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Em vários países africanos, há sinais de que quando os governos conseguem cobrar impostos, também tendem a melhorar a qualidade da democracia. O economista angolano Francisco Paulo, acaba de terminar o doutoramento no Instituto Universitário de Lisboa com uma tese sobre “Tributação em África e Reformas Fiscais em Angola”, explica-nos que, quando os cidadãos começam a pagar impostos e percebem que estão a financiar os serviços públicos, ganham mais consciência cívica e exigem mais dos seus governantes. RFI: O que é que o motivou a estudar o tema dos impostos e por que escolheu Angola como caso de estudo?Francisco Paulo: O que me levou a estudar os impostos em África… sabe que o continente africano, na verdade, se analisarmos os dados macroeconómicos, é um dos continentes com menor colecta de impostos em comparação com os restantes. Em média, a percentagem dos impostos no PIB em África anda à volta dos 14%, enquanto noutros continentes ronda os 30%, 20%. África cobra menos impostos. E, se compararmos com os níveis de democracia, os países africanos também são, em geral, os que têm os níveis mais baixos de democracia.Por que é que África cobra menos impostos? Existem várias razões. A literatura aponta também alguns aspectos, como o facto de a democracia, em alguns países africanos, ser considerada imposta pelo Ocidente, no sentido de que grande parte da ajuda pública ao desenvolvimento é condicionada pelo respeito pelos direitos humanos e pela implementação da democracia. Quisemos analisar até que ponto a ajuda ao desenvolvimento contribui efectivamente para a democracia em África, e que impacto factores como os impostos podem ter no seu reforço, tendo em conta a teoria do contrato social.Nota-se que, quando a população começa a pagar impostos, desenvolve uma maior consciência cívica, especialmente nos países africanos, porque compreende que os serviços públicos prestados pelo governo não são gratuitos, e que participam nas despesas. Quando isso acontece, há níveis mais elevados de democracia e uma maior responsabilização por parte dos governos.O estudo mostra que há uma relação em forma de "U invertido" entre democracia e carga fiscal. Pode explicar-nos de forma simples o que isto quer dizer?Essa relação em forma de U invertido significa que, numa fase inicial, o aumento da carga fiscal ou seja, a carga fiscal que incide sobre a população e sobre as empresas, e não sobre a exploração de recursos naturais, contribui para o aumento dos índices de democracia. No entanto, esse aumento só ocorre até um certo limiar. No nosso estudo, esse limiar situa-se entre os 26% e os 27% de receitas fiscais em proporção do PIB.Se esse limiar for ultrapassado, um aumento na carga fiscal pode provocar uma diminuição nos índices de democracia. Quando os impostos se tornam demasiado elevados, as pessoas deixam de querer pagá-los. E os governos, por vezes, podem adoptar atitudes autoritárias para forçar o pagamento. Por isso, essa relação é em U invertido: o aumento da carga fiscal promove a democracia até certo ponto, depois disso, pode ter o efeito contrário.É isso que está a acontecer em Angola?Bom, em Angola, podemos notar que uma das melhores coisas que aconteceu nos últimos anos foi a diminuição das receitas fiscais petrolíferas. Com essa redução, o governo foi obrigado a começar a cobrar impostos ao sector não petrolífero.Esses impostos; como o IRT (Imposto sobre o Rendimento do Trabalho) e o IVA, afectam directamente a população, que sente que paga impostos, mas não vê retorno em termos de serviços públicos.A população não tem retorno?Não há retorno, e a população está cada vez mais consciente disso. Por exemplo, recentemente houve um caso de desvio de dinheiro na AGT relacionado com o IVA, e a população ficou completamente revoltada. Estávamos a falar com algumas pessoas que diziam: “Bom, quando havia dinheiro do petróleo, não se sentia tanto, porque o petróleo é uma economia de enclave, não havia esse impacto directo. Agora, quando roubam o dinheiro do IVA, estão a roubar o dinheiro dos mais pobres”.Isso mostra que a cobrança de impostos aumenta a consciência cívica. O imposto não é apenas um instrumento de arrecadação pública, mas também de participação cívica. E é a melhor forma de garantir uma democracia mais vibrante. A democracia precisa de receitas para funcionar, porque as instituições precisam de dinheiro, e esse dinheiro vem, em primeiro lugar, dos impostos.No seu trabalho encontra um resultado curioso: quando a economia não petrolífera cresce, a arrecadação de impostos fora do petróleo não aumenta. Como se explica isso?No caso específico de Angola, isso foi uma verdadeira surpresa para nós. O PIB não petrolífero é a base para a incidência dos impostos não petrolíferos. De acordo com a teoria económica, o aumento do PIB deveria levar ao aumento das receitas fiscais. Mas, em Angola, isso não aconteceu durante o período que analisámos (2008-2021).Durante esse período, as receitas fiscais não petrolíferas não acompanharam o crescimento do PIB não petrolífero. Isso é um paradoxo.E como se explica isso?Uma das razões prende-se com o facto de o governo ter concedido muitas isenções fiscais. Muitas empresas foram criadas e beneficiaram dessas isenções. Por exemplo, a Unitel, a maior empresa de telecomunicações de Angola, teve isenção de imposto industrial quando foi criada, e continua a ser uma das mais lucrativas do país. Até hoje, não sabemos se essa isenção já terminou, porque não há dados oficiais disponíveis.Essas isenções fiscais foram atribuídas de forma discricionária. Só em 2022 é que o governo aprovou o Código das Isenções Fiscais. Antes disso, qualquer ministério podia concedê-las. Foi então criada uma agência para este efeito, mas a Administração Geral Tributária não tem acompanhado, ou, pelo menos, não há registos públicos das isenções concedidas.Essas isenções explicam a relação negativa entre o PIB não petrolífero e as receitas fiscais não petrolíferas. Infelizmente, a reforma tributária implementada pelo governo não abordou essa questão nem a redução da carga fiscal. E tudo foi feito na ânsia de atrair investimento privado, mas de forma pouco estruturada. Não há dados sobre o número de isenções concedidas. Procurámos essa informação junto da AGT, mas não conseguimos obtê-la. Enquanto o governo não se organizar neste sentido, essa relação negativa poderá persistir.A economia informal é um grande desafio em África e, claro, também em Angola. Que soluções existem, na sua opinião, para integrar mais trabalhadores e empresas no sistema formal de impostos?A economia informal em África é, em grande parte, consequência da má governação. A maioria das pessoas ou pequenos empresários não está na informalidade por vontade própria, estão por falta de opção.Dou-lhe um exemplo: em Angola, há muitos cidadãos que não têm bilhete de identidade. Hoje, o número de identificação fiscal (NIF) está ligado ao número do Bilhete de Identidade. Logo, quem não tem BI, não tem NIF e, por isso, não é reconhecido como contribuinte. Como é que essa pessoa vai formalizar o seu negócio?Isto revela falhas graves nas políticas públicas, quer no registo das pessoas, quer no registo da propriedade. Muitas propriedades não estão legalmente registadas: há pessoas que têm terrenos ou edifícios, mas não têm documentos legais que os comprovem. Essa falha obriga muitas pessoas à informalidade.E a informalidade não é sustentável. Se muitos desses trabalhadores e empresas fossem formalizados, isso representaria um aumento significativo nas receitas fiscais, quer em impostos sobre empresas e rendimento, quer em impostos indirectos.Francisco Paulo, uma última questão. Com base na sua investigação, que recomendações deixaria aos governos africanos para aumentarem a receita fiscal sem pôr em risco a estabilidade social e política?Analisámos a curva de Laffer, que mede a relação entre a taxa de impostos e a receita fiscal em termos monetários. E notámos que, no que toca ao imposto sobre empresas e aos impostos indirectos, muitos países africanos já atingiram o seu limite. Não há margem para aumentar ainda mais as taxas porque quem já paga impostos são sempre os mesmos, os formalizados. Isso gera uma sobrecarga injusta.A melhor forma de expandir a base tributária é formalizar a economia informal. Para isso, é essencial investir no registo civil das pessoas, no registo da propriedade e na educação. Isso incentivaria as pessoas a formalizarem os seus negócios.Os governos africanos devem canalizar os seus gastos públicos para a melhoria efectiva das condições de vida da população. Quando as pessoas percebem que os seus impostos estão a ser bem utilizados; quando vêem melhorias nas infra-estruturas, na saúde, na educação, estão mais dispostas a pagar impostos. E isso, por sua vez, pode contribuir para melhores índices de democracia em África.
Ana Borralho e João Galante dizem preparar os seus espetáculos a pensar no público. Os diretores artísticos do festival Verão Azul garantem que recorrer à nudez numa peça é estar em palco sem capas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A 79ª edição do Festival de Avignon foi apresentada esta quinta-feira, 3 de Abril, no Instituto do Mundo Árabe, em Paris. O director do Festival de Avignon, Tiago Rodrigues, destaca a qualidade artística de Marlene Monteiro Freitas, primeira cabo-verdiana a abrir o Festival de Avignon. Espera que o português seja futuramente a língua convidada, mas não quer impô-la. Sobre o árabe, língua homenageada, reforça a sua importância histórica e cultural, defendendo a valorização artística desta língua apesar das complexidades políticas associadas. RFI: É a primeira vez que uma artista cabo-verdiana abre este festival e pergunto: Porquê esta escolha?Tiago Rodrigues: Em primeiro lugar, não pela sua nacionalidade, mas pela tremenda qualidade artística do trabalho de Marlene Monteiro Freitas, que é já uma coreógrafa que contribuiu para mudar o rumo da dança contemporânea. Eu costumo dizer, em Portugal, onde a Marlene também trabalha muito e onde conheci o trabalho da Marlene, que em Portugal, se falarmos de teatro e de dança, de artes performativas, se alguma vez eu for, eu, o Tiago Rodrigues, recordado nalgum livro sobre as artes performativas deste tempo que estamos a viver, serei recordado como um desses artistas que trabalhava também no tempo de Marlene Monteiro Freitas. Acho-a absolutamente genial e sem exagero nenhum, acho verdadeiramente uma das grandes artistas do nosso tempo. A isso acresce o grande orgulho que temos, que está ligado, aí sim, à sua nacionalidade. O facto de ser, pela primeira vez, uma cabo-verdiana que abre a Cour d'Honneur du Palais des Papes, esse espaço mítico, lendário do festival e que abre esta 79ª edição do Festival de Avignon. Já era tempo de que uma grande diva cabo-verdiana viesse e, como já era tempo, decidimos que viessem duas. Vem a Marlene do lado da dança e vem logo a seguir a Mayra Andrade do lado da música.A língua portuguesa vai fazer parte desta edição do Festival de Avignon, uma vez mais, com nomes como já falámos: Marlene Monteiro Freitas, Mayra Andrade, Branko, Tiago Rodrigues, Jonas e Lander, e uma participação também de Moçambique no projecto "Transição Impossível". A língua portuguesa a fazer-se cada vez mais presente, a estar cada vez mais presente no festival, ou não?Se a pergunta vai no sentido de querer saber quando é que a língua portuguesa será a língua convidada, esperemos que seja em breve. A língua portuguesa tem toda a qualidade nas artes performativas, seja em qualquer dos países de expressão portuguesa, seja europeu, sul-americano ou africano, para encontrar no Festival de Avignon um lugar para que esta língua seja celebrada. E espero poder ser eu, ainda enquanto director, a ter esse gesto de celebrar a língua portuguesa. Se não o fiz por enquanto, é porque acredito que não quero impor a minha língua como uma língua a ser celebrada, mesmo que isso prejudique ligeiramente ou adie ligeiramente a celebração inteiramente merecida da língua portuguesa.Este ano, devo dizer que estamos muito contentes também por poder dizer que, pela primeira vez, duas cabo-verdianas estão na Cour d'Honneur du Palais des Papes na programação deste festival. A abrir este festival, precisamente no mês em que se celebram os 50 anos da independência de Cabo Verde e, embora seja uma coincidência artística, é uma coincidência artística que nós queremos afirmar. Porque estamos a falar de um país de enorme riqueza cultural, linguística também, que merece continuar a ser celebrado nos grandes palcos mundiais.A língua árabe é a língua convidada, a quinta língua mais falada no mundo. A escolha do árabe porque reflecte um compromisso de diversidade, mas também pelo que estamos a viver no mundo?A escolha do árabe impunha-se como natural. É a quinta língua mais falada do mundo, a segunda mais falada em França, a seguir ao francês. Mas uma língua que, através dos séculos, é uma língua de transmissão, de tradução, de diálogo, de invenção e que, por exemplo, para nós, portugueses ou lusófonos, está enraizada no código genético da nossa língua. Nós sabemos que, quando dizemos "azulejo" pensando que falamos de uma coisa portuguesa, por exemplo, estamos a dizer "azulejos", estamos a falar árabe. Quando dizemos outras palavras, como "sandália", estamos a falar árabe. Os próprios nomes da toponímia e da geografia portuguesa estão intensamente ligados à presença árabe. A cultura árabe é esta língua. E isso acontece também noutros países, muitos países europeus e em muitos países de outros continentes.Nós quisemos celebrar o património histórico, mas também a riqueza e diversidade contemporânea desta língua. E, ao fazê-lo, não somos ingénuos no sentido de pensar que, ao tomar esta decisão, não há complexidades políticas que lhe vêm associadas, mas precisamente por essas complexidades ligadas a conflitos actuais, mas também a um discurso público muito polarizado, extremado, ligados também a discursos simplistas para melhor manipular discursos demagógicos, autoritários, obscurantismos. Não quisemos recusar, não quisemos fazer uma auto-censura ou esquivar-nos à complexidade. Quisemos fazer aquilo que acreditamos que deve ser feito. A língua árabe deve ser celebrada como uma língua artística e cultural, uma língua que merece ser partilhada. E se há uma dimensão política nesta escolha, é essa de dizer que o árabe é uma língua cultural e artística.
