no noroeste da França, à capital francesa especialmente para conferir a mostra no Palais de la Porte Dorée. "O que é muito interessante é que, efetivamente, a exposição nos fala de esportes, mas também da história, desde 1896, ano dos primeiros Jogos Olímpicos, em Atenas. Nessa ordem cronológica perfeitamente realizada, aprendemos muita coisa. Eu já conheço bastante, mas aprendi ainda mais."Florent Le Demazel foi atraído pelo retrato das evoluções geopolíticas exibido na exposição. Um dos enfoques que mais o agradou foi a evolução da participação das mulheres nos Jogos. "A cada edição dos Jogos, de quatro em quatro anos, percebemos que a diferença entre a presença dos homens e das mulheres se reduz, e que, felizmente, há cada vez mais mulheres que participam dos JO. A gente sabe que isso não aconteceu por conta própria, que combates foram realizados e podemos ver essa marca de uma edição a outra”, salienta.A exposição "Olimpismo, uma história do mundo", fica em cartaz no Palais de la Porte Dorée, no 12° distrito de Paris, até 8 de setembro.
Produtores rurais da Bretanha, região localizada no oeste da França, realizaram nesta semana diversos protestos. Imagens postadas no X (antigo Twitter) mostram os agricultores jogando esterco em prédios públicos do país. Eles reclamam das regulamentações excessivas relacionadas ao setor agrícola, agenda verde e acordo entre Mercosul e União Europeia. Confira a análise do correspondente internacional da Jovem Pan, Luca Bassani.
Fim do mistério e de um trabalho que durou um ano e meio. Na sexta-feira (23), o Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024 revelou o percurso da tocha olímpica até a chegada a Paris, no dia 26 de julho do ano que vem, para a grande cerimônia de abertura da Olimpíada. O revezamento de um dos maiores símbolos do olimpismo foi apresentado em grande pompa na capital francesa com a presença dos responsáveis pelo evento, mas também por autoridades, atletas e ex-competidores que deixaram seus nomes na história do esporte francês. No dia 16 de abril, 100 dias antes do início dos Jogos, a tocha será acesa, como manda a tradição, por raios de sol em uma cerimônia na cidade de Olímpia, na Grécia, o berço das Olimpíadas. Depois de nove dias circulando pelo país, a tocha será transportada pelo famoso veleiro Belém, de três mastros, atravessará o Mar Mediterrâneo e chegará a Marselha, no sul da França, no dia 8 de maio. Depois, começa o longo périplo. De Marselha, a tocha percorrerá a região sudoeste da França, até subir para a Bretanha, no noroeste, e embarcar de navio para as Antilhas. O retorno será para Nice, no sul, de onde seguirá pelas regiões sudeste e leste até chegar ao norte, antes de descer em direção à capital. No total serão 80 dias, período em que a famosa chama passará por 400 cidades e cinco departamentos ultramarinos franceses: Guadalupe, Martinica, Guiana Francesa, Polinésia e a Ilha da Reunião).O presidente do Comitê Organizador de Paris 2024, Tony Estanguet, se mostrou otimista ao revelar o percurso da tocha entre as diferentes regiões e territórios da França, num trajeto estimado em 12 mil quilômetros. “Vamos envolver milhares de franceses em 64 regiões diferentes. É o fruto de uma enorme colaboração com os departamentos da França, mais de 400 cidades pediram para receber o revezamento da tocha, o que é mágico para nós, é fantástico, porque esse revezamento vai ser bonito, espetacular, vai ser mágico, vai ser nacional, vai ser esportivo", declarou. "Vamos ter uma grande mobilização de atletas que sonham em carregar essa tocha. Também queremos que pessoas anônimas participem. Queremos celebrar todos os que contribuem para o sucesso do nosso país, e é importante envolvê-los. Mesmo que não estejam ligados ao mundo do esporte", acrescentou. Além das dificuldades naturais de elaborar um percurso tão extenso, os organizadores ainda tiveram que contornar a oposição de muitos prefeitos e presidentes de regiões que se negaram a tirar dinheiro do bolso para participar dessa festa. Muitos denunciaram os custos excessivos para participar do evento, estimado em €150 e €180 mil, o equivalente a uma soma entre R$ 790 mil e quase R$ 1 milhão.O valor foi definido pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris-2024 e será o mesmo para todas as regiões que queiram participar. Essa contribuição paga uma parte das despesas da organização do revezamento da tocha olímpica, desde segurança, logística e as atrações planejadas como animação. O diretor responsável pelo percurso da tocha, Grégory Murac, explicou os gastos e a posição do Comitê Paris 2024. “A organização desse evento custa muito dinheiro. Muitos recursos são mobilizados para realizá-lo. Então, sugerimos aos departamentos franceses que participassem do revezamento. Era realmente o desejo deles, e eles poderiam organizar como quisessem. Para aqueles que não quiseram se envolver com o revezamento, há outras maneiras de promover os Jogos", defende."Alguns departamentos acharam que era uma boa oportunidade para promover o esporte e unir as pessoas em torno do revezamento da tocha olímpica, então eles se juntaram a esse projeto. Nós do Comitê Olímpico Paris 2024 estamos muito orgulhosos por ter mais de dois terços das regiões da França participando e nos apoiando nesse projeto de revezamento da tocha olímpica”, afirmou.Capitães do revezamentoHá uma estimativa de pelo menos 10 mil pessoas participando deste revezamento. Os critérios de seleção devem ser baseados nos valores em torno do olimpismo. Todos que contribuem para o desenvolvendo do esporte em suas cidades e regiões, assim como os envolvidos na preparação do evento, terão prioridade. Junto aos anônimos, também devem desfilar com a tocha celebridades como o ator Jamel Debbouze, o chefe de cozinha Thierry Marx e o astronauta Thomas Pesquet, que já confirmaram participação. Para dar mais brilho à festa, o Comitê Organizador escolheu quatro capitães para esse revezamento, entre eles os irmãos Laure e Florent Manaudou, campeões olímpicos de natação. Laure Manaudou, medalha de ouro, prata e bronze em Atenas 2004, se aposentou das piscinas, mas é uma das personalidades esportivas mais conhecidas do país. Seu irmão, Florent, já conquistou quatro medalhas olímpicas, sendo uma de ouro. Laure expressou sua emoção com a escolha e com a possibilidade de ver seu irmão competir em Paris, no ano que vem. “Sinto-me honrada por poder participar. Para mim, é um sonho que se tornou realidade. De qualquer forma, é uma honra e uma responsabilidade também carregar a tocha. Será um momento especial. E espero que tudo dê certo para que tenhamos um ano espetacular, mágico… Eu parei minha carreira há alguns anos, mas meu irmão Florent continuou no esporte é vai poder viver um sonho de disputar os Jogos em Paris. É uma consagração para um atleta de alto nível. Então, espero que ele participe e que nos faça vibrar”.Apesar do entusiasmo do Comitê Organizador, atletas e apaixonados pelo esporte, o governo francês também mostra prudência e preocupação com o revezamento. Diante de muitos opositores à realização do evento no país, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, alertou prefeitos e autoridades locais de segurança para ficarem atentos a eventuais manifestações e perturbações. Neste percurso da tocha está prevista a passagem por verdadeiros cartões postais e símbolos franceses, como o Mont Saint-Michel, a Polinésia e até o Castelo de Versalhes, já no final do périplo. Se o percurso está definido, o Comitê prefere ainda manter o suspense sobre o local onde a tocha irá chegar. A Torre Eiffel chegou a ser mencionada, mas as apostas continuam abertas, pois o mistério ainda deve durar, pelo menos é o que sugere o diretor responsável pelo revezamento, Grégory Murac. “Há muitas possibilidades, nada está completamente definido, há muitas opções e estamos discutindo. As equipes responsáveis pela cerimônia estão avaliando qual seria o lugar mais interessante e marcante para colocar a estrutura da pira olímpica”, explica.Vale lembrar que a tocha olímpica só surgiu nos Jogos Olimpícos de Amsterdã, em 1928. O revezamento, que teve origem nos Jogos da Grécia antiga, só reapareceu em 1936, na Olimpíada de Berlim.
Uma das inspirações do escritor Umberto Eco em seu romance "O Nome da Rosa", a abadia do Monte Saint-Michel festeja os mil anos de sua igreja com a exposição "A morada do Arcanjo", uma referência a São Miguel, um dos principais representantes da hierarquia celeste, que, segundo a Bíblia, derrotou o demônio. Erigida no topo de uma colina e em meio a marés movediças entre a Bretanha e a Normandia, o prédio medieval foi o monumento tombado pela Unesco mais visitado durante a pandemia de Covid-19 na França. Verdadeira façanha arquitetônica, a abadia é vertiginosa e chama a atenção pela verticalidade. Sua localização no topo da colina e na lateral de um rochedo impõe uma organização complexa, como conta o guia oficial da abadia de Saint-Michel, François Saint-James."Os peregrinos costumavam escalar essa grande escadaria interna ao longo da muralha que contorna o monumento e toda essa parte mais recente da abadia, que é a residência do abade, que não se pode visitar", explica. "Há os escritórios da administração, mas também há os frades e feiras. A abadia pertence ao Estado desde a Revolução Francesa, quando foi invadida, e é administrada pelo Centre des Monuments Nationaux. Mas o Estado francês aceitou o retorno da vida religiosa há pouco mais de 50 anos e hoje há 11 religiosos aqui, 4 frades e 7 freiras, a maioria das quais são mulheres das fraternidades monásticas de Jerusalém, que são inquilinas do Estado e moram nessa parte do edifício", lembra ele.Ponto estratégico no coração da baía no noroeste da França, a abadia também foi uma fortaleza do Ducado da Normandia na Idade Média. Durante a Guerra dos Cem Anos contra os ingleses, apesar dos muitos conflitos que ocorreram na região, o Monte Saint-Michel resistiu. Isso se deveu especialmente à construção de poderosas muralhas, mas, sem dúvida, também ao constante ir e vir das marés. O monte passou por um cerco inglês em 1423 e saiu vitorioso em 1434, tornando-se um símbolo de vitória para o reino da França. "O quarto de hóspedes onde estamos é o quarto onde eles recebem os reis da França, que vêm em peregrinação ao monte. São Luís veio duas vezes, Luís 11, três vezes, Francisco I°, duas vezes. Bem, provavelmente foi nesse quarto que São Luís se banqueteou de costas para a lareira. E, provavelmente, foi nesse cômodo que o rei e seus cortesãos dormiram, como peregrinos", conta François Saint-James, durante a visita ao monumento.O quarto local de peregrinação mais importante da cristandade, depois de Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela, o Monte Saint-Michel é o local de peregrinação mais importante da Europa. "Aqui, não conseguimos ver os limites entre terra, mar e céu. Para os homens e mulheres da Idade Média conhecidos como peregrinos, que cruzavam a Europa a pé às dezenas de milhares todos os anos, a Baía de Monte Saint-Michel era o fim da jornada e a porta de entrada para o além. O mar que a maioria deles descobriu aqui é o remanescente do dilúvio, o Mar Vermelho que se abre diante do povo escolhido. Então eles podem atravessar as águas do batismo", sublinha Saint-James.Trazidos de helicópteroUma das curadoras da exposição "A Morada do Arcanjo", Brigitte Galbrun, falou à RFI sobre a escolha das peças expostas. "Junto com Mathilde Labatut, co-curadora da exposição, optamos por apresentar aspectos pouco conhecidos da história da Igreja do Monte Saint-Michel por meio de objetos escondidos em diferentes partes da abadia, ou que foram trazidos especialmente para revisitar ou conviver com a igreja da abadia"."Alguns dos objetos mais importantes são completamente inéditos, e outros foram transportados de helicóptero, como a estátua do Arcanjo São Miguel em prata em uma base de madeira maciça. Existem apenas duas dessas na França, e temos a sorte de tê-las no departamento. Uma estátua muito bonita do final da Idade Média, que revive uma representação medieval com esse dragão aos pés da estátua. E é claro, há o “tesouro”, porque no século XIX queríamos reviver as grandes peregrinações. E o bispo da época, juntamente com um grande joalheiro e ourives de Paris, projetou um conjunto completo de joias para a coroação de Saint-Michel, ou São Miguel, em português, em 3 de julho de 1878", afirma.Paredes pintadas de brancoDurante a visita, o guia explica as modificações feitas ao monumento, ao longo do tempo. "Tudo era pré-fabricado e pintado de branco na Idade Média. Infelizmente, ao longo da história, os arquitetos-chefes que tomaram conta do monumento mandaram raspar a parede, e todas as decorações desapareceram. Mas aqui é preciso imaginar que, há 1.000 anos, as paredes eram totalmente caiadas de branco, assim como em todos os outros lugares da abóbada. Atrás de mim, certamente havia a representação da virgem e dos anjos e santos. Uma camada de gesso esconde os traços na abóbada. Em todos os edifícios da Idade Média, tem-se duas camadas sobrepostas como pedras falsas, pois a pintura e a escultura eram servas da arquitetura", sublinha o especialista.Enciclopédia da arte gótica O guia François Saint-James ressalta o valor arquitetônico do monumento. "Na noite da Páscoa de 1103, a parede norte da nave desabou e teve que ser substituída. Era uma noite de Páscoa. Os monges estavam rezando aqui e nenhum deles morreu, mas os pisos de madeira foram substituídos por abóbadas de pedra, com arcos cruzados. Você vê aquele arco de pedra que cruza a parede principal? Esse é o nascimento da arte gótica, aqui na abadia. 50 anos depois, em Saint-Denis, nasce a catedral gótica, porque esses arcos de pedra permitem distribuir o peso pela primeira vez. A abadia do Monte Saint-Michel é uma verdadeira enciclopédia da arquitetura medieval", diz.A exposição "A Morada do Arcanjo" fica em cartaz na abadia do Monte Saint Michel até o dia 5 de novembro de 2023.
As emissões de metano da pecuária são levadas cada vez mais a sério pelos países comprometidos a conter o aquecimento do planeta. Na França, enquanto o governo lança um plano global para acelerar a queda de emissões de gases de efeito estufa, um relatório do Tribunal de Contas do país recomenda diminuir o número de vacas nas fazendas francesas, em especial as leiteiras. O órgão ressalta que o setor responde por 11,8% das emissões de CO2 equivalentes no país – o mesmo que as geradas pela construção civil residencial. Desde os anos 1980, pelo menos, os efeitos nocivos da digestão dos ruminantes sobre o clima são conhecidos, mas foram ignorados pela agricultura e pelos formadores de políticas públicas. Em síntese, o processo digestivo do gado libera metano, que vai parar na atmosfera pelo arroto dos animais. O maior problema é que o metano tem um potencial de aquecimento 25 vezes superior ao do CO2.No setor leiteiro, mais da metade das emissões são deste gás perigoso. "O resto das emissões são de protóxido de azoto e o consumo de energia, incluindo os fertilizantes usados na alimentação do rebanho”, explica Jean-Baptiste Dollé, diretor do departamento de Meio Ambiente do Instituto da Pecuária. "Mas também devemos associar a estocagem de carbono da pecuária de leite, porque ao contrário das aves, por exemplo, o sistema digestivo dos ruminantes absorve carbono”, destaca.França lidera produção bovina na EuropaEntretanto, para o Tribunal de Contas francês, essa estocagem e a gerada pelas áreas de pasto natural estão longe de compensar o fato de que as emissões de metano da pecuária representam 45% do total de gases gerados pela agricultura. A França é a maior produtora europeia de carne bovina e soma 17 milhões de cabeças de gado. Cerca de um quinto dos produtores do país já se comprometeu a descarbonizar a produção, número considerado ainda distante do suficiente.Uma das providências recomendadas pelo tribunal é baixar os números do rebanho para 15 milhões até 2035 e 13,5 milhões até 2050, prevendo que o consumo de carne vermelha pelos adultos também deverá cair.As outras pistas de ação vêm da pesquisa e inovação, com foco na alimentação dos rebanhos. Uma das maiores escolas superiores de Agronomia na França, AgroParisTech, desenvolve experimentos com diferentes regimes alimentares na Fazenda Experimental de Grignon, na região parisiense. No local, a média de emissões de gases de efeito estufa para um litro de leite já baixou dos habituais 1,2 quilo para 750 gramas."Nós vemos que os produtos que testamos no laboratório funcionam, mas precisamos testá-los na fazenda, para saber se, do ponto de vista biológico, também dão certo. Nós vimos que, para o metano, alguns experimentos funcionaram muito bem no laboratório, com queda de 50% das emissões deste gás, mas infelizmente na hora de testar na vaca, tivemos 0,0% de queda”, afirma o diretor da fazenda, Dominique Tristant. "Em geral, apenas um teste a cada seis terá uma vida comercial viável”, lamenta.Regime facilita a digestãoNa região da Bretanha, a associação Bleu-Blanc-Coeur tem acompanhado os agricultores interessados em diminuir a pegada ambiental das criações de gado. Valentin Guillaumel, coordenador ambiental da iniciativa, orienta os produtores a incluir um composto de linho, canola e alfafa na alimentação das vacas."Tentamos encontrar uma fonte natural de ômega 3 além do encontrado no pasto, e as pesquisas demonstraram que o linho é eficiente. O ômega 3 pode reduzir as emissões porque a vaca consegue digerir melhor”, salienta.Ele explica que a ração é uma fonte de energia que a vaca ingere. "Uma parte dessa energia servirá para ela produzir leite e quanto mais a ração for eficaz, ou seja, quanto melhor ela a digerir, mais leite ela vai produzir e menos ela vai emitir metano. O metano é, na realidade, uma perda energética. A nossa ideia é reorientar alguns micróbios da digestão para reduzir o resultado de metano”, complementa.Outra pista para limitar as emissões do setor é o avanço das pesquisas genéticas, ainda em fase de desenvolvimento na França, para identificar os animais suscetíveis a soltar menos metano na digestão.As entrevistas foram concedidas a Pauline Gleize, da RFI em francês.
