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Artes
Artista angolana Sandra Poulson expõe no MoMA PS1 em Nova Iorque

Artes

Play Episode Listen Later May 6, 2025 14:13


A exposição “Este quarto parece uma República!”, da artista angolana Sandra Poulson, está patente no museu MoMA PS1, em Nova Iorque, desde 24 de Abril até 6 de Outubro. A mostra reúne várias esculturas que remetem para o imaginário do dia-a-dia angolano e para a forma como o universo doméstico é contaminado por símbolos do exterior, sejam de Angola ou frutos da globalização. As obras compõem uma instalação polissémica e foram construídas essencialmente a partir de peças de mobiliário encontrado nas ruas de Amesterdão. “Este quarto parece uma República!” é o título inspirado das memórias familiares e do quarto da artista onde começou uma certa "criação da consciência política no espaço doméstico e também no seio familiar". A "politização do espaço doméstico" e a forma como os símbolos do exterior entram, "como cavalos de Tróia", dentro de casa é a principal linha de força desta primeira exposição de Sandra Poulson no MoMA PS1, em Nova Iorque. Sandra Poulson nasceu em 1995, em Angola, é formada em moda pelo Royal College of Art e pela Central Saint Martins, em Londres, e actualmente é artista residente na prestigiada Rijksakademie van beeldende kunsten, na Holanda. Participou na 60.ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia (2024), no Biennale College Art, na Trienal de Arquitectura de Sharjah, na Bold Tendencies (Londres) e no Pavilhão Britânico na Bienal de Arquitectura de Veneza (2023). Esta é a primeira vez que expõe no museu MoMA PS1, em Nova Iorque, e falou com a RFI sobre as obras que apresenta.RFI: O que conta a exposição “Este quarto parece uma República?”Sandra Poulson, Artista: “A exposição chama-se ‘Este quarto parece uma República!' e vai buscar uma frase que o meu pai costumava dizer quando entrava no nosso quarto em Luanda, que eu partilhava com os meus irmãos. Era, no fundo, uma repreensão sobre o quarto estar muito desarrumado e é uma frase que eu ouvi desde muito nova e que realmente eu não percebia até perceber que o denominador comum de todas as vezes que o meu pai dizia essa frase, era que realmente o quarto estava desarrumado. Eventualmente, eu começo a pensar nisso em relação a esta ideia de criação da consciência política no espaço doméstico e também no seio familiar. Na altura, Angola ainda estava em guerra civil. Esta criação de consciência começa muito cedo e começa nesse espaço muito íntimo. Ao mesmo tempo, também nesse espaço íntimo há uma série de objectos que são indicadores semióticos, que também alteram o ‘status quo' do corpo e que orientam, de certa forma, a consciência social. Então, eu começo a olhar particularmente para t-shirts e objectos de propaganda que são distribuídos gratuitamente, mas como se fossem quase cavalos de Tróia.” Fale-nos desses cavalos de Tróia. Que elementos estão representados na instalação? “A maior parte dos elementos são objectos de mobiliário encontrados todos em Amsterdão, que é onde eu vivo neste momento, onde estou a fazer uma residência na Rijksakademie. Alguns deles são mobiliário encontrado na rua, outros são coisas que comprei a pessoas individuais, mas quase tudo são objectos de mobiliário encontrados e intervencionados por mim e também há algumas peças completamente novas, feitas com madeira já existente.Todas as obras são feitas em madeira, alguma dela data do século XVIII, XIX e até, na verdade, dos anos 2000. Quase tudo é feito com espécies de madeira tropical que entra na Holanda através da exploração económica e de recursos. Essa madeira entra na Holanda e depois essas peças de mobiliário são feitas e são consideradas mobiliário holandês, mas são feitas com madeira tropical. A obra tem interesse na reclamação desse material como um caso de estudo e também não se saber exactamente em que momento é que aquela espécie entra no país.”A madeira tem também um significado político de expropriação? “Sim, sem dúvida. A madeira foi um dos grandes materiais exportados a partir de Angola, como o café, como o algodão e foi um material muito importante, ainda é um material importante, mesmo localmente. Na verdade, o meu interesse em madeira começa visitando um mercado em Luanda que é o mercado do Kikolo e trabalhando com um atelier a céu aberto de carpintaria, em que o mobiliário é feito por jovens e por tamanho. Na verdade, é mais barato comprar uma cama feita em Luanda por tamanho do que uma cama importada, se calhar, de muito menos qualidade por causa dos custos dessa relação com o exterior.” Na exposição, também tem uma t-shirt onde o perfil de um homem está recortado e lê-se “candidato a Presidente da República de Angola”. O negativo desse retrato está junto a um móvel às avessas. Há um significado particular? “Sim, essa escultura tem referência àquilo que é uma das t-shirts de propaganda mais disseminadas nos últimos anos no país e que é uma t-shirt que muitos angolanos têm em casa e que foi distribuída nas duas últimas eleições. É uma referência directa à disseminação da imagem do Presidente e também da possibilidade dessa imagem existir outra vez nesse espaço de intimidade. Muitas vezes estas t-shirts são feitas com algodão de muito boa qualidade e têm um tamanho largo e são t-shirts utilizadas para dormir. São t-shirts não só com a imagem relativamente a partidos políticos, mas a bancos, a organizações como a União Europeia, a petrolíferas e outras organizações normalmente do exterior que se tentam impor semioticamente no país. Esse é um dos exemplos de um objecto altamente disseminado e, naturalmente, com muito valor corrente.” Outra peça curiosa é “O Clube de Agricultores Familiares de Cabinda”, um pedaço de madeira suspenso com as estrelas da bandeira da União Europeia gravadas e com tudo a fazer sombra no chão. Mais uma vez temos aqui um significado político?“Sim, claro. ‘O Clube de Agricultores Familiares de Cabinda' foi uma iniciativa que, a certa altura, em 2013, recebeu algum dinheiro da União Europeia e essa obra tem um outline de um pólo. É também directamente uma referência a uma t-shirt utilizada pelo Clube de Agricultores em Cabinda. Cabinda é outra vez uma espécie de Cavalo de Tróia que foi dado a Portugal quando Portugal e a Bélgica negociavam quem dominaria a entrada do rio Congo que era muito importante para o transporte forçado de pessoas africanas escravizadas. Leopoldville ganhou essa disputa e, em compensação, foi decidido que Portugal receberia este território de Cabinda que está fisicamente separado de Angola. O que na Conferência do Congo não se sabia é que quase 100 anos mais tarde, em 1956, é descoberta em Cabinda uma das maiores reservas de petróleo do continente. Então, essa obra interessa-se nessa presença da União Europeia altamente semiótica, através de uma campanha de marketing que se esconde por trás dessa ajuda aos agricultores e dessa presença muito física.”Qual é o fio condutor que une as obras da exposição? “Eu penso que o fio condutor será esse estudo quase histórico ou arqueológico de diferentes casos de estudo que se vão repetindo e de uma proposta para nós percebermos como é que nós estamos a lidar com estes símbolos que nos rodeiam, como é que nós somos influenciados por estas coisas materiais que parecem não activas, mas que, na verdade, são muito activas. O fio condutor não deve ser uma narrativa fechada, mas é uma tentativa de colocar algumas perspectivas possivelmente factuais, perto umas das outras, para suscitar pensamento.” Mais uma vez, a sua arte é política também... “Além de muitas coisas, eu acho que é inevitável, com a História e as histórias que são transportadas através do tempo, através dos nossos corpos, através das nossas experiências e, particularmente, com as minhas - tanto a minha relação com Angola, com o meu país, com Luanda, a cidade em que eu cresci, mas também as minhas relações macro igualmente históricas e profundas, por exemplo, a relação com Portugal. É inevitável o corpo despolitizar-se. Não tenho muito interesse em etiquetas, mas a obra é, sim, política.”O que representa para si ter uma exposição individual no MoMA PS1?“É a minha primeira individual no MoMA PS1, mas também é o meu primeiro show num museu. É um marco importante, é um momento importante. A conversa com uma instituição é diferente de expor num contexto de uma galeria comercial ou de uma feira. A abrangência da exposição é completamente diferente, o PS1 é visitado por volta de 200.000 pessoas por ano e a exposição fica entre Abril e Outubro. O acesso que a obra tem é completamente diferente e eu já consigo sentir isso no feedback, nas pessoas que têm acedido e que têm entrado em contacto, mas também a nível do acesso de imprensa que tem a exposição. No fundo, tem a ver muito com números, mas também com a audiência que tem acesso, que é uma mistura de profissionais, mas também do público em geral.”Quer falar-nos um pouco do seu percurso?“Cresci em Luanda e saí com 18 anos. Fui para Lisboa, estudei Moda na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Daí vou para Londres, em que estudei também moda -  bacharelato e mestrado - em Central Saint Martins e depois no Royal College of Arts. Agora vivo em Amsterdão e estou a fazer uma residência artística de dois anos. O percurso foi muito marcado por ter estudado moda, mas também por ter percebido que aquele espaço académico não deveria delimitar a forma com que eu queria trabalhar e o que eu me interessava fazer. Ainda assim, a minha obra começou muito com essa relação com o corpo - inicialmente eram peças de roupa, mas depois começo a interessar-me mais e a pensar que as coisas que alteram o ‘status quo' do corpo poderiam ser outras coisas: a cidade, o pó, a história, a politização do espaço doméstico.”

Semana em África
Luanda à espera das “negociações directas” entre RDC e M23

Semana em África

Play Episode Listen Later Mar 14, 2025 8:39


Esta semana ficou marcada pelo anúncio das “negociações directas” entre a República Democrática do Congo e o M23 que vão decorrer em Luanda, a 18 de Março. Destaque, também, para a retenção, no aeroporto da capital angolana, do político Venâncio Mondlane e de ex-Presidentes da Colômbia e do Botsuana quando se preparavam para participar numa conferência internacional sobre democracia em Benguela. Oiça aqui o resumo da semana em África. A Presidência angolana anunciou que vai acolher no dia 18 de Março, em Luanda, “negociações directas” entre as autoridades da vizinha República Democrática do Congo e o M23, no âmbito da mediação de Angola do conflito no leste da RDC. A iniciativa foi feita após uma visita do Presidente Félix Tshisekedi, que se encontrou na segunda-feira em Luanda com o seu homólogo angolano, João Lourenço.Entretanto, a SADC decidiu retirar do Leste da RDC a sua força de 1.400 soldados, após vários ataques terem causado duras baixas no contingente que deveria ajudar a manter a paz na região. Para Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, esta retirada não é surpreendente, já que os combates com o M23 levaram à morte de muitos soldados e que o Ruanda se opunha à presença desta missão na região.Esta quinta-feira, o ex-candidato presidencial de Moçambique, Venâncio Mondlane, e os ex-Presidentes da Colômbia e do Botsuana ficaram retidos no aeroporto 04 de Fevereiro, em Luanda, quando se preparavam para participar numa conferência internacional sobre democracia em Benguela, entre esta sexta-feira e domingo. A UNITA, maior partido da oposição angolana, também participa e condenou o ocorrido. Álvaro Daniel, secretário-geral da UNITA, denunciou “uma tendência velada de sabotar o evento”.A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique aplicou, na terça-feira, a medida de termo de identidade e residência a Venâncio Mondlane, num processo em que o político é acusado de incitação à violência nas manifestações pós-eleitorais, o que o impede de ficar mais de cinco dias fora de casa, devendo avisar as autoridades. À saída da audiência, Mondlane garantiu que vai continuar a actividade política normal e disse que continua sem saber de que crime é acusado. Entretanto, foi noticiado que a Polícia de Moçambique deteve, na quarta-feira, a responsável das finanças de Venâncio Mondlane. Também esta semana, o activista social Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, apresentou uma queixa-crime contra o ex-comandante geral da polícia e o antigo ministro do Interior de Moçambique, responsabilizando-os pelas mortes nos protestos pós-eleitorais. Desde Outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.Ainda em Moçambique, no início da semana, o ciclone tropical Jude deixou um rasto de destruição e pelo menos 14 mortos. O ciclone afectou as províncias da Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte, assim como Tete e Manica, no centro.Em Angola, começou esta segunda-feira, em Luanda, o julgamento dos generais Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino" e Hélder Vieira Dias "Kopelipa", personalidades ligadas ao antigo Presidente José Eduardo dos Santos. Eles são acusados da prática de vários crimes, entre eles tráfico de influências e branqueamento de capitais.Cabo Verde e Angola vão reforçar a cooperação cultural, nomeadamente na tentativa de recuperação do acervo cultural. A informação foi comunicada por Filipe Zau, ministro angolano da Cultura, que esteve no arquipélago esta semana. Outra visita a Cabo Verde foi a de Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil. Do encontro, ficou a proposta de Cabo Verde vir a ser a plataforma de comércio brasileiro na Africa Ocidental. Ainda em Cabo Verde, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, anunciou, que desde 28 de Janeiro não existem casos de dengue na capital e que está a ser preparada uma proposta para declarar o fim da epidemia.Por outro lado, esta quinta-feira, a Comissão Europeia anunciou um pacote de investimentos de 4,7 mil milhões de euros para a África do Sul, para projectos que apoiam a transição energética e para a produção local de vacinas. O anúncio foi feito na sessão plenária da cimeira entre a União Europeia e a África do Sul, que decorreu na Cidade do Cabo. A África do Sul é o maior parceiro comercial da UE na África subsaariana e  assume, desde Dezembro e até Novembro, a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Convidado
Retirada das forças da SADC "não é surpreendente" e Ruanda deve integrar solução para a paz