O governo caiu. O regateio parlamentar tentado pela maioria foi inútil. Vêm aí eleições, precisamente um ano depois das últimas. A campanha eleitoral já começou. Os líderes das duas principais forças políticas foram mostrar-se à Bolsa de Turismo de Lisboa. Quisemos seguir-lhes o exemplo. Também foi lá que estivemos esta semana, no pavilhão do Centro de Portugal. Com Francisco Mendes da Silva no lugar de Pedro Mexia, temporariamente ausente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Romain de l'Ecotais e Damien Miloch realizaram há seis anos o filme "O Canto das Roças" e ficaram marcados pelas paisagens naturais, mas sobretudo pela resiliência dos são-tomenses e as suas histórias ligadas a um pesado passado colonial que esta população tenta ultrapassar. Estes dois realizadores franceses querem agora voltar ao arquipélago para mostrar o seu filme. Em 2013, Romain de l'Ecotais e Damien Miloch, uma equipa de documentaristas franceses, chegou pela primeira vez a São Tomé e Príncipe. O arquipélago nunca mais lhes saiu do espírito e em 2017 voltaram para filmar o documentário o “Canto das Roças” que fala sobre o passado colonial destas ilhas, mas também o que aconteceu no pós-independência a estas estruturas que representam, por um lado, a brutalidade de um sistema de escravatura e, por outro, a riqueza da terra.Em entrevista à RFI, Romain de l'Ecotais começa por nos explicar de como surgiu este encantamento por São Tomé e Príncipe."Fomos a São Tomé em 2013 para um filme que nos tinha sido encomendado sobre a produção de pimenta, que nessa altura estava em processo de revitalização. Ficámos logo assim que chegámos impressionados com as roças, como realizadores, com o potencial cinematográfico, tanto visualmente como em termos de história. E acabámos essa primeira viagem com a firme intenção de fazer um filme sobre as roças. Ficámos ainda algum tempo a procurar locais para filmar, encontrar as personagens que aparecem no filme final e concordámos na ideia de contar a história das roças através da vida das pessoas de hoje que ainda vivem nessas estruturas e tentam conservá-las. Escrevemos o filme e, cinco anos depois, pudemos voltar então a São Tomé para o realizar", disse Romain de l'Ecotais.Os dois documentaristas foram a várias roças, muitas delas agora transformadas em comunidades onde vivem dezenas de famílias e o documentário é guiado por várias personagens desde líderes comunitários, a músicos, a agricultores que tentam organizar-se para melhorar as condições de vida da população. Damien Miloch detalhou o que encontrou no terreno."Cada roça é diferente, cada roça tem a sua própria comunidade. Cada Roça tinha a sua própria actividade, o seu próprio produto. Todas elas estavam ligadas entre si para fazer de São Tomé o maior produtor de cacau do mundo, no início do século XX. Pode até ser um termo um pouco duro, mas muitas delas assemelhavam-se a campo de trabalho forçado e outras eram lugares fantásticos de produção. Em todo o caso, há um enorme potencial cinematográfico e depois há também o potencial em termos de história de vida, história da colonização, da escravatura e foram todos esses destinos que quisemos destacar neste filme. Em todo o caso, as roças abrangem muitos temas históricos e contemporâneos extremamente interessantes. Foi isso que nos interessou enquanto realizadores: o conteúdo e a forma. Tínhamos o cenário quando vimos as roças, e quando se mergulha neste país, surgem histórias de vida que nos falam a nós e a toda a gente", indicou.Em muitas das entrevistas com vários são-tomenses o sistema das roças é lembrado com algum saudosismo. No entanto, os realizadores dizem que se trata de uma nostalgia face a uma realidade actual onde os cuidados de saúde são precárias, onde há falta de emprego e onde a pobreza se tornou a regra."Acho que a primeira coisa que nos impressionou foi o facto de não haver um verdadeiro ódio pelo passado, pelos portugueses que ainda hoje em dia lá podem ir. E, de facto, o que obviamente nos chocou no início foi uma certa nostalgia e a total liberdade de expressão para dizer que, naquele tempo, havia coisas que funcionavam e que, de facto, gostaríamos que fosse assim hoje. Portanto, é verdade que tivemos de nos perguntar, intelectualmente falando, até que ponto podíamos transmitir essa mensagem, mas, na realidade, era o que as pessoas diziam e não quer dizer que quisessem trocar a sua liberdade para voltar a um sistema como o de antigamente, mas conseguiam perceber o que não tinham desde a independência", considerou Romain."O problema que ao qual muitas pessoas se vêm confrontadas é que se dizem: antes não éramos livres, mas tínhamos trabalho, tínhamos uma identidade, tínhamos sistemas de produção, tínhamos um hospital a funcionar e as crianças iam à escola. Não éramos livres, mas as coisas funcionavam. Agora somos livres mas somos pobres. Este tipo de pensamento deixa a população de São Tomé e Príncipe nostálgica. Mas isso não quer dizer que os são-tomenses queiram trocar a liberdade pelas condições que tinham antes, trata-se da tal nostalgia, de uma certa saudade, se quisermos chamar assim, em relação a esse período", acrescentou Damien.O filme mostra como as populações tentam encontrar soluções não só para melhorar as suas vidas, por exemplo, através do cultivo da pimenta ou do cacau de alta qualidade, bens valorizados para a exportação, mas também para conviverem com a natureza à sua volta. Uma perpectiva que valoriza as capacidades de adaptação dos são-tomenses face a um Mundo cada vez mais globalizado."O ângulo que tentámos escolher para o filme é não dar a mesma abordagem pessimista de África que podemos ver noutros documentários. Por isso, concentrámo-nos na história, mas também nos pontos positivos actuais. E um dos pontos positivos é a literacia e as crianças que vão muito à escola e que, por isso, na sua grande maioria são alfabetizadas. Quisemos mostrar isso e, de facto, entre os que sabem mais e viajam mais e aprendem mais e entre os que sabem menos há realmente uma entreajuda que se vê no filme, nomeadamente na produção de pimenta", declarou Damien."O que também é destacado nas histórias que escolhemos contar é o desejo de recuperar a terra através da agricultura, porque é isso que mostramos. Claro que há também a educação, tanto na escola ou através de iniciativas como a capoeira nas roças. Mas é claro que isso não se aplica a toda a ilha e sabemos que há uma alta taxa de natalidade. Tivemos a sorte de ter viajado para São Tomé pela primeira vez em 2013 e, nessa altura, quase ninguém tinha telemóvel com redes sociais. Hoje estamos em 2024 e a última vez que lá estivemos foi há cinco anos. Sabemos que agora toda a gente tem um telemóvel, por isso, também veem o que está a acontecer e o que se passa noutros locais. Dizer que o futuro da ilha passa necessariamente por recuperar os seus meios de produção e a sua riqueza natural, que é a terra, é algo óbvio para mim, mas acho que certamente muitos jovens vão querer sair de lá e experimentar a vida no estrangeiro. Sei que há muitos, muitos jovens que vão para Portugal e espero que neste contexto, de facto, tenham uma perspetiva real e que não vão à procura de uma miragem, como muita gente que faz este tipo de viagem", completou Romain.O projecto agora para 2025 é mostrar o filme em São Tomé e Príncipe e Damien pensa que o quadro ideal seria projectá-lo nas roças onde ele foi filmado, para devolver às populações estes testemunhos."Algo que pensamos muito enquanto realizadores de documentários é como é que vamos devolver às nossas personagens o que nos deram durante as filmagens. Algo que ocupou o seu tempo, o seu conhecimento. Eles dão-nos a sua opinião, um pouco da sua intimidade e até momentos em que deveriam estar a trabalhar e acabaram por nos dedicar esse tempo. Uma das formas que temos de lhes pagar toda essa atenção é mostrar o filme, fazer um filme à altura daquilo que eles partilharam connosco. Conseguimos a muito custo que o filme passasse num canal de televisão em São Tomé. Mas o objetivo é fazer uma projeção pública nas roças. Isso seria óptimo, talvez através da Aliança Francesa. Seria uma ocasião bastante folclórica e sobretudo poderia ser extremamente animado ver as pessoas que filmámos, as suas famílias e outras pessoas a verem o documentário. É algo que gostaríamos muito de fazer e que estamos a tentar organizar há muito tempo. Mas é verdade que se trata de um território muito remoto e vamos ter de nos organizar para isso", explicou Damien.Quase sete anos depois de ter filmado este documentário, a dupla de franceses continua a pensar em São Tomé, nas suas paisagens e nas suas gentes. Mas porquê?"Essa é uma pergunta muito interessante, porque São Tomé ficou realmente inscrito em nós, ficou profundamente dentro de nós. Não há um momento em que esteja a ver o filme com o Romain e que não pensemos: " Queremos voltar lá”. Além disso, não é só uma coisa que dizemos, é mesmo algo que queremos. Talvez seja um pouco louco, mas queremos voltar por causa da beleza das paisagens, mas também da beleza dos sorrisos, da bondade da pessoas. Há qualquer coisa de estranho, de fantasmagórico, de fresco, de sincero e, ao mesmo tempo, de brutal. É uma enorme, concentração de adjectivos em termos de experiência de vida, e é algo que teve um efeito profundo em nós. Nós estivemos lá, passámos lá um mês três vezes e não me lembro de um único minuto em que nos tenhamos aborrecido. É realmente algo que ficou connosco. Então, como é que o podemos expressar? Um pouco de nostalgia, um pouco de saudade, um pouco, não sei, mas em todo o caso, acho que não há uma semana que passe que não pense, de uma forma ou de outra, e que eu não pense como arranjar uma maneira de volta a São Tomé", justificou Damien."Penso que sempre que saímos para filmar, voltamos enriquecidos e a nossa experiência é enriquecida. E, de facto, isso faz-nos mudar e evoluir muito. Acho que se há uma coisa que me faz pensar nas pessoas que conheci em são Tomé, seria a sua vontade, a sua resiliência e a abertura de espírito que foram capazes de manter e partilhar connosco", concluiu Romain.
Elson e Wilson Fortes, dois irmãos artistas residentes em Boston, nos Estados Unidos, realizaram o protótipo de um boneco de Amílcar Cabral, o primeiro de uma série de “bonecos revolucionários” que estão a criar e que visam inspirar as famílias a partilhar histórias sobre “heróis da vida real”. Os gémeos de 36 anos, filhos de pais cabo-verdianos, têm uma marca de roupa que também imprime nos tecidos desenhos e frases dos “heróis” que eles querem dar a conhecer um pouco mais ao público norte-americano. “Quisemos fazer um herói verdadeiro, um boneco com um significado, uma boa história”, começa por contar Elson Fortes à RFI a propósito do primeiro boneco articulado que representa Amílcar Cabral. A ideia surgiu depois de os irmãos já terem representado em peças de vestuário o pai da luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde. Por enquanto, o boneco ainda é um protótipo, mas a versão comercial poderá estar no mercado até ao final de 2025.Tudo começou no ensino secundário, em Boston, quando Elson e Wilson criaram, num trabalho de grupo, a ideia que viria a dar origem à sua marca de roupa e acessórios, a “Crazygoodz”, qye tem como slogan: “A vida é dura, mas torna-a bonita”. O conceito é desenhar histórias em tecido e representar líderes históricos em roupas e acessórios. Amílcar Cabral é uma das figuras que mais representam e, por isso, foi também a personalidade escolhida para criar o boneco articulado.O objectivo é criar uma colecção de “bonecos revolucionários”, com personalidades como Titina Sila, uma das mais conhecidas combatentes pela independência da Guiné-Bissau, Cármen Pereira, outra guerrilheira pela independência da Guiné-Bissau que foi a primeira mulher na presidência de um país africano e a única na história guineense, mas também os mais conhecidos Malcom X, Martin Luther King e Angela Davis. Mais tarde, também consideram homenagear lendas da música como Cesária Évora e Ildo Lobo.Oiça a história neste programa ARTES.
Roberta Martinelli conversa com Pirlo, Cravinhos, Thalin, VCR Slim e Langelo sobre o disco 'Maria Esmeralda'.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A 9ª edição da feira de arte e design africanos AKAA - Also Know as Africa - decorreu entre os dias 18 e 20 de Outubro no Carreau du Temple, em Paris. Esta é a primeira e principal feira de arte contemporânea centrada em África que conta com artistas da diáspora, afro-descendentes, africanos do continente que contam África no presente. Como reinscrever a representação africana na história da arte? Esta é uma questão que muitos artistas exploram, combinando cores vivas dos têxteis com o preto da pele, como é o caso do nigeriano Sanjo Lawal. O trabalho do nigeriano foi apresentado na feira pela galeria portuguesa THIS IS NOT A WHITE CUBE.Este ano temos dois artistas revelação: o Ibrahim Kébé, do Mali, e o Sanjo Lawal, da Nigéria, que é a figura central da imagem da própria feira. São duas novas revelações de países que também não são muito habituais nestas feiras internacionais. A verdade é que o encontro com estes artistas vem de múltiplas formas através da pesquisa. Um deles estava em exposição com um outro artista representado por nós. A certa altura, e através dessa pesquisa do cruzamento de plasticidade noutros projectos curatoriais, acabamos por encontrar novas revelações com quem vamos trabalhando do ponto de vista da direcção artística e da curadoria. Graça Rodrigues, da THIS IS NOT A WHITE CUBE, explica-nos que foi criado um projecto para esta feira, procurando entrar em diálogo entre países com afinidades coloniais e históricas, reflectindo sobre o conceito de descolonização.A feira transforma-se consoante as mudanças que se operaram na própria cidade, com a presença de outras grandes feiras. [No fim-de-semana 19 e 20 de Outubro] existiu um programa muitíssimo activo e, portanto, por um lado, a feira beneficia disso e, por outro lado, talvez também seja algo prejudicada. Esta é uma feira satélite, mas efectivamente permite destacar estes jovens que depois terão o seu percurso e, eventualmente, estarão noutras posições num momento mais à frente.A Perve Galeria voltou a marcar presença na mais importante feira de arte contemporânea africana europeia, AKAA - Also Know as Africa. A galeria portuguesa apresentou obras de Ernesto Shikhani (1934 - 2010, Moçambique), João Donato (n. 1953, Moçambique), Malangatana Ngwenya (1936-2011, Mocambique), Manuel Figueira (1938-2023, Cabo-Verde), Reinata Sadimba (1945, Moçambique) e Teresa Roza d'Oliveira (1945-2019, Moçambique)Este ano, a Perve galeria presta homenagem ao legado do artista cabo-verdiano, Manuel Figueira, explicou-nos o galerista português, Carlos Cabral Nunes.Quisemos fazer uma homenagem ao mestre cabo-verdiano Manuel Figueira, que faleceu há um ano. Quer aqui em Paris, quer em Londres, na semana passada, quisemos destacar a obra dele e depois estamos a apresentar pela primeira vez em Paris, a obra de dois artistas com quem trabalhamos: a Manuela Jardim, da Guiné-Bissau, com quem já começámos a trabalhar há uma série de anos e que levámos também a Londres. E o João Donato de Moçambique, ceramista. Depois temos os repetentes, chamemos-lhe assim, que nós já apresentámos noutros contextos, aqui em Paris, mas com obras que não tínhamos mostrado antes. No caso do Malangatana, temos uma obra dele que estamos a mostrar e que que é uma obra paradigmática daquilo que foi o chamado período feliz dele depois da independência e de ter passado no campo de reeducação. Depois de Moçambique se tornar independente, foi criado um campo de reeducação à moda soviética. O Malangatana era considerado burguês porque vendia as obras. Portanto, o novo governo achou que ele tinha que ser reeducado para trabalhar para o povo.Malangatana foi forçado a ensinar pintura neste campo de reeducação, vivendo afastado da família durante vários anos. Em 1981, deixa de ser forçado a fazer este trabalho e começa a produziu obras que celebram momentos felizes, incluindo um auto-retrato com a sua esposa, símbolo de amor e devoção.Ele foi obrigado a fazer trabalho comunitário para as populações e ensinar as pessoas a pintar. O que é certo é que aquilo era forçado porque ele foi afastado da família. Depois houve uma altura em que o deixavam ir a casa durante um período, mas tinha que voltar para o campo de reeducação. As pessoas que eu conheço em Moçambique e que eram amigas de Malangatana, achavam que aquilo tinha durado uns meses, mas não, aquilo durou anos. O mercado da arte está a viver um processo de transformação, especialmente devido às novas tecnologias e das novas gerações. Carlos Cabral Nunes acredita que as feiras de arte precisam ser repensadas, destacando que Portugal pode desempenhar um papel interessante nesse contexto.O mercado da arte é um mercado que sofre muito com as oscilações geopolíticas e com o que se passa no mundo e, portanto, não é alheio à questão das guerras. O mercado da arte é quase como uma bolha, porque o mundo em si está em crises profundas; a eleição norte-americana, a guerra no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia. Portanto, há uma série de situações que afectam, obviamente, a questão do mercado. O mercado está a viver um tempo de mudanças; há a questão das próprias tecnologias, das novas gerações. A nós, tem corrido bem. Não tenho razão para me queixar. As coisas têm estado a correr bem.A feira de arte africana AKAA contou com mais de quarenta expositores, 36 galerias, entre elas a galeria Movart, que ofereceram durante quatro dias uma mostra da criação contemporânea ligada, de uma forma ou de outra, a África.Esta feira tem levantado cada vez mais interesse pela arte africana, especialmente para a arte dos países lusófonos, com ligações importantes, com entidades como a Fundação Calouste Gulbenkian. Há uma crescente valorização da arte africana, que começa a ser reconhecida pelas suas histórias, incluindo experiências de guerra e descolonização, explicou-nos Janire Bilbao responsável pela galeria Movart.Os franceses adoram a arte africana e também começam a conhecer a arte africana dos países lusófonos, que é um pouco o nosso foco. Temos algumas ligações com a delegação da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris. Estamos a construir pontes entre a África lusófona e a arte africana.Durante muitos anos estivemos focados na arte europeia e agora, de repente reparamos que há histórias a contar, histórias muito legítimas, como nos conta o artista Márcio Carvalho, que nos está a representar com obras sobre a descolonização das memórias e são histórias que preciso de contar. Chegou o momento de contar histórias que ficaram muitos anos em silêncio. Haverá um momento em que chegaremos a um equilíbrio, mas agora é preciso cobrir 500 anos de ausência.
