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Vida em França
Exposição de David Hockney na Fundação Louis Vuitton

Vida em França

Play Episode Listen Later May 15, 2025 10:31


A exposição "Lembre-se de que não podem cancelar a primavera", de David Hockney, está patente na Fundação Louis Vuitton em Paris. Com mais de 400 obras, cobre 70 anos de criação, dos retratos e piscinas dos anos 60 e 70 às inovações digitais recentes. O investigador e médico Guilherme Queiroz percorre a mostra, oferecendo-nos o seu olhar sobre o percurso artístico do pintor britânico. RFI: A exposição não é apenas uma perspectiva, é também uma celebração da energia deste pintor britânico, um dos maiores pintores contemporâneos, que convida aqui o público a ver o mundo com outros olhos. Esta exposição é sobre tempos; tempo meteorológico, tempo cronológico?Guilherme Queiroz: É curioso, nós tivemos uma retrospectiva grande do David Hockney aqui em Paris, no Centro Pompidou, em 2017. Portanto, já passaram oito anos e, na altura, uma retrospectiva muito mais biográfica, muito mais desse tempo cronológico. Nesse sentido, esta exposição inova mais, no sentido de desconstruir um tempo cronológico para pensar muito mais a pintura e a presença de ocre enquanto tema: Passamos por salas que são completamente temáticas e que não têm medo de misturar anos, técnicas, abordagens, países. Vemos cores, muitas cores, vemos abordagens muito diferentes. Vemos o Yorkshire com a Normandia, vemos os Estados Unidos lado a lado com a carreira muito inicial de Hockney, mas, como dizes, é uma exposição centrada nos últimos 25 anos do artista, que tem, neste momento, se não estou em erro, 87 anos.Hockney acompanha o mundo através da tecnologia?É o que eu acho incrível na obra de Hockney e, principalmente, numa exposição deste calibre na Fundação Louis Vuitton, é que é um artista que não tem medo de arriscar.Não tem medo de experimentar. Eu acho que não tem medo de não ser levado a sério. Para mim, essa liberdade criativa que ele tem e que demonstra sem qualquer pudor. E falo desde as suas primeiras obras e acho que, nisso, a primeira sala que mostra esses primeiros anos é muito clara: desde o início é uma pintura quase que afronta. Até precisamente, e creio que é aquilo que chamará mais a atenção daqueles que visitarão esta exposição, e era algo que já estava presente no Pompidou, mas que aqui é completa: é a presença da pintura digital. Portanto, começamos com algumas experiências no computador, ainda, mas a grande maioria de, não sei se é a maioria das pinturas que nós vemos na exposição, mas existem salas que são exclusivamente compostas por pinturas feitas no iPad, que, como se ouvia na guia a explicar, Hockney costura e já mesmo os seus casacos com bolsos específicos do tamanho do iPad.Bolsos à medida do iPad...À medida do iPad. E, de facto, o iPad é a ferramenta e, lá está, sem nenhum pudor, sem receio dessa experiência e do que são técnicas menores ou técnicas maiores, de utilizar o iPad, que é o sonho dos impressionistas: Que é poder ir para o campo com muito menos do que um cavalete, não sei quantas tintas e uma tela, e é simplesmente o iPad. E ele domina como domina o acrílico ou o óleo em tela, domina o iPad de uma forma inimaginável, acho eu. É muito difícil, às vezes, estar lá e perceber que aquelas são pinturas que não são feitas com pincel e óleo, mas são exclusivamente