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 14, 2025 11:05


A situação na Republica Democrática do Congo é pautada por avanços e recuos, com a abertura das conversações ao M23 a ser acompanhada pelo fim da missão da SADC no Leste do país. O papel de Angola como mediador deste conflito vai depender dos resultados das conversações no dia 18 de Março. Poucos dias antes do encontro entre o Governo da República Democrática do Congo e do M23, a SADC decidiu retirar do Leste do país a sua força de 1.400 soldados, após vários ataques terem causado duras baixas neste contingente que deveria ajudar a manter a paz na região.Para Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, esta retirada não é surpreendente, já que os combates com o M23 levaram à morte de muitos soldados e que o Ruanda se opunha à presença desta missão na região."Penso que não é surpreendente por uma razão muito simples: não há condições de segurança para manter o contingente militar da SADC na RDC. Assistimos ao incidente em que houve dos 13 soldados sul africanos que morreram no âmbito desta conflitualidade. Penso que a integridade física deste contingente militar está ameaçada e penso que é sensata a sua retirada já que esta missão não se converteu num elemento de estabilidade ao nível do Leste da República Democrática do Congo. Não conseguiu cumprir o papel para o qual foi designado", indicou o académico.Quanto às negociações que vão começar no dia 18 de Março para a paz na região e que vão, pela primeira vez, reunir o Governo de Félix Tshisekedi e o movimento rebelde M23, a recusa até agora das autoridades congolesas faz com que apareçam numa posição de fragilidade, já que o grupo rebelde tomou entretanto várias cidades e aldeias chave no Leste do país."O governo vai com uma posição de fragilidade nestes contactos primários que terão com o M23. O M23 vai aproveitar para exigir determinadas situações, o que vai constituir um ganho político porque durante muito tempo o 23 apontou que não era incluído nas negociações, logo que não se revia nas várias deliberações quer a nível da Cimeira da SADC, da Cimeira de Luanda ou também Nairobi. Então há aqui um ganho político por parte do M23 que está a ser reconhecido ou legitimado, digamos, enquanto uma parte importante neste processo. Mas também é uma vitória política e diplomática do Ruanda, já que este país sempre defendeu a abertura a negociações com o M23 [...] Agora há um elemento que eu penso ser importante, que é a inclusão de uma delegação do Ruanda", indicou Mboco.Se Angola sai ou não bem desta situação vai agora depender do resultado das negociações. A diplomacia angolana terá "de ter jogo de cintura" de forma a consolidar o seu papel de mediador em África. Ao actuar nas suas funções como presidente da União Africana, o líder angolano João Lourenço, não tem hesitado em falar da importância da paz no continente, nomeadamente na importância de punir quem ameaça esta paz."Os promotores de tensões e conflitos no nosso continente devem ser desencorajados, responsabilizados e penalizados com sanções pesadas da organização, que venham ter sérias consequências sobre os mesmos, pessoas e países", indicou João Lourenço em Addis Abeba, na sede da União Africana.Para Osvaldo Mboco, este cargo vai servir para João Lourenço pressionar os actores que tentam desestabilizar a paz no continente."O que eu tenho estado a defender nos últimos tempos é que Angola usaria a presidência da União Africana para pressionar os actores que têm estado a criar instabilidade a nível do continente africano. E penso que um desses atores será o próprio Ruanda. Eu penso que poderá ser levado a cabo um movimento de condenação ao nível da União Africana para com esses Estados que patrocinam e que fomentam a instabilidade noutros Estados e pode-se levar a cabo também algumas sanções", concluiu o académico angolano.

Convidado
Instituto de Engenharia e Ciências do Mar: projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 7, 2025 11:47


O BioCatalog do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar, da Universidade Técnica do Atlântico é um projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde e visa coleccionar todos os espécimes existentes no arquipélago. O BioCatalog é coordenado pelo Professor e Investigador especializado em Biologia Marinha, com Doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução, Evandro Lopes. À RFI, o professor universitário explicou em que consiste, o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde que pretende contribuir para implementação de um Museu de História Natural do país“O projecto BioCatalog é financiado pelo Fundo do Ambiente de Cabo Verde. Foi submetido pelo Centro de Observação e Investigação Ambiental, que é um centro de biólogos que está dentro da UTA. A partir daí, sediamos o projecto dentro da UTA para dar vazão à investigação científica que nós estamos a desempenhar desde há muitos anos. E o projecto visa coleccionar todos os espécimes e dar aquele carácter mais científico de identificação da biodiversidade de Cabo Verde e partilha da informação sobre a distribuição, localização e número de espécies que nós temos em Cabo Verde”.  O biólogo, Evandro Lopes, adiantou que o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde surgiu de uma necessidade do país ter um espaço de caracter museológico para acondicionar as amostras recolhidas“O BioCatalog foi criado por uma necessidade. Muitos investigadores que vinham para Cabo Verde faziam a colecta e depois não tinham onde colocar as amostras. Também nós que trabalhamos no campo, muitas vezes não tínhamos onde colocar as amostras. Então surgiu com uma necessidade de ter um espaço com um carácter museológico para que nós possamos condicionar as amostras e que possam ser utilizadas para teses, para doutoramento, mestrado, outros cientistas que possam nos usufruir esse material” sendo que “o projecto começou com espécies marinhas, seguimos para espécimes terrestres, com roedores, neste momento estamos à volta de 700 espécimes, mas em termos de tecidos já estamos para mais de 3 mil amostras de tecidos, porque nós coleccionamos, tanto os tecidos como espécime,s e espécimes muito grandes, tipo atuns. Nós temos gatos, coelhos, muitas vezes não dá para colocar todos os espécimes num museu basicamente, mas colocamos também um tecido de cada um. Todos os espécimes que temos aqui em colecção são só espécimes que encontramos sem Cabo Verde, isso não quer dizer que nós temos espécimes que não possam estar em outro local, por exemplo, nós estamos num ecossistema muito interessante que é a Macaronésia, e dentro da Macaronésia tem muitas espécies que estão, por exemplo, em Madeira, Açores, e que chegam até a Cabo Verde”. As amostras foram todas recolhidas de Santo Antão a Fogo. Neste momento, os investigadores recolham amostras na ilha Brava e nos ilhéus Rombos. Evandro Lopes explicou que há perspetiva de transformar o BioCatalog num museu com a construção do novo campus da UTA para receber espécimes maiores “como tubarão ou uma lula gigante”e mostrar tudo o espólio existente atualmente.O primeiro espécime do projecto de catalogação da biodiversidade do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar, da Universidade Técnica do Atlântico é o Lagarto Gigante - Chioninia coctei, uma espécie de réptil endémica de Cabo Verde que se extinguiu no século XX e que foi restituído ao país em Setembro de 2017 pelo Príncipe Alberto II do Mónaco e, desde então, permaneceu sob a tutela da Presidência da República, na cidade da Praia, mas que o actual Chefe de Estado, José Maria Neves, entregou no mês passado à Colecção BioCatalog da UTA.O espaço que recebe visita durante a semana de curiosos, estudantes ou investigadores, mas “para usar o espécime para fazer algum estudo deve ser feito um requerimento e damos apoios pode fazer a sua análise, depois o espécime continua aqui no laboratório” explicou Evandro Lopes que adiantou que há  amostras  repetidas temporalmente e repetidas geograficamente “Repetidas geograficamente, nós estamos a pensar uma amostra de uma espécie que foi capturada em São Vicente, muitas vezes tem alguma diferença genética com uma espécie que foi capturada na Ilha de Santiago, então a ideia é ter toda a diferenciação genética e a diferenciação fenotípica também a nível do arquipélago. A ideia é ter pelo menos uma espécie de cada local; mas também, nós muitas vezes temos espécimes que nós colectamos temporalmente, muitas vezes apanhamos um espécime num ano e, depois no outro ano, vamos apanhar outra vez e por aí adiante. Nós estamos a falar, por exemplo, de invertebrados que a nível genético muitas vezes podem alterar ano para ano, nós podemos ter a diferenciação genética. Até a nível dos peixes, para ver o stock, nós temos de apanhar todos os anos para ver como é que está a evoluir a diversidade genética, porque tem uma relação directa com a sobrepesca, a diversidade genética aumenta quando a pesca diminui, por exemplo, então há muito mais informação quando nós apanhamos muitos indivíduos do que quando apanhamos somente um”.O projecto Biocatalog nasceu a partir do Centro de Observação e Investigação Ambiental do ISECMAR -  Instituto de Engenharia e Ciências do Mar da Universidade Técnica do Atlântico que tem a sua sede na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente. Centro que segundo o director do Biocatalog dá vazão a projectos direccionados a associações, visto que a universidade não consegue aceder a fundos direccionados às organizações não governamentais. O biólogo, Evandro Lopes disse ainda que o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde consegue boas parcerias com universidades internacionais.“A nível internacional o projecto é visto com bons olhos e nós temos parcerias principalmente com Portugal – universidades do Porto e do  Algarve e outras universidades europeias como de La Laguna, Las Palmas de Gran Canária, de Barcelona, de Vigo e de Mónaco.  A Universidade Nova de Lisboa (Portugal) já está muito interessada em enviar alguma coisa aqui também para o BioCatalog  para manter o projecto, dar mais visibilidade ao projecto”.Em Janeiro deste ano, o biólogo Evandro Lopes, Professor e Investigador do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar da Universidade Técnica do Atlântico (ISECMAR-UTA), conquistou o prémio Cabo Verde Global Scientific Prize promovido pela Secretaria de Estado do Ensino Superior que reconhece projectos de investigação liderados por investigadores cabo-verdianos, tanto no país como na diáspora.O prémio foi atribuído ao projecto Biocatalog que tem como principal objectivo sistematizar informações e criar condições para uma partilha democrática e equitativa do conhecimento sobre a biodiversidade do arquipélago.

Dev Sem Fronteiras
Engenheiro de IA na BMW em Munique, Alemanha - Dev Sem Fronteiras #172

Dev Sem Fronteiras

Play Episode Listen Later Dec 26, 2024 45:55


O campineiro Murilo se formou em Engenharia Mecânica por saber que isso lhe daria mais autonomia na hora de atuar no mercado profissional. Após uma experiência de trabalho na Volkswagen e a fundação de uma startup bem-sucedida, ele começou a pensar – em 2021 – em se mudar e trabalhar no exterior. Depois de adicionar um mestrado de Robótica e IA da Universidade Técnica de Munique, ele buscou e, depois de um interessante processo seletivo, passou a trabalhar na BMW, onde ele atua como engenheiro de IA até hoje. Neste episódio, ele detalha sua interessante carreira e experiência, as formas como Ayrton Senna segue certo sobre a forma como o brasileiro encara a vida no exterior, e seu dia a dia na terra da Oktoberfest. Fabrício Carraro, o seu viajante poliglota Murilo Bellatini, Engenheiro de IA na BMW em Munique, Alemanha Links: Universidade Técnica de Munique TestDaf Conheça a Escola de Inteligência Artificial da Alura, mergulhe com profundidade no universo das IAs generativas e comece a explorar todo o potencial para impulsionar a sua carreira. TechGuide.sh, um mapeamento das principais tecnologias demandadas pelo mercado para diferentes carreiras, com nossas sugestões e opiniões. #7DaysOfCode: Coloque em prática os seus conhecimentos de programação em desafios diários e gratuitos. Acesse https://7daysofcode.io/ Ouvintes do podcast Dev Sem Fronteiras têm 10% de desconto em todos os planos da Alura Língua. Basta ir a https://www.aluralingua.com.br/promocao/devsemfronteiras/e começar a aprender inglês e espanhol hoje mesmo!  Produção e conteúdo: Alura Língua Cursos online de Idiomas – https://www.aluralingua.com.br/ Alura Cursos online de Tecnologia – https://www.alura.com.br/ Edição e sonorização: Rede Gigahertz de Podcasts