Paris se transforma na capital da música a partir desta quarta-feira (21) e é palco até domingo (25) do Rock en Seine, o maior festival da capital francesa e um dos principais da Europa. O evento, que ocorre desde 2003 no Parque de Saint Cloud, no sudoeste de Paris, é um dos poucos a ser realizado no período da Olimpíada e Paralimpíada, mas também entra no clima dos jogos e acolhe até uma das etapas do revezamento da tocha. Daniella Franco, da RFI Para essa 21a edição, o Rock en Seine aposta grande novamente, mantendo o formato de cinco dias de festival, com cinco palcos e cerca de 90 artistas e bandas. No line-up, Lana del Rey - que entra em cena nesta noite - Massive Attack, PJ Harvey, Pixies, Offspring, The Kills, entre tantos outros grandes nomes. "Acho que atingimos a nossa maturidade. Tivemos um belo início de vida, despreocupado, com muita vontade. Depois o festival conheceu períodos mais complicados, que podemos considerar como um período adolescente, com tumultos e mudanças que são difíceis de serem aceitas", diz o diretor do Rock en Seine, Matthieu Ducos, em entrevista à RFI. "Mas depois da época da Covid, conseguimos reencontrar um festival com muita força nas propostas artísticas e na coerência delas, chegando à idade adulta, com o encontro também de uma confiança em si mesmo", reitera.A cada edição, o Rock en Seine se renova, expande a oferta musical e investe também em outros eventos culturais, como exposições, debates, além de projetos voltados para o meio ambiente, inclusão e diversidade. O show do trio americano Gossip, nesta quinta-feira (22) será completamente traduzido em libras e contará com a participação de dois corais inclusivos da grande região parisiense. Essa, aliás, é uma das tantas iniciativas do Rock en Seine neste ano em conexão com a Paralimpíada, com uma programação especial para celebrar os laços e valores comuns entre a música e o esporte. "Os Jogos Paralímpicos começam um pouco depois do Rock en Seine e queríamos abraçá-los através de artistas com deficiência que vamos acolher no festival, com demonstrações de esportes paralímpicos que estamos propondo, também por meio de uma grande obra de arte, o streetartist The Blind - que aborda a deficiência visual - além de debates, que realizamos todos os anos e que neste ano vão tratar dos laços entre música e esporte", destaca Ducos.A tocha paralímpica passará pelo Parque de Saint-Cloud no domingo, entre os shows de PJ Harvey e LCD Soundsystem. Um paratleta e um artista escolhido pelo festival, cujo nome ainda não foi relevado, serão as grandes estrelas de um momento evocado com muita emoção pelo diretor do festival. "Quisemos ter um papel direto nesse espírito olímpico que atravessa o verão na França e, quando nos ofereceram a possibilidade de acolher a tocha, ficamos muito entusiasmados com a ideia de participar de uma etapa do revezamento", celebra Ducos.Imprevistos e futuro do rockO Rock en Seine também teve de enfrentar um grande imprevisto: o cancelamento do show do grupo britânico The Smile, que integrava o line-up deste ano do festival e era uma das bandas mais aguardadas. A organização do evento anunciou em 12 de julho que a banda teve de adiar sua turnê europeia por conta de problemas de saúde do guitarrista Jonny Greenwood. Por outro lado, o festival conseguiu rapidamente convocar o icônico quarteto americano Pixies, que sobe no palco principal do Rock en Seine neste domingo. Mas apesar de o evento propor neste ano pesos-pesados do rock, Matthieu Ducos destaca jovens artistas que estão revolucionando a cena musical. "Acho que há uma verdadeira renovação com novos grupos de rock. Há seis, sete anos, o rock estava em baixa, mas atualmente há uma nova geração liderada por artistas muito talentosos", observa.O diretor do Rock en Seine cita The Last Dinner Party, banda formada por cinco garotas britânicas que sobem no palco do Rock en Seine nesta quinta-feira. "Elas são um exemplo excelente de um novo grupo de rock, com uma proposta musical rica, nova e intensa, e com uma performance grandiosa", elogia.Para Ducos, esse movimento de renovação musical suscita o interesse de jovens pelo rock e mostra um novo universo "com atitude e energia que pode complementar outros estilos". "É isso também que defendemos no Rock en Seine", conclui.
Quisemos entornar o caldo e causar o drama no casamento literário... quem é que vai casar com quem? O DRA MA.
Eles serão 36 atletas, de 11 nacionalidades diferentes, sob a mesma bandeira: a da Seleção Olímpica de Refugiados. Em Paris 2024, eles não serão identificados pelos anéis olímpicos e sim por um emblema próprio, com um coração no centro. O grupo, que competiu pela primeira vez nos Jogos Rio 2016, estará presente em 12 modalidades. Os atletas foram selecionados entre 74 refugiados que receberam uma bolsa olímpica para se prepararem. Maria Paula Carvalho, da RFIA lista com os nomes escolhidos foi anunciada pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, na quinta-feira (2). “Quisemos ajudar estes atletas a realizarem o seu sonho olímpico. Oito anos depois, a situação piorou. Até o fim deste ano, podemos esperar cerca de 130 milhões de deslocados e migrantes, e por isso é absolutamente necessário que continuemos e reforcemos o nosso programa”, disse em Lausanne, na Suíça. “Parabéns a todos vocês. Nós os receberemos de coração e braços abertos, no espírito olímpico de solidariedade, paz e excelência nos Jogos Olímpicos Paris 2024”, finalizou. Com sua presença no evento maior esportivo do mundo, eles chamam a atenção para as dificuldades enfrentadas atualmente por 100 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, seja por conflitos, catástrofes naturais ou outras razões. De acordo com o COI, estes atletas foram selecionados “por seu desempenho esportivo”, mas sobretudo para garantir “uma representação equilibrada” de modalidades, gêneros e países de origem.Os refugiados vêm do Afeganistão, Síria, Irã, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Camarões, Cuba e Venezuela. Atualmente, eles vivem exilados em 15 países diferentes, como os Estados Unidos, Canadá, México, Quênia, Jordânia, Israel, almé de vários países europeus. A judoca Muna Dahouk fugiu da Síria em 2019. “Eu estou tão feliz. Estou muito orgulhosa de mim e de todos esses atletas refugiados. Parabéns a todos, até breve em Paris!”, disse. Durante a cerimônia de abertura, no dia 26 de julho, os refugiados desfilarão atrás da Grécia, e antes de todas as demais delegações. Yech Pur Biel, que participou da primeira equipe de refugiados em 2016, no Rio de Janeiro, diz que o time ajuda a mudar a visão sobre as populações deslocadas. “Quando falamos de refugiados, muitas pessoas dizem que 'são pessoas violentas'. Mas perguntem por que elas fugiram de seu país? Que impacto isso teve em suas vidas? Todos precisam compreender essa situação, devemos nos colocar no lugar do outro. Foi o que eu disse em 2016, ‘hoje foi comigo, amanhã pode ser outra pessoa'”, lembra. A equipe é liderada por Masomah Ali Zada, ciclista afegã que participou dos Jogos de Tóquio 2020. “Quando eu comecei a sonhar som os Jogos Olímpicos, no Afeganistão, eu pensava que seria impossível realizar o meu sonho por causa de problemas de segurança e limitações aos direitos das mulheres. Mas finalmente, eu mantive a esperança, treinei duro, e foi uma honra e um privilégio competir em Tóquio representando a equipe olímpica de refugiados", celebra. "Eu fiquei muito orgulhosa de competir no ciclismo e mudar a percepção das pessoas sobre o que uma mulher afegã é capaz. É uma oportunidade imensa e agora todos esses atletas vão ter oportunidade de mostrar o que os refugiados podem alcançar", completa. A composição da equipe foi aprovada pelo Conselho Executivo do COI e se baseou numa série de critérios, incluindo o desempenho desportivo de cada atleta e a confirmação do seu estatuto de refugiado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). "A equipe Olímpica de Refugiados pode lembrar ao mundo a resiliência, a coragem e esperança de todos aqueles que foram desenraizados pela guerra ou perseguição", analisa Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. "Estes atletas representam o que os seres humanos podem fazer, mesmo frente à adversidade extrema, e provam que o esporte pode ser transformador para curar feridas físicas e emocionais”, conclui.
Quisemos saber quais as canções que vos puxam para cima e Benjamim veio às manhãs da 3.
☕️ No Morning Call de hoje, Henrique Esteter destaca uma abertura levemente positiva dos índices futuros norte-americanos.O petróleo se acomoda nos US$ 80, enquanto o minério seguiu subindo.*Dentre os principais destaques: *(i) Lucro líquido da Ultrapar no 3º tri aumenta 12 vezes em um ano;(ii) Adnoc entrega proposta não vinculante pelo controle da Braskem no valor de R$ 10,5 bi - Oferta considera um valor de R$ 37,29 por ação da petroquímica;(iii) Banco do Brasil reporta ROE de 21,3% e anuncia pagamento de dividendo e JCP;(iv) Casas Bahia tem tri pavoroso; “Quisemos limpar a casa,” diz CEO.
O final de agosto significa, para muitos, o término das férias. Quisemos, por isso, reduzir qualquer sofrimento antecipado e oferecer um momento fantástico de puro entretenimento. E conhecimento, acrescentamos. Convidamos Fernando Meira a participar no DEZANOVE22 e o ex-jogador do Vitória SC acedeu de imediato. Já o havia feito aquando da chamada para liderar a equipa vitoriana na Legends Cup e mostrou aí a raça que ainda o caracteriza. A conquista da Taça, na Nazaré, foi também motivo de conversa neste quarto episódio do Podcast, com o antigo craque a reforçar que “gostaria de ter sido campeão pelo Vitória SC enquanto jogador e não como lenda (risos)”. Mas Fernando Meira não perde a esperança de ver o seu clube sagrar-se campeão nacional. Uma fé que o deixa arrepiado: “Se os astros se alinham, até tenho medo do que poderá acontecer se o Vitória se sagrar campeão nacional. Até fico arrepiado só de falar”, disse. Podes ver, ouvir - e também emocionar-te - com as memórias de Fernando Meira nesta conversa animada com Luís Freitas Vieira.
