Podcasts about calcular

  • 351PODCASTS
  • 517EPISODES
  • 18mAVG DURATION
  • 1WEEKLY EPISODE
  • Dec 11, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about calcular

Latest podcast episodes about calcular

Oxigênio
#208 – A infraestrutura da IA: o que são datacenters e os riscos que eles representam

Oxigênio

Play Episode Listen Later Dec 11, 2025 34:08


A inteligência artificial, em seus múltiplos sentidos, tem dominado a agenda pública e até mesmo o direcionamento do capital das grandes empresas de tecnologia. Mas você já parou para pensar na infraestrutura gigantesca que dê conta de sustentar o crescimento acelerado das IAs? O futuro e o presente da inteligência artificial passa pela existência dos datacenters. E agora é mais urgente que nunca a gente discutir esse assunto. Estamos vendo um movimento se concretizar, que parece mais uma forma de colonialismo digital: com a crescente resistência à construção de datacenters nos países no norte global, empresas e governos parecem estar convencidos a trazer essas infraestruturas imensas com todos os seus impactos negativos ao sul global. Nesse episódio Yama Chiodi e Damny Laya conversam com pesquisadores, ativistas e atingidos para tentar aprofundar o debate sobre a infraestrutura material das IAs. A gente conversa sobre o que são datacenters e como eles impactam e irão impactar nossas vidas. No segundo episódio, recuperamos movimentos de resistência a sua instalação no Brasil e como nosso país se insere no debate, seguindo a perspectiva de ativistas e de pesquisadores da área que estão buscando uma regulação mais justa para esses grandes empreendimentos.  ______________________________________________________________________________________________ ROTEIRO [ vinheta da série ] [ Começa bio-unit ] YAMA: A inteligência artificial, em seus múltiplos sentidos, tem dominado a agenda pública e até mesmo o direcionamento do capital das grandes empresas de tecnologia. Mas você já parou para pensar na infraestrutura gigantesca que dê conta de sustentar o crescimento acelerado das IA? DAMNY: O futuro e o presente da inteligência artificial passa pela existência dos data centers. E agora é mais urgente que nunca a gente discutir esse assunto. Estamos vendo um movimento se concretizar, que parece mais uma forma de colonialismo digital: com a crescente resistência à construção de datacenters nos países no norte global, empresas e governos parecem estar convencidos a trazer os datacenters com todos os seus impactos negativos ao sul global. YAMA: Nós conversamos com pesquisadores, ativistas e atingidos e em dois episódios nós vamos tentar aprofundar o debate sobre a infraestrutura material das IAs. No primeiro, a gente conversa sobre o que são datacenters e como eles impactam e irão impactar nossas vidas. DAMNY: No segundo, recuperamos movimentos de resistência a sua instalação no Brasil e como nosso país se insere no debate, seguindo a perspectiva de ativistas e de pesquisadores da área que estão buscando uma regulação mais justa para esses grandes empreendimentos. [ tom baixo ] YAMA: Eu sou o Yama Chiodi, jornalista de ciência e pesquisador do campo das mudanças climáticas. Se você já é ouvinte do oxigênio pode ter me ouvido aqui na série cidade de ferro ou no episódio sobre antropoceno. Ao longo dos últimos meses investiguei os impactos ambientais das inteligências artificiais para um projeto comum entre o LABMEM, o laboratório de mudança tecnológica, energia e meio ambiente, e o oxigênio. Em setembro passado, o Damny se juntou a mim pra gente construir esses episódios juntos. E não por acaso. O Damny publicou em outubro passado um relatório sobre os impactos socioambientais dos data centers no Brasil, intitulado “Não somos quintal de data center”. O link para o relatório completo se encontra disponível na descrição do episódio. Bem-vindo ao Oxigênio, Dam. DAMNY: Oi Yama. Obrigado pelo convite pra construir junto esses episódios. YAMA: É um prazer, meu amigo. DAMNY: Eu também atuo como jornalista de ciência e sou pesquisador de governança da internet já há algum tempo. Estou agora trabalhando como jornalista e pesquisador aqui no LABJOR, mas quando escrevi o relatório eu tava trabalhando como pesquisador-consultor na ONG IDEC, Instituto de Defesa de Consumidores. YAMA: A gente começa depois da vinheta. [ Termina Bio Unit] [ Vinheta Oxigênio ] [ Começa Documentary] YAMA: Você já deve ter ouvido na cobertura midiática sobre datacenters a formulação que te diz quantos litros de água cada pergunta ao chatGPT gasta. Mas a gente aqui não gosta muito dessa abordagem. Entre outros motivos, porque ela reduz o problema dos impactos socioambientais das IA a uma questão de consumo individual. E isso é um erro tanto político como factual. Calcular quanta água gasta cada pergunta feita ao ChatGPT tira a responsabilidade das empresas e a transfere aos usuários, escondendo a verdadeira escala do problema. Mesmo que o consumo individual cresça de modo acelerado e explosivo, ele sempre vai ser uma pequena fração do problema. Data centers operam em escala industrial, computando quantidades incríveis de dados para treinar modelos e outros serviços corporativos. Um único empreendimento pode consumir em um dia mais energia do que as cidades que os abrigam consomem ao longo de um mês. DAMNY: Nos habituamos a imaginar a inteligência artificial como uma “nuvem” etérea, mas, na verdade, ela só existe a partir de data centers monstruosos que consomem quantidades absurdas de recursos naturais. Os impactos sociais e ambientais são severos. Data centers são máquinas de consumo de energia, água e terra, e criam poluição do ar e sonora, num modelo que reforça velhos padrões de racismo ambiental. O desenvolvimento dessas infraestruturas frequentemente acontece à margem das comunidades afetadas, refazendo a cartilha global da injustiça ambiental. Ao seguir suas redes, perceberemos seus impactos em rios, no solo, no ar, em territórios indígenas e no crescente aumento da demanda por minerais críticos e, por consequência, de práticas minerárias profundamente destrutivas. YAMA: De acordo com a pesquisadora Tamara Kneese, diretora do programa de Clima, Tecnologia e Justiça do instituto de pesquisa Data & Society, com quem conversamos, essa infraestrutura está criando uma nova forma de colonialismo tecnológico. Os danos ambientais são frequentemente direcionados para as comunidades mais vulneráveis, de zonas rurais às periferias dos grandes centros urbanos, que se tornam zonas de sacrifício para o progresso dessa indústria. DAMNY: Além disso, a crescente insatisfação das comunidades do Norte Global com os data centers tem provocado o efeito colonial de uma terceirização dessas estruturas para o Sul Global. E o Brasil não apenas não é exceção como parece ser um destino preferencial por sua alta oferta de energia limpa. [pausa] E com o aval do governo federal, que acaba de publicar uma medida provisória chamada REDATA, cujo objetivo é atrair data centers ao Brasil com isenção fiscal e pouquíssimas responsabilidades. [ Termina Documentary] [tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 1 – O QUE SÃO DATA CENTERS? YAMA: Pra entender o que são data centers, a gente precisa antes de tudo de entender que a inteligência artificial não é meramente uma nuvem etérea que só existe virtualmente. Foi assim que a gente começou nossa conversa com a pesquisadora estadunidense Tamara Kneese. Ela é diretora do programa de Clima, Tecnologia e Justiça do instituto de pesquisa Data & Society. TAMARA: PT – BR [ Eu acho que o problema da nossa relação com a computação é que a maioria parte do tempo a gente não pensa muito sobre a materialidade dos sistemas informacionais e na cadeia de suprimentos que permitem que eles existam. Tudo que a gente faz online não depende só dos nossos aparelhos, ou dos serviços de nuvem que a gente contrata, mas de uma cadeia muito maior. De onde ver o hardware que a gente usa? Que práticas de trabalho são empregadas nessa cadeia? E então, voltando à cadeia de suprimentos, pensar sobre os materiais brutos e os minerais críticos e outras formas de extração, abusos de direitos humanos e trabalhistas que estão diretamente relacionados à produção dos materiais que precisamos pra computação em geral. ] So I think, you know, the problem with our relationship to computing is that, most of the time, we don’t really think that much about the materiality of the computing system and the larger supply chain. You know, thinking about the fact that, of course, everything we do relies not just on our own device, or the particular cloud services that we subscribe to, but also on a much larger supply chain. So, where does the hardware come from, that we are using, and what kind of labor practices are going into that? And then be, you know, further back in the supply chain, thinking about raw materials and critical minerals and other forms of extraction, and human rights abuses and labor abuses that also go into the production of the raw materials that we need for computing in general. DAMNY: A Tamara já escreveu bastante sobre como a metáfora da nuvem nos engana, porque ela dificulta que a gente enxergue a cadeia completa que envolve o processamento de tantos dados. E isso se tornou uma questão muito maior com a criação dos chatbots e das IAs generativas. YAMA: Se a pandemia já representou uma virada no aumento da necessidade de processamento de dados, quando passamos a ir à escola e ao trabalho pelo computador, o boom das IA generativas criou um aumento sem precedentes da necessidade de expandir essas cadeias. DAMNY: E na ponta da infraestrutura de todas as nuvens estão os data centers. Mais do que gerar enormes impactos sócio-ambientais, eles são as melhores formas de enxergar que o ritmo atual da expansão das IAs não poderá continuar por muito tempo, por limitações físicas. Não há terra nem recursos naturais que deem conta disso. YAMA: A gente conversou com a Cynthia Picolo, que é Diretora Executiva do LAPIN, o Laboratório de Políticas Públicas e Internet. O LAPIN tem atuado muito contra a violação de direitos na implementação de data centers no Brasil e a gente ainda vai conversar mais sobre isso. DAMNY: Uma das coisas que a Cynthia nos ajudou a entender é como não podemos dissociar as IAs dos data centers. CYNTHIA: Existe uma materialidade por trás. Existe uma infraestrutura física, que são os data centers. Então os data centers são essas grandes estruturas que são capazes de armazenar, processar e transferir esses dados, que são os dados que são os processamentos que vão fazer com que a inteligência artificial possa acontecer, possa se desenvolver, então não existe sem o outro. Então falar de IA é falar de Datacenter. Então não tem como desassociar. YAMA: Mas como é um datacenter? A Tamara descreve o que podemos ver em fotos e vídeos na internet. TAMARA: [ Sim, de modo geral, podemos dizer que os data centers são galpões gigantes de chips, servidores, sistemas em redes e quando você olha pra eles, são todos muitos parecidos, prédios quadrados sem nada muito interessante. Talvez você nem saiba que é um data center se não observar as luzes e perceber que é uma estrutura enorme sem pessoas, sem trabalhadores. ] Yeah, so, you know, essentially, they’re like giant warehouses of chips, of servers, of networked systems, and, you know, they look like basically nondescript square buildings, very similar. And you wouldn’t really know that it’s a data center unless you look at the lighting, and you kind of realize that something… like, it’s not inhabited by people or workers, really. DAMNY: No próximo bloco a gente tenta resumir os principais problemas socioambientais que os data centers já causam e irão causar com muita mais intensidade no futuro. [tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 2 – A ENORME LISTA DE PROBLEMAS YAMA: O consumo de energia é provavelmente o problema mais conhecido dos data centers e das IAs. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, a IEA, organização internacional da qual o Brasil faz parte, a estimativa para o ano de 2024 é que os data centers consumiram cerca de 415 TWh. A cargo de comparação, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, instituto de pesquisa público associado ao Ministério das Minas e Energia, o Brasil consumiu no ano de 2024 cerca de 600 TWh. DAMNY: Segundo o mesmo relatório da Agência Internacional de Energia, a estimativa é que o consumo de energia elétrica por datacenters em 2030 vai ser de pelo menos 945 TWh, o que representaria 3% de todo consumo global projetado. Quando a gente olha pras estimativas de outras fontes, contudo, podemos dizer que essas são projeções até conservadoras. Especialmente considerando o impacto da popularização das chamadas LLM, ou grandes modelos de linguagem – aqueles YAMA: Ou seja, mesmo com projeções conservadoras, os data centers do mundo consumiriam em 2030, daqui a menos de cinco anos, cerca de 50% a mais de energia que o Brasil inteiro consome hoje. Segundo a IEA, em 2030 o consumo global de energia elétrica por data centers deve ser equivalente ao consumo da Índia, o país mais populoso do mundo. E há situações locais ainda mais precárias. DAMNY: É o caso da Irlanda. Segundo reportagem do New York Times publicada em outubro passado, espera-se que o consumo de energia elétrica por data centers por lá represente pelo menos 30% do consumo total do país nos próximos anos. Mas porquê os datacenters consomem tanta energia? TAMARA: [ Então, particularmente com o tipo de IA que as empresas estão investindo agora, há uma necessidade de chips e GPUs muito mais poderosos, de modo que os data centers também são sobre prover energia o suficiente pra todo esse poder computacional que demandam o treinamento e uso de grandes modelos de linguagem. Os data centers são estruturas incrivelmente demandantes de energia e água. A água em geral serve para resfriar os servidores, então tem um número considerável de sistemas de cooling que usam água. Além disso tudo, você também precisa de fontes alternativas de energia, porque algumas vezes, uma infraestrutura tão demandante de energia precisa recorrer a geradores para garantir que o data center continue funcionando caso haja algum problema na rede elétrica. ] So, you know, particularly with the kinds of AI that companies are investing in right now, there’s a need for more powerful chips, GPUs, and so Data centers are also about providing enough energy and computational power for these powerful language models to be trained and then used. And so the data center also, you know, in part because it does require so much energy, and it’s just this incredibly energy-intensive thing, you also need water. And the water comes from having to cool the servers, and so… So there are a number of different cooling systems that use water. And then on top of that, you also need backup energy sources, so sometimes, because there’s such a draw on the power grid, you have to have backup generators to make sure that the data center can keep going if something happens with the grid. YAMA: E aqui a gente começa a entender o tamanho do problema. Os data