Convidado
2024, o ano em que Moçambique votou, desceu à rua e protestou

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 23, 2024 56:50


Entramos na fase final de 2024 e, como todos os anos, tentamos esboçar um balanço dos últimos meses que passaram em África. Neste sentido, falamos com diversos estudiosos, nomeadamente o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, o professor de Relações Internacionais angolano Osvaldo Mboco, o analista moçambicano Justino Quina, o jornalista guineense Diamantino Lopes, o sociólogo são-tomense Olívio Diogo e o especialista português do Corno de África, Manuel João Ramos. Neste balanço do ano, não podíamos deixar de dar destaque a Moçambique cuja actualidade tem sido trágica com a recente passagem do ciclone Chido no norte do país, provocando numerosos mortos e afectando muitos milhares de pessoas.A nível político, estas últimas semanas foram também intensas em Moçambique, depois das eleições gerais de 9 de Outubro, com a CNE a declarar a Frelimo no poder vencedora com mais de 70% dos votos.Resultados rejeitados pela oposição, em particular pelo partido extraparlamentar 'Podemos' e o seu candidato presidencial Venâncio Mondlane que apelou regularmente a manifestações e bloqueios por todo o país.A repressão desses movimentos resultou em mais de 130 mortos, de acordo com a sociedade civil, o que abriu uma ferida profunda no seio da população. Para o cientista político Justino Quina, houve um extremar de posições de parte a parte. Só que "o país não tem condições de viver períodos de instabilidade cíclica", adverte o estudioso.Este foi também um ano de dor no Sudão, onde pelo segundo ano consecutivo, o exército do general Abdel Fattah al-Burhane se opôs aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido do general Hamdane Daglo, com um balanço que ascende a várias dezenas de milhares de mortos, 12 milhões de deslocados e a "maior crise humanitária do mundo", segundo a ONU. Uma situação que infelizmente não tem fim à vista, de acordo com Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Instituto Universitário de Lisboa, para quem este "é o problema mais grave em todo o mundo, mas aquele é mais esquecido".A zona do Sahel também continuou em ebulição em 2024, nomeadamente com o Níger, o Mali e o Burkina Faso a anunciarem no começo do ano a sua decisão de sair da CEDEAO. Esta decisão foi confirmada em meados deste mês na última cimeira da Comunidade Económica do Estados da África do Oeste, com os dirigentes da organização a dizerem que esta saída será definitiva dentro de seis meses. Para o jornalista e analista guineense Diamantino Lopes, "factores políticos, diplomáticos e também factores económicos nesses países e ainda associados à segurança" contribuíram para esta decisão.Este foi também um período particularmente conturbado no Senegal, onde após o anúncio do adiamento das presidenciais inicialmente previstas em Fevereiro, eclodiram manifestações violentas. O escrutínio que acabou por ser realizado em Março, foi marcado pela vitória do opositor Bassirou Diomaye Faye. O seu partido venceu igualmente as legislativas de Novembro, confirmando Ousmane Sonko no posto de primeiro-ministro. Esta alternância política traduziu-se por uma viragem, designadamente em termos de relações com parceiros tradicionais como a França.Recentemente, o Senegal disse que não quer mais a presença de tropas francesas no seu território, por uma questão de soberania. "Agora, vemos um novo grupo político que é pan-africanista, tem uma outra visão política, uma outra visão da sociedade", considera Diamantino Lopes ao falar em "mudança geracional".Pelo contrário, na Guiné-Bissau, 2024 marcou a continuidade da viragem assumida em finais de 2023, após a dissolução do parlamento.A instabilidade política e a repressão de protestos populares, foram alguns dos aspectos marcantes deste ano. Após ter anunciado a realização de legislativas antecipadas para 24 de Novembro, o Presidente da República acabou por anunciar o seu adiamento quinze dias antes da data prevista para o escrutínio. Para Diamantino Lopes, 2024 não foi um ano de surpresas. "Já se vislumbrava a instabilidade política porque não houve uma mudança como deve ser (…) Voltou-se a um processo de estagnação", lamenta Diamantino Lopes.Noutras latitudes, nos Grandes Lagos, não se alcançou ainda a paz no leste da RDC.No poder desde o ano 2000, o Presidente ruandês Paul Kagame foi reeleito a 15 de Julho para um novo mandato de cinco anos, com mais de 99% dos votos.Considerado como o principal factor de desestabilização do leste da República Democrática do Congo, ele tem sido assiduamente solicitado por Angola para se sentar à mesa das negociações com o Presidente Tshisekedi.Uma ronda negocial que devia marcar a possível assinatura de um acordo de paz, no passado dia 15 de Dezembro, acabou por ser cancelada devido a desacordos persistentes entre as partes. Osvaldo Mboco, professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola e autor do livro "Política externa de Angola, Principais marcos, desafios e perspectivas", dá conta da importância do envolvimento de Angola na mediação do conflito do leste da RDC. "Independentemente de todo esse envolvimento de Angola, conhecemos o desfecho que não tem sido muito favorável e, reparando nesta dimensão, Angola deve continuar a trabalhar com o intuito de buscar as melhores soluções e também defender os seus interesses na região", considera o universitário.Noutro aspecto, a visita no começo deste mês do Presidente americano Joe Biden a Angola, foi considerado um marco histórico para Luanda, Osvaldo Mboco sublinhando que "os americanos têm muitos interesses em Angola".Entretanto, desta vez em São Tomé e Príncipe, este ano esteve uma vez mais colocado sob o signo das dificuldades económicas. Esta situação foi o motivo invocado pelo chefe do governo, Patrice Trovoada, para tentar abrir brechas e gerar liquidez no país.Uma dessas brechas é a sua decisão de aumentar substancialmente o valor das taxas aeroportuárias pagas por quem vem de fora. Esta decisão gerou mal-estar entre o chefe do governo e o Presidente da República, apesar de serem da mesma cor política, com Carlos Vila Nova a vetar essa decisão e Patrice Trovoada a levar esse projecto avante, através de uma resolução que entrou em vigor no passado dia 1 de Dezembro.Para o sociólogo são-tomense Olívio Diogo, este episódio apanhou a população de surpresa, o estudioso vincando que "o país não precisa disso (…) As partes deviam dialogar, não trazer para a praça pública mais um conflito desnecessário que não vai fazer bem à saúde política" do país.Em Cabo Verde, este ano foi marcado por uma epidemia de dengue e por controvérsias, nomeadamente em torno do dossier dos transportes aéreos. Para o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, "um país arquipelágico e pobre como Cabo Verde devia ter uma boa rede de transportes marítimos. Nós temos estado a esbanjar dinheiro, a entregar pérolas a porcos, tentando fazer grandes coisas na área de transportes aéreos. A companhia de bandeira tem custado um balúrdio ao Estado".Por fim, na África do Sul, 2024 marcou uma mudança no cenário político, com o ANC a perder a maioria absoluta nas eleições gerais de Maio, obrigando o partido no poder há 30 anos a formar um executivo de coligação. Para o analista moçambicano Justino Quina, esta é a tradução de um descontentamento da população sul-africana que já vem de longe. "Há um conjunto de demandas sociais às quais ao longo do tempo o ANC não tem sabido responder de forma significativa", refere o estudioso.Por outro lado, ao evocar os próximos tempos naquele país, em particular a perspectiva de a África do Sul presidir o G20 em 2025, Justino Quina diz esperar que "a África do Sul use esta grande oportunidade para fazer valer não só os seus interesses, mas também os interesses da região".

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Especialista de relações internacionais, Osvaldo Mboco lança livro sobre diplomacia angolana

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 1, 2024 19:35


Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola e voz conhecida da RFI pelas suas análises, lança no próximo dia 6 de Novembro, o seu novo livro, "Política externa de Angola, Principais marcos, desafios e perspectivas".  Nesta obra que vem no seguimento de outros livros como “Os desafios de África no século XXI – um continente que procura se reencontrar”, publicado em 2021 ou ainda "As eleições em Angola, de 1992 até aos nossos dias" lançado em 2022, Osvaldo Mboco evoca designadamente a evolução das relações do seu país com os seus parceiros nos Estados Unidos, Rússia, China ou ainda França, passando em revista os momentos-chave da diplomacia angolana desde a independência, em 1975, até aos dias de hoje.RFI: Relativamente aos marcos históricos da diplomacia angolana de 1975 até aos dias de hoje, como é que poderíamos resumir em poucas palavras a evolução da diplomacia angolana nesses anos? Partimos de um país recém-independente de cariz socialista, para um país que agora multiplica as parcerias com países que até são antagónicos no plano internacional. Osvaldo Mboco: Nós, neste livro, entendemos dividir a política externa de Angola em seis épocas importantes. De 1975 até 1979, marca, ao nosso entender, a primeira fase da política externa de Angola. Depois de 1979 a 1989: porque aqui em 79, estava a entrar um novo Presidente que é o Presidente Eduardo dos Santos e de facto não alterou em grande medida aquilo que eram os pilares estruturais da política externa de Angola, porque nós tínhamos uma política externa voltada neste período ao marxismo-leninismo. A nossa relação era muito mais próxima para os países comunistas ou socialistas nesta época. Esse período termina em 89 e é a queda do Muro de Berlim. O país começa a fazer reformas importantes do ponto de vista da abertura da economia de mercado, mas ainda um país que tinha assente pilares naquilo que era a ideologia marxista-leninista. E depois há o terceiro período, que é de 1989 até 1992. Nesse período, onde também o país foi obrigado, até certo ponto, a abrir-se para o multipartidarismo e começar também a se relacionar com outros Estados. Depois de 92 até 2002, que é um período marcado fortemente pelo conflito civil, onde a estratégia da política externa de Angola era muito mais voltada para o objectivo de encurtar as linhas de apoios e abastecimento que a Unita tinha. É uma política de boa vizinhança também com os países vizinhos, no sentido de a Unita ser entendida não como um grupo de guerrilha, mas como um grupo rebelde. Esse foi um trabalho também da nossa diplomacia. Depois, teve o quinto período, que é de 2002 até 2017. Nesse período, um período pós-guerra, um período em que o país se abriu, vai buscar novas perspectivas. Depois, o outro período é de 2017 até aos nossos dias, que já é um período marcado pela presidência do Presidente João Lourenço. Agora, claramente que nós também trouxemos aqui neste livro o nosso actual reposicionamento no sistema internacional, enquanto país que hoje vai buscando várias alianças, até com aqueles países que no passado eram antagónicos. Tudo indica que está a existir uma mudança da política externa de Angola do eixo Pequim-Moscovo para o eixo Bruxelas-Washington. E isto tem estado de facto a criar muitos debates, também ao nível da Academia. E olhando para esta reconfiguração da política externa angolana, onde condena actos nas Nações Unidas, por exemplo, a anexação das quatro províncias da Ucrânia pela Rússia, a intenção que o Estado angolano tem também de adquirir equipamento militar americano. Quando olhamos para grande parte do equipamento militar angolano hoje que é do Pacto de Varsóvia, arrisco-me a dizer que em Angola não existem cinco generais, pelo menos um, que têm estudos ou formação na Rússia. E como é que fica a descontinuidade disto? Quanto tempo levaria, quais são os gastos que nós teríamos? E os treino, etc. Agora, os Estados, no sistema internacional, eles competem e há uma demonstração clara que existe um grande interesse dessas grandes potências, nomeadamente a China, a Rússia e os Estados Unidos em Angola. E isto faz com que houvesse um termo para identificar o que Angola tem estado a fazer: a "diplomacia de jogo de cintura". RFI: Falou, Lá está, da "diplomacia do jogo de cintura". Foi um termo que utilizou, nomeadamente há poucos meses, quando Angola se voltou decididamente para uma parceria mais aprofundada com os Estados Unidos, correndo o risco de se afastar um pouco mais das suas parcerias com a China. No que é que consiste exactamente essa "diplomacia do jogo de cintura"? Osvaldo Mboco: É um termo utilizado para descrever a posição cuidadosa da política externa de Angola, para evitar "irritantes" políticos ou diplomáticos com as grandes potências, face aos acontecimentos que dominam o cenário internacional, e não pôr em causa os interesses nacionais. Ou seja, independentemente desses países serem antagónicos, têm interesse em Angola. Angola tem estado a demonstrar que não é "terra de nenhum senhor" e não sendo "terra de nenhum senhor", adopta uma postura de alguma cautela, mas que consegue também fazer convergir no Estado angolano, determinados interesses, que é com base nos nossos interesses nacionais e com base nos interesses desses Estados que são antagónicos e que muitas vezes chocam. E aqui podemos trazer a questão do corredor do Lobito também. Mas ainda assim, nós conseguimos nos posicionar e claramente pode existir algum mal-estar. Mas depois, tendencialmente, esse mal-estar pode ser ultrapassado pelos canais diplomáticos. O que nós fizemos no livro é dizer que essa "diplomacia do jogo de cintura", uma posição ponderada, calculada também dos riscos e as ameaças das decisões que nós vamos tomando e fazendo uma viabilidade de qual decisão beneficia melhor e defende melhor os interesses do Estado angolano. E isto foi notável pelas peças do jogo de xadrez do Presidente João Lourenço que conseguiu ir para os Estados Unidos, provavelmente tudo indica que o Presidente Joe Biden, em Dezembro, realmente estará em Angola, mas ainda assim, os interesses chineses e russos continuam a ser discutidos e a ter espaço também no Estado angolano. E eu penso que nós, Angola, temos que definir o que é que nós queremos com as grandes potências, porque eles sabem o que eles querem de nós. Nós agora temos que pegar nos nossos interesses nacionais, traçar uma estratégia que vai de encontro na defesa dos nossos interesses que traçámos inicialmente. Então, é essa a  diplomacia de equilíbrio, de "jogo de cintura", que é uma posição cuidadosa que a diplomacia angolana vem adoptando para não criar "irritantes" políticos, mas ao mesmo tempo defender os seus próprios interesses. RFI: Relativamente às relações de Angola com a França, também reservou um capítulo a esta temática. Como é que estão as relações neste momento? Do seu ponto de vista? Osvaldo Mboco: A França, naquilo que nós fizemos referência no livro, é o país que mais investe em Angola, claramente no sector petrolífero. E isso nos dá um indicador que são relações que são boas. O presidente Emmanuel Macron esteve em Angola não simplesmente para tratar de questões ligadas a aspectos económicos, mas também para tratar de aspectos em volta daquilo que é a crispação político-diplomática que a França vem sofrendo nos últimos tempos em África, principalmente nas antigas colónias onde existiram golpes de Estado e de que a França foi obrigada a sair de forma atabalhoada em função daquilo que tem sido a posição dos Estados. E eu também trago aqui, numa perspectiva que a aproximação quer da França, quer dos Estados Unidos em Angola, também é resultante dos últimos acontecimentos na região do Sahel, com os golpes de Estado, de mudanças incondicionais e a necessidade de identificar novos "players". Angola é um país que tem saída para o mar, tem posição geográfica, tem expressão no continente africano e parece que um dos grandes aliados dos Estados Unidos, que é a África do Sul, está-se a aproximar muito mais para o Sul global, está-se a aproximar muito mais dos BRICS. Então, há toda a necessidade do Ocidente encontrar um "player" a nível do continente africano que possa, até certo ponto, contrabalançar a posição da China e da Rússia no continente africano, em interesse do próprio Ocidente. E penso que Angola está dentro desta equação, desses Estados quer da França e quer também dos Estados Unidos. Daí diria, a importância que Angola hoje tem a nível do contexto africano e os interesses crescentes por parte desses Estados para com o Estado angolano. RFI: Não podíamos também deixar de mencionar a República Democrática do Congo, que é um dos "dossiers" sobre os quais Angola tem estado a trabalhar ultimamente. Chama a RDC de "quebra cabeças". Como é que poderíamos analisar o que está em curso neste momento relativamente à RDC e à mediação angolana? Osvaldo Mboco: RDC é o "quebra-cabeça" da diplomacia preventiva de Angola. Não é de hoje que Angola tenta mediar várias situações na região dos Grandes Lagos e também na República Democrática do Congo. Isto já vem desde o Presidente Eduardo dos Santos. Claramente que nós tivemos uma outra forma de abordagem, uma outra dinâmica, um novo engajamento com o Presidente João Lourenço. Mas tudo indica que os resultados alcançados até agora não são os melhores resultados, porque nós temos estado a assistir, mesmo com o cessar-fogo, ao M23 a ocupar novas vilas, a desrespeitar o acordo de cessar-fogo que nós já fizemos. Refiro-me também ao facto de o M23 não ter sido chamado neste acordo de cessar-fogo, não se revia nos acordos. Por outro lado, o Presidente Kagame tem estado a dar sinais de que as negociações não têm estado a ir na direcção que ele pretende. Daí que várias vezes não esteve em Luanda na cimeira de alto nível de chefes de Estado e de Governo e mandatou representantes também como forma de pressão. Há também aquilo que têm sido as acusações mútuas entre os dois Presidentes, o Presidente Kagame e o Presidente Félix Tshisekedi, que têm estado a minar o processo de mediação de Angola. Mas Angola tem continuado e continua (a mediar). Neste momento, existem reuniões ministeriais entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois Estados sob a condução de Angola. Os peritos também têm estado a trabalhar. Angola apresentou uma proposta aos dois chefes de Estado sobre a paz duradoura. Nós não conhecemos o conteúdo que aí está, mas penso que quando temos essas reuniões cá em Angola, onde também participam os peritos, é com o objectivo de se discutir ao máximo os pontos divergentes que lá estão. Penso que as discussões têm estado a andar nesta direcção do lado angolano. Cabe a Angola continuar a mediar o conflito. E eu vou aqui dizer isto. O discurso político do Presidente Kagame e do Presidente Felix Tshisekedi ainda demonstra que o Presidente João Lourenço é um interlocutor válido. Mas depois a actuação dos dois Presidentes nas acusações mútuas mina o processo de mediação de Angola. Sem sombra de dúvida. Agora é importante também aqui dizer que nós temos estado a assistir a alguns recúos do ponto de vista de resultados, não de acções, do ponto de vista do resultado para aquilo que tem sido a acção da diplomacia angolana. Daí que eu dizia que é o "quebra-cabeça" da diplomacia angolana. A situação da República Democrática do Congo é uma das peças importantes, mas existem outras peças também que devem ser montadas na região dos Grandes Lagos. Continua a ser também uma das regiões que é pilhada de forma grosseira dos recursos minerais que aí estão. Mas o interesse da Angola, ao mediar, na minha perspectiva, e é o que nós trouxemos no livro, não é simplesmente a vontade de querer ter um prestígio internacional, de resolver um problema daquela dimensão que é o Leste da República Democrática do Congo. Mas também é uma questão de interesse e de segurança. Ou seja, o conflito está no leste da República Democrática do Congo, mas numa situação em que o conflito se alastra por todo o território da República Democrática do Congo, Angola pode sofrer com as consequências desse conflito. Tem campos de refugiados em algumas províncias de Angola que vêm da República Democrática do Congo. As fronteiras ficam muito mais porosas para os crimes transnacionais, nomeadamente tráfico de droga, tráfico de seres humanos, contrabando de combustível que já existe. Então há aqui uma maior porosidade e, por consequência, da transposição do conflito, pelo menos até às fronteiras do Estado angolano. Ou seja, a República Democrática do Congo não é simplesmente uma zona de influência do Estado angolano. A República Democrática do Congo é o espaço vital do Estado angolano, porque toda a operação securitária, política e económica que acontece na República Democrática do Congo tem implicações para o Estado angolano. Daí que o Congo, na minha perspectiva, é o "quebra-cabeça" da diplomacia angolana em termos internacionais.RFI: Outro dos dossiers nos quais Angola tem estado bastante activo é tentar obter reformas nas Nações Unidas e, nomeadamente, obter um lugar captivo no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Quais são as perspectivas, a seu ver? Osvaldo Mboco: Na obra, nós não trouxemos essa discussão de Angola sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Relativamente à pergunta que me coloca, eu penso que Angola junta-se ao grupo de países que entendem que a actual configuração no Conselho de Segurança das Nações Unidas já não atende aos actuais desafios. E daí que Angola é um daqueles países que apela à reforma dos órgãos do Conselho de Segurança das Nações Unidas e também entende que há uma posição de injustiça, digamos, do sistema internacional para com o continente africano, que é um dos continentes com maior índice de população e é o continente com mais estados no mundo e não tem nenhuma representação permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Agora, a grande discussão será no futuro, qual dos Estados africanos deverá preencher este lugar. Penso que quer a nível das Nações Unidas e quer a nível das geografias onde se identificaram a necessidade do alargamento e a entrada de um "player", claramente não é um assunto para hoje. Mas ainda assim é um assunto no qual devemos começar a reflectir, porque provavelmente um dia a ordem mundial vai se alterar e isto poderá acontecer, claramente. Não há vontade política neste momento das grandes potências, mas pensamos nós que isto um dia pode vir a acontecer. Angola, penso eu, quanto a esta matéria, tem estado a se posicionar da melhor forma possível sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. RFI: Na conclusão da sua obra, Osvaldo Mboco preconiza que se conceptualize o pensamento político estratégico da política externa de Angola, ou seja, um documento diagnóstico e programático da política externa do país. Poderia explicar-nos no que é que consistiria esse documento e a sua importância sobretudo? Osvaldo Mboco: Eu penso que o pensamento político estratégico na política externa de Angola deve ser um seguimento daquilo que é a agenda do Estado angolano, Ou seja, nós, Angola, precisamos de uma agenda de Estado. E nessa agenda de Estado devem estar definidas quais são as metas que nós pretendemos alcançar, os objectivos e os timings que nós queremos cumprir. A perspectiva de termos uma agenda de Estado é dizer o seguinte: que o nosso objectivo central é transformar Angola numa potência regional daqui a 50 ou 30 anos e nós vamos trabalhar nesta direcção com esses vectores. Seja qual for o partido político que chega ao poder, deve entender que não deve descontinuar a estratégia que já foi montada. E daí que nós temos estado a defender que a agenda de Estado deve resultar, não de um programa de governação do partido político dessas eleições, mas ela deve resultar do consenso nacional da discussão pública, onde vários intervenientes do Estado devem participar, as igrejas, a sociedade civil, os partidos políticos, as universidades. Porque existe um grande divórcio em Angola entre o governo ou o Executivo com aquilo que são as universidades, enquanto as universidades deveriam ser, ao meu entender, o mais alto palco do conhecimento e participar activamente naquilo que são as estratégias a serem montadas. Agora não estamos aqui a defender que este documento é um documento estático, porque as relações internacionais dinâmicas, são variáveis. Sempre que houver necessidade, deverá se introduzir reformas consoante o contexto internacional, mas com o objectivo primário, que é atingir determinadas metas. Então, esse deveria ser o pensamento político estratégico de Angola. Por exemplo, na obra também nós fizemos referência que Angola, por ser um dos principais "players" em matéria de gestão e resolução de conflitos em África, já deveria ter um centro de análise e estudo sobre guerra e paz, um centro que analisa os conflitos mundiais ou, se quiser, simplesmente de África. Estuda os conflitos, apresenta prognóstico da resolução desses conflitos, apresenta as soluções e olha as várias doutrinas que existem. E pode até trabalhar também para o surgimento de novas doutrinas sobre matéria de gestão e resolução de conflitos. Isto poderia fazer com que aquilo que é o conhecimento angolano influenciar também a ciência voltada a matérias ligada a guerra e paz, a gestão e resolução de conflitos. Seria também uma forma ou instrumento importante que Angola poderia utilizar para, de facto, se afirmar no continente africano como um país de matriz pacifista, mas como um país que também tem a gestão e resolução de conflitos como um aspecto principal da sua política externa, não simplesmente do ponto de vista da mediação, mas do ponto de vista da construção de conhecimento e observação dos fenómenos e produzir aquilo que podem ser as eventuais soluções. 

