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Semana em África
Guiné-Bissau: Bubacar Turé diz estar disponível para colaborar com a justiça

Semana em África

Play Episode Listen Later Apr 18, 2025 12:46


Na rubrica Vida em França, damos destaque à actualidade política na Guiné-Bissau, com o presidente da Liga dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, a denunciar as tentativas de sequestro e ameaças que tem enfrentado, sublinhando que está disponível para colaborar com a justiça.  Em entrevista ao jornal O Democrata, o presidente da Liga dos Direitos Humanos, cujo paradeiro continua indefinido, afirmou que, neste momento, é o homem mais procurado e que o objectivo do regime “é prendê-lo e levá-lo para o Ministério do Interior para ser torturado”.Ministério Público exige comparecimentoO Ministério Público notificou o activista para que comparecesse nesta quinta-feira, 17 de Abril, mas a Liga dos Direitos Humanos solicitou que a audiência fosse adiada para uma nova data, de forma a permitir que Bubacar Turé pudesse chegar a Bissau em segurança.O Ministério Público instou Bubacar Turé a comparecer perante as autoridades no quadro de um "inquérito aberto para investigar as denúncias feitas pelo presidente da Liga, de que todos os doentes em tratamento de hemodiálise no Hospital Simão Mendes de Bissau teriam morrido". Bubacar Turé: “Não sou fugitivo”Bubacar Turé, em resposta às acusações, afirmou que não é fugitivo e garantiu que está disposto a colaborar com a Justiça, diante dos órgãos competentes.Por sua vez, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou que Bubacar Turé “se está a esconder”, mas acrescentou que “terá de enfrentar a Justiça para provar as suas declarações”, as quais considera falsas. Umaro Sissoco Embaló comparou a Liga Guineense dos Direitos Humanos a “um partido político”, devido à forma como tem sido dirigida pelo actual líder, o jurista Bubacar Turé.Em entrevista à RFI, o jurista e membro do colectivo de advogados da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau, Fodé Mané, descreveu a perseguição a Bubacar Turé como uma forma de calar a crítica."Eles sabem que a Liga dos Direitos Humanos e a Ordem dos Advogados são os últimos redutos dos cidadãos, onde eles recorrem no caso de violações desses direitos. O objectivo é atingir a voz mais crítica, para amedrontar quase toda a sociedade", referiu. Transferência de cidadãos estrangeirosAinda na Guiné-Bissau, quatro cidadãos estrangeiros que estavam detidos em Bissau, condenados por tráfico de droga, foram transferidos para os Estados Unidos da América. Os advogados de defesa não concordam com a medida, devido à inexistência de um acordo de extradição entre a Guiné-Bissau e os Estados Unidos. Todavia, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, justificou a decisão do Governo com a falta de prisões de alta segurança no país, acrescentando que a transferência foi efectuada ao abrigo da cooperação judiciária entre os dois países.Cimeira da CPLP na Guiné-BissauA Guiné-Bissau deverá acolher a próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no dia 18 de Julho, a data avançada pelas autoridades guineenses que deve ser agora avaliada pelos pares. Na ocasião, a Guiné-Bissau assumirá a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe.Angola quer criminalizar a disseminação de informações falsasEm Angola, o Executivo propôs uma nova lei para criminalizar a disseminação de informações falsas na internet, com penas entre um e dez anos de prisão. A medida está expressa na proposta de Lei sobre a Disseminação de Informações Falsas na Internet, uma iniciativa do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social. O Governo justifica a proposta com a necessidade de combater o elevado número de notícias falsas no actual contexto nacional e internacional.Em entrevista à RFI, Cesaltina Abreu, investigadora independente em ciências sociais e humanidades, afirmou que, se o objectivo é combater as notícias falsas, o Governo deveria começar por regular os órgãos de comunicação públicos, que acusa de serem os principais agentes de desinformação no país."A sensação que temos é que isto é um atentado às liberdades individuais das pessoas e que, se o objectivo for combater a desinformação, então o Governo que olhe para si próprio e que pergunte até que ponto não é o Governo, enquanto entidade colectiva, e os meios de comunicação social públicos que são os principais agentes da desinformação", notou. Violação dos direitos humanos em MoçambiqueA Amnistia Internacional denunciou, num novo relatório, a violação dos direitos humanos pelas forças de defesa e segurança em Moçambique, mencionando o uso de balas reais, gás lacrimogéneo e a falta de assistência às vítimas durante as manifestações pós-eleitorais. As acusações foram, entretanto, negadas pelo comando-geral da polícia, Leonel Muchina.Riscos ambientais em Cabo VerdeEm Cabo Verde, especialistas alertam para os riscos ambientais do afundamento do navio Nhô Padre Benjamim, quando chegava à ilha de São Nicolau, no Barlavento. O Presidente da República, José Maria Neves, chamou a atenção para a necessidade de prevenir riscos ambientais decorrentes deste tipo de acidentes marítimos e pediu medidas para garantir a segurança marítima.

The Holmes Archive of Electronic Music
Chapter 24, Electronic Music in Latin America

The Holmes Archive of Electronic Music

Play Episode Listen Later Mar 23, 2025 157:59


Episode 163 Chapter 24, Electronic Music in Latin America. Works Recommended from my book, Electronic and Experimental Music  Welcome to the Archive of Electronic Music. This is Thom Holmes. This podcast is produced as a companion to my book, Electronic and Experimental Music, published by Routledge. Each of these episodes corresponds to a chapter in the text and an associated list of recommended works, also called Listen in the text. They provide listening examples of vintage electronic works featured in the text. The works themselves can be enjoyed without the book and I hope that they stand as a chronological survey of important works in the history of electronic music. Be sure to tune-in to other episodes of the podcast where we explore a wide range of electronic music in many styles and genres, all drawn from my archive of vintage recordings. There is a complete playlist for this episode on the website for the podcast. Let's get started with the listening guide to Chapter 24, Electronic Music in Latin America from my book Electronic and Experimental music.   Playlist: ELECTRONIC MUSIC IN LATIN AMERICA   Time Track Time Start Introduction –Thom Holmes 01:34 00:00 1.     Reginaldo Carvalho “Sibemol” (1956). Early electroacoustic work from Brazil. Composed in his home studio. 01:33 01:40 2.     Mauricio Kagel “Transicion” (1958). Realized at the WDR studio, Cologne, Germany by this Argentinean composer.. 13:12 03:16 3.     Hilda Dianda, “Dos Estudios en Oposición” (1959). An Argentinean composer and early experimenter with electronic music. The tape part for this early work likely composed in her home studio. 06:14 16:26 4.     Mario Davidovsky, “Electronic Study No. 1” (1961). Realized at the Columbia-Princeton Electronic Music Center by this Argentinean composer. 05:44 22:40 5.     Jorge Antunes, “Pequena Peça para mi Bequadro e Harmônicos” (1961). Realized by this Brazilian composer in his private studio. 03:47 28:24 6.     César Bolaños, "Intensidad Y Altura" (1964). Electroacoustic work realized in CLAEM, Instituto T. di Tella, Buenos Aires by this Peruvian composer. 05:13 32:10 7.     Hilda Dianda, “A7” (1964).  Electroacoustic work for cello and tape from Argentina. Her electronic music work was associated with CICMAT, Buenos Aires. 15:04 37:24 8.     Jacqueline Nova, “Oposición – Fusión” (1968). Realized by this Colombian composer in the Studio of fonologia de la Universidad nacionál de Buenos Aires. 10:28 52:28 9.     Alcides Lanza, “Penetrations II” (1969). Realized at the Columbia-Princeton Electronic Music Center by this Argentinean composer. 09:58 01:02:56 10.   Jorge Antunes, “Cinta Cita” (1969). Realized at the Columbia-Princeton Electronic Music Center by this Argentinean composer. 04:46 01:13:05 11.   Jacqueline Nova, “Creación De La Tierra” (1969). Realized by this Colombian composer in the Studio of fonologia de la Universidad nacionál de Buenos Aires. 18:21 01:17:50 12.   Eduardo Kusnir, "La Panadería Versión Electrónica" (1970). Electroacoustic work realized in CLAEM, Instituto T. di Tella, Buenos Aires by this Argentinean composer. 09:20 01:36:04 13.   José Maria Neves, "Un-X-2” (1971). Electroacoustic work realized in the "Centre Americain," Paris by this Brazilian composer. 08:54 01:45:22 14.   Oscar Bazán, "Parca" (1974). Electroacoustic work realized in CICMAT, Buenos Aires by this Argentinean composer. 08:49 01:54:12 15.   Jacqueline Nova, “Montaje Electroacústico A Partir De Materiales” De La Música Original De La Película Camilo El Cura Guerrillero (1974). Realized by this Colombian composer in the Studio of fonologia de la Universidad nacionálde Buenos Aires. 08:14 02:03:00 16.   Juan Blanco, “Tañidos” (1983). Realized by this Cuban composer at the Estudio Electroacústico Del Instituto Cubano De Amistad Con Los Pueblos (ICAP). 12:53 02:11:14 17.   Syntoma, “No Me Puedo Controlar” (1983). Produced by this Mexican synth-pop band at Estudios Rack. 04:06 02:24:06 18.   Juan Blanco, “Espacios II” (1984). Realized by this Cuban composer at the Estudio Electroacústico Del Instituto Cubano De Amistad Con Los Pueblos (ICAP). 08:45 02:28:12       Additional opening, closing, and other incidental music by Thom Holmes. My Books/eBooks: Electronic and Experimental Music, sixth edition, Routledge 2020. Also, Sound Art: Concepts and Practices, first edition, Routledge 2022. See my companion blog that I write for the Bob Moog Foundation. For a transcript, please see my blog, Noise and Notations. Original music by Thom Holmes can be found on iTunes and Bandcamp.

Semana em África
Moçambique: Acordo de mediação deixa Mondlane de fora

Semana em África

Play Episode Listen Later Mar 7, 2025 8:44


Esta semana, a actualidade em moçambique ficou marcada pela assinatura do acordo histórico com o Presidente Daniel Chapo e os nove partidos da oposição, no âmbito do diálogo político para o fim da crise pós-eleitoral no país. Todavia, este acordo deixa de fora o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane que classificou este entedimento como um acordo "sem povo".  O Presidente da Guiné-Bissau marcou para 23 de Novembro as eleições gerais no país, presidenciais e legislativas, Sissoco Embaló tinha anunciado 30 de novembro, mas teve que ajustar a data ao período previsto na lei eleitoral. A oposição exige que o escrutínio seja em Maio, justificando que o mandato de Umaro Sissoco Embaló terminou no dia 27 de Fevereiro.O país continua a aguardar o posicionamento da missão da CEDEAO, que esteve em Bissau entre 21 e 28 de Fevereiro, mas que deixou o país na madrugada de 1 de Março, sob ameaça de expulsão por parte do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.O silêncio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO, afirmou Domingos Simões Pereira, presidente da Assembleia Nacional popular da Guiné Bissau, que em entrevista à RFI, acrescentou que a CEDEAO está a provar "o veneno" que os guineenses têm vindo a consumir ao longo do mandato de Umaro Sissoco Embalo.Já o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, afirmou que o país “aguarda da parte da CEDEAO uma retratação pública”, acrescentando que o nome do país foi “vilipendiado na praça pública” pela delegação de alto nível da organização sub-regional.O Presidente angolano rejeitou, esta semana, as tentativas de deslocalização do povo palestiniano e a contínua política israelita de expansão dos colonatos e ocupação de territórios pertencentes à Palestina. As declarações de João Lourenço foram feitas na cimeira extraordinária da Liga Árabe sobre a situação na Faixa de Gaza, que decorre no Cairo, Egipto, onde falou na qualidade de presidente em exercício da União Africana.Em Cabo Verde, foi apresentada uma tradução da Constituição para língua materna, nomeadamente para a variedade da ilha de Santiago da língua cabo-verdiana. A tradução é da autoria do linguista e escritor Manuel Veiga. A obra foi apresentada pelo Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, em mais uma iniciativa para a valorização do idioma nos 50 anos de independência.

Convidado
Instituto de Engenharia e Ciências do Mar: projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 7, 2025 11:47


O BioCatalog do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar, da Universidade Técnica do Atlântico é um projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde e visa coleccionar todos os espécimes existentes no arquipélago. O BioCatalog é coordenado pelo Professor e Investigador especializado em Biologia Marinha, com Doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução, Evandro Lopes. À RFI, o professor universitário explicou em que consiste, o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde que pretende contribuir para implementação de um Museu de História Natural do país“O projecto BioCatalog é financiado pelo Fundo do Ambiente de Cabo Verde. Foi submetido pelo Centro de Observação e Investigação Ambiental, que é um centro de biólogos que está dentro da UTA. A partir daí, sediamos o projecto dentro da UTA para dar vazão à investigação científica que nós estamos a desempenhar desde há muitos anos. E o projecto visa coleccionar todos os espécimes e dar aquele carácter mais científico de identificação da biodiversidade de Cabo Verde e partilha da informação sobre a distribuição, localização e número de espécies que nós temos em Cabo Verde”.  O biólogo, Evandro Lopes, adiantou que o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde surgiu de uma necessidade do país ter um espaço de caracter museológico para acondicionar as amostras recolhidas“O BioCatalog foi criado por uma necessidade. Muitos investigadores que vinham para Cabo Verde faziam a colecta e depois não tinham onde colocar as amostras. Também nós que trabalhamos no campo, muitas vezes não tínhamos onde colocar as amostras. Então surgiu com uma necessidade de ter um espaço com um carácter museológico para que nós possamos condicionar as amostras e que possam ser utilizadas para teses, para doutoramento, mestrado, outros cientistas que possam nos usufruir esse material” sendo que “o projecto começou com espécies marinhas, seguimos para espécimes terrestres, com roedores, neste momento estamos à volta de 700 espécimes, mas em termos de tecidos já estamos para mais de 3 mil amostras de tecidos, porque nós coleccionamos, tanto os tecidos como espécime,s e espécimes muito grandes, tipo atuns. Nós temos gatos, coelhos, muitas vezes não dá para colocar todos os espécimes num museu basicamente, mas colocamos também um tecido de cada um. Todos os espécimes que temos aqui em colecção são só espécimes que encontramos sem Cabo Verde, isso não quer dizer que nós temos espécimes que não possam estar em outro local, por exemplo, nós estamos num ecossistema muito interessante que é a Macaronésia, e dentro da Macaronésia tem muitas espécies que estão, por exemplo, em Madeira, Açores, e que chegam até a Cabo Verde”. As amostras foram todas recolhidas de Santo Antão a Fogo. Neste momento, os investigadores recolham amostras na ilha Brava e nos ilhéus Rombos. Evandro Lopes explicou que há perspetiva de transformar o BioCatalog num museu com a construção do novo campus da UTA para receber espécimes maiores “como tubarão ou uma lula gigante”e mostrar tudo o espólio existente atualmente.O primeiro espécime do projecto de catalogação da biodiversidade do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar, da Universidade Técnica do Atlântico é o Lagarto Gigante - Chioninia coctei, uma espécie de réptil endémica de Cabo Verde que se extinguiu no século XX e que foi restituído ao país em Setembro de 2017 pelo Príncipe Alberto II do Mónaco e, desde então, permaneceu sob a tutela da Presidência da República, na cidade da Praia, mas que o actual Chefe de Estado, José Maria Neves, entregou no mês passado à Colecção BioCatalog da UTA.O espaço que recebe visita durante a semana de curiosos, estudantes ou investigadores, mas “para usar o espécime para fazer algum estudo deve ser feito um requerimento e damos apoios pode fazer a sua análise, depois o espécime continua aqui no laboratório” explicou Evandro Lopes que adiantou que há  amostras  repetidas temporalmente e repetidas geograficamente “Repetidas geograficamente, nós estamos a pensar uma amostra de uma espécie que foi capturada em São Vicente, muitas vezes tem alguma diferença genética com uma espécie que foi capturada na Ilha de Santiago, então a ideia é ter toda a diferenciação genética e a diferenciação fenotípica também a nível do arquipélago. A ideia é ter pelo menos uma espécie de cada local; mas também, nós muitas vezes temos espécimes que nós colectamos temporalmente, muitas vezes apanhamos um espécime num ano e, depois no outro ano, vamos apanhar outra vez e por aí adiante. Nós estamos a falar, por exemplo, de invertebrados que a nível genético muitas vezes podem alterar ano para ano, nós podemos ter a diferenciação genética. Até a nível dos peixes, para ver o stock, nós temos de apanhar todos os anos para ver como é que está a evoluir a diversidade genética, porque tem uma relação directa com a sobrepesca, a diversidade genética aumenta quando a pesca diminui, por exemplo, então há muito mais informação quando nós apanhamos muitos indivíduos do que quando apanhamos somente um”.O projecto Biocatalog nasceu a partir do Centro de Observação e Investigação Ambiental do ISECMAR -  Instituto de Engenharia e Ciências do Mar da Universidade Técnica do Atlântico que tem a sua sede na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente. Centro que segundo o director do Biocatalog dá vazão a projectos direccionados a associações, visto que a universidade não consegue aceder a fundos direccionados às organizações não governamentais. O biólogo, Evandro Lopes disse ainda que o projecto de catalogação da biodiversidade de Cabo Verde consegue boas parcerias com universidades internacionais.“A nível internacional o projecto é visto com bons olhos e nós temos parcerias principalmente com Portugal – universidades do Porto e do  Algarve e outras universidades europeias como de La Laguna, Las Palmas de Gran Canária, de Barcelona, de Vigo e de Mónaco.  A Universidade Nova de Lisboa (Portugal) já está muito interessada em enviar alguma coisa aqui também para o BioCatalog  para manter o projecto, dar mais visibilidade ao projecto”.Em Janeiro deste ano, o biólogo Evandro Lopes, Professor e Investigador do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar da Universidade Técnica do Atlântico (ISECMAR-UTA), conquistou o prémio Cabo Verde Global Scientific Prize promovido pela Secretaria de Estado do Ensino Superior que reconhece projectos de investigação liderados por investigadores cabo-verdianos, tanto no país como na diáspora.O prémio foi atribuído ao projecto Biocatalog que tem como principal objectivo sistematizar informações e criar condições para uma partilha democrática e equitativa do conhecimento sobre a biodiversidade do arquipélago.