Desde o final do ano passado, o Ministério da Saúde recomenda que as vacinas de vetor viral (AstraZeneca e Janssen) não sejam mais aplicadas como reforço contra a Covid-19, a partir da terceira dose, na população com menos de 40 anos. O motivo da decisão é o risco aumentado de trombose, principalmente em mulheres. Taíssa Stivanin, da RFIA nota técnica, publicada em 27 de dezembro de 2022, passou despercebida em meio ao caos que tomou conta do país após a posse do presidente Lula e a invasão da Praça dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro.Segundo o documento, “do total de 40 casos prováveis e confirmados de Síndrome de Trombose com Trombocitopenia distribuídos por dose de vacina para Covid-19, notificados no e-SUS Notifica Brasil (excluindo-se São Paulo), 34 foram atribuídos à vacina da AstraZeneca”. Os incidentes foram registrados entre janeiro de 2021 e 17 de setembro de 2022. A maioria deles ocorreu cerca de duas semanas após a vacinação.A produção do soro pela Fiocruz, que assinou, no início de 2020, um acordo com o laboratório anglo-sueco para a produção de uma versão 100% nacionalizada do imunizante foi interrompida, e o contrato não foi renovado. Até janeiro de 2002, a vacina já tinha sido usada em cerca de 115,6 milhões de pessoas no país.A vacina recombinante Oxford/Covishield (Fiocruz e AstraZeneca) foi bastante usada como dose de reforço no ano passado, explicou à RFI Brasil o infectologista Julio Croda, especialista da Fiocruz, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e da Faculdade de Saúde Pública de Yale, nos Estados Unidos.“O Brasil tem, dentro do seu programa nacional de imunização, um sistema de farmacovigilância que é justamente feito para avaliar os eventos adversos associados às diversas vacinas. Através desse monitoramento, foi identificado um aumento de risco, eventualmente para trombose, principalmente em pessoas jovens, abaixo de 40 anos e mulheres”, explicou o infectologista. “Isso é bastante similar ao que foi identificado em outros países, como no Reino Unido, no caso da vacina da AstraZeneca, e nos Estados Unidos, no caso da vacina da Janssen”, destacou Croda.Ele ressalta que o efeito adverso observado após a aplicação do imunizante, que utiliza o adenovírus de chimpanzé como vetor viral, é raro. “No custo benefício, ainda compensa utilizá-la no esquema inicial, porque o risco de trombose por Covid-19 é bem maior do que o risco de trombose pelo uso da vacina”, avalia.“Mas, no contexto de uma população jovem, com elevada cobertura vacinal, os efeitos raros devem ser levados em conta. Além disso, outros imunizantes não apresentam esse risco e o Ministério da Saúde, utilizando dados de outros países e de seu próprio sistema de farmacovigilância, decidiu fazer uma mudança importante, deixando de recomendar a vacina como dose de reforço em menores de 40 anos. Então, preferencialmente, essas pessoas devem usar outro imunizante”, frisa.A vacina da Pfizer, nos primeiros dois anos de epidemia, foi considerada como um artigo de luxo. Os lotes eram reservados prioritariamente às populações dos países desenvolvidos. Estados Unidos, França e muitos outros podiam garantir suas doses em contratos milionários, em um cenário de oferta restrita e alta demanda. A aplicação do imunizante da AstraZeneca se justificava neste contexto, diz o infectologista brasileiro."Nesse caso, o benefício compensava o risco do efeito adverso raro. Mas agora, no Brasil, onde existem contratos específicos para vacinas de RNA e eventualmente para Coronavac, optou-se por não usar mais a vacina da AstraZeneca nos mais jovens. Isso impacta diretamente a utilização global da vacina e os contratos do Ministério da Saúde. Como acima de 40 anos a cobertura para duas doses de vacina em esquema inicial é mais de 95%, o Ministério optou por não renovar o contrato com a Fundação Oswaldo Cruz. Sem contrato, a vacina deixa de ser produzida e utilizada no país", explica.Efeitos colaterais não são tardiosAo longo da epidemia, diversos estudos mostraram que o imunizante, a base de vetores virais, estava associado à formação de coágulos em alguns pacientes, principalmente mais jovens. Por essa razão, ele deixou de ser usado em abril de 2021 no Reino Unido em menores de 30 anos. Este também foi o caso na França e em muitos países europeus. Nos Estados Unidos, o uso da vacina nunca foi autorizado. Cerca de dois milhões de doses adquiridas pelo país, no início da epidemia, foram doados ao Brasil. Em 6 de agosto de 2021, a FDA, a agência americana de medicamentos, divulgou uma nota explicando que exportaria seus lotes diante da “situação emergencial” em algumas regiões. No Brasil, onde o vírus SARS-CoV-2 provocou a morte de mais de 700 mil pessoas, a vacina da AstraZeneca foi usada nos anos de 2021 e 2022 em grande escala, a partir de 18 anos de idade, principalmente como primeira e segunda dose.O infectologista brasileiro lembra que as pessoas que tomaram a vacina nos primeiros anos da epidemia não devem se preocupar com efeitos colaterais tardios. “Esses eventos adversos raros acontecem nos primeiros 14 dias após a vacinação. A vacina não permanece no organismo e esse vetor viral é eliminado. Ficam os efeitos da vacina, que são a imunidade e a geração de corpos neutralizantes e de resposta celular”, afirma.“Não existe nenhuma preocupação no momento para quem tomou a vacina no passado. Esses efeitos são raríssimos e dificilmente detectados em estudos de fase 3. Como gestores de saúde pública e agências regulatórias, adaptamos a recomendação a partir da disponibilidade de outras opções", reitera. Para ele, "é importante deixar claro que, em um momento que você tem uma população que não está imunizada, qualquer vacina tem um impacto substancial, principalmente nas hospitalizações e óbitos"."Risco inaceitável"O infectologista francês Pierre Tattevin, chefe do setor de doenças infecciosas do hospital universitário de Rennes, na Bretanha, considera o risco que envolve a vacina da AstraZeneca “inaceitável”. “Quando a campanha de vacinação contra a Covid-19 começou, percebemos que esse imunizante não era bem tolerado pelos jovens, então paramos de utilizá-lo. O corpo reagia muito e havia efeitos colaterais”, diz.Recentemente, o Instituto de Estatísticas britânico (Office for National Statistics) divulgou uma nova análise que associa riscos cardíacos ao uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em mulheres jovens, entre 12 e 29 anos. Segundo as novas estatísticas, publicadas em 27 de março pelo ONS (Office for National Statistics) do Reino Unido, a vacina poderia ser apontada como a causa de seis acidentes cardiovasculares em 100 mil jovens vacinadas doze semanas antes, que receberam pelo menos uma dose.“É um estudo muito bem feito e eles conseguiram estabelecer dados. Apesar do número de efeitos colaterais graves ser pequeno, isso é inaceitável”, frisa Tattevin. Segundo ele, como no contexto epidêmico atual há poucas formas graves, o custo-benefício da vacina, em mulheres abaixo de 40 anos, não é favorável nem em países onde há pouca oferta de imunizantes. Resposta do laboratórioA RFI Brasil entrou em contato com a AstraZeneca sobre o risco de trombose envolvendo a vacina. Leia a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa do laboratório.“A AstraZeneca reforça que a vacina contra a COVID-19 – Vaxzevria – apresenta um perfil de segurança favorável, assim como já declarado pela Organização Mundial da Saúde e outros órgãos internacionais, em que os benefícios da vacinação superam quaisquer riscos potenciais. É importante ver que esta análise conduzida a partir de um grande banco de dados de registros eletrônicos de saúde constatou que a mortalidade por todas as causas, incluindo a cardíaca, não aumentaram entre os jovens que receberam vacinas contra a Covid-19. Ressaltamos que o estudo também analisou a relação da vacina Vaxzevria com mortes de mulheres jovens de 12 a 29 anos, evidenciando que não foi possível estabelecer nenhum vínculo causal. Os autores também afirmam que é difícil estender qualquer conclusão para o público em geral porque a vacina foi usada apenas durante um curto período de tempo e em uma população selecionada.”Segundo a farmacêutica, estimativas mostram que a Vaxzevria ajudou a salvar mais de 6 milhões de vidas no primeiro ano de vacinação, de dezembro de 2021 a dezembro de 2022.
Espetáculo Coração de Búfalo está em cartaz no Porto Verão Alegre.
Picos de calor mais intensos e próximos, incêndios florestais descontrolados, tempestades devastadoras, prejuízos agrícolas, racionamento de água. A França chega ao fim de um verão histórico, em que vários recordes meteorológicos foram batidos e as consequências das mudanças do clima se tornaram mais visíveis. A sequência de fenômenos extremos levou a conscientização ambiental a aumentar no país – mas isso não significa que todos estejam mais dispostos a mudar de hábitos para proteger o planeta. Lúcia Müzell, da RFI As paisagens amarronzadas pela seca tomaram conta de boa parte do país: em dois meses, a França teve 33 dias de calor além dos padrões. Foi o segundo verão mais quente já registrado. Regiões como a Bretanha, acostumada a uma estação amena e chuvosa, registraram as temperaturas mais altas da história. Trinta mil hectares de florestas viraram fumaça, inclusive em partes do país onde os incêndios florestais não ocorriam. O verão ainda não terminou, mas diferentes pesquisas já mostram um efeito “ver para crer” no país – a consciência ambiental dos franceses cresceu nesses últimos dois meses. Uma delas, do instituto BVA, indica que 21% da população disse ter entendido que as mudanças climáticas já atingem o país – que se somam a outros 66% que já haviam entendido isso antes. Em outra sondagem, da Odoxa, 71% das pessoas declararam que, depois deste verão, temem ser pessoalmente atingidas pelas alterações do clima. O economista ambiental Matthieu Glachant avalia que haverá um antes e um depois do verão de 2022. "Eu acho que foi importante o que aconteceu porque, do nada, a mudança climática se transformou em uma experiência pessoal. Há muito tempo, conhecemos os relatórios do IPCC que nos alertavam sobre tudo isso – até que chegamos no momento em que as previsões se realizaram diante dos nossos olhos”, observa. "Acho que isso provocará um verdadeiro impacto nos cidadãos e, por consequência, nos políticos." “Não conseguia pensar em outra coisa" E foi em plenas férias que os franceses se depararam com essa nova realidade que, segundo os climatologistas, tende a se instalar nos próximos anos. O aumento do calor já transforma o Mediterrâneo em um mar tropical. “É muito preocupante. Já faz tempo que eu tenho uma consciência sobre o clima. Mas esse verão, com essas grandes secas e incêndios, foi horrível. Foi muito pesado para mim”, conta o desenvolvedor Antoine B., 38 anos, que dividiu as férias entre um período no norte e outro no sul do país. "Falo sinceramente: eu só pensava nisso. Com aquele calor o tempo todo, a gente percebe que precisa realmente mudar as coisas.” A preocupação com o planeta leva Antoine a recusar, cada vez mais, confortos como pegar avião ou ligar o ar condicionado, para não “piorar ainda mais as coisas". "Na empresa, eu não consigo cortar o ar condicionado, mas no carro eu só ando de vidros abertos, por mais quente que esteja la fora”, aponta. “Acho que me tornei exagerado, aquela pessoa chata que vai dizer para o outro não andar de avião porque polui. Mas eu acho que chegamos num ponto em que é preciso ser exagerado, porque a mudança do clima está exagerada.” Reações como a dele, entretanto, ainda não são a regra. Entre estar mais consciente e começar a agir, ainda existe um fosso: apenas 41% dos entrevistados pela BVA têm a intenção de aumentar as ações em favor do planeta. Isso pode significar hábitos como usar menos carro, comer menos carne ou aumentar a reciclagem do lixo. "O que vemos muito claramente nos estudos, e há muito tempo, é que apenas o fato de ‘ver' um risco não é suficiente para causar esse efeito de ação. Visualizar chama a atenção, mas para gerar ação é preciso não só estar informado sobre o que é possível fazer, como o que cada categoria de indivíduos pode fazer”, explica o psicólogo social especialista em riscos ambientais Oscar Navarro, da Universidade de Nimes. "Algumas ações são evocadas de maneira muito global. Para que cada um passe para o que chamamos em psicologia de ‘intenção de agir', é preciso que elas correspondam ao que o indivíduo considera que ele pode fazer. São mecanismos complexos dos humanos: passar da intenção para a ação envolve muitas coisas." Macron de jet ski O vácuo entre o discurso e os atos também inclui as mais altas autoridades de um país. Dias depois de os últimos incêndios florestais serem finalmente controlados no sudoeste da França, o presidente Emmanuel Macron pousou para fotos em um jet ski, durante as férias – uma diversão que consome combustível e simboliza a desconexão, cada vez mais criticada, entre as elites e medidas necessárias para diminuir o impacto humano sobre a Terra. "O exemplo do presidente Macron é muito emblemático sobre o que acontece com a maioria dos cidadãos. Nós todos temos as nossas contradições. Até as pessoas mais sensibilizadas com o meio ambiente terão, em alguns momentos, comportamentos que serão totalmente contrários às suas opiniões”, comenta a professora de desenvolvimento sustentável Mireille Chiroleu Assouline, da Universidade Paris 1 – Sorbonne. "Macron foi um exemplo de comportamento contraditório, paradoxal, tanto em relação aos compromissos dele e da França, como aos esforços que ele está pedindo dos franceses." O psicólogo Oscar Navarro esclarece que, mesmo aqueles que têm plena consciência sobre a realidade das mudanças climáticas pode acabar optando por não fazer a sua parte – ou por não fazer mais do que já faz. “É preciso retirar a ideia de que a ‘negação' é decorrente de uma má vontade. Não: ela é simplesmente um mecanismo psicológico bastante básico que temos, que nos permite nos proteger de todo o sentimento negativo gerado por uma determinada problemática, mas também pelas dificuldades de enfrentá-la e que, tipicamente, nos causa um sentimento de culpa”, afirma. “A psicologia humana tem a particularidade de termos a tendência de nos compararmos uns aos outros o tempo todo. Isso torna as coisas mais difíceis quando, por exemplo, a gente tenta fazer as coisas direito, assumir a nossa parte de responsabilidade, mas percebemos que há tantas outras pessoas, inclusive próximas, que não fazem nada. E aí nos sentimos sempre perdedores, já que os outros continuam aproveitando enquanto eu estou me esforçando”, esclarece. Desigualdade face à crise climática O economista Matthieu Glachant, professor da Mines ParisTech e da London School of Economics, chama atenção para um ponto fundamental: as diferenças entre os pobres e ricos nesta conta do clima. "Tem uma palavra muito importante em mudança climática que é desigualdade. Desigualdade na contribuição à mudança climática, pelo nível de emissões. As pessoas modestas não andam de jet ski nas férias, nem pegam avião para ir para a Tunísia. E tem também a desigualdade em relação à adaptação às mudanças climáticas. Quando somos pobres, não vamos instalar ar condicionado em casa para enfrentar o calor”, frisou. As temperaturas extremas levaram ao racionamento de água em algumas partes do país, algo bastante raro na França. Agora, em meio à crise energética que atravessa a Europa desde a guerra na Ucrânia, as empresas são incitadas a diminuir o consumo de luz. Na volta das férias, Macron advertiu que o tempo da “abundância e da despreocupação” acabou. Essa confluência de fatores tende a levar à adoção de medidas favoráveis ao meio ambiente, como o aumento das energias renováveis. "Economizar energia e reduzir as emissões de gases de efeito estufa são dois objetivos concomitantes. Podemos, então, esperar que medidas poderão ser tomadas já nos próximos meses”, diz Chiroleu-Assouline, que também é economista. "De qualquer forma, os preços altos da energia levam a maioria dos franceses a economizar – por isso, eu lamento que o governo esteja subvencionando a queda dos preços dos combustíveis nos postos. Isso é contraprodutivo, já que naturalmente os motoristas teriam tendência a economizar combustíveis.” A professora também chama a atenção para a importância de melhorar a eficiência das infraestruturas que já existem na França – um país rico que, até agora, não se preocupava muito com para os pequenos ou grandes desperdícios do dia a dia. "Percebemos só agora que há vazamentos enormes em diversas redes de abastecimento pela França. Em alguns lugares, chega a ter desperdício de 30% da água”, destaca. "Ou seja, sabíamos que elas existiam, mas como não faltava água, não tomávamos nenhuma medida pra poder consertar esses vazamentos. Como essa, há muitas medidas que podem ser tomadas: quando o sistema é tão ineficaz, fica fácil de agir.” Adaptação na agricultura O verão escaldante levou a prejuízos elevados na agricultura, em especial nas culturas que precisam de muita água, como frutas e legumes. Por trás dos produtores, as seguradoras estão cada vez mais preocupadas com a instabilidade do clima. O verão de 2022 também teve este efeito: alertar sobre as perdas econômicas que estão em jogo para diversos setores. “Vamos começar a construir reservatórios de água para termos quando tivermos anos muito secos? Vamos mudar o tipo de cultura, como a do milho, que rende bastante, à condição de ter bastante água? Há muitas questões colocadas e que precisaremos resolver nos próximos anos, de adaptação”, afirma Glachant. O psicólogo Oscar Navarro sublinha que essa sensação de já estarmos correndo contra o tempo pode acabar dificultando a aceitação, pela população, de tantas mudanças e projetos que estão por vir – não só na França. "O que eu temo é que a gente poderia ter feito projetos com uma escala aceitável no tempo, pelas populações, a exemplo das instalações de energias renováveis. Mas agora, em plena crise, deveremos andar bem mais rápido, instalar novas infraestruras gigantescas, que serão fonte de conflitos, de tensões ou até mesmo de novos problemas ecológicos”, lamenta. "Esse é um risco que eu vejo surgir agora”, adverte.