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"M23 não irá cessar as hostilidades no teatro das operações"

Convidado

Play Episode Listen Later Aug 5, 2024 7:59


O cessar-fogo no Leste da República Democrática do Congo está a ser vivido, no terreno, com cepticismo, uma vez que o M23 tomou uma cidade estratégica na noite de sábado. "O Ruanda tem mostrado vontade política, apesar de saber que o M23 não vai cessar as hostilidades", sublinha o especialista em Relações Internacionais da Universidade Técnica de Angola, Osvaldo Mboco. O novo cessar-fogo no Leste da República Democrática do Congo entrou em vigor à meia-noite de domingo, 4 de Agosto. O acordo alcançado sob mediação angolana visa silenciar as armas no conflito entre o exército congolês e o grupo rebelde do M23, apoiado pelo Ruanda.RF: Este não é o primeiro cessar-fogo negociado desde o início do conflito, em 2021, o que muda desta vez?Osvaldo Mboco: Este acordo cessar-fogo foi assinado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e houve a concordância por parte dos Chefes de Estado quando o Presidente João Lourenço os contactou, por via telefónica. Ainda assim, penso que o Ruanda pode estar a jogar com algumas peças do xadrez, mostrando que há vontade política por parte do Ruanda, mas quando na verdade sabe que o M23 não irá cessar as hostilidades no teatro das operações.O grupo rebelde M23 não se sentou na mesa das negociações. Mas o que também acontece é que até agora o Ruanda  nunca assumiu estar por detrás deste conflito. Este é um dado importante?Claramente que é um dado importante e a importância desse dado é que é de domínio público que o acordo de cessar-fogo não foi assinado pelos beligerantes ou então os contendores e o M23 não está presente. Se existir cumprimento no terreno de acordo de cessar-fogo, vamos chegar à conclusão de forma tácita, que tem sido, de facto, Ruanda que tem patrocinado e tem armado o M23. Se o M23 não faz parte das negociações e o M23 não se vincula a este acordo de cessar-fogo. O Ruanda assina, hipoteticamente, assumindo isto, então fica claro a nível mundial que tem sido Ruanda, que de facto tem estado a movimentar o M23 a desestabilizar o Leste da República Democrática do Congo.Agora também podemos trazer de cima um outro elemento que o acordo de cessar-fogo, se de facto tiver pernas para andar, vai abrir o caminho para que a diplomacia ao mais alto nível dos chefes de Estado possa acontecer. E o outro passo seria uma cimeira onde o presidente Paul Kagame e o Presidente Félix Tshisekedi estivessem presentes na mesma mesa de negociações, encurtar as diferença e de facto assumirem ou reassumir os compromissos que é do Roteiro de Paz de Luanda, quer do comunicado final de Nairobi. Temos uma estratégia de defesa colectiva ao longo da fronteira. Isso sim seria um passo extremamente importante para aquilo que é o acordo de cessar-fogo ou então para aquilo que a instabilidade no Leste da República Democrática.Angola foi escolhida pela União Africana para ser mediadora deste conflito. Não cabe às partes escolherem livremente quem é que pode mediar o conflito na RDC?Não porque o que tem que acontecer é o seguinte: o interlocutor deve ser o interlocutor ou mediador válido para as duas partes e, até agora, pelos contactos mantidos pelas vias diplomáticas é notável que existe uma aceitação política por parte das partes, que é o Ruanda e que é a República Democrática do Congo. Apesar de há algum tempo a esta parte o Presidente Kagame deixou de vir para Luanda sobre esta matéria. Ele esteve cá,  recentemente, depois de um ano e meio, quase dois anos, e voltou a estar em Luanda, mas de forma separada, não no formato da cimeira. Ele tinha manifestado vontade de se sentar à mesa das negociações com o Presidente Félix Tshisekedi, numa data que deveria ser escolhida. Há aqui um elemento que também não podemos descurar, as intervenções feitas pelo presidente Kagame e Tshisekedi, do ponto de vista das acusações, tem estado a minar o processo de paz porque se vão digladiando de forma verbal e com acusações.Chegou uma altura que nós ficamos com a percepção que Luanda já não era o interlocutor válido para o Ruanda. À medida que o presidente Kagame se fazia representar e algumas pessoas alegavam que Luanda nunca poderia conduzir um processo de acantonamento, mostrava imparcialidade neste processo. Penso que Luanda poderia ter levado esse processo de acantonamento e o que eu percebo é que o presidente Kagame tem estado com algumas aspas a fintar aquilo que têm sido as acções do Estado angolano porque não se faz representar normalmente nas cimeiras, dificilmente consegue um calendário para se sentar à mesma mesa de negociação com o Presidente Tshisekedi e agora esta assinatura, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, pode ser vista como mais uma estratégia do presidente Kagame em dizer que aceita, quando na verdade sabe que no terreno não vai existir nenhum cessar-fogo por parte do M23.A ideia que passa é a de que 'nós Ruanda estamos preocupados com isso, aceitamos o cessar-fogo, mas não controlamos o M23, logo não temos capacidade de influenciar as acções do M23'. Penso que o Presidente Kagame tem estado a jogar com algumas peças de xadrez, que vai ganhando, vai dilatando o tempo e as manobras e vai tendo os seus interesses salvaguardados. A não ser que a parte mediadora do conflito não tenha percebido que os interesses e os desejos e as aspirações do Ruanda são diferentes do que estavam previstos ao nível do Roteiro de Paz de Luanda e era fundamental se compreender, na essência, o que é que Ruanda pretende com tudo isso e trazer uma proposta que se ajuste àquilo que é o interesse também do Ruanda quanto a esta matéria.Qual é que é o interesse do Ruanda?Bem, essa é uma pergunta de 1 milhão de dólares e fica difícil chegar a esta conclusão: Qual é o interesse do Ruanda? Há várias teorias levantadas, uma delas é a de que o Ruanda, por ser um território pequeno e necessariamente tem uma densidade populacional que vai crescendo de forma muito rápida, quer anexar espaços ao território da República Democrática do Congo. São algumas teorias que vamos discutir e a outra também é muito em função do acesso aos mineiros ao longo da fronteira. Fica muito difícil compreender quais são as reais intenções do Ruanda, quando Ruanda vem se posicionando desta forma, mostra à comunidade internacional que tem vontade política de resolver um determinado problema, mas na prática age de forma contrária e diferente. É de domínio público que o Presidente de Ruanda só veio parar a para Angola este ano porque houve pressões internacionais sobre esta matéria. Estamos perante a um acordo de cessar-fogo bastante frágil porque não integra o M23. O M23 pode não se vincular e se não se vincular a este acordo de cessar-fogo, não vai respeitar o mesmo no interesse das operações.