A peça “Marion 13 ans, pour toujours” está no Festival Off Avignon de 7 a 29 de Julho no Théâtre Pierre de Lune. Trata-se de uma adaptação teatral de Frédéric Andrau e Valérie da Mota de um livro de Nora Fraisse e Jaqueline Rémy sobre o suicídio de uma adolescente vítima de assédio escolar. Na peça, os pais falam com a filha, Marion, depois da sua morte e tentam perceber o que aconteceu e encontrar um sentido para continuar a viver. RFI: Como é que surgiu esta adaptação do livro ao teatro?Valérie da Mota, actriz e co-autora da peça: Era na altura do Covid-19, eu estava sozinha na minha casa, como muitas pessoas, e tinha esta ideia de propor uma adaptação ao Frédéric Andrau, que mora muito perto da minha casa. Então nós podíamos trabalhar muito tempo porque havia muito tempo nessa altura! O texto era uma boa oportunidade. Não foi fácil porque o livro tem muita emoção, mas o espectáculo tinha que ser menos realista.E como é que foi adaptar este texto tão duro para o palco?Nós queríamos trazer Marion para o palco para fabricar este diálogo. E depois nós queríamos também trazer a vida porque era importante para nós fazer um espectáculo com vida, em que também se pode rir. Porque Marion foi também uma pessoa jovem que teve momentos de alegria e porque o bullying ou assédio escolar é sempre escondido. A Nora Fraisse fala muito bem disso. Era importante mostrar Marion não apenas com o sofrimento e lágrimas, mas mostrar o que ela queria mostrar às pessoas.Ainda assim, há momentos absolutamente trágicos, por exemplo, quando Marion lê a carta de despedida, uma parte particularmente fulcral na peça…Sim, essa é a verdadeira carta que ela deixou aos pais. Não, ela não deixou nenhuma carta, nem nenhuma explicação aos pais...Era antes uma carta dirigida a todas as pessoas que lhe fizeram mal… Aos adolescentes que estavam com ela na escola.Aos adolescentes, exactamente.A peça também mostram a conivência, quase, da direcção da escola que não apoiou os pais no momento em que a filha morre e que durante todo o período em que ela foi vítima de assédio escolar não fez nada. Sim, é também esta parte que está muito presente no livro. Nós queríamos respeitar esta parte que é muito chocante desta história: não havia muitas reacções, muita empatia com os pais.A mãe de Marion, que escreveu o livro, ajudou-vos na criação da peça?Não, ela tinha confiança…Esta peça denuncia algo tenebroso que continua a acontecer e que se intensificou com os telemóveis e a internet. Até que ponto levar esta mensagem ao teatro pode ajudar a mudar uma certa realidade?É muito importante porque as pessoas não percebem bem os mecanismos do “bullying”. Há muitas pessoas que dizem que existe já há muito tempo, mas agora há "smartphones" e ciber-assédio e é importante para todos - para os jovens, mas também para os adultos - verem o espetáculo que pode servir para informar as pessoas porque dentro do espetáculo nós desconstruímos os mecanismos do assédio.No final do espetáculo, a Marion diz que é preciso falar para cuidar dos vivos. É essa a mensagem?Sim, cuidar das pessoas que estão aqui, os que estão vivos. É também a mensagem da mãe que faz um trabalho incrível com a associação “Marion la main tendue” para ajudar os jovens. Isso é resiliência. Resiliência porque há uma história trágica, mas temos que seguir, temos que tentar fazer uma coisa boa com este drama. Temos uma matéria trágica, mas com esta matéria vamos tentar fazer uma coisa como um diamante para ajudar as pessoas.Em 2015, o editor do livro “Marion 13 ans pour toujours” escrevia que o flagelo do assédio escolar atinge um em cada dez alunos em França, ou seja, 1 milhão e 300 mil crianças... Vocês associaram-se à associação criada pela mãe da Marion e fazem mais coisas depois das representações. O que fazem e com quem? Fazemos ateliers com grupos de alunos nas escolas para fazer um pequeno trabalho de teatro ou teatro-forum. É uma coisa para tentar encontrar soluções com os jovens, para pensar o que é que podemos fazer. Todos temos uma responsabilidade. É importante para nós fazer este trabalho ao lado do espectáculo porque também é um trabalho inteiro, que não é somente moral. Não é só falar, é agir.A peça estreou em Março de 2022 e ainda só circulou na região de Paris. Agora estão no Festival Off Avignon. O objectivo é convencer os programadores a levar a peça e a mensagem do perigo do assédio escolar a toda a França? E há a possibilidade de a levarem a Portugal?Porque não? Seria uma boa ideia tentar traduzir o texto em português, sim. O nosso objectivo é tentar levar o espetáculo a toda a França e, se calhar, a outros países.Em palco, há muito poucos elementos: um banco, três actores e uma sonoplastia e desenho de luz muito minimalistas. Porquê estas escolhas? Porque não estamos num tratamento realista. Estamos, se calhar, no mundo dos mortos porque a Marion está aqui. Quisemos mostrar um espaço irreal. Há somente este banco que simboliza o banco da escola.A Valérie tinha trabalhado num telefilme que adaptava o livro de Nora Fraisse e seis anos depois decidiu adaptar o livro ao palco e incarnar esta mãe. Ou seja, esta personagem vive consigo há mais de uma década... Como é que construiu esta personagem e consegue sair intacta dos espectáculos tantos anos depois?Ao princípio eu tinha medo de fazer este papel porque é muito difícil porque eu também sou mãe. Mas, pensei que era uma oportunidade muito importante para mim porque há muitas coisas que eu gosto de trazer ao palco: o amor, a raiva…Criou a sua companhia Va Sano Productions que não faz só teatro e que faz acções de mediação cultural junto de diferentes públicos... Quer contar-nos? Nós estamos sempre com este desejo de encontrar pessoas e não somente sermos artistas num palco. Fazemos também esse cinema com pessoas de bairros pobres e afastadas da cultura, como se diz em França. Também fazemos cinema e eu fiz também um espectáculo com um fado há uns anos porque eu gosto muito da cultura portuguesa e do fado. Também fazemos coisas com a música porque eu canto e toco violino.A Valérie nasceu em França, mas tem ascendência portuguesa. Como é que mantém essa ligação com Portugal?Infelizmente, eu perdi o meu pai há dois anos e essa ligação já não é tão evidente quando vou lá. Tenho sempre muita família, mas é um pouco mais triste. Gosto muito de ir lá e tenho muita saudade quando não vou lá pelo menos duas vezes por ano.Lá é onde? É Pombal! Mas eu gosto de passear nas cidades do Porto, Lisboa...O espetáculo de fado contava o quê? Eu era uma mulher de um pescador que estava à espera. Era um espetáculo que visitava as mitologias das mulheres dos pescadores e também das sereias.É actriz de teatro, mas também trabalha no cinema e na televisão e treina crianças e adultos para o cinema e para a televisão. Além disso, anima ateliers de teatro, poesia e cinema em bairros sensíveis. Como usa a sua profissão para ajudar os outros?Para mim é importante trazer coisas de amor. É sempre uma história de amor com as pessoas porque as pessoas estão sempre em pequenos mundos separados.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S. Paulo' desta quarta-feira (21/06/2023): Após quase seis meses dos atos de 8 de janeiro, o general Fernando José Sant'Ana Soares e Silva, chefe do Estado-Maior do Exército, afirmou a Monica Gugliano que a Força Terrestre não se envolveu em planos para inviabilizar a posse e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós, o Exército, nunca quisemos dar nenhum golpe. Tanto não quisemos, que não demos. Não houve uma única unidade sublevada”, disse. O general Soares ainda afirmou: “Fomos totalmente capturados pelos assuntos políticos. Tragados pela percepção do golpismo”. O chefe do Estado-Maior sustentou que a Força tem caráter “apartidário e apolítico”. E mais: Economia: Relator volta a ampliar exceções ao limite de gastos do governo Política: Ministro da Defesa contradiz Lula e não vê ‘grande líder' do 8 de janeiro Metrópole: Crianças com doenças respiratórias lotam hospitais de SP Internacional: Com oxigênio no fim, EUA têm pressa para resgatar submersível no Atlântico Esportes: Brasil se despede da Europa com futebol pobre e derrotaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio desta semana, nossa convidada é Marília Marton, secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Na entrevista, a secretária comenta os desafios que a pasta tem pela frente, envolvendo desde o desenho de uma agenda estratégica e em linha com as necessidades dos municípios até o estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada, buscando, assim, potencializar uma cadeia de transformação do setor cultural junto à sociedade. Quisemos saber, ainda, a relação da atual secretaria com a classe artística. Será que houve alguma tensão por conta de a secretária fazer parte de um governo de centro-direita? A resposta a essa e a outras questões você acompanha neste episódio do Podcast Rio Bravo.
A conversa com o Carlos Reis, deputado da assembleia municipal de Lisboa, foi tão interessante e divertida que permitimos a sua extensão. E por interessante e divertida queremos dizer que houve mais faísca e discordância do que com convidados de outras facções. Cá dentro, começamos por falar do governo empodrecido e acabámos a falar do PSD. Quisemos falar da debandada de membros importantes da IL e acabámos a falar das esquerdices de uma iniciativa avermelhada. Lá fora, concordámos no cancro que representa o lobby trans e a onda woke e a despreocupação em portugal, mas discordámos veementemente em relação a Joe Biden e à sua reeleição. Subscreve o nosso canal no Youtube - https://www.youtube.com/@oshomensdofraque?sub_confirmation=1 Compra na Prozis com descontos exclusivos - usa o código "homensdofraque" no checkout. prozis.com/Npvr Compra livros na Wook e ajuda Os Homens do Fraque - https://www.wook.pt/?a_aid=646bbfd19d055 --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/os-homens-do-fraque/message Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/os-homens-do-fraque/support
Cecília Meireles e Mariana Mortágua, num Linhas Vermelhas em podcast mais curto que o habitual, analisam a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. Três mil milhões de euros é o valor da operação que junta os dois maiores e históricos bancos suíços, numa decisão influenciada pelo político, com alterações na legislação daquele país para tentar colocar um ponto final na recente crise no Credit Suisse. Mas, segundo a ministra das Finanças helvética, este desfecho de emergência não é um resgate, "é uma solução comercial. Quisemos evitar um resgate". O Linhas Vermelhas foi emitido na SIC Notícias a 20 de março.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Encontro EEU
Devocional Hebreus Leitura Bíblica Na realidade, não foi aos anjos que Deus confiou o governo do mundo futuro de que estamos a falar. Mas há uma passagem da Sagrada Escritura que diz: Ó Deus, que é o homem, para que te lembres dele? Que é o ser humano , para que te preocupes com ele? Fizeste-o um pouco inferior aos anjos, de glória e honra o coroaste e deste-lhe poder sobre todas as coisas. Ora se a Escritura diz que Deus sujeitou tudo ao ser humano, quer dizer que nada ficou fora do seu domínio. Mas o certo é que ainda não vemos que todas as coisas estejam sujeitas a ele. Mas em Jesus vemos aquele que «tornado um pouco inferior aos anjos», está agora coroado de glória e honra! E isto por causa da morte que sofreu. Deus na sua bondade quis que Jesus morresse por todos. Hebreus 2.5-9 in Bíblia para Todos Devocional Deus na Sua intocável soberania entendeu criar o ser humano e destacá-lo da demais criação. Tendo feito tudo perfeito declarou no fim da obra prima o Seu pleno contentamento. O Seu plano perspectivava que o Homem governasse o mundo com zelo e sabedoria. Isso era tão evidente que Deus dotou o homem e a mulher de recursos segundo a Sua própria cara. No entanto a nossa sofreguidão deitou tudo a perder. Quisemos chamar a nós os cordelinhos da nossa vida, confundindo a confiança que nos foi dada com uma famigerada independência. Dispensámos Aquele que nos conferiu “poder sobre todas as coisas” e armámo-nos em “carapaus de corrida”, acabando por ter de assumir que afinal pouco ou nada nos está sujeito. “Mas em Jesus” abriu-se-nos de par em par a janela da esperança. N'Ele fomos “coroados de glória e honra!” Sem que nada tenhamos feito para o merecer, “Deus na sua bondade quis que Jesus morresse por todos.” Como não celebrar todos os dias esta maravilhosa graça? - Jónatas Figueiredo
O Museu de Belas Artes de Dijon, em França, tem patente, de 16 de Dezembro até 3 de Abril, uma retrospectiva da pintora Maria Helena Vieira da Silva. A mostra apresenta “as duas facetas" da sua vida: aquela que ela quis mostrar ao público e aquela que ficou nos arquivos e na colecção de um casal de amigos. Faça a visita connosco neste programa. Maria Helena Vieira da Silva é apresentada como “a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional” pelo Museu de Belas Artes de Dijon que tem patente, desde 16 de Dezembro até 3 de Abril, uma retrospectiva da pintora de origem portuguesa e um piscar de olhos à sua esfera mais privada com a apresentação de obras e formatos menos conhecidos adquiridos por amigos coleccionadores. “Duas facetas” da sua vida, resume uma das comissárias da exposição, Naïs Lefrançois. “Quisemos mostrar duas facetas da vida de Vieira da Silva. Na retrospectiva, a faceta mais conhecida do público, que é comum à exposição do museu de Marselha, com as obras emprestadas de instituições públicas e privadas que estão no segundo andar e que permitem traçar a evolução da sua carreira, desde os trabalhos mais figurativos até às obras mais evanescentes e plenas de luz”, começa por explicar Naïs Lefrançois. “No rés-do-chão está a segunda parte da exposição, dedicado ao espólio do Museu de Belas Artes de Dijon, com 32 obras oriundas de uma doação de coleccionadores parisienses e que deixam ver uma personalidade um pouco menos conhecida, mais engraçada e descontraída, um pouco diferente da obra a que estamos habituados e com uma apresentação de quadros menos conhecidos. Há pequenos formatos, artes gráficas e correspondência inédita”, acrescenta a conservadora do museu francês. A exposição começa com um percurso cronológico da pintora que nasceu em Lisboa, em 1908, e que morreu em 1992, em Paris, a cidade das artes onde ela escolheu viver. Intitulada “O Olho do Labirinto”, esta primeira parte conta com obras icónicas que já foram apresentadas, entre Junho e Novembro de 2022, no Museu Cantini, em Marselha, e que acompanham a evolução de um trabalho mais figurativo e tangível para uma dimensão de abstracção geométrica e lírica. O olhar do espectador perde-se nas telas labirínticas de enredos e tramas axadrezadas, linhas de fuga e de força que se entrecruzam e implodem em novas perspectivas espaciais e musicais, com referências a cidades, bibliotecas, ateliers, torres, fachadas, escadarias e muito mais. Obra maior, em dimensão e em simbolismo, é “Urbi et Orbi”, uma tela de grande formato que a artista doou ao museu de Dijon, em 1973, como explica a outra comissária da exposição Agnès Werly. “É o maior quadro de Vieira da Silva, tem uma dimensão de três metros por quatro metros. Ela nunca pintou outro quadro tão grande. É uma paisagem e é um quadro realmente muito representativo da sua arte porque mostra essa paisagem enevoada, chuvosa, muito poética e que apela à nossa imaginação. É também uma obra importante para nós porque a artista doou-a ao Museu de Dijon e queria que ele ficasse aqui junto com todas as obras da doação do casal Granville”, descreve Agnès Werly. “Os Granville foram um casal de coleccionadores, Kathleen e Pierre Granville, que conheceram muito bem Vieira da Silva e o marido Arpad Szenes. Eles coleccionaram obras de Vieira da Silva e nos anos 60 quiseram doar a sua colecção a um museu francês. Jacques Tulier, que na altura era professor de história de arte na Universidade da Borgonha, debateu muito com André Malraux, que era então ministro da Cultura, e ele insistiu para que a doação fosse para Dijon. Eles deram 700 obras, nomeadamente 32 de Vieira da Silva”, acrescenta a comissária da exposição. Eis, então, a segunda parte da exposição, intitulada “O Olho dos Coleccionadores”, que apresenta telas de pequeno formato, desenhos, postais e fotografias a mostrarem a cumplicidade entre o casal de coleccionadores e o casal de pintores. Destaque, ainda, para uma caixa de correio decorada por Maria Helena Vieira da Silva, uma encomenda de Pierre Granville para uma prenda especial. “Uma obra surpreendente é esta caixa de correio pintada pela Vieira