digitais, conservando o domínio da cor, o domínio da perspectiva e o domínio da paisagem, da mesma forma como fazia há 30, 40 anos.Independentemente de usar um pincel ou um pincel digital, o crepúsculo ou a luminosidade e o jogo que cruza entre os dois, fá-lo em qualquer um dos suportes, que seja uma tela ou uma tela digital?Completamente. E nós comentávamos durante a exposição que, de facto, é de louvar o cuidado que a Fundação Louis Vuitton tem com a iluminação das peças, com a iluminação das salas, com a própria pintura das salas, que cria os ambientes perfeitos. Algumas pinturas, até comentávamos, que parecem retroiluminadas, como nas exposições de fotografia, em que a luz vem de trás das pinturas, porque os brancos e as cores eram tão vibrantes que, de facto, é raro muitas vezes vermos estas obras expostas. Não é só raro ver as obras expostas, mas é raro vê-las expostas desta forma.Há uma das salas que é talvez a mais comentada, ou das mais comentadas, nas reportagens sobre a exposição, e que eu tinha bastante expectativa: é a sala das luas, em que retrata maioritariamente, mais uma vez com o iPad, a lua na paisagem, em que, de repente, saímos de uma sala extremamente luminosa e colorida para uma sala onde reina a luz da lua. E a maneira como isso se faz a nível de construção da exposição é brilhante.Além do facto de, nesta exposição, falarmos da arte da pintura, mas também de música, lembrando que Hockney também fez muito trabalho em ópera......e é surdo. Esse primor visual, em combinação com a música, que ele diz que quer, a certa altura aparece a sua citação, que ele quer que os que vejam a ópera vejam, nos seus cenários e figurinos, a música que está a ser tocada. Isso é muito claro. Há uma sala que é a sala mais dinâmica, e não é interativa, mas é dinâmica e, de certa forma, sim, interativa.Sim, que fala da ópera, é uma experiência extraordinária. E há uma coisa que eu quero apontar: de facto, algo que me chamou a atenção é que havia várias crianças na exposição e as crianças estavam completamente absorvidas pelas pinturas. Há uma parte da exposição que não é uma pintura, é um vídeo que une vários ecrãs e com uma certa desconexão e sincronia, como o Hockney já nos habituou. E havia uma criança que passou, à vontade, uns 15, 20 minutos a olhar completamente embebecida para o quadro, e vimos isso noutras salas. E, de facto, lembra-nos que Hockney quase que restaura ou recupera o nosso olhar inaugural da criança: Quando nós olhamos para as paisagens, quase que recuperamos em nós essa. Essa mirada inaugural das cores, da perspectiva, de como tudo vibra à nossa volta e tudo é maravilhoso. E como ele se despede da exposição. Isto não é um spoiler, mas... é de facto... "sabe-se menos do que nós pensamos".Uma citação de Edvard MunchExactamente. A quem dedica esta última sala, ao pintor norueguês Edvard Munch e a William Blake. Tanto um como o outro sabiam bem que sabemos muito menos do que se pensa. E eu acho que nessa ligação, é essa inocência... não é uma inocência, não é uma inocência genuína pura do olhar...Uma simplicidade.É uma simplicidade. E um grande amor. Sente-se uma grande paixão pelo mundo. Esta ligação muito grande à realidade. Lembram-nos que, de facto, o mundo é muito mais maravilhoso do que nós pensamos, que o conhecimento que temos sobre ele ainda está muito aquém e que há ainda muito mais por descobrir.