O Assunto
Cidades-esponja e a adaptação à crise climática

O Assunto

Play Episode Listen Later May 14, 2024 26:05


Levantamento da Casa Civil e do Ministério das Cidades divulgado no início deste ano aponta que mais de 1.900 municípios estão em zonas de risco quanto aos eventos extremos do clima. Além disso, quase 9 milhões de brasileiros vivem em áreas expostas a desastres. Daí a necessidade, cada vez mais urgente, de cidades se adaptarem para lidar com eventos climáticos extremos e suas consequências - cada vez mais intensas e frequentes. Novos arranjos urbanísticos aparecem como possível solução, entre eles, as chamadas cidades-esponja. Para discutir a adaptação do espaço urbano, Natuza Nery recebe a arquiteta e urbanista Taneha Bacchin, professora em projeto urbano da Universidade Técnica de Delft, na Holanda. Tahena é especialista em gestão sustentável de águas urbanas e em risco ambiental, e detalha como funcionam as cidades-esponja e outras medidas de adaptação consideradas modelo e já adotadas em outros países.

Intercâmbio
#84 Colônia, Alemanha

Intercâmbio

Play Episode Listen Later Mar 5, 2024 28:02


Loyse Quadras, estudante de Administração Empresarial na Universidade do Estado de Santa Catarina (⁠Udesc Esag⁠), fala sobre sua experiência na Universidade Técnica da Colônia (TH KOLN) , na Alemanha. Ela foi por meio do Prome (Programa de Mobilidade Estudantil Internacional da Udesc) com bolsa de estudos pagando passagem aérea, seguro saúde e ainda uma ajuda mensal de 600 euros. Ouça o episódio e, se ainda quiser saber mais, pode falar com ela no Instagram: ⁠@loyse_quadras --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/intercambiopodcast/message

Semana em África
Antony Blinken faz périplo por África com passagens por Cabo Verde e Angola

Semana em África

Play Episode Listen Later Jan 26, 2024 7:09


A actualidade desta semana ficou marcada pelo périplo africano do secretário de Estado norte-americano. O responsável americano esteve na Costa do Marfim, na Nigéria e também em dois países lusófonos: Cabo Verde e Angola. Em Luanda, no Centro de Ciência, Antony Blinken enalteceu o reforço da cooperação bilateral, nomeadamente, na área espacial e na luta contra os efeitos da seca. Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, analisou o impacto desta visita, que segundo defendeu, serve para contra-balançar o peso crescente que a China tem tido no continente e em Angola. Um peso que tem estado a diminuir, dando lugar a novas parcerias com os Estados Unidos como a gestão do corredor do Lobito. Na Guiné-Bissau, o Presidente Umaro Sissoco Embaló considerou que os jornalistas são da “oposição” e ameaçou acabar com as entrevistas a “analistas políticos” sobre a situação política do país. O chefe de Estado guineense diz que os jornalistas “têm responsabilidades” na imagem do país e que “não devem transmitir só o que é mau”. Ainda na Guiné-Bissau, Indira e Iva Cabral, filhas de Amílcar Cabral, querem retirar o corpo do pai da Fortaleza de Amura para um cemitério municipal. Dizem que o pai "não pode continuar preso num quartel", mesmo depois de morto. Declarações que surgem depois das autoridades da Guiné-Bissau terem impedido  uma delegação do PAIGC de depositar coroas de flores na campa do líder histórico. Em Moçambique, as autoridades confirmaram a presença de terroristas em alguns distritos da província de Cabo Delgado, palco de ataques armados desde 2017. As movimentações estão a deixar a população preocupada que receia uma nova invasão dos grupos armados. É o ponto final deste magazine Semana em África. Nós, já sabe, estamos de regresso na próxima semana. Até lá, fique bem.

Convidado
Dia de Eleições Gerais sob alta tensão na República Democrática do Congo

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 20, 2023 9:42


Decorrem nesta quarta-feira na Republica Democrática do Congo eleições gerais. Para além de um novo presidente, os cerca de 44 milhões de eleitores hoje chamados às urnas elegem igualmente os seus deputados nacionais e regionais, bem como os seus conselheiros locais. Ao todo mais de 100 mil candidatos participam nestes escrutínios. Nas presidenciais, para além do Presidente cessante, Felix Tshisekedi, concorrem outros 18 candidatos, entre os quais o seu antigo adversário nas presidencias de 2018, Martin Fayulu, o empresário Moïse Katumbi e o médico Denis Mukwege, conhecido a nível mundial por ter recebido o Prémio Nobel da Paz em 2018, pela sua acção junto das mulheres violentadas.Estes escrutínios decorrem num contexto de alta tensão em que o país se debate não só com problemas de corrupção e profundas fracturas sociais, mas também -e sobretudo- de segurança, com o nordeste do país a ser particularmente flagelado pela violência de vários grupos armados que o executivo congolês acusa de serem apoiados pelo vizinho Ruanda.Perante esta situação, as autoridades congolesas têm exigido a saída do país das forças de paz da ONU por considerar que não conseguiram cumprir a sua missão. Presentes no país desde 1999, os capacetes azuis começaram recentemente a sua retirada, deixando atrás de si o receio de um vazio em termos de segurança.Em entrevista concedida à RFI Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, evocou precisamente a problemática da segurança que está muito presente nestas eleições e evocou também os debates que animaram a campanha eleitoral, nomeadamente a corrupção e a identidade nacional.RFI: Para além da questão da identidade nacional que foi muito utilizada para desqualificar adversários políticos, que outros lemas se ouviram durante a campanha eleitoral?Osvaldo Mboco: Um dos lemas que muito prendeu essa campanha teve muito a ver com a instabilidade que o país apresenta, a questão também ligada à corrupção endémica que a República Democrática do Congo vai evidenciando e, até certo ponto, essa questão da necessidade do patriotismo tendo em atenção que muitas acções de muitos congoleses põem em causa a própria estabilidade do país. Esses temas, como o desenvolvimento económico, como o combate à corrupção, como as questões ligadas à própria insegurança que se regista acabaram também dominando o próprio processo eleitoral.RFI: Felix Tshisekedi é candidato à sua reeleição. Que candidatos sobressaem sobre essas praticamente duas dezenas de candidatos às presidenciais?Osvaldo Mboco: Temos, para além do Presidente Tshisekedi que está a concorrer para a sua própria sucessão, Martin Fayulu que também é um político com muita expressão dentro do xadrez eleitoral da República Democrática do Congo, o doutor Denis Mukwege e também Moïse Katumbi. As campanhas dessas quatro figuras foram as campanhas que tiveram maior notoriedade e também agitaram o processo eleitoral ao nível da República Democrática do Congo.RFI: Estas eleições envolvem praticamente 44 milhões de eleitores sobre uma população que é mais do dobro. é uma proeza fazer votar tanta gente ao mesmo tempo. Isto decorre também sob alta segurança. Poderia falar-nos um pouco mais das problemáticas que envolvem esta eleição?Osvaldo Mboco: Está a falar do número de eleitores chamados a participar. Mas ainda assim, é importante referenciar que a Comissão Nacional Eleitoral Independente não conseguiu fazer o mapeamento e o cadastramento de todos os cidadãos aptos para votar, ou seja, todos os cidadãos com idade para votar, devido ao próprio clima de instabilidade em determinadas regiões ou localidades que ainda se encontram sob o controlo de grupos rebeldes. De tanto ser assim, a União Europeia não irá participar neste processo eleitoral enquanto observador porque entendeu que existe um clima de insegurança ao nível da República Democrática do Congo e que pode pôr em causa a integridade física dos próprios observadores. Então este clima de insegurança no país também pode pôr em causa o próprio processo eleitoral. Partindo do pressuposto que nem os partidos políticos conseguiram fazer campanha eleitoral em todo o território da República Democrática do Congo, porque temos zonas que até hoje estão sob o controlo de grupos rebeldes e isto, até certo ponto, faz com que nem todos os eleitores ou pessoas com idade para votar conseguem votar neste mesmo processo. E a par deste elemento, também há a discussão de que o ficheiro informático dos cidadãos maiores, fazem parte desse ficheiro indivíduos que já deveriam ser expurgados porque faleceram. E essa discussão também se instalou na República Democrática do Congo. Todas estas questões, sem sombra de dúvida, vêm perigar aquilo que pode ser a lisura do próprio processo e há registo que muitas pessoas não conseguiram votar porque Assembleias de Votos não abriram. Para além de Assembleias de Voto não abrirem, há pessoas que viram os seus nomes deslocados de uma localidade para outra, para sítios muito mais distantes dos locais onde deveriam ter votado. Todo este imbróglio acaba pondo em causa a própria lisura do processo.RFI: Relativamente à questão da segurança, todo este processo eleitoral está a decorrer numa altura em que a ONU começou a retirar as suas forças. Isto de certa forma não virá também ter um impacto sobre a própria forma como se vai concluir o processo?Osvaldo Mboco: Eu penso que sim, penso que pode ter um impacto, mas também temos que olhar para factores históricos do próprio país. Esta missão da ONU é a missão mais longa que existia, ou que existe até hoje, da história das Nações Unidas. Está há muito tempo na República Democrática do Congo e os congoleses têm estado a sentir que mesmo com a presença desta missão, vários crimes contra os Direitos Humanos decorrem. Depois, temos crimes ou acontecimentos em que os militares das missões estavam envolvidos, nomeadamente o contrabando de minérios, nomeadamente abusos sexuais. Sente-se que há um desgaste perante a opinião pública congolesa em torno da permanência desta missão de paz das Nações Unidas no terreno. Mas faz parte das pessoas que defendem que a saída da missão das Nações Unidas poderá abrir campo para que outros crimes hediondos possam decorrer na República Democrática do Congo. Ou seja, independentemente desta missão não conseguir pôr cobro a uma série de situações, ainda assim o país estava muito mais seguro com a presença da missão da ONU do que com a retirada desta missão porque isso implica que as forças governamentais tenham de facto capacidade para combater as ameaças decorrentes ao nível do próprio país, coisa essa que é do domínio público que o exército da República Democrática do Congo não tem essa capacidade, fruto dos embargos e fruto também da má preparação dos próprios militares.RFI: Num contexto tenso, julga que há o risco de haver eventualmente contestação eleitoral e violências pós-eleitorais?Osvaldo Mboco: Eu subscrevo essa narrativa porque o cenário que hoje se descreve na República Democrática do Congo é de uma crise pós-eleitoral. Esta crise pós-eleitoral, penso que não vai empurrar o país para uma crise política profunda ou uma crise militar. O que vai acontecer é que determinados partidos políticos e candidatos, depois da divulgação dos resultados eleitorais, em função dos vários incidentes e acontecimentos que estão a pôr em causa a lisura do processo, vão contestar os resultados. E na contestação dos resultados, espera-se que esses políticos usem os canais legais para contestar e não instiguem os eleitores, a população, a irem para a rua, desrespeitem as instituições do Estado, queimem bandeiras, e que exista de facto uma situação que pode pôr em causa a própria segurança pública.