centers são muitas vezes construídos em lugares que já sofrem com infraestruturas precárias de eletricidade e com a falta de água potável. Então eles criam problemas de escassez onde não havia e aprofundam essa escassez em locais onde isso já era uma grande questão – como a região metropolitana de Fortaleza sobre a qual falaremos no próximo episódio, que está em vias de receber um enorme data center do Tiktok. DAMNY: É o que também relatam os moradores de Querétaro, no México, que vivem na região dos data centers da Microsoft. A operação dos data centers da Microsoft gerou uma crise sem precedentes, com quedas frequentes de energia e o interrompimento do abastecimento de água que muitas vezes duram semanas. Os data-centers impactaram de tal forma as comunidades que escolas cancelaram aulas e, indiretamente, foram responsáveis por uma crise de gastroenterite entre crianças. YAMA: E isso nos leva pro segundo ponto. O consumo de água, minerais críticos e outros recursos naturais. TAMARA: [O problema da energia tem recebido mais atenção, porque é uma fonte de ansiedade também. Pensar sobre o aumento da demanda de energia em tempos em que supostamente estaríamos transicionando para deixar de usar energias fósseis, o que obviamente pode ter efeitos devastadores. Mas eu acredito que num nível mais local, o consumo de água é mais relevante. Nós temos grandes empresas indo às áreas rurais do México, por exemplo, e usando toda a água disponível e basicamente deixando as pessoas sem água. E isso é incrivelmente problemático. Então isso acontece em áreas que já tem problemas de abastecimento de água, onde as pessoas já não tem muito poder de negociação com as empresas. Não têm poder político pra isso. São lugares tratados como zonas de sacrifício, algo que já vimos muitas vezes no mundo, especialmente em territórios indígenas. Então as consequências são na verdade muito maiores do que só problemas relacionados à energia. ] I think the energy problem has probably gotten the most attention, just because it is a source of anxiety, too, so thinking about, you know, energy demand at a time when we’re supposed to be transitioning away from fossil fuels. And clearly, the effects that that can have will be devastating. But I think on a local level, things like the water consumption can matter more. So, you know, if we have tech companies moving into rural areas in Mexico and, you know, using up all of their water and basically preventing people in the town from having access to water. That is incredibly problematic. So I think, you know, in water-stressed areas and areas where the people living in a place don’t have as much negotiating power with the company. Don’t have as much political power, and especially if places are basically already treated as sacrifice zones, which we’ve seen repeatedly many places in the world, with Indigenous land in particular, you know, I think the consequences may go far beyond just thinking about, you know, the immediate kind of energy-related problems. YAMA: Existem pelo menos quatro fins que tornam os data centers máquinas de consumir água. O mais direto e local é a água utilizada na refrigeração de todo equipamento que ganha temperatura nas atividades de computação, o processo conhecido como cooling. Essa prática frequentemente utiliza água potável. Apesar de já ser extremamente relevante do ponto de vista de consumo, essa é apenas uma das formas de consumo abundante de água. DAMNY: Indiretamente, os data centers também consomem a água relacionada ao seu alto consumo de energia, em especial na geração de energia elétrica em usinas hidrelétricas e termelétricas. Também atrelada ao consumo energético, está o uso nas estações de tratamento de água, que visam tratar a água com resíduos gerada pelo data center para tentar reduzir a quantidade de água limpa utilizada. YAMA: Por fim, a cadeia de suprimentos de chips e servidores que compõem os data centers requer água ultrapura e gera resíduos químicos. Ainda que se saiba que esse fator gera gastos de água e emissões de carbono relevantes, os dados são super obscuros, entre outros motivos, porque a maioria dos dados que temos sobre o consumo de água em data centers são fornecidos pelas próprias empresas. CYNTHIA: A água e os minérios são componentes também basilares para as estruturas de datacenter, que são basilares para o funcionamento da inteligência artificial. (…). E tem toda uma questão, como eu disse muitas vezes, captura um volume gigante de água doce. E essa água que é retornada para o ecossistema, muitas vezes não é compensada da água que foi capturada. Só que as empresas também têm uma promessa em alguns relatórios, você vai ver que elas têm uma promessa até de chegar em algum ponto para devolver cento e vinte por cento da água. Então a empresa está se comprometendo a devolver mais água do que ela capturou. Só que a realidade é o quê? É outra. Então, a Google, por exemplo, nos últimos cinco anos, reportou um aumento de cento e setenta e sete por cento do uso de água. A Microsoft mais trinta e oito e a Amazon sequer reporta o volume de consumo de água. Então uma lacuna tremenda para uma empresa desse porte, considerando todo o setor de Data centers. Mas tem toda essa questão da água, que é muito preocupante, não só por capturar e o tratamento dela e como ela volta para o meio ambiente, mas porque há essa disputa também com territórios que têm uma subsistência muito específica de recursos naturais, então existe uma disputa aí por esse recurso natural entre comunidade e empreendimento. DAMNY: Nessa fala da Cynthia a gente observa duas coisas importantes: a primeira é que não existe data center sem água para resfriamento, de modo que o impacto local da instalação de um empreendimento desses é uma certeza irrefutável. E é um dano contínuo. Enquanto ele estiver em operação ele precisará da água. É como se uma cidade de grande porte chegasse de repente, demandando uma quantidade de água e energia que o local simplesmente não tem para oferecer. E na hora de escolher entre as pessoas e empreendimentos multimilionários, adivinha quem fica sem água e com a energia mais cara? YAMA: A segunda coisa importante que a Cynthia fala é quando ela nos chama a atenção sobre a demanda por recursos naturais. Nós sabemos que recursos naturais são escassos. Mais do que isso, recursos naturais advindos da mineração têm a sua própria forma de impactos sociais e ambientais, o que vemos frequentemente na Amazônia brasileira. O que acontecerá com os data centers quando os recursos naturais locais já não forem suficientes para seu melhor funcionamento? Diante de uma computação que passa por constante renovação pela velocidade da obsolescência, o que acontece com o grande volume de lixo eletrônico gerado por data centers? Perguntas que não têm resposta. DAMNY: A crise geopolítica em torno dos minerais conhecidos como terra-rara mostra a complexidade política e ambiental do futuro das IA do ponto de vista material e das suas cadeias de suprimento. No estudo feito pelo LAPIN, a Cynthia nos disse que considera que esse ponto do aumento da demanda por minerais críticos que as IA causam é um dos pontos mais opacos nas comunicações das grandes empresas de tecnologia sobre o impacto de seus data centers. CYNTHIA: E outro ponto de muita, muita lacuna, que eu acho que do nosso mapeamento, desses termos mais de recursos naturais. A cadeia de extração mineral foi o que mais foi opaco, porque, basicamente, as empresas não reportam nada sobre essa extração mineral e é muito crítico, porque a gente sabe que muitos minérios vêm também de zonas de conflito. Então as grandes empresas, pelo menos as três que a gente mapeou, elas têm ali um trechinho sobre uma prestação de contas da cadeia mineral. Tudo que elas fazem é falar que elas seguem um framework específico da OCDE sobre responsabilização. YAMA: Quando as empresas falam de usar energias limpas e de reciclar a água utilizada, eles estão se desvencilhando das responsabilidades sobre seus datacenters. Energia limpa não quer dizer ausência de impacto ambiental. Pras grandes empresas, as fontes de energia limpa servem para gerar excedente e não para substituir de fato energias fósseis. Você pode ter um data center usando majoritariamente energia solar no futuro, mas isso não muda o fato de que ele precisa funcionar 24/7 e as baterias e os geradores a diesel estarão sempre lá. Além disso, usinas de reciclagem de água, fazendas de energia solar e usinas eólicas também têm impactos socioambientais importantes. O uso de recursos verdes complexifica o problema de identificar os impactos locais e responsabilidades dos data centers, mas não resolve de nenhuma forma os problemas de infraestrutura e de fornecimento de água e energia causados pelos empreendimentos. DAMNY: É por isso que a gente alerta pra não comprar tão facilmente a história de que cada pergunta pro chatGPT gasta x litros de água. Se você não perguntar nada pro chatGPT hoje, ou se fizer 1000 perguntas, não vai mudar em absolutamente nada o alto consumo de água e os impactos locais destrutivos dos data centers que estão sendo instalados a todo vapor em toda a América Latina. A quantidade de dados e de computação que uma big tech usa para treinar seus modelos, por exemplo, jamais poderá ser equiparada ao consumo individual de chatbots. É como comparar as campanhas que te pedem pra fechar a torneira ao escovar os dentes, enquanto o agro gasta em minutos água que você não vai gastar na sua vida inteira. Em resumo, empresas como Google, Microsoft, Meta e Amazon só se responsabilizam pelos impactos diretamente causados por seus data centers e, mesmo assim, é uma responsabilização muito entre aspas, à base de greenwashing. Você já ouviu falar de greenwashing? CYNTHIA: Essa expressão em inglês nada mais é do que a tradução literal, que é o discurso verde. (…)É justamente o que a gente está conversando. É justamente quando uma empresa finge se preocupar com o meio ambiente para parecer sustentável, mas, na prática, as ações delas não trazem esses benefícios reais e, pelo contrário, às vezes trazem até danos para o meio ambiente. Então, na verdade, é uma forma até de manipular, ou até mesmo enganar as pessoas, os usuários daqueles sistemas ou serviços com discursos e campanhas com esses selos verdes, mas sem comprovar na prática. YAMA: Nesse contexto, se torna primordial que a gente tenha mais consciência de toda a infraestrutura material que está por trás da inteligência artificial. Como nos resumiu bem a Tamara: TAMARA: [ Eu acredito que ter noção da infraestrutura completa que envolve a cadeia da IA realmente ajuda a entender a situação. Mesmo que você esteja usando, supostamente, energia renovável para construir e operar um data center, você ainda vai precisar de muitos outros materiais, chips, minerais e outras coisas com suas próprias cadeias de suprimento. Ou seja, independente da forma de energia utilizada, você ainda vai causar dano às comunidades e destruição ambiental. ] But that… I think that is why having a sense of the entire AI supply chain is really helpful, just in terms of thinking about, you know, even if you’re, in theory, using renewable energy to build a data center, you still are relying on a lot of other materials, including chips, including minerals, and other things that. (…) We’re still, you know, possibly going to be harming communities and causing environmental disruption. [ tom baixo ] YAMA: Antes de a gente seguir pro último bloco, eu queria só dizer que a entrevista completa com a Dra. Tamara Kneese foi bem mais longa e publicada na íntegra no blog do GEICT. O link para a entrevista tá na descrição do episódio, mas se você preferir pode ir direto no bloco do GEICT. [ tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 3 – PROBLEMAS GLOBAIS, PROBLEMAS LOCAIS YAMA: Mesmo conhecendo as cadeias, as estratégias de greenwashing trazem um grande problema à tona, que é uma espécie de terceirização das responsabilidades. As empresas trazem medidas compensatórias que não diminuem em nada o impacto local dos seus data centers. Então tem uma classe de impactos que são globais, como as emissões de carbono e o aumento da demanda por minerais críticos, por exemplo. E globais no sentido de que eles são parte relevante dos impactos dos data centers, mas não estão impactando exatamente nos locais onde foram construídos. CYNTHIA: Google, por exemplo, nesse recorte que a gente fez da pesquisa dos últimos cinco anos, ela simplesmente reportou um aumento de emissão de carbono em setenta e três por cento. Não é pouca coisa. A Microsoft aumentou no escopo dois, que são as emissões indiretas, muito por conta de data centers, porque tem uma diferenciação por escopo, quando a gente fala de emissão de gases, a Microsoft, nesse período de cinco anos, ela quadruplicou o tanto que ela tem emitido. A Amazon aumentou mais de trinta por cento. Então a prática está mostrando que essas promessas estão muito longe de serem atingidas. Só que aí entra um contexto mais de narrativa. Por que elas têm falado e prometido a neutralidade de carbono? Porque há um mecanismo de compensação. (…) Então elas falam que estão correndo, correndo para atingir essa meta de neutralidade de carbono, mas muito por conta dos instrumentos de compensação, compensação ou de crédito de carbono ou, enfim, para uso de energias renováveis. Então se compra esse certificado, se fazem esses contratos, mas, na verdade, não está tendo uma redução de emissão. Está tendo uma compensação. (…) Essa compensação é um mecanismo financeiro, no final do dia. Porque, quando você, enquanto empresa, trabalha na compensação dos seus impactos ambientais e instrumentos contratuais, você está ignorando o impacto local. Então, se eu estou emitindo impactando aqui o Brasil, e estou comprando crédito de carbono em projetos em outra área, o impacto local do meu empreendimento está sendo ignorado. YAMA: E os impactos materiais locais continuam extremamente relevantes. Além do impacto nas infraestruturas locais de energia e de água sobre as quais a gente já falou, há muitas reclamações sobre a poluição do ar gerada pelos geradores, as luzes que nunca desligam e até mesmo a poluição sonora. A Tamara nos contou de um caso curioso de um surto de distúrbios de sono e de enxaqueca que tomou regiões de data centers nos Estados Unidos. TAMARA: [ Uma outra coisa que vale ser lembrada: as pessoas que vivem perto dos data centers tem nos contado que eles são super barulhentos, eles também relatam a poluição visual causada pelas luzes e a poluição sonora. Foi interessante ouvir de comunidades próximas a data centers de mineração de criptomoedas, por exemplo, que os moradores começaram a ter enxaquecas e distúrbios de sono por viverem próximos das instalações. E além de tudo isso, ainda tem a questão da poluição do ar, que é visível a olho nu. Há muitas partículas no ar onde há geradores movidos a diesel para garantir que a energia esteja sempre disponível. ] And the other thing is, you know, for people who live near them, they’re very loud, and so if you talk to people who live near data centers, they will talk about the light