da Silva e oferecida como prenda à sua amiga Kathleen Granville. É um objecto inesperado numa exposição de pintura. Trata-se de uma caixa de correio normal que o Pierre Granville comprou no Bazar de l'Hôtel de Ville em Paris e depois pediu à Vieira da Silva para a decorar no intuito de a oferecer à sua esposa Kathleen. Esta caixa de correio foi colocada no corredor do prédio deles, em Paris, e era simplesmente uma caixa de correio que servia para receber as cartas. Acabou por ser também doada ao museu com todas as outras obras e serviu durante algum tempo como 'livro de ouro': os visitantes deixavam mensagens lá dentro - o que não é o caso hoje, mas foi uma história bonita.” No total, estão reunidas cerca de 80 obras da pintora nascida em Portugal mas que foi obrigada a adquirir a nacionalidade francesa em 1956. Das colecções do Museu de Belas Artes de Dijon há 18 pinturas, 17 obras em papel e a tal caixa de correio pintada, ou seja, um dos espólios mais completos da artista em França. Há, ainda, obras oriundas da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, do Comité Arpad Szenes-Vieira da Silva, da galeria Jeanne Bucher Jaeger, do Centro Pompidou, da Fundação Gandur para a Arte de Genebra e dos museus franceses de Colmar, de Grenoble e de Rouen. A homenagem à pintora acontece 30 anos depois da sua morte e pretende recordar a sua importância na reinvenção da arte moderna e na contemporaneidade dos conceitos que ela explorou. Ao longo da sua vida, o trabalho de Maria Helena Vieira da Silva foi amplamente reconhecido, com exposições, retrospectivas e prémios um pouco por todo o mundo. A pintora é apresentada como “a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional” pelo Museu de Belas Artes de Dijon, uma frase que faz todo o sentido para Marina Bairrão Ruivo, directora da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva. “A Maria Helena Vieira da Silva é, de facto, apresentada como a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional. É verdade. E quanto mais fazemos investigação sobre a obra dela e quanto mais se fazem exposições que mostram a extrema qualidade da obra desta artista, mais esta afirmação se torna verdadeira e mais se percebe a originalidade e a qualidade da sua obra. Primeiro, a obra de Vieira da Silva enquadrava-se na Escola de Paris, mas percebeu-se que esta artista não alinhava com os outros artistas numa coisa muito estabelecida e traçou o seu próprio caminho. É essa originalidade - sobretudo na procura de um espaço próprio, de uma espacialidade que a sua obra conseguiu de uma maneira muito original e notável - é essa redescoberta que hoje em dia ainda surpreende muitas pessoas pela qualidade que faz com que a sua obra ainda tenha, hoje, um lugar exemplar na história da arte do século XX, tanto na história da arte portuguesa, quanto na internacional”, explica Marina Bairrão Ruivo. Com uma enorme projecção internacional enquanto era viva, será que o trabalho de Maria Helena Vieira da Silva continua a chegar ao grande público? Para a directora da fundação criada pela artista, as retrospectivas deste ano de Marselha e Dijon, e outras na agenda, servem simplesmente para relembrar o seu papel na arte do século XX. “Há ideia que a Maria Helena Vieira da Silva terá ficado esquecida durante algum tempo, mas não é bem assim. Eu penso que quando se fazem grandes exposições, ela é relembrada. É apenas isso. Há várias exposições de seguida desta qualidade, como foi a de Marselha e agora a de Dijon; para o ano vamos ter uma enorme exposição em Rabat, Marrocos, sobre a sua obra; em 2024 vai haver uma grande exposição sobre o tema da liberdade nas comemorações do 25 de Abril. São coisas que vão ser muito surpreendentes. Eu penso que não ficou esquecido. Quando as obras dos artistas são mostradas novamente, são é relembradas”, acrescenta. Indissociável das suas telas são as cidades de Lisboa e Paris e as impressões/expressões de Portugal e França. “Portugal e França são indissociáveis na obra de Vieira da Silva. Portugal está na génese da sua essência porque foi lá que ela nasceu. Ela dizia que o seu nome era português, que tinha nascido no Bairro Alto no dia de Santo António, que não podia ser mais portuguesa e foi a Portugal que ela quis deixar a sua obra para se fazer o museu e para guardar a sua memória. Mas foi para Paris que ela quis vir estudar e viver porque em Portugal não podia progredir na sua carreira. Foi em Paris que encontrou o amor e o Arpad [Szenes] com quem casou. Foi em Paris que quis fazer a sua vida e que fez a sua carreira e, de facto, a sua carreira não teria sido tão importante se não estivesse em Paris. Portanto, ambos os países são indissociáveis da sua obra”, sublinha Marina Bairrão Ruivo, relembrando também o papel do Brasil aquando do exílio nos anos 40. Em 1980, Maria Helena Vieira da Silva disse que na sua pintura se via “uma incerteza, um labirinto terrível” mas que nesse labirinto “talvez se encontrasse uma qualquer certeza” e que talvez fosse isso que ela procurasse. Um labirinto de emoções, sensações, memórias para ver no Museu de Belas Artes de Dijon até 3 de Abril de 2023.
Quisemos saber quais as especialidades de cada um na cozinha. Houve muitas receitas de massa com atum - umas surpreendentes, outras estranhas...
Quisemos saber quais as músicas que ouvem para acalmar; Cozinha Avançada com Ensopado de Bacalhau; Pedro Ferreira quis dar o seu contributo gastronómico.
Fado Bicha é um projecto musical e activista criado por Lila Fadista, na voz e letras, e João Caçador, nos instrumentos e arranjos. A dupla ocupou um género musical tradicionalmente rígido para desenvolver um Fado iconoclasta que rebenta com códigos e importa temas que não tinham ainda expressão no Fado, nomeadamente lutas que fazem parte das vidas das pessoas LGBTI em Portugal. A dupla vai tocar este sábado na Noite dos Fados, no Centquatre, em Paris, e passou pela RFI. Fado Bicha é um projecto subversivo que tira do armário um género considerado, por muitos, como sagrado : o fado. O disco de estreia sai nas plataformas digitais a 3 de Junho e chama-se “Ocupação” porque Fado Bicha ocupou um lugar que não existia com um repertório de intervenção urgente que dá voz a causas e corpos invisibilizados. “É obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão”, conta João Caçador. É também um álbum que “tem muito de dor e de luto”, acrescenta Lila Tiago, com lutas que ganham nova voz depois de tantos anos no silêncio. O disco conjuga o lado dramático do fado tradicional com novos ambientes sonoros e líricos. Há piano, guitarra eléctrica, baterias electrónicas, instrumentos de sopro, mas nenhum tema tem guitarra portuguesa até porque “era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa” com Fado Bicha. Porquê? Porque “a guitarra portuguesa simboliza muito esse lado conservador do fado”. E Fado Bicha rompeu com as normas e devolveu ao fado a materialidade de uma “arte viva”. “Quisemos tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico”, explicam. Uma releitura do fado em que criticam a masculinidade tóxica, cantam as dores das identidades “queer” num mundo de rejeição, denunciam o racismo e o patriarcado e criam hinos de empoderamento e liberdade. Um disco que dizem ser pensado como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022, em forma de música e discurso". Fado Bicha é um dos projectos convidados para actuar na "Nuit 104 des Fados" no Centquatre em Paris, este sábado, 28 de Maio, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França, ao lado de Mariza, Lina & Raül Refree, António Zambujo, Riot e Émile Omar. RFI: Porque é que descrevem o disco como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022”? Lila Tiago: O álbum foi feito durante muito tempo porque começámos a gravar em 2019 com o nosso produtor Luís Clara Gomes (Moullinex) e foi sendo atrasado por várias razões, principalmente pela pandemia, mas acabou por abarcar um largo período do nosso trabalho e da nossa vida. Além disso, já começámos o projecto em 2017, portanto, já foi há cinco anos e este é o nosso primeiro álbum. Então ele reflecte este caminho que nós fizemos até agora e o álbum tem muito de dor e de luto, tem algumas músicas que referenciam, por exemplo, pessoas da nossa ancestralidade, da nossa família queer portuguesa da qual temos tão poucas referências e registos. E também tem muito de sugestões, de alegria e de luta. Queremos que tenha um pouco de passado e de futuro, representa-nos a nós, às nossas lutas e às nossas vidas pessoais, também aquilo que nos inquieta. Por isso, sentimos que é um pouco um manual de sobrevivência, por um lado de referência e de representatividade e, por outro, de luta e de futuro. Vocês também dizem que “o disco é o resultado uma jornada pessoal, artística e política”. Este é um disco manifesto, activista, “artivista”? João Caçador: É isso mesmo. O Fado Bicha começou por ser um exercício muito pessoal, interno, de nós as duas e, obviamente, enquanto corpos políticos que ocupam o espaço e que não querem fazer mais cedências tanto na vida pessoal como na vida artística, é obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão e, por isso, tentámos fazer um disco que trouxesse muitas propostas políticas, activistas, juntando a parte da arte com os nossos corpos, o que é inevitável. Por isso é que o disco se chama “OCUPAÇÃO”? Qual a simbologia deste título? Lila Tiago: Nós encontrámos, a certa altura numa entrevista, uma metáfora que nos serve muito bem e que é: nós puxámos uma cadeira que não estava lá para nos sentarmos à mesa. Esta mesa obviamente tem muitas acepções, não é só a mesa do fado em particular, mas é uma mesa de visibilidade e de existência plena. As pessoas LGBTI no mundo inteiro, mas falando especificamente de Portugal, estiveram à margem dessa vida plena e continuam a estar à margem dessa vida plena de muitas maneiras. Este disco obviamente não vai resolver isso, mas é um exercício simbólico artístico de ocupação nesse sentido, de recusar uma existência menos do que uma existência plena para nós. É também um disco, de certa forma, subversivo, que trouxe um sopro de liberdade ao fado, mas espanta que uma tal libertação só aconteça agora – se é que acontece - quando tivemos, por exemplo, um António Variações que tentou fazer isso há tantos anos… O que se passou? Portugal não estava preparado? Agora está? João Caçador: Este ano faz 40 anos da descriminalização da homossexualidade em Portugal, onde até 1982 a homossexualidade era crime e até aos anos 90 era uma doença. Nós sentimos que falta muito um debate e uma reflexão pública e conjunta e falta muita visibilidade LGBT em Portugal. As pessoas continuam a ter que viver as suas vidas dentro do armário, eu diria. Se calhar saímos do armário, mas depois entrámos todos juntos noutro armário com as famílias, com os amigos. Nós queremos dar um pontapé nessa porta que está há muito tempo fechada e com este disco ocupar esse património que também é nosso e as vidas que são as nossas e da nossa comunidade. Vamos então a esse “pontapé”. Já vamos ao lado musical, que é muito contemporâneo, mas primeiro as letras. De que falam as músicas no disco? Lila Tiago: O nosso disco é muito diverso e tem músicas que apontam para muitos sentidos, tanto musicalmente quanto liricamente também. Isso trouxe-nos alguma preocupação no sentido de pensarmos “Será que o disco fica coeso? Será que fica muito disperso?” mas acabámos por sentir - e estamos muito orgulhosas dele – acabámos por sentir que ele tem uma coesão lírica e conceptual muito forte, apesar de musicalmente apontar para muito sítios diversos. Por exemplo, falam no “povo pequenino, tão humilde, tão escarninho”, homenageiam “Lila fadista, bicha activista”, cantam “o meu nome é Alice e sou uma mulher trans”… Lila Tiago: Sim, é um pouco aquilo que eu disse no início. O disco tem muitas referências. Por exemplo, ao Valentim de Barros, logo na primeira música, que foi um bailarino português que possivelmente é a vítima mais visível, e ainda assim muito pouco visível, da homofobia de Estado e da homofobia da ciência médica. Ele foi internado na ala psiquiátrica do Miguel Bombarda, foi submetido a uma leucotomia à revelia do seu médico psiquiatra e acabou por viver a vida inteira num hospital psiquiátrico tendo um único diagnóstico a vida toda que foi pederastia passiva, ou seja, homossexualidade. Depois, temos músicas que referenciam não só pessoas da nossa ancestralidade, como a Gisberta Salce no “Medusa-me”, e também pessoas vivas, que estão à nossa volta, que compõem a nossa comunidade como a Alice Azevedo no “Fado Alice”, uma actriz e activista trans e nossa amiga muito próxima. Depois, tem músicas que reflectem a nossa visão de Portugal e as nossas preocupações num Portugal actual com uma força neofascista como terceiro partido político, por exemplo, e a nossa relação com o 25 de Abril. Nós somos filhas do 25 de Abril, nascemos já mais de uma década depois do 25 de Abril e, de alguma forma, olhamos para esse património e pensamos “que liberdade é esta que nós cantamos tão fortemente como fazendo parte do ADN de todas as pessoas que crescem neste país”? Mas, de facto, que liberdade é esta? A quem é que serve essa liberdade? Como é que essa liberdade é construída? Como é que ela é pensada, quando nós temos tanta dificuldade em aceitar que pessoas racializadas em Portugal nos escancarem o racismo que sofrem e seja tão difícil para tanta gente – e não digo só pessoas comuns, é só abrir os jornais e perceber nos comentadores brancos a dificuldade que têm em aceitar as narrativas de pessoas racializadas das suas próprias experiências. Que ideia é esta de liberdade? São vocês que escrevem as letras? Lila Tiago e João Caçador: Sim, a grande maioria, sim. Sentiram então essa urgência de serem porta-vozes de mensagens de certa forma chutadas para canto e silenciadas? Lila Tiago: Claro, claro. Nós adoramos fado, adoramos fado tradicional desde a adolescência. Nós cantamos fado porque é uma expressão absolutamente natural para nós e é exactamente aquilo que nós queremos cantar. Mas não nos interessava reproduzir as mesmas narrativas de há cem anos, dos amores e desamores. Interessava-nos sim, mas do nosso ponto de vista e dos nossos corpos, das nossas experiências. Em termos musicais, “OCUPAÇÃO” tanto evoca o lado confessional e dramático do fado tradicional, como o reinventa com outros ambientes sonoros e líricos. Há piano, há guitarra eléctrica, há baterias electrónicas, há instrumentos de sopro (clarinete e trompete), mas nenhum tema tem guitarra portuguesa. Porquê? João Caçador: Inicialmente era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa connosco porque a guitarra portuguesa também simboliza muito esse lado conservador do fado, muito simbólico e o peso do fado. Temos uma guitarrista que costuma tocar connosco às vezes, que é a Fernanda Maciel, que é uma guitarrista portuguesa brasileira, uma mulher brasileira na guitarra portuguesa. O que é pouco comum, desde logo, uma mulher na guitarra portuguesa… João Caçador: O que é muito pouco comum. E a instrumentação que nós usamos é muito diferente porque nós vemos o fado como uma matéria viva, como uma arte viva, e quisemos trazê-lo para o nosso tempo, enquanto músicas que vivem o seu próprio tempo e, dessa forma, tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico em que nós podemos trazê-lo para as nossas vidas. No fundo, é voltar às origens do fado que contava a vida do dia-a-dia de uma forma muito autêntica e nós contamos as nossas próprias histórias. Lila Tiago: E de acordo com as nossas possibilidades. Se não temos ninguém que toque guitarra portuguesa connosco, então não vai haver guitarra portuguesa. Mas, de certa forma, isso também traz um lado mais pop ao fado e até um lado mais vanguardista, ou não? Esse facto de não terem guitarra portuguesa mas terem outros instrumentos e uma batida mais electrónica? Lila Tiago: Eu não penso muito nessa questão da vanguarda e modernidade até porque eu acho que ela, às vezes, é usada contra nós no sentido de colocar as nossas identidades como invenções modernas, quando as pessoas queer e as pessoas dissidentes e as pessoas subversivas existem desde sempre - no fundo é a tradição que não as serve porque as elimina ou historicamente as eliminou. Eu penso mais em fazer com aquilo que temos à nossa volta, com as pessoas que se querem juntar a nós, que têm as suas forças para trazer ao nosso projecto. Fizemos este projecto com o Moullinex, ele é que nos conheceu primeiro, ouviu-nos num concerto muito por acaso e acabou por querer muito trabalhar connosco. Então, foi um processo muito bonito porque nós trazíamos