Poucos temas relacionados ao período medieval estão mais na moda dentro da cultura pop do que os vikings. Esse tema inclusive já foi abordado em um episódio aqui do Medievalíssimo. Para aproveitar a popularidade do tema prometi lá no meu Twitter que iria fazer uma breve trilogia envolvendo as migrações e invasões vikings na Inglaterra dominada pela heptarquia anglo-saxã. Para começarmos o tema vamos de o Grande Exército Pagão, uma forte coalizão de jarls das velhas Dinamarca e Noruega que tomaram a Bretanha de assalto. Você já tinha ouvido falar do Grande Exército Pagão? Então chega mais e bora aprender juntos! Para aumentar a sua experiência com esse episódio separamos algumas imagens e vídeos para ilustrar ele, você pode conferir esses conteúdos clicando aqui. Contato: medievalissimo@gmail.com Venha participar do Medievalovers, grupo de WhatsApp do Medievalíssimo clicando aqui Pauta: Bruno Rosa Edição de Áudio: Bruno Rosa Capa: Bruno Rosa Pix: cliohistoriaeliteratura@gmail.com Conheça a nossa linha de camisetas com temáticas históricas na Vandal clicando aqui Você pode apoiar a Podcasts Clio a continuar produzindo cada vez mais e melhores conteúdos no Catarse (clique aqui) e no PicPay (clique aqui). Financiadores desse episódio: Alexandre Athayde, Claudia Bovo, Fabiana Jimenez, Henrique Mundim, Marcia Tereza Alfradique Quintella Diniz, Paula Guisard, Rosana Vecchia, Rosi Marques Para todos vocês, nosso muito obrigado! Siga o Medievalissimo nas redes sociais Instagram: @medievalissimo WhatsApp: Medievalovers Telegram: t.me/cliohistoriaeliteratura
Aquecimento global e guerra na Ucrânia conjugados provocam uma crise energética sem precedentes na Europa. Essa situação poderia levar a uma mudança no horário adotado pela maioria dos países da Europa durante a Segunda Guerra Mundial e o domínio nazista?, questiona o analista político da RFI. Flávio Aguiar, analista político 2022 passará à história como o ano de um dos verões mais quentes da Europa, pelo menos desde que as medições se tornaram regulares no século XIX. Recordes foram quebrados ou igualados em todos os quadrantes do continente. Incêndios florestais e mortes pelo calor excessivo ocorreram dramaticamente em vários países. A crise no fornecimento de energia, devido à guerra da Ucrânia e o aumento de seu custo, intensificou a inflação em todos os países europeus. O consumo vem caindo de um modo geral. Hábitos alimentares estão mudando em toda parte. Todos os governos estudam medidas restritivas para serem implementadas de imediato, poupando energia. Projeta-se uma redução generalizada de 20% no consumo de energia desde já. Fala-se até em obrigar que mesmo nas casas particulares somente um cômodo seja aquecido durante os meses mais frios. Medidas paliativas Até o momento a maioria dos governos vem implementando medidas paliativas para favorecer o enfrentamento desta nova situação: subsidia-se o preço das passagens no transporte público, como na Alemanha, que implantou uma tarifa mensal única de € 9 (R$ 45) para todo o serviço municipal e regional de junho a agosto, estudando-se a possibilidade de sua prorrogação. Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou recentemente uma recomendação de que o aumento dos custos da energia seja repassado diretamente a todos os consumidores. Alega que isto facilitaria a troca de paradigma energético, favorecendo a substituição das fontes fósseis por fontes renováveis de energia, como a eólica ou a solar. Se isto for implementado, a dor no bolso dos consumidores seria maior. Em vários países, monumentos púbicos não serão mais iluminados durante a noite. Estuda-se até mesmo coibir a iluminação das vitrines das lojas. Quando o outono chegar e o inverno se avizinhar isto pode mudar dramaticamente o perfil de cidades inteiras. Com as noites mais longas, elas ficarão mais frias, mais escuras e potencialmente até mais inseguras. Fuso horário europeu Uma questão aparentemente secundária, mas que mereceria estudo mais aprofundado, é o da influência no consumo de energia da atual tabela de fuso horários na Europa. Há uma uniformidade de horário que vai da Espanha até a Polônia, Hungria e Albânia. Caso fosse seguido estritamente o horário solar, haveria, por exemplo, uma hora para a Alemanha, a Polônia, a Hungria e a Albânia; outra para a França e a Espanha, que seria idêntica à da Inglaterra; e ainda outra para Portugal que, de fato, tem uma hora a menos do que a vizinha Espanha, pelo horário de hoje. Algo que passa desapercebido é a relação entre o atual horário europeu e a Segunda Guerra Mundial. Até a ocupação da França pela Alemanha nazista, Paris seguia o mesmo horário de Londres, conforme acordo firmado em 1911. A ocupação nazista sincronizou o horário da capital francesa com o de Berlim - como é hoje. Foi o generalíssimo Francisco Franco, vitorioso na Espanha contra os republicanos, anarquistas e comunistas que, por razões de afinidade ideológica, ordenou a sincronização do horário de Madri com o de Berlim. Na Espanha e em regiões do oeste da França, como a Bretanha, a diferença entre o horário do relógio e o do sol chega a ser dramática, com o sol, digamos, nascendo e se pondo bem mais tarde do que deveria. Diz-se até que esta é a razão para os espanhóis almoçarem e jantarem bem mais tarde que outros povos europeus… Dificuldade de mudanças Qual seria o efeito sobre o consumo de energia se a tabela a ser seguida obedecesse ao horário solar? Esta é uma pergunta que provavelmente ficará sem resposta, pois depois de tantas décadas de vigência da atual tabela e com a crescente integração continental através de portos, estradas, ferrovias e aeroportos a quase ninguém ocorre sequer a possibilidade de mexer de novo nos fusos horários. Igualmente a quase ninguém ocorre lembrar que esta tabela de fusos horários tem por trás de si a marca da Segunda Guerra e de regimes ditatoriais como o nazista na Alemanha e o falangista na Espanha. O atual primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez ensaiou fazer um estudo sobre a mudança de horário, mas foi desencorajado pela própria comissão que montou para proceder ao projeto. Uma curiosidade com um condimento trágico: a afinidade entre Franco e Hitler acabou ficando restrita ao horário. Quando os dois se reuniram em outubro de 1940 na cidade francesa de Hendaye, Hitler tentou convencer Franco a aderir ao Eixo. Franco literalmente cozinhou o alemão em fogo lento, não assumindo qualquer compromisso neste sentido. Em parte, sua resistência se deveu a informações que recebera de que os Estados Unidos acabariam entrando na guerra e ocupariam a Espanha se esta se aliasse à Alemanha. Quem passou estas informações foi, nada mais nada menos, que o almirante Wilhelm Canaris, chefe do Serviço Secreto das Forças Armadas alemãs, que conspirava contra Hitler. Canaris acabou descoberto, julgado, condenado e executado no começo de abril de 1945, quando o destino do nazismo e o de Hitler já estavam selados. Em reconhecimento pelo serviço prestado, o governo espanhol concedeu uma pensão à sua viúva.
Vacinas protegem contra a infecção? O que acontece se eu pegar a Covid-19 várias vezes? É preciso retomar as medidas de restrição? Vamos ter que conviver para sempre com vírus? A RFI Brasil entrevistou o infectologista francês Pierre Tattevin, do hospital universitário de Rennes, na Bretanha, que respondeu a essas e outras questões. Taíssa Stivanin, da RFI Mais de dois anos após o início da epidemia de Covid-19, já está claro que o SARS-CoV-2 veio para ficar. Ainda há muitas questões em aberto em relação aos seus efeitos sobre a saúde a médio e longo prazo. Os cientistas também ainda não sabem como as infecções e a vacinação agem sobre a imunidade celular – aquela construída ao longo da vida, em função dos micróbios que cruzamos e de nossos perfis individuais. Já há, entretanto, algumas certezas: o SARS-CoV-2 tem um alto potencial de mutação e seus anticorpos – pelo menos os da linhagem ômicron, desaparecem rapidamente. Com o tempo, o medo em relação à doença diminuiu para muitos, mas "viver com o vírus" tornou-se mais uma necessidade do que uma escolha. “As pessoas encontraram suas próprias soluções para conviver com o SARS-CoV-2”, diz o infectologista francês. “A Covid-19 deixou de ser prioridade para uma boa parte da população”, observa. Leia a entrevista abaixo. RFI Brasil- Quais são as possíveis consequências de contrair várias vezes a Covid-19? Pierre Tattevin- Vários estudos foram publicados sobre esse assunto. O que faz com que uma pessoa fique mais ou menos doente ao contrair a Covid-19 é a imunidade no momento da infecção, que é variável, mas influenciada pela vacinação e as ondas de contaminação, que protegem a população. As infecções ômicron, causadas pela variante BA5, que é dominante, são menos graves em relação às cepas anteriores. Não podemos descartar, entretanto, a possibilidade de que infecções sucessivas possam ter consequências para a saúde. Não conhecemos a Covid-19 suficientemente bem para eliminar essa hipótese, mas a verdade é que não temos a impressão de que, para a maioria das pessoas, ter pego a Covid-19 trará um impacto a longo prazo. A Covid longa existe, claro, e pode ser um pesadelo, mas não representa a maioria. A maior parte das pessoas que contraem a doença não se lembrará mais algumas semanas depois e poderá retomar sua vida de antes. RFI- A infecção natural protege por quanto tempo? PT - A proteção gerada pela infecção ou pela vacina não desaparece do dia para a noite. Ela enfraquece aos poucos, e mais rápido do que a gente imaginava, mas não desaparece em uma semana ou um mês. Pouco a pouco, vamos perdendo a imunidade. Depende também do aparecimento de uma nova variante. Se você pega a BA5, mas aparece outra cepa, você estará bem protegido contra a BA5 durante cerca de dois meses, mas não contra essa nova variante. Há três parâmetros que fazem com que não possamos responder a essa questão de maneira simples. Em primeiro lugar, os mais jovens e sem outras doenças têm uma boa imunidade e estarão protegidos por mais tempo. Em segundo lugar, a imunidade vai diminuindo aos poucos. É difícil afirmar em que momento a proteção diminui ou desaparece. Em terceiro lugar, estamos protegidos da variante que nos contaminou, mas como sabemos, outras aparecem ao longo do tempo. O recado é que não devemos deixar para lá todas as precauções só porque pegamos a Covid-19 há dois meses. É preciso mantê-las, em função do seu risco individual, e não se sentir totalmente protegido porque já pegou a doença três vezes ou há pouco tempo. RFI - Quais são as precauções que devem ser mantidas? PT- Do lado de fora, em geral o risco é baixo. Encontros em lugares fechados entre pessoas sem fatores que predispõem a formas graves também não representam um grande problema. Se, por exemplo, eu me colocasse no lugar de uma pessoa de 40 anos, com boa saúde, mas que trabalha com pessoas que têm fatores de riscos ou mora com alguém que está fazendo uma quimioterapia para tratar um câncer, eu usaria uma máscara (Ffp2) no escritório. Mas se eu moro e trabalho com pessoas jovens e saudáveis, não há razões para manter o uso da máscara. RFI- Por que pegamos os vírus mesmo vacinados? PT- A vacina evita que o vírus entre profundamente no organismo e provoque uma doença grave, mas não impede que o vírus entre pelo nariz e se “instale” nas fossas nasais. Além disso, todas vacinas foram fabricadas com a cepa de Wuhan, em 2020, e funcionam menos com a ômicron. Os imunizantes não protegem 100% e nem por muito tempo contra a Covid-19, mas o reforço é importante para as pessoas com mais de 60 anos ou fatores de risco. A vacina aumenta a taxa de anticorpos e impede as formas graves. Para o resto da população, na França, é provável que a próxima vacina disponível seja a bivalente, que protege contra a ômicron. Essa é a hipótese mais provável. A vacina estará rapidamente disponível nos Estados Unidos e em outros países: é fácil fabricar os imunizantes à base de RNA. Acredito que a campanha de vacinação na França será retomada com vacinas mais adaptadas. RFI- As vacinas nasais podem ser uma solução para o controle da epidemia? PT - A vacinação local, no nariz, geraria, em teoria, uma imunidade diretamente onde o vírus entra no organismo, chamada de imunidade de mucosa. Seria um grande progresso. Primeiro porque seria fácil de administrar – já existem vacinas como essa contra a gripe. Além de evitar a injeção e a toda a logística envolvida, esse imunizante permitirá gerar anticorpos exatamente onde o vírus entra. Isso protegeria o paciente da infecção e as pessoas próximas da transmissão. Esta solução traz, sem dúvida muita esperança no desenvolvimento das vacinas, e acabará sendo criada. Mas, por hora, não há nenhuma vacina desse tipo realmente eficaz contra a Covid-19. Outro ponto importante, que traz esperança, é que nos últimos dois anos a evolução da doença tem mostrado que o vírus tem se tornado mais contagioso e menos virulento. O fim da história pode ser esse: o vírus se tornará cada vez contagioso, como o do resfriado, mas as pessoas ficarão menos doentes. É uma hipótese plausível e, neste caso, não precisaremos mais nos preocupar com ele.