Ciência
"IA pode ser grande aliado no desenvolvimento dos países africanos"

Ciência

Play Episode Listen Later Feb 11, 2025 9:58


Em Cabo Verde são já muitas as áreas que procuram a inteligência artificial, nomeadamente a agricultura. Todavia, os ganhos da inteligência artificial podem sentir-se também no sector da medicina, na educação e na promoção do crioulo. O professor na Universidade de Cabo Verde e especialista em inteligência artificial, Arlindo Veiga, acredita que a inteligência artificial pode ser um motor de desenvolvimento em África. A inteligência artificial pode ser um motor de desenvolvimento em África? Sinceramente, sim. Basta ver o potencial que é reconhecido através da utilização da inteligência artificial. No entanto, não podemos esquecer o perigo de se criar um fosso, ainda maior, entre os países ricos e os países pobres. Uma forma de combater essa realidade é garantir que o benefício da inteligência artificial seja efectivamente distribuído por todos. Se assim for, será um grande aliado no desenvolvimento dos países africanos.Qual é a utilização da inteligência artificial em Cabo Verde?Neste momento, estamos a fazer ainda uma utilização exploratória, mas reconhecemos também um potencial enorme, principalmente na agricultura e na questão das regas inteligentes. Em Cabo Verde temos um problema de escassez de água e se arranjarmos sistemas inteligentes que controlem a irrigação, por exemplo, e fazer a gestão inteligente da água, distribuindo-a entre os vários reservatórios que existem cá, seria uma grande ajuda. Cabo Verde é um país arquipélagico e é muito difícil termos infra-estruturas em todas as ilhas. Estou a falar, por exemplo, na área da medicina, é difícil termos hospitais em todas as ilhas habitadas, talvez seja possível num futuro muito distante. Porém, se utilizamos as tecnologias de inteligência artificial, podemos levar certos serviços a zonas onde, sem essas tecnologias, seria impossível.Ou seja, onde muitas vezes não pode estar um médico, poderá estar uma máquina que fará um diagnóstico ao paciente que não se pode deslocar a um hospital?Sim. Ou em vez de ter o médico, ter apenas um especialista em recolha de imagens e análise, Ou então, ter um médico, mas todo o processo de exames ser auxiliado pela inteligência artificial.A inteligência artificial pode ainda ter um impacto na educação, uma vez que não temos universidades em todas as ilhas e fica dispendioso para os alunos deslocarem-se, auxiliando na difusão do conhecimento de forma equitativa entre todas as pessoas deste país. A língua materna, que é o crioulo e que não tem muitos recursos, pode muito bem ser desenvolvida,  difundida a nível mundial e na nossa diáspora espalhada pelo mundo.A seu ver, as autoridades têm criado infra-estruturas e têm providenciado, por exemplo, formação para que todos os cabo-verdianos possam beneficiar da inteligência artificial?Ainda estamos um pouco atrasados, porque já temos países na região que já têm uma estratégia de inteligência artificial. Felizmente, em Janeiro, tivemos a semana da República que comemora datas importantes [34.º aniversário do Dia da Liberdade e da Democracia] a inteligência artificial esteve no centro do debate [o Presidente da República, José Maria Neves, afirmou que o país não pode ficar à margem das oportunidades oferecidas pela inteligência artificial para promover a dignidade da pessoa humana]. Entretanto, o meu receio é que este discurso vá mais no sentido de regulamentar. Eu tenho alguma prudência quanto a isso. Não se pode regulamentar o que não se conhece.A desinformação está muitas vezes associada à inteligência artificial. Quais são os riscos da desinformação?Tivemos uma campanha autárquica e vimos várias publicações - imagens e vídeos - com vozes adulteradas e figuras de relevo a fazerem afirmações que exigem muita atenção para perceber que não é real. Ou seja, é algo que já está a acontecer na nossa sociedade.Acredita que há uma ameaça à boa governação, à democracia e aos direitos humanos?A inteligência artificial em si não é uma ameaça, mas é preciso ter mecanismos que controlem a sua utilização. Como todas as outras tecnologias, podemos usá-la para o bem e podemos usá-la para o mal.Qual é o papel da regulamentação? O que tem sido feito em Cabo Verde?A regulamentação é importante, sem dúvida, mas eu ponho o foco na educação, mostrando o potencial que a inteligência artificial pode ter. Todas as pessoas que hoje em dia falam em regulamentação, normalmente, falam em regulamentação no sentido de controlar, o que a meu ver terá um impacto na criatividade. Eu teria alguma cautela neste ponto. É claro que existem directivas da UNESCO sobre a ética na inteligência artificial, que são reconhecidas quase por todos os países. A União Europeia já tem regulamentação que se pode aplicar aqui também ou fazer a sua adaptação interna.O que realmente precisamos é que os políticos definam quais são as áreas prioritárias e definam uma estratégia. Depois, haverá um financiamento, políticas e terão de se criar infra-estruturas. Nós não podemos regulamentar antes de fazermos este percurso.Considera que Cabo Verde se aproxima mais da Europa, que muitas vezes é acusada de ter uma regulamentação pesada, ou dos Estados Unidos ou da China, onde muitas vezes a regulação não existe e até se está mais a desregulamentar?Em termos tecnológicos, temos a tendência de seguir a regulamentação da Europa. No entanto, neste ponto da inteligência artificial, deveríamos seguir o bloco da nossa região. Na nossa região africana, o Senegal, o Gana e outros países que também estão a tentar ter uma visão africana da inteligência.Ou a Nigéria?Exactamente. A Nigéria que é o grande player. No entanto, nestas questões é preciso que haja equilíbrio e Cabo Verde, nesta região, não tem muita expressão. Somos um país de meio milhão de habitantes, falamos português e na nossa região há um grande lobby francês e inglês. Porém, o facto de sermos um arquipélago, com todas as particularidades, faz com que faça todo o sentido englobar Cabo Verde neste bloco, se se quiser fazer uma implementação responsável de inteligência artificial. Ou seja, sem deixar ninguém para trás e contemplando toda a diversidade.Nesse sentido, devemos criar uma estratégia específica para a nossa região e, quiçá, ser o exemplo para a África. Para que o continente tenha a sua voz no mundo e não apenas fazer um "copy-paste" do que existe nas outras regiões em termos regulamentares. Também acho que deveríamos ter um regulamento adaptado à nossa realidade. Um regulamento que não seja tão pesado como na Europa, mas que não seja tão desregulado, como nos outros exemplos que citou.O DeepSeek, lançado por uma startup chinesa, ganhou grande destaque ao superar o ChatGPT. No entanto, vários países se mostraram preocupados com a segurança, e alguns até proibiram a utilização do DeepSeek. Qual é a posição de Cabo Verde relativamente ao DeepSeek?Não posso falar em nome de Cabo Verde, mas posso dizer que foi recebido com um sentido crítico junto da comunidade académica. Todavia, há um facto que todos reconhecem, conseguiu-se fazer algo com muito menos recursos e com grandes restrições. Trata-se de um sinal de que, se for usada não apenas a força bruta do processamento, mas também a eficiência com poucos recursos, pode-se chegar longe.Em Cabo Verde podemos muito bem aproveitar o código aberto, aliás não é assim tão aberto, mas oferece mais detalhes dos sistemas, que outros escondem, devido à questão da propriedade intelectual como segredo de negócio, para não revelar como os modelos foram feitos. Aqui podemos aprender com os vários movimentos, focando-nos não só num único ponto, mas vendo tudo o que está a acontecer nos vários blocos e adaptando, criando a nossa própria abordagem. Num  país com recursos limitados como o nosso, eu sugeriria que fosse melhor fazer a adaptação de modelos ou "transfer learning", que é um termo muito utilizado, com modelos que já deram provas, mas para os quais não temos capacidade para desenvolver do zero. Podemos injectar os nossos dados e adaptá-los para reflectir a nossa realidade.

Semana em África
Quais foram as mensagens afro-lusófonas na Assembleia Geral da ONU?

Semana em África

Play Episode Listen Later Sep 27, 2024 18:12


Neste programa, voltamos aos discursos, na Assembleia-Geral da ONU, dos Presidentes de Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné-Bissau. João Lourenço falou num futuro acordo de paz entre a RDC e o Ruanda, José Maria Neves disse que é "vital" a restituição de bens culturais aos países africanos, Carlos Vila Nova defendeu a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para acabar com a sub-representação de África, Filipe Nyusi falou na necessidade de uma “nova arquitectura financeira internacional” e Umaro Sissoco Embaló afirmou estar "muito empenhado” no diálogo na Guiné-Bissau, na semana em que o Parlamento guineense foi novamente fechado por militares da Guarda Nacional. Nesta 79.ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, o presidente de Angola, João Lourenço, disse que a RDC e o Ruanda estão a negociar a assinatura de um acordo de paz. A mediação deste possível acordo está a ser feita por Angola e deve resultar numa cimeira entre estes dois países.Por sua vez, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, disse que é "vital" a restituição de bens culturais aos países africanos e que o seu país vai organizar um encontro de alto nível dedicado ao crioulo no Atlântico.O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, defendeu a necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para acabar com a sub-representação de África e para que seja “mais eficaz na sua missão de manter a paz e segurança global”.Quanto a Moçambique, que este ano deixa de ser membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Presidente Filipe Nyusi defendeu a necessidade de uma “nova arquitectura financeira internacional” e a mobilização urgente de recursos para acelerar progressos na implementação das metas globais. Paralelamente à Assembleia-Geral da ONU, o Presidente de Moçambique organizou o diálogo de alto nível sobre a Iniciativa do Miombo, que juntou dezenas de empresários norte-americanos doadores do projecto e governantes africanos. Filipe Nyusi anunciou a angariação de “mais de 500 milhões de dólares” para proteger a floresta de Miombo que abrange 11 países da África austral. Em Abril, esses 11 países adoptaram verbalmente a Carta de Compromisso da Floresta do Miombo, a qual prevê um fundo a sediar em Moçambique.Numa altura em que a Guiné-Bissau está mergulhada numa grave crise política e institucional, o Presidente Umaro Sissoco Embaló disse na Assembleia Geral da ONU que está "muito empenhado no promoção do diálogo, consolidação da democracia e respeito do Estado de direito no país”. Porém, em Bissau, três dias depois da reunião dos membros da Comissão Permanente do Parlamento, este foi novamente fechado, na segunda-feira, por militares da Guarda Nacional e os funcionários e deputados impedidos de entrar. Depois, o Governo acusou o Presidente da Assembleia Nacional de tentativa de golpe de Estado.As acusações foram feitas por José Carlos Monteiro, um dirigente do Madem G15, da ala fiel ao Presidente Umaro Sissoco Embaló, que acusou Domingos Simões Pereira de ter violado a Constituição do país “ao ter abordado a situação do Supremo Tribunal de Justiça durante a Comissão Permanente”. José Carlos Monteiro, que é também secretário de Estado da Ordem Pública,  anunciou que a coordenadora do Madem e 2.ª vice-presidente do Parlamento, Satu Camará, foi indigitada para substituir Domingos Simões Pereira na presidência do Parlamento. Em entrevista à RFI, Domingos Simões Pereira reiterou que continua a ser o Presidente da Assembleia nacional da Guiné Bissau.Em São Tomé e Príncipe, o primeiro-ministro Patrice Trovoada disse que o seu partido vai avançar com um projecto de revisão da Constituição para clarificar o que qualifica de “zonas de confusão” e admitiu propor a mudança para um regime presidencialista antes das eleições gerais de 2026.Em Cabo Verde, a emissão de um selo em homenagem ao centenário de Amílcar Cabral gerou crise no partido no poder. O líder do grupo parlamentar do MPD, Paulo Veiga, abandonou o cargo, afirmando que tem tido muitas dificuldades na articulação com os membros do governo. O actual vice-presidente da bancada parlamentar do MpD, Celso Ribeiro, foi o nome indicado pela Comissão Política Nacional do MpD para presidir o seu grupo parlamentar e a eleição deve acontecer na próxima semana, antes da primeira sessão parlamentar do novo ano político, que está prevista para 09 de Outubro. A liderança do MpD - tanto o presidente do partido e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva como o secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva - tem relativizado a crise instalada no partido no poder, afirmando que o partido de centro-direita está focado na preparação das eleições autárquicas previstas para 01 de Dezembro próximo.Ainda em Cabo Verde, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Ana Maria Hopffer Almada, disse que há muita insegurança alimentar no país. Este fim-de-semana decorre a 19ª Campanha de Recolha de Alimentos nos supermercados, em três ilhas do país. “Há muita insegurança alimentar, para não dizer mesmo fome, pessoas que realmente não têm tido possibilidade de fazer três refeições diárias e o Banco Alimentar tem muitos pedidos de ajuda. Temos 200 famílias fixas, escolhidas através das associações, que são beneficiadas periodicamente. Temos mais outras tantas que procuram o Banco Alimentar, sobretudo nesta situação [de insegurança alimentar]. E é muito difícil, nós termos alimentos suficientes para doar a todas essas pessoas. Nós doamos em forma de cestas básicas”, afirmou Ana Maria Hopffer Almada.Em Moçambique, continuou a campanha para as eleições gerais de 9 de Outubro. A Sala da Paz, que junta organizações da sociedade civil para a observação eleitoral, alertou para o “agravamento de intolerância política” e pediu “menos participação” de menores na campanha. A plataforma indicou que “há actos de intolerância política que têm como protagonistas o empresariado local, especialmente os que operam no ramo de hotelaria e turismo, que têm estado a impedir e a abster-se de prestar serviços a representantes de algumas formações políticas”. A Sala da Paz denunciou, ainda, que “os casos de intolerância política tendem a agravar-se, com casos recentes ligados à destruição de material de propaganda, incêndio de viaturas e residências de membros de partidos políticos”.Esta foi, ainda, a semana em que o Presidente Filipe Nyusi disse, em Nova Iorque, que o governo moçambicano fez a sua parte para a criação de condições de segurança que permitem a retoma das actividades da francesa Total em Cabo Delgado, no norte do país. No entanto, esta quinta-feira, foi publicada no site norte-americano Politico uma investigação do jornalista Alex Perry que revela alegadas atrocidades cometidas em Afungi, durante o verão de 2021, por comandos moçambicanos que garantiam a segurança da plataforma da gigante petrolífera francesa Total.

Semana em África
Censo vai “permitir obter uma radiografia actualizada de Angola”

Semana em África

Play Episode Listen Later Sep 20, 2024 15:09


Esta semana arrancou em Angola o censo geral da população e habitação, que vai decorrer em todo o território nacional durante 30 dias. Na Guiné-Bissau a actualidade ficou marcada pelo regresso do presidente do parlamento dissolvido, Domingos Simões Pereira, ao país e em São Tomé e Príncipe o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, afirmou que as negociações com o Fundo Monetário Internacional estão no bom caminho, sublinhado que espera “fechar o acordo”com a instituição financeira em Outubro. Arrancou em Angola o censo geral da população e habitação, que vai decorrer em todo o território nacional durante 30 dias, com mais de 79 mil agentes recenseadores. As autoridades angolanas acreditam que o processo vai permitir obter uma radiografia actualizada do país, desde idades, sexo, tipo de habitação, trabalho e o rendimento das famílias.Ainda em Angola, a Amnistia Internacional pediu às autoridades angolanos que libertem quatro pessoas detidas em 2023 à margem dos protestos dos moto-taxistas em Luanda A organização não governamental fala em injustiça e denuncia a degradação do estado de saúde de alguns dos detidos.Na Guiné-Bissau, o presidente do parlamento dissolvido da Guiné-Bissau regressou esta semana à capital, após sete meses no estrangeiro. Em declarações aos jornalistas, Domingos Simões Pereira pediu uma clarificação sobre a apreensão de um avião com mais de 2,6 toneladas de cocaína no aeroporto de Bissau e lamentou a falta de segurança no país, que afecta todos os cidadãos.Por seu lado, a representante do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime na Guiné-Bissau, Ana Cristina Andrade, mostrou-se satisfeita com “a forma transparente” como as autoridades do país procederam à destruição da droga apreendida no aeroporto da capital.Recorde-se que a Polícia Judiciária incinerou, numa propriedade industrial de produção de aguardente, mais de 2,6 toneladas de cocaína.  Segundo as autoridades, a droga transportada, da Venezuela, num jacto privado, foi apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau no passado dia 7 de Setembro.Entretanto, o Presidente guineense reagiu à agressão de um jornalista da agência portuguesa de notícias Lusa, por parte da polícia em Bissau, no domingo. Umaro Sissoco Embaló disse que houve “excesso de zelo” por parte da polícia, mas notou que ninguém pode desobedecer a uma ordem dos agentes de segurança pública.Em Cabo Verde, o chefe de Estado considerou que a Cimeira do Futuro, organizada pelas Nações Unidas e na qual vai representar o país, em Nova Iorque, como uma oportunidade para estabelecer novos consensos no processo global de desenvolvimento. José Maria Neves disse ser importante que "todos os espaços geoestratégicos estejam representados no seio das Nações Unidas" e que se criem "condições para que a ONU tenha um papel mais determinante nos processos de negociação, visando a paz e estabilidade no mundo".Em São Tomé e Príncipe, o primeiro-ministro Patrice Trovoada afirmou que as negociações com o Fundo Monetário Internacional estão a ir no bom sentido, sublinhado que espera “fechar o acordo” em Outubro. Todavia, o chefe do executivo lembrou que “a vida dos são-tomenses só vai mudar” com investimentos privados.Em Moçambique, na altura em que decorre a campanha eleitoral para as sétimas eleições gerais de 9 de Outubro, várias organizações de defesa dos direitos humanos, democracia e liberdades alertam que a crescente desinformação ameaça a integridade e transparência do processo e a democracia do país.

Limitless Africa
"I was an unlikely president"

Limitless Africa

Play Episode Listen Later Sep 19, 2024 16:47


For this episode, we're broadcasting from the Presidential Palace of the Republic of Cabo Verde. The Limitless Africa journalists interviewed President José Maria Neves. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Limitless Africa
Presidential special: What do Cape Verde's youth want?