as nossas composições e as letras e trazíamos as nossas influências e ele trazia as propostas dele. Era cada uma a puxar para o seu lado e a tentar encontrar um caminho comum e a entender o fado no meio disto. É como o João disse: há muito a ideia do fado autêntico como sendo com a guitarra portuguesa e a viola de fado e que o fado é assim desde há 250 anos. E isso não é verdade. O fado já passou por múltiplas mutações, qualquer objecto artístico, qualquer campo artístico se vai sempre mutando e reinventando à luz das gerações que seguem umas atrás das outras. E é isso que nós estamos a fazer. Vocês juntaram-se em 2017 e tomaram o Fado como ferramenta de trabalho e inspiração. Juntaram-lhe o adjectivo Bicha. Porquê? João Caçador: Foi até a Lila que quando começou o Fado Bicha usou essa palavra. Porque nós entendemos como uma palavra - que já existe, essa forma de visibilidade no Brasil que nós não inventámos nada - mas a ideia é de apropriarmos um insulto que foi dirigido contra nós durante muito tempo a agora usá-lo como arma de visibilidade e de identidade também para nós. A Lila fala muitas vezes que a palavra Bicha tem um simbolismo muito próprio porque - além de significar uma pessoa efeminada ou com aquilo que poderemos ver ou definir como uma coisa mais feminina da parte de um homem – tem uma carga de, para além da homossexualidade, de aproximar alguém masculino que abdica da sua masculinidade e se aproxima do lugar da mulher. Então, aquilo que subjaz à palavra bicha e homofobia é muito a misoginia de que um ser que se aproxima de um lugar feminino tem de ser punido socialmente por isso. É muito interessante para nós ter essas várias camadas nessa palavra e juntar o profano com o sagrado do fado, e uma identidade nacional com uma identidade que é vista como suja e que vem sujar e manchar o fado. Para nós, esse desafio artístico e pessoal também é muito interessante. Precisamente, vocês tocaram num campo algo sagrado, o fado. Como é que tem sido a recepção em Portugal e lá fora? Lila Tiago: A recepção tem sido incrível desde o início. Desde o início do projecto, a recepção tem sido maravilhosa. Eu acho que muitas pessoas se sentem excitadas pelo exercício que nós levamos a cabo, se revêem no que nós fazemos, nas nossas pautas, naquilo que trazemos a nível do discurso, adoram todas as experimentações que fazemos a nível musical. Crescemos muito, como é óbvio. Quando começámos foi num bar mínimo onde cabiam 20 pessoas e eu nunca imaginei que algum dia pudéssemos estar, por exemplo, a dar uma entrevista numa rádio em França. E eu acho que há uma energia de busca e de procura das pessoas para algo que elas sentem como sendo também arrancado da sua própria identidade e do seu património pessoal e cultural e traduzido à luz das suas preocupações actuais. Eu acho que muita gente se liga com esse exercício. Muito obrigada a ambas pela entrevista e também por nos trazerem um tema do vosso disco aqui aos estúdios da RFI. Trata-se de “Crónica do Maxo Discreto”, uma nova versão de um outro fado bem conhecido. Imagino que não tenha sido fácil reinventar este fado… João Caçador: O fado é o “Nem às paredes confesso”. Nós tocámos durante muitos anos essa música ao vivo, só que quando fomos gravar o disco os herdeiros dos direitos de autor recusaram – como muitos outros fados que nós tocávamos ao vivo – a possibilidade de nós podermos tocar esses fados. Então tivemos que recriar, mais uma vez, todos os fados que tocávamos e obrigou-nos a compor de raiz esses novos fados do álbum e a “Crónica do Maxo Discreto” é esse exemplo. Obviamente que tem influências desse fado “Nem às paredes confesso”, mas é uma música totalmente nova, foi a Lila que fez a letra, e foi muito interessante porque nos possibilitou trazer ou invocar essa figura do maxo discreto que é uma mistura de ódio e de desejo que muitas pessoas LGBT sentem e que traz a ideia das possibilidades do armário, dos lugares onde nos podem empurrar, tanto de liberdade quanto da falta dela. Então, é uma mistura que vive muito dentro de nós diariamente, esta ideia de viver dentro da norma e fora da norma. É uma versão bem empática e, ao mesmo tempo, provocadora dessa realidade.
SBS in Portuguese discovered that Carlos Ribeiro, one of the five boys from the first and most famous Portuguese boyband of all time – Excesso – has been living in Australia for 12 years. After leaving the past stardom in the 90s with Excesso behind to embrace a new life working in the hospitality industry in Down Under, Carlos guarantees that he lives today "much happier". - A SBS em português descobriu que Carlos Ribeiro, um dos cinco rapazes da primeira e mais famosa boyband portuguesa de todos os tempos – os Excesso – vive na Austrália há já 12 anos. Primeiro, passou uma larga temporada em Melbourne, tendo-se mudado para Brisbane durante a pandemia da Covid-19. Quisemos saber tudo sobre o passado de estrelato nos anos 90 com os Excesso, mas também como está a vida de Carlos agora que trabalha na área da hotelaria em Down Under. Apesar de confessar que fazer parte dos Excesso “foi a realização de um sonho”, Carlos garante que vive hoje “muito mais feliz”.
Quisemos comemorar a chegada ao episódio 100 de Putos Danados com ouvintes regulares. Por isso convidamos o João Brás que afirma só ter falhado um episódio e falou-nos de momentos memoráveis e de um dos seus hobbies preferidos; a Alexandra Sobreira ouviu boa parte dos episódios e contou-nos como gostava de ter participado em algumas das conversas mais polémicas que já tivemos; o André Baptista foi convidado por ouvir ocasionalmente e acabou para insultar um dos anfitriões e fazer uma revelação polémica dos seus hábitos de reprodução do nosso podcast.
Episódio 313 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. Hoje é Teresa Pombo que nos lê "Na tua boca", de Maria do Rosário Pedreira. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 311 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. No ano do seu centenário, Liliana Silva escolheu um poema de José Saramago: "Não me peçam razões". Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 312 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. A segunda leitura de hoje é de João Pedro Pereira: "Amigo", de Alexandre O'Neill. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 310 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. "A pequena praça", Sophia de Mello Breyner Andresen, foi a proposta de António Nogueira. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 309 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. E quem disse que as histórias são à hora de deitar? Luísa Dinis leva-nos até ao livro de Poppy Bishop, "O urso e a casa dos livros". Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 307 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. Começamos hoje com Matilde Campilho na voz de Alexandra Lopes Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 308 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. Jorge Borges traz-nos "aquele" poema de José Luís Peixoto. Dito e escutado tantas vezes, permanece imprescindível, todos os dias este "Na hora de pôr a mesa" Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 306 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. Agora, "Tílias" de A.M. Pires Cabral, lido por Anabela Caldeira. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 305 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Durante esta semana realiza-se a "Semana da Leitura", com centenas de eventos e muitas escolas do país, com apoio do Plano Nacional de Leitura e a Rede de Bibliotecas Escolares. Quisemos ir ouvir quem trabalha nestas duas estruturas, muito mais do que apenas duas siglas que nos habituamos a referir quando falamos de promoção do livro e da leitura. São feitas de gente, de pessoas com os seus gostos literários e que desafiámos para darem a voz este semana. Neste episódio, o poeta brasileiro Manuel Bandeira, na voz de Cristina Sarmento. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Os programas de compras governamentais têm uma importância enorme no mercado editorial. O Programa Nacional do Livro e do Material Didático – PNLD, é um dos mais importantes já que compra milhões e milhões de exemplares de diversas editoras. Neste episódio, falamos mais especificamente do PNLD Literário e o impacto que ele tem para as editoras menores e independentes, que a cada ano, têm apostado no programa e emplacado obras nos editais. Os nossos convidados de hoje são Cândido Grangeiro - Editor da Palavras Projetos Editoriais e Raquel Menezes – editora e dona da Oficina Raquel. Nessa conversa, eles dividem um pouco das suas experiências. Uma com mais anos aprovando obras no PNLD, como é o caso de Cândido; e outra que começou há pouco inscrevendo seus livros em programas de governo, como é o caso da Raquel. Quais os desafios envolvidos, as benesses, possibilidades e toda a mobilização que precisa ser feita para conseguir participar do processo de seleção? Quisemos saber das dificuldades e recompensas de todo esse esforço, e claro, se realmente vale a pena. Este podcast é um oferecimento da MVB Brasil, empresa que traz soluções em tecnologia para o mercado do livro. Além da Metabooks, reconhecida plataforma de metadados, a MVB oferece para o mercado brasileiro o único serviço de EDI exclusivo para o negócio do livro. Com a Pubnet, o seu processo de pedidos ganha mais eficiência. https://brasil.mvb-online.com/home Já ouviu falar em POD, impressão sob demanda? Nossos parceiros da UmLivro são referência dessa tecnologia no Brasil, que permite vender primeiro e imprimir depois; reduzindo custos com estoque, armazenamento e distribuição. Com o POD da UmLivro, você disponibiliza 100% do seu catálogo sem perder nenhuma venda. http://umlivro.com.br e agradescemos ao nosso novo apoiodor: a Alta books Uma editora de livros sempre reinventando e investindo em projetos relevantes. Com mais de 20 anos no mercado, 5 selos e 3000 títulos publicados, com best-sellers nas temáticas de desenvolvimentos pessoal, informática, finanças, entre outros. Atualmente o foco é o novo selo Alta Novel, com best-sellers internacionais de variados gêneros, como romance, fantasia, sci-fi, thrillers e mais. Este é o episódio número 203 do Podcast do PublishNews do dia 14 de fevereiro de 2022 gravado no dia 10 . Eu sou Fabio Uehara e esse episódio conta com a participação de Karina Lourenço e Talita Facchini. A edição é de Gil Luiz Mendes. E não se esqueça de assinar a nossa newsletter, nos seguir nas redes sociais: Instagram, YouTube, Facebook e Twitter. Todos os dias com novos conteúdos para vocês. Vamos ouvir a conversa com o Cândido e a Raquel. The Great - Prime Video (https://www.primevideo.com/detail/The-Great/0TAEAD4JQBEEGYPOUH4JMXHLMW?_encoding=UTF8&language=pt_BR) Pelos olhos da minha mãe - Laura Huzak Andreato e Iolanda Huzak - Palavras Projetos editoriais (https://www.palavraseducacao.com.br/shop/pelos-olhosminha-mae) Os sabiás da Crônica - Augusto Massi (org.) - Autêntica (https://grupoautentica.com.br/autentica/livros/os-sabias-da-cronica/2018) Leo: https://www.instagram.com/leoneto.jpg/ https://www.linkedin.com/in/leonardo-neto-5b750720/ 100 nome das edição no Brasil - Leonardo Neto - Oficina Raquel ( https://www.oficinaraquel.com.br/livro/100-nomes-da-edicao-no-brasil/) --- Send in a voice message: https://anchor.fm/podcast-do-publishnews/message
Depois de uma gigantesca reforma que durou cinco anos, o Museu Carnavalet abre os trabalhos de um ano dedicado ao gênio de Marcel Proust na capital francesa, com duas efemérides de peso em 2022: os 150 anos de nascimento e os 100 anos da morte deste escritor francês criado na efervescência da rive droite parisiense do fim do século XIX. A exposição Marcel Proust, um romance parisiense, retraça os passos do escritor na capital, seguindo os do protagonista de Em Busca do Tempo Perdido. Márcia Bechara, da RFI A curadora da exposição Marcel Proust, um romance parisiense no Carnavalet, museu dedicado à história de Paris, Anne-Laure Sol, explica que a mostra é dividida em duas partes principais, entre a realidade da Paris habitada pelo escritor e aquela imaginada por seus livros. "A primeira parte da exposição é, em parte, biográfica, e se interessa pela vida de Proust em Paris, depois da chegada de sua família materna na capital francesa no começo do século XIX", aponta. "É uma família judia, que chega da Alsácia, e essa parte biográfica vai até a morte do escritor, no 6° distrito da capital. O percurso museográfico é organizado seguindo os diferentes domicílios da família de Marcel Proust, e os seus após a morte de seus pais, e isso nos permite juntar os pedaços de sua vida e entender melhor sua formação estética, suas relações profissionais, seus amores. Isso nos permitiu mostrar também em que Paris viveu Proust", explica Sol. Um homem da "Rive Droite" A exposição no Museu Carnavalet contextualiza a dimensão decisiva de Paris no despertar da vocação literária de Marcel Proust, desde seus primeiros textos no final da década de 1890 com seus colegas do liceu Condorcet, até sua entrada na alta sociedade parisiense. "É muito interessante observar que Proust era uma homem da rive droite", diz a curadora, fazendo referência à margem direita do Sena, rio que corta a cidade de Paris em rive gauche (esquerda) e droite (direita). "Ele vivia em torno de um perímetro pequeno, no 8° distrito. A aristocracia francesa durante muito tempo viveu na rive gauche, do lado esquerdo, era mais prático para ir a Versalhes e encontrar a Corte", detalha Anne-Laure Sol. "Sob o império de Napoleão 3°, essa elite parisiense vai se instalar do lado direito do rio, porque era uma Paris mais moderna, com grandes avenidas e espaços para mansões, e acontece então esse deslocamento da elite da capital no meio do século XIX para o oeste de Paris e a margem direita do Sena", lembra a curadora da exposição. O quarto de Proust Cerca de 280 obras, entre pinturas, esculturas, fotografias, maquetes arquitetônicas e vestimentas, manuscritos e documentos de arquivo, de coleções públicas e privadas, evocam o universo parisiense de Marcel Proust, oscilando entre a realidade e a reinvenção. Um dos colecionadores que foram interlocutores ativos da curadora Anne-Laure Sol, do Museu Carnavalet, foi o brasileiro Pedro Corrêa do Lago. "Gostaria de agradecer a participação deste colecionador tão erudito e tão importante para esta mostra", sublinhou a francesa. Lago é historiador da arte e o colecionador brasileiro que reune o maior acervo particular de cartas e manuscritos originais do mundo. "Nós conservamos o quarto de Marcel Proust graças a doações destes bibliófilos. Há a sua cama, mas também uma certa quantidade de objetos que lhe pertenciam. Trata-se da cama onde ele redigiu o essencial de Em Busca do Tempo Perdido, que é também a cama onde ele morreu", diz Anne-Laure Sol, que também coordena o patrimônio do Museu Carnavalet. "[A cama] É um objeto particularmente emocionante e a colocamos no centro do percurso dessa exposição para que as pessoas se deem conta que entre a Paris biográfica e real e a Paris ficcional recriada pelo escritor, na segunda parte da exposição, existe esse quarto, que é o laboratório dessa criação", diz. Em Busca do Tempo Perdido A segunda parte da exposição se abre sobre a Paris fictícia criada por Marcel Proust, seguindo a arquitetura do romance Em Busca do Tempo Perdido através de lugares parisienses emblemáticos, e oferecendo uma viagem pela obra e pela história da capital francesa, focalizando os principais protagonistas do romance. “Quisemos oferecer ao público uma viagem pelos principais lugares presentes no Em Busca do Tempo Perdido”, diz Sol. “Nos interessamos pelos valores simbólicos desses lugares de iniciação de Proust. Fomos em busca desses lugares míticos, o Bois de Boulogne, a Champs Elysée, o Faubourg de Saint-Germain, qual a relação do herói do romance com esses lugares e, sobretudo, como o escritor demarcava a questão da passagem do tempo, contando a transformação da cidade”, diz a curadora. "Proust se mostra verdadeiramente um produto desta cidade parisiense, desse ambiente sociocultural único no mundo do fim do século XIX, Paris estava então no apogeu de sua dominação cultural", pontua Sol. "O escritor leva no centro disso tudo uma vida extremamente mundana e sabe também perceber o declínio desse mundo. Observando o romance proustiano, vemos que ele se interessa em descrever uma sociedade que vai desaparecer com a guerra no fim do século", conta a curadora. A exposição Marcel Proust, um romance parisiense fica em cartaz no Museu Carnavalet até o dia 10 de abril de 2022.