Até ao dia 4 de Dezembro, o Museu de Boulogne-sur-Mer acolhe a exposição “Veloso Salgado: de Lisboa a Wissant, itinerário de um pintor português”. Uma exposição inédita que surge depois da neta de Veloso Salgado ter doado todo o espólio do seu avô ao Museu Nacional de Arte Contemporânea de Lisboa. Uma exposição inédita que surge depois da neta de Veloso Salgado, Conceição Veloso Salgado, ter doado todo o espólio do seu avô (tanto na casa de Lisboa, como na casa de férias em Colares, Sintra) ao Museu Nacional de Arte Contemporânea de Lisboa, em 2014. Os documentos encontrados, levaram Maria de Aires Silveira, uma das curadoras da exposição, ao litoral do canal da Mancha onde descobriu dois dos trabalhos mais notáveis deste mestre do naturalismo português: os retratos de Virginie Demont-Breton e de Adrien Demont. O inventário das casas de Veloso Salgado permitiu descobrir um dos “períodos mais ousado” do pintor. Pinturas, fotografias, cartas e livros que foram capitais para mostrar facetas mais pessoais de Veloso Salgado e traçar as suas memórias. As obras doadas pelos pintores de Wissant e as cartas e livros enviados por Adrien Demont e Virginie Demont-Breton testemunham igualmente uma amizade sincera e duradoura entre os três. Uma amizade que pode ser confirmada nos arquivos da família Demont-Breton. “Quando entrámos na casa, eram três salões do século XIX, que estavam exactamente como ele os deixou. Portanto, quando entramos na sala, a sensação era de termos entrado num espaço do século XIX, o que para já é emocionante. Quando começámos a fazer o inventário, percebi que havia algumas pinturas de artistas franceses, sobretudo de Adrien Demont e Virginie Demont-Breton. Assim como algumas cartas que eles trocaram ao longo de toda a sua vida, o que me pareceu que se tratava de um caso de estudo, porque havia ligações, uma amizade forte entre os artistas e também uma certa cumplicidade artística. Percebi que, nessa altura, havia uma exposição exactamente neste Museu de Boulogne-sur-Mer, intitulada Ismaël de Virginie Demont-Breton, de modo que contactei o museu. Contactei também Jean-Marie Ball que fazia conferências e, curiosamente, eu não sabia, ele é da família de Adrien Demont e Virginie Demont-Breton. Portanto, isto levou-nos a estabelecermos um projecto, apercebemos que havia inclusivamente, outras pinturas de [Fernand] Stiévenart, de [Félix] Planquette, o que implicava uma presença de Veloso Salgado na Escola de Wissant. Eventualmente, ele não terá pertencido à Escola de Wissant, porque formou-se ali uma comunidade de artistas, numa certa fraternidade, um sentimento de fraternidade entre todos na pequena cidade de Wissant. Mas houve uma presença, porque quando Veloso Salgado, teve uma bolsa para estudar em Paris e em Itália deslocou-se várias vezes a Wissant, porque já tinha estabelecido uma relação de amizade com estes pintores, Adrien Demont e Virginie. A partir daqui conseguimos compreender que se poderia fazer, de certo modo, uma actualização do percurso artístico de Veloso Salgado. Não era apenas o caso de um naturalista, que estávamos habituados a apresentar, mas que havia mais do que isso. Esta primeira fase de Veloso Salgado será talvez das fases mais interessantes da sua carreira artística.” Mas completamente desconhecida? “Completamente desconhecida. É uma exposição inédita e mesmo para Portugal é uma exposição inédita, porque ainda não apresentamos este caso em exposição no Museu Nacional de Arte Contemporânea.” Elikya Kandot, directora do Museu de Boulogne-sur-Mer é co-curadora da exposição de Veloso Salgado. Ao microfone da RFI sublinhou que esta mostra permite abrir horizontes sobre a escola de Wissant e as consequentes colaborações entre artistas. “A preparação da exposição permitiu-nos descobrir a riqueza deste artista, as suas qualidades de retratista e de paisagista também, qualidades que ele foi capaz de desenvolver em algumas das suas obras. Vimos a importância que ele tem em Portugal e foi uma oportunidade incrível poder apresentar uma monografia sua pela primeira vez em França, aqui em Boulogne-sur-Mer. É realmente uma honra. Tivemos a oportunidade, através destas trocas, de descobrir a riqueza da obra de Veloso Salgado que ignorávamos completamente em França. Esta exposição dá-nos outro ponto de vista sobre o conhecimento que temos da Escola de Wissant. Foi uma oportunidade para podermos abrir uma “nova porta”, as colaborações com a Escola de Wissant estavam muito além das trocas entre Paris e Wissant, percebemos que também havia amizades internacionais e vemos um enriquecimento recíproco entre estes artistas, especialmente entre Veloso Salgado e Adrien Demont.” A acompanhar a exposição, foi lançado a 11 de Julho o catálogo da mesma, a primeira obra monográfica consagrada a Veloso Salgado. Um livro constituído por textos que seguem o itinerário da exposição, além de incluir a transcrição inédita da correspondência entre Salgado e o casal Demont-Breton. A obra monografia agora lançada conta com uma participação de Jorge Costa, historiador de arte que sublinha que Veloso Salgado “foi o primeiro grande artista português a pintar a Bretanha, em 1888”. “Tenho um interesse particular por estes artistas portugueses que foram pintar a Bretanha no final do século XIX, início do século XX. O que se descobriu nesta exposição e penso que foi o meu grande contributo para esta exposição e respectivo catálogo, foi de compreender que o Veloso Salgado foi, provavelmente, o primeiro grande artista português a pintar a Bretanha em 1888. O que desencadeou, consequentemente, uma crítica acérrima da intelectualidade portuguesa do final do século XIX, que acusavam estes artistas, inclusive Veloso Salgado de serem anti-patriotas e anti-nacionalistas, porque iam pintar a Bretanha e não pintar o seu próprio país.” Há aqui algum desconhecimento sobre estes pintores, tanto em Portugal como fora dele? “Sim, há certamente muito por onde descobrir e conhecer de novo. Em Portugal, para muitos destes pintores ainda faltam estudos mais aprofundados, embora o Velosos Salgado tenha tido uma exposição de 1999. Em França, de facto, há todo um caminho, todo um espaço de descoberta pelo público francês e pelos próprios portugueses em França, que ainda falta colmatar. Por isso, acho que esta exposição é muito importante no sentido de ligar estas duas culturas e estes dois meios artísticos que no final do século XIX e ao longo de todo o século XX, estiveram profundamente conectados. Veloso Salgado é um dos artistas, mas é só um, na medida em que quase todos vinham para Paris no final do século XIX e muitos deles deixaram marcas que ainda falta estudar.” sobre as colaborações com a Escola de Wissant. Verificamos que estavam muito além das trocas entre Paris e Wissant, percebemos que também havia amizades internacionais e vemos um enriquecimento recíproco entre estes artistas, especialmente entre Veloso Salgado e Adrien Demont.” Trata-se da primeira exposição, organizada em França, sobre Veloso Salgado. Cerca de 60 obras que permitem compreender o itinerário deste pintor nascido em Ourense, Espanha, em 1864. José Maria Veloso Salgado chegou a Lisboa com 10 anos de idade, naturalizou-se português em 1887 e no ano seguinte arrecadou uma bolsa de estudo estatal que lhe permitiu continuar a aprendizagem em Paris e Roma. Foi na capital francesa que, em 1889, conheceu os pintores Adrien Demont e Virginie Demont-Breton. Rapidamente tornou-se amigo do casal e juntou-se a eles em Outubro de 1892, em Wisant. A exposição é organizada pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea de Lisboa e pelo Museu de Boulogne-sur-Mer mostra as relações luso-francesas que cruzam o itinerário de Veloso Salgado com os caminhos da Escola de Wissant e pode ser vista até ao dia 4 de Dezembro.
O ano de 2021 começou com muitas dúvidas sobre se os campeonatos e eventos esportivos adiados em 2020 por conta da pandemia de Covid-19 seriam mais uma vez cancelados ou realizados sem público. O maior exemplo foi a Olimpíada de Tóquio 2020, que, após muitos protestos e incertezas, foi realizada em agosto de 2021, sem plateia. Depois de um longo inverno pandêmico na Europa, em 29 de maio, tivemos a final da Liga dos Campeões 2020-2021. O evento colocou dois clubes ingleses, Manchester City e Chelsea, frente a frente, sendo a terceira final 100% britânica. A competição foi vencida pelo Chelsea. Também em maio, começou em Paris o tradicional torneio de tênis Roland Garros. Djokovic é o campeão de Roland Garros No ano em que se completaram 20 anos do tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland Garros, o cearense Thiago Monteiro foi o único brasileiro a disputar o Grand Slam francês. Em junho, a final ficou entre o veterano sérvio Novak Djokovic e o jovem talento grego Stefanos Tsitsipas, em sua primeira final neste torneio. Rafael Nadal ficou de fora desta vez, pois havia perdido a semifinal para Djokovic. Em 13 de junho, Djokovic conquistou, enfim, o seu segundo título de Roland Garros frente a Tsitsipas, numa emocionante final em cinco sets. Esta que foi a 28ª final de Grand Slam do sérvio. Ainda em junho tivemos a largada da 108ª edição da Volta da França, a mais famosa prova ciclística de rua do mundo. A saída este ano foi de Brest, na região da Bretanha. A competição terminou em Paris, em julho, e foi vencida pelo esloveno Tadej Pogačar. Itália conquista a Eurocopa contra os ingleses Finalmente, a Eurocopa 2020 se realizou de 11 de junho a 11 de julho de 2021, dando o campeonato para a Itália contra a Inglaterra. Esta edição celebrava os 60 anos da criação do evento, mas foi adiada por um ano por causa da pandemia. A competição marcou a reabertura dos estádios europeus para o público, com no mínimo 25% da capacidade, apesar de os números da vacinação e recuo da doença ainda não serem ideais na Europa. Brasil perde para a Argentina em pleno Maracanã Em julho, a realização da final da Copa América suscitou uma forte polêmica no Brasil, segundo país mais afetado pela pandemia no mundo, depois dos Estados Unidos. A Argentina destronou a seleção brasileira no Maracanã e se consagrou campeã da Copa América. O gol de Di Maria derrubou o jejum argentino de 28 anos sem títulos e impediu o bicampeonato do Brasil no torneio marcado pela Covid-19. Tóquio 2020 aconteceu, mas em 2021 Em agosto, finalmente tivemos a realização dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. O Brasil fez bonito no Japão. Logo no início do evento, a ginasta Rebeca Andrade se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar duas medalhas em uma mesma Olimpíada. Um ouro, no salto, e uma prata na individual geral da ginástica artística, ao som do funk "Baile de Favela". Esse foi, aliás, foi o primeiro pódio olímpico do Brasil na ginástica artística feminina. Como Rebeca, os atletas brasileiros marcaram a história dos Jogos Olímpicos em Tóquio, como o primeiro ouro da história do surfe na competição, com Ítalo Ferreira. Também tivemos as pratas no skate de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, que, com 13 anos, é a brasileira mais jovem a conquistar a uma medalha olímpica. Luisa Stefani e Laura Pigossi trouxeram, pela primeira vez em uma Olimpíada, uma medalha para o tênis brasileiro. Tivemos também os bronzes de Mayra Aguiar e Daniel Cargnin, no judô, e de Fernando Scheffer e Bruno Fratus na natação. Outras medalhas vieram depois na principal competição esportiva do ano, que incluiu novas modalidades como o skate e o surf, que permitiram que o Brasil brilhasse. No total, o Brasil ficou com sete ouros, seis pratas e oito bronzes, que deixaram o país no 12º lugar no quadro geral de medalhas. Foram os Jogos Olímpicos nos quais o Brasil levou mais medalhas. Messi encanta Paris e ganha sétima Bola de Ouro Ainda em agosto, tivemos a supresa de que o craque argentino Lionel Messi deixaria o Barça e viria jogar no Paris Saint-Germain, levando os parisienses à loucura. Foram pelo menos três dias de aglomeração em frente à sede do clube e também do hotel onde a família Messi ficou hospedada. A RFI acompanhou de perto. “Tenho a mesma alegria e a mesma vontade de ganhar de quando eu era criança”, disse Messi na coletiva de imprensa na sede do PSG, depois de ter jogado durante 21 anos no Barcelona. A vinda do craque para Paris gerou uma expectativa enorme nos seus fãs e nos torcedores do clube, e a imprensa francesa apelidou a 'febre' de "Messimania". Entrevistados pela RFI à época, os amigos Martin, de 16 anos, Tawab, de 15 anos, e Romain, de 16 anos, acreditavam que o fato de Messi ter assinado com o PSG "eleva o clube a uma outra dimensão". "Ele é o melhor, superior a Cristiano Ronaldo, para mim é o melhor do mundo sem dúvida", disse Tawab. Despedida de um recordista nos Paralímpicos Em setembro, tivemos uma belíssima participação do Brasil nos jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, com destaque para o multimedalhista paralímpico Daniel Dias que se despediu do esporte no Japão. Na capital japonesa, o nadador conquistou três medalhas de bronze e somou em sua carreira 28 medalhas paralímpicas, sendo 14 de ouro, um recorde. Ele nadou a última prova de sua carreira nesta competição. Um momento de muitas emoções, disse em entrevista à RFI. Em novembro, o Palmeiras foi o campeão da Copa Libertadores. Em jogo realizado no Uruguai contra o Flamengo, o alviverde levou o troféu pela terceira vez na história. Em Paris, Messi acumulou mais um título. Ao conquistar sua sétima Bola de Ouro, Lionel Messi estabeleceu um novo recorde e entrou na história como o primeiro jogador do Paris Saint-Germain a erguer o prestigioso troféu. Messi foi eleito o melhor da temporada principalmente pelo título da Copa América com a Argentina, após vitória de 1 a 0 contra o Brasil. A primeira muher a dirigir Roland Garros Em dezembro, também em Paris, a ex-tenista francesa Amélie Mauresmo foi nomeada à direção do torneio de Roland Garros. A ex-campeã se tornará, assim, a primeira mulher a ocupar o cargo, após a assinatura de um contrato de três anos. “Eu me sinto orgulhosa. Esse torneio me faz sonhar desde pequena e despertou em mim uma vocação. Tive as melhores e as piores histórias que aconteceram durante esse torneio. Então, só posso agradecer a confiança”, disse Mauresmo ao ser nomeada.
Os irmãos Jonas e Gabriel Beraldo Ramos Guerche, franco-brasileiros que vivem entre Paris e a região da Bretanha, no oeste da França, trabalham em um projeto inédito de um walkie-talkie submarino, ou um "dive-talkie", como preferem chamar o aparelho que tem o objetivo de possibilitar a comunicação debaixo d'água, entre praticantes de mergulho. Jonas e Gabriel começaram a praticar mergulho há cerca de cinco anos. Foi voltando de um curso que a ideia de criar um walkie-talike submarino surgiu, a partir da própria necessidade que os irmãos sentiam, como mergulhadores, de trocar informações debaixo d'água. Para o mergulho de lazer, geralmente a comunicação é feita através de gestos com as mãos. "Até hoje não há um produto para conversarmos durante a prática de mergulho e que seja acessível a todos. Por isso, muitos acidentes acabam ocorrendo", explicou Jonas à RFI. Segundo ele, os aparelhos que existem atualmente no mercado são voltados exclusivamente para profissionais e têm um custo alto. "Ter uma forma de comunicação com voz durante o mergulho ajuda muito durante os cursos. É um mecanismo que oferece mais segurança para as pessoas que estão aprendendo a mergulhar. Além disso, é importante para que o próprio instrutor possa passar informações sobre o ambiente onde a atividade está sendo praticada", ressalta. O aparelho que os irmãos estão elaborando ainda não tem um nome oficial. O funcionamento é basicamente como o de um walkie-talkie, mas para ser usado debaixo d'água. A formação que ambos têm em Física ajudou na concepção do produto. "Não queremos modificar os equipamentos tradicionais que já existem. O objetivo é equipar o regulador - aquela parte do equipamento para a respiração que colocamos na boca - com mecanismos eletrônicos de captação e reprodução de som. Ou seja, vamos poder falar e enviar esse som dentro da água. O som será restituído dentro da boca e, por condução dos ossos, vai voltar para a orelha", detalha Jonas. Finalização do produto em 18 meses Fundadores da start-up 52 Hertz, eles venceram recentemente um concurso organizado pelo Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (Ifremer, na sigla em francês). Os dois irmãos têm o prazo de um ano e meio para a finalização do produto. Gabriel contou à RFI qual é o maior desafio no desenvolvimento do "dive-talkie". "Esse é um projeto pluridisciplinar. A nossa formação em Física ajudou na elaboração do produto. Mas, além disso, também tem todo o desenvolvimento da nossa empresa, por exemplo, que exige outros conhecimentos. Por isso, temos que dominar tudo o que envolve o projeto, conhecê-lo de A à Z, nos abrir a outras disciplinas, o que pede bastante tempo e implica em dificuldades", diz. Jonas e Gabriel são filhos de uma mãe brasileira e um pai francês. Eles nasceram e vivem na França, mas têm uma relação forte com o Brasil. Por isso, querem que uma parte do projeto seja brasileiro. "Gostaríamos que, depois de finalizado, pudéssemos construir parte do produto no Brasil, como as peças eletrônicas, por exemplo. É importante para a gente, como franco-brasileiros, que a nossa criação tenha um pouco da nossa origem", conclui Gabriel.