pollution, the noise pollution. And it’s been interesting, too, to hear from communities that are near crypto mining facilities, because they will complain of things like migraine headaches and sleep deprivation from living near the facilities. And, you know, the other thing is that the air pollution is quite noticeable. So there’s a lot of particulate matter, particularly in the case of using diesel-fueled backup generators as an energy stopgap. DAMNY: E do ponto de vista dos impactos locais, há um fator importantíssimo que não pode ser esquecido: território. Data centers podem ser gigantes, mas ocupam muito mais espaço que meramente seus prédios, porque sua cadeia de suprimentos demanda isso. Como a água e a energia chegarão até os prédios? Mesmo que sejam usados fontes renováveis de energia, onde serão instaladas as fazendas de energia solar ou as usinas de energia eólica e de tratamento de água? Onde a água contaminada e/ou tratada será descartada? Quem vai fiscalizar? YAMA: E essa demanda sem fim por território esbarra justamente nas questões de racismo ambiental. Porque os territórios que são sacrificados para que os empreendimentos possam funcionar, muito frequentemente, são onde vivem povos originários e populações marginalizadas. Aqui percebemos que a resistência local contra a instalação de data centers é, antes de qualquer coisa, uma questão de justiça ambiental. É o caso de South Memphis nos Estados Unidos, por exemplo. TAMARA: [ Pensando particularmente sobre os tipos de danos causados pelos data centers, não é somente a questão da conta de energia ficar mais cara, ou quantificar a quantidade de energia e água gasta por data centers específicos. A verdadeira questão, na minha opinião, é a relação que existe entre esses danos socioambientais, danos algorítmicos e o racismo ambiental e outras formas de impacto às comunidades que lidam com isso a nível local. Especialmente nos Estados Unidos, com todo esse histórico de supremacia branca e a falta de direitos civis, não é coincidência que locais onde estão comunidades negras, por exemplo, sejam escolhidos como zonas de sacrifício. As comunidades negras foram historicamente preferenciais para todo tipo de empreendimento que demanda sacrificar território, como estradas interestaduais, galpões da Amazon… quer dizer, os data centers são apenas a continuação dessa política histórica de racismo ambiental. E tudo isso se soma aos péssimos acordos feitos a nível local, onde um prefeito e outras lideranças governamentais pensam que estão recebendo algo de grande valor econômico. Em South Memphis, por exemplo, o data center é da xAI. Então você para pra refletir como essa plataforma incrivelmente racista ainda tem a audácia de poluir terras de comunidades negras ainda mais ] I think, the way of framing particular kinds of harm, so, you know, it’s not just about, you know, people’s energy bills going up, or, thinking about how we quantify the energy use or the water use of particular data centers, but really thinking about the relationship between a lot of those social harms and algorithmic harms and the environmental racism and other forms of embodied harms that communities are dealing with on that hyper-local level. And, you know, in this country, with its history of white supremacy and just general lack of civil rights, you know, a lot of the places where Black communities have traditionally been, tend to be, you know, the ones sacrificed for various types of development, like, you know, putting up interstates, putting up warehouses for Amazon and data centers are just a continuation of the what was already happening. And then you have a lot of crooked deals on the local level, where, you know, maybe a mayor and other local officials think that they’re getting something economically of value. In South Memphis, the data center is connected to x AI. And so thinking about this platform that is so racist and so incredibly harmful to Black communities, you know, anyway, and then has the audacity to actually pollute their land even more. DAMNY: Entrando na questão do racismo ambiental a gente se encaminha para o nosso segundo episódio, onde vamos tentar entender como o Brasil se insere na questão dos data centers e como diferentes setores da população estão se organizando para resistir. Antes de encerrar esse episódio, contudo, a gente traz brevemente pra conversa dois personagens que vão ser centrais no próximo episódio. YAMA: Eles nos ajudam a compreender como precisamos considerar a questão dos territórios ao avaliar os impactos. Uma dessas pessoas é a Andrea Camurça, do Instituto Terramar, que está lutando junto ao povo Anacé pelo direito de serem consultados sobre a construção de um data center do TIKTOK em seus territórios. Eu trago agora um trechinho dela falando sobre como mesmo medidas supostamente renováveis se tornam violações territoriais num contexto de racismo ambiental. ANDREA: A gente recebeu notícias agora, recentemente, inclusive ontem, que está previsto um mega empreendimento solar que vai ocupar isso mais para a região do Jaguaribe, que vai ocupar, em média, de equivalente a seiscentos campos de futebol. Então, o que isso representa é a perda de terra. É a perda de água. É a perda do território. É uma diversidade de danos aos povos e comunidades tradicionais que não são reconhecidos, são invisibilizados. Então é vendido como território sem gente, sendo que essas energias chegam dessa forma. Então, assim a gente precisa discutir sobre energias renováveis. A gente precisa discutir sobre soberania energética. A gente precisa discutir sobre soberania digital, sim, mas construída a partir da necessidade do local da soberania dessas populações. DAMNY: A outra pessoa que eu mencionei é uma liderança Indígena, o cacique Roberto Anacé. Fazendo uma ótima conexão que nos ajuda a perceber como os impactos globais e locais dos data centers estão conectados, ele observa como parecemos entrar num novo momento do colonialismo, onde a soberania digital e ambiental do Brasil volta a estar em risco, indo de encontro à violação de terras indígenas. CACIQUE ROBERTO: Há um risco para a questão da biodiversidade, da própria natureza da retirada da água, do aumento de energia, mas também não somente para o território da Serra, mas para todos que fazem uso dos dados. Ou quem expõe esses dados. Ninguém sabe da mão de quem vai ficar, quem vai controlar quem vai ordenar? E para que querem essa colonização? Eu chamo assim que é a forma que a gente tem essa colonização de dados. Acredito eu que a invasão do Brasil em mil e quinhentos foi de uma forma. Agora nós temos a invasão de nossas vidas, não somente para os indígenas, mas de todos, muitas vezes que fala muito bem, mas não sabe o que vai acontecer depois que esses dados estão guardados. Depois que esses dados vão ser utilizados, para que vão ser utilizados, então esses agravos. Ele é para além do território indígena na série. [ tom baixo ] [ Começa Bio Unit ] YAMA: A pesquisa, entrevistas e apresentação desse episódio foi feita pelo Damny Laya e por mim, Yama Chiodi. Eu também fiz o roteiro e a produção. Quem narrou a tradução das falas da Tamara foi Mayra Trinca. O Oxigênio é um podcast produzido pelos alunos do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp e colaboradores externos. Tem parceria com a Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp e apoio do Serviço de Auxílio ao Estudante, da Unicamp. Além disso, contamos com o apoio da FAPESP, que financia bolsas como a que nos apoia neste projeto de divulgação científica. DAMNY: A lista completa de créditos para os sons e músicas utilizados você encontra na descrição do episódio. Você encontra todos os episódios no site oxigenio.comciencia.br e na sua plataforma preferida. No Instagram e no Facebook você nos encontra como Oxigênio Podcast. Segue lá pra não perder nenhum episódio! Aproveite para deixar um comentário. [ Termina Bio Unit ] [ Vinheta Oxigênio ] Créditos: Aerial foi composta por Bio Unit; Documentary por Coma-Media. Ambas sob licença Creative Commons. Os sons de rolha e os loops de baixo são da biblioteca de loops do Garage Band. Roteiro, produção: Yama Chiodi Pesquisa: Yama Chiodi, Damny Laya Narração: Yama Chiodi, Danny Laya, Mayra Trinca Entrevistados: Tamara Kneese, Cynthia Picolo, Andrea Camurça e Cacique Roberto Anacé __________ Descendo a toca do coelho da IA: Data Centers e os Impactos Materiais da “Nuvem” – Uma entrevista com Tamara Kneese: https://www.blogs.unicamp.br/geict/2025/11/06/descendo-a-toca-do-coelho-da-ia-data-centers-e-os-impactos-materiais-da-nuvem-uma-entrevista-com-tamara-kneese/ Não somos quintal de data centers: Um estudo sobre os impactos socioambientais e climáticos dos data centers na América Latina: https://idec.org.br/publicacao/nao-somos-quintal-de-data-centers Outras referências e fontes consultadas: Relatórios técnicos e dados oficiais: IEA (2025), Energy and AI, IEA, Paris https://www.iea.org/reports/energy-and-ai, Licence: CC BY 4.0 “Inteligência Artificial e Data Centers: A Expansão Corporativa em Tensão com a Justiça Socioambiental”. Lapin. https://lapin.org.br/2025/08/11/confira-o-relatorio-inteligencia-artificial-e-data-centers-a-expansao-corporativa-em-tensao-com-a-justica-socioambiental/ Estudo de mercado sobre Power & Cooling de Data Centers. DCD – DATA CENTER DYNAMICS.https://media.datacenterdynamics.com/media/documents/Report_Power__Cooling_2025_PT.pdf Pílulas – Impactos ambientais da Inteligência Artificial. IPREC. https://ip.rec.br/publicacoes/pilulas-impactos-ambientais-da-inteligencia-artificial/ Policy Brief: IA, data centers e os impactos ambientais. IPREC https://ip.rec.br/wp-content/uploads/2025/05/Policy-Paper-IA-e-Data-Centers.pdf MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.318, DE 17 DE SETEMBRO DE 2025 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-1.318-de-17-de-setembro-de-2025-656851861 Infográfico sobre minerais críticos usados em Data Centers do Serviço de Geologia do Governo dos EUA https://www.usgs.gov/media/images/key-minerals-data-centers-infographic Notícias e reportagens: From Mexico to Ireland, Fury Mounts Over a Global A.I. Frenzy. Paul Mozur, Adam Satariano e Emiliano Rodríguez Mega. The New York Times, 20/10/2025. https://www.nytimes.com/2025/10/20/technology/ai-data-center-backlash-mexico-ireland.html Movimentos pedem ao MP fim de licença de data center no CE. Maristela Crispim, EcoNordeste. 25/08/2025. https://agenciaeconordeste.com.br/sustentabilidade/movimentos-pedem-ao-mp-fim-de-licenca-de-data-center-no-ce/#:~:text=’N%C3%A3o%20somos%20contra%20o%20progresso’&text=Para%20o%20cacique%20Roberto%20Anac%C3%A9,ao%20meio%20ambiente%E2%80%9D%2C%20finaliza. ChatGPT Is Everywhere — Why Aren’t We Talking About Its Environmental Costs? Lex McMenamin. Teen Vogue. https://www.teenvogue.com/story/chatgpt-is-everywhere-environmental-costs-oped Data centers no Nordeste, minérios na África, lucros no Vale do Silício. Le Monde Diplomatique, 11 jun. 2025. Accioly Filho. https://diplomatique.org.br/data-centers-no-nordeste-minerios-na-africa-lucros-no-vale-do-silicio/. The environmental footprint of data centers in the United States. Md Abu Bakar Siddik et al 2021 Environ. Res. Lett. 16064017: https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/abfba1 Tecnología en el desierto – El debate por los data centers y la crisis hídrica en Uruguay. MUTA, 30 nov. Soledad Acunã https://mutamag.com/cyberpunk/tecnologia-en-el-desierto/. Acesso em: 17 set. 2025. Las zonas oscuras de la evaluación ambiental que autorizó “a ciegas” el megaproyecto de Google en Cerrillos. CIPER Chile, 25 maio 2020. https://www.ciperchile.cl/2020/05/25/las-zonas-oscuras-de-la-evaluacion-ambiental-que-autorizo-aciegas-el-megaproyecto-de-google-en-cerrillos/. Acesso em: 17 set. 2025. Thirsty data centres spring up in water-poor Mexican town. Context, 6 set. 2024. https://www.context.news/ai/thirsty-data-centres-spring-up-in-water-poor-mexican-town BNDES lança linha de R$ 2 bilhões para data centers no Brasil. https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/industria/BNDES-lanca-linha-de-R$-2-bilhoes-para-data-centersno-Brasil/. Los centros de datos y sus costos ocultos en México, Chile, EE UU, Países Bajos y Sudáfrica. WIRED, 29 maio 2025. Anna Lagos https://es.wired.com/articulos/los-costos-ocultos-del-desarrollo-de-centros-de-datos-en-mexico-chile-ee-uu-paises-bajos-y-sudafrica Big Tech's data centres will take water from world's driest areas. Eleanor Gunn. SourceMaterial, 9 abr. 2025. https://www.source-material.org/amazon-microsoft-google-trump-data-centres-water-use/ Indígenas pedem que MP atue para derrubar licenciamento ambiental de data center do TikTok. Folha de S.Paulo, 26 ago. 2025. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/08/indigenas-pedem-que-mp-atue-para-derrubar-licenciamento-ambiental-de-data-center-do-tiktok.shtml The data center boom in the desert. MIT Technology Review https://www.technologyreview.com/2025/05/20/1116287/ai-data-centers-nevada-water-reno-computing-environmental-impact/ Conferências, artigos acadêmicos e jornalísticos: Why are Tech Oligarchs So Obsessed with Energy and What Does That Mean for Democracy? Tamara Kneese. Tech Policy Press. https://www.techpolicy.press/why-are-tech-oligarchs-so-obsessed-with-energy-and-what-does-that-mean-for-democracy/ Data Center Boom Risks Health of Already Vulnerable Communities. Cecilia Marrinan. Tech Policy Press. https://www.techpolicy.press/data-center-boom-risks-health-of-already-vulnerable-communities/ RARE/EARTH: The Geopolitics of Critical Minerals and the AI Supply Chain. https://www.youtube.com/watch?v=GxVM3cAxHfg Understanding AI with Data & Society / The Environmental Costs of AI Are Surging – What Now? https://www.youtube.com/watch?v=W4hQFR8Z7k0 IA e data centers: expansão corporativa em tensão com justiça socioambiental. Camila Cristina da Silva, Cynthia Picolo G. de Azevedo. https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/ia-regulacao-democracia/ia-e-data-centers-expansao-corporativa-em-tensao-com-justica-socioambiental LI, P.; YANG, J.; ISLAM, M. A.; REN, S. Making AI Less “Thirsty”: Uncovering and Addressing the Secret Water Footprint of AI Models. arXiv, 2304.03271, 26 mar. 2025. Disponível em: https://doi.org/10.48550/arXiv.2304.03271 LIU, Y.; WEI, X.; XIAO, J.; LIU, Z.;XU, Y.; TIAN, Y. Energy consumption and emission mitigation prediction based on data center traffic and PUE for global data centers. Global Energy Interconnection, v. 3, n.3, p. 272-282, 3 jun. 2020. https://doi.org/10.1016/j.gloei.2020.07.008 SIDDIK, M. A. B.; SHEHABI, A.; MARSTON, L. The environmental footprint of data centers in the United States. Environmental Research Letters, v. 16, n. 6, 21 maio 2021. https://doi.org/10.1088/1748-9326/abfba1 Las Mentiras de Microsoft en Chile: Una Empresa No tan Verde. Por Rodrigo Vallejos de Resistencia Socioambiental de Quilicura. Revista De Frente, 18 mar. 2022. https://www.revistadefrente.cl/las-mentiras-de-microsoft-en-chile-una-empresa-no-tan-verde-porrodrigo-vallejos-de-resistencia-socioambiental-de-quilicura/. Acesso em: 17 set. 2025.