Convidado
Bienal de Dança de Lyon vai mostrar que “a dança fala português”

Convidado

Play Episode Listen Later May 14, 2025 14:11


A 21ª edição da Bienal de Dança de Lyon, de 6 a 28 de Setembro, vai contar com vários artistas lusófonos. Destaque para os portugueses Marco da Silva Ferreira e Tânia Carvalho, mas também para o moçambicano Ídio Chichava e a brasileira Lia Rodrigues, numa edição que vai ecoar com a temporada cruzada França-Brasil. “A dança fala português de uma forma muito forte”, admitiu à RFI Tiago Guedes, o director artístico da bienal, sublinhando também que a dança pode ser uma resposta colectiva de resistência e de ternura face a um mundo em crise. No programa desta 21ª edição da Bienal de Dança de Lyon sobressai uma linha de força lusófona. “Brasil Agora” é um dos pilares desta edição, com oito projectos de artistas brasileiros, no âmbito da temporada Cruzada França-Brasil. Destaque para Lia Rodrigues, Volmir Cordeiro e Davi Pontes & Wallace Ferreira, entre muitos outros.O português Marco da Silva Ferreira – artista associado da Maison de La Danse - apresenta F*ucking Future, em estreia mundial, e Fantasie Minor, que já tinha mostrado na última Bienal.No centenário do nascimento de Pierre Boulez, há também uma homenagem dançada a esta figura emblemática da musica contemporânea mundial, num espectáculo em estreia da portuguesa Tânia Carvalho (Tout n'est pas visible/Tout n'es pas audible).O coreógrafo moçambicano Ídio Chichava apresenta Vagabundus e M'POLO, este último numa curadoria do director da bienal moçambicana Kinani, Quito Tembe.Será que a dança fala português? “A dança fala português de uma forma muito forte”, responde Tiago Guedes, o director artístico da Bienal. Adança é, também,“um espelho da sociedade e um acto político em si”, sublinha Tiago Guedes, apontando a imagem do evento - braços que se se abraçam - como a resposta colectiva de resistência e de ternura a um mundo em crise.O programa tem 40 espectáculos, incluindo 24 criações e estreias. Há figuras emergentes e nomes bem conhecidos. Há espectáculos dentro e fora das salas, em espaços públicos e outros inesperados. O objectivo é reunir o público em torno da dança e mostrar esta arte como “um bem comum”.Há, ainda, uma parceria com o Centro Pompidou, em que as coreógrafas Eszter Salamon, Dorothée Munyaneza  e Gisèle Vienne cruzam a dança, as artes visuais, a música e a literatura.A 21ª edição da Bienal de Dança de Lyon vai decorrer de 6 a 28 de Setembro na cidade francesa e prolonga-se até 17 de Outubro na região Auvergne-Rhône-Alpes.No dia em que apresentou a programação no Ministério da Cultura, em Paris, Tiago Guedes esteve à conversa com a RFI.RFI: Quais são as principais linhas de força desta edição?Tiago Guedes, Director artístico da Bienal de Dança de Lyon: “Esta edição faz-se de uma forma muito colaborativa. Essa é uma das forças desta bienal, num contexto mais duro para as artes em geral, é muito importante que as instituições, que os artistas, que os parceiros de programação criem esforços e criem forças para manter o nível destes grandes eventos. Desde logo, um grande foco que se chama ‘Brasil Agora!', com oito projectos de artistas brasileiros, feito no âmbito da temporada cruzada Brasil em França. É uma parte muito importante para a nossa programação, é uma espécie de actualização do que é a dança e a coreografia brasileira hoje em dia, com espectáculos de várias dimensões e artistas de várias gerações. Por exemplo, o espectáculo de abertura de Lia Rodrigues, uma das grandes coreógrafos brasileiras, mas também muitos jovens que vão apresentar o seu trabalho. Isto é uma parte muito importante da Bienal.”Como Volmir Cordeiro, que dançou para Lia Rodrigues também... “Volmir Cordeiro, que dançou com ela também, e outros artistas.Outro pilar importante da nossa programação é uma grande parceria com o Centro Pompidou. O Centro Pompidou estará em obras nos próximos cinco anos e, com alguns parceiros, nomeadamente connosco, decidiu imaginar um foco à volta de três coreógrafas mulheres: a húngara Eszter Salamon, a ruandesa Dorothée Munyaneza e a francesa Gisèle Vienne e, à volta do universo destas três mulheres coreógrafas, nós e o Centro Pompidou imaginámos projectos inéditos que vão ser apresentados durante a Bienal de Lyon. Gisèle Vienne, por exemplo, vai remontar a sua peça ‘Crowd' XXL nos Les Grandes Locos, que é um antigo armazém de montagem de comboios, um espaço gigante que nós temos em Lyon. Dorothée Munyaneza vai fazer uma ocupação da Villa Gillet, que é o centro literário de Lyon. A Esther Salomon, para além de um espectáculo, apresenta também uma