Limitless Africa

Play Episode Listen Later Sep 16, 2024 12:25


Six young people from Cape Verde interview their President José Maria Neves. And they want to know what the most powerful man in the country is doing for young people like them. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Convidado
Ana Maria Cabral e as memórias de Amílcar Cabral [2/2]

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 16, 2024 9:37


Cabo Verde assinalou, no dia 12 de Setembro, o centenário do nascimento de Amílcar Cabral. Ana Maria Cabral, viúva de Amílcar Cabral, afirma não ter havido justiça quanto à morte do marido e defende ser necessário que as antigas potências assumam a responsabilidade pelos erros do passado. RFI: Como é que era um ambiente em casa durante os momentos mais tensos da luta? Vocês falavam sobre os acontecimentos diários ou tentavam separar o lado político da vida familiar?Ana Maria Cabral: Falávamos sobre tudo, com os nossos filhos tinha que ser uma linguagem mais adaptada para que eles entendessem. Eles tiveram uma grande experiência; por exemplo, em Novembro de 1970, se uma memória não me falha, os colonialistas resolveram atacar Conacri. Bombardearam a nossa casa e nós não morremos, eu e os meus filhos morremos, por um acaso porque a casa foi mesmo atingida. Tínhamos uns vizinhos, uma família da antiga Jugoslávia que um dos filhos apanhou uma bomba que conseguiu separar-lhe a cabeça. Vinha a correr, a sair do quarto -assustou se com o barulho -quis sair do quarto e ir para o quarto dos pais e a bomba apanhou porque a casa deles era igual.Na altura, Sékou Touré era presidente da Guiné-Conacri e cedeu-nos um bairro que existia em Conacri tinha sido feito pelos franceses, que se chamava bairro de La Minière porque o país tem muitos minerais, além da bauxita, tem ferro, tem cobre. Os franceses tinham construído aquele bairro que chamavam minière. Quando os franceses saíram e se foram embora com a independência da Guiné-Conacri, o Sékou Touré deu ao PAIGC esse bairro minièr.Não foi nada fácil. Eu tinha o pressentimento que ele poderia desaparecer de um dia para o outro. Os colonialistas estavam tão desesperados que queriam à força apanhar o Cabral. Ele sofreu várias tentativas até que conseguiram a 20 de Janeiro, 1973. Eu tinha consciência disso e tive quase dois anos a tentar convencê-lo e ele não queria aceitar. Estava preocupada e tinha um pressentimento que não seria nada fácil.Vivia preocupada com a questão da vossa segurança, da segurança, da família?Vivia muito preocupada, embora estivesse completamente engajada no PAIGC, na escola piloto, na elaboração de livros. Vivia muito preocupada com a situação.Como é que vê hoje o legado de Amílcar Cabral em Cabo Verde, aqui, na Guiné-Bissau, em África, 51 anos depois da morte de Amílcar Cabral?Eu acho que em certos países há muito mais preocupação em seguir o legado de Cabral. Em certas universidades, a obra de Cabral foi traduzida para inglês, para o francês. O falecido Mário Andrade, intelectual angolano que era muito próximo do Cabral, começou a traduzir em francês, agora já está publicado em França e na África do Sul, em inglês, na América, na Europa, em vários países. A obra dele tem sido estudada, traduzida e discutida.Nós temos um bocado de culpa porque fizemos muito pouco, depois das independências dos nossos país, para manter vivo o pensamento de Cabral, para o divulgar.Em que sentido é que tem culpa?No sentido de fazer maior divulgação da obra da Amílcar Cabral. Claro que se criou a Fundação Amílcar Cabral, em Santa Catarina e na Assomada há um liceu Amílcar Cabral. Fazem-se exposições com as obras de Cabral, quanto a mim é pouco.Se Amílcar Cabral estivesse vivo hoje, o que é que ele diria aos jovens?Eu penso que eu diria o jovem que tem que estudar e aprender porque a terra já não é uma colónia. É uma terra independente e há muito por se fazer. Há dias, ouvia na nossa rádio, estavam a entrevistar um jovem que estava em Israel e então ele estava a comparar a superfície de Israel: O que é que os judeus já fizeram para reter a água do mar. Nós também já começamos um bocadinho, mas é muito pouco. Temos que continuar a poupar água. Por isso, quando chove é uma alegria. Os camponeses do interior devem estar satisfeitíssimos porque caiu água. Fizeram-se barragens e tenho impressão que foram feitas pelo actual Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que começou a fazer barragens quando era primeiro-ministro. É preciso saber manter essas barragens.Na altura, íamos de carro dar uma volta para o interior para ver essas barragens, mas agora é preciso mantê-las para conseguir trazer aquela água para a agricultura, para os camponeses poderem ter água.Alguma história que queira partilhar connosco, que não seja conhecida nas narrativas históricas de Amílcar Cabral da vossa história.Apesar de todas essas preocupações, ele dava muita atenção aos nossos filhos. Havia uma refeição que ele fazia questão de comermos todos juntos, em geral era o pequeno-almoço porque depois os meninos iam para a escola e eu para o meu trabalho. Por vezes, mandava-me chamar lá da escola, arranjavam um motorista ou ia mesmo buscar-me.Ele levantava-se muito cedo e tomava um café, um sumo de laranja ou de toranja, havia muita toranja em Conacri, e um cafezinho preto, mas só comia por volta das dez horas. Era nessa altura que vinha buscar-me às aulas e eu ficava furiosa porque tinha de interromper a aula. Tinha de arranjar uma desculpa qualquer aos meninos e ir, porque sua excelência não queria comer sozinho ou queria companhia.Queria partilhar inquietações?Exactamente.De conhecer o seu parecer relativamente a decisões importantes que teria que tomar...Provavelmente era isso e queria. Gostava e tinha de perceber o meu trabalho, tinha de conhecer tudo sobre o meu trabalho: o que eu fazia lá na escola, tudo o que eu não fazia.As grandes reuniões do partido eram lá nessa escola piloto. Ficava mais ou menos a cerca de três quilómetros de entre o secretariado do PAIGC, onde a gente vivia e a Escola Piloto.Depois também parecia assim de repente, na escola, logo de manhã cedo, às 10 horas porque a primeira aula que eles tinham era ginástica e ele incentivava os professores da retenção à ginástica, não só ao intelecto, mas também no físico.Se tivesse oportunidade de rever Amílcar Cabral e contar lhe no que se transformou o mundo, o que é que lhe contaria?Teria de aceitar e dizer-lhe que o mundo evoluiu, Temos um outro mundo, temos o mundo já quase sem colónias - que eu saiba que eu me recordo, assim de repente, não há grandes colónias, os países estão independentes.Claro que há muita coisa ainda por fazer. Há guerras: a guerra ridícula, para mim, da Ucrânia, a guerra da Palestina com Israel, que é outra coisa mais ridícula. Não percebo por que motivo é que não se entendem porque podiam fazer se dois estados o Estado de Israel, o Estado da Palestina. Porque é que ainda há tanta divisão? Por exemplo, o problema do Vietname ficou resolvido, o problema das colónias portuguesas ficou resolvido. Há pequenos conflitos, mas está muito melhor do que era antigamente.Valeu a pena lutar?Valeu a pena, embora com muito sacrifício. Muitos de nós estão com uma saúde completamente estragada e agora é que se estão a revelar os problemas de saúde.Na casa dos estudantes do Império e das reuniões entre Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Mário de Andrade, todos poetas. Consegue explicar essa ligação entre a política e a poesia?O que é a poesia senão relatos da vida, da vida diária?Sente que houve justiça em relação ao que aconteceu a Amílcar Cabral. Pede se investigação séria, transparente para conhecer as circunstâncias, para perceber realmente o verdadeiro papel dos aliados e inimigos internos e externos de Cabral. Sente hoje que houve justiça?Não houve justiça nenhuma, mas há tempo alguém falava - creio que foi o Presidente  Marcelo - que era preciso fazer uma reparação. Vários políticos foram contra isso. Ele tem uma certa razão. As antigas potências deveriam fazer uma espécie de reparação. Essa história de uma boa cooperação bilateral não sei o quê, faz parte, mas é pouco ainda. Acho que é pouco.E como é que se repara?Essa, é a questão. Como é que se repara? Se nos sentarmos e pensarmos, analisarmos bem, havemos de encontrar uma maneira.

Semana em África
A semana em que foi o recordado o centenário do nascimento de Amílcar Cabral

Semana em África

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 12:05


Abrimos o recapitulativo desta semana em África com a celebração da figura de Amílcar Cabral, pai da independência da Guiné e de Cabo Verde, cujo centenário do nascimento se assinalou na passada quinta-feira.Assassinado a 20 de Janeiro de 1973, pouco antes de concretizar o sonho da independência dos dois países, Amílcar Cabral deixou atrás de si um valioso legado político. Todavia, do ponto de vista da viúva, Ana Maria Cabral, pouco se fez desde 1973, para divulgar o pensamento daquele que de acordo com uma lista elaborada em 2020 por historiadores, foi considerado "o segundo maior líder do século XX."Quem também recorda e celebra Amílcar Cabral é o antigo chefe de Estado de Cabo Verde, Pedro Pires que dirige a fundação Amílcar Cabral que nestes últimos dias organizou na Cidade da Praia um simpósio internacional sobre o líder da independência da Guiné e de Cabo Verde. Antigo companheiro de luta de Cabral, ele recordou nas antenas da RFI um amigo "com quem partilhava os mesmos sonhos".Para além do simpósio internacional, Amílcar Cabral foi igualmente homenageado de forma oficial na Cidade da Praia. Na manhã de quinta-feira, o Presidente cabo-verdiano prestou junto do memorial Amílcar Cabral um tributo ao herói nacional, José Maria Neves enaltecendo o seu contributo para a construção de Cabo Verde.Em Bissau, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, prestou igualmente uma homenagem ao fundador da nacionalidade, durante uma cerimónia oficial no Quartel-General das Forças Armadas, onde aproveitou para anunciar uma série de actividades até o final do ano em torno de Cabral.Relativamente a outro assunto, o que também dominou a actualidade desta semana, foi a aterragem no sábado no aeroporto de Bissau de uma aeronave proveniente da Venezuela carregada com mais de duas toneladas de cocaína. Os cinco ocupantes do avião, dois cidadãos do México, um colombiano, um cidadão do Equador e um do Brasil, foram imediatamente detidos.Numa primeira reacção, Fernando Delfim da Silva, conselheiro político da Presidência da República guineense, anunciou no dia 9 de Setembro que o executivo prevê "medidas severas” contra “todos os implicados” na aterragem do referido avião.Isto não impediu críticas por parte dos adversários políticos de Sissoco Embaló. Para além do Fórum de Salvação da Democracia, na oposição, acusar o poder de «encobrir o tráfico de droga na Guiné-Bissau», a coligação, o PAI-Terra Ranka, que venceu às últimas legislativas, também criticou o poder. Em comunicado divulgado na terça-feira, essa formação disse que “é do conhecimento público” que “altas figuras do Estado” estão envolvidas na “prática recorrente” do tráfico de droga no país, a coligação evocando nomeadamente elementos ligados à Presidência da República.Perante as acusações, o Presidente guineense disse que "tudo isto não passa de teatro" e argumentou que "alguém que já esteve no Congresso norte-americano, na Casa Branca e a quem o chefe de Estado francês empresta o avião para viajar, nunca poderá ser um traficante de droga". Pela mesma ocasião, Umaro Sissoco Embaló disse não tencionar brigar um segundo mandato.Também na actualidade política, mas desta vez em Moçambique, depois de mais de duas semanas de campanha para as eleições gerais de 9 de Outubro, começaram a surgir primeiras críticas, nomeadamente no que tange a actos de violência política e também de utilização indevida de meios públicos no âmbito da caça aos votos.Entretanto, a missão de observação eleitoral da União Europeia já se encontra no país para acompanhar o processo. Garantir a integridade e transparência deste escrutínio e "sem qualquer intromissão para que os resultados sejam aceites por todos", é o principal objectivo invocado pela missão.Por fim, em São Tomé e Príncipe, decorreu no passado fim-de-semana o 7° Congresso extraordinário do MLSTP-PSD, principal força de oposição do país. Durante esta reunião magna cujo objectivo era começar a preparar o partido para as próximas eleições de 2026, o antigo governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, Américo Barros, foi eleito novo presidente do MLSTP-PSD, face a três outros concorrentes.

Convidado
"Cabo Verde é um país independente graças a Amílcar Cabral"

Convidado

Play Episode Listen Later Sep 13, 2024 12:32


Em entrevista à RFI, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, evoca o centenário do nascimento de Amílcar Cabral como um momento que revela "a heroicidade do povo cabo-verdiano, apesar de todas as adversidades, Cabo Verde é hoje um país independente, graças à liderança de Amílcar Cabral". RFI: Cabo Verde assinala o centenário do nascimento de Amílcar Cabral. Foi depositada uma coroa de flores, feito descerramento de uma placa alusiva ao centenário. Esta é a homenagem justa ao pai da nacionalidade cabo-verdiana?José Maria Neves: Para além dessas actividades, foram realizadas muitas outras, como o Simpósio 'Amílcar Cabral, um património nacional e universal'. Há debates em várias universidades, manifestações culturais. Penso que a sociedade civil está a comemorar com algum entusiasmo o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, que é hoje uma figura consensual em Cabo Verde e que se destaca como um dos principais heróis nacionais.O que é que esta data lhe evoca?Evoca heroicidade do povo cabo-verdiano, apesar de todas as adversidades, Cabo Verde é hoje um país independente, graças à liderança de Amílcar Cabral e está a construir o seu desenvolvimento. Cabral colocou sempre no centro da sua luta a dignidade da pessoa humana e hoje os cabo-verdianos vivem mais dignos com liberdade, em democracia. Estamos a construir os alicerces de um desenvolvimento durável. Considero que Cabral deu um enorme contributo para que hoje pudéssemos ter este Cabo Verde mais digno e com uma grande abertura de espírito para construir um futuro melhor para todos.Uma das maiores inquietações e preocupações de Cabral era a educação, eram as crianças. Essa continua a ser uma prioridade, uma vez que a maioria da população é muito jovem em Cabo Verde?Claro, os investimentos nas pessoas, particularmente educação, saúde e segurança social, eram preocupações fundamentais de Cabral. Após a independência investimos na educação, na democratização do acesso à escola e hoje temos escolas por todo o país liceus, universidades e temos uma população formada e educada. Eliminámos o analfabetismo e houve uma expansão do sistema nacional de saúde, do sistema de segurança social. Estamos com indicadores muito elevados nesses domínios. Fizemos o que tínhamos que fazer nesses 50 anos da nossa independência. Agora é dar o salto e fazer melhor, sofisticar mais e continuar a investir na educação, na saúde, na segurança social e, finalmente, na melhoria da qualidade de vida das pessoas.Este centenário não tem o mesmo eco nos dois países de Cabral. Consegue entender porquê?Bom, há alguns ruídos, alguns problemas. Aqui em Cabo Verde, Cabral é herói nacional,  segundo um diploma de Estado. Cabral tem sido homenageado por todos os chefes de Estado cabo-verdianos da democracia. Ainda em 2000, no quadro das comemorações dos 25 anos da Independência, foi inaugurado o mausoléu e fez-se o descerramento da placa por António Mascarenhas Monteiro, homenageando Cabral enquanto fundador da nacionalidade cabo-verdiana. É importante reconhecermos esses pontos, esses factos e respeitarmos os símbolos nacionais, respeitarmos a história do país.Um país tem de ter alicerces espirituais muito fortes para poder construir o futuro. E aqui as datas nacionais o 20 de Janeiro, o 5 de Julho, o 13 de Janeiro, a bandeira, o hino, os heróis nacionais são seivas importantes para irrigar a espiritualidade, a identidade cabo-verdiana e podermos, assim, de mãos dadas, construir o futuro. Portanto, em Cabo Verde respeitamos, queremos ser um país livre, com grande abertura de espírito, um país democrático e é isso que está em causa.Há outros conflitos, outros problemas na Guiné-Bissau, mas há também esforços de algumas comunidades no sentido de comemorarem condignamente o 12 de Setembro e espero que possamos ultrapassar os conflitos, os problemas existentes, porque Cabral lutou sobretudo para forjar uma nação guineense forte, onde as pessoas pudessem viver com liberdade e com dignidade.Como é que vê a Guiné-Bissau hoje, como histórico do PAICV, como vê a relação com o PAIGC?Acho que a nível do Estado, que é o que eu posso falar, temos feito um esforço para haver boas relações com a Guiné-Bissau. Fiz já uma visita de Estado à Guiné-Bissau, fiz uma outra visita para participar na cimeira da CEDEAO. O Presidente já fez uma visita de Estado a Cabo Verde. Já esteve nas comemorações dos 50 anos da libertação dos presos políticos e, portanto, é muito importante que essas relações entre os Estados se concretizem com abertura e de uma forma construtiva. Há conflitos na Guiné-Bissau, mas caberá às elites políticas, às principais lideranças, encontrarem, autonomamente, formas para resolverem os seus próprios problemas.Em 2020, um conjunto de historiadores na BBC considerou que Amilcar Cabral é a segunda figura mais importante do século XX. Cabral é um herói nacional, mas é também um herói aclamado no mundo?Sim, Cabral é muito debatido, mesmo em Portugal porque Cabral, nos seus textos, tem um grande carinho, uma grande amizade pelo povo português e dizia até que após a independência, deveríamos estabelecer relações especiais com Portugal.É o caso?E é o caso, Cabo Verde tem relações muito especiais com Portugal e é importante termos em conta que Cabral também promovia muito a língua portuguesa e disse que talvez fosse a principal herança que nós teríamos de Portugal. A sua primeira mulher era portuguesa e sentia-se, pela sua formação, pelo seu discurso, que Cabral tinha uma grande admiração pelo povo português, pela cultura portuguesa, pela língua portuguesa. Isso influenciou muito, desde a independência, as relações entre Cabo Verde e Portugal.Há quem defenda que a melhor forma de homenagear Cabral é dizer a verdade sobre a sua morte sobre o assassínio. O que é que tem a dizer em relação a isto?Eu acho que os actores materiais do crime já foram identificados. A questão tem a ver com autoria moral. Mas é claramente pelos acontecimentos, pela história, pelos antecedentes, que Cabral terá sido assassinado a mando da PIDE/DGS. E isso é cada vez mais evidente para quem conhece os antecedentes e toda a história da morte de Cabral. Ainda que pairem dúvidas sobre esta matéria, havia muitas contradições, muitos conflitos. Mas é evidente, cada vez mais, que os autores morais desse crime têm a ver com agentes do colonialismo.O Presidente Pedro Pires dizia-nos que Amilcar Cabral doou a vida pelo povo cabo-verdiano e guineense. Concorda?Sim. Amílcar Cabral morreu pela independência da Guiné e de Cabo Verde. Há dias, Pedro Pires terá dito que tem uma dívida trágica com Cabral porque permitiram que ele fosse assassinado, que foi uma falha. As lutas com essa dimensão acabam por conter falhas desta natureza. Mas Cabral é efectivamente o homem que doou a sua juventude e doou a sua própria vida à causa da libertação da África e particularmente dos povos da Guiné e Cabo Verde.O Senhor Presidente recorda-se, devia ser muito novo na altura, do dia 20 de Janeiro de 1973?Eu recordo-me, mas por um fenómeno fortuito. Havia uma pequena gráfica em Santa Catarina. Havia um grupo de jovens que trabalhavam nessa gráfica no dia da morte de Amílcar Cabral. Foram distribuídos panfletos, panfletos na Assomada que denunciavam a morte de Amílcar Cabral. Os jovens que trabalhavam nessa gráfica foram todos presos pela PIDE e interrogados para saber se eles é que tinham impresso esses panfletos, que eram coloridos, e foram imediatamente recolhidos. Não entendi bem porque é que tinham sido recolhidos. Eu estava no ciclo preparatório. A ideia era que tinha sido morto um grande terrorista que quis derrubar Salazar. Para os mais velhos, na altura era uma grande ousadia um homem africano querer derrubar Salazar. Foi a partir desse elemento fortuito que eu tomei conhecimento, mas não tinha a dimensão da luta das principais questões que se referiam à libertação da África e da Guiné e Cabo Verde.A traição e o assassínio de Amilcar Cabral foram um golpe devastador para o movimento. Como é que o PAIGC reagiu a essa perda e o que é que mudou depois?Eu acho que, passado o trauma inicial, o PAIGC conseguiu reorganizar-se e conseguiu ter forças e energia um pouco para "vingar" a morte de Cabral. Foi o que aconteceu. Proclamaram a independência, houve recrudescimento da luta armada nas várias frentes e conseguiram efetivamente grandes ganhos no plano internacional e o PAIGC sobreviveu à morte de Cabral.