Dinero en Spanglish
163 EL RETIRO NO ES UNA EDAD, ES UN NÚMERO: CÓMO CALCULAR EL TUYO

Dinero en Spanglish

Play Episode Listen Later Dec 10, 2025 23:42


¿A qué edad te puedes retirar? La verdad es que el retiro no es una edad, es un número. En este episodio te explicamos cómo calcular el número que necesitas para retirarte cómoda, segura y sin miedo a quedarte sin dinero. Te doy fórmulas simples, ejemplos reales y recomendaciones prácticas para comenzar hoy.MIRA todos los recursos aquí ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.transformatudinero.com/podcast⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Si tienes +$10,000 en deudas de tarjetas llama al (844) 538-5655 para una consulta sobre el programa de manejo de deudas.¡Vamos a comenzar tu educación financiera! Tener tus finanzas personales en orden te da poder.DISCLAIMER: el contenido de Dinero en Spanglish el podcast, todos sus episodios y contenido compartido en el website y las redes sociales, es para efectos educativos solamente. Te comparitmos nuestra opinión y perspectivas relacionadas a temas de dinero y finanzas personales, pero no reemplaza la consulta con un asesor financiero, abogado y/o contador.

Smiles Oficial AR
Cómo calcular rápido el valor de la milla cuando compras millas con Bonus

Smiles Oficial AR

Play Episode Listen Later Dec 1, 2025 1:47


En este episodio te contamos, de manera simple y práctica, cómo calcular el valor real de una milla cuando aparecen promos de compra con bonus.A través de un ejemplo rápido, vas a aprender a identificar si una oferta conviene, comparar precios y planificar mejor tus próximos canjes. Dale play y empezá a sacarles más provecho a tus millas. ¿Todavía no estas registrado? ¡No te preocupes! Registrategratis acá https://www.Smiles.com.ar/registerConocé más sobre Smiles en https://www.Smiles.com.ar Viajá con millas, viajá con Smiles

Ecosistema Ecommerce
Ep 445. CasualFriday#28. La necesidad de no mantener el foco al emprender y calcular el retorno de lo que gastas para continuar. Con Luis Miguel del Cerro.

Ecosistema Ecommerce

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 57:11


Último Casual Friday del año. Hoy hacemos examen de conciencia sobre los caminos que tomamos al emprender, con el aterrizaje y el encontronazo con la realidad respecto a la teoría que te cuentan o las buenas prácticas que leemos en LinkedIn, de dormir mal, de las ganas de abandonar, de buscar fuerzas, de priorizar y de no poder tener el foco en lo que corresponde por la necesidad de pagar las facturas cada mes. Hablamos más que nunca sin filtros ni paños calientes sobre:- Proyectos profesionales y personales propios que te obligan a salirte del foco- La disyuntiva entre lo que debes de cobrar y lo que te pueden pagar.- El momento de emprender y los costes de oportunidades.- La necesidad de aguantar y calcular el ROI necesario en ingresos y horas.- De la obligación de mantener el foco pero más en el medio y en el largo plazoSneakers: https://pychon.comWeb: https://ecosistemaecommerce.com/Linkedin: https://www.linkedin.com/in/javierlopezrod/Facebook: https://www.facebook.com/people/Ecosistema-Ecommerce/61550625909016/Twitter: https://twitter.com/ecosistemaecommTik Tok: https://www.tiktok.com/@ecosistemaecommerceInstagram: https://www.instagram.com/ecosistemaecommerce/Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCE2zroaDzTVZRwNOh5Ma9cg

CJcast
Como Calcular as Horas Extras: o Guia Completo para a Advocacia Trabalhista!

CJcast

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 6:05


Na advocacia trabalhista, dominar o cálculo das horas extras é essencial pra garantir os direitos dos seus clientes — e aumentar o valor das causas que você defende. ⚖️Afinal, cada minuto trabalhado a mais pode representar uma diferença significativa nas verbas rescisórias e indenizatórias.Mas ainda há muitos erros nos cálculos, e isso pode custar caro.

Momento Agrícola
2025.11.22-3 As Calculadoras de Carbono da Embrapa, com a Dra. Paula Packer

Momento Agrícola

Play Episode Listen Later Nov 22, 2025 12:40


A Embrapa Meio Ambiente, em parceria com diversos outros Centros de Pesquisa, coordena o desenvolvimento de Calculadoras de Carbono, para os diferentes cultivos e criações que temos no Brasil. Calcular as emissões do Agro brasileiro, vai ajudar a provarmos de forma científica e incontestável, que temos realmente uma Agropecuária de Baixo Carbono. A Dra. Paula Packer é a Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente.

Darrers podcast - Ràdio Vilablareix
Intenta-ho: Calcular els costos ocults del teu negoci.

Darrers podcast - Ràdio Vilablareix

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 60:00


podcast recorded with enacast.com

Fondos de Inversión y Valores
274.Calcular correctamente el horizonte temporal

Fondos de Inversión y Valores

Play Episode Listen Later Oct 31, 2025 20:02


Esta semana os traigo una relfexión en la cual comento como debemos de calcular nuestro horizonte temporal, no basado unicamente en nuestra edad de jubilación sino mas bien en nustro ciclo de vida. La esperanza de vida cada vez es mas alta y todos estos factores debemos de tenerlos en cuenta para hacer una buena planificación financiera. Si te ha gustado el programa te agradezco le des un like en la aplicación para que de esta forma, este contenido informativo y divulgativo pueda llegar a mas gente. Para cualquier consulta sobre este Podcast, mi email es: eusgomez@gmail.com

Podcasts epbr
Novo round na queda de braço sobre o preço de referência para calcular os royalties do petróleo I comece seu dia

Podcasts epbr

Play Episode Listen Later Oct 30, 2025 4:05


NESTA EDIÇÃO. As discussões em torno das mudanças no preço de referência para cálculo de royalties incluídas na MP do setor elétrico. No segundo dia da OTC Brasil 2025, diretora de E&P da Petrobras, Sylvia Anjos, diz que companhia reduziu incertezas sobre Sergipe Águas Profundas e que pode antecipar primeiro óleo. MME começar a estudar viabilidade de aumento das misturas para 25% de biodiesel no diesel e 35% de etanol na gasolina.

Los Locos de Wall Street
Cómo CALCULAR el Valor Real de una EMPRESA ⎮ Experto en Finanzas Corporativas JOSEP MOR

Los Locos de Wall Street

Play Episode Listen Later Oct 28, 2025 98:26


Hoy en INSIDERS hablamos con el experto en finanzas corporativas JOSEP MOR sobre las claves de la valoración de empresas. Una conversación imprescindible para entender cómo detectar el valor real detrás de cualquier compañía. ══════════════ Dos cosas que debes saber: 1 - Cada día mandamos un email con una idea, estrategia o reflexión privada para que avances más rápido en tu camino como inversor. El de hoy ya te lo has perdido, si quieres recibir el de mañana, te apuntas en: https://locosdewallstreet.com/7-errores/ 2 - Al apuntarte recibes un video titulado «7 errores fatales (muy habituales) en la selección de oportunidades en bolsa». Me da igual en lo que inviertas, tus años de experiencia o el tamaño de tu cartera. Si inviertes deberías verlo (antes de tomar una decisión de la que poder arrepentirte). Lo recibes al apuntarte en nuestra newsletter aquí: https://locosdewallstreet.com/7-errores/ ══════════════ DISCLAIMER El contenido de este canal de YouTube tiene exclusivamente fines educativos y no constituye asesoramiento financiero ni recomendaciones de inversión. Todos los temas tratados están diseñados para ayudar a los espectadores a entender mejor el mundo de las finanzas, pero las decisiones de inversión deben tomarse de forma personal y bajo la responsabilidad de cada individuo. Invertir en mercados financieros conlleva riesgos significativos debido a su complejidad y volatilidad. Es posible perder parte o la totalidad del capital invertido. Por ello, es fundamental que realices tu propio análisis antes de tomar cualquier decisión y, si lo consideras necesario, consultes con un profesional financiero acreditado. Recomendamos: - Contar con un fondo de emergencia equivalente a al menos tres meses de tus gastos básicos antes de invertir. - Analizar muy detenidamente y con precisión cualquier inversión. - En caso de duda consultes con un asesor financiero certificado por CNMV - Mantenerte alejado de promesas de rentabilidades astronómicas, dinero rápido u otros esquemas engañosos. En Locos de Wall Street, nuestra misión es fomentar una educación financiera sólida, ética y accesible para todos, ayudando a nuestros seguidores a tomar decisiones informadas y responsables. ══════════════ #INSIDERS #LocosDeWallStreet #Inversión #Finanzas #ValoraciónDeEmpresas #bolsadevalores

Ladiuva Consultora
7.- Producción inteligente: cómo calcular las cantidades exactas y eliminar el desperdicio en tu cocina

Ladiuva Consultora

Play Episode Listen Later Oct 15, 2025 14:58


Exploramos el Control de producción de alimentos II — Cantidades, donde la planeación y la precisión se unen para maximizar la eficiencia y la rentabilidad.Aprenderás cómo los chefs y gerentes más exitosos utilizan estándares de producción y procedimientos de control para determinar exactamente cuánto preparar, cuándo y para quién, evitando tanto el desperdicio como la escasez.Descubriremos herramientas clave para predecir la demanda, calcular porciones pre-elaboradas, controlar inventarios y optimizar la mise en place, todo con ejemplos reales y estrategias aplicables a cualquier tipo de operación gastronómica.Producir no es solo cocinar: es dirigir un sistema donde cada receta, cada insumo y cada minuto cuentan. La diferencia entre un restaurante caótico y uno rentable está en saber cuánto producir y nunca más de lo necesario.

Notícias Agrícolas - Podcasts
Gestão financeira da propriedade rural vai muito além de calcular tamanho dos custos e do faturamento

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Sep 29, 2025 59:57


Com margens estreitas, é fundamental para o produtor rural saber realmente “para onde vai o dinheiro”

Darrers podcast - Ràdio Vilablareix
Intenta-ho: Com calcular quan has de vendre per viure del teu negoci.

Darrers podcast - Ràdio Vilablareix

Play Episode Listen Later Sep 23, 2025 60:00


podcast recorded with enacast.com

A Golpe de Gas
A Golpe de Gas #EP44 | Top 10 errores al comprar una moto de segunda mano

A Golpe de Gas

Play Episode Listen Later Sep 1, 2025 98:22


En este episodio desgranamos los errores más comunes (y caros) que comete la gente al comprar una moto usada. Desde no pedir el informe de la DGT hasta caer en las trampas del precio inflado o ignorar el coste real de la puesta a punto. Todo con ejemplos, anécdotas y soluciones reales.