Appleton Podcast
Episódio 98 - "Scarti" - Conversa com Francisco Aires Mateus

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Play Episode Listen Later Apr 28, 2023 83:16


Francisco Aires Mateus (Lisboa, 1964) licenciou-se em arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa. Em 1988 fundou, com o irmão Manuel, o atelier Aires Mateus.O seu trabalho desenvolve-se desde a escala da casa unifamiliar àquela da infraestrutura urbana, passando por edifícios e equipamentos de todo o tipo, com uma especial vocação para os programas culturais. Entre as suas obras mais premiadas e publicadas, destacam-se as residências assistidas em Alcácer do Sal e o Museu do Farol de Cascais. Entre os projectos mais recentes: o Centro de Arte Contemporânea Olivier Debré em Tours, o Museu de Belas Artes de Reims e o Campus em Toulouse da Toulouse Business School.É professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 1998, e na Academia de Arquitectura de Mendrisio desde 2001. Lecionou em várias universidades entre as quais a Oslo School of Architecture e a Graduate School of Design da Universidade de Harvard. Créditos “La Calle”: Radar Kadafi / Universal Music Portugal, 1987Links: https://www.airesmateus.com/ https://www.archdaily.com/tag/francisco-aires-mateus https://architizer.com/firms/aires-mateus/ https://elcroquis.es/products/aires-mateus https://www.construir.pt/2022/11/08/as-instalacoes-dos-aires-mateus-criadas-para-a-bienal-de-veneza-em-livro https://www.artecapital.net/arq_des-64-12%C2%AA-bienal-de-arquitectura-de-veneza-people-meet-in-architecture- https://arquivos.rtp.pt/conteudos/francisco-aires-mateus/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Radar_Kadafi https://www.filmin.pt/curta/casa-na-comporta Episódio gravado a 21.04.2023 http://www.appleton.pt Mecenas Appleton:HCI / Colecção Maria e Armando Cabral / A2P / MyStory Hotels Apoio:Câmara Municipal de Lisboa

Udesc em Rede - Newsletter em áudio
Edição 883 - Inteligência artificial será tema de palestra da Udesc em Florianópolis

Udesc em Rede - Newsletter em áudio

Play Episode Listen Later Apr 10, 2023 2:08


Na próxima terça-feira, às 16h, a Udesc realiza uma palestra sobre inteligência artificial (IA) com o engenheiro Marcelo Konemba. O evento é gratuito e será realizado no Auditório do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), no Bairro Itacorubi, em Florianópolis.O palestrante tem mais de 20 anos de experiência em gerência de produtos, desenvolvimento de portfólio e estratégia corporativa, atuando à frente de equipes nos EUA e na Ásia, com produtos voltados aos mercados de smartphones, saúde e gestão de recursos humanos. Entre as empresas com que já trabalhou, estão Best Buy Health, Nokia, Motorola, Google, Telefonica, Spectrum, Nortel Networks e CelTec. A iniciativa é do vice-reitor da Udesc, Luiz Antonio Ferreira Coelho, e da Pró-Reitoria de Ensino (Proen). --- Udesc e instituição do Equador buscam parcerias acadêmicas Reitoria recebeu a visita de gestores da Universidade Técnica Particular de Loja e mostrou as ações da Udesc, como o Núcleo Extensionista Rondon e também as instalações do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) e do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart). --- Biblioteca da Udesc fará capacitação online sobre o Currículo Lattes______________Udesc abre edital de eventos no exterior para professores ______________Diretores-gerais da Udesc articulam ações em prol de SC______________Campanha dos formandos da Udesc Lages doa alimentos______________Eventos do Ceart abordarão obra de artista russo______________Podcast Intercâmbio tem bate-papo com ex-bolsista da Fundación Botín na Espanha

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Episódio 86 - "Ice Ice Baby" - Conversa com Mariana Vasco Costa

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Play Episode Listen Later Dec 12, 2022 54:54


Maria Ana Vasco Costa é artista visual, vive e trabalha em Lisboa.A sua prática centra-se essencialmente em escultura e intervenções sites-specific, utilizando a cerâmica como material de eleição.É formada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, completando a sua formação em Cerâmica no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual tendo finalizado com Projecto Avançado de Arte Plásticas.Foi selecionada para o Mostyn Open 19 e as suas intervenções têm sido premiadas nos Surface Design Awards, UK, em 2016, 2017 e em 2018.Maria Ana expõe regularmente o seu trabalho em Portugal e no estrangeiro: Exposições individuais: “5 a.m.” Galeria Fonseca Macedo, Açores (2022); “Viridian”, Taffimai(2022); ”Ice Ice Baby” Appleton (2021) "Água d ́Alto", Galeria Municipal de Arte, Almada (2019); ”Veículo Longo”, Casa Atelier Vieira da Silva (2019) Exposições Colectivas: ”Pintura: Campo de Observação II”, Galeria Cristina Guerra (2021);”Pitching itself a tent where we all may enter” Quetzal Art Centre, (2021) “No Feminino “ Galeria Fonseca Macedo, Ponta Delgada (2019);“The Land of the Glazed Cities” Imperial Palace, Beijing (2019); “Do presente para o futuro”, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa (2018); “Portugal Tropical”, Merzbau Gallery, Miami (2016); “Primeira Escolha”, Museu José Malhoa, Caldas da Rainha (2016); “Mostyn 19 Agora”, Mostyn, Landudno, Wales (2015), “HD”, Espaço AZ, Lisboa (2014) e “ABECEDÁRIO - 40 Anos do Ar.Co”, Museu do Chiado, Lisboa, Portugal (2013).Maria Ana fez em 2022 uma escultura pública de homenagem a Simone Veil, por ocasião do encerramento da Temporada Portugal França a convite da Câmara Municipal de Lisboa e é co-responsável pelo departamento de Cerâmica do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação visual Links: https://mavcstudio.com/ https://jeannebucherjaeger.com/artist/vasco-costa-maria-ana/ https://www.lisboa.pt/atualidade/noticias/detalhe/simone-veil-homenageada-em-lisboa https://www.publico.pt/2020/06/14/culturaipsilon/noticia/arquitectura-paredes-dancam-luz-1920013 https://vimeo.com/228050057 https://www.rtp.pt/play/p10004/terra-historias-da-ceramica https://www.rtp.pt/play/p3958/e320958/criar-pt Episódio gravado a 25.11.2022 http://www.appleton.pt Mecenas Appleton:HCI / Colecção Maria e Armando Cabral Financiamento:República Portuguesa - Cultura / DGArtes Apoio:Câmara Municipal de Lisboa

Convidado
Cabo Verde: Ensino Superior chega à Ilha de Santo Antão

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 30, 2022 9:20


Após anos de muita discussão em torno da implementação do ensino superior em Santo Antão, eis que o ensino superior chega à ilha das montanhas através do Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias (ICTA) da Universidade Técnica do Atlântico (UTA). O reitor da UTA, João do Monte Duarte disse que a instalação de duas unidades orgânicas da universidade pública, fora de São Vicente, ilha sede da Universidade Técnica do Atlântico, consta da carta de admissão da equipa reitoral. Com os despachos da Agência Reguladora do Ensino Superior (ARES), emitidos em Setembro, a entidade reconhece estarem reunidas as condições para a acreditação, registo e funcionamento dos ciclos de estudos de Licenciatura em Engenharia Zootécnica e Engenharia Agronómica que a são os primeiros dois cursos a serem ministrados  pelo ICTA. E as duas unidades orgânicas previstas são o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias (ICTA) com sede em Santo Antão e o Instituto de Aeronáutica e Indústria Turística na ilha do Sal. A UTA optou por instalar primeiro o ICTA em Santo Antão que através de um concurso público já tem todos os docentes para as disciplinas do primeiro ano dos cursos de Licenciatura em Engenharia Zootécnica e Engenharia Agronómica.  Por ser o primeiro ano do ensino superior em  Santo Antão, a Universidade Técnica do Atlântico em colaboração com os seus parceiros criou uma série de incentivos para atrair estudantes de todas as ilhas para o ensino superior público em Santo Antão, no Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias. João do Monte Duarte garante que o ensino superior em Santão Antão através da universidade pública é para servir todo o país, a região africana onde Cabo Verde está inserido, e internacionalmente, através de investigação e extensão universitária, e ainda para responder à reivindicação da população da ilha que há mais de uma década pede a implementação do ensino superior como uma forma de inverter a saída de jovens de Santo Antão. As aulas teóricas dos cursos de Licenciatura em Engenharia Zootécnica e Engenharia Agronómica do Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias da Universidade Técnica do Atlântico vão decorrer a partir de 17 de Outubro no segundo piso do Liceu Januário Leite no município do Paul. As aulas práticas vão acontecer no Centro Agrícola De Afonso Martinho e Ecofarm no município de Ribeira Grande e ainda na Quinta São João Baptista em Porto Novo. O reitor da UTA, João do Monte Duarte garante que após o início das aulas em Santo Antão, a universidade pública – UTA vai focar na instalação do  Instituto de Aeronáutica e Indústria Turística na ilha do Sal que será a terceiro polo da Universidade Técnica do Atlântico

Ontocast
Crítica da Economia Política - #12 - O Limite Interno e Absoluto do Capital

Ontocast

Play Episode Listen Later Aug 17, 2022 66:40


Nesse episódio, Gabriel Carvalho (Ciências Sociais - UNIVASF) recebe Nuno Machado, economista, mestre e doutor em sociologia econômica pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, para falar sobre a primeira teoria da crise de Marx, presente nos Grundrisse e nos manuscritos de 1861-1863, a respeito da eliminação absoluta do trabalho vivo do processo de produção e por que essa teoria é superior à mais conhecida teoria da lei tendencial da queda da taxa de lucro para explicar de forma consistente o limite interno e absoluto do capital.

Ciência
Lab in a Suitcase, o laboratório portátil criado em Portugal com o contributo dos PALOP

Ciência

Play Episode Listen Later Feb 25, 2022 9:54


O Lab in a Suitcase é um laboratório portátil, de baixo custo e fácil manutenção que permite a realização de actividades educacionais e de investigação científica de forma independente e resulta de uma iniciativa pioneira promovida pelo IGC – Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, Portugal. O projecto do IGC foi criado em parceira com investigadores e professores dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e contribui para a democratização da ciência, impulsionando a investigação científica e o ensino da ciência de forma mais inclusiva e global. Para ficarmos a saber um pouco mais sobre o Lab in a Suitcase, que já está a ser usado com sucesso nos PALOP, a RFI foi até ao IGC e falou com a coordenadora do projecto Lab in a Suitcase, Leonor Ruivo, e com o responsável pelo serviço de Making e Micro fabricação do IGC, Jorge Carvalho. Equipa Lab in a Suitcase: Nuno Moreno, Leonor Ruivo, Jorge Carvalho, Yara Rodrigues, Bernardo Monteiro, Carolina Almeida, Joana Sá. Lista de investigadores parceiros: • Baltazar Cá, Projecto de Saúde de Bandim, Guiné Bissau • Dizimalta Miquitaio e Milagre Américo Pele, Universidade de Púnguè, Moçambique • Hailton Lima, Universidade de Cabo Verde • Hugulay Maia, Universidade de São Tomé e Príncipe • Lara Gomez, Universidade Jean Piaget de Cabo Verde • Neidy Rodrigues, Universidade de Cabo Verde • Osuwela, ONG, Moçambique • Yara Rodrigues, Universidade Técnica do Atlântico, Cabo Verde https://www.facebook.com/PGCD.IGC/videos/819805095407066/ https://gulbenkian.pt/ciencia/pt-pt/lab-in-a-suitcase/como-fazer/

Appleton Podcast
Epsiódio 43 - "Educar pela arte" - Conversa com Teresa Heitor

Appleton Podcast

Play Episode Listen Later Oct 29, 2021 36:47


Teresa Heitor nasceu em Lisboa, em 1959. É professora catedrática do curso de Arquitectura do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.Formou-se em Arquitectura em 1982, pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, obteve o grau de Mestre em Desenho Urbano em 1984, pela Joint Centre for Urban Design, Oxford Brooks University; doutorou-se em Engenharia do Território em 1997, pelo Instituto Superior Técnico e obteve a sua agregação em Arquitectura em 2007, pela Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior Técnico.Nos últimos 20 anos tem lecionado disciplinas de licenciatura, mestrado e pós-graduação em Arquitectura, no IST. Ao longo deste tempo foi também responsável pelos programas do Mestrado Integrado em Arquitectura e Doutoramento em Arquitectura, tendo orientado vários alunos de Doutoramento e dissertações de Mestrado. Tem sido nomeada para vários júris de Doutoramento e de Agregação nacionais e internacionais.É especializada em análise espaço-funcional no contexto teórico e analítico conhecido como “sintaxe espacial”, estudando a relação entre o utilizador e ambiente construído. A sua investigação foca-se na relação entre espaço, forma e função e no desenvolvimento de modelos que permitam simular o impacto de novas exigências sociais, bem como ferramentas de análise no âmbito da análise pós-ocupação. A sua investigação actual, pretende compreender os aspectos sócio-espaciais associados aos espaços de aprendizagem em ambientes urbanos, i.e., de espaços onde ocorram modelos de aprendizagem estruturada e não estruturada, interacções sociais e re-actuação do conhecimento. É dada particular atenção à aprendizagem assistida por tecnologias e ambientes de investigação.O seu interesse investigação foca-se também em modelos inovadores de aprendizagem aplicados a problemas reais e actuais sobre os quais tem publicado vários artigos.No âmbito do programa Doutoral em Arquitectura coordena o modulo de Estudos Espaço-Funcionais, onde se examinam a interface entre o ambiente construído e os resultados sociais e o seu impacto do desenho urbano nos utilizadores e nos seus comportamentos em edifícios complexos como escolas, universidades e espaços de trabalho.Está envolvida com o Directory of Education da OCDE, através do Centre for Effective Learning Environments (CELE), em diferentes actividades de investigação e consultoria no domínio do desempenho e qualidade dos edifícios escolares. Desde 2005, integra o Group of National Experts on Evaluation of Education Facilities (GNEEEF) e coordena o International Pilot Study no Evaluation of Quality in Educational Spaces (EQES) (2007-2010). Entre 2010 e 2012 foi delegada Portuguesa na OCDE-CELE.Integra o comité científico do grupo Simpósio Internacional de Sintaxe Espacial e presidiu o comité de organização do 11º Simpósio Internacional de Sintaxe Espacial.Além da sua actividade como docente e investigadora é regularmente convidada para promoção de conhecimento junto dos agentes políticos e público em geral.Desenvolve com regularidade avaliações estratégicas de ensino superior e avaliação de pares em comissões e conselhos científicos nacionais e europeus.Links:http://www.civil.ist.utl.pt/~teresa/https://lisboa.academia.edu/heitorhttps://www.90segundosdeciencia.pt/episodes/ep-224-teresa-heitor/https://www.cienciaviva.pt/mulheresnaciencia/home/index.asp?id=391https://pt.unesco.org/sites/default/files/2020_art-week-technote_por_final.pdf Episódio gravado a 13.10.2021http://www.appleton.ptMecenas Appleton:HCI / Colecção Maria e Armando CabralFinanciamento:República Portuguesa - Cultura / DGArtesApoio:Câmara Municipal de Lisboa

UFOP CAST
Rádio Ciência. EP#22 Premiação da GSA para professor da UFOP

UFOP CAST

Play Episode Listen Later Oct 1, 2021 32:19


Neste episódio do Rádio Ciência, os repórteres Alexandre Coelho e Yasmim Fuscaldi entrevistam o professor emérito da UFOP que recebeu o prêmio da GSA - Sociedade Geológica dos Estados Unidos. Professor Fernando Flecha Alkmin é graduado em Engenharia Geológica pela Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto e doutor em Ciências Naturais pela Universidade Técnica de Clausthal, Alemanha. Atualmente é professor voluntário e pesquisador no Departamento de Geologia da Escola de Minas, na UFOP. O Prêmio concedido ao professor em 2021 é o Florence Bascom de Mapeamento Geológico, concedido pela GSA, que homenageia os cientistas que contribuem para o mapeamento geológico de alta qualidade.