Convidado
José Maria Neves espera que Jogos Olímpicos sejam oportunidade para a Paz

Convidado

Play Episode Listen Later Jul 27, 2024 13:44


O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, está em Paris para acompanhar o início dos Jogos Olímpicos e em entrevista à RFI disse esperar que esta seja uma oportunidade para promover a paz no Mundo. Dos atletas cabo-verdianos, espera o melhor desempenho possível e ter uma medalha "seria muito bom". RFI: É a primeira vez que um chefe de Estado cabo-verdianos vem acompanhar a Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos. Porque decidiu vir?José Maria Neves: Os Jogos Olímpicos são um momento raro e nesses tempos de conflitos, de guerras geoestratégicas e de algum caos a nível das relações entre Estados e entre as pessoas, é importante estar num espaço que promove a paz e promove a solidariedade, a amizade entre os povos e as pessoas, para além de constituir também o momento importante de de encontro e de busca de possibilidades para o crescimento inclusivo dos países e para a busca de novas avenidas em termos de investimento nas pessoas. Mais educação, mais desporto, mais saúde, etc. Então, é bom estar nesses momentos, nesses bons momentos, para apresentar ao mundo que há sempre oportunidades para a amizade e para a paz.Pela primeira vez, a equipa olímpica completa reuniu-se na Praia antes dos Jogos e depois vieram para França fazer um estágio. A sua vinda é também um apoio ainda mais pronunciado ao desenvolvimento do desporto e esta equipa olímpica cabo-verdiana?Cabo Verde está a crescer e esse apoio do Comité Olímpico e das Empresas em Cabo Verde Corresponde efectivamente a esse crescimento do país em todos os domínios. Mas a minha presença demonstra a necessidade de estarmos presentes de Cabo Verde, continuar a apoiar e mas também a possibilidade de abrirmos novas avenidas para o desenvolvimento das indústrias desportivas e de entretenimento. Em Cabo Verde.Há sete atletas de Cabo Verde. Quais é que são as suas expectativas?As minhas expectativas é que representem condignamente Cabo Verde. Se vier uma medalha, será muito bom. Mas neste momento é importante essa participação e fazer tudo para ser uma representação condigna de Cabo Verde.Os últimos Jogos Olímpicos foram em Tóquio. Claro que há a questão do fuso horário, a questão da própria diferença cultural. França é muito mais próxima de Cabo Verde. Como é que em Cabo Verde se estão a viver estes jogos?Com muita expectativa. Desde logo porque há uma representação mais elevada de Cabo Verde. Há uma maior sensibilização e a proximidade permite também que os cabo-verdianos acompanhem directamente, quase que ao vivo, todas essas manifestações culturais que vão ter lugar e espero que os cabo-verdianos acompanhem mais de perto essas jornadas desportivas olímpicas aqui em Paris.E a diáspora? França tem uma das maiores comunidades cabo-verdianas no Mundo. A diáspora está também muito entusiasmada?Sim, pela primeira vez, também é uma experiência para Cabo Verde, que é a abertura da Casa de Cabo Verde nos arredores de Paris e aqui vai permitir o encontro não só de outras nacionalidades, mas também dos cabo verdianos que vivem aqui em França. E eu pude perceber na preparação da minha visita que há também um grande entusiasmo não só em relação aos jogos em si, mas também em relação à participação de Cabo Verde. Os atletas cabo verdianos chegaram antes aqui à França e há já um bom intercâmbio com a comunidade cabo verdiana, que participa ativamente em tudo o que acontece em Cabo Verde do ponto de vista político, económico, social, cultural e desportivo, e constitui uma grande riqueza para Cabo Verde.Esteve aqui em Paris numa conferência sobre o desporto como factor de desenvolvimento sustentável, como desenvolvimento das populações. O que vemos nos Jogos Olímpicos, infelizmente, é que realmente há uma grande discrepância entre equipas. Não é, Por exemplo, se falarmos de uma equipa dos Estados Unidos, uma equipa do Japão com equipas  de países com menos meios, a preparação é muito diferente, as capacidades de treino são diferentes. Como é que se luta contra esta desigualdade?Em África temos que fazer o nosso trabalho de casa desde logo, investir mais na educação, na saúde e na qualidade nutricional dos nossos cidadãos. Depois, conseguir, através do desenvolvimento da educação, uma forte infraestruturação desportiva e massificar as actividades desportivas e de educação física. Ligar a Educação ao desporto. Imagine se em cada liceu, em cada escola, todos os dias houver actividades desportivas, se houver competições e, portanto, as nossas escolas, os nossos liceus, as universidades poderão transformar-se em laboratórios de formação de atletas de preparação para a alta competição. E também temos de criar as condições para que os atletas, as diferentes equipas, as diferentes modalidades, possam preparar-se. Termos equipamentos para além das instalações, para que as coisas aconteçam e mobilizar parcerias para o financiamento dessas infraestruturas e é criarmos as condições efectivamente para a criação das indústrias desportivas nos nossos países. Isso é fundamental. E essa cimeira apontou nesse sentido. Temos capacidades humanas. As diferentes equipas do mundo demonstram isso e então temos agora que fazer o nosso trabalho de casa e fazer os investimentos que são necessários.Sai daqui de Paris com algumas pistas sobre como isso pode fazer. O presidente Macron apresentou um documento, mas imagino que toda a gente também tenha tido outras. Partilhar experiências, mas também apresentar outras soluções. Vai daqui com algumas ideias.Antes da cimeira, todos os chefes de Estado foram convidados a refletir sobre esta matéria. E nós falamos um pouco sobre isso em Cabo Verde. As coisas estão a acontecer. Há as federações, os investimentos que o Governo está a fazer, que os municípios estão a fazer. Mas nós precisamos acelerar o passo, sobretudo na infraestruturação desportiva e na criação de condições para obtermos equipamentos e podermos desenvolver muito mais rapidamente as indústrias desportivas no nosso país. Estamos a investir fortemente na educação, na saúde, na segurança alimentar e são dados que poderão contribuir para um desenvolvimento muito mais produtivo do sector do desporto e da Educação Física em Cabo Verde.Falou da associação óbvia entre o desporto e a educação, mas desporto e jovens e educação é quase uma tríade indissociável. Sabe-se que muitas vezes o desporto serve também como ferramenta de integração. Sabemos que há graves problemas, por exemplo, na Praia, em relação à criminalidade juvenil ou em relação ao abandono escolar. O desporto como ferramenta é uma saída para os jovens em Cabo Verde?Nós em Cabo Verde, precisamos de desenvolver mais a criatividade nos bairros. Eu acho que o desporto e a cultura poderão ser dois pilares importantes para termos uma sociedade com amizade social. E é importante pensarmos nisso. Veja, há algumas actividades que podem ser desenvolvidas com infraestruturas e equipamentos mínimos, como os desportos náuticos e aquáticos e temos enormes potencialidades para desenvolvermos desportos náuticos e aquáticos. E então é preciso pensarmos nisso, desenvolver uma visão e catalisar o desenvolvimento deste sector. Mas podemos desenvolver bairros criativos em que as crianças, os jovens e os adolescentes participam em actividades nos seus bairros para terem entretenimento, ocuparem de forma útil os seus tempos livres. O desporto e a cultura e o entretenimento podem servir para combatermos a violência, para reforçarmos o espírito de equipa, para reconhecer o outro, ter a possibilidade de desenvolver boa vizinhança e relações de amizade nas nossas comunidades. O Senhor Presidente vai estar com a comunidade cabo verdiana aqui. Uma das maiores queixas da comunidade cabo-verdiana, não só em França, mas um pouco em todo o mundo, é a questão dos transportes, a dificuldade de chegar e a dificuldade de cheganfo à Praia, ir até à sua ilha de origem. Eu sei que também é uma dor de cabeça para si, porque já disse isso publicamente. O que é que se pode fazer em relação aos transportes em Cabo Verde neste momento?Bom, os transportes têm sido um grande calcanhar de Aquiles em Cabo Verde, mas é estratégico para o país. O Governo está neste momento a discutir várias soluções e para os transportes inter-ilhas o Governo está a criar uma empresa para garantir que haja uma maior conectividade entre as ilhas. Tenho dito que esta é uma questão que tem a ver com a competitividade da nossa economia, com a coesão territorial e com a própria segurança nacional. E espero que até ao final deste ano possamos ter já equacionada e resolvida essa questão dos transportes inter-ilhas. Quanto aos transportes aéreos internacionais, também há a busca de um conjunto de soluções e, designadamente, a possibilidade de companhias low cost poderem fazer voos para Cabo Verde. A Easyjet vai começar agora e a ideia é levar também para outras capitais, para além do Sal e da Boavista e podermos assim reduzir os custos. Portanto, a busca de soluções não tem sido fácil, mas eu espero que no horizonte deste ano tenhamos essas questões já resolvidas em termos bilaterais.Cabo Verde e França mantêm uma relação muito forte. Como é que vê os próximos anos da relação bilateral?Eu tive um encontro há duas ou três semanas com o senhor director geral da Agência Francesa de Desenvolvimento e estávamos a falar precisamente nisso. É importante dinamizar-mos as coisas. França e Cabo Verde podem ter relações muito mais fortes e a ideia é, nos próximos tempos, fazer tudo para reforçar essas relações bilaterais entre Cabo Verde e França. E é nessa linha que combinamos trabalhar, sensibilizar as autoridades, levar mais autoridades francesas a todos os níveis a Cabo Verde e haver trocas e possibilidades de realização de investimentos. E vamos continuar a trabalhar nessa linha.

Semana em África
A semana em que São Tomé e Príncipe assinalou 49 anos de independência

Semana em África

Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 8:27


Nas notícias desta semana, comemorou-se o 49º aniversário da independência de São Tomé e Príncipe. Em Angola, apesar das dificuldades no sector hospitalar, a população do país continua a crescer. Enquanto o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, visita Péquim, a oposição continua a insistir na realização de eleições presidenciais. Em São Tomé e Príncipe, o 49.º aniversário da independência do país foi celebrado na maoir cidade da regiao autonoma do Principe, Santo António. A 12 de julho, A cerimónia foi presidida pelo Chefe de Estadao, Carlos Vila Nova.O seu homologo, José Maria Neves, foi o convidado de honra e chegou ao país jà terça-feira, 9 de julho, para reforçar a cooperação entre as duas nações. Ao receber o Presidente cabo-verdiano, Carlos Vila Nova reiterou os laços estreitos entre as duas nações.Por sua vez, José Maria Neves também recordou a amizade entre os dois países e agradeceu a São Tomé e Príncipe o acolhimento de cabo-verdianos, sublinhando a esperança de ver crescer as relações bilaterais.Na Guiné-Bissau, o Presidente Umaro Sissoco Embaló continua a ser alvo de críticas. Antes da deslocação à China, o chefe de Estado declarou que a convocaria eleições legislativas antecipadas em 24 de novembro. Por seu lado Nuno Nabiam, antigo primeiro-ministro e conselheiro especial do actual presidente, denunciou as práticas do chefe ed Estado como nos relatava o nosso correspondente Mussa Baldé.Ao deslocar-se à China para reforçar a cooperação no sector das pescas e das infra-estruturas agrícolas, Sissoko visita uma nação amiga de longa data que apoia a Guiné-Bissau há várias décadas. Como relatava, de novo, Mussa BaldéEm Angola, a crise financeira faz-se sentir em todo o país, nomeadamente no sector hospitalar, onde a falta de recursos começa a ter impacto no número de mortes nos hospitais. Os sindicatos dos médicos e dos enfermeiros estão a alertar para a situação como nos relata o correspondente Avelino MiguelApesar desta situação, Angola celebrou o Dia Mundial da População em todo o seu território a 11 de julho. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a População, a população do país aumentou em dois milhões desde o ano passado, elevando-se para um total de 38,9 milhões, cerca de 13 milhões a mais do que no primeiro Recenseamento Geral pós-independência, em 2014. O relato é de Francisco PauloÉ o ponto final deste Semana em África ! Até breve !

Semana em África
Situação económico-social tensa em São Tomé e Príncipe

Semana em África

Play Episode Listen Later Jun 14, 2024 11:56


Sejam bem-vindos a mais uma Semana em África. A actualidade desta semana ficou marcada por uma situação económico-social tensa em São Tomé e Príncipe. Desde logo porque o governo anunciou que o aeroporto internacional da capital vai começar a ser privatizado pela empresa turca FB Group por um período de 49 anos. O ministro das Infraestruturas, José Carvalho de Rio, considera que o projecto vai trazer uma nova dinâmica à economia nacional. Já o líder do principal partido de oposição, o MLSTP-PSD, Jorge Bom Jesus, fala em “falta de transparência” e defende existirem “dúvidas”, defendendo que a privatização do aeroporto internacional deve ser escrutinada pelos órgãos de soberania e sociedade civil.Entretanto, ainda sobre São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, criticou a falta de acordo com o Fundo Monetário Internacional. O líder da oposição defende que o país está “em colapso económico” pela falta de acordo com este organismo, apontando o dedo à “irresponsabilidade” do executivo.Na actualidade moçambicana, a Comissão Nacional de Eleições está com um défice orçamental para custear, na íntegra, as eleições gerais marcadas para o dia 9 de Outubro, avaliadas em cerca de 300 milhões de dólares. A informação foi avançada pelo respectivo porta-voz do órgão de gestão e administração eleitoral, Paulo Cuinica.Na Guiné-Bissau, esta quinta-feira, a Justiça libertou dois dos detidos acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. Os advogados de defesa dos acusados continuam a exigir o cumprimento de ordens de libertação que o Juiz de Instrução Criminal emitiu, em Junho de 2022, a favor de 17 dos 50 detidos. O Tribunal Militar Regional de Bissau começou o julgamento de 25 pessoas, mas desde 4 de Junho tem vindo a suspender as sessões e ainda não se conhece uma data para a retoma dos trabalhos. Mussá Baldé tem mais pormenores.Em Angola, o Governo, associações empresariais e as Centrais Sindicais chegaram a acordo nesta quarta-feira, 12 de Junho, para o estabelecimento do salário mínimo nacional na ordem dos 100 mil kwanzas, cerca de 100 euros. Avelino Miguel tem mais pormenores.Em Cabo Verde, o Presidente José Maria Neves, convidou, esta sexta-feira, o Papa Francisco, para visitar o país, no âmbito das comemorações dos 500 anos da diocese de Santiago. José Maria Neves foi nesta sexta-feira, recebido pelo Sumo Pontífice e ambos falaram sobre mudanças climáticas, conflitos armados em África, a necessidade de se construir “uma rota para a paz” e de se criarem condições internas para se evitar que as pessoas sejam obrigadas a emigrar. Odair Santos tem mais pormenores.Em França, começou, esta sexta-feira, aqui em Paris a conferência do IDC, Internacional democrata centrista, nomeadamente a sua componente para África. Adalberto Costa Júnior é o presidente da UNITA, maior força da oposição angolana.Ainda neste evento, Patrice Trovoada, primeiro-ministro são tomense e líder da ADI, partido no poder, estima que o acordo militar firmado com a Rússia não entra em choque com a postura da IDC, no que diz respeito à condenação da invasão russa da Ucrânia.É o ponto final desta Semana em África. Obrigada por ter estado na nossa companhia. Nós, já sabe, estamos de regresso na próxima semana.

Convidado
Cimeira “marca afirmação da política africana” da Coreia do Sul

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 4, 2024 12:55


A primeira cimeira Coreia/África decorre esta terça e quarta-feira, em Seul, na Coreia do Sul, com delegações de 48 países africanos. O Presidente sul-coreano prometeu milhões de dólares em ajuda ao desenvolvimento e em incentivos ao investimento. A cimeira é também um “acto de soft power”, descreve Álvaro Nóbrega, professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa. “O Futuro que Construímos: Crescimento Partilhado, Sustentabilidade e Solidariedade” é o lema do encontro em cuja abertura o Presidente sul-coreano comprometeu-se em duplicar a ajuda pública ao desenvolvimento em África para chegar aos 10 mil milhões de dólares em 2030 e também prometeu 14 mil milhões de dólares de financiamento em exportações para ajudar as empresas sul-coreanas a expandir o comércio e os seus investimentos no continente africano.À semelhança de outras cimeiras, o encontro Coreia-África “é um acto de soft power” em que o país anfitrião procura alargar a sua influência num continente hoje reconhecido pelas potencialidades de investimento e pela abundância de riquezas minerais, explica Álvaro Nóbrega, professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa. Se até agora a presença sul-coreana em África era discreta, com destaque para a África do Sul, a cimeira “marca uma afirmação da Coreia do Sul e da sua política africana”.A Coreia do Sul visa, nomeadamente, recursos minerais como o cobalto, a platina ou o lítio que são essenciais para sectores tecnológicos de ponta, desde o fabrico de veículos eléctricos, à indústria da Defesa. Tanto é que o Presidente sul-coreano admitiu, em entrevista à AFP, que a  Coreia do Sul “é uma potência industrial de alta tecnologia, mas depende fortemente das importações no que toca a 95% das suas necessidades em minerais”. Nesse sentido, Álvaro Nóbrega aponta que o primeiro objectivo da cimeira de Seul é “garantir o aprovisionamento de matérias minerais que são essenciais para a economia sul-coreana e para a transição para a chamada economia verde”.O que é bom para a economia, é bom para o ambiente e a sustentabilidade local? “Os investimentos são importantes. Claro que quando associamos as áreas extractivas aos investimentos, vemos sempre que eles poderão ser predatórios, mas se esses apoios forem bem acolhidos e bem aplicados, naturalmente que se revertem progressivamente para as populações. Se, pelo contrário, forem desaproveitados, não chegarão às populações e, portanto, a questão da distribuição é fundamental”.Álvaro Nóbrega elenca um segundo objectivo da cimeira Coreia/África que “é retirar apoios ao vizinho do lado, à Coreia do Norte, que contou tradicionalmente com uma boa ligação com alguns países africanos, especialmente durante o período da Guerra Fria e no tempo que se seguiu e que tem vindo de alguma maneira perder essa ligação”.O encontro junta chefes de Estado e de governo de 48 países africanos, nomeadamente os Presidentes de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Angola é representada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores.O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, participa no fórum de negócios Coreia-África e, à margem da cimeira, tem um encontro bilateral com o seu homólogo Yoon Suk Yeol, assim como com executivos de empresas sul-coreanas. Moçambique tem já um investimento sul-coreano da empresa Kogas, que detém 10% no consórcio de pesquisa de gás natural da Área 4 do Rovuma. A Samsung Heavy Industry anunciou, esta segunda-feira, que prevê arrancar com a construção da segunda plataforma flutuante para a extracção de gás natural liquefeito no terceiro trimestre deste ano, depois de já ter instalado uma primeira infra-estrutura. Mas até que ponto a segurança em Cabo Delgado permite estes investimentos, quando a francesa TotalEnergies suspendeu as operações de construção da unidade de processamento de GNL em Cabo Delgado e ainda não retomou os trabalhos?Para Álvaro Nóbrega, os investimentos sul-coreanos mostram que “há uma vontade, uma aposta nesse sector” e que “a questão da segurança vem sendo trabalhada”, nomeadamente graças à presença doRuanda que indica uma "tentativa de criar alguma estabilidade nessa zona”. “É uma forma de energia muito relevante que interessa a um conjunto de países e é de esperar que o processo continue”, acrescenta. Da mesma forma, a indústria petrolífera de Angola também atrai a Coreia do Sul que oferece tecnologia no âmbito da construção naval e da construção das próprias plataformas.Ainda na cimeira, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, integra um painel sobre “Expansão do Comércio e Criação de Emprego” e tem marcado um encontro com o chefe de Estado sul-coreano.  Na véspera do evento, Cabo Verde e a Coreia do Sul assinaram um memorando de entendimento para promover acções de cooperação nas áreas da economia, comércio, cultura, ciência e educação.Para terminar, outro aspecto realçado por Álvaro Nóbrega é a questão de Seul mostrar que não se quer imiscuir nos assuntos internos dos outros países: “As áreas que são classificadas como prioritárias da cooperação com África são sete e nestas a questão da política interna nunca é referida. É um aspecto interessante destas relações porque não tem o chamado condicionalismo político, ou seja, não é sensível à questão do sistema político. Se é democrático ou se não é democrático não entra nessa equação.”