Buscadores de la verdad
UTP382 España quemada y hundida

Buscadores de la verdad

Play Episode Listen Later Aug 29, 2025 115:05


España está siendo quemada y hundida en la miseria y no lo digo como un eufemismo si no con el profundo dolor de ver que es real. Hemos vivido una terrible inundación en Valencia a la que denominaron como Dana el 29 de octubre de 2024, seis meses exactos pasaron y tuvimos un apagón en toda España el 28 de abril de 2025 y posiblemente tengamos otro evento terrible para el 27 de octubre de este año, un evento que tenga que ver con el aire, exactamente otros seis meses después del ultimo. Nos hundimos como pais con una deuda extraoficial del 170% del PIB. Roberto Centeno, junto con otros economistas independientes como Juan Carlos Barba, Juan Laborda y Juan Carlos Bermejo, ha argumentado en diversos análisis que la deuda pública real de España supera ampliamente el 170% del PIB, una cifra que contrasta drásticamente con las estimaciones oficiales que sitúan la ratio en torno al 101-103% en 2025. Llegando ellos a estimar un PIB real un 18-20% inferior al oficial debido a manipulación contable desde 2008. Producto interior bruto que esta dopado gracias a la introducción de mas de medio millón de inmigrantes entre legales e ilegales al año, cifra que se va incrementando exponencialmente y que muy pronto creara graves problemas de convivencia. Nuestro pais sigue colocando deuda al por mayor dado que aunque recientemente las principales agencias de calificación crediticia la han bajado de la nota A+ a simplemente A, este tipo de deuda sigue siendo reclamada en los mercados y se sigue comprando. Nuestro pais se mantiene gracias a las subvenciones encubiertas de la UE y a la emisión de deuda, deuda que jamas podremos pagar. ¿Cuánto necesita el Estado para mantenerse en pie? Para 2025, considerando el crecimiento sostenido, el gasto total anual en pensiones (incluyendo las de Clases Pasivas) podría rondar los 214.000 millones de euros que sumado a los 55.000-65.000 millones de euros que gastamos en los sueldos de los funcionarios y el gasto en otros apartados, excluyendo sanidad e infraestructuras, de unos 130.000-180.000 millones de euros hace un total de unos 460.000 millones de euros al año. Hay que sumar a esta cantidad los mas de 32.000 millones de euros del pago de los intereses de la deuda, no de la deuda propiamente dicha. Nuestra deuda oficial con ese PIB inflado es de aproximadamente 1.646.000 millones de euros en febrero de 2025, o sea casi 1,7 billones, con un crecimiento interanual del 2,6%. La proyección del Ministerio de Economía para finales de 2025 sitúa la deuda en un 101,4% del PIB, con una emisión neta de 60.000 millones de euros y una emisión bruta de 278.000 millones, o sea, vamos a pedir casi otros 300.000 millones de euros lo que implica que el stock total de deuda podría rondar los 1.8 a 1.9 billones de euros, dependiendo del PIB nominal, estimado en torno a 1.773.000 millones de euros para 2025 según el plan fiscal. Nuestro pais quebró en 2008 pero nadie nos lo ha contado. Somos un yonki que necesita cada vez una dosis mayor de deuda. Literalmente nadamos en un mar de papelitos de deuda que hace que hayamos perdido la soberanía y que el mejor postor se lo lleve todo. Los carroñeros como BlackRock, Vanguard y BlackStone, las tres grandes, manejan decenas de veces nuestro PIB y el 85% del IBEX35. El BCE sigue siendo un actor significativo, manteniendo aproximadamente el 25,7% de la deuda pública, el resto, cerca del 73,7%, recae en otros inversores, incluyendo instituciones financieras internacionales como las citadas antes y posiblemente países como USA y China, y digo posiblemente porque a ciencia cierta nadie lo sabe. Lo úrico cierto es que viendo en que sectores se invierte en este pais podemos aventurar quienes están detrás. Por ejemplo, sabemos que el 90% del comercio de tierras raras está en manos chinas y que estas son necesarias para construir molinos eólicos y placas solares. El lado oeste de nuestro pais es rico en esta clase de minerales y creo que alguien ha decidido que ya era hora de “meterles mano”. También tenemos minerales estratégicos como el wolframio, el uranio o el litio que serán extraídos masivamente en breve. España reduce a la mitad su inversión en prevención de incendios mientras 2025 se convierte en el año más devastador del siglo, veamos porque. En los últimos años, los incendios forestales han devastado regiones específicas de España, dejando tras de sí un paisaje de cenizas y promesas rotas. Precisamente desde la semana 33 del 2025, en pleno agosto y durante el periodo mas caliente de este año hemos tenido unos terribles incendios en la parte oeste de nuestro pais. Parece que el archifamoso “cambio climático” solo afecta a la parte del pais supuestamente mas húmeda, ¿raro, no? Pero, ¿y si estos desastres no fueran simples tragedias naturales o descuidos humanos? ¿Y si, en las sombras, intereses económicos y políticos estuvieran orquestando un juego donde el fuego es solo el primer acto de un plan mucho más ambicioso? En una región concreta del país, donde los montes arden con sospechosa recurrencia, se teje una narrativa especulativa que apunta a un beneficiario inesperado: el propio gobierno, o al menos ciertos sectores con acceso privilegiado a sus políticas y recursos. A través de una combinación de reforestación, bonos de carbono, y la instalación de placas solares, molinos eólicos y explotaciones mineras, los terrenos quemados se convierten en un negocio redondo, disfrazado de sostenibilidad. Con el terreno aún humeante, la Junta de Castilla y León ha otorgado la Declaración de Impacto ambiental para la futura mina "Mesa de Reis" en el Bierzo, una mina de cuarcita cuyos tramites llevaban parados desde 2023 precisamente por el rico bosque de la zona. Una vez que ya no hay bosque ya no hay impacto ambiental negativo y se pueden extraer las casi 10.000 toneladas de cuarcita al año. El cuarzo o la cuarcita no es una tierra rara ni tiene presencia de minerales como torio, lantano o cerio, que son más comúnmente asociados con rocas alcalinas o carbonatitas, no con cuarcitas, que son rocas metamórficas de cuarzo. España tiene la mayor cantidad de tierras raras de Europa después de Finlandia. Las reservas de España se estiman en 70.000 toneladas, según el Instituto Geológico y Minero de España. Se consideran interesantes tres yacimientos de tierras raras: uno en Monte Galineiro, en Galicia, otro en la provincia de Ciudad Real el sitio de Matamulas y el ultimo en una amplia zona de la región de Castilla y León. Los tres sitios han sufrido incendios. Por ejemplo en El Payo o Cipérez (Salamanca), zonas que han sufrido graves incendios hay previsto un proyecto llamado “Salvaleón”, que abarca investigaciones minerales de litio, estaño y wolframio. Este yacimiento abarca tanto El Payo como Navasfrías, también en Salamanca, así como municipios colindantes en Cáceres. Otro punto de interés es el yacimiento de Barruecopardo, también en Salamanca, que produce wolframio (tungsteno) y se considera la única mina activa de este mineral crítico en Europa, con reservas de 8,69 millones de toneladas. Sufrio un incendio el 9 de julio de 2025, que afectó 1,4 hectáreas de pasto, curiosamente una zona que posiblemente será una ampliación de la explotación minera. La Ley 21/2015 de Montes, en su artículo 50, establece una aparente salvaguarda: los terrenos forestales incendiados no pueden cambiar su uso, como convertirse en suelo urbanizable, durante al menos 30 años. Este precepto, presentado como una medida para proteger la naturaleza y frenar la especulación urbanística, parece noble en la superficie. Sin embargo, un análisis más profundo revela fisuras que podrían ser explotadas. La ley no prohíbe explícitamente otros usos "compatibles" con la naturaleza forestal, siempre que se obtengan autorizaciones y se cumplan requisitos ambientales. Aquí comienza el primer hilo de la madeja conspirativa: ¿qué tan estrictos son estos requisitos cuando el terreno ya ha sido reducido a cenizas? Un monte quemado, desprovisto de su biodiversidad original, se convierte en un lienzo en blanco, fácil de moldear para proyectos que, bajo el paraguas de la "sostenibilidad", generan jugosos beneficios económicos. La instalación de molinos eólicos y placas solares en estos terrenos quemados es no solo posible, sino sospechosamente conveniente. Clasificados como usos "excepcionales" o "complementarios", estos proyectos se benefician de la etiqueta de "interés público" que les otorga la Ley 7/2021 de Cambio Climático y Transición Energética y decretos como el RD 1183/2020. Estos instrumentos legales han simplificado los trámites administrativos, agilizando la aprobación de proyectos renovables incluso en suelos forestales sensibles. Lo que podría parecer un avance hacia la descarbonización adquiere un matiz más oscuro cuando se considera la facilidad con la que una empresa puede cumplir los requisitos ambientales tras un incendio. Si, además, esa misma empresa se encarga de reforestar una porción del terreno circundante, el proyecto gana una pátina de legitimidad ecológica que silencia las críticas. Pero, ¿quién verifica la calidad de estas reforestaciones? ¿Y qué impide que estas iniciativas sean meros gestos cosméticos para justificar la ocupación de los terrenos? Los fondos NextGenerationEU, presentados como el gran salvavidas de la economía postpandémica, añaden otra capa a esta trama. Estos fondos, canalizados a través del Plan de Recuperación, Transformación y Resiliencia (PRTR), pueden cubrir hasta el 70% de los costos de proyectos de reforestación y hasta el 50% o más para instalaciones de energías renovables, como autoconsumo colectivo, agrivoltaica o almacenamiento a gran escala. La primera fase de estas subvenciones se agotó rápidamente en 2023, pero una Adenda al PRTR aprobada por el Consejo de Ministros ha abierto una segunda fase de financiación (2024-2026), con una dotación de 70.000 millones de euros. Este flujo de dinero, que debe gastarse antes de 2026, crea una ventana de oportunidad inquietante: los veranos de 2025 y 2026 se convierten en el momento perfecto para que un terreno forestal arda "accidentalmente", dejando el camino libre para proyectos rentables. Imagina el escenario: un incendio arrasa un monte en una región estratégica, como ciertas áreas de Galicia, Castilla y León o Zamora, conocidas por su riqueza forestal y, casualmente, por su potencial para proyectos renovables y mineros. Una vez quemado, el terreno se reforesta parcialmente con especies autóctonas, generando bonos de carbono que se venden en mercados voluntarios a precios de 5 a 25 euros por tonelada (o 70 euros o más en mercados regulados). Al mismo tiempo, se instalan placas solares o molinos eólicos, financiados en gran parte por los fondos europeos, y se aprovechan bonificaciones fiscales como reducciones del IBI (hasta 50%), el ICIO (hasta 95%) o deducciones en el IRPF (20-60%). Pero la trama no termina ahí. En algunos casos, estos terrenos quemados abren la puerta a explotaciones mineras, especialmente en áreas ricas en minerales como las tierras raras o el litio, crucial para baterías de almacenamiento energético. La combinación de reforestación, renovables y minería crea un cóctel económico irresistible, donde el incendio inicial parece menos un accidente y más un catalizador planificado. El mecanismo de los bonos de carbono es la joya de esta corona especulativa. Un bosque sano y antiguo, con su capacidad de absorción de CO2 ya estabilizada, no genera nuevos créditos de carbono. Sin embargo, un terreno quemado, despojado de su vegetación, es un candidato ideal para la reforestación estratégica. Según el Registro de Huella de Carbono del Ministerio para la Transición Ecológica y el Reto Demográfico (MITECO), un proyecto de reforestación debe cumplir requisitos estrictos: permanencia mínima de 30 años, uso de especies autóctonas y exclusión de cultivos de ciclo corto, como olivos hiperintensivos o árboles ornamentales. Pero aquí radica el truco: la reforestación no necesita abarcar todo el terreno. Una empresa puede plantar árboles en una fracción del área quemada, obtener los certificados de captura de CO2 (cada bono equivale a 1 tonelada métrica de CO2 equivalente) y destinar el resto del terreno a placas solares, molinos o incluso minería, maximizando los ingresos. Los árboles absorben CO2 de la atmósfera a través de la fotosíntesis, almacenándolo en su biomasa (troncos, ramas, hojas y raíces) y en el suelo. La cantidad de CO2 capturado depende del tipo de especie, la densidad de la plantación y las condiciones del terreno. La cuantificación de la captura de CO2 es un proceso técnico, basado en metodologías de estándares como Verra, Gold Standard o el MITECO. En promedio, se necesitan entre 30 y 80 árboles para capturar una tonelada de CO2, un proceso que puede tomar años, pero que asegura un flujo constante de bonos. Una vez verificados por auditores independientes, estos bonos se registran y se venden en mercados voluntarios, donde empresas con grandes emisiones los compran para cumplir objetivos de neutralidad de carbono. La ironía es devastadora: un incendio, lejos de ser una pérdida, se transforma en una inversión a largo plazo. Y si el gobierno, o ciertos actores cercanos a él, tienen conocimiento previo de estas oportunidades, ¿qué les impediría mirar hacia otro lado mientras el fuego consume los montes? Curiosamente la ley de montes del 2015 surge tras la implementación de estos créditos del carbono en el año 2010 y ampara a los incendios desde el año 2012. El hilo conspirativo se refuerza al considerar el contexto político y económico. El gobierno español, comprometido con los objetivos climáticos de la Unión Europea y el Acuerdo de París, enfrenta presiones para acelerar la transición energética y reducir emisiones. Los incendios, aunque públicamente lamentados, podrían ser un mal menor para ciertas élites si abren la puerta a proyectos que generan empleo, atraen inversión extranjera y cumplen metas internacionales. En una región concreta del país —digamos, una zona con alta incidencia de incendios y recursos naturales estratégicos—, los beneficios económicos de esta triple jugada (reforestación, renovables y minería) podrían superar con creces el costo político de un desastre ambiental. Más aún cuando los fondos NextGenerationEU, con su urgencia de ejecución antes de 2026, actúan como un incentivo para acelerar proyectos en terrenos "convenientemente" disponibles. La narrativa oficial habla de sostenibilidad, de lucha contra el cambio climático, de restauración ecológica. Pero bajo esta fachada, se susurra una verdad más incómoda: los incendios podrían no ser solo tragedias, sino oportunidades orquestadas. ¿Es casualidad que ciertas áreas ardan año tras año, mientras empresas con conexiones políticas obtienen autorizaciones rápidas para instalar infraestructuras? ¿O que los mismos actores que financian la reforestación sean los que instalan placas solares y explotan minas, todo bajo el paraguas de los fondos europeos? La Ley de Montes, con su aparente rigidez, podría ser un telón de fondo perfecto para un juego donde el fuego no destruye, sino que construye un nuevo orden económico, con el beneplácito —o la complicidad— de quienes deberían proteger los bosques. ¿Quién se beneficia realmente cuando un monte arde? ¿Por qué las autorizaciones para proyectos renovables y mineros en terrenos quemados parecen fluir con tanta facilidad? Y, sobre todo, ¿hasta qué punto el gobierno, o ciertos sectores privilegiados, están dispuestos a sacrificar la naturaleza en nombre de una "transición verde" que huele más a beneficios económicos que a compromiso ambiental? Mientras los montes arden, las respuestas se desvanecen en el humo, dejando tras de sí un paisaje de cenizas, turbinas y promesas de un futuro sostenible que, tal vez, nunca fue el objetivo real. ………………………………………………………………………………………. Datos sobre inmigración y emigración de españoles desde los años 80. España pasa de ser un país de emigración a un receptor de inmigrantes tras su integración en la Comunidad Económica Europea en 1986. La mejora económica y las oportunidades laborales comienzan a atraer flujos migratorios. En 1981, la población extranjera en España era de aproximadamente 198,042 personas (0.5% de la población total). Hacia 1998, esta cifra creció a 637,085 extranjeros (1.6% de la población