Aqui Paulo se gloria no fato de que, em sua maior parte, a Igreja estava composta pelas pessoas mais simples e humildes. Não devemos pensar que a igreja primitiva estava composta por escravos em sua totalidade. Até na época do Novo Testamento vemos que muitas pessoas das altas classes sociais se estavam convertendo ao cristianismo. Encontramos a Dionísio em Atenas (Atos 17:34); Sérgio Paulo, o procônsul de Creta (Atos 13:6-12); as mulheres nobres de Tessalônica e Beréia (Atos 17:4,12); Erasto, o tesoureiro, provavelmente da cidade de Corinto (Romanos 16:23). Nos tempos de Nero, Pomponia Gracina, a mulher do Plautio, conquistador de Bretanha, sofreu o martírio por ser cristã. Pelo fim do século II, Plínio, o governador de Bitínia, escreveu ao imperador Trajano dizendo que os cristãos provinham de todas as classes sociais. Mas é certo que a grande massa de cristãos estava composta por gente simples e humilde. Ao redor do ano 178 d. C. Celso escreveu um dos ataques mais agudos contra o cristianismo. Ridicularizou precisamente essa atração que o cristianismo exercia sobre o povo comum. Assinalou que o ponto de vista cristão era o seguinte: "Não deixem que se aproxime nenhuma pessoa culta, nem sábia, nem sensata, porque cremos que tudo isso é pecado, mas deixem que se aproximem livremente os ignorantes, os desprovidos de sentido e de cultura, e os parvos." A respeito dos cristãos escreveu: ''Vemo-los em suas próprias casas, tecedores, sapateiros e lavadeiros, pessoas sem educação e vulgares." Disse que os cristãos eram: "como uma nuvem de morcegos — ou de formigas saindo de seus esconderijos — ou de rãs participando de um simpósio ao redor de seu pântano — ou de lombrigas em um conciliábulo em uma esquina barrosa." Esta era precisamente a glória do cristianismo. No império havia sessenta milhões de escravos. Para a lei um escravo era uma "ferramenta viva", uma coisa e não uma pessoa. Um amo podia desfazer-se de um escravo velho tal como podia fazê-lo com uma pá ou uma enxada velha. Podia entreter-se torturando a seus escravos, podia chegar a matá-los. Para os escravos não existia o casamento, até seus filhos pertenciam ao amo, como os cordeiros das ovelhas pertenciam ao pastor e não à ovelha. A glória do cristianismo foi converter estas pessoas que eram coisas em homens e mulheres verdadeiros, e ainda mais, em filhos e filhas de Deus, àqueles que não eram respeitados outorgou o respeito próprio; aos que não tinham vida, vida eterna; disse aos homens que se não eram importantes para os homens, eram-no para Deus. Disse aos homens que aos olhos do mundo não tinham valor, que aos olhos de Deus, valiam a morte de seu único Filho. O cristianismo foi, e ainda é, literalmente o que mais eleva em todo o universo. A citação com que Paulo termina esta passagem pertence a Jeremias 9:23, 24. Aqui, o pecado básico é crer-se com direitos, ou o desejo de reconhecimento. Só quando nos damos conta de que não podemos fazer nada e que Deus pode fazer e fará tudo, começa a verdadeira religião. O fato surpreendente e verdadeiro da vida é que a pessoa que se dá conta de sua própria fraqueza, de seu falta de sabedoria, de sua própria incapacidade e falta de poder, é a que no final é forte e sábia. É um fato corroborado pela experiência que o homem que crê que pode valer-se na vida por si só, terminará naufragando. BARCLAY, The First Letter to the Corinthians
A 108 ª edição do Tour de France, que teve largada neste sábado (26), traz de volta ao público francês o espetáculo da mais famosa prova ciclística de rua do mundo. A saída este ano foi de Brest, na região da Bretanha, oeste do país, onde vão acontecer quatro etapas de um total de 21 durante a competição. Foi nesta mesma região que, há cerca de 30 anos, um brasileiro entrava para a história do esporte. No dia 14 de julho de 1991, Mauro Ribeiro, integrante da equipe francesa RMO, liderava o pelotão de ciclistas ao final da 9ª etapa entre Alençon e Rennes. Na última reta, 16 corredores estavam na disputa, mas o brasileiro se manteve na frente, e mesmo sofrendo ataques dos concorrentes, cruzou a linha de chegada em 3h40'51. Mauro Ribeiro entrou na história como o primeiro, e até agora único, atleta brasileiro a vencer uma etapa do Tour de France. “Como para o todo atleta, é super gratificante. Quem conhece um pouco o Tour de France e o que ele é hoje, a gente começa a entender a grande aventura que eu passei. Para mim foi uma coisa sensacional. Depois de 30 anos de carreira e ainda estar com essa vitória como única, ela tem um sabor muito especial”, diz. No entanto, Mauro também revela uma certa tristeza por constatar que seu feito continua excepcional na história do ciclismo nacional.” A história é contada por aquilo que foi feito, e por aquilo que é continuado a ser”, lamenta. Ribeiro lembra que a prova terminou às 16h30, mas ele só conseguiu chegar ao hotel nom fim da noite, depois de ter atendido a imprensa de todo o mundo. “A mídia hoje, por ser instantânea, tem um impacto maior. Mas na época já foi algo fora da curva. Eu lembro que fiz atendi à cobertura de jornais de mais de 150 países”, recorda. “A própria responsável pela imprensa do Tour de France disse que tinha mais jornalistas do que a média do que o líder da prova naquele momento. Foi muito emocionante”, recorda. Ele acredita que sua vitória teve uma dimensão simbólica muito mais abrangente devido à conquista de um atleta representando um país fora do circuito tradicional do ciclismo. “Para o europeu, foi algo muito exótico. Era o início da globalização do ciclismo mundial. O esporte, que era praticando principalmente por europeus, começava a se despertar para australianos, colombianos e outros”, explica. "Essa vitória marcou tanto que o livro de ouro do Tour de France coloca como momento especial e ficou marcado como o novo ciclismo, como ele é hoje”, garante. Brasil está longe de voltar a ter atletas competitivos Mauro Ribeiro vê também com esperança o crescimento do interesse dos brasileiros pelo Tour de France, que, com as novas tecnologias e a maior diversidade de canais de comunicação, ampliou a divulgação do evento. “Ele entrou no calendário da população brasileira e cada vez mais. Hoje em dia temos as transmissões diárias e isso é muito bacana”, afirma. Ribeiro observa que o ciclismo de competição tomou um rumo muito tecnológico, conceitual e dependente de uma grande estrutura envolvendo patrocinadores, afinal os investimentos se tornaram mais altos para atingir o alto rendimento. O Brasil, segundo ele, tem potencial para desenvolver o esporte, como fez a Colômbia, que em 2019 colheu os frutos com a vitória histórica de Egan Bernal. O Brasil, segundo Mauro, também poderia aproveitar não apenas o interesse maior do público pelo ciclismo de competição, como a maior relevância que a bicicleta ganhou como meio de transporte pelo seu apelo ecológico. “Com a pandemia, muita gente está praticando por qualidade de vida, lazer e também está se encontrando neste esporte”, ressalta Se houver investimentos por parte das entidades que cuidam de ciclismo, o Brasil pode desenvolver um celeiro de futuros campeões, mas há um longo caminho a percorrer até chegar a esse cenário. “Atualmente, no Brasil, o ciclismo de alto rendimento ou de direcionamento para chegar ao alto rendimento ainda está muito longe de chegar onde é necessário para entregar alguns atletas com capacitação e experiência. Infelizmente, ainda estamos muito distantes. Então vai levar algum tempo para credenciar algum brasileiro para entrar no Tour de France”, conclui. Por outro lado, a falta de novos concorrentes o deixa na solitária posição de único brasileiro a ter vencido uma etapa da célebre competição francesa. “Por enquanto ainda vou continuar sendo o ‘embaixador' do Tour de France”, celebra. A chegada da Tour de France este ano está prevista para o dia 18 de julho, na famosa avenida dos Champs Elysées, em Paris
Ele cercou-se de bajuladores e expulsou quem lhe amava e lhe era leal, jogando o reino na guerra e no caos. Conheça essa grande tragédia de Shakespeare. Nesse episódio, Stefani Onesko convida Brás Oscar e Silvio Grimaldo para discutirem sobre uma das mais famosas e mais trágicas das obras de Shakespeare. A obra discutida neste podcast levará os ouvintes a refletir sobre a vida do homem, suas misérias, virtudes e sobre as consequências das ações humanas que podem resultar em glória ou ruína. Rei Lear, obra de Shakeaspeare, apresenta a história do rei da Bretanha que decide dividir o reino entre suas três filhas. As filhas mais velhas, Goneril e Regana, possuem ambições em torno do poder e dos recursos do pai e expõem todos seus falsos sentimentos para conseguir seus objetivos. Diferentemente da cobiça das irmãs, a filha mais nova, Cordélia, despojada de qualquer pretensão, prefere o silêncio, já que palavras não expressariam suficientemente o amor e a estima dela pelo pai e, por não corresponder à vaidade e ao orgulho do rei, acaba sendo desprezada. Rei Lear ao rejeitar a verdade representada por Cordélia, acabou escolhendo a ingratidão e, consequentemente, a própria ruína. Não deixe comprar esse e outras obras do Bardo na Livraria do BSM.
Jeanne de Clisson, também conhecida como Jeanne de Belleville e a Leoa da Bretanha, era uma ex-nobre bretã que se tornou uma corsária para vingar seu marido depois que ele foi executado por traição pelo rei francês. Ela cruzou o Canal da Mancha visando navios franceses e muitas vezes abatendo sua tripulação.
Ana Moura e António Zambujo, duas vozes portuguesas do fado, abrem o festival Métis (mestiço) a 22 de Junho perto de Paris, na Basílica Saint Denis. Um certame em que Portugal é o convidado e a música lusófona, incluindo cabo-verdiana ou brasileira, também marcam presença. Saint Denis é uma localidade muito próxima de Paris onde terá lugar o festival Métis (mestiço), este ano consagrado a Portugal e, de forma mais vasta, à música lusófona. Cabo Verde terá um lugar de destaque, onde figura também o Brasil com concertos a decorrer até 10 de Setembro. A abertura tem lugar já nesta terça-feira, dia 22 de Junho, na Basílica Saint Denis. Um local histórico onde repousam, nomeadamente, muitos reis de França. O cartaz prevê Ana Moura e António Zambujo, duas vozes portuguesas do fado, com a Orquestra nacional da Bretanha, sob a direcção de Fiona Monbet. Ana Moura evocou com a rfi a sua ligação a África e confessa estar expectante quanto a este que será o seu regresso aos palcos, após a longa interrupção ditada pela pandemia, pelo que este concerto em Saint Denis vai ter um gosto muito especial.
Neste episódio: Júlio César e os romanos terão novos embates com Cassivelauno e os Bretões, mas César mais uma vez consegue dividir as tribos, conquistar aliados, vencer batalhas. Apesar do sucesso militar novos problemas na Gália o fazem deixar a Bretanha antes de conseguir conquistar territórios. Entre em contato conosco por romanuaecrua@gmail.com caso tenha qualquer dúvida, elogio, crítica ou sugestão. SUPORTE ESTE PROJETO PADRIM: https://www.padrim.com.br/romanuaecrua NOSSOS APOIADORES: Nicolas Prandi Lucas Prandi Cesar Casulari Álvaro Dezidério Lucas Cerqueira Danilo Oliveira Fontes: Podcast The History Of Rome VIRGÍLIO, Públio. Eneida LÍVIO, Tito. The Early History of Rome. Penguin Classics. Penguin Books Limited, 2002 BAKER CÉSAR, Julio. Comentários de César sobre a Guerra Gaulesa. Livraria Lusitana, 1941 Músicas de Fundo: Hitman by Kevin MacLeod, Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3880-hitman License: https://filmmusic.io/standard-license Strength Of The Titans by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/5744-strength-of-the-titans License: https://filmmusic.io/standard-license Imagem da capa: https://www.radioalbion.com/2020/12/greatest-britons-hrh-cassivellaunus-gb.html --- Support this podcast: https://anchor.fm/romanuaecrua/support
Neste episódio: Júlio César resolve problemas na Ilíria e na Gália antes de poder regressar a Bretanha, quando o faz, leva consigo um exército poderoso. Entre em contato conosco por romanuaecrua@gmail.com caso tenha qualquer dúvida, elogio, crítica ou sugestão. SUPORTE ESTE PROJETO PADRIM: https://www.padrim.com.br/romanuaecrua NOSSOS APOIADORES: Nicolas Prandi Lucas Prandi Danilo Oliveira Cesar Casulari Álvaro Dezidério Lucas Cerqueira Fontes: Podcast The History Of Rome VIRGÍLIO, Públio. Eneida LÍVIO, Tito. The Early History of Rome. Penguin Classics. Penguin Books Limited, 2002 BAKER CÉSAR, Julio. Comentários de César sobre a Guerra Gaulesa. Livraria Lusitana, 1941 Músicas de Fundo: Hitman by Kevin MacLeod, Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3880-hitman License: https://filmmusic.io/standard-license Strength Of The Titans by Kevin MacLeod Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/5744-strength-of-the-titans License: https://filmmusic.io/standard-license Imagem da capa: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Chronicle_of_England_-_Page_005_-_The_Standard_Bearer_of_the_Tenth_Legion.jpg --- Support this podcast: https://anchor.fm/romanuaecrua/support
Eu Montanhista Freddy Duclerc apresento o Podcast Reset Humano “Montanha Escola” que visa valorizar o montanhismo Brasileiro que é verde e lindo. Também valorizar os “Grupos de Trilha” que são muitos no Brasil. Neste Episódio número #50 da 2ª temporada em 2021 trago o Tema REDE DE TRILHAS onde pessoas e a natureza se conectam e prosperam. Participam deste podcast, um grupo de peso: com Luiz Aragão Chefe do Parque Nacional do Itatiaia - ICMBio e representante da Trilhatransmantiqueira, Hugo de Castro Presidente da Rede Brasileira de Trilhas, Pedro Cunha de Menezes Diretor da World Trails Network e ícone da Transcarioca e o Grupo de Trekking Clube Outdoor com Bruno Negreiros. Em minhas expedições pela américa do sul fica claro que Trilhas ajudam a fomentar a economia local, por isso em todas as expedições que realizo utilizo a economia local para estruturar as viagens. Sou testemunha do Projeto Chileno “Ruta de Los Parques de La Patagonia” que junta 17 parques nacionais e reservas, em 2800km de paraíso em meio a diversos ecossistemas e de várias culturas locais. De Puerto Montt a Cabo Horns. Protege 24 Ecosistemas, 11,8 milhões de hectares.Pra mim um símbolo em nosso continente. Somente na França, há mais de 180 mil quilômetros de trilhas sinalizadas, calcula-se que 20 milhões de pessoas percorreram esses caminhos Dados de 2013, imaginem até 2020 quando a pandemia iniciou. Neste mesma época foram vendidos mais de 4,7 milhões de pares de botas de caminhadas nas lojas francesas. No mesmo ano, estudo feito pelo Comitê Regional de Turismo da Bretanha descobriu que 40 % dos turistas que viajam à região, estavam em busca de trilhas para praticar Trekking. Em 2016 na Espanha, segundo dados do Anuário de Estatística Esportiva espanhola, as caminhadas em trilhas, são o terceiro esporte mais popular do pais, com 4 milhões de praticantes. E no Brasil? No relatório do Pnad 2015 na Práticas de Esporte e Atividade Física em parceria com Ministério dos Esportes, 24% dos brasileiros afirmaram que praticam corridas ou caminhadas com alguma frequência. Sabemos que este número é superestimado, pois as vezes não é atividade física, é apenas locomoção. Um detalhe nesta pesquisa, não identifica as caminhadas em Trilhas. Nesta mesma pesquisa 40% dos brasileiros foram identificados sedentários. O Projeto Reset Humano tem o DNA no convívio com a Natureza na montanha, e visa desenvolver o Ser Humano dando um "Reset", gerando aprendizado e conhecimento, para desenvolver a Sociedade impactando de maneira POSITIVA na Natureza em nossa casa no Planeta Terra. Aqui a história é contada a partir de histórias de vidas Inspiradoras. Quer fazer parte do projeto Reset Humano? Nos siga nas redes sociais! Linkedin: https://www.linkedin.com/company/reset-humano-podcast/ Youtube Reset Humano: https://www.youtube.com/channel/UCVyrtHICoV933iobr8HLopg Instagram: https://www.instagram.com/resethumano/ Bons Ventos! Projeto Reset Humano Freddy Duclerc Whatsapp +55 11 98165 0990 Intro music Vídeo: SG Lewis Dreaming --- Send in a voice message: https://anchor.fm/reset-humano/message Support this podcast: https://anchor.fm/reset-humano/support
O episódio de hoje expande a postagem do blog. De fato não há nenhum Rei Arthur na história da Bretanha, mas e um Arthur comandante militar? Será que "rei" é apenas uma homenagem póstuma? Ou seria uma maneira de inspirar as pessoas em um período difícil?? Vamos dialogar!