Estamos de volta para mais um episódio! Quisemos marcar o episódio 30 com uma mudança e também com uma conversa sobre a nossa experiência com o podcast até ao momento. Neste episódio partilhamos como temos vivido o podcast e o que este projecto nos tem trazido. Esta é uma conversa transparente e honesta em que chegamos a algumas reflexões interessantes sobre isto de nos expormos, dos nossos medos e crenças em relação a este projecto e não só...
O convite ao Luis surgiu no seguimento do lançamento do seu primeiro livro intitulado Enogastronomia. Quisemos saber sobre o que trata e o que pretende mudar na forma como as pessoas escolhem a comida para o vinho, ou mais estranho ainda… o vinho para a comida. Enogastronomia: Amazon.es: Gradíssimo, Luis: Libros en idiomas extranjeros De caminho passámos revista aos muitos e variados projectos a que o Luis dedica o seu tempo. Formação de consumidores, eventos vínicos… you name it. Podem encontrar todas as informações aqui: Enóphilo (enophilo.pt) Livros recomendados: À Mesa com os Filósofos - Livro - WOOK O Pedaço que Falta - Livro - WOOK
Costa anuncia encerramento de escolas. “Quisemos evitar", mas o risco "aumentou muito”
A Lígia falou connosco sobre os mil projetos e convicções que a acompanham, sobre o percurso profissional inesperado e de como nunca é tarde para seguir os nossos sonhos. Quisemos saber se o trabalho remoto veio para ficar e quais as melhores dicas para criar um impacto positivo no mundo. Acompanhem o trabalho da Lígia: Instagram @acrushon___ Blog http://acrushon.com Peggada (agregador de negócios sustentáveis): www.peggada.com Work from Neptune (trabalho remoto): http://workfromneptune.com Para mais informações sobre comércio sustentável: https://goodonyou.eco --- Send in a voice message: https://anchor.fm/polaridadepodcast/message
O Dia Internacional do Voluntariado celebra-se este sábado, dia 5 de Dezembro. Quisemos sinalizar o dia com uma conversa em jeito de debate com dois convidados de peso: a Joana Pereira, presidente da associação Para Onde, e o Afonso Borga, mestre em Estudos de Desenvolvimento. São dois especialistas que fazem do voluntariado um modo de vida e neste episódio responderam a todas as perguntas que vocês nos fizeram chegar por Instagram e WhatsApp. A conversa passa pela problemática do voluntariado de curta-duração, discute o estado do voluntariado em Portugal e toca no dever (ou não) do apoio do Estado. As temáticas são variadas, porque as perguntas foram muitas - este é um programa perfeito para servir como porta de entrada para uma discussão entre família ou amigos. Esperemos que outras conversas se sigam!
A Lei Geral de Proteção de Dados será o tema do 8º Café de Negócios, evento promovido pela Associação Empresarial de Orleans (Acio). A palestra está marcada para esta quarta-feira, dia 18, às 19h, via Google Meet. Participam as advogadas da equipe Gouvêa dos Reis, Débora Vandresen e Luessa de Simas Santos, além de Murilo Gouvêa dos Reis, assessor jurídico da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). “Quisemos trazer um tema que todas as empresas têm que se adequar, que é a Lei Geral de Proteção de Dados. Ela entrou em vigor em agosto de 2018 e com vigência em agosto deste ano. É necessário entender essa lei porque tenta criar um cenário de segurança jurídica para pessoas físicas. Quisemos abordar esse tema por ser uma lei nova para atender melhor nossos associados”, relatou a diretora executiva da Acio, Paolla Vieira. Em entrevista por telefone ao Cruz de Malta Notícias desta quarta-feira, dia 18, ela explicou que as inscrições podem ser feitas até às 17h e a palestra é gratuita.
Chegámos à lição 100!!! Não. É mentira. Quisemos apenas presentear-vos com um episódio cheio de assuntos deliciosos pré-confinamento de fim de semana. Apostamos que vão gostar.
Geógrafa e especialista em Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa, Érica Liberato é um dos membros da equipa da Zero Waste Youth Portugal. Quisemos conhecê-la melhor e ouvir o seu testemunho sobre a sua experiência internacional como consultora e empreendedora social em iniciativas e projetos de impacto e na construção de planeamento estratégico para a Sustentabilidade (delegada brasileira Jovens em Fóruns da ONU e OCDE; liderança jovem em movimentos como Youth Climate Leaders; Zero Waste Youth e UN MGCY). Como se não bastasse esta longa lista, ela dedica ainda o seu estudo e o seu trabalho à Teoria U, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e à Inovação Consciente e Consciência Ecossistémica. Morou em 6 países diferentes e agora está connosco em Portugal. Um dos momentos mais intimistas e inspiradores desta conversa aconteceu quando falámos de "burnout": quando trabalhamos em sustentabilidade muitas vezes esquecemo-nos de cuidar na nossa sustentabilidade pessoal e a Érica partilha connosco um dos momentos mais duros da sua vida - estava comprometida com os projetos dos outros, a entregar o melhor de si e a esquecer-se do seu projeto pessoal. O seu propósito de vida é colaborar com iniciativas de impacto e deixar um legado de contributo positivo no mundo. Obrigada, querida Érica! A voz ao comando, como sempre, é da Paula Cordeiro, numa produção Streaming Ideas. Esperamos que gostem! Até já!
No primeiro episódio gravado juntinhos (pois as amigas estiveram a almoçar), até começamos com o Fat a tentar fazer analogias com panelas, mas rapidamente passamos para o episódio com temas mais polémicos de sempre : Crianças que comem Bananas, Pretos, Ciganos, Machistas, Gays, Moldavos e até uma raiva descontrolada do Fit com Franceses! Vejam que podíamos ter escrito aqui : Racismo, Xenófobia, Feminismo, Homofobia... mas não! Quisemos mesmo ver quem são os Coninhas aqui! No entanto, terminámos com uma Vitamina bem fofinha. Ide ouvir Ide.
Há filmes fadados a fazer parte do nosso catálogo pelo número de referências e, por isso, Homem Demolidor era inevitável. A ficção futurista, que colocou Stallone e Snipes no centro de um duelo de acção e comédia, estreou no início dos anos 90 e parecia um produto old fashion que iria ficar por ali. Mas depois veio a internet, os memes e as piadas com as 3 conchas…Quisemos assinalar a ocasião em grande e gravámos tudo em estúdio com direito a 3 convidados: JB Martins (Cineblog) e João Bastos (Revolta da Pipoca 2) na sala e Alec Gillis (Studio ADI) via Skype para nos explicar como se faz uma câmara criogénica em 2032. Vamos também andar à cata dos grandes erros do cinema com a estreia da rubrica Errar é Umano.
Hoje quisemos saber o que
É um dos nomes mais falados da televisão nacional, especialmente depois da transferência para a TVI. Quisemos saber tudo sobre essa decisão numa das primeiras entrevistas que o Cláudio Ramos deu desde que a tomou; sobre a relação actual com a ex-vizinha Cristina Ferreira e até sobre o concretizar de um sonho com o Big Brother 2020. Tem mesmo de ouvir este episódio essencial do "Cada Um Sabe de Si".
O Sofá deu um salto até ao norte do país: fomos até à Universidade do Minho, ao Instituto de Ciência Sociais, para debater os Óscares deste ano num episódio ao vivo! Quisemos saber o que é que o público achou do vencedor de Melhor Filme, Parasite, e dos nomeados para outras categorias.
Portugal conta com a ajuda de Sérgio Renato, o super-herói português. Quisemos conhecer melhor os superpoderes dele, mas, ao que parece, não são assim lá grande coisa. P.S.: Este episódio […] O conteúdo Solta o Javali #27 – Sérgio Renato, o super-herói português aparece primeiro em Engenharia Rádio.
O primeiro festival de podcasts - PODES - aconteceu no dia 9 de Novembro e marcámos presença com a nomeação na categoria de Cultura e Entretenimento. Não levámos o troféu para casa mas fizemos novos amigos. Quisemos saber, entre nomeados e alguns convidados bem conhecidos, qual foi o filme que viram mais vezes. As respostas podem surpreender. Neste especial, vão poder ouvir os testemunhos de alguns dos melhores podcasts nacionais (Fumaça, Fred e Inês Falam de Coisas, Cabeça do Ned, Brandos Costumes, Linuxtech, Ubuntu PT, Zero Preconceitos) e pessoal da rádio e TV como o Rodrigo Gomes da RFM, o Diogo Beja e a Joana Azevedo da Comercial, o Conguito da Megahits e o Tiago Góes Ferreira da RTP. Para fechar, ainda falámos com o Márcio Barcelos da organização do evento.
Você consegue lembrar a primeira vez que viu um s** shop na vida? Vários têm neons e vitrines chamativas, cheias de fantasias. Outros são mais discretinhos - voltados para aquelas pessoas que não querem ser vistas entrando. E hoje temos também as opções Online - a cada dia mais numerosas e diversificadas. Uma coisa é certa; essas lojas são cheias de opções para você que busca ainda mais prazer nessa vida! Então vamos falar delas? HOJE o nosso programa vai desvendar as muitas histórias por trás dos s** shops e mergulhar nesse mundo de prazer. Vamos juntas? Então já coloca a sua fantasia que vamos começar! Direção e Roteiro: Laura Sarkovas Apresentação e Produção: Sofia Menegon Edição: Thais Ramos
Quisemos saber o que os ouvintes acham que será do ano de 2018 no Mundo de Saint Seiya! Juntamos o Bruno, Allan, Jorge, Aline e Nicoll para ler os comentários da galera.
A Catarina junta-se ao restrito lote de convidados repetentes do nosso podcast. Na verdade, é um lote só com ela e o Albano Jerónimo! Curiosamente, eles já fizeram par romântico no pequeno ecrã. Esta foi uma das revelações que a Catarina Furtado fez no "Cada Um Sabe de Si" desta vez.. porque, na última vez que falámos, ela fez-nos uma revelação chocante, que deu que falar. Quisemos saber quais foram as reacções na altura. E quisemos saber também tudo sobre o novo livro "Adolescer é fácil.. só que não". A Catarina tem conselhos óptimos para adolescentes e para os pais! E neste regresso, a Catarina teve de responder à pergunta final, que agora fazemos; e prometeu um regresso muito especial para breve!
Seja bem-vindo(a) aos 30 dias de upgrade! Esperamos que você aproveite cada segundo desse mês que vamos passar juntos, e que você participe muito, porque tudo o que faz parte desse projeto foi feito especialmente para você. Quisemos começar essa série pelo começo, e contar como viemos parar no mercado de casamentos. Achamos importante contar isso porque foram as condições do mercado quando nós decidimos trabalhar com casamentos que fizeram Brigadeiro Filmes ter esse jeitinho só dela e o que era uma grande desvantagem pra nós acabou se tornando o nosso maior diferencial. No começo, nada era planejado, mas logo percebemos que teríamos que levar a coisa a sério se quiséssemos realmente viver disso. Hoje é só um aquecimento para os nossos 30 dias, mas a caixinha de comentários já está liberada. Aproveita e já vai deixando as suas dúvidas, porque ainda temos alguns vídeos para gravar, e vai ser superlegal. Não esquece de convidar a galera pra participar também. Quanto mais gente, mais legal.