total). Los inmigrantes provenían principalmente del entorno mediterráneo (Marruecos), Europa (Reino Unido, Alemania) y, en menor medida, América Latina. En los 90 el flujo migratorio creció lentamente. Hacia el año 2000, esta cifra aumentó a 895,720 personas (2.2%). Hablaríamos de casi 100.000 inmigrantes al año mientras que se estima que entre 50,000 y 100,000 españoles emigraron anualmente, muchos por motivos laborales o familiares. Las gallinas que entran por las que salen que decía aquel. En 1998 éramos 39.8 millones. Entre el 2000 y 2008 tuvimos un crecimiento espectacular de la inmigración debido al auge económico, especialmente en construcción y turismo creado por la burbuja inmobiliaria. En 2008, la población extranjera alcanzó 5,268,762 personas (11.41% de la población total). En 2010, llegó al 12.2% (5.7 millones de extranjeros). Pasamos de los 100.000 inmigrantes por año a los mas de 250.000. La inmigración latinoamericana, colombianos y ecuatorianos, se disparo, mientras que la emigración de españoles siguió a buen ritmo. Por ejemplo, en 2015, 94,645 españoles emigraron al exterior, muchos de ellos jóvenes cualificados en busca de empleo en países como Reino Unido, Alemania y Estados Unidos. Ya entraban muchos mas inmigrantes que españoles se marchaban. Cambiábamos gente joven universitaria por trabajadores con baja o nula cualificación. Para 2010 ya éramos 46 millones de personas. Hablo siempre de personas registradas en el censo legalmente, por supuesto siempre hay mas. Desde 2015, la inmigración repuntó con la supuesta recuperación económica. En 2023, la población extranjera alcanzó 8,257,260 personas (16.8% de la población total). Para enero de 2025 teníamos 9,379,972 nacidos en el extranjero (19.1%) de la población total del pais. Los principales países de origen en 2023 fueron Colombia (170,722 llegadas), Marruecos (123,468) y Venezuela (88,361). También hubo un aumento notable de ucranianos (+45.8%), peruanos (+20.1%) y colombianos (+19.1%) en 2022. La población latinoamericana representaba casi el 60% de los inmigrantes en la Comunidad de Madrid en 2022. Nuestros jóvenes siguen marchándose del pais al ritmo de unos 100.000 al año. Sin embargo y con una de las tasas de reproducción mas bajas de todo el mundo, por debajo de 1,2 hijos por mujer hemos llegado a 49,315,949 habitantes según los datos más recientes del Instituto Nacional de Estadística (INE), a 1 de julio de 2025. A continuación voy a proporcionar los datos sobre población extranjera en España según países salvo ingleses y franceses que son unos 500.000 para que veamos su origen. Hablamos de inmigrantes con residencia legal en España, obviamente habrá una gran cantidad de ilegales también. Marruecos 1.092.892, Colombia 856.616, Venezuela 599.769, Rumanía 532.456, Ecuador 448.643, Argentina 415.987, Perú 378.924, Cuba 223.532, Ucrania 215.700, Honduras 201.319 y Rep. Dominicana 201.162. Estos datos provienen del Informe sobre Población de Origen Inmigrado en España 2023 del Servicio Jesuita a Migrantes y el Instituto Nacional de Estadística (INE). Solo de esos 9 países teníamos 5,161,000 personas en España. Muy posiblemente si los sumamos a la inmigración ilegal pasemos fácilmente de los 10 millones en la actualidad. Hemos importado 10 millones de personas pobres para aumentar nuestro PIB artificialmente y solo de manera momentánea ya que dichas personas generan mucha menos riqueza en el largo plazo de lo que aportan con su entrada. ………………………………………………………………………………………. Desde los años 80, la clase media en España ha experimentado un progresivo deterioro que ha transformado su capacidad adquisitiva y su calidad de vida, marcado por el estancamiento de los sueldos y el encarecimiento de bienes y servicios esenciales como la comida, el combustible, la electricidad y, especialmente, la vivienda. En las décadas de 1980 y 1990, España vivió un periodo de crecimiento económico tras su entrada en la Comunidad Económica Europea (1986), lo que permitió a muchas familias de clase media acceder a un nivel de vida más elevado, con mejoras en el empleo y el consumo. Sin embargo, los sueldos, aunque crecieron en términos nominales, comenzaron a perder poder adquisitivo frente al aumento de los costes de vida, un problema que se agudizó en las décadas posteriores. Por ejemplo, en los años 80, el salario medio mensual rondaba las 100,000 pesetas (unos 600 euros), mientras que en 2023, según el INE, el salario bruto medio era de 2,128 euros, pero ajustado a la inflación, el crecimiento real ha sido mínimo o incluso negativo en muchos casos. El encarecimiento de los bienes esenciales ha sido un factor clave en el hundimiento de la clase media. La comida, aunque más accesible en términos de variedad gracias a la globalización, ha visto incrementos constantes en su precio. Entre 2000 y 2023, los precios de los alimentos básicos subieron un 30-40% más que la inflación general, según datos del INE. El combustible, por su parte, ha experimentado alzas significativas, especialmente tras la liberalización del mercado energético y las crisis internacionales (como la de 2022 por la guerra en Ucrania), con precios que pasaron de 0.80 euros/litro en los años 90 a picos de 2 euros/litro en 2022-2023. La electricidad, uno de los gastos más gravosos para los hogares, se disparó tras la liberalización del sector eléctrico en los 2000, con incrementos de hasta el 100% en la factura media entre 2008 y 2023, según la Organización de Consumidores y Usuarios (OCU). Estos aumentos han superado con creces el crecimiento salarial, erosionando el poder adquisitivo de la clase media. El precio de la vivienda ha sido, sin duda, el factor más devastador para la clase media. Durante el boom inmobiliario (1997-2007), los precios de la vivienda en España se triplicaron, pasando de un promedio de 1,000 euros/m² en los años 90 a 3,000 euros/m² en 2007. Aunque la crisis de 2008 redujo temporalmente los precios, desde 2015 se han recuperado, alcanzando en 2023 un promedio de 2,100 euros/m², según Idealista. En grandes ciudades como Madrid o Barcelona, los precios superan los 4,000 euros/m², mientras que los alquileres se han disparado un 50% desde 2015. Esto ha hecho que el acceso a la vivienda, ya sea en propiedad o alquiler, sea prácticamente inalcanzable para muchos hogares de clase media, especialmente para los jóvenes, que destinan más del 40% de sus ingresos al alquiler, frente al 20% que se consideraba sostenible en los años 80. Mientras tanto, los sueldos no han acompañado este ritmo: el salario mínimo interprofesional (SMI) pasó de 424 euros en 1990 a 1,134 euros en 2023, pero sigue siendo insuficiente para hacer frente a estos costes. La combinación de sueldos estancados y el aumento desproporcionado de los costes de vida ha generado una precarización de la clase media, que se ve obligada a destinar una proporción cada vez mayor de sus ingresos a necesidades básicas, dejando poco margen para el ahorro o el consumo discrecional. La crisis económica de 2008-2014 agravó esta situación, con un aumento del desempleo (que llegó al 26% en 2013) y la proliferación de contratos temporales y mal remunerados. Incluso en la recuperación posterior a 2015, la calidad del empleo no ha mejorado significativamente, con un 15% de trabajadores en riesgo de pobreza en 2023, según Eurostat. Este escenario ha llevado a un sentimiento generalizado de inseguridad económica, donde la clase media, que antes era el pilar de la estabilidad social en España, se encuentra cada vez más vulnerable, atrapada entre unos ingresos insuficientes y un coste de vida que no deja de crecer. ………………………………………………………………………………………. Desde los años 80, los incendios forestales en España han causado la pérdida de millones de hectáreas de bosques, con un impacto significativo en el medio ambiente, la economía y la biodiversidad. Según datos del Ministerio para la Transición Ecológica y el Reto Demográfico (MITECO) y el Sistema de Información Europeo de Incendios Forestales (EFFIS), entre 1980 y 2025 se han quemado aproximadamente 4,5 millones de hectáreas en España, con una media anual de unas 100,000 hectáreas afectadas. La década de los 80 fue especialmente devastadora, con un promedio de 200,000 hectáreas quemadas anualmente, debido a la falta de políticas efectivas de prevención y al uso tradicional del fuego en actividades agrícolas. Los años 90 y 2000 mostraron una ligera disminución en la superficie quemada (alrededor de 120,000 hectáreas/año), gracias a mejoras en la gestión forestal y la concienciación ciudadana. Sin embargo, curiosamente ha aumentado significativamente en las últimas dos décadas, con picos como el de 2022, cuando se quemaron 306,000 hectáreas, y 2025, que batió récords con 382,607 hectáreas calcinadas hasta agosto, según Copernicus. Galicia, Castilla y León y Andalucía han sido las regiones más afectadas, con incendios como el de Molezuelas de la Carballeda (2025, 50,000 hectáreas) o el de A Rúa o Larouco (2025, 44,424 hectáreas) destacando por su magnitud. Estos incendios no solo han destruido ecosistemas, sino que también han liberado cantidades masivas de CO2, con un promedio anual de 1,4 millones de toneladas en la última década y un pico de 5 millones de toneladas en 2022, según el Global Wildfire Information System. Este aumento significativo coincide con la introducción de los créditos de carbono como incentivo para la reforestación de superficies quemadas en España que comenzó a tomar relevancia a partir de la década de 2010, con el establecimiento del Registro de Huella de Carbono, Compensación y Proyectos de Absorción de Dióxido de Carbono por parte del MITECO en 2014. Este registro permite inscribir proyectos de reforestación que generen créditos de carbono, siempre que cumplan con requisitos como una permanencia mínima de 30 años y que las plantaciones se realicen en áreas afectadas por incendios posteriores a la campaña 2012-2013. Los créditos de carbono representan una tonelada equivalente de CO2 (tCO2e) absorbida o evitada, y su mercado voluntario ha crecido significativamente en España, impulsado por empresas que buscan compensar su huella de carbono. Parece que somos muy verdes, pero podría estar detrás de todo esto el vil metal. Calcular el dinero generado por los créditos de carbono en España desde 2014 es complejo debido a la variabilidad de los precios y la falta de datos agregados precisos, pero se puede estimar con base en la información disponible. Según fuentes como la Asociación Forestal de Galicia y estudios internacionales, el precio medio de un crédito de carbono en el mercado voluntario en España ha oscilado entre 15 y 25 euros por tonelada de CO2 en los últimos años, con un promedio de 20 euros/tCO2e en 2023. Se estima que los proyectos de reforestación en España, especialmente en áreas quemadas, pueden capturar entre 70 y 150 toneladas de carbono por hectárea a lo largo de su vida útil (30-50 años), dependiendo de la gestión forestal. No hay una cifra agregada que indique cuántas hectáreas han sido reforestadas específicamente tras incendios entre 2014 y 2023 pero podrían rondar entre 100.000 y 300.000 hectáreas en España. Según datos de MITECO y organizaciones como ClimateTrade, que reportan 133,000 toneladas de CO2 compensadas en más de 40 proyectos forestales hasta 2024. Asumiendo que estas hectáreas generan un promedio de 100 toneladas de carbono por hectárea (un estimado conservador), esto equivale a 10 millones de toneladas de CO2 absorbidas. A un precio medio de 20 euros/tCO2e, el valor económico generado sería de aproximadamente 200 millones de euros desde 2014. Sin embargo, esta cifra es una estimación, ya que no todos los proyectos están registrados en el mercado de carbono, y los precios varían según la demanda y la calidad del proyecto. Si estimamos que son 300.000 las hectáreas reforestadas a un precio medio de 50 euros estaríamos hablando de varios miles de millones de euros. El precio medio de un crédito de carbono en 2025 varía según el tipo de mercado (regulado o voluntario) y el tipo de proyecto. En el mercado regulado de la Unión Europea (EU ETS), el precio medio de un crédito de carbono (una tonelada de CO2 equivalente) es de aproximadamente 73,68 euros por tonelada, según datos de marzo de 2025. Por lo tanto podríamos estar hablando de miles de millones de euros generados tras quemar los bosques. ¿Creen que no serian capaces de quemar el bosque para generar miles de millones de euros? ………………………………………………………………………………………. Bueno, y me despido por hoy recordando que el próximo martes 2 de septiembre no se pueden perder una tremenda presentación que haré en el canal de Youtube El hilo Rojo sobre el régimen del 78. Van a conocer los entresijos de la partitocracia, los pelos y las señales…muy, muy interesante. No deben perderse el video. Publicare el audio en Ivoox. Y nos vamos ya con unas frases UTP, la primera es de JM Goig: "Cuanto más usen los politicuchos el 'delito de odio' para censurar, más grande será el odio contra ellos.” Esta desconozco al autor: “La capacidad creadora de su cerebro es infinita, usted es quién pone los limites.” Y la ultima es mia: “El despertar de la consciencia no es un camino, sino un reencuentro con tu esencia más profunda. No se trata de avanzar sin rumbo, sino de desandar el olvido para recordar quién eres.” ………………………………………………………………………………………. Conductor del programa UTP Ramón Valero @tecn_preocupado Canal en Telegram @UnTecnicoPreocupado Un técnico Preocupado un FP2 IVOOX UTP http://cutt.ly/dzhhGrf BLOG http://cutt.ly/dzhh2LX Ayúdame desde mi Crowfunding aquí https://cutt.ly/W0DsPVq Invitados Ira @Genes72 ………………………………………………………………………………………. Enlaces citados en el podcast: AYUDA A TRAVÉS DE LA COMPRA DE MIS LIBROS https://tecnicopreocupado.com/2024/11/16/ayuda-a-traves-de-la-compra-de-mis-libros/ Calificación crediticia deuda España https://www.tesoro.es/deuda-publica/calificacion-crediticia Siete de cada diez euros de gasto público se destinan a pensiones y sueldos de los funcionarios https://www.lavozdegalicia.es/noticia/economia/2024/02/04/siete-diez-euros-gasto-publico-destinan-pensiones-sueldos-funcionarios/0003_202402G4P30992.htm España - Gasto público https://datosmacro.expansion.com/estado/gasto/espana Insostenible: PIB 18% menor; deuda 24% mayor https://blogs.elconfidencial.com/economia/el-disparate-economico/2016-07-04/insostenible-pib-18-menor-deuda-24-mayor_1227235/ ESTADÍSTICA GENERAL DE INCENDIOS FORESTALES (EGIF) https://www.miteco.gob.es/es/biodiversidad/temas/incendios-forestales/estadisticas-datos.html Tierras raras. REE mineralisation in Spain and Portugal https://www.eurare.org/countries/spainAndPortugal.html La Junta autoriza la explotación de la cantera de cuarcita 'Mesa de Reis' en Oencia con un estricto plan de restauración ambiental https://www.infobierzo.com/bierzo-noticias/junta-autoriza-explotacion-ambiental-cantera-cuarcita-mesa-reis-oencia_1027309_102.html Spain's rare earths pit greens against tech security—and profit https://phys.org/news/2021-10-spain-rare-earths-pit-greens.html ¿Cuánto vale el CO2? Los créditos de carbono de la UE https://blog.co2mpensamos.com/post/cuanto-vale-el-co2-los-creditos-de-carbono-de-la-ue Futuros emisiones de carbono - Dic 2025 (CFI2Z5) https://es.investing.com/commodities/carbon-emissions La fijación del precio del carbono a nivel mundial moviliza más de USD 100 000 millones para presupuesto público https://www.bancomundial.org/es/news/press-release/2025/06/10/global-carbon-pricing-mobilizes-over-100-billion-for-public-budgets España reduce a la mitad su inversión en prevención de incendios mientras 2025 se convierte en el año más devastador del siglo https://www.eldiariodemadrid.es/articulo/medio-ambiente/espana-reduce-mitad-inversion-prevencion-incendios-mientras-2025-convierte-ano-mas-devastador-siglo/20250820150706107781.html Población en España hoy: inmigrantes, emigrantes y otros datos sobre los habitantes de España https://www.epdata.es/datos/poblacion-espana-hoy-inmigrantes-emigrantes-otros-datos-habitantes-espana/1/espana/106 Movimientos migratorios https://atlasnacional.ign.es/wane/Movimientos_migratorios Población extranjera de España en 2024, por país de nacimiento https://es.statista.com/estadisticas/472512/poblacion-extranjera-de-espana-por-nacionalidad/ ………………………………………………………………………………………. Música utilizada en este podcast: Tema inicial Heros Epílogo Fuerza que no se apaga - Siete Melódico https://youtu.be/FEn7XdRVuJs?feature=shared