Semana em África
" 25 de Abril foi importante para Portugal mas também para a descolonização"

Semana em África

Play Episode Listen Later Apr 26, 2024 10:05


Portugal celebrou, esta semana, os 50 anos da revolução dos cravos que acabou com a ditadura de 48 anos através de um golpe militar do Movimento dos Capitães. O 25 de Abril abriu uma nova era para Portugal, mas também para as suas antigas colónias em África com as quais o regime salazarista estava em guerra. O 25 de Abril abriu uma nova era para Portugal, mas também para as suas antigas colónias em África com as quais o regime de Salazar estava em guerra há mais de dze anos. Poucos meses antes, a Guiné-Bissau tinha declarado unilateralmente independência, mas Portugal não tinha reconhecido a Guiné-Bissau como Estado livre.O antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, na altura um combatente da Frelimo, partido que lutava pela independência do país, recorda esse dia histórico."Conhecíamos o estado de espírito das tropas portuguesas nesse ano, mas fomos surpreendidos pela rapidez com que a coisa se fez. Em 1974 ouvimos na rádio o anúncio do golpe de Estado em Portugal e nós ligamos isso talvez às manobras daqueles que queriam um outro tipo de descolonização. Portanto, não estava muito claro. Foi aquela reacção que nós tivemos de dizer 'bom pode haver um golpe de Estado em Portugal, mas isso não resolve o problema colonial.' Portanto, o que é preciso é resolver o problema colonial. A independência de Moçambique é que era o objectivo. Isso foi no próprio dia que alguns colegas camaradas que estavam perto comentaram e comentamos todos. Depois começámos todos os contactos e vimos que havia uma oportunidade boa para se chegar a um resultado bom. Portanto, estivemos sempre disponíveis para o diálogo com o novo governo. E assim foi. Portanto, quando isso aconteceu, ficamos com alegria, mas não tivemos a correspondência necessária na delegação portuguesa de então. E foi preciso então andar por uma série de contactos que nos levaram a uma segunda ronda e à última ronda, que foi a assinatura do Acordo de Lusaca. Isto encheu-nos de alegria. Mas foi de curta dura, porque no mesmo dia em que assinámos, houve sublevações aqui em Maputo, Lourenço Marques de então, e foi um momento dramático. Mas pronto, conseguimos acalmar os ânimos. Então proclamamos a independência em 75" lembra o antigo Presidente.Pedro Pires, antigo presidente de Cabo Verde e um dos lideres da luta de libertação da Guiné e de Cabo Verde, no seio do PAIGC, considera que 25 de Abril foi um marco importante para Portugal mas também para a descolonização."O 25 de Abril é dos acontecimentos históricos mais importantes que tiveram lugar em Portugal no século XX. Porque eu vejo nas minhas reflexões há um antes de 25 de Abril e um depois do 25 de Abril. Não será o primeiro caso, mas é o caso mais importante da história política de Portugal. No 25 de Abril, eu pessoalmente era membro da direcção do PAIGC e acompanhamos com muito interesse os acontecimentos, mas os acontecimentos não foram uma surpresa para nós, porque sabia-se que Portugal estava mergulhado numa grande crise, numa crise militar, numa crise política, numa crise económica e financeira, causados pela guerra colonial. Veja um caso interessante para se ter em conta que o chefe de Estado maior é o chefe adjunto do Estado-maior entraram em conflito com o poder político, com o Presidente da República e com o Governo nessa altura. Francamente, eu penso que o Governo e as outras instituições do Estado tinham perdido legitimidade e credibilidade. Portanto, estava aberto o caminho para uma mudança do regime" começa por considerar o antigo Presidente de Cabo Verde.Em Cabo Verde,o primeiro-ministro respondeu ao Presidente da República que no início da semana considerou “caótica” a situação de transportes interilhas no país.  No Parlamento, Ulisses Correia e Silva, disse que o “caos” nos transportes em Cabo Verde existia até 2016, quando o actual Presidente da República, José Maria Neves, era o chefe do Governo.“Estamos empenhados em melhorar e vamos melhorar significativamente. Mas é preciso dizer que o caos nos transportes aéreos e marítimos já existia. Existia até 2016, com aviões arrestados, com TACV em falência, com TACV sem os ATRs, com navios a naufragarem de uma forma permanente, com operadores com navios obsoletos e sem capacidade operacional. O caos tem o seu momento de localização muito claro e tem os seus responsáveis. Os mesmos que criaram o caos, hoje falam de caos nos transportes. É preciso confiança neste país, é preciso garantir que perante situações de dificuldades não se lance gasolina, explosivos para criar ainda um ambiente muito mais difícil para os cabo-verdianos” disse Ulisses Correia e Silva, numa intervenção no parlamento, no arranque do debate sobre a descentralização e desenvolvimento local.Recorde-se que o Presidente da República José Maria Neves afirmou que a situação dos transportes aéreos em Cabo Verde é "caótica" e tem prejudicado o país. Antes do anúncio oficial, o presidente do PAICV, maior partido da oposição, já tinha anunciado que a companhia angolana BestFly ia sair do país.Em Moçambique, a missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) que combate o terrorismo em Cabo Delgado, já começou a entregar material às Forças Armadas moçambicanas, no âmbito do plano de retirada até 15 de Julho, segundo aquela força. Apesar deste plano de saída, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, estendeu até 31 de Dezembro a operação das Forças Armadas da África do Sul (SANDF), com cerca de 1500 militares, no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique, que até agora estava integrado na SAMIM.Na Guiné-Bissau, o Ministério Público anunciou a detenção de um procurador por alegado tráfico de droga à chegada a Lisboa num voo proveniente de Bissau. O Ministério Público adiantou estar a acompanhar o caso e a aguardar por mais informações e, caso “se confirmar o suposto delito”, promete responsabilizar criminalmente e disciplinarmente o magistrado.Esta semana, assinalou-se o dia mundial de luta contra a malária e acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2022, mais de 608 mil pessoas morreram todo mundo, com o continente africano a ser o mais fustigado, apesar dos efeitos prometedores das campanhas de vacinação. Ainda assim, Angola registou em 2023 uma diminuição de mortes por malária

Semana em África
Moçambique à espera dos resultados das autárquicas

Semana em África

Play Episode Listen Later Oct 13, 2023 11:29


Neste programa, voltamos aos temas que marcaram a semana. Destaque para as eleições autárquicas em Moçambique e para o sorteio do CAN2024. Por outro lado, olhamos para as reacções africanas à guerra entre Israel e o Hamas. A guerra entre Israel e o Hamas preocupa África, mas poucos países se pronunciaram abertamente sobre o tema. A União Africana apelou ao fim do conflito e pediu à comunidade internacional para assumir as suas responsabilidades na paz e para garantir os direitos dos povos israelita e palestiniano.Também a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral apelou à contenção entre as partes envolvidas no conflito. O posicionamento da SADC consta de uma Declaração assinada pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da organização regional. A SADC pediu à comunidade internacional para apoiar Israel e a Palestina com ajuda humanitária, especialmente junto das vítimas e dos deslocados internos abrigados nos centros de refugiados ou de deslocados. A organização também manifestou profunda preocupação com a perda de centenas de vidas de pessoas civis inocentes em ambos os lados. Em reacção, o embaixador israelita em Angola, Shimon Solomon, manifestou-se “profundamente desapontado” por Angola por não ter tomado directamente posição e não ter condenado o ataque do Hamas e disse que os amigos se conhecem em tempos difíceis.Quarta-feira foi dia de eleições autárquicas em Moçambique. Mais de 4,8 milhões de eleitores foram chamados a escolher 65 presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias, num total de 1.747 membros a eleger.Entretanto, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral lembrou que a Comissão Nacional de Eleições tem até 15 dias após a votação para publicar os resultados finais. Enquanto o país aguarda os resultados oficiais, Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e Direitos Humanos, sublinha que a não publicação rápida das contagens pode levantar suspeitas de fraude. A Sala da Paz, plataforma da sociedade civil moçambicana de observação eleitoral, apontou algumas irregularidades que podem manchar as eleições autárquicas de 11 de Outubro, contou à RFI Crispim Amaral, membro da plataforma.Moçambique também assinalou o dia do professor esta semana. Uma jornada de reflexão que acontece num contexto "penoso" do ponto de vista de Avatar Cuamba, presidente da Associação dos Professores Unidos de Moçambique, que se queixa dos baixos salários e espera que o governo meta mãos à obra para mudar o cenário.Na Guiné-Bissau, foi anunciada a composição do renovado Conselho de Estado, enquanto o presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, começou a primeira etapa do chamado "Parlamento Aberto".Angola precisa de investimento privado porque as finanças públicas estão "no limite". Quem o diz é a ministra angolana das finanças, Vera Daves de Sousa que, esta semana, participou nos Encontros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Marrocos.Ainda em Angola, na quinta-feira, o grupo parlamentar da UNITA entregou uma proposta para destituição do Presidente da República. Esta sexta-feira, a Assembleia Nacional reunia os deputados membros da comissão permanente para analisar o documento. A UNITA justifica com a subversão de regras de execução orçamental, da economia de mercado e do sistema republicano, bem como por alegada prática de corrupção, peculato, tráfico de influências e nepotismo.Ainda em Angola, centenas de pessoas foram detidas e outras feridas no domingo em Saurimo, na Lunda Sul, em tumultos com a polícia durante a repressão de uma manifestação a favor da autonomia da região. Neste programa ouvimos a reportagem de Francisco Paulo.Em Cabo Verde, a saúde mental deve merecer prioridade por parte do governo e ser alargada à cobertura pela Previdência Social. A declaração foi feita, esta semana, pelo Presidente da República, José Maria Neves.No futebol, já se conhecem os grupos do Campeonato Africano das Nações que vai decorrer na Costa do Marfim, entre 13 de Janeiro e 11 de Fevereiro de 2024. A Guiné-Bissau integra o Grupo A, com a Costa do Marfim, a Nigéria e a Guiné Equatorial. Os djurtus vão disputar o jogo inaugural contra a Costa do Marfim em Abidjan. Angola está no Grupo D com a Argélia, o Burkina Faso e a Mauritânia. Cabo Verde e Moçambique estão no Grupo B com o Egipto e o Gana.

Semana em África
Angola aos comandos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

Semana em África

Play Episode Listen Later Aug 18, 2023 11:36


Nesta Semana em África, destaque para Angola que assumiu a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e que é a candidata da região à presidência da União Africana em 2025. Na CEDEAO, uma eventual intervenção militar no Níger não é unânime e Cabo Verde manifestou-se contra. A semana foi ainda marcada por um novo drama de migrantes no mar, desta vez ao largo de Cabo Verde. E em Moçambique, a greve dos médicos continua. Angola assumiu, esta quinta-feira, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Em Luanda, na cimeira de Chefes de Estado e de Governo, os Estados-membros indicaram Angola como o candidato da SADC para assumir a presidência da União Africana no ano de 2025, quando se comemoram os 50 anos da independência angolana.No final do encontro, o Presidente João Lourenço, que é agora o presidente em exercício da SADC até Agosto de 2024, resumiu que "a cimeira abordou exaustivamente as questões relativas à paz e segurança, não só na região da SADC, mas também em África e no mundo". Os líderes da organização aprovaram a prorrogação, por 12 meses, da missão em Cabo Delgado, em Moçambique e João Lourenço disse que o actual panorama em Cabo Delgado é "mais tranquilo e estável" graças à força conjunta em estado de alerta da SADC.O chefe de Estado angolano também saudou o envio do destacamento das Forças da Brigada Reforçada, para um período de 12 meses, para o leste da República Democrática do Congo.João Lourenço apelou, ainda, ao fim imediato do uso das armas no Sudão e falou na situação preocupante na região do Sahel por causa de acções de terrorismo e golpes de Estado praticados pelas chefias militares”. Além disso, defendeu “a necessidade de se pôr fim à guerra” entre a Rússia e a Ucrânia pelas consequências que representa para a paz e segurança mundiais, para a segurança alimentar e energética e para o comércio internacional.De notar, ainda, que a cimeira da SADC defendeu a criação, até Outubro, do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da Região e foi assinada a Declaração da SADC sobre a Aceleração da Acção para acabar com o VIH/Sida na região até 2030. Esta quinta e sexta-feira, os chefes de Estado-Maior dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram-se em Acra, a capital do Gana. A "maioria" mostrou-se empenhada em participar numa eventual intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger, mas não há unanimidade. Cabo Verde manifestou-se claramente contra e quer a via da diplomacia, não tendo enviado um representante à reunião. O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, disse que se deve trabalhar para “o restabelecimento da ordem constitucional, mas em nenhum caso através de uma intervenção militar ou de um conflito armado”.Na reunião estiveram os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia, tendo-se, então, notado as ausências dos seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. O Níger também não esteve representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de Julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição. O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar. Em Angola, a Unita, o principal partido de oposição, lançou formalmente, na quarta-feira, uma iniciativa para a destituição do Presidente João Lourenço. Com alguns parlamentares ausentes, 86 deputados dos 90 que compõem o grupo parlamentar da UNITA subscreveram a iniciativa, assim como o Bloco Democrático e o PRA JA Servir Angola. Durante a cerimónia de lançamento desta iniciativa, Adalberto da Costa Júnior, líder da Unita, sublinhou que não se trata de um "simples acto de competição pelo poder". Novo drama de migrantes no mar. Cerca de 60 pessoas morreram à fome apos um mês à deriva numa piroga que teria, inicialmente, uma centena de pessoas a bordo. Esta terça-feira, um barco pesqueiro de pavilhão espanhol atracou no porto de Palmeira, na ilha do Sal, com 38 sobreviventes e sete cadáveres. A grande maioria eram senegaleses, mas também haveria dois bissau-guineenses, de acordo com um relatório da Cruz Vermelha. Esta quinta-feira, a representante da Organização Internacional das Migrações em Cabo Verde, Quelita Gonçalves, disse que este resgate deve impulsionar um novo projecto de assistência no país. Na Guiné-Bissau, no domingo tomou posse o novo governo, que resulta da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, que venceu as eleições legislativas de Junho com 54 dos 102 deputados do parlamento. A coligação assinou acordos de incidência parlamentar e governativa com o PRS e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), que integram também o novo executivo. Na tomada de posse, o primeiro-ministro, Geraldo Martins, disse que o seu executivo é “para quatro anos” e que as promessas eleitorais “devem ser cumpridas”.“Este será um Governo de legislatura, um Governo para quatro anos e, portanto, todas as promessas eleitorais que foram feitas devem ser cumpridas”, afirmou, na tomada de posse dos 18 ministros e 15 secretários de Estado do novo executivo.Na terça-feira, Guiné-Bissau, o secretário de Estado da Comunicação Social, Muniro Conté, ordenou a reabertura da rádio privada Capital FM, que tinha sido encerrada compulsivamente pelo anterior executivo a 18 de Outubro de 2022. O sindicato dos jornalistas guineenses congratulou-se com a decisão e o seu secretário-geral, Diamantino Domingos Lopes, disse que “reflete uma abertura para promover a liberdade de imprensa e de expressão no país”. Este domingo, a Associação Médica de Moçambique realiza uma assembleia-geral para decidir sobre a prorrogação da greve iniciada a 10 Julho. Esta semana, a associação ameaçou suspender a prestação dos serviços mínimos. O aviso foi dado por Milton Tatia, o presidente da associação, que sublinhou que não vai ceder às intimidações do Governo.“Face a este posicionamento do nosso governo em optar por intimidações, furtar-se ao diálogo e não cumprir com os compromissos, nós informamos que a classe médica reserva.se o direito de cancelar as suas cedências(…). Nenhum médico voltará ao trabalho e o Governo terá que contratar mais de 1.500 médicos”, disse o presidente da AMM, Milton Tatia, durante uma conferência de imprensa, na quarta-feira, em Maputo.Em causa, as declarações de Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo, que considerou que algumas das principais exigências dos médicos são ilegais e que a greve coloca em causa a população. Em São Tomé e Príncipe, os familiares do único sobrevivente do assalto ao quartel militar de Novembro cancelaram uma manifestação prevista para esta sexta-feira depois de o Governo ter divulgado um comunicado do Conselho de Ministros a proibir a realização de manifestações durante 15 dias para garantir tranquilidade durante a cimeira da CPLP de 21 a 27 de Agosto. Os familiares de Bruno Afonso, conhecido por "Lucas" queriam exigir que os tribunais agendem o julgamento do caso 25 de Novembro porque, desde então, Bruno Afonso e outros sete militares estão em prisão preventiva sem julgamento.Recordo que após o assalto ao quartel, que a justiça disse ter como objectivo promover um golpe de Estado, três dos quatro atacantes e um outro homem detido posteriormente pelos militares foram alvos de maus-tratos e acabaram por morrer, quando se encontravam sob custódia militar. O Ministério Público acusou 23 militares, incluindo os antigos chefe e vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas pela tortura e morte dos quatro homens. Recentemente o tribunal arquivou o processo contra o primeiro, mas manteve as acusações contra o segundo, que ocupa agora as funções de comandante da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.