Ciência
Ciência - Cabo Verde: Proposta de criação do sítio de interesse científico de corais da Laginha

Ciência

Play Episode Listen Later Sep 7, 2021 10:08


Três docentes da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), um investigador e  um estudioso da biodiversidade marinha são proponentes da proposta de criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha, que fica na Baía do Porto Grande, na ilha de São Vicente.  A Enseada de Corais da Laginha, tem uma profundidade que vai até os sete a  metros e abrange uma área de apenas 6,23 hectares. Apesar da reduzida dimensão, os proponentes afirmam que “é inegável o seu interesse científico pela representatividade da biodiversidade costeira marinha de Cabo Verde que comporta”.  A RFI falou com a Bióloga e Oceanógrafa, Corrine Timas Almeida, professora na Universidade Técnica do Atlântico e o estudioso da biodiversidade marinha, Guilherme Mascarenhas que é também docente na Universidade Técnica do Atlântico. Corrine Almeida explica em que consiste a proposta de criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha. Mais de 400 espécies costeiras já foram registadas na Enseada de Corais da Laginha, como avança, o estudioso da biodiversidade marinha, Guilherme Mascarenhas que é um dos proponentes da proposta de criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha No documento entregue ao Governo para a criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha, os proponentes avançam que o sítio se destaca pela sua singularidade. “Durante décadas o local tem estado sujeito à descarga da salmoura da ELECTRA SA (Empresa de Eletricidade e Água), que afecta a salinidade e a temperatura da água, e também sob efeito da água e os poluentes de natureza variada resultantes do funcionamento da Cabnave (Estaleiros Navais de Cabo Verde, S.A.). Com frequência muito inferior, também tem sido sujeito a descargas das águas pluviais detentoras de grandes quantidades de sedimentos e resíduos. Apesar de toda essa pressão na sua maioria antrópica”, os proponentes afirmam que “a comunidade coralina estabelecida na Enseada de Corais da Laginha tem resistido, evidenciando valores típicos de ambiente estável,resistência e resiliência”.  No passado foi realizada uma passeata a pedir ao governo a salvação da enseada de corais da Laginha e  entregue também ao executivo uma petição com sete mil e duzentas assinaturas com o mesmo propósito. Em Agosto de 2020, foi entregue ao governo a proposta de criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha acompanhada de trezentas assinaturas de cidadãos que apoiam a projeto do  grupo de três docentes da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), do investigador e  do estudioso da biodiversidade marinha, mas até o momento, segundo os proponentes, a direção nacional do Ambiente não se pronunciou sobre a criação do sítio de interesse científico da enseada de corais da Laginha que visa promover e facilitar a investigação científica, particularmente nas áreas de ecologia experimental e observacional, mudanças climáticas e biodiversidade

Na Boca do Lobo
EP 8 - Eduardo Tombini, diretor de operações da Daniela Tombini

Na Boca do Lobo

Play Episode Listen Later Aug 24, 2021 59:57


Neste episódio conversamos com o Eduardo Tombini! Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná, cursou MBA em Gestão Estratégicas de Empresas pelo Instituto Superior de Administração e Economia/FGV, realizou intercâmbio em Engenharia na Alemanha, pela Universidade Técnica de Munique. Participou do Programa de Desenvolvimento de Dirigentes – Fundação Dom Cabral. Atualmente é Diretor de Operações da empresa Daniela Tombini onde atua diretamente no desenvolvimento do planejamento estratégico, orçamento econômico-financeiro, bem como na implantação de novos projetos de negócios e expansão.

GL Podcast
Maçonaria e Educação

GL Podcast

Play Episode Listen Later May 14, 2021 9:47


Alberto Trovão do Rosário, antigo Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal, licenciado pelo Instituto Nacional de Educação Física. Doutorado, com Distinção, pela Universidade Técnica de Lisboa (Faculdade de Motricidade Humana), exerceu várias funções na GLLP/GLRP e noutros corpos maçónicos e para-maçónicos, como o seja a Ordem Shriners International. Autor, com outros obreiros, da colecção «Cadernos Maçónicos», na RL Santiago, em 1997. Posteriormente, a publicação desta colecção (hoje, já com 19 títulos), prosseguiu na RL Astrolábio. Autor de dezenas de pranchas, artigos e comunicações sobre temas maçónicos. Autor, com N. N. Fernandes, do livro «Mozart e a Flauta Mágica – Espiritualidade, Música e Maçonaria, fala-nos dum tema bastante interessante: a relação da Maçonaria e Educação. Será que a maçonaria e a “escola” partilham os mesmos valores? Será que a maçonaria pode ser considerada também uma “escola”?

Salta da Cama
Rocío Rodríguez Torres, científica:"Temos que concienciarnos, que non importa o xénero á hora de adicarse á ciencia"

Salta da Cama

Play Episode Listen Later Feb 11, 2021 26:49


Rocío Rodríguez Torres é Licenciada en Ciencias do Mar pola Universidade de Vigo. E ten un Máster en Xestión do Desenvolvemento Sostible na Universidade de Vigo. Tras moitos meses de búsqueda de traballo en España, conseguiu unha beca da Xunta de Galicia (Galeuropa), para facer una estancia de catro meses nunha institución europea. Agora leva catro anos e medio en Dinamarca traballando en ciencia e dous anos facendo un doutoramento na Universidade Técnica de Dinamarca. O doutoramento é un proxecto no que estuda o impacto dos microplásticos nas redes tróficas mariñas (ecosistemas mariños). Grazas a este doutoramento viaxou e investigar en diferentes ambientes (Ghana, Groenlandia). ️ "Os seres humanos inxerimos o plástico equivalente a unha tarxeta de crédito á semana". ️"No futuro gustaríame seguir traballando no mundo académico e na investigación científica. Pero é moi complicado e non sei aínda se será posible. Nesta situación actual non se poden facer moitos plans de futuro asique por agora toca rematar co doutoramento e ir pensando paso a paso". ️"Acerca de ser muller e traballar en ciencia, existe una clara desventaxa cando eres muller. Eu síntome afortunada pola situación na que me encontro pero teño compañeiras que non poden dicir o mesmo". ️"sempre te atopas con comentarios e comportamentos machistas, froito da sociedade na que vivimos". ️"Hai que facilitar que as nenas e as mulleres tamen nós sintamos co dereito e a capacidade que temos para poder ser científicas". Coñece o traballo de Rocío: ✔️ https://www.dtu.dk/english/service/phonebook/person?id=116833&cpid=&tab=2 ✔️ https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969720347938 ✔️ https://marineplastic.dk/home_en.html ✔️ https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0166445X20303817 ✔️ https://scholar.google.dk/citations?user=24Rs3lEAAAAJ&hl=en ✔️ https://www.researchgate.net/profile/Rocio_Rodriguez_Torres Se che gustan os contidos "SUSCRÍBETE" ao podcast.

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa
Prioridades europeias no novo ano

Fundação (FFMS) e Renascença - Da Capa à Contracapa

Play Episode Listen Later Jan 7, 2021 42:29


Que prioridades para a Europa em 2021? Como reforçar o pilar social da União Europeia? É possível ir mais longe na área da saúde e das migrações? Como está a saúde das democracias na Europa? Não perca a conversa de José Pedro Frazão com Eugénia da Conceição-Heldt, Reitora da Escola de Ciência Política da Universidade Técnica de Munique, e Francisco Assis, antigo eurodeputado e Presidente do Conselho Económico e Social.

Convidado
Convidado - Que futuro para o Burundi a seguir à morte de Pierre Nkurunziza?

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 10, 2020 13:07


Foi anunciada ontem a morte de Pierre Nkurunziza, presidente cessante do Burundi, o governo indicando que ele foi vítima na segunda-feira de uma paragem cardíaca. No poder desde 2005, a sua contestada reeleição em 2015 mergulhou o país num novo período de violência que causou pelo menos 1200 mortos e vários milhares de deslocados, já depois de longos anos de uma guerra civil entre hutus e tutsis que causou a morte de 300 mil pessoas entre 1993 e 2006. É sobre este legado que o seu sucessor designado, Evariste Ndayishimye, proclamado vencedor das presidenciais de 20 de Maio, vai ter como missão reerguer este país dividido onde, segundo o Banco Mundial, 75% dos seus 11 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza. Neste contexto agravado pela epidemia de coronavírus que também atinge o país, o novo Presidente que devia inicialmente ser empossado no próximo 20 de Agosto, poderia assumir a presidência mais rapidamente do que previsto, no caso de se optar por não seguir à letra o que está previsto na Constituição, ou seja, colocar interinamente na chefia do poder o presidente do parlamento. Ao evocar os desafios que esperam o sucessor de Pierre Nkurunziza, Osvaldo Mboco, professor de Relações internacionais da Universidade Técnica de Angola, dá conta do risco de uma nova desestabilização neste país.

FÉ COM CIÊNCIA
Pesquisas de Neuroimagem em Experiências Espirituais #12

FÉ COM CIÊNCIA

Play Episode Listen Later Mar 20, 2020 24:05


O que acontece com o cérebro de um médium durante o estado de transe? Uma pesquisa inédita realizada na Universidade de Técnica Aachen (RWTH AACHEN UNIVERSITY), na Alemanha, examinou, através de exames de ressonância magnética funcional, os cérebros de oito médiuns e constatou que, durante o transe, as áreas relacionadas à percepção e ao processamento sensorial estão mais intensamente ativas durante o transe do que ao imaginar estar em transe ou divagação mental/devaneio. Neste episódio, a jornalista Regina Campos conversa com a pesquisadora Dra. Alessandra Ghinato Mainieri, que, ao lado do psicólogo alemão Dr. Nils Kohn, liderou este estudo. Alessandra é graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado em Psicologia pela mesma universidade e doutorado em Teoria Médica com Ênfase em Neuroimagem Funcional pela Universidade Técnica de Aachen. É docente do Programa de Pós-graduação em Saúde, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (NUPES), do Grupo de Estudos e Pesquisas em Neurociências (GEPEN) da Universidade Federal de Juiz de Fora e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Saúde Mental.

Interrogating Spaces
Everything Must Fall: A conversation between Rehad Desai and Sandra Janette Poulson

Interrogating Spaces

Play Episode Listen Later Nov 11, 2019 28:08


This episode of interrogating spaces features a conversation between South African Filmmaker Rehad Desai and Sandra Janette Poulson who studies Fashion Print at Central St Martins. They come together after a screening of Rehad’s film ‘Everything Must Fall’ which charts the #feesmustfall movement that took South Africa’s Higher Education institutions by storm in 2015. They discuss the film and its implications for universities and pedagogy from a global perspective.The film screening was programmed by Rahul Patel, Lecturer on MA MA Culture, Criticism and Curation at Central St Martins and Educational Developer at UAL’s Teaching and Learning exchange.BIOGRAPHIES:Rehad DesaiRehad Desai is a documentary filmmaker and socialist activist who runs Uhuru Productions. In 2018 he released ‘Everything Must Fall’, an unflinching look at the #feesMustFall student movement that burst onto the South African political landscape in 2015. The movement started as a protest over the cost of education, and morphed into the most militant national revolt since the country’s first democratic elections in 1994. www.everythingmustfall.co.zaSandra Janette PoulsonSandra Janette Poulson is a London based researcher, artist, fashion/print designer studying Fashion Print at Central Saint Martins. She was raised in Luanda-Angola and moved to Lisbon in 2013 to study Fashion Design at Faculdade de Arquitectura part of Universidade Técnica de Lisboa.As a researcher/artist, design operates as a medium to explore and communicate her interests reflecting social/behavioural/political issues and traditional values whilst navigating her experiences from growing up in Luanda as one of her central influences. www.sandrapoulson.com

Ciência em 15
CE15 #05: Exercício físico como agente terapêutico na oncologia

Ciência em 15

Play Episode Listen Later Oct 28, 2019 17:22


Neste episódio, o Ciência em 15 foi parar na Alemanha para conversar com a Prof. Me. Gabryela Isabel Huning Kuhnen, doutoranda em Ciência do Esporte na Universidade Técnica de Munique. A Gabryela nos fala sobre sua tese de doutorado, em que ela está investigando uma relação entre a dor que sentimos após a prática de exercícios físicos e a dor que pacientes com um tipo específico de câncer sentem. Aprendemos um pouco sobre como é fazer pesquisa na Alemanha, e de que forma essa pesquisa da Gabryela pode ajudar a amenizar a dor de pacientes oncológicos de forma acessível. Mídias sociais: @cienciaem15 | @eng.arthurlucena | cienciaem15@gmail.com Mídias da Gabryela: @gabyhuning | gabryela.kuhnen@tum.de Music: https://www.purple-planet.com

45 Graus
#51 [EN] Gautam Agarwal - "Como pode a investigação da Neurociência inspirar a construção de Inteligência Artificial mais avançada?"