OTTOTECNOLOGIA
Láser para medir, calcular ángulos y hasta nivel

OTTOTECNOLOGIA

Play Episode Listen Later Aug 6, 2025 3:25


Precio: https://amzn.to/4ftYB02 El medidor láser Huepar con haz verde permite medir distancias de hasta 393 pies con alta precisión y múltiples funciones como cálculo de área, volumen y medición indirecta. Tiene pantalla retroiluminada, batería recargable, diseño resistente al polvo y salpicaduras (IP54), y es ideal para trabajos de construcción, bricolaje o uso profesional. Su haz verde es más visible que el rojo, especialmente en exteriores

¿Qué Haría Jesús?
Evangelio de hoy: Sábado 5 de agosto - “Deja de calcular”

¿Qué Haría Jesús?

Play Episode Listen Later Aug 5, 2025 9:01


Hoy escucharemos al Padre @pablosolislc compartir su reflexión sobre el evangelio según San Mateo (Mt 14, 22-36). Podcast producido por New Fire (@benewfire).

Podcast de El Líbero
La propuesta del ex director del SII, Ricardo Escobar, para calcular contribuciones

Podcast de El Líbero

Play Episode Listen Later Jul 31, 2025 26:17


En este capítulo de Libre Mercado, Cristián Rodríguez entrevista al abogado y exdirector del Servicio de Impuestos Internos (SII), Ricardo Escobar, quien entrega su fórmula para simplificar el cálculo de las contribuciones y modificar el sistema. Además, evalúa la reforma tributaria que impulsa el gobierno.

Instrucciones Para Florecer
EP105 Empoderarte con tus finanzas personales - Carolina Pineda - María José Ramírez Botero

Instrucciones Para Florecer

Play Episode Listen Later Jul 30, 2025 56:51


Mi invitada a este episodio es Carolina Pineda quien nos va a compartir sus instrucciones para empoderarte con tus finanzas personales¿Sientes que el dinero es una fuente constante de estrés en tu vida?¿Te gustaría tomar el control de tus finanzas, pero no sabes por dónde empezar?¿Crees que hablar de dinero es solo para expertos… o para quienes ya tienen mucho?¿Sabías que tener claridad financiera no solo mejora tu bolsillo, sino tu seguridad, tu autoestima y hasta tus relaciones?¿Estás lista para transformar tu relación con el dinero y convertirlo en una herramienta para construir la vida que sueñas?No te pierdas este episodio.Carolina nos invita a: - Reflexionar sobre como manejar la vida financiera- Hacer cálculos sobre los costos que vas a gastar si esta acorde con tus ingresos- Calcular el costo de los créditos que obtienes- No vivir de un solo sueldo- Pensar en el futuro- Buscar alternativas de inversión- No concentrar todo en un solo activo- Diversificar tus inversiones- Aprender sobre finanzas personales- Investigar y leer- Para poder enseñar estar un paso más adelante que los demás- Aprender enseñando- Crear buenos hábitos- Ahorrar todos los meses para luego invertir- Disciplina- Cultivar paciencia- Construir tu patrimonio con paciencia- El poder sacrificar el placer de corto plazo por el bienestar a largo plazo - Buscar un balance entre el placer de corto plazo y el bienestar d largo plazo- El dinero no es un fin sino un m medio para un fin- Tener la opción de escoger- Guardar un porcentaje para tu yo futuro- Gastar estratégicamente- Gastar en experiencias- Disfrutar el balance- Controlar los gastos- No comprar cosas que no necesitas- Que realmente te trae mayor felicidad- Antes de comprar algo preguntarte si de verdad lo necesitas.- No compres de manera impulsiva- Busca aprovechar los descuentos- Piensa más de dos veces antes de comprar algo- Tener disciplina antes de comprar- Cultiva hábitos adecuados- Conocerte- Darte cuenta de porque estas gastando el dinero- Atacar el problema de raiz- Hazte preguntas: como eres, como gastas el dinero- Tener un presupuesto- Revisar tus gastos para encontrar oportunidades de ahorro- Ahorrar primero y luego si gastar- Ahorrar 10% de tus ingresos mensualmente - Manejar las deudas - No tener deudas que son para gastar más- Usar el método de la bola de nieve para pagar de menor a mayor deuda para así vas mandando las deudas más pequeñas- Ojo con las tarjetas de credito que tienen las tasas más altas del mercado- Escoge muy bien que vas a pagar a más de una cuota- A partir de montos muy bajos se puede invertir- Entender los riesgos que vas a asumir- El poder de invertir todos los meses - El poder del interés compuesto de la rentabilidad sobre la rentabilidad- Reinvertir las ganancias de tu inversión para obtener intereses sobre los intereses- Ser paciente - Diversificar tus inversiones en diferentes productos para mitigar el riesgo en una inversión específica- Empoderarte de tus finanzas personales- No dejarle el tema de las finanzas a los esposos- Hacernos cargo de el tema financiero- Unir fuerzas con el esposo- Educate en finanzas personales- Buscar recursos donde puedes entender estos temas de manera sencilla- Cultivar la paciencia para construir el patrimonio con consistencia- Entender en que estas invirtiendo- El mayor riesgo esta en no invertir porque pierdes el poder adquisitivoEpisodio producido por @SantiagoRios - Mil Palabras  Página Web www.mariajoseramirez.co  Instagram MajoRamirezBotero  LinkedIn https://www.linkedin.com/in/mariajoseramirezbotero/  Facebook María José Ramírez

Radio Rioja
El Ayuntamiento de Logroño modifica la forma de calcular la tasa de recogida de basuras e incorpora los criterios de superficie y número de personas empadronadas en la vivienda

Radio Rioja

Play Episode Listen Later Jul 28, 2025 1:51


El Ayuntamiento de Logroño modifica la forma de calcular la tasa de recogida de basuras e incorpora los criterios de superficie y número de personas empadronadas en la vivienda 

SER Madrid Norte
Espacio de Ecología: Las empresas españolas van a contrarreloj para calcular su huella de carbono, ya que el 83% de las pymes aún no están preparadas

SER Madrid Norte

Play Episode Listen Later Jun 3, 2025 15:18


El tejido empresarial español se enfrenta a una nueva obligación que les va a suponer un esfuerzo de gestión extra: el cálculo de la huella de carbono. Hablamos de este tema en nuestro espacio de Ecología de esta semana, con Antonio Quilis, y Juanjo Mestre, CEO & Cofundador de Dcycle.

Amorosidade Estrela da Manhã
O TUDO ÀS VEZES SE CONFUNDE COM O NADA, NO SOBE E DESCE DA MISTERIOSA ESCADA, E NÃO TEM COMO CALCULAR, NÃO É POSSÍVEL PLANEJAR. NÃO É ESTRATÉGICO (DA NOSSA PARTE, POIS TEM ALGUÉM ESTRATEGIANDO)

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later May 22, 2025 4:40


Kiwicast - O Podcast da Kiwify
O Método Que Transforma Criativos em Campeões de Vendas | Drieli e Rafael Barão - Kiwicast #450

Kiwicast - O Podcast da Kiwify

Play Episode Listen Later May 20, 2025 52:07


Ele se especializou em copy e estratégia, ela se especializou em tráfego e se tornou o rosto do negócio. Juntos, eles já ajudaram mais de 3 mil alunos a faturarem de 2 a 3 mil por semana. Durante a trajetória de 4 anos no digital, esse casal desistiu no meio do caminho, mas quando voltaram, faturaram mais de R$1 milhão em somente 51 dias. Agora, eles vieram compartilhar um pouco do que sabem no Kiwicast.Eles são Drieli e Rafael Barão e conversaram com a gente sobre:- Como testar criativos e transformar a sua operação- Como validar um criativo que será campeão de vendas- Calcular o CTR pode mudar o rumo da suas vendas- Os padrões que convertem em uma estrutura de VSL- Como estruturar um suporte no WhatsApp diferenciadoE muito mais!Quer saber tudo o que a Drieli e o Rafael Barão disseram pra gente?Dá o play no Kiwicast de hoje.E conta pra gente nos comentários o maior insight que você tirou do episódio.Nosso Instagram é @Kiwify

🟡 MONEY MASTERY PODCAST | Por Daniel Rodriguez

Hoy nos enfocamos en temas relacionados con la gestión de las inversiones y nuestro riesgo, la importancia de un entorno y contexto adecuado para crear patrimonio, ayudar a la economía, y otros aspectos clave de las finanzas personales y sociales que nos ayudaran a todos. En este Ep #215 con Juan Pablo compartimos algunos conceptos clave que definen una mejora constante de nuestra consciencia y acciones como inversionistas. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Humor en la Cadena SER
El Mundo Today | Aprovecha una sesión de meditación para calcular el IVA

Humor en la Cadena SER

Play Episode Listen Later Apr 7, 2025 2:14


Conocemos la actualidad del mañana de la mano de El Mundo Today

Humor en la Cadena SER
El Mundo Today | Aprovecha una sesión de meditación para calcular el IVA

Humor en la Cadena SER

Play Episode Listen Later Apr 7, 2025 2:14


Conocemos la actualidad del mañana de la mano de El Mundo Today

La Ventana
El Mundo Today | Aprovecha una sesión de meditación para calcular el IVA

La Ventana

Play Episode Listen Later Apr 7, 2025 2:14


Conocemos la actualidad del mañana de la mano de El Mundo Today

Daily Easy Spanish
¿Qué fórmula matemática usó el gobierno de Trump para calcular los aranceles? (y por qué algunos expertos dicen que es ”un disparate”)

Daily Easy Spanish

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 21:49


Lo que parece una complicada fórmula matemática es en realidad una operación simple que no se basa en el arancel que otros países cobran a Estados Unidos.

La W Radio con Julio Sánchez Cristo
Esta fue la fórmula de EE.UU. para calcular los aranceles a importaciones: economista explica

La W Radio con Julio Sánchez Cristo

Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 15:23


Antonio Ortiz, profesor en el Centro de Estudios Latinoamericanos de la Universidad de Georgetown, se refirió a la fórmula para calcular los aranceles que fue compartida por la Casa Blanca.

Colunistas Eldorado Estadão
Estado Geral: Como tributação preocupa empresas pra calcular IR pós-reforma

Colunistas Eldorado Estadão

Play Episode Listen Later Mar 31, 2025 11:45


Mariana Carneiro, repórter do Estadão em Brasília, repercute Política e Economia internas às 2ªs, 4ªs e 6ªs, 8h30, no Jornal Eldorado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

El Coach – Estrategias de Negocios B2B
#521 -¿Por qué no estás cerrando ventas? Descubre el miniproceso en 4 pasos

El Coach – Estrategias de Negocios B2B

Play Episode Listen Later Mar 19, 2025 5:28


Si tus reuniones con clientes no se traducen en cierres de ventas, este episodio de "Con Licencia Para Vender" con Jorge Zamora es para ti. Aprende por qué muchos prospectos desaparecen sin avanzar y cómo estructurar tus reuniones de manera efectiva para transformar más oportunidades en clientes.