Semana em África
Contagem decrescente para fim de ultimato da CEDEAO no Níger

Semana em África

Play Episode Listen Later Aug 4, 2023 9:49


No Níger, este domingo termina o prazo do ultimato da CEDEAO aos responsáveis pelo golpe de Estado para restaurarem a ordem constitucional. Em Moçambique, foi aprovado o adiamento das eleições distritais de 2024 e o governo anunciou que vai contratar provisoriamente 60 médicos para minimizar o impacto da greve no sector. Em Cabo Verde, a protecção dos dados pessoais marca o debate, com o Presidente da República a denunciar a existência de perfis falsos com o seu nome no Facebook. Nesta “Semana em África”, começamos com o tema que continua a marcar a actualidade no continente. No Níger, termina este domingo o prazo do ultimato dado pela CEDEAO aos responsáveis pelo golpe de Estado para restaurar a ordem constitucional. Recordo que os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental admitiram o "uso da força" para repor a ordem e impuseram sanções.Em Moçambique, a Assembleia da República aprovou, esta quinta-feira, o adiamento das eleições distritais de 2024, com os votos a favor da bancada da Frelimo, partido no poder, e contra da Renamo e do MDM, a oposição parlamentar.Ainda em Moçambique, esta semana o governo anunciou que vai contratar provisoriamente 60 médicos para minimizar o impacto da greve dos profissionais da classe desde 10 de Julho. A informação foi avançada pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, em tom de aviso aos grevistas.Também esta semana, a polícia moçambicana admitiu "pouco profissionalismo" em referência a um vídeo que está a circular nas redes sociais em que se vê um homem arrastado pelo carro da corporação numa rua de Maputo. Leonel Muchina, porta-voz da polícia, disse que foi aberto um inquérito.A província de Cabo Delgado, no extremo norte de Moçambique, vai poder contar este ano com um centro de acolhimento para as vítimas do terrorismo. As obras decorrem a bom ritmo, como nos contou o nosso correspondente Orfeu Lisboa.Angola informou que o tráfico de seres humanos aumentou no país. Neste programa, voltamos a ouvir a reportagem de Francisco Paulo. Por outro lado, as autoridades sanitárias angolanas admitem que o país está a ser assolado por um surto de raiva, com relatos de 140 casos da doença em todo o país. A informação foi avançada por Franco Martins, chefe do Departamento de Controlo de Doenças da Direcção Nacional de Saúde.Em Cabo Verde, o Presidente da República, José Maria Neves, denunciou, esta semana, a existência de perfis falsos a utilizarem o seu nome no Facebook para tentativas de burlas na internet. A Polícia Judiciária está a investigar.

Coluna de Terça PodCast
Bom dia, inferno EP 14 - Lula e o agradecimento a escravidão

Coluna de Terça PodCast

Play Episode Listen Later Jul 20, 2023 11:20


No episódio de hoje, Anderson França comentou a fala infeliz de Lula sobre a escravidão ao Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves. Não esqueça de seguir a gente: Intagram ⁠@canalcoluna⁠ ⁠@blogandersonfranca ⁠ YouTube ⁠www.youtube.com.br/colunadeterca ⁠ E não deixe de nos apoiar: Se você estiver no Brasil, pode nos apoiar de duas formas: Assinatura: apoia.se/colunadeterca⁠ Pix Recorrente: colunadeterca@gmail.com⁠ Se você mora fora, também temos: ⁠Patreon: www.patreon.com/acolunadeterca⁠ ⁠PayPal: www.paypal.com/paypalme/AndersonFranca

Semana em África
Sissoco Embaló lembra "o Presidente da República é o chefe"

Semana em África

Play Episode Listen Later Jul 7, 2023 8:13


Confira aqui o Magazine Semana em África, espaço onde fazemos um apanhado das notícias sobre o continente africano que marcaram as nossas antenas.  Esta semana, o Presidente da Guiné-Bissau, lembrou que é o "chefe" mesmo numa futura coabitação. Umaro Sissoco Embaló diz que de acordo com a Constituição do país, o Presidente tem a última palavra e, mesmo numa situação de coabitação, em que o Governo não tem a mesma cor política que o Presidente, o "chefe" continua a ser ele.Entretanto, a coligação vencedora das eleições legislativas na Guiné-Bissau interpôs um requerimento no Supremo Tribunal de Justiça a exigir a antecipação da data da tomada de posse dos novos deputados.De Angola, a descoberta de quatro casos de gripe A em Luanda. Sílvia Lutucuta, ministra da saúde de Angola, apelou à calma da população, sugeriu o uso de máscaras faciais em locais fechados e assegurou que medidas estão a ser tomadas para conter a propagação do vírus. Em Moçambique, a notícia de que a partir da próxima segunda-feira os médicos vão entrar em greve por 21 dias. O anúncio foi feito pelo, Napoleão Viola, porta-voz da Associação Médica que acusou o Governo de falta de palavra e compromisso.Cabo Verde assinalou, esta semana, 48 anos de independência de olhos postos sobre desigualdades. Ao discursar na sessão solene da Assembleia Nacional, o Presidente da República, José Maria Neves, afirmou que as conquistas são inegáveis, todavia mostrou-se preocupado com o nível da pobreza extrema e desigualdades sociais.Em São Tomé e Príncipe, esta semana, ficamos a saber que a recente crise dos combustíveis está a ganhar novos contornos: o Governo quer apurar responsabilidades e a oposição decidiu pela criação de uma comissão de inquérito parlamentar. Encontro entre Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló.   

Debate Africano
Cabo Verde e Guiné Bissau

Debate Africano

Play Episode Listen Later Jul 6, 2023 54:43


Os recados de José Maria Neves em Dia Nacional e os caminhos de Sissoco

Semana em África
Semana marcada pelo luto nacional em Cabo Verde

Semana em África

Play Episode Listen Later Apr 7, 2023 11:47


Cabo Verde viveu dois dias de luto nacional depois da morte de oito militares e um civil no acidente a caminho do combate ao incêndio na Serra da Malagueta. Na Guiné-Bissau, os partidos formalizaram as candidaturas às legislativas de 4 de Junho, numa altura em que há populações a abandonar aldeias devido à falta de água potável. Em São Tomé e Príncipe, o estado de saúde de Lucas Lima preocupa activistas e no Uganda a penalização da homossexualidade está a preocupar dentro e fora de fronteiras. Em Cabo Verde, o início da semana foi marcada por dois dias de luto nacional na sequência da morte de 8 militares e um civil num acidente a caminho do combate ao incêndio na Serra da Malagueta, na ilha de Santiago. O acidente levantou o debate sobre a abolição do serviço militar obrigatório. O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva afirma que este não é o momento de o fazer, ideia partilhada também pelo Presidente da República, José Maria Neves que defende uma avaliação serena. Em Angola, a polícia impediu uma vigília, nesta quinta-feira, em Luanda, pela liberdade do activista "Tanaice Neutro". Ele tinha sido condenado por ultraje ao Estado, em Outubro, e teve uma pena suspensa de um ano e três meses, mas continua detido porque o Ministério Público recorreu da sentença.Ainda em Angola, esta semana morreu um destacado activista cívico do enclave de Cabinda. O Padre Congo, clérigo católico, foi das vozes mais intervenientes em prol da autodeterminação do território. Na Guiné-Bissau, as autoridades decretaram o encerramento de algumas rádios, incluindo a Rádio Sol Mansi, de inspiração católica, baseada em Mansoa. O director,Casimiro Cajucan disse estar em negociações para tentar evitar o respectivo encerramento. Ainda na Guiné-Bissau, as populações das zonas de Como e Tombali estão a abandonar as suas casas devido à escassez de água potável. A denúncia foi feita pelo régulo da região de Tombali, sul do país que acrescenta que as pessoas estão a consumir água imprópria. A directora-geral dos recursos hídricos da Guiné-Bissau, Fátima Assad Mezé, confirma que no sector de Como “80% dos pontos de água” não funcionam, por falta de reparações regulares”. Na terça-feira, foi o último dia para a entrega da documentação dos partidos para as eleições legislativas de 4 de Junho. PAIGC, Madem G-15, PRS, APU-PDGB depositaram os dossiers no Supremo Tribunal de Justiça. O PAIGC apresenta-se numa coligação inédita com outras quatro formações políticas de oposição ao actual poder. Em São Tomé e Príncipe, o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores, Carlos Costa, disse que foi informado pelo Governo de que não haverá aumento do salário mínimo na função pública em 2023, denunciando que isso vai contra um acordo já estabelecido. Ainda em São Tomé e Príncipe, a família de Lucas Lima, o único sobrevivente dos acontecimentos de 25 de Novembro, manifestou-se, na terça-feira, para denunciar o seu estado de saúde. Depois de ter visitado Lucas Lima, detido na cadeia central, o activista são-tomense, Óscar Baía, mostrou-se preocupado e pediu a sua hospitalização. Em Moçambique, as Linhas Áreas de Moçambique, LAM, vão passar para uma comissão de gestores internacionais a partir deste mês. O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, que revelou que esta comissão tem um ano para resgatar e assegurar a sustentabilidade da companhia de bandeira e descartou a privatização da empresa.Ainda em Moçambique, a nova lei relativa à Comunicação Social está em debate no Parlamento. Uma das medidas controversas é a criação de uma entidade reguladora de comunicação social controlada pelo governo. Jeremias Langa, presidente do Instituto para a Comunicação Social da África Austral, considera que a medida coloca em perigo a liberdade de imprensa no país. No Uganda, o Presidente Yoweri Museveni prometeu ratificar a decisão dos deputados de penalizar a homossexualidade com pena perpétua ou pena de morte em caso de repetição dos actos homossexuais. A situação é “preocupante e assustadora”, descreveu Roberto Paulo, director executivo da associação moçambicana Lambda.Na República Democrática do Congo, a justiça condenou, esta sexta-feira, seis homens a pena perpétua no caso do assassínio, em 2021, do embaixador italiano Luca Attanasio e de dois colaboradores no leste do país. A defesa anunciou que vai apresentar recurso, pelo que novo julgamento vai decorrer perante um tribunal militar.

Semana em África
União Africana quer intensificar trocas comerciais africanas e populações festejam Carnaval

Semana em África

Play Episode Listen Later Feb 24, 2023 10:24


A atualidade desta semana em África foi marcada pela 36° Cimeira da União Africana, pelas chuvas mortíferas em Moçambique e pelas festividades do Carnaval em Cabo Verde, em Angola e na Guiné Bissau.   Zona de comércio livre, sistema de sanções e alterações climáticas na União Africana Em 2023, a União Africana quer acelerar a criação de uma Zona de Comércio Livre em África que permita a todos os países do continente intensificarem as suas trocas comercias com taxas mais baixas e, nalguns casos, sem quaisquer taxas para os produtos produzidos e consumidos nesta região do Mundo.Victor Fernandes, ministro da Indústria e Comércio de Angola, fez parte das negociações que decorreram na Cimeira da União Africana, em Addis Abeba, e reconheceu, em declarações à nossa enviada especial Catarina Falcão, que o acordo para esta aceleração por parte dos chefes de Estado foi "muito importante", mas que se trata de uma verdadeira maratona."A semelhança do que aconteceu noutras zonas e blocos comerciais internacionais, não será em um ano que vamos ter todos os 55 países de África a transicionarem com base nas regras da zona. Aliás a oferta tarifária que os países fazem é desmaterializável em 10 anos. Todos os países terão esse horizonte para irem desmaterializando essa oferta." Ainda na cimeira, os dirigentes africanos decidiram reforçar as sanções sobre países onde os Governos foram recentemente substituídos por juntas militares através de golpes de Estado, como é o caso do Mali, do Brukina Faso e da Guiné Conacri. A decisão foi tomada numa cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que decorreu no sábado 18 de Fevereiro ao final da tarde e durou mais de duas horas, e na qual o Presidente caboverdiano José Maria Neves, esteve presente: "A reunião avaliou a situação na Guiné Conacri, Mali e Burkina Faso, países onde houve uma ruptura constitucional e que estão sob uma sanção. A Cimeira decidiu continuar e agravar as sanções existentes, apelando para que, em cada um dos países, haja um diálogo inclusivo entre as partes que permita consenso e aprovação de um quadro de transição para a democracia."Para além das questões de cooperação económica e do sistema de sanções, outro grande tema debatido na 36 cimeira da Uniao Africana incidiu sobre a segurança no continente. Antonio Guterres,  o secretário-geral da ONU mostrou-se preocupado com esta questão e defendeu que este papel deve ficar para os africanos, mas com financiamento da comunidade internacional."Sempre defendi que as operações necessárias para impor a paz e lutar contra o terrorismo devem ser feitas por forças africanas robustas e com um mandato claro do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Tanto quanto sei, os países europeus têm sempre apoiado este ponto de vista, que até agora não encontrou unanimidade no Conselho de Segurança. O que também é verdade, é que as contribuições voluntárias, como verificámos no G5 Sahel, não são suficientes para garantir a eficácia de uma força de imposição da paz." Por outro lado, o secretário-geral das Nações Unidas anunciou um novo fundo de 250 milhões de euros para África de forma a combater a fome. Ainda em Adis Abeba, na cimeira da União Africana, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, explicou ao microfone de Catarina Falcão estar neste encontro para "ganhar solidariedade" para o combate ao terrorismo e também para travar as consequências dos fenómenos metereológicos extremos que afectam o país."Falámos sober a situação dos desastres naturais em todos os fórums. Moçambique está a viver momentos difíceis de inundações. Estou a trabalhar com os meus colegas para ganhar maior solidariedade em diferentes sentidos, não só no combate militar como também na reconstrução das zonas deturpadas e sobre a formação dos jovens que vivem nestas zonas." Chuvas mortíferas em Moçambique Em Moçambique, as chuvas intensas provocaram 11 mortes e afectaram mais de 43 mil pessoas. Na terça-feira 21 de Fevereiro foi decretado o alerta vermelho para acelerar o processo de apoio e resgate às populações. Uma das consequências destas cheias: a ocorrência de bolsas de fome devido às chuvas que destruíram extensas áreas de cultivo. Filipe Nyiusi manifestou a sua preocupação, sobretudo relativamente à província de Gaza, no sul do país. Uma correspondência de Orfeu Lisboa. "Chókwe atingiu o nível de alerta com 5.4 metros sempre a subir. O problema principal é o impacto de machambas que estão a ficar alagadas. Isso é problema porque vai dar na capacidade dos moçambicanos de se alimentarem. As populações estão a fazer colheitas antecipadas. Colhem milho que podia ficar mais duro, mais forte, mas se não o colherem agora, nem esse conseguiriam ter e isso é resultado de pré-aviso."Festividades do Carnaval em Angola, Guiné Bissau e Cabo VerdeEsta foi também uma semana de comemorações do Carnaval no continente africano.  O Carnaval é a principal festa popular na Guiné Bissau, e apesar das dificuldades financeiras no país, as festividades estiveram ao rubro, com demonstrações de trajes, máscaras e danças do folclore das diferentes etnias guineenses.O presidente da Câmara Municipal de Bissau, José Medina Lobato, enalteceu para a RFI o espírito de tranquilidade que tem marcado o Carnaval de 2023. Um relato de Mussa Baldé."É uma das maiores festas populares que temos no país, já tradicional, onde demonstramos a nossa cultura, a nossa tradição, a nossa diversidade cultural, normalmente, e este ano, felizmente já começou desde sexta-feira e está a decorrer muito bem, sem problemas, sem indisciplina, sem agressões, queremos um Carnaval com harmonia, um Carnaval de solidariedade."Em Luanda reuniram-se cerca de 50 mil pessoas na Nova Marginal, no centro da capital, dois anos depois da interrupção devido à covid-19. E em Cabo Verde, o Carnaval ganhou visibilidade com o tempo por se aproximar do carnaval do Brasil, com carros alegóricos, músicas, desfiles e máscaras.

Convidado
COP 27: Cabo Verde defende com “unhas e dentes” debate sobre “perdas e danos”

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 14, 2022 8:03


Cabo Verde defende com “unhas e dentes” o debate da questão das “perdas e danos” na Conferência do Clima que decorre em Sharm el Sheikh, no Egipto. Um dossier que ao longo dos anos tem vindo a ser adiado e que agora se encontra no centro de debate. Na COP 27 Cabo Verde pediu ainda a conversão da dívida pública em “investimento climático". A participar na Convenção das Nações Unidas sobre o Clima está Cabo Verde, que este ano traçou uma estratégia baseada na mitigação, perdas e danos e adaptação e financiamento. Nos últimos anos Cabo Verde tem sido muito fustigado por fenómenos climáticos que representam grandes prejuízos económicos para o país. Na sua deslocação a Sharm el Sheikh, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu a possibilidade de os pequenos estados insulares em desenvolvimento converterem a dívida pública em “investimento climático". O chefe de Estado sublinha que a concretizar-se esta medida “estaremos a criar condições para termos melhores condições de vida em África”. Carlos Moniz, Ponto Focal de Cabo Verde junto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês), em entrevista à RFI explica que o arquipélago integra o grupo de trabalho africano para a questão das “perdas e danos”: “Cabo Verde tem defendido esse dossier com ‘unhas e dentes'. Desde Varsóvia que se falava nas ‘perdas e danos'”, mas foi sempre sendo “empurrado para a frente”. Pelo facto da COP se realizar num país africano, "pode ser que  Sharm el Sheikh  seja a cidade de algumas decisões. Pode ser que haja alguma luz no fundo do túnel. Não acredito que seja tudo aqui resolvido e que vai haver algum texto relativo a perda de danos, mas penso que vai-se dar um grande avanço para que no Dubai, na COP 28 se feche esse processo”. Numa altura em que os diferentes relatórios dão conta de cenários não muito animadores no que ao aquecimento global diz respeito, Carlos Moniz refere que “a esperança é a última a morrer. Na primeira semana [de COP] tivemos algumas movimentações. COP é África e África tem que fazer de tudo para que esta COP seja de referência. Uma COP com decisões, que dê luz aos países em vias de desenvolvimento, que dê esperança para a humanidade e para o planeta. Uma COP que dê esperança para tudo e todos que amam o mundo e a natureza.” A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorre até dia 18 de Novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egipto.