Beannachdan caraidean! O Viracasacas dessa semana traz a jornalista e ativista Nathália Urban (no Twitter @UrbanNathalia ) para uma conversa sobre a política da Grã-Bretanha e as relações dos governos do Partido Conservador com as guinadas à direita na América Latina – inclusive a ascensão do bolsonarismo no Brasil. Nathália Urban levantou, junto a outros colaboradores do Brasil Wire, documentos sobre encontros de diplomatas britânicos e representantes de empresas inglesas com Bolsonaro meses a até anos ANTES de sua eleição. Um desses encontros se deu com a Astrazeneca, empresa que desenvolveu a única vacina defendida por Bolsonaro… outro com a Anglo, mineradora que pretende explorar terras indígenas na Amazônia, inclusive naquelas onde vivem povos isolados. Falamos também sobre o governo de Boris Johnson, as trapalhadas do Brexit e os movimentos independentistas na Escócia, País de Gales e Irlanda. Entre a necessidade de solidariedade e a ruína da Bretanha pós-Tatcher nossa conversa resultou um episódio fundamental
A iniciativa é nobre mas o caminho se mostra mais tortuoso do que o previsto. Um ano depois de comprar um zoológico decadente para promover o retorno à vida selvagem dos animais do local, a organização francesa Rewild ainda não conseguiu reintroduzir nenhum bicho na natureza – e passou grande parte deste primeiro ano resolvendo problemas judiciais e sanitários. O projeto ganhou os holofotes na França no fim de 2019. Em poucos dias, um grupo de associações de proteção dos animais conseguiu juntar quase € 700 mil em doações on-line para se tornar o novo proprietário do zoológico do parque de Pont-Scorff, na Bretanha, no noroeste do país. O próximo passo seria preparar os cerca de 560 animais mantidos em cativeiro para retornar ao seu ambiente natural. "A nossa maior prioridade são os animais da África e da Ásia, que suportam muito mal o clima europeu. Agora, estamos em pleno inverno e eles precisam ficar trancados a maior parte do tempo porque faz frio demais fora para eles”, explica a copresidente e porta-voz da Rewild, Lamya Essenlali. "Eles vivem em condições absolutamente inadaptadas para eles. Ter animais de clima quente no norte da Europa significa fabricar sofrimento.” Espaços inadequados Lamya relata que alguns dos bichos viviam sem acesso ao sol, ou a um local para poderem se isolar ou reproduzir. O primeiro passo foi acabar com a entrada dos mais de 200 mil visitantes por ano, para poder readaptar os espaços. "O fato de manter os animais em condições para eles serem expostos é contraditório com o processo de reabilitação e retorno à vida selvagem que nos comprometemos. Num zoológico normal, os animais não têm o direito de se esconder do público e os seus instintos naturais ficam reprimidos: eles precisam estar sempre expostos e o local é feito de maneira a providenciar isso”, afirma. "Nós mudamos isso totalmente. As nossas jaulas são organizadas de maneira a atender às necessidades dos animais, e não as do público”, ressalta a copresidente. Reações à iniciativa A nova política, porém, gerou inimigos. O Rewild se tornou alvo de um cerco das entidades que promovem atrações com animais em cativeiro – aquários, circos e outros zoológicos tradicionais. Brotaram denúncias de irregularidades sanitárias, que a organização rebate afirmando que já existiam muito antes de se tornarem os novos donos. Os críticos alegam, ainda, que a reintegração dos bichos na natureza não passa de ilusão. Segundo eles, raros são os casos de animais nascidos em cativeiro capazes de voltar a uma vida selvagem – via de regra, apenas os grandes predadores conseguiriam sobreviver. A entidade da ONU ligada ao tema (União Internacional de Conservação da Natureza) adverte que a transferência de um animal deve garantir o benefício para a preservação da espécie ou de um ecossistema. Ou seja, se ele tem mais chances de sobreviver em cativeiro, essa alternativa deve prevalecer sobre o seu bem-estar, pelo menos quando se tratam se espécies ameaçadas de extinção. Lamya afirma que a organização é orientada por especialistas em fauna selvagem e os planos de retorno à natureza de cada animal respondem a três critérios: comportamentais, sanitários e genéticos. “Alguns zoológicos estão fazendo de tudo para nos impedir de soltar os animais, nem que seja só para nos impedir de mostrar que isso é possível. Mas essa possibilidade está comprovada”, indica. "Trabalhamos em colaboração com o zoológico Aspinall da Inglaterra, que já devolveu para a vida selvagem cerca de 60 gorilas, rinocerontes, leopardos – e todos tinham nascido na Inglaterra.” Tartarugas autorizadas a partir As primeiras contempladas devem ser duas tartarugas de Seychelles, que já receberam autorização para partir e serem recepcionadas no arquipélago. A porta-voz reconhece os percalços, que segundo ela geraram "gastos enormes de dinheiro, tempo e energia” e desviaram o foco do objetivo do projeto. Para completar, o fim da venda de ingressos, que gerava a renda do antigo estabelecimento, coincidiu com o início da pandemia de coronavírus. "Mesmo que, hoje, nenhum animal tenha saído ainda, muita coisa foi feita: muitos avanços para melhorar o dia a dia dos animais que vivem aqui, para podermos soltá-los um dia”, sublinha a ativista. Lamya lembra ainda que algumas das espécies sequer existem fora dos zoológicos, como os tigres brancos, resultado de uma manipulação genética pela consanguinidade. Nestes casos, só restaria o caminho de viverem em um santuário ou refúgio.
A Idade Média é o período da história da Europa ocidental geralmente datada entre a Queda de Roma, em 476, e a tomada de Constantinopla pelos otomanos, em 1453. O Ocidente medieval foi uma civilização diferente da Antiguidade Clássica e dos tempos modernos, e o que a história e a lenda de Arthur, rei da Bretanha, pode nos dizer sobre o período? O Medievalíssimo recebe a mestranda Isadora Martins (Labora-USP) para conversar sobre a construção memorial, histórica e do imaginário de Arthur, rei da Bretanha Sugestões da Isadora para entender um pouco mais sobre Arthur Hilário Franco Jr.: “O retorno de Artur: o imaginário da política e a política do imaginário" in. Três Dedos de Adão - Ensaio sobre o caráter messiânico envolvendo os usos políticos no passado e no presente do rei da Bretanha Camelot (2011): seriado criado por Michael Hirst e Chris Chibnall para a rede de televisão Starz que tem como base os romans do século XII e conta no elenco atores como Joseph Fiennes, Jamie Campbell Bowe e Eva Green. Perfil no Instagram do Labora-USP: https://www.instagram.com/labora_usp/ Contato: medievalissimo@gmail.com Conheça a nossa campanha de financiamento no Catarse Gostou desse podcast? Quer ajudar o Clio a produzir mais e melhores conteúdos? Entre em https://www.catarse.me/clio e conheça a nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse, a partir de R$ 5,00 você já ajuda o Clio a se manter no ar e produzir mais conteúdos para vocês. Financiadores desse episódio: Cristina Lima, Elizabeth Santos, Gabriel Bastos, Giovanni Alecrim, Gui Aschar, Henrique Mundim, Juliana Santoros, Lucas Prestes, Paula Guisard, Rosana Vecchia, Suzana Athayde, Vanessa Spinosa Para todos vocês, nosso muito obrigado! Acesse a @cliohistoriaeliteratura no PicPay e ajude a Podcasts Clio a produzir cada vez mais e melhores conteúdos para todos e todas. Siga o Medievalissimo nas redes sociais Instagram: @medievalissimo Telegram: t.me/cliohistoriaeliteratura
A chegada do outono começa a transformar o visual de Londres mais uma vez. Neste ano, no entanto, a mudança de estação vem com uma nova atitude dos britânicos diante da pandemia. See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Eu não acho que uma pessoa possa ter uma união íntima com Nosso Senhor e uma perfeita fidelidade ao Espírito Santo, sem não tiver uma grandíssima união com a Santíssima Virgem”. Eis o fundamento da espiritualidade de Luís Maria Grignion de Montfort. “Toda a nossa perfeição - escreveu – consiste em ser conforme, unidos e consagrados a Jesus”; imitar Maria quer dizer seguir “a criatura mais conforme a Jesus”. Luís Maria Grignion, segundo de dezoito filhos, nasceu no dia 31 de janeiro de 1673, em Montfort-sur-Meu, em uma família da Bretanha, profundamente cristã. Ali, viveu apenas poucas semanas, após ter recebido o batismo um dia depois do seu nascimento. Apesar das dificuldades econômicas, aos 12 anos frequentou o colégio jesuíta de São Tomás Becket, em Rennes; a seguir, transferiu-se para Paris, onde entrou para o seminário de São Sulpício e estudou na Universidade Sorbonne. Com 27 anos, em 5 de julho de 1700, dia de Pentecostes, foi ordenado sacerdote. Algumas testemunhas narram que ele permaneceu o dia inteiro em adoração como “um anjo diante do altar”. Eu sou FÁBIO CHRISTIANO!, e Santo do Dia deste 28 de abril, fala sobre São Luís Maria Grignion de Montfort. Aperte o play, ouça, comente (se quiser!), siga e ative as notificações para não perder nenhum episódio e compartilhe!
Hoje é um dia triste para os britânicos que escolheram morar na França. Muitos dizem estar envergonhados, constrangidos com a opção de deixar a União Europeia feita há três anos e meio pela maioria de seus conterrâneos. O divórcio, após 47 anos de casamento com o bloco, representa para muitos uma separação dolorosa, forçada. Segundo dados oficiais, a França tem 144.000 britânicos residentes permanentes no país (Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas, 2018). Mas outras estimativas citam 400.0000 cidadãos da coroa britânica no solo francês. Até agora, eles estavam tranquilos, aproveitando as quatro liberdades que caracterizam a União Europeia: livre circulação de pessoas, bens, serviços e capital. A maioria dos britânicos residentes na França são aposentados que compraram pequenas casas de campo ou em vilarejos pitorescos do centro, norte e oeste do país – Normandia, Bretanha, Poitou, Limousin ou Dordogne –, áreas rurais conhecidas pela beleza e a boa gastronomia. Eles formam pequenas comunidades de conterrâneos, mas vivem perfeitamente integrados à cultura francesa. Exercem um papel econômico relevante para o comércio local, o mercado imobiliário e o turismo, nessas áreas menos atraentes para os jovens franceses. O presidente francês, Emmanuel Macron, fez um curto pronunciamento em rede nacional de televisão. "Hoje é um dia triste. Esta partida é um choque, é um sinal de alarme histórico que deve ressoar em cada um de nossos países ", disse o líder francês. Macron afirmou que o Brexit só foi aprovado no referendo em junho de 2016 "por causa das mentiras proferidas durante a campanha e pelo fato de a Europa não ter se transformado à altura das expectativas de seus cidadãos". "É preciso recordar a cada minuto o que a mentira pode causar à democracia", alertou o presidente francês. Custo de vida mais barato Os britânicos passaram a comprar casas e se instalar na França sobretudo a partir da década de 1990, motivados pelo custo de vida mais barato do que no Reino Unido, por vantagens fiscais, pelo país ser mais ensolarado e pela qualidade da saúde pública, que eles podiam compartilhar enquanto cidadãos europeus. Mas isso vai mudar. Com o Brexit, a maior preocupação é a perda do acesso à seguridade social francesa. Fora da União Europeia, os britânicos se perguntam se não terão mais reembolso médico do Estado francês. Por enquanto, nada vai mudar durante o período de transição até 31 de dezembro deste ano, mas depois ninguém sabe o que virá. Para os aposentados, este é um motivo de preocupação e angústia. Muitos moram aqui há 15 anos, 20 anos, e não pensam em retornar ao Reino Unido. Como cidadãos europeus, os britânicos podiam votar nas eleições europeias e participar da política local. Atualmente, existem 700 vereadores britânicos eleitos no território francês, mas, com o Brexit, eles não poderão se candidatar à reeleição nas eleições municipais de março próximo. Os prefeitos dessas cidades dizem estar diante de uma perda imensa, porque os britânicos participam do dinamismo desses municípios. O jeito será pedir a nacionalidade francesa, mas o processo é burocrático e demora em torno de dois anos. Alguns, que têm a possibilidade de pedir a nacionalidade irlandesa pegaram esse caminho mais rápido, já que a República da Irlanda continua na União Europeia e é menos burocrática que a França. Aqueles que não sabem se continuarão na França a longo prazo, estes precisam se registrar nas autoridades de imigração competentes até 31 de dezembro de 2020 para receber um visto especial de estadia, a chamada “carte de séjour” francesa. "Fish and chips" em Paris Com a proximidade do Brexit, aumentou o número de britânicos em Paris. O prato predileto de turistas e residentes, o “fish and chips”, peixe com batata frita, entrou para o cardápio de restaurantes da capital. A agência aberta pelo Estado francês para atrair companhias antes instaladas no Reino Unido diz que 136 empresas britânicas vieram para a França desde o referendo de 2016. Em termos de empregos, elas abriram 5.500 vagas de trabalho na região parisiense, a maior parte no setor de Finanças (3.500 novos empregos) e, em menor escala, no setor de serviços – seguradoras, por exemplo. São pessoas de alto poder aquisitivo. Nesta área, Paris se apresenta como a grande vencedora da disputa que teve como concorrentes Frankfurt e Amsterdã, praças financeiras competitivas na zona do euro. No ranking geral de cidades escolhidas pelos britânicos para permanecer no bloco, Paris fica em terceiro lugar, atrás de Dublin e Luxemburgo, que cobram menos impostos. A empresa operadora do Eurotúnel, que faz a ligação entre os dois países sob o Canal da Mancha, se preparou para continuar transportando um quarto das mercadorias que transitam entre os dois países. O comércio entre o Reino Unido e a União Europeia representa € 140 bilhões por ano e mantém 250.000 empregos de um lado e do outro do canal. A operadora do Eurotúnel se equipou com um novo sistema eletrônico de controle das passagens, aumentou as vagas de estacionamento nas entradas do túnel e contratou mais funcionários para reduzir o tempo de espera na verificação dos documentos, acreditando que o vaivém entre a França e o Reino Unido continuará intenso. Agora, só o tempo dirá qual será o impacto do Brexit para os dois lados.
Políticos conservadores ganharam destaque nos quatro cantos do mundo. A chamada onda conservadora está mais forte do que nunca e pode, por exemplo, aumentar a sua participação no parlamento do Reino Unido no próximo dia 12 de dezembro, aproximando a Grã-Bretanha do Brexit. Esse crescimento é observado, inclusive, em países com histórico mais à esquerda como o Uruguai. A edição de hoje traz um bate papo com o Filipe Mendonça, professor de relações internacionais da Universidade Federal de Uberlândia, e com o jornalista e repórter especial do Estadão, Roberto Godoy.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Olá pessoal, o episódio atrasado de setembro que virou o de outubro traz nossa discussão sobre o ciclo arturiano. Nesse conversa falamos sobre algumas das obras que eternizaram a lenda do rei Arthur, pensando nas categorias de mito, história e religião. São nove séculos de lenda, em que esse personagem (histórico ou mítico?) – assim como Merlim, Morgana, Uther e Mordred – é um elemento fundamental do imaginário ocidental. Diversas obras medievais, modernas e contemporâneas, conformaram a narrativa arturiana de diversas maneiras, trazendo sempre elementos folclóricos como Camelot, Viviane a rainha do lago, dragões, magos, fadas etc., assim como o processo de cristianização das práticas pagãs. Por fim, conversamos en passant sobre algumas das inúmeras adaptações da lenda arturiana para o cinema. Livros citados: De Excidio et Conquestu Britanniae – “Sobre a Ruína e Conquista da Bretanha” (século VI), São Gildas Historio Britonum – “História dos Britânicos” (século VIII), de “Nenius” Historia Regium Britanniae – História dos Reis Britânicos (1138), de Geoffrey de Monmouth Lancelot ou Le Chevalier de la Charrete (1181), de Chrétien de Troyes Le Morte d’Arthur (1470), de Thomas Malory The Sword on the Stone (1938), de T. H. White The Merlin Trilogy (1970), de Mary Stewart The Fall of Arthur (2013), de J. R. R. Tolkien King Arthur. The Making of the Legend (2018), de Nicholas J. Higham Música da nossa trilha sonora: An Astrailhad – Beltane – Rockhill (2004) Lady of the Lake – Derek Fietcher – Camelot (2014) The Sword on the Stone – Derek & Brandon Fiechter – Medieval Times (2015) Brian Boru’s March – Loreena Mckennit – The Wind That Shakes the Barley (2010) Rockhill – Beltane – Rockhill (2004) The Mystic’s Dream – Loreena Mckennit – The Mask and Mirror (1994) Burning Pipes Hut – Beltane – Rockhill (2004) The Bard’s Song (In The Forest) – Blind Guardian – Somewhere Far Beyond (1992) Mordred’s Song – Blind Guardian – The Forgotten Tales (1996) Irish Party in Third Class + John Ryan’s Polka – Gaelic Storm (1997) Deixe seus comentários aqui pra gente. Sempre que acabamos de gravar, lembramos de algo mais que poderia ser dito, logo o tema sempre fica em aberto. Podcast: 00:00:42 Apresentação 00:07:34 Cronologia das fontes históricas e das obras 00:35:17 Hibridismo cultural 01:04:35 Adaptações 01:13:00 Encerramento The Sword on the Stone (1963) https://www.imdb.com/title/tt0057546/ Camelot (1967) https://www.imdb.com/title/tt0061439/ Monty Python and The Holy Grail (1975) https://www.imdb.com/title/tt0071853/ First Knight (1995) https://www.imdb.com/title/tt0113071/ King Arthur (2004) https://www.imdb.com/title/tt0349683/ King Arthur: The Legend of the Sword (2018) https://www.imdb.com/title/tt1972591/ Is there any truth to the King Arthur legends? – Alan Lupack https://www.youtube.com/watch?v=RBsY88Lir-A&feature=youtu.be Artigo: http://www.arthuriana.co.uk/historicity/arthur.htm O post #38: Rei Arthur apareceu primeiro em Chá das Cinco Com Literatura.