Martha Debayle
¿cómo calcular tu huella hídrica? - martes 18 de marzo del 2025

Martha Debayle

Play Episode Listen Later Mar 18, 2025 30:22


Chequense este dato: La Organización Mundial de la Salud recomienda un consumo máximo de 100 litros diarios de agua; sin embargo, en la CDMX una persona consume en promedio 380 litros de agua diarios, es decir 3 veces más. Invité a Federico Llamas, para que nos explique cómo calcular nuestra huella hídrica para optimizar nuestro consumo de agua. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Atemporal
Carolina Soto Losada - No me arrepiento de la decisión - #167

Atemporal

Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 120:49


Carolina Soto Losada ha sido investigadora de Fedesarrollo, viceministra de hacienda y codirectora del Banco de la República. SOMOS INTERNET 50% OFF : https://www.somosinternet.co/atemporalCapítulos: 00:00 intro1:08 La decisión de escoger economía15:47 Los cambios de la facultad de economía19:38 Trabajar en el ministerio de transporte29:23 Trabajar en el DNP31:08 ¿Por qué una maestría y no un doctorado?40:01 Vivir el 11 de septiembre en Nueva York46:08 Como funciona el Plan de Desarrollo53:36 Mi renuncia1:01:23 ¿Por qué recomendar a Carolina Soto?1:02:49 La diferencia de trabajar con Uribe y Santos1:07:01 El segundo trabajo más complejo del país1:08:34 La crisis del 20081:13:18 Técnica vs política1:16:10 La regulación de la línea negra1:30:57 Calcular en el mundo de la política1:23:17 Viceministra de Hacienda de Santos1:27:56 Ser codirectora del Banco de la republica1:30:16 Las circunstancias para tener un cuerpo colegiado1:55:23 Buscar la excelencia en los cargos1:56:23 Cómo aproximarse a los temas1:59:23 El indicador económico soñadoRecibe mi newsletter: https://acevedoandres.com/newsletter/

AudioFit
Cómo ganar 5 kilos de músculo (plan paso a paso)

AudioFit

Play Episode Listen Later Mar 9, 2025 20:00


¿Cómo hacer una etapa de volumen muscular? En este vídeo, nuestro profesor y preparador de culturismo Ángel López, te lo explica con un paso a paso realista y con el objetivo de ejemplo de ganar 5 kg de músculo. Bibliografía del vídeo: https://bit.ly/4hn2PWy ️ Descarga el Diario de Entrenamiento de Fit Generation: https://bit.ly/3XjX3O6 Recursos mencionados: Calculadora de % de grasa corporal: https://fitgeneration.es/calculadora/porcentaje-grasa-corporal/ Calculadora de nivel de entrenamiento: https://fitgeneration.es/calculadora/nivel-entrenamiento-gimnasio/ Calculadora de calorías para ganar músculo: https://fitgeneration.es/calculadora/calorias-ganar-musculo/ Calculadora de macronutrientes: https://fitgeneration.es/calculadora/macronutrientes-diarios/ Calculadora de % de grasa según pliegues: https://fitgeneration.es/calculadora/grasa-corporal-segun-pliegues/ Cuánto músculo puedes ganar: https://youtu.be/5jj93QNEqD0?si=R1oqgJncMWvD206U Ranking de rutinas: https://youtu.be/A3ESnLADxME?si=SfXY2l48B7RX8TFx Cuánto comer para ganar músculo: https://www.youtube.com/watch?v=-OZwiSDMQIQ Proteína y masa muscular: https://youtu.be/2v25sKvMC6Q?si=4mhcI8uDFTyOIKKk Cuándo cambiar de ejercicios: https://www.youtube.com/watch?v=Mqnsb5ewfqg ÍNDICE DEL VÍDEO 00:00 Introducción al vídeo 00:51 Cosas que debes saber 01:44 Evaluación inicial 04:41 Programar tu rutina de entrenamiento 09:02 Calcular y programar tu nutrición 12:12 Repetir, medir y ajustar 16:22 Resumen final

Médico Capitalista
MC #39 - Flipping Building Comprar – Reformar - Vender a Nivel Plus de Rentabilidad con Edificios.

Médico Capitalista

Play Episode Listen Later Feb 22, 2025 19:41


El Flipping Building; es una estrategia de inversión inmobiliariaque consiste en adquirir inmuebles (Edificios, Conjuntos Residenciales o Urbanizaciones), renovarlos y luego venderlos.Este modelo que combina visión, creatividad y un enfoque estratégico en los negocios, en este podcasts exploraremos esta practica, como identificar oportunidades, planificar renovaciones y como vender al destinatario final para generar ingresos al transformas espacios comunes en extraordinarios para las familias. Cálculos Rentabilidad del Flipping Building.En Domoblock.io; no deja un ejemplo de los cálculos prácticos. 1.   Calcular el Total de la Inversión (TI):Costo de Adquisición + Costo deRenovación + Gastos Adicionales:-  500.000€ + 150.000€ + 20.000€:670.000€2.   Supongamos que lograste vender la propiedad o los apartamentos en (PV) 1.000.000€3.   Calculamos el Beneficio Bruto (BB)de la operación. -  BB: PV – TI: Total.-  BB: 1.000.000€ - 670.000€: 330.000€ 4.   Y por último, buscamos la rentabilidad sobre la inversión. -  ROI: BB/TI x 100: 330.000€/670.000€x 100: 49,25% En este proyecto de Flipping Building como ejemplo obtendrías una ganancia de 49,25% pero es importante tener en cuenta otros factores que pueden influir en una rentabilidad, como el tiempo que tarda en venderse la propiedad, fluctuaciones del mercado y otros costes imprevistos, asociar los impuestos. Links:⁠⁠https://youtube.com/@medicocapitalistatv⁠⁠⁠https://linktr.ee/medicocapitalista⁠⁠https://bento.me/medicocapitalista⁠⁠https://www.facebook.com/medicocapitalista⁠⁠https://podcasts.apple.com/es/podcast/medico-capitalista/id1591657527⁠⁠https://open.spotify.com/show/0VqIrQJmrZorTC5ti1gzDA?si=VeR5ZAgVSrqIYiCX71W0pQ⁠⁠https://music.amazon.es/podcasts/76e18f17-3896-49a9-bd98-b7a9dd689503/medico-capitalista?ref=dm_sh_qseYEpwB6On0tzXQPnJ2m1n6b⁠

ABOGADOS LABORALES MONTERREY
SEMANAS REDUCIDAS, COMO CALCULAR LIQUIDACION

ABOGADOS LABORALES MONTERREY

Play Episode Listen Later Jan 8, 2025 16:13


Atletas LowCarb
#438 - QUANTAS CALORIAS COMER? COMO CALCULAR CALORIAS? - CONSULTORIA GRATUITA

Atletas LowCarb

Play Episode Listen Later Nov 15, 2024 80:41


Hoje, na nossa "Consultoria Gratuita", discuti por que nem sempre calorias importam. Expliquei, com base em artigos científicos, como focar apenas no número de calorias e ignorar a qualidade da alimentação pode ser um erro grave para quem busca saúde. No final, respondi perguntas e dei dicas valiosas para vocês. Não percam! :::::: Seja Membro e Receba Aulas e Conteúdos Exclusivos ::::: https://www.youtube.com/channel/UCgeSWvdpxC7Ckc77h_xgmtg/join :::: GRUPO VIP NO WHATSAPP :::: https://chat.whatsapp.com/L9Los9HHdmP5Pf09O4i7HK Entre em meu Canal do Telegram: https://t.me/canalandreburgos Inscreva-se em nosso canal http://goo.gl/Ot3z2r Saiba mais sobre o Método Protagonista em: https://escoladoprotagonista.com.br/oferta Programa Atletas LowCarb: https://atletaslowcarb.com.br/programa-alc/ Me siga no Instagram https://www.instagram.com/andreburgos/

Así las cosas
¿Qué implicaciones tiene el cambio de base para calcular el saldo de cerca de 2 millones de créditos del Infonavit, excluyendo el de salarios mínimos?

Así las cosas

Play Episode Listen Later Nov 12, 2024 7:22


Leandro Twin
Como calcular gasto calórico basal

Leandro Twin

Play Episode Listen Later Nov 10, 2024 5:54


Assessoria esportiva online e presencial: ⁠http://www.leandrotwin.com.br/⁠ E-book "Dieta Inteligente - Para Perder Gordura e Ganhar Massa Muscular" *só R$ 39,90*: ⁠https://pay.hotmart.com/T77984348A?checkoutMode=10&bid=1728491645515 ⁠ Curso de Treino (Monte seu próprio treino ainda hoje): ⁠https://pay.hotmart.com/U72090251V?checkoutMode=10&bid=1728491515314⁠ Curso Sobre Esteroides Anabolizantes (Não use esteroides antes de fazer este curso): ⁠https://pay.hotmart.com/T64303539E?checkoutMode=10⁠ Curso de Suplementação para Praticantes de Musculação: ⁠https://hotmart.com/pt-br/club/public/leandro-twin-cursos⁠ Grupo do Telegram para promoções de todos os meus produtos: ⁠https://t.me/leandrotwin ⁠ Instagram: ⁠https://www.instagram.com/leandrotwin/⁠ Facebook: ⁠https://www.facebook.com/oficialleandrotwin?ref=hl⁠ Este vídeo é um oferecimento de: Oficial Farma: ⁠https://www.oficialfarma.com.br/⁠ Growth Supplements: ⁠https://www.gsuplementos.com.br/⁠ Atenção: As mensagens contidas em todos os vídeos de LeandroTwin não possuem o objetivo de substituir orientação de um profissional (independente da sua área de atuação). O vídeo é informativo. Qualquer rotina iniciada por conta própria é de responsabilidade do próprio.

Phil Hugo Fitness and Mindset Podcast ESPAÑA
PHFM199 ¿Cuántas calorías gastas? Mi estrategia para perder grasa manteniendo tus hormonas equilibradas

Phil Hugo Fitness and Mindset Podcast ESPAÑA

Play Episode Listen Later Sep 15, 2024 15:54


Calcular las calorías que gastas diariamente es mucho más complicado de lo que parece. Aunque existen aplicaciones que te pueden dar una idea aproximada, es imposible obtener un cálculo exacto debido a la variabilidad de nuestro cuerpo. Sin embargo, puedes utilizar estas herramientas para ajustar tu ingesta y asegurarte de estar en un déficit calórico adecuado para perder grasa sin poner en riesgo tu salud. En este video, te explico cómo hacerlo de manera efectiva y qué factores debes tener en cuenta para no cometer errores que puedan frenar tus progresos. Además, te comparto las mejores prácticas y recomendaciones para que optimices tu dieta y alcances tus objetivos de forma segura.

Podcast de Juan Ramón Rallo
¿Ha cambiado el BCE el método de calcular los tipos de interés?

Podcast de Juan Ramón Rallo

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 13:42


El BCE ha vuelto a rebajar los tipos de interés y, con ellos, el Euribor. Sin embargo, algunos medios de comunicación afirman que también se ha modificado el método para calcular esos tipos de interés. ¿Es realmente así?Puedes obtener más información sobre Raisin aquí: https://www.raisin.es/juanramonrallo/ Hazte miembro en: https://plus.acast.com/s/juanrallo. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Martha Debayle
¿Cómo calcular tu huella hídrica? - Miércoles 24 de julio del 2024

Martha Debayle

Play Episode Listen Later Jul 25, 2024 29:44


Chequense este dato: La Organización Mundial de la Salud recomienda un consumo máximo de 100 litros diarios de agua; sin embargo, en la CDMX una persona consume en promedio 380 litros de agua diarios, es decir 3 veces más. Invité a Federico Llamas, para que nos explique cómo calcular nuestra huella hídrica para optimizar nuestro consumo de agua. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Dimes y Billetes
Así puedes calcular tu retiro en EXCEL | El Billetazo

Dimes y Billetes

Play Episode Listen Later Jun 4, 2024 66:49


En este episodio de El Billetazo, les explico sobre cómo pueden su retiro con una herramienta que yo mismo hice en excel. Si quieres participar en El Billetazo, conéctate en vivo a mi canal de YouTube los lunes y miércoles en punto de las 7:00 PM tiempo del centro de México ¡Ahí nos vemos!Si quieres usar la plantilla para calcular el retiro, puedes descargarla a través de esta liga:https://docs.google.com/spreadsheets/... Sígueme en todas mis redes sociales:

El podcast de El Club de Inversión
244 - ⬆️⬆️ CÓMO CALCULAR LA RENTABILIDAD INMOBILIARIA ⬆️ ⬆️

El podcast de El Club de Inversión

Play Episode Listen Later Apr 26, 2024 18:21 Transcription Available


¡Hola! En este podcast aprenderemos paso a paso a calcular la rentabilidad inmobiliaria. Rentabilidad neta y rentabilidad bruta. Con o sin hipoteca. Un pilar básico para aventurarte en este tipo de inversión, investigar, gestionar el inmueble, conocer el mercado... ¿Conoces las numerosas formas de invertir en el sector inmobiliario?

Así las cosas
¿Cómo podemos calcular nuestra capacidad de endeudamiento?

Así las cosas

Play Episode Listen Later Apr 8, 2024 3:01


Encanchadas
Futbol… ¿sostenible?

Encanchadas

Play Episode Listen Later Mar 7, 2024 20:32


El futbol es más que un deporte, es un fenómeno social que tiene un gran impacto a nivel económico, social y, por supuesto, ambiental. Calcular el impacto ambiental de este deporte es complicado porque se deben tomar varias cosas en cuenta, no solo la basura que genera, sino también los traslados de las y los futbolistas, los cuerpos técnicos y la afición; el gasto de agua necesario para mantener en buenas condiciones las canchas de los estadios, la energía eléctrica que requiere cada partido… Desde hace al menos una década la FIFA se ha preocupado por desarrollar programas relacionados con la sostenibilidad y, por ejemplo, los partidos del Mundial en Australia y Nueva Zelanda se disputaron en estadios ecológicos certificados. Entérate de qué están haciendo los clubes en México para reducir su impacto ambiental y conoce sus nuevas propuestas y proyectos.

Duro y a la cabeza
04-03-2024_Programa$04El crimen vigila transporte para calcular atracos; pérdidas por 70 mil mdp al año Los delincuentes ya no roban al azar, sino que, por un alto grado de corrupción en el sector, conocen rutas, tipos de carga, horarios y placas, aler

Duro y a la cabeza

Play Episode Listen Later Mar 4, 2024 25:28


El crimen vigila transporte para calcular atracos; pérdidas por 70 mil mdp al año Los delincuentes ya no roban al azar, sino que, por un alto grado de corrupción en el sector, conocen rutas, tipos de carga, horarios y placas, alertan empresarios.See omnystudio.com/listener for privacy information.