Debate Africano
Plano Marshall África

Debate Africano

Play Episode Listen Later Nov 11, 2022 55:20


A proposta de um plano Marshall; África na COP-27 e um ano de Presidencia de José Maria Neves em Cabo Verde

Semana em África
Umaro Sissoco Embaló levou "mensagem de paz" à Ucrânia e à Rússia

Semana em África

Play Episode Listen Later Oct 29, 2022 9:26


A actualidade desta semana ficou marcada pela visita do Presidente guineense à Rússia e à Ucrânia. À chegada a Bissau, Umaro Sissoco Embaló fez um balanço positivo desta deslocação. Ainda na Guiné-Bissau, a data das eleições legislativas antecipadas gerou confusão no país. A data fixada inicialmente seria 18 de Dezembro, mas, na semana passada, os actores políticos guineenses tinham alegadamente chegado a acordo para adiá-las para 23 de Abril. Entretanto, surgiu outra data em cima da mesa: uma data a partir de 14 de Maio, devido ao período de Ramadão. O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse também à chegada a Bissau que desconhecia a proposta para que as eleições aconteçam após 14 de Maio e que continua na lógica de 18 de Dezembro. Esta posição foi também reiterada por Soares Sambú, vice-primeiro ministro guineense, em entrevista à RFI. Ainda sobre a Guiné-Bissau, o chefe de Estado nomeou o general Sandji Fati como ministro do Interior e extinguiu a secretaria de Estado da Ordem Pública, segundo três decretos presidenciais. Para além de Fati, Botche Candé foi nomeado ministro da Agricultura.Estas mudanças acontecem numa altura em que a sociedade civil exigia a demissão do até agora ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé. Esta semana decorreu em Dacar, no Senegal, a 8ª edição do Fórum Internacional de Dacar sobre Paz e Segurança em África. José Maria Neves, Presidente cabo-verdiano, justificou a presença do país no evento, em entrevista à RFI. "Para nós, Cabo Verde, enquanto pequeno Estado insular em desenvolvimento, a presença aqui é estratégica. Não temos problemas de instabilidade. Cabo Verde sempre foi um país muito estável e um país que se tem afirmado, se tem desenvolvido e hoje é um país de rendimento médio. É um país onde as instituições funcionam e de boa governação. De todo modo, nós somos um participante activo no processo da construção da paz e da estabilidade a nível do continente africano", salientou. O Presidente angolano, João Lourenço, também falou com a RFI e abordou várias questões, entre elas as próximas eleições autárquicas. "Como sabe o pacote legislativo autárquico não está terminado. Enquanto isso não acontecer, não posso 'assanhadamente' se me permite a expressão, convocar eleições", defendeu o chefe de Estado angolano. Ainda sobre Angola, as reclamações dos professores angolanos do Ensino Superior, que se encontram em greve há vários dias, estão dependentes do Orçamento Geral do Estado que vai a debate no Parlamento. Em Moçambique, a polícia está preocupada com o aumento do número de cidadãos que entram no país de forma ilegal e que se suspeita estarem associados a grupos terroristas. Só nas últimas duas semanas, foram três os grupos de pessoas neutralizadas na província de Manica e os seus recrutadores detidos para investigação. Por seu turno, em São Tomé e Príncipe, o Tribunal Constitucional rejeitou dois pedidos para apreciação da constitucionalidade da resolução que fixa o dia 8 de Novembro para a posse de novos deputados. Já o Tribunal de Contas indeferiu o pedido do Ministério Público para anulação do contrato de concessão dos portos na ilha de São Tomé e Príncipe. O relato é do nosso correspondente Maximino Carlos.

Semana em África
Presidente cabo-verdiano termina primeira visita oficial à Guiné-Bissau

Semana em África

Play Episode Listen Later Oct 23, 2022 12:22


Bem-vindos a mais uma Semana em África. Começamos este recapitulativo da semana com a primeira visita do Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, à Guiné-Bissau. O objectivo desta deslocação que termina hoje é o reforço da cooperação bilateral. Na Guiné-Bissau, foi encontrado um conjunto de ossadas humanas num terreno junto ao quartel de Cumeré, nos arredores da capital. A notícia foi confirmada depois de um líder partidário guineense ter denunciado a descoberta de uma vala comum. Entretanto, foi também anunciado esta semana que as eleições legislativas vão ter lugar no próximo dia 23 de Abril. Ainda na Guiné-Bissau, houve uma paralisação de uma semana nos sectores da Saúde e Educação. Entretanto, a Frente Social depositou um novo pré-aviso de greve, cujo início está marcado para o próximo dia 7 de Novembro. Os grevistas exigem o levantamento das suspensões aos técnicos de saúde e educação, pagamento de atrasados salariais, reclassificação e efectivação. Também no decorrer dos últimos dias, foi tornado público que Cabo Verde tem uma dívida de 32 milhões de euros na CEDEAO.  O governo português pretende instalar um centro para formação profissional em Cabo Verde, para servir as necessidades de trabalhadores qualificados do arquipélago, dos países vizinhos e das empresas portuguesas, ideia reforçada pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de Portugal, Ana Godinho, que hoje, termina uma visita a Cabo Verde. Em São Tomé e Príncipe, o Partido Ação Democrática Independente, vencedor das eleições legislativas com maioria absoluta, acusou o governo cessante de praticar actos de corrupção e violação das leis do país.  Entretanto, o actual governo são-tomense rejeitou as acusações do partido ADI sobre alegados "compromissos fraudulentos" na privatização do porto de São Tomé por 30 anos. O executivo assegura que a concessão respeitou as "leis de licitação do país".  Em Moçambique, a ONG Instituto para a Democracia Multipartidária questiona os critérios usados pelo governo para aprovar, na última noite, e em conselho de ministros, doze novas autarquias no país.  É o ponto final deste magazine Semana em África. Nós, já sabe, estamos de regresso na próxima semana.

Deixar o Mundo Melhor
José Maria Neves

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Jul 29, 2022 33:22


Nasceu a 28 de março de 1960 em Santa Catarina, no interior da ilha de Santiago e, quando terminou a 4ª classe, queria ser padre para "ajudar as pessoas. Havia muita pobreza à minha volta, uma grande escassez de água, e pensei que ser padre seria uma forma de ajudar os mais pobres". José Maria Neves não foi admitido no Seminário por ser filho de mãe solteira, numa época em que os preconceitos sociais eram fortemente discriminatórios, e Cabo Verde uma colónia portuguesa. Desfeito o sonho de criança, inscreveu-se no Liceu Adriano Moreira, licenciou-se em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas (Brasil), foi presidente da Câmara de Santa Catarina, deputado, primeiro-ministro durante 15 anos e, em novembro do ano passado, foi eleito Presidente da República do seu país insular. No dia em que publicamos este podcast, José Maria Neves está de visita oficial a Portugal para reforçar laços e lembrar que a "mistura" é uma das "grandes riquezas" de Cabo Verde: "Temos os judeus, os cristãos-novos que foram de Portugal e de Espanha. E temos os sefarditas que foram de Marrocos, guardaram os seus nomes e têm uma forte influência política e económica em Cabo Verde. A própria população de Cabo Verde resulta desse cruzamento entre os escravos africanos e os colonos europeus, particularmente portugueses".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
Cabo Verde está preparado para ensinar crioulo nas escolas?

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 26, 2022 12:55


A promessa da introdução da língua cabo-verdiana a partir do 10º ano, como disciplina opcional, no próximo ano lectivo, continua a suscitar algumas questões em Cabo Verde. O linguista e professor universitário João Delgado da Cruz considera necessária a oficialização da língua cabo-verdiana, mas avisa que primeiro se tem de fazer a padronização e isso precisa de tempo e estudos sobre todas as variantes. Em Novembro do ano passado, durante o seu discurso de tomada de posse, lido em português e crioulo, o Presidente da República cabo-verdiano, José Maria Neves, comprometeu-se a defender a oficialização do crioulo. No início deste ano, o governo adiantou que a língua cabo-verdiana vai ser introduzida a partir do 10º ano, como disciplina opcional, no próximo ano lectivo. O linguista e professor universitário João Delgado da Cruz é a favor do ensino do crioulo nas escolas, mas alerta que é preciso, em primeiro lugar, a padronização e oficialização da língua cabo-verdiana e, para isso, é necessário tempo e estudos sobre as diferentes variantes porque até agora a maioria dos estudos incide sobre a variante da ilha de Santiago. “Na generalidade sou a favor porque a nossa língua materna deve ser estudada. Num primeiro momento, deve ser estudada nas universidades para preparar professores nos cursos de formação de professores; que se estude profundamente a língua cabo-verdiana, que se façam teses e monografias”, afirma, defendendo que “ainda há problemas flutuantes”. Entre esses “problemas flutuantes” estão “a questão da padronização e da oficialização”. O professor da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) e Jean Piaget de Cabo Verde sublinha que “as variantes são muito diferentes” e que escolher uma variante padrão não é o caminho certo. “Podemos considerar nove variantes porque cada ilha teve um ‘timing' de povoamento, tipo de pessoas que estiveram no povoamento, contacto com a língua portuguesa, contacto entre ilhas, etc. Eu defendo que se deve primeiro padronizar e a padronização é complexa”, afirma. Ainda que admita que há quem considere que cada ilha deve estudar a sua variante, o mestre em linguística geral e portuguesa defende que deverá haver “um consenso que só se adquire ao longo dos anos” e com estudos das diferentes variantes. “A padronização é um processo longo que pode passar por um Coiné, por uma mistura de todas as variantes, como acontece com muitas línguas ao longo do tempo. Mas, ainda não temos um esqueleto do crioulo de Cabo Verde. Temos vários estudos, mas a maior parte dos estudos incidem na variante de Santiago. A ideia que passa é que se quer impor uma variante”, considera. Sem os devidos estudos, fazem-se as coisas “à pressa” e a introdução do crioulo nas escolas sem os devidos estudos pode ser precipitada, considera o linguista. “Eu não estou vendo um professor de Santo Antão a ensinar na variante de Santo Antão porque não há estudos sobre a variante de Santo Antão”, exemplifica. Questionado sobre o alfabeto experimental Alupec, João Delgado da Cruz avisa que também comporta insuficiências: “Temos duas línguas em Cabo Verde. Utilizamos o alfabeto etimológico, latino, para escrever a língua portuguesa e quando se for ensinar o crioulo, a língua cabo-verdiana, vai-se implementar o Alupec que é um alfabeto experimental diferente do alfabeto etimológico latino e que é essencialmente fonológico”, explica. O professor alerta que há o risco de uma criança que aprenda dois alfabetos de duas línguas muito parecidas “daqui a uns tempos escreva português usando o Alupec”. João Delgado da Cruz sublinha que português e crioulo são línguas complementares, que “não há conflito” e que ambas merecem ser devidamente estudadas e explicadas em manuais escolares para os professores poderem ensiná-las devidamente. Oiça aqui a entrevista.

Semana em África
Três taxistas condenados a penas de prisão e 72 libertados

Semana em África

Play Episode Listen Later Jan 14, 2022 7:58


Em Angola, 72 taxistas foram soltos após a violência do início da semana em Luanda, em torno da paralisação da classe. Três taxistas já foram  condenados a penas de prisão.  O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, vetou o Orçamento do Estado para 2022 alegando violação do princípio de igualdade e proporcionalidade e outras questões legais segundo carta enviada ao parlamento.  A missão da força conjunta e em estado de alerta da SADC vai continuar em Moçambique por mais três meses para combater o terrorismo na província de Cabo Delgado no norte do país . A decisão foi tomada na cimeira dos chefes de Estado e do governo da SADC desta quarta-feira que aprovou ainda uma verba para esta operação. Na Guiné-Bissau está quase a terminar o sexto congresso do Partido da Renovação Social (PRS) os militantes do partido de Kumba Ialá voltaram a renovar confiança no presidente cessante, Alberto Nambeia. O Partido, que está no governo guineense, numa coligação com o Madem G15,  aponta agora como meta: A vitória nas próximas eleições legislativas.  O Presidente de Cabo Verde finalizou esta semana uma visita de estado de três dias a Luanda, com a promessa de partilhar experiência autárquica para Angola. Em Luanda, José Maria Neves encontrou-se com o Presidente João Lourenço, participou num acto solene do parlamento angolano e assinou vários acordos.  Os líderes da África Ocidental, reuniram-se este domingo em Accra, no Gana, e concordaram na aplicação de duras sanções ao Mali na sequência da recusa por parte do governo interino em realizar eleições ainda este ano. Os chefes de estado da CEDEAO decidiram fechar as suas fronteiras com o país e suspender todas as transações comerciais enquanto se aguarda um novo calendário eleitoral. As autoridades malianas denunciaram uma decisão instrumentalizada e apelaram à solidariedade e apoio "dos países" e instituições amigas". Gloria Silva, empresária portuguesa em bamaco, reconhece que com estas sanções a CEDEAO enviou uma mensagem clara de que é preciso acabar com os golpes de estado no Mali. Cabo Verde perdeu por 0-1 frente ao Burkina Faso, no estádio de Olembé, em Yaoundé, nos Camarões, num jogo a contar para a segunda jornada do Grupo A da fase de grupos do Campeonato Africano das Nações. Os Camarões, país anfitrião, apuraram-se para os oitavos-de-final do CAN ao derrotar por 4-1 a Etiópia.

Em directo da redacção
Desmond Tutu: "Um líder religioso fora do comum"

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Dec 27, 2021 1:22


Uma"figura incontornável da África contemporânea", "um herói de África", um "Humano extraordinário que dedicou a vida para lutar contra o Apartheid". Não faltam palavras para descrever Desmond Tutu.  Com sentido de humor e um riso contagiante, Desmond Tutu dizia: "o continente africano é o berço da humanidade porque somos todos africanos". Foi assim que respondeu a todos os que duvidavam da luta contra o Apartheid, uma luta que travou ao lado de Nelson Mandela. "É uma perda tão grande quanto a de Nelson Mandela. Para muitas pessoas era o discípulo em termos de ideias e de personagem que marcou a história da África do Sul. Desmond Tutu era uma pessoa muito alegre, muito presente, quase familiar, na forma como as pessoas o encaravam", descreve o docente universitário guineense na Cidade do Cabo, Carlos Lopes. Desmond Tutu é para muitos um "exemplo de coerência, muitas vezes comparado com Nelson Mandela", que juntos souberam compreender que na grande nação arco-íris queriam construir para a África do Sul. A Cidade do Cabo está de luto e homenageia Desmond Tutu, uma pessoa quase familiar para todos, como lembra o docente universitário guineense na Cidade do Cabo. Carlos Lopes conheceu Desmond Tutu e recorda o legado deixado pelo arcebispo da África do Sul - "um líder religiosos fora do comum". O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, considerou que Desmond Tutu foi uma "figura incontornável da África contemporânea". Umaro Sissoco Embaló, o Presidente guineense, enviou  ao seu homólogo sul-africano uma nota de pesar pelo falecimento do arcebispo Desmond Tutu, que considera "um herói de África". "Humano extraordinário que dedicou a vida para lutar contra o Apartheid", descreveu o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

Semana em África
A semana em que José Maria Neves tomou posse como Presidente de Cabo Verde

Semana em África

Play Episode Listen Later Nov 13, 2021 8:27


A actualidade desta semana ficou marcada pela tomada de posse de José Maria Neves como novo Presidente da República de Cabo Verde, que sucede a Jorge Carlos Fonseca. Angola também assinalou esta semana o 46° aniversario da sua independência. O presidente João Lourenço deixou uma mensagem dirigida aos angolanos. Ainda em Angola, o projecto da alteração à Lei orgânica das Eleições Gerais também foi aprovado no decorrer da semana. É a segunda vez que o diploma foi a votação, após ser reapreciado em alguns pontos a pedido do Presidente angolano.  Também em Angola, Adalberto da Costa Júnior formalizou a sua candidatura e foi o único candidato à liderança da UNITA. Na Guiné-Bissau, o Presidente da Assembleia Nacional Popular esteve em audiência de trabalhos com o Presidente da República, num encontro em que foi abordada a espinhosa questão da reforma constitucional, numa altura em que tem havido especulação sobre uma eventual dissolução do Parlamento. Ainda na Guiné-Bissau, um avião que saiu da Gâmbia e aterrou em Bissau sob ordens do Presidente, instalou a polémica no país.  Em Moçambique, o chefe de Estado nomeou três novos membros do governo. Na África do Sul, as atenções estiveram voltadas para Manuel Chang, antigo ministro das finanças de Moçambique. A justiça decidiu extraditá-lo para os Estados Unidos da América. A semana ficou ainda marcada pela morte de Frederik De Klerk, o último Presidente do Apartheid e também por um escandâlo na República Centro Africana. Militares portugueses estão alegadamente envolvidos numa rede de tráfico de diamantes, situação que já está a ser investigada pelas autoridades.

Semana em África
Etiópia: Conflito alastra-se para regiões vizinhas

Semana em África

Play Episode Listen Later Nov 6, 2021 11:25


Nesta rubrica semana em África destacamos o conflito na Etiópia. Há um ano que o governo de Abiy Ahmed lançou uma ofensiva contra os separatistas do Tigray, no norte, arrastando o país para um conflito sangrento que já se alastrou para as vizinhas regiões de Amhara e Afar, provocando milhares de mortos e deslocados.  Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, considera que “há um risco elevado de guerra entre as regiões''. A ONU, que tem instado as partes a cessar as hostilidades, divulgou esta semana um relatório onde refere que "existem razões para acreditar que todas as partes envolvidas no conflito na região do Tigray cometeram, em vários níveis de gravidade, violações contra o direito internacional, direito humanitário e direito internacional dos refugiados. Ana Cascão, especialista na região do Nilo e do Corno de África, considera que este relatório "peca por ser tardio", salientando que "há muito tempo que tem havido sinais de crimes contra a humanidade em várias regiões da Etiópia". Em Moçambique, foi lançada a primeira missão militar da União Europeia dedicada a treinar tropas para enfrentar a insurgência armada em Cabo Delgado. A missão de dois anos e que deverá contar com 140 militares formadores responde ao pedido de ajuda do Governo moçambicano para preparação das suas tropas. Na Guiné-Bissau, O presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, alertou que os pilares do Estado de direito democrático estão ameaçados e que há um “total desnorte político” que compromete as instituições da República. Em causa está a revisão da constituição. Em Cabo Verde,a poucos dias de deixar a presidência da República, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, pediu soluções de equilíbrio social e laboral, ao reagir ao anúncio da companhia de Transportes Inter Ilhas de Cabo Verde despedir 60 trabalhadores agora em Novembro O Presidente americano, Joe Biden, vai enviar uma delegação para a tomada de posse do novo chefe de Estado cabo-verdiano, José Maria Neves, no dia 9 de Novembro, avançou um responsável da Casa Branca. Em São Tomé e Príncipe, cerca de uma dezena de juízes do Tribunal de Primeira Instância denunciaram uma alegada “violação grosseira da Constituição e das leis”, num concurso para o ingresso de dois juízes no Supremo Tribunal de Justiça. A semana ficou ainda marcada pelos discursos dos chefes de Estado e de governo dos países da África lusófona, na vigésima sexta Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Glasgow, na Escócia. Os responsáveis políticos reafirmaram o compromisso na luta contra o aquecimento global e salientaram a necessidade de haver mais apoio por parte dos países mais industrializados.