2021 é daqui a tempo demais! Sem paciência para esperar o prazo prometido pelo governo francês para banir dos campos do país o glifosato, o agrotóxico mais usado nas lavouras do mundo, prefeitos de toda a França se rebelam. Cerca de 50 gestores já emitiram decretos municipais para proibir o uso de produtos sintéticos nos espaços privados e semi-públicos das cidades. No campo, a meta é limitar a aplicação nas propriedades rurais a entre 100 e 150 metros de moradias e estabelecimentos como escolas e hospitais. As medidas violam a lei, já que um tal embargo compete às autoridades nacionais, como o Parlamento ou os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente. No entanto, por mais que seja irregular, a determinação constrange o poder, que se vê obrigado a acelerar os procedimentos previstos para daqui a dois anos. Quem vai proibir os prefeitos de tentar proteger a população dos prejuízos causados pelos pesticidas? Florence Presson, prefeita-adjunta para questões ambientais da cidade de Sceaux, no sul de Paris, abriu um site para os prefeitos aderirem ao movimento. "É inacreditável. Hoje, todas as correntes políticas são representadas e os prefeitos que submetem essa lei à votação consideram que é o dever deles de advertir, de garantir a segurança, a saúde e o respeito à biodiversidade nas cidades deles", relata. "Eles estão determinados a seguir em frente." A iniciativa foi lançada por um prefeito da região da Bretanha, Daniel Cueff, que já teve de comparecer ao tribunal pela medida, em agosto. A Justiça administrativa suspendeu o decreto e Cueff recorreu da decisão, em uma disputa que segue em curso. Até o presidente Emmanuel Macron acabou se pronunciando: disse que apoia “as intenções” do prefeito, mas lembrou que é preciso “respeitar a lei”. Produtos mais baratos são mais poluentes À RFI, Florence Presson garante já estar preparada para ter de enfrentar o tribunal. Ela ressalta que existem opções de produtos menos nocivos do que os utilizados amplamente nos campos e jardins. "Se baixamos um decreto dizendo que “aqui, não!”, as empresas não terão problemas para resolver a questão, porque há alternativas. A diferença é que os produtos melhores custam um pouco mais caro", afirma a prefeita-adjunta. "É simples: se não falamos nada, eles continuam usando os produtos poluentes e baratos." Diante da polêmica, o ministro francês da Agricultura, Didier Guillaume, anunciou que a partir de 1º de janeiro, o governo poderá determinar que o glifosato e semelhantes só poderão ser aplicados a pelo menos 5 a 10 metros de “prédios ocupados”. O governo também lançou uma consulta pública sobre o tema, que gera resistência dos produtores rurais. Entretanto, para Jean-Marc Bonmatin, pesquisador do Centro de Biofísica Molecular da Universidade de Orléans e especialista em agrotóxicos, a distância evocada pelo ministro é ineficaz. "A iniciativa é válida já que, finalmente, a periculosidade desses produtos é levada em consideração. No entanto, francamente, estipular a distância de 5 ou 10 metros das moradias é longe de ser suficiente, já que os agrotóxicos são aplicados na terra ou na forma de tratamento das sementes e do solo, e se dispersam no ar. Em nenhum dos casos, essa distância é segura para proteger os moradores", explica o pesquisador. 80% dos agrotóxicos são "inúteis", diz cientista Organizações ambientais demonstram ceticismo sobre a medida: temem que ela iniba providências mais ambiciosas para proteger as populações dos pesticidas e herbicidas sintéticos. Bonmatin é vice-presidente de um grupo internacional de estudiosos dos impactos dos agrotóxicos no ambiente e na saúde. Ele lembra que pesquisas realizadas nos Estados Unidos indicaram que o perímetro “começa a ser seguro” a partir de 1,5 quilômetro da área de aplicação dos químicos. O cientista observa que as pesquisas também mostram que “80% dos agrotóxicos são inúteis” no rendimento de uma lavoura. Segundo Bonmatin, os produtos acabam sendo adotados mais por praticidade do que necessidade. "Nós demonstramos que, na imensa maioria dos casos, os tratamentos não são necessários. Eles são aplicados sistematicamente, de maneira intensiva", nota o pesquisador. "Mas se olhamos o rendimento das culturas, vemos que se passamos para tratamentos bem mais equilibrados, como aqueles produtos utilizados apenas em último caso, ou até a agricultura orgânica, o rendimento continua muito bom."
Desde 2012, parisienses e turistas têm um encontro marcado no verão da capital francesa com a já tradicional Noite no Musée des Invalides, também conhecida como o Show Monumental de Paris. Em 2019, o diretor Bruno Seillier escolheu contar nada menos que 3.000 anos da história da França, num espetáculo que mistura tecnologias de vídeo-mapping, projeção de laser e uma verdadeira viagem musical, para revisitar episódios clássicos, desde a tomada da Gália pelos romanos até os dias atuais, passando pelas Guerras Napoleônicas e a Revolução Francesa. Lutécia, 3.000 anos de histórias, faz referência ao antigo nome milenar de Paris e propõe uma viagem audiovisual no túnel do tempo. Segundo o diretor do espetáculo, Bruno Seillier, um veterano de trabalhos de projeção e instalações em monumentos históricos, o foco principal é a essência da história a ser contada. "Primeiro o espetáculo se destinaaos olhos, aos ouvidos e, através da luz das tecnologias, eu resgato a grandiosidade e as formas do monumento histórico do Musée des Invalides. É uma boa maneira de descobrir um país, um povo, de falar ao coração deste povo", afirma. "Os monumentos também trazem consigo uma longa história, e representam símbolos. Nesse momento tento dialogar de maneira espiritual com a plateia, para fazer o publico ficar com vontade de conhecer mais sobre essa história de homens e mulheres que construíram esse monumento e que moraram dentro dele", diz Seillier. À frente de seu quinto grande espetáculo em 2019, o diretor conversou com a RFI direto de Carcassone, onde encena a história do mítico lar dos cátaros, nesta cidade medieval do sudoeste francês, para uma grande multidão nestas férias de verão do Hemisfério Norte. O show se chama La cité des pierres vivantes, ou A cidadela das pedras vivas, em português. Ele também assina espetáculos com projeções como as Crônicas do Monte, no famoso Mont Saint-Michel, na região da Bretanha, e criou um trabalho especial no ano passado para os 130 anos da Torre Eiffel. "A primeira coisa que é preciso respeitar os monumentos, não apenas na maneira como eles se apresentam, mas também em sua história, identidade e símbolos", diz. "E também a mensagem enviada por quem os construiu. Não se trata de sublinhar a visão de um diretor, mas de valorizar o monumento. Fazer aparecer na superfície da pedra coisas que podem parecer escondidas durante o dia. Para apresentar o monumento à plateia sob uma outra luz. Mas o ponto principal é permanecer fiel ao monumento", reitera Seillier. Hospital Militar O diretor resgata a história e a memória do Musée des Invalides, ou o Museu dos Inválidos, para justificar a sua escolha na encenação dos 3.000 anos de Lutécia. "Les Invalides era um hospital em sua origem, idealizado pelo rei Luís 14, o chamado Rei-Sol, para os soldados pobres e feridos de seu exército", lembra o diretor. "Na sequência, Napoleão construiu uma necrópole no local, um cemitério para grandes soldados e generais, os heróis do Exército francês. E, finalmente, trata-se de um Museu do Exército da República, uma homenagem a todos os soldados mortos pela França. É um monumento que representa verdadeiramente um grande símbolo de unidade, não importam as diferenças políticas de diferentes regimes, os Invalides representam esta unidade francesa", acredita. "Contando a história dos Invalides, posso contar a história da França, da monarquia, do império da revolução e da República. Neste lugar, na planície de Grenelle, no início da história da França, aconteceu uma batalha importante, entre os romanos e os gauleses, e, após nossa derrota, Lutécia caiu nas mãos dos romanos", relembra Bruno Seillier. Grandiose O diretor decidiu encarar o desafio de contar 3.000 anos de história em 50 minutos de espetáculo, que já reúne cerca de 400 mil espectadores. A aparelhagem impressiona, com 10 vídeo-projetores laser em uma superfície de projeção de 5 mil metros quadrados. O trabalho, no entato, parece hercúleo. "É um longo processo, que exige muita leitura, de contemplação, de busca de imagens, de escuta musical e, pouco a pouco o agenciamento das músicas, das imagens e dos temas vão aparecendo, é um processo que leva um certo tempo", confessa. "Retratamos muitos momentos, como a Resistência durante a Segunda Guerra Mundial, a homenagem ao Soldado Estrangeiro morto pela liberação da França, a fundação do Museu do Exército, o começo da Revolução Francesa. É uma homenagem a todos os soldados franceses mortos, e à história da França de modo geral", diz. O espetáculo Lutécia, 3.000 anos de histórias, fica em cartaz até 30 de agosto de 2019 no Musée des Invalides, em Paris.
O Reino Unido tem um novo primeiro-ministro, que deverá tocar a saída dos países pertencentes a Grã-Bretanha da União Europeia. De estilo despojado e gafes, Boris Johnson já foi comparado a Donald Trump. Nascido nos Estados Unidos, a vida do conservador é recheada de polêmicas. Com o discurso de combate ao Partido Trabalhista, a ascensão do político foi comemorada também pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas o que esperar do novo premiê britânico? No programa de hoje, um pouco da trajetória de Boris Johnson, e a expectativa em relação ao Brasil com as análises do Pró-reitor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e especialista em Relações Internacionais, Sidney Ferreira Leite.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Facebook, rede social que se tornou uma plataforma de organização para os manifestantes franceses, exerce cada vez mais influência direta nas democracias. Mas a ausência de um debate coerente tende a esvaziar o movimento que surgiu para protestar contra o aumento do imposto sobre o combustível e se tornou uma revolta popular. O que Trump, Bolsonaro e o movimento dos "coletes amarelos" na França têm em comum? Suas trajetórias convergem em torno do Facebook. Nos dois primeiros casos, a rede social teria sido usada como arma de manipulação em massa, como prova o escândalo de roubo de dados orquestrado pela empresa britânica Cambridge Analytica e as denúncias envolvendo a campanha de Bolsonaro no Whastapp, que pertence ao Facebook. Já o movimento francês, que nos últimos finais de semana invadiu as ruas de Paris e das maiores cidades da França, nasceu na rede social, mas diferentemente dos cases eleitorais citados acima, foi espontâneo. Tudo começou no dia 10 de outubro, quando o motorista de caminhão Eric Drouet criou um evento no Facebook para protestar contra a alta do imposto sobre os combustíveis, que deveria entrar em vigor no início de janeiro. Oito dias mais tarde, a hipnoterapeuta Jacline Mouraud, que vive na Bretanha, publicou um vídeo de quatro minutos na plataforma. Ela denunciava a postura do governo em relação à população que precisa do carro em seu dia-a-dia –franceses que vivem em cidades afastadas ou na periferia de grandes centros, onde o transporte público é deficiente. O vídeo viralizou e teve mais de 6 milhões de visualizações. A repercussão levou a francesa, que recebeu ameaças, a fechar sua conta, mas o movimento estava lançado. Em poucos dias, centenas de vídeos, imagens e petições começaram a circular nas redes sociais, exigindo que o governo voltasse atrás em sua decisão. Na esteira dos protestos virtuais, surgiram outras reivindicações contra decisões tomadas pelo Executivo francês. Entre elas, o aumento dos impostos sobre as aposentadorias e a supressão do ISF, o imposto sobre a fortuna, medida que encarnou a “política para os ricos”, da qual foi acusado o presidente Emmanuel Macron. Falta de diálogo construtivo O movimento dos coletes amarelos não é formado por militantes politizados, como foi o caso da Primavera Árabe, em 2010, por exemplo. Esse aspecto tende a esvaziar o protesto – o que já vem acontecendo desde o dia 8 de dezembro, lembra Pierre Olivier Cazenave, especialista em redes sociais e criador do Social Media Club, grupo francês de discussão sobre o uso das plataformas digitais. Segundo ele, a falta de politização não permitiu que os "coletes amarelos" estabelecessem um diálogo construtivo no Facebook. Sem contar que os protestos reúnem diferentes grupos, o que dificulta ainda mais a coerência do debate. Entre eles, trabalhadores precários, em sua grande maioria, mas também moradores da zona rural, cidadãos eurocéticos, membros da extrema-direita, da extrema-esquerda, e no meio disso tudo, a vertente mais violenta: grupos extremistas que aproveitaram as manifestações para promover o quebra-quebra. “Temos a impressão que, fora o fato de Facebook ter sido usado como suporte de mobilização, a rede não possibilitou uma verdadeira discussão entre manifestantes sobre suas perspectivas e o movimento. A impressão é de que não existe um diálogo construtivo no Facebook”, diz Cazenave. Ele lembra que o algoritmo do Facebook gerencia os compartilhamentos por afinidade: ou seja, nas timelines dos membros dos diferentes grupos dos "coletes amarelos", aparecem somente conteúdos publicados por internautas que têm a mesma opinião. Nessa massa de vídeos, artigos e links, as fake news se disseminam na velocidade da luz. “Se a informação for falsa, mas corresponde a uma opinião com a qual a pessoa concorda, será compartilhada, e isso vai ajudar a disseminar um posicionamento”. Essa é a dinâmica que se instaurou no movimento dos "coletes amarelos", explica o especialista francês. Movimento “emotivo” se propaga mais rápido no Facebook A realidade é que, da mesma maneira que o Facebook mobiliza, também dispersa. Os protestos dos "coletes amarelos", explica Pierre Olivier Cazenave, tiveram desde o começo uma forte motivação “emocional”, o que dificultou a construção de um verdadeiro projeto em torno das reinvindicações. Existia, e ainda existe, o sentimento de que há excesso de impostos, perda de poder aquisitivo, mas sem formulações mais precisas sobre ações que poderiam reverter esse quadro. “Nas primeiras horas de mobilização, não havia nenhuma reivindicação formulada de maneira clara. Esse enraizamento emotivo da mobilização ganhou ainda mais força nas redes sociais”, analisa Cazenave. A força do movimento, entretanto, levou o governo a voltar atrás e a renegociar certas medidas. O governo Macron cancelou, por exemplo, a alta do preço dos impostos sobre o combustível e prometeu um aumento de €100 mensais no salário mínimo. Uma das maiores dificuldades do governo aliás, foi encontrar interlocutores dos "coletes amarelos" para negociar uma saída para a crise – já que o movimento se alastrou de maneira difusa, sem um único líder, utilizando o poder das imagens que mais viralizaram na internet. “Os 'coletes amarelos' querem ser ouvidos, mas também vistos. O triunfo da imagem, do vídeo, é algo interessante a ser observado”, diz Cazenave. Resta saber agora qual será o futuro do movimento, que perdeu força depois do atentado de Estrasburgo, no dia 11 de dezembro – o que levou ao surgimento de um boato na rede sobre a existência de um “complô” para enfraquecê-los.Teoria, lembra Pierre Oliver Cazenave, que não tem credibilidade. “O atentado foi o momento onde todos os franceses apoiaram a polícia. Foi um momento inédito das manifestações na França, onde vimos as pessoas aplaudirem as tropas de choque da polícia quando elas passavam.”
Segundo episódio da Semana Com Clareza, produzida e apresentada por Heloisa Fischer. Comentário transmitido pela Rádio MEC FM do Rio de Janeiro em 09/10/2018. A série celebrou o Dia Internacional da Linguagem Clara, em 13 de outubro. comclareza.com.br heloisa@comclareza.com.br === Olá! Esse é o segundo episódio da Semana Com Clareza, a série que celebra o Dia Internacional da linguagem clara em 13 de outubro. Já apresentei o que é a linguagem clara e hoje eu vou dar uma pincelada nesse movimento mundial pelo direito de entender textos que orientam o cotidiano. Se você perdeu o primeiro episódio, aí vai uma pequena cola para contextualizar a nossa série. A Associação Internacional de Linguagem Clara diz assim: "Uma comunicação está em linguagem clara quando o texto, a estrutura e o design são tão claros que o público-alvo consegue encontrar facilmente o que procura, compreender o que encontrou e usar a informação.O objetivo é entender um documento escrito em linguagem clara logo na primeira leitura." Já pensou que sonho ler qualquer documento e entender logo de primeira? Pensa só no último contrato que você assinou ou no último formulário que precisou preencher! Teve que ler mais de uma vez, não foi? Aí entra a linguagem clara para facilitar a leitura e a compreensão. No Brasil, o tema é novíssimo. São poucos os que, como eu, trabalham para estabelecer esse campo por aqui. Mas há países onde ele já é bem conhecido e, melhor ainda, adotado por governos e empresas. Quando se fala em linguagem clara mundo afora, o mais comum é usar o termo em inglês "plain language". "Plain" quer dizer simples, claro. "Plain language" é linguagem clara. Super voltando no tempo, lá no século XIV, no livro "Contos da Cantuária", o escritor britânico Chaucer dizia: "Fala de forma simples, despojada, para entendermos tudo o que nos narra." E, no século XV lá na Suécia, um rei exigia que todas as autoridades da côrte falasse de um jeito mais simples, que desse para entender. Para você ver que o problema da linguagem obscura não é de hoje. Não importa a época, país, cultura. O problema está lá. Parece ser da psiquê humana criar barreiras linguísticas para separar as pessoas. O movimento mundial pela linguagem clara começou a pegar embalo na década de 1940, quando funcionários públicos americanos e britânicos se mobilizavam para simplificar textos da burocracia. Nos anos 60 e 70, consumidores e cidadãos começaram a pressionar as autoridades dos Estados Unidos e Reino Unido para que os documentos fossem mais claros e objetivos. Nos anos 70, que foi um período bem decisivo para esse movimento, o governo da Suécia contratou o primeiro linguista. O profissional foi contratado para modernizar a escrita jurídica do governo. Naquela mesma época, anos 70, começava na Grã-Bretanha a campanha pelo inglês claro, a Plain English Campaign, movimento fortíssimo que conseguiu muitos avanços. Em outros países, também temos exemplos. Na África do Sul, em 1996, a constituição teve consultoria de especialistas em linguagem clara. No México, em 2004, o governo lançou um programa para implementar o que chamou de linguagem cidadã. Mas o grande marco do movimento mundial foi em 2010, quando o presidente americano Barack Obama assinou o Plain Writing Act, a Lei da Redação Clara, que obrigou todos os órgãos federais dos Estados Unidos a se comunicarem com os cidadãos usando linguagem clara. Passou a ser comum funcionários públicos americanos receberem treinamento para escrever com clareza. Um avanço realmente fantástico. No episódio de amanhã, o nosso tema será um aspecto da realidade brasileira que muito requer linguagem clara: a baixa escolaridade da população. Espero você!
Edição de 20 de março 2018
Nerd Tatuado - Tatuando a cultura pop em você! Fala galera nerd! Estamos trazendo mais um Ntcast para vocês e desta vez Eu Faustino Neto (o Nerd Tatuado), junto com Julio O cavaleiro e Bretanha gravamos um podcast sobre os filmes que já vimos, os reboots que curtimos e remakes. Mas também falamos sobre o que deram certo ou deram errado, o que não […] O post NTcast 18 – Reboots e Remakes apareceu primeiro em Nerd Tatuado.