Respondendo, em parte, à pergunta: "como tem sido a vivência de algumas comunidades imigrantes em Portugal?", abordamos questões como a habitação, segregação espacial, acesso à cidadania, bilinguismo, preconceitos, auto-emprego e trabalho doméstico. Quisemos conhecer mais sobre a população caboverdiana, brasileira, bangladeshi e hindu. O podcast dá igualmente algumas pistas sobre a situação da emigração portuguesa nos últimos anos. Sobre estes e outros assuntos, Marta Lança, editora do BUALA, conversa com a ativista Rita Silva, Beatriz Dias (dirigente da Djass), a professora Josefa Cardoso, a socióloga Raquel Matias, a psicóloga Cíntia de Paula, o antropólogo José Mapril e os sociólogos Nuno Ferreira Dias e Rui Pena Pires. Excertos: "Lisboetas", Sérgio Tréfaut (2004) "Provisional Figures Great Yarmouth" Marco Martins (2018) Música: "Alto Cutelo" Os Tubarões (Pépé Lopi, 1976) "Filosofia" Bau (Inspiração, 1998) "Arrasta Pé Alagoano" Hermeto Pascoal (Cérebro Magnético, 1980) "Glória" Pixinguinha interpretado por Luperce Miranda (A música genial de Pixinguinha, 1980) "Saudade" Maria Bethânia e Lenine (Tua, 2009) "Voltei, voltei" Dino Meira (Voltei, 1993) "Vim de longe" José Mário Branco (Ser solidário, 1982)
(download) Estivemos à conversa com Luís Sarmento, especialista na área de Inteligência Artificial e Machine Learning. Quisemos perceber o que é afinal Machine Learning. Nós, programadores, estamos habituados a escrever explicitamente as regras de... O post Programa 25 – Luís Sarmento – Machine Learning aparece primeiro no 10web.
A 18 de Junho de 2006 foi aprovado em referendo pelos Catalães e Catalãs o novo Estatuto de Autonomia da Catalunha. Este novo estatuto, que vinha substituir o de 1979 aprovado com o fim da ditadura de Franco, dizia, no seu preâmbulo, que a Catalunha era uma “nação”. O novo documento, aprovado também pelo Congresso dos Deputados e Senado Espanhol, dava mais poderes administrativos e fiscais à Catalunha e equiparava a língua catalã à castelhana. No entanto, apesar deste estatuto ter entrado em vigor a 9 de Agosto de 2006, foram várias as acusações de inconstitucionalidade. O Partido Popular, do agora primeiro ministro espanhol Mariano Rajoy, foi o que mais se fez ouvir, denunciando 187 artigos. Foi então que em 2010, o Tribunal Constitucional decidiu retirar do documento 14 artigos e alterar 27, incluindo a parte do preâmbulo que se referia à Catalunha como uma “nação”. Com a crise económica e financeira fortemente sentida em Espanha, seguida das políticas de austeridade do governo espanhol, e um estatuto de autonomia em grande parte alterado, não tardou até que o povo Catalão saísse às ruas nos anos seguintes. Como disse Manuel Loff, o nosso convidado do episódio de hoje, entre 1977-81 e 2012, “apesar das tensões, os catalães pareciam ter encontrado o seu lugar em Espanha.” Mas a 27 de Outubro deste ano, a Catalunha, através do seu parlamento, escolheu perder esse lugar em Espanha e declarou a independência. Como é que chegámos aqui? Como é que o movimento independentista cresceu tanto? Quem faz parte deste movimento? Os Catalães devem ou não escolher se querem fazer parte de Espanha? E como tem sido a resposta do governo espanhol? Hoje conversamos com Manuel Loff, historiador, professor na Universidade do Porto e investigador no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, sobre a Catalunha. Falámos não só do que tem acontecido nos últimos meses mas também da história daquela que é uma das regiões mais economicamente poderosas de Espanha. Quisemos perceber o porquê deste movimento independentista, falar sobre o que conduziu a Espanha e a Catalunha até este momento, e analisar a resposta do governo de Mariano Rajoy. Ouve aqui o novo episódio. Até já, Maria Texto: Maria Almeida Preparação e entrevista: Maria Almeida e Ricardo Ribeiro Captação e edição de som: Bernardo Afonso Support the show.
Suíça, 5 de Junho de 2016. O Rendimento Básico Incondicional vai a votos, num referendo feito à população Suíça e é esmagado com 77% de votos contra. Não era desta que o RBI chegava à Suíça, embora a discussão do mesmo estivesse presente nos meios académicos deste país desde a década de 80 do século passado. Mas a ideia de uma renda básica é ainda mais antiga. Nomes como Thomas Moore, Virginia Woolf ou Milton Friedman abordaram o assunto algures nas suas vidas, dando-lhe diferentes formas e feitios. Quisemos saber mais sobre como é pensado o conceito de um Rendimento Básico Incondicional nos dias que correm, sobretudo na realidade Portuguesa e Europeia. Falámos com o Gonçalo Marcelo, Investigador no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, professor na Católica Porto Business School e dirigente da Associação pelo Rendimento Básico Incondicional em Portugal. Será que o ser humano tem direito a ter as suas necessidades básicas asseguradas, sem ter de trabalhar para isso? Conseguimos passar a ter direito à preguiça? Como é que combatemos a precariedade e damos o poder a todas e a todos de dizer “não”, ou de dizer “sim”, a um trabalho? O RBI é a resposta para todas estas perguntas? Da nossa parte prometemos continuar a fazer Fumaça Incondicional. Oiçam aqui mais uma, Até já, Pedro Santos e Tomás Pereira Support the show.
Em Julho de 2017, multiplicavam-se as notícias sobre o trabalho dos deputados da Assembleia da República nos media portugueses. Faziam-se rankings dos mais faltosos, falava-se daqueles que até poderiam "chumbar" por faltas, e apontava-se o dedo àqueles que não abriam a boca no plenário. O Jornal de Notícias, por exemplo, indicava os "dez deputados que não abriram a boca", o Observador, por sua vez, dizia que Maria Luís Albuquerque estava "perto de chumbar" por faltas, e o Público, num tom contabilístico, alertava para as 1517 faltas dadas pelos deputados, adiantando que o PSD e PS eram os partidos "mais faltosos”. Mas, afinal, o que estavam estas notícias a dizer-nos? Será que os deputados eleitos pelos portugueses para a Assembleia da República não estavam a fazer o seu trabalho? Como poderiam faltar, e em alguns casos, nem sequer abrir a boca para falar no plenário? A verdade é que o trabalho dos deputados vai em muito para além das intervenções no plenário, que tanto nos habituámos a ver nos telejornais. Como nos disse o David Crisóstomo, no episódio que hoje lançamos, "existe uma imagem errada na sociedade portuguesa de achar-se que a essência do trabalho parlamentar é o plenário". Mas, então, o que faz um deputado na Assembleia da República? Que trabalho é que é feito nos "bastidores"? Como são produzidas as leis? Quem pode propor um projeto de lei? Um grupo de cidadãos pode fazê-lo? E qual é o papel do Presidente da República? Quando pode o Presidente usar o poder do veto? Quisemos saber mais sobre a Assembleia da República e o processo legislativo, e por isso, conversámos com o David Crisóstomo, co-fundador do Hemiciclo, um projeto que se destina a monitorizar a atividade parlamentar da Assembleia da República. Com explicações minuciosas, o David, que nos disse várias vezes que não é jurista, explicou-nos como funciona o parlamento, falou-nos do trabalho que é feito pelos deputados, no plenário e fora dele, esclareceu-nos sobre o processo legislativo, desde que um projeto de lei é apresentado na Assembleia até que é promulgado pelo Presidente, e falou-nos da falta de transparência que por vezes temos no parlamento português. Hoje, o É Apenas Fumaça está de volta e podem ouvir aqui o primeiro episódio desde que voltámos de férias. Obrigada e até já, Texto: Maria Almeida Preparação e entrevista: Maria Almeida e Ricardo Ribeiro Captação e edição de som: Bernardo Afonso Support the show.
A campanha eleitoral angolana teve início ontem, exatamente um mês antes das eleições gerais. 5 partidos e 1 coligação irão a votos. Na liderança do MPLA estará João Lourenço, atual Vice-Presidente do MPLA e Ministro da Defesa. Quanto ao atual presidente, José Eduardo dos Santos, não se recandidatará pela primeira vez e tudo indica que deixará a presidência de Angola passados 38 anos. Desde 2 de Maio que não aparece publicamente. Rafael Marques, jornalista e fundador do Maka Angola, escreve sobre o assunto dizendo que "ao que tudo indica, Dos Santos terá perdido a capacidade da fala, uma vez não se pronuncia publicamente desde finais de Abril passado.”. Segundo informações de familiares de José Eduardo dos Santos e da Angop, agência noticiosa detida pelo Estado angolano, o presidente angolano tem-se deslocado várias vezes a Barcelona para tratamentos de saúde. Para Dito Dalí, com quem conversamos hoje, José Eduardo dos Santos pode até estar morto: “Neste exato momento, não sabemos o paradeiro do José Eduardo dos Santos, se está morto ou não está.”. Ouve aqui o novo episódio: Enquanto isto, também o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, se encontra fora do país "em visita privada temporariamente”. Um Despacho publicado em Junho e assinado por José Eduardo dos Santos designa o general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, como o representante do vice-presidente na sua ausência e portanto a figura mais alta do Estado. Esta foi uma decisão histórica e que já muitos angolanos vieram denunciar como inconstitucional e que Isaías Samakuva, líder da UNITA, classificou como “golpe de estado constitucional”. Mas afinal, quem governa Angola? Conversámos com o Benedito Jeremias “Dito Dali”, ativista angolano pela democracia em Angola que esteve preso durante um ano em 2015 no processo dos 15+2, acusado de crime de atos preparatórios de rebelião. Quisemos perceber melhor o que se passa em Angola desde que José Eduardo dos Santos se apresentou publicamente pela última vez, e quem hoje lidera o governo angolano. Enquanto se fala em golpe de Estado quisemos perceber quem é o general “Kopelipa”, e qual o seu papel no governo angolano. Até já, Ricardo Ribeiro e Bernardo Afonso. Support the show.
Em 1999 a Sofia Branco, com quem conversamos no episódio de hoje e que na altura trabalhava no Público, foi a única jornalista a assistir a uma conferência de imprensa em Lisboa. Falava-se de Mutilação Genital Feminina. A partir desse dia trabalhou o tema afincadamente, que na época era completamente desconhecido na sociedade Portuguesa. Meninas em África eram mutiladas, cortavam-lhes os genitais a sangue frio, e marcavam-nas para a vida. Hoje, passados 18 anos, o fénomeno persiste. Segundo a UNICEF pelo menos 200 milhões de mulheres e meninas foram submetidas à mutilação genital feminina. Em países como a Somália, de acordo com a mesma organização, isto representa cerca de 90% da população feminina entre os 15 e 49 anos de idade, e na Guiné Bissau, antiga colónia Portuguesa e que conta com vários imigrantes viver em Portugal, é 50%. Mas porquê? Como é que uma mãe poderá fazer isto a uma filha? Será um problema do islão? Acontece em Portugal? E como é que se combate? Falámos sobre tudo isto com a Sofia Branco, ativista, feminista, e atualmente jornalista na Agência Lusa e Presidente do Sindicato dos Jornalistas. Foi também jornalista no Público, e é autora dos livros “Cicatrizes de Mulher” sobre a mutilação genital feminina, e “As Mulheres e a Guerra Colonial”. Quisemos perceber o que é a mutilação genital feminina, em que contexto acontece, onde e porquê, e o que se tem feito para erradicar este ritual. No final do episódio ainda sobrou tempo para falarmos de jornalismo, se deve existir um jornalismo de causas, e qual o estado do jornalismo de investigação em Portugal. Ouve aqui mais um episódio. Até à próxima. Maria Support the show.
É Páscoa! Agarrem nas amêndoas e preparem-se para mais um rico episódio, cheio de ginga e de humidade que apanhámos no microfone (pedimos desculpa pela qualidade do áudio). Quisemos aproveitar as recentes polémicas para falar de viagens de finalistas, comentámos alguns aspetos do novo programa da TVI "Pesadelo na Cozinha" com Ljubomir Stanisic e também pusemos a cabeça a girar a pensar até que ponto os atacadores de sapatos conseguem ser irritantes.
Esta semana lançamos Fumaça com o João, um dos gestores anónimos da página Os Truques da Imprensa Portuguesa. Quisemos saber mais sobre Os Truques, ir para além de tanto fumo e fogo, e fazer as perguntas que ainda não lhes tinham sido feitas. Falámos sobre o que é, ou não, um truque, sobre o papel do jornalismo e de quem o consome, a questão do anonimato da página e da parcialidade, e do futuro da imprensa Portuguesa. Esta é a primeira grande entrevista d' Os Truques da Imprensa Portuguesa. Ouve aqui este episódio. Support the show.
Curto Circuito. Ídolos. Que nomes vêm à mente quando se fala destes dois pesos pesados da SIC? Exatamente, Carolina Torres, João Manzarra, Rui Unas, Fernando Alvim, Rita Andrade, Solange F e outros tantos. Mas falta um. Que esteve tanto no programa das tardes da SIC Radical como no programa de talentos da SIC. Pedro Miranda. Isso mesmo, o primeiro vencedor masculino do CC Casting, em 2005. Quisemos recuperar o seu rasto e saber o que é feito do ex-apresentador, que é hoje cantor e figurante de algumas novelas da TVI. Esta semana, a não perder, Pedro Miranda, não primeira pessoa na Viagem ao Passado, onde recorda a sua passagem pelo Curto Circuito, mas também pelos 'Ídolos', onde mandou o júri ir apanhar morangos.
Esta semana uma conversa diferente. Já falamos várias vezes de programas de sucesso, de músicas de sucesso, de pessoas de sucesso, mas não ainda de músicas de outros tempos que poderiam ter tido este sucesso, mas infortunadamente não o tiveram. Quisemos saber o porquê. O convidado? Pedro Paulos, autor do podcast Brandos Costumes (que revisita a música de outras décadas) e ainda co-apresentador do podcast 'Obrigado, Internet', na Antena 3 e no Canal Q, que aceitou o nosso convite para falar da música de outros tempos e ainda as mudanças que se fizeram sentir no paradigma da música nacional. Uma verdadeira viagem no tempo, para ouvir num novo episódio.
Um dos filmes mais escabrosos de sempre, que não se poupa na nudez explícita, no sexo, na violação e na cropofagia. Que significa comer cocó. Quisemos saber se a mítica obra do realizador italiano Pier Paolo Pasolini sobrevive ao teste do tempo e embebemos o podcast em boas passagens do livro de Marquês de Sade, que deu origem a esta ramboia toda.Inês Bicas e Ruben Jardin acompanham.