Semana em África
Semana em África - Cabo Verde: José Maria Neves promete ser o “Presidente de todos”

Semana em África

Play Episode Listen Later Oct 22, 2021 16:12


Nesta Semana em África, destacamos as eleições presidenciais em  Cabo Verde, ganhas por José Maria Neves que prometeu ser o “presidente de todos". Destaque também para a extradição de Alex Saab de Cabo Verde para os Estados Unidos e para a ameaça do Presidente da Guiné-Bissau de dissolver o parlamento. Na cultura, o Prémio Camões foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane e o filme angolano "Ar condicionado" esteve em Competição Oficial no FESPACO. 

Reportage Afrique
Reportage Afrique - Cap-Vert: que reste-t-il de l'héritage d'Amílcar Cabral, héros de l'indépendance?

Reportage Afrique

Play Episode Listen Later Oct 22, 2021 2:27


Direction le Cap-Vert, où José Maria Neves, candidat de la gauche, a été élu dès le premier tour de la présidentielle organisée le 17 octobre dernier. Il est issu du PAICV, parti né de la séparation d'avec l'historique PAIGC, Parti africain pour l'indépendance de la Guinée et du Cap-Vert, fondé par Amílcar Cabral. Héros de la lutte contre la colonisation portugaise, né dans l'actuelle Guinée-Bissau avant de s'installer au Cap-Vert avec sa famille, quel est aujourd'hui l'héritage d'Amílcar Cabral, figure du panafricanisme ? Un reportage à Praia de Charlotte Idrac.

Convidado
Convidado - Presidenciais: "Vitória à primeira volta surpreendeu os cabo-verdianos"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 19, 2021 9:50


O antigo primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves foi eleito, à primeira volta, com 51,5% dos votos, de acordo com os dados do apuramento provisório "Esta foi uma vitória à primeira volta que surpreendeu os cabo-verdianos", aponta Rosário da Luz, analista política. Segue-se "agora uma reflexão sobre as implicações destas eleições, nomeadamente quanto ao facto de o Estado ter tentado forçar o povo a aceitar uma candidatura", explica. "As duas principais candidaturas  [de José Maria Neves e Carlos Veiga] foram apoiadas pelas principais forças políticas do país: o MPD e o  PAICV. José Maria Neves apostou numa candidatura de movimento de cidadania", sublinha Rosário da Luz.

Convidado
Convidado - José Maria Neves quer ser um "factor de construção de consenso"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 18, 2021 10:23


José Maria Neves foi eleito Presidente à primeira volta em Cabo Verde. O candidato do PAICV, de centro-esquerda, foi eleito por 51,2%, segundo dados provisórios e sucede a Jorge Carlos Fonseca, que cumpriu o seu segundo e último mandato. Numa altura em que os votos ainda não foram todos contabilizados, cerca de metade dos eleitores inscritos votou, numas eleições com sete candidatos. A prioridade do mandato de José Maria Neves, o quinto Presidente cabo-verdiano , vai ser o de ultrapassar a crise da pandemia da Covid-19, como nos explicou, em entrevista à RFI. José Maria Neves: Estamos numa pandemia. Há um grande desgaste físico, emocional das pessoas. Há uma grande vulnerabilidade também. Esta pandemia provocou muitas perdas e, precisamente por isso, considero que é importante o facto de se ter resolvido essa questão logo à primeira volta. Mais 15 dias de campanha seria muito desgastante. RFI: Qual é que vai ser a sua estratégia para reconstruir o país? Eclesiastes, na Bíblia, diz que há um tempo para tudo. Há um tempo para disputa, há um tempo para desacordos, há um tempo para dissensos, mas há um outro tempo e é este o tempo de consenso, de acordos, de entendimentos. Serei um Presidente que irá costurar pontes, entendimentos, consensos ao nível do país para unir a nação global cabo-verdiana. Ontem falava precisamente de unir, construir, proteger. É isso. Unir, cuidar, proteger o país e aproveitar todas as capacidades e todas as competências. Um Presidente aberto a todas as sensibilidades políticas e sociais, capaz de congregar a nação em torno dos grandes desígnios nacionais. O nosso grande adversário é a crise que se agravou agora com a pandemia e temos, por um lado, de trabalhar de mãos dadas. Dar as mãos também ao governo de Ulisses Correia e Silva do MPD? Ontem à noite, no seu primeiro discurso à nação, falou de colaboração. Como é que encara esta coabitação, já que é a segunda vez que acontece, depois de uma primeira vez e única em 2011?  O Presidente é árbitro e moderador do sistema político. Serei um árbitro imparcial que adverte quando é necessário, mas que aconselha, sugere, apoia e que faz as articulações necessárias para que o país ganhe. Eu quero ser um factor positivo e pretendo, sobretudo, puxar o país para cima e aqui a estabilidade é um recurso estratégico. Cabe ao Presidente criar todas as condições para que o governo e todos os órgãos de soberania cumpram a missão que devem cumprir nos termos da Constituição da República e, sobretudo, mobilizar a sociedade cabo-verdiana para os desafios destes novos tempos. Eu serei um Presidente destes novos tempos. Perguntaram-me se de entre os três presidentes da democracia, António Mascarenhas Monteiro, Pedro Pires e Jorge Carlos Fonseca, qual é que eu seria. Eu disse que seria os três mais alguma coisa. Portanto, não há qualquer registo de tensão entre os dois grandes partidos cabo-verdianos (MPD e PAICV)? Não. O Presidente não tem maioria. O Presidente quer sobretudo trabalhar no sentido do reforço da confiança mútua entre os partidos. Isso é fundamental para conseguirmos os consensos que são necessários. Há desafios imediatos, importantíssimos que os partidos devem assumir no parlamento para enfrentar a crise. Estarei disponível para ser factor de construção de consensos. Há duas semanas quando falávamos e ainda era candidato e concedeu uma entrevista à RFI disse que a sua prioridade iria ser enfrentar e ultrapassar a crise pandémica que se vive no país. Imagino que hoje, presidente eleito, continue a ser essa a sua prioridade? A minha grande prioridade e ontem expressei isso mesmo ao senhor primeiro-ministro, durante a conversa telefónica que tivemos, que pode contar comigo e que Cabo Verde pode contar comigo. Eu serei factor de entendimento, de construção de consensos para enfrentarmos os desafios. Eu quero que resgatemos a nobreza da política. Sei que há desgaste dos políticos e da política. Este é o terceiro escrútinio em pouco mais do que um ano? Sim e a minha perspectiva é de ser também o principal pedagogo do país, contribuir para a regeneração da política e a melhoria da imagem dos políticos no país. A abstenção foi também um dos pontos importantes do escrútinio de ontem que superou 50%. Os resultados ainda são provisórios. Pergunto-lhe se houve um cansaço generalizado dos cabo-verdianos e se não teria sido uma boa ideia juntar as eleições num só dia. Juntar as eleições, não sei, tendo em conta o nosso sistema de governo. Eventualmente, as legislativas e as autárquicas talvez, não sei, mas os mandatos têm durações diferentes. São questões que teremos de discutir e ver. Eventualmente, reduzir a legislatura que também é de 5 anos, tal como o mandato presidencial. Não sei se seria muito conveniente realizar legislativas e presidenciais ao mesmo tempo. Poderia ser muito confuso e podíamos ter a tentação de alguém querer escolher o campo, o árbitro e o varo.  Quanto à abstenção, já tivemos abstenções mais elevadas. 64% em 2016. Sim. Tivemos mais de 64% de abstenção em 2016 e a abstenção nas eleições presidenciais, curiosamente, tem sido elevada, mesmo num outro contexto, então não será só por causa do cansaço, não é? Não tenho presente a abstenção nas legislativas, mas também foi elevada. Existe uma necessidade de rever também a Constituição cabo-verdiana? É claro que haverá sempre pontos a serem adaptados. Não vejo a necessidade de se mexer no sistema de governo. O sistema de governo funciona. Temos um sistema semi-presidencialista que tem garantido a estabilidade constitucional, desde logo, mas também a estabilidade política e institucional, mas há aspectos que se relacionam com a justiça que devem ser melhorados. No essencial, a Constituição tem provado, eventualmente, toda a problemática do poder regional, que é uma discussão muito forte neste momento em Cabo Verde. Eu acho. E que é uma questão muito importante para si? Claro. Trouxe essa questão. Vou despoletar também um debate nacional relativamente a esta matéria para não ficar apenas um espaço de disputa partidária, que eu acho que é o principal problema político que temos em Cabo Verde. Temos uma excessiva partidarização da sociedade. Temos uma reduzida confiança mútua entre os partidos, o que leva a uma grande crispação e a bloqueios em relação a consensos e entendimentos. Essa desconfiança mútua leva também a algum desgaste da política e dos políticos e, portanto, o Presidente pode ser um factor de coesão, de união, mas também um catalisador de consensos aqui no país. Ontem soubemos porque o disse no discurso que o candidato da oposição Carlos Veiga lhe ligou. Pergunto-lhe o que é que lhe disse e que outros telefonemas de parabéns recebeu nesta manhã? Ontem falei com o doutor Carlos Veiga. Ele felicitou-me pela vitória e colocou-se à disposição para continuar a servir Cabo Verde. O que é importante é que todos sejam mobilizados para este novo momento, para enfrentarmos a crise e para conseguirmos o desenvolvimento no horizonte 2030. É isso mesmo que eu lhe disse. Vou contar com ele, vou contar com todos nesta grande jornada. Ontem também falei com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com o Presidente de Portugal. Hoje de manhã falei com os presidentes da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe. Agora à tarde tenho também alguns presidentes da região que já manifestaram interesse em falar comigo à tarde. Quem? O Presidente guineense, o presidente senegalês? Vários presidentes aqui da região. Uma entrevista feita pela nossa enviada especial a Cabo Verde, Lígia Anjos.

DW em Português para África | Deutsche Welle
18 de Outubro de 2021 - Manhã

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Oct 18, 2021 19:58


José Maria Neves é o novo Presidente da República de Cabo Verde eleito, à primeira volta, com 51,5% dos votos, segundo os dados provisórios. Região Sul de Madagáscar está a ser fustigada pela fome severa e os governantes culpam as alterações climáticas pela seca. Neste jornal, oiça ainda mais um episódio da radionovela, Learning by Ear - Aprender de ouvido.

Convidado
Convidado - Casimiro de Pina: "Vou ser um verdadeiro árbitro"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 15, 2021 9:21


O jurista e docente universitário Casimiro de Pina é candidato às presidenciais de domingo, 17 de Outubro, defende que é "um candidato independente" e que dá "todas as garantias de vir a ser um verdadeiro árbitro". "Como analista fiz um estudo sobre o cenário político cabo-verdiano e cheguei à conclusão que os dois candidatos atrelados aos partidos, nomeadamente o José Maria Neves e Carlos Veiga, eles já não servem para o país pelos vícios que já acumularam", defende. Casimiro de Pina lembra que "o Presidente tem algumas funções importantes; ele é o representante da República. Vou ser um condigno representante de República de Cabo Verde, garantir a independência nacional, vou ser um poder moderador". Casimiro de Pina é próximo do partido no poder, Movimento para a Democracia, e defende que é "um candidato independente" e que dá "todas as garantias de vir a ser um verdadeiro árbitro".

Convidado
Convidado - CNE: "É preciso um recenseamento automático para combater a exclusão"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 15, 2021 9:00


Chega ao fim esta sexta-feira, 15 de Outubro, a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de domingo. Os sete candidatos tentam até à meia-noite convencer os cerca de 400.000 eleitores. A Presidente da  Comissão Nacional de Eleições (CNE), Maria Gonçalves, lembra que as mesas de voto vão abrir uma hora mais cedo, pelas 7 horas, uma vez que "os eleitores demoram mais tempo a votar com as medidas de segurança contra a Covid-19". A presidente da CNE está satisfeita por receber 104 Observadores Internacionais para ajudar a realizar"eleições credíveis em África" e garante que vai fazer tudo para haver "uma transição de poder pacífico e uma estabilidade política e social". "Há sempre problemas logísticos de última hora", lembra a presidente da Comissão Nacional de Eleições. Para Maria Gonçalves é importante aplicar um "recenseamento eleitoral automático, porque este modelo favorece a exclusão". As sétimas eleições presidenciais em Cabo Verde decorrem este domingo, 17 de Outubro, são esperados cerca de 400.000 eleitores cabo-verdianos nas assembleias de voto. Na corrida eleitoral estão sete candidatos, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.

Convidado
Convidado - Hélio Sanches: "Quero ser um elo da Nação cabo-verdiana"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 14, 2021 9:24


Hélio Sanches, 56 anos, natural de Santa Catarina, é advogado e consultor jurídico é um dos sete candidato às eleições presidenciais de 17 de Outubro. "A minha motivação é servir o meu país e os cabo-verdianos e é um dever cívico dar o seu contributo", afirma o candidato Hélio Sanches. O antigo deputado considera que os dois candidatos do MPD, Carlos Veiga, e do PAICV, José Maria Neves, "já serviram o país na qualidade de antigos primeiros-ministros, mas o país tem novos desafios. A nossa Constituição exige do Presidente da República que seja capaz de se sentar à mesa com todos os actores políticos para encontrar as melhores soluções e estes dois candidatos não têm este perfil", aponta o candidato.

Alla Världens Val
Kap Verde II

Alla Världens Val

Play Episode Listen Later Oct 13, 2021 22:10


Den 17 oktober är det presidentval i Kap Verde. Det står mellan de dominerande partiernas två största ikoner: Carlos Veiga och José Maria Neves. Det styrande högerpartiet MPD och Veiga borde ha ett övertag men valvinden från i våras har vänt och han har trots allt förlorat två gånger tidigare.Allt om Kap Verdes politiska historia och parlamentsvalet i april finns i avsnitt 17 av Alla Världens Val. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Convidado
Convidado - Carlos Veiga: "Nunca estive melhor preparado para ser Presidente"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 12, 2021 9:35


Carlos Veiga é um dos sete candidatos às eleições presidenciais cabo-verdianas de 17 de Outubro. O candidato apoiado pelo MpD, força política que ajudou a fundar e da UCID tem 71 anos. É político, co-autor da Constituição de Cabo Verde, antigo primeiro primeiro-ministro e advogado de formação. "Cabo Verde sofreu profundamente com os efeitos da Covid-19; do ponto de vista sanitário podemos dizer que o país se está a portar bem, conseguiu enfrentar os efeitos da Covid, está a avançar muito bem na vacinação, mas os efeitos da Covid no plano social e económico foram profundos. Há um acréscimo de pobreza, muitas pessoas passaram a ter muitas dificuldades por não terem rendimentos e houve um aprofundamento de desigualdades. A economia de Cabo Verde que se estava a portar muito bem, a crescer uma taxa de certa 7%, acabou por se afundar", descreve o candidato do MpD/UCID. José Veiga apresentou uma queixa contra o candidato José Maria Neves, à Comissão Nacional de Eleições (CNE), em causa acusações e insinuações feitas durante a campanha. "José Maria Neves fez, em vários encontros, uma espécie de apologia da compra e venda de votos, dizendo às pessoas que se lhes dessem dinheiro para votar que recebessem, e até pedissem mais, mas que depois fossem votar em consciência. Incitamento à compra e venda de votos é um crime. O processo eleitoral em Cabo Verde, não sendo perfeito, tem cumprido as suas missões e um candidatos à República não pode deve fazer estes propósitos", aponta José Veiga. "Pelos contacto que tenho tido aqui e nas nossas comunidades acredito que tenho boas condições para ganhar as eleições e posso dizer que vou ganhar as eleições", afirmou confiante.

Convidado
Convidado - José Maria Neves promete "encontrar melhores soluções para Cabo Verde"

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 12, 2021 9:24


José Maria Neves é um dos sete candidatos às eleições presidenciais cabo-verdianas de 17 de Outubro. O candidato apoiado pelo PAICV tem 61 anos e é antigo primeiro-ministro e líder do PAICV.  "Os desafios da minha candidatura são enormes porque temos um país por reconstruir depois da pandemia. Há uma grande devastação social e económica e há muitas perdas emocionais. Precisamos de reconstruir o país para retomar a economia, criar empregos, combater a pobreza, as desigualdades, a violência e a delinquência juvenil", enumera José Maria Neves. "Para este novo momento de Cabo Verde, penso ser um Presidente com a capacidade de criar pontes, criar consenso, mobilizar a Nação e parecerias. É preciso unir a Nação cabo-verdiana através de todas as suas capacidades e competências das ilhas, da diáspora ao serviço do desenvolvimento", descreve. Questionado sobre o financiamento da sua campanha, o candidato defende que a "máquina pública não pode ser utilizada como está a ser, para a realização de campanhas eleitorais. Quem se candidata ao cargo de Presidente deve ser um exemplo e a máquina pública deve ser imparcial", defende o candidato do PAICV.

Artes
Artes - Cabo Verde: José Maria Neves tem biografia lançada em Portugal

Artes

Play Episode Listen Later Sep 8, 2021 9:04


"José Maria Neves, Por Cabo Verde" é o título da biografia do antigo primeiro-ministro e candidato a Presidente da República de Cabo Verde nas eleições de 17 de Outubro.Na biografia, da autoria do jornalista José Sousa Dias, além das entrevistas a José Maria Neves, onde são feitas algumas revelações, há uma parte dedicada a depoimentos; Entre outros, participam o antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, o antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, o antigo Primeiro-Ministro de Angola, Marcolino Moco, o Presidente do PAIGC e antigo primeiro-ministro da Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, o antigo primeiro-ministro de Portugal, Francisco Pinto Balsemão, e o antigo Presidente do governo espanhol, José Luiz Zapatero. Em entrevista à RFI, José Sousa Dias revela um pouco do que podemos encontrar no livro e o que está na origem da biografia editada pela Rosa de Porcelana.