instalação ao longo da Bienal. São verdadeiramente coreógrafas que partem do corpo para se conectar com outras disciplinas: artes visuais, música e literatura.”Há também criadores portugueses. Um deles é Marco da Silva Ferreira, que apresenta dois espectáculos, um que já esteve na última bienal. Porquê Marco da Silva Ferreira e como é que descreve o trabalho dele? “Há dois artistas portugueses, Marco da Silva Ferreira e Tânia Carvalho. O Marco é nosso artista associado à Bienal e à Maison de la Danse e representa novas criações durante a Bienal e espectáculos em repertório que nós voltamos a apresentar. De facto, a peça que ele apresentou há dois anos, ‘Fantasie Minor', com dois jovens bailarinos, foi um tal sucesso que nós vamos voltar a apresenta-la na região -não em Lyon porque já apresentámos em Lyon, mas como a Bienal tem um programa que se chama “Rebond”, vamos apresentar esta peça do Marco com cinco parceiros fora da área metropolitana de Lyon. Depois, há uma criação mundial muito aguardada. O Marco é um dos grandes coreógrafos da actualidade e a sua peça vai ser apresentada também no Les Grandes Locos. É uma peça com um formato especial quadrifrontal, um ringue que não tem boxeurs, mas bailarinos, onde o Marco vai trabalhar sobre as questões da masculinidade, fragilidade e poder que nós encontramos nos homens também. É uma peça muito aguardada pelo mundo coreográfico internacional. O Marco, de facto, tornou-se um coreógrafo muito aguardado e é um dos grandes nomes da coreografia mundial deste momento e nós estamos muito contentes e orgulhosos que este coreógrafo possa estrear na nossa Bienal.”A Bienal de Dança de Lyon, em parceria com o Festival de Outono, encomendou um espectáculo com a assinatura da coreógrafa portuguesa Tânia Carvalho. Este é um dos projetos principais do programa. Quer falar-nos sobre este projecto?“Sim, é um projecto muito importante. Desde logo, é uma encomenda da Bienal, não é um projecto que a Bienal coproduza, é verdadeiramente uma encomenda. Nós, no âmbito do centenário do nascimento de Pierre Boulez, achámos que seria muito interessante fazer um desafio a um coreógrafo, neste caso uma coreógrafa, para trabalhar a dois níveis, a nível artístico, mas também ao nível da transmissão. A Tânia gosta muito de trabalhar com jovens bailarinos e, neste caso, vai trabalhar com jovens bailarinos e jovens músicos; dois conservatórios: Conservatório Nacional de Lyon e Conservatório Nacional de Paris; duas áreas: dança e música; dois festivais: Bienal de Dança de Lyon e Festival de Outono de Paris; dois museus: Museu de Belas Artes em Lyon e Museu de Arte Moderna em Paris; uma coreógrafa, Tânia Carvalho, que trabalha desde o início numa relação muito forte com a música, ela própria é cantora e música. Achámos que seria muito interessante também devido ao seu universo coreográfico muito específico, muito expressionista, mas tecnicamente muito exigente, de trabalhar com estes jovens bailarinos que acabam a sua formação antes de serem bailarinos profissionais, numa deambulação em dois museus muito diferentes. Um museu mais dedicado à arte do século XIX e início do século XX e, depois em Paris, um museu mais dedicado à arte moderna e contemporânea, sendo que tanto os bailarinos e músicos de Lyon como de Paris vão estar nos dois lados. Os museus são diferentes, os festivais são diferentes, mas são 40 músicos e bailarinos que nos vão fazer visitar o museu de forma diferente também através das obras que são apresentadas e do universo sonoro de Pierre Boulez.É, de facto, uma produção que nós aguardamos e que tem um pouco o ADN da Bienal, que é um pouco esta questão de, por um lado, a criação - porque as criações são muito importantes para a Bienal, há 40 espectáculos, 24 criações mundiais ou criações francesas. Mas também esta relação com o ensino, com os jovens, a forma como a dança pode ser vista de uma forma muito menos elitista e abrir muito mais portas de entrada para o que nós defendemos.”Houve um coreógrafo que também já fez essa experiência de dançar num museu, no Museu de Orsay. Foi o coreógrafo moçambicano Ídio Chichava que vai estar também em destaque no programa da bienal. Depois de ele ter impressionado em Paris, com ‘Vagabundus' e depois outras peças, o que é que ele traz à bienal e porquê Ídio Chichava?“Ídio Chichava foi uma descoberta. Eu vi o seu espectáculo em contexto, em Maputo, onde ele trabalha com os seus bailarinos, onde ele faz um trabalho artístico, social, político, de militância, de força do corpo, o corpo também como um corpo contestatário. É uma peça muito política sobre o que é a sociedade moçambicana, sobre o que