45 Graus

Play Episode Listen Later Mar 6, 2019 101:34


Gautam Agarwal é neurocientista, doutorado pela Universidade da Califórnia (Berkeley) e está, actualmente, a fazer um pós-doutoramento no Laboratório de Neurociência dos Sistemas do Centro Champalimaud. A investigação do Gautam no Centro Champalimaud tem passado sobretudo por usar jogos para estudar as diferenças entre a maneira como seres humanos e algorítmos de Inteligência Artificial procuram soluções para os mesmos problemas. Este método tem o potencial de permitir, por um lado, compreender melhor o funcionamento do cérebro humano e, por outro, ao estudar os mecanismos do nosso cérebro que se mostram mais eficazes, obter inspiração para o desenvolvimento de IA mais capaz. Conversámos, então, sobre estes temas; isto é: as forças e fraquezas do cérebro humano e das versões actuais de Inteligência Artificial e a comparação entre esses dois modelos de inteligência. É, na verdade, um regresso ao tema da IA, que já tinha abordado em episódios anteriores do podcast, em especial na conversa com Arlindo Oliveira, logo no 5º episódio. Falámos sobre os desafios que subsistem na tentativa de criar IA de nível humano (a chamada ‘general AI’), mas também, no sentido contrário, sobre as limitações da nossa própria cognição. A propósito do cérebro humano, que acabou por ser o que nos tomou mais tempo, conversámos sobre vários tópicos, desde o modo como aprendemos, ao papel do inconsciente, passando pelo mistério da consciência, a meditação, o recente interesse da ciência pelas substâncias psicadélicas, os dois hemisférios do cérebro e, mesmo no final, sobre os motivos por que sonhamos!   Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: O convidado (e a família) Paper enviado pelo convidado: “Building machines that learn and think like people” Curse of Dimensionality Regra das 10,000 horas The illusion of consciousness | Dan Dennett The Science of Mindfulness - Mark Williams Sam Harris: Can Psychedelics Help You Expand Your Mind? A nova vida das drogas psicadélicas (Público) Hard Problem of Consciousness — David Chalmers David Chalmers on consciousness Giulio Tononi Is Consciousness Entirely Physical Family Resemblance in Wittgenstein Livro recomendado: Psychotherapy East and West by Alan W. Watts     Bio: Gautam Agarwal cresceu em diversos sítios, incluindo Detroit, Austin, Shreveport e Berkeley, nos EUA; e Bophal, na Índia. Licenciou-se em Neurobiologia e Computação na Universidade Técnica do Texas (Austin) e doutorou-se em Neurociências na Universidade da Califórnia (Berkeley). Antes de vir para Lisboa, Gautam fez um pós-doutoramento no Centro de Neurociências Teóricas da UC-Berkeley. Está actualmente a fazer um pós-doutoramento em neurociências no Laboratório de Neurociência dos Sistemas | Mainen Lab do Centro Champalimaud. Gautam Agarwal grew up in a variety of places including Detroit, Austin, Shreveport, Berkeley in the US and Bhopal in India. He got his bachelor of Science degree in Neurobiology and Computer Sciences at UT Austin, and his PhD in Neuroscience at UC Berkeley. Gautam was a postdoc at the Redwood Theoretical Neuroscience Center, also at UC Berkeley, before coming to Lisbon. He is currently a neuroscience postdoc in the Systems Neuroscience Lab | Mainen Lab at the Champalimaud Centre for the Unknown.

Onde Quando e Como eu Quiser
Rui Ventura | Onde Quando e Como eu Quiser | Comprimido.pt

Onde Quando e Como eu Quiser

Play Episode Listen Later Apr 27, 2018 25:49


RUI VENTURA _____________________REGIONAL COMMUNICATIONS MANAGER / MONSTER ENERGYPRESIDENTE - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS PROFISSIONAIS DE MARKETINGAUTOR E DOCENTE UNIVERSITÁRIOConsidero-me um coleccionador de experiências. Apaixonado pelas áreas do marketing, dos conteúdos, da comunicação e da arte contemporânea, é na mistura destas diferentes áreas de conhecimento que construo no meu dia-a-dia profissional soluções eficientes e diferenciadoras. O meu lema de vida é: “Life Long Learning” e acredito que todos os dias aprendemos algo. Sou licenciado em Comunicação Social com especialização em Marketing, Publicidade e Relações Públicas pela Universidade Técnica de Lisboa, ISCSP. Com 20 anos de experiência na área do Marketing e da Comunicação, tenho uma combinação de experiências locais e internacionais de onde destaco a experiência no Médio Oriente com a McCann-Erickson, na MTV onde desempenhei funções de Director de Marketing, na Ogilvy onde fui Director Executivo e no Sheraton onde fui Director de Marketing. Fui ainda responsável pelas áreas de Inovação e Criatividade na Edelman. Fui responsável pelo Marketing Internacional do canal FUEL TV, para as regiões da Europa, Médio Oriente e África, um canal especializado em Desportos de Acção, Lifestyle e Cultura Jovem.Actualmente lidero a Comunicação e a construção de conteúdos para a Região Sul da Monster Energy onde sou responsável por 12 Países.Sou desde 2012 Presidente da APPM – Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing, uma associação com 50 anos de história e mais de 10000 associados, na representação do Marketing e dos seus profissionais em Portugal. Sou ainda autor da obra “Comunicação na era da Globalização” e Docente convidado na Universidade Católica, no ISEG, na Universidade Europeia e na Universidade Lusófona.Já fui Membro do Júri do maior certame de criatividade mundial, na categoria de Activação de Marca, nos Young Lions dos Cannes Lions. Faço parte do Advisory Board do World Brand Congress, um dos principais congressos mundiais de Marketing e sou membro da Comissão de Honra do ECREA – European Communication Research and Education Association.A família e os amigos são o meu refúgio. Adoro viajar e desenvolver projectos colaborativos de curadoria na área das artes plásticas.http://www.comprimido.pt/segue-nos no Youtube --->>> http://bit.ly/ONDEQUANDOCOMO

Onde Quando e Como eu Quiser
Rui Ventura | Onde Quando e Como eu Quiser | Comprimido.pt

Onde Quando e Como eu Quiser

Play Episode Listen Later Apr 27, 2018 25:49


RUI VENTURA _____________________REGIONAL COMMUNICATIONS MANAGER / MONSTER ENERGYPRESIDENTE - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS PROFISSIONAIS DE MARKETINGAUTOR E DOCENTE UNIVERSITÁRIOConsidero-me um coleccionador de experiências. Apaixonado pelas áreas do marketing, dos conteúdos, da comunicação e da arte contemporânea, é na mistura destas diferentes áreas de conhecimento que construo no meu dia-a-dia profissional soluções eficientes e diferenciadoras. O meu lema de vida é: “Life Long Learning” e acredito que todos os dias aprendemos algo. Sou licenciado em Comunicação Social com especialização em Marketing, Publicidade e Relações Públicas pela Universidade Técnica de Lisboa, ISCSP. Com 20 anos de experiência na área do Marketing e da Comunicação, tenho uma combinação de experiências locais e internacionais de onde destaco a experiência no Médio Oriente com a McCann-Erickson, na MTV onde desempenhei funções de Director de Marketing, na Ogilvy onde fui Director Executivo e no Sheraton onde fui Director de Marketing. Fui ainda responsável pelas áreas de Inovação e Criatividade na Edelman. Fui responsável pelo Marketing Internacional do canal FUEL TV, para as regiões da Europa, Médio Oriente e África, um canal especializado em Desportos de Acção, Lifestyle e Cultura Jovem.Actualmente lidero a Comunicação e a construção de conteúdos para a Região Sul da Monster Energy onde sou responsável por 12 Países.Sou desde 2012 Presidente da APPM – Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing, uma associação com 50 anos de história e mais de 10000 associados, na representação do Marketing e dos seus profissionais em Portugal. Sou ainda autor da obra “Comunicação na era da Globalização” e Docente convidado na Universidade Católica, no ISEG, na Universidade Europeia e na Universidade Lusófona.Já fui Membro do Júri do maior certame de criatividade mundial, na categoria de Activação de Marca, nos Young Lions dos Cannes Lions. Faço parte do Advisory Board do World Brand Congress, um dos principais congressos mundiais de Marketing e sou membro da Comissão de Honra do ECREA – European Communication Research and Education Association.A família e os amigos são o meu refúgio. Adoro viajar e desenvolver projectos colaborativos de curadoria na área das artes plásticas.http://www.comprimido.pt/segue-nos no Youtube --->>> http://bit.ly/ONDEQUANDOCOMO

SuinoCast
#64 – Atualização sobre o sistema de inspeção de carcaças suínas

SuinoCast

Play Episode Listen Later Oct 27, 2016 24:19


Neste episódio recebemos o Médico Veterinário Eduardo de Freitas Costa que aborda os principais pontos referentes ao sistema de inspeção de carcaças suínas desde sua história ao modelo ideal e futuro do processo. Eduardo de Freitas Costa é médico Veterinário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com Mestrado e Doutorado na mesma Instituição e complemento na Universidade Técnica da Dinamarca. Atuou na área de epidemiologia nos diversas segmentos da veterinária e atualmente é pós-doutorando no EPILAB-UFRGS.

Fato em Foco
Fato em Foco - Em meio a tensão social, Angola celebra 40 anos da independência

Fato em Foco

Play Episode Listen Later Nov 11, 2015 5:01


Nesta quarta-feira (11), Angola celebra o 40° aniversário de sua independência. Mas a festa, com direito a show de Stevie Wonder e Jackson 5, ocorre em meio à tensão: os efeitos da crise financeira começam a afetar o crescimento, a contestação ao presidente José Eduardo dos Santos cresce e, com ela, a repressão do governo, às vezes brutal. Neste contexto, será que a comemoração pode servir de chamado à unidade? O cientista político angolano e professor licenciado da Universidade Técnica de Lisboa Eugênio Costa Almeida gostaria de pensar que sim. Mas, como ele mesmo diz, o pragmatismo aponta o contrário. "Eu gostaria que o dia fosse consagrado à reunificação das vontades de todos os angolanos", afirma o professor. "Todavia, a clivagem que algumas partes fazem, mesmo da parte do partido que apoia o poder e também do lado da oposição, reverberam demasiado, face às contingências". Para ele, é necessária uma "maior contenção nas palavras e uma maior abertura nos atos, de modo a promover a estabilização política e social do país". Em entrevista à RFI portuguesa, o representante do Conselho de Activistas de Angola Raúl Mandela prometeu que a mobilização deve continuar até que o presidente José Eduardo Santos peça demissão. Ele pede que os cidadãos tenham "a coragem de dizer ao senhor José Eduardo dos Santos que ele está há muito tempo no poder" e lembra que "Angola é um país democrático de direito e queremos que ele saia do poder". Presidente soberano Apesar de estar há 36 anos na função, não foi exatamente a longa permanência de Santos à frente do executivo que motivou os protestos, mas uma reforma constitucional. Em 2010, ele revisou a Carta Magna, classificando o presidente da República como um "órgão soberano" do Estado. A juventude se revoltou com essa medida e iniciou, em 2011, o que a imprensa local tem chamado de um "jogo de gato e rato" com as forças de segurança. Os manifestantes organizam protestos pelas redes sociais e a polícia tenta impedi-los antes que cheguem às ruas. Em coletiva de imprensa concedida no último dia 6, o ministro do Interior Ângelo Veiga Tavares justificou a repressão, dizendo que "a lei das manifestações diz que não se deve ofender os órgãos de soberania". Para ele, as manifestações visam justamente ofender "um órgão de soberania, que é o presidente da república" e "certamente, os órgãos de polícia devem fazer cumprir a lei". Como o próprio ministro explica, a lei diz que a "polícia pode, a todo momento, impedir a realização de uma manifestação", por menos democrático que isso seja. Assassinato e tortura Mas, no último mês, três ativistas foram mortos por agentes do Estado, uma outra barbaramente torturada, e 18 continuam presos. Para Eugênio Costa Almeida, a reação governamental é nitidamente exagerada: "Face a essas situações todas, deveria haver uma maior abertura, uma maior calma, uma maior ponderação. No caso dos três jovens, dizem que foram abatidos por alguém que se intitula autoridade". Mas, para o professor, alguém que mata de maneira leviana não é digno de ser autoridade. "Essas situações nunca foram qualificadas e isso provoca uma certa instabilidade emocional e social, mais que política", afirma, acrescentando que, no plano governamental, as cartas continuam as mesmas: o MPLA do presidente segue com maioria absoluta e a oposição continua encabeçada pela Unita. A novidade é que, desde 2013, a CASA-CE, dissidência centrista da Unita, vem se consolidando com terceira força política do país. Mas, se não foi capaz de reestruturar radicalmente o espectro político, o caso dos ativistas presos ganhou importante atenção internacional, principalmente por conta dos 36 dias de greve de fome de um deles, o rapper Luaty Beirão. A Anistia Internacional exigiu que eles fossem autorizados a aguardar o julgamento em liberdade, como prevê a lei. No Brasil, a deputada socialista Luiza Erundina apresentou uma moção de solidariedade aos jovens e pediu seu encaminhamento ao governo angolano. Para ela, não há independência sem liberdade de expressão. País dividido A festa nacional relembra o dia em que Angola se libertou do jugo português, mas não basta para sanar a polarização interna de um país que, apesar de ter uma elite rica o suficiente para salvar o sistema bancário português durante a crise financeira, não fornece saneamento básico a 40% da população. Angola ostenta a maior taxa de mortalidade infantil do mundo. Enfim, uma nação cujo dinamismo econômico e a abundância de riquezas naturais não se traduzem em distribuição de renda. Um país independente há 40 anos e livre da guerra civil há 13, mas radicalmente dividido pela desigualdade.