Conheça o SplashPod, o podcast de quadrinhos do blog SplashPages (http://guilhermesmee.com). Neste primeiro programa falaremos sobre o roteirista inglês Alan Moore, seus dados pessoais, seu estilo, influências e o início de sua carreira na Inglaterra. Falaremos principalmente de V de Vingança, Miracleman/Marvelman, Capitão Bretanha e A Balada de Halo Jones.
Xtronho! Xtremo! Xtraordinário! Xtravagante! Xtourando o ** da criançada! No episódio desta semana nos reunimos para falar de um filme cultuado pelo seu body horror e estranhezas... Xtro lançado em 1983 na Grande Ilha da Bretanha! E além de nossa resenha habitual você ouvirá sobre Alienígenas e o que o Shin Koheo mais teme no mundo! Então aumentem seus iPods porque mais um Podtrash está no ar! Duração: 81'46'' Média TD1P: 4,8 ELENCO Almighty, o Estagiário de Chinelos! Bruno "Gunfree" Gunter Demétrius "Anjo Negro" Santos Douglas Fricke, o Exumador Shin Koheo, o Maratonista nu! ARTE DO BANNER Marcelo Damm EXTRAS DESTE PODTRASH Ficha IMDb do Xtro Xtro completo no YouTube Vida Entre Canibais Nasce um Monstro Inseminoid O Bebê de Rosemary Inside Alien o Oitavo Passageiro Deadly Spawn Demon seed Invasores de Corpos They Live MiB Starman Communion Phantasm Species Paperhouse Evil Aliens Under the Skin Baby Blood Embrião Do Além Mistério de Grace Piloto da Série animada do Black Dynamite OFF-TRASH Podtrash sobre Humanoids from the Deep Podtrash sobre Fome Animal Podtrash sobre a Mosca Podtrash sobre o Videodrome FEEDS E LINKS DO PODTRASH Podtrash na iTunes Store Feed completo do Podtrash Feed sem os Lado B Feed do Lado B Canal do Podtrash no Youtuner CONTATOS DO PODTRASH podtrash@td1p.com @podtrash Facebook do Podtrash Coluna do Podtrash no Cinemasmorra Caixa Postal 34012 – Rio de Janeiro, RJ - CEP 22460-970 CAPA DESTE PODTRASH
Nesse episódio do Papo Lendário. Leonardo Henrique, Juliano Yamada, e Nilda Alcarinquë conversam sobre o Santo Graal e suas diversas representações. Veja quais são as obras mais clássicas sobre o cálice sagrado. Entenda como o Santo Graal foi parar na Bretanha. Conheça outras versões do cálice. Musica Final: Musica final de Monty Python e o Cálice Sagrado --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Nesse episódio do Papo Lendário. Leonardo Henrique, Juliano Yamada, e Nilda Alcarinquë conversam sobre o Santo Graal e suas diversas representações. Veja quais são as obras mais clássicas sobre o cálice sagrado. Entenda como o Santo Graal foi parar na Bretanha. Conheça outras versões do cálice. Musica Final: Musica final de Monty Python e o Cálice Sagrado --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
[…] O post Papo Lendário #95 — O Caldeirão da Santa Ceia apareceu primeiro em Mitografias.
Olá Amigo leitor assíduo ou casual, quem vos fala é o Danton Brasil, e chega de firulas vamos ao assunto. Lhes trago dois eventos singulares que, por um acaso do destino, poderiam ter mudado o destino da atual língua universal. Can you read this? Situação Histórica: O início de tudo se tem com os Celtas. Os Celtas foi um povo antigo, descendente dos habitantes da Europa na Era do Bronze e habitou vários locais, entre os quais Portugal, Espanha, Alemanha e Inglaterra (onde estavam estacionados por mais tempo) . Já com o Império Romano na Ilha da Grã-Bretanha, esse povo foi sofrendo influências cada vez mais pesadas, assimilando características do Latim a sua linguagem primitiva (chamada de Celta-Bretã) Palavras latinas naturalmente passaram a ser usadas para muitos dos novos conceitos. Devido às dificuldades em Roma enfrentadas pelo Império, as legiões romanas, em 410 A.D., se retiram da Bretanha, deixando seus habitantes celtas à mercê de tribos inimigas do norte (Scots e Picts). Uma vez que Roma já não dispunha de forças militares para defendê-los, os celtas, em 449 A.D., recorrem às tribos germânicas (Jutes, Anglos, Saxons e Frisians) para obter ajuda e estes invadem a ilha e lá se estabelecem, estruindo vilas e massacrando a população local. Os celtas-bretões sobreviventes refugiam-se no oeste. Prova da violência e do descaso dos invasores pela cultura local é o fato de que quase não ficaram traços da língua celta no inglês. São desses povos que o Inglês irá nascer, misturando os dialetos Anglos e Saxões. Desde aquele tempo até hoje, essa língua sofreu muitas influencias e assimilações, podendo ser dividida em três fases: o Inglês Antigo, o Inglês Mediano e o Moderno. Mapa da Invasão Agora que vocês estão situados, quero chamar a atenção a respeito de um fato. Existe uma floresta, chamada de Teutoburgo, onde as tribos germânicas emboscaram três legiões romanas e as mataram. Incrível? pois é. se, pelo simples fato de: as Legiões Romanas ganhassem e matassem os Anglos e Saxões, o inglês nunca nasceria. E ai já era a Inglaterra como conhecemos e depois dela sua filha, os EUA. Essa batalha delimitou a fronteira imperial romana no Rio Reno. - Onde a língua inglesa quase foi morta antes de nascer --------------Informações Extras------------ Inglês Antigo: constituído mais de dialetos germânico, e pouca influência latina Inglês Mediano: Influência Francesa, perda de pronúncia e de palavras Inglês Moderno: nova unificação da língua. ------Para quem quer se aprofundar: ouça o "Pai Nosso" em Inglês Antigo: http://www.sk.com.br/lp-all.wav Até a Próxima, pequenos Padawans.
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Este Sabbath originou-se na antiga Irlanda, nas comemorações da Deusa Brighid, Brigid ou Brigith, homenageada como a "Noiva do Sol". Apesar de estarem no auge do inverno, este festival era dedicado ao aumento da luz e ao despertar das sementes enterradas na terra congelada. Na Roda do Ano, Imbolc é o oposto de Lughnasadh e festeja a Deusa como Donzela. Imbolc ocorre seis semanas após Yule, simbolizando a recuperação da Deusa após o parto da criança solar e sua transformação em Donzela jovem e cheia de vigor. A Igreja Católica aproveitou o antigo significado pagão e transformou esta data na festa da Candelária, a Purificação de Maria. A própria Deusa Brighid foi cristianizada como Santa Brígida e seu santuário foi transformado em um mosteiro de monjas. Brigidh ou Bride (pronuncia-se Bríd), era uma Deusa Tríplice, regente da Inspiração (arte, criatividade, poesia e profecia), da cura (ervas, medicina, cura espiritual e fertilidade) e da Metalurgia (ferreiros, ourives e artesãos). Por ser uma Deusa do Fogo, era homenageada com fogueiras, rodas solares, coroas de velas e rituais que despertavam ou ativavam o Fogo Criador. As lendas celtas descrevem-na como a Deusa em sua apresentação de Donzela tocando, com seu Bastão Mágico, a terra congelada pelo Cajado da Anciã, despertando-a para a vida e aumentando a luz do dia. O Sabbath Imbolc, cujo nome significa "apressar-se", celebrava o aumento da luz e a derrota do inverno. Na véspera, todos os fogos e luzes eram apagados para serem reacesos, ritualisticamente, com as brasas das fogueiras dedicadas a Brigith. Neste dia, com a comemoração do Disting, os povos nórdicos "enterravam" a negatividade e as agruras do inverno, acendendo fogueiras nas encruzilhadas e purificavam a terra, salpicando sal e cinzas sobre ela. A versão romana deste Sabbath (que originou a Treguenda relativa na Bruxaria Italiana) era a Lupercália e os alegres festejos para as Deusas Frebua, Diana e Vênus. Na maioria das Tradições da Wicca, nesta data, são feitas as Iniciações dos novos adeptos e as Confirmações das Sacerdotisas. Por ser Brigith uma Deusa da cura, padroeira das Fontes Sagradas, ela era invocada nos rituais de purificação e cura, sendo reverenciada nas Fontes a ela consagradas. Até hoje, em certos lugares da Grã-Bretanha e Irlanda, as pessoas amarram fitas ou pedaços de roupas nas árvores próximas às antigas Fontes Sagradas, atualmente dedicadas a Maria ou às santas católicas, orando para obter a cura de seus males. A atmosfera deste festival é marcada pelo despertar das sementes, dos novos planos e novos projetos, pela iniciação em um caminho espiritual ou em novas oportunidades, pela aceleração e renovação das energias, pela purificação e pelo renascimento material ou espiritual, pela busca de presságios e pela preparação para sua realização. Imbolc é uma data propícia para despertar a criatividade e abrir-se para a inspiração por meio da poesia, canções, narrativas, desenho, cerâmica ou dança. Correspondências de Imbolc: Cores: vermelho, laranja, branco. Deuses: a Deusa, no seu aspecto de Virgem e de fertilizadora, e o Deus, no seu aspecto de fertilizador, jovem e menino. Ervas: angélica, benjoim, sálvia branca, calêndula, limão, manjericão, rosas, violeta, mirra, bálsamo, sangue-de-dragão, baunilha e flores vermelhas e amarelas. Pedras: quartzo branco, citrino, turmalina amarela, turmalina verde, quartzo rosa, hematita, rubi, granada, zircônia vermelha, pérolas, coral, ágata vermelha, topázio. Comidas e Bebidas Sagradas: bolos de frutas, tortas de maçãs, cerejas, framboesas, maçãs, pão, sopas de creme, vinho, suco de frutas e todos os tipos de chás. Setlist 1 - Grada - Abe's Axe Templehouse Reelmoy Cottage Reel - 2:21 2 - Anu'na - Ceann Dubh Dilis - 2:01 3 - Planxty - The Queen Of The Rushespaddy Fays Jig - 3:26 4 - Lifescaps & Dirk Fremth - An Chloch - 4:42 5 - Enya - The Memory of Trees - 4:18 6 - Dargaard - Underworld Domain - 5:50 7 - Loreena Mckennitt - The Old Ways - 5:46 BT. Niyaz - Feraghi (Song Of Exile) - 5:46 (34:17min | 49.4mb)
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Esse novo programa foi feito para celebrar o Ano Novo Celta. Hoje chamado de HALLOWEEN, era o final do ano celta. O ano novo começava realmente com o pôr do sol do dia 31 de outubro. O ritual era conhecido como A Noite dos Ancestrais ou Festa dos Mortos. Devido ao véu entre os mundos estar bem mais fino, esta noite era considerada uma boa noite para divinações. Festas eram feitas em lembrança aos ancestrais e em afirmação da continuação da vida. É tempo de ajustar problemas e jogar velhas idéias e influências fora. Comemorando, também, na primeira lua cheia de escorpião. Estamos também no mês do signo de Libra - BRANWEN (Deusa do Amor). Brandwen é a Deusa galesa do amor e da beleza, similar a nossa tão conhecida Afrodite. É considerada a Vênus dos mares do norte. Ela é uma das três matriarcais da Grã-Bretanha, junto com Rhiannon e Arianrhod e a principal Deusa de Avalon. Em algumas lendas arturianas, Branwen é considerada a Dama do Lago. A libriana é própria reencarnação da Deusa Brandwen. Por via de regra, não gostam de ir a lugares barulhentos, confusos ou perturbadores, mas adoram música, arte e design. Toda a libriana tende a ter vidas domésticas estáveis e a apreciar suas casas, jardins, apartamentos. Esta Deusa aparece na vida da libriana para fortalecer a conexão com a sua própria essência. A busca desta Deusa ajudará a apreciar o seu próprio poder, habilidade e beleza. Honrando Branwen você celebrará com muito amor todos os momentos de sua vida. Reverenciar Branwen e seus princípios femininos a colocará em contacto directo com a magia da natureza e de todas as criaturas. Jóias: Prata ou Cobre. Cor da roupa: Bege, Marrom, Ferrugem ou Verde. Óleos: flor de maçã, Poção do Amor, Gerânio Rosa, Urze. Ervas: Hibisco, Morango, Tanásia. Pedras: Berilo, Esmeralda, Quartzo Rosa, Malaquita. Ritual de Protecção: Todas às sextas-feiras use uma roupa de cor rosa ou acenda um incenso de rosas. Este programa é um preparativo pra celebrar esta data tão especial Convide seus amigos e familiares e escute uma seleção de musicas relaxantes, bebendo Hidromel bem gelado e comendo um excelente Salpicão de Mirandela português. Bom Proveito. Setlist: 1. Aethera - The Mountain Side [3:55] 2. Kieran - Drowning [5:47] 3. John Flighten - Water And Tears [5:11] 4. Llynya - Another Day [4:10] 5. Maire Ryham - Thunder [4:21] 6. Maire Ryham - Light A Candle [4:48] 7. Kieran - Call The Bell [4:16] BT. Enya - The Celts [2:56] (35:32min | 51,2mb) --- Não se esqueça de comentar!
As Brumas de Avalon, é uma obra de 1979 da escritora estadunidense, Marion Zimmer Bradley, feita em quatro volumes. É ambientada durante a vida do lendário Rei Arthur e seus cavaleiros e tem por escopo, narrar a já conhecida lenda arturiana a partir de uma outra perspectiva. Quem protagoniza a história, nesta versão, são as personagens femininas, tais como Guinevere, Morgana e Morgause, o que acabou resultando na reelaboração de todo o universo mítico da trama. Avalon, que na língua Celta significa maçã, aparece pela primeira vez em Historia Regum Britanniae (A História dos Reis da Bretanha) de Geoffrey of Monmouth, como o lugar onde a espada do Rei Arthur, Excalibur, foi forjada. Avalon foi associada há muito tempo com seres imortais, como Morgana Le Fay e associada também como a "Ilha dos Bem-aventurados". Mas, foi em torno de 1190 que a lenda de Avalon, tornou-se associada com a cidade de Glastonbury. Os monges da Abadia de Glastonbury, alegaram ter descoberto os ossos de Artur e sua rainha e a primeira conexão dos fatos foi encontrada no trabalho de Giraldus Cambrensis: "O que agora é conhecido como Glastonbury foi, em tempos antigos, chamado de Ilha de Avalon. É praticamente uma ilha, pois é completamente cercada por pântanos. Em galês, é chamada de "Ynys Afallach", o que significa Ilha das Maçãs, uma vez que lá esta fruta cresceu em grande abundância." Esse podcast foi criado com uma seleção de musicas com as mais belas vozes e as mais virtuosas instrumentistas femininas. Bom proveito. Setlist: 1. Loreena McKennitt - The Mystic's Dream [7:42] 2. Celtic Woman - My Lagan Love [2:53] 3. Mediæval Bæbes - I Sing of a Maiden [2:35] 4. Luca Turilli - Finaly [2:13] 5. Carol Arblaster - Lord of all Being [3:12] 6. Lisa Lynne - Knight Ride [4:11] 7. Noirin Ni Rianin - Suantraithe [3:52] BT. Amethystium - Avalon [5:31] (00:32:08min | 44,2mb)
O guitarrista do Ira! fala sobre seu projeto musical solo e sobre seu novo ramo de atividade, a gastronomia Ele nasceu em São Paulo em 1962 e começou a tocar guitarra ainda criança. Canhoto e autodidata, desenvolveu um estilo próprio de tocar, usando guitarras de destro com a mão esquerda e com as cordas invertidas. No fim dos anos 70, fascinado pelo movimento punk rock, se juntou com mais alguns amigos para montar uma banda. Nascia ali a Subúrbio. Nessa época, estudando no colégio Brasílio Machado, topou com um sujeito meio esquisito e de apelido mais estranho ainda, Nasi, que foi convidado para entrar na banda. Depois de servir o exército, fundou com o Nasi, em 1981, a banda Ira!, uma das maiores referências do rock nacional da década de 80. Entre altos e baixos foram 25 anos de estrada, dezenas de hits e 14 álbuns. No fim do ano passado, depois de uma briga entre o Nasi, o empresário e os outros membros da banda, o grupo chegaria ao seu fim. Paralelamente ao Ira!, nosso convidado de hoje já mantinha, desde 1990, um projeto solo. A partir de 1996, sobre a alcunha de Benzina, esse projeto foi, cada vez mais, misturando música eletrônica e rock. No fim do ano passado ele lançou seu disco mais recente, o Amor Incondicional, onde volta a assinar com seu nome, Edgard Scandurra, que está aqui com a gente hoje para falar sobre música, sobre o fim do Ira!, sobre seu projeto musical solo e sobre seu novo ramo de atividade, a gastronomia. Pra quem não sabe, o Edgard comanda, desde o ano passado, o restaurante Le Petit Trou, aqui em São Paulo, onde serve pratos inspirados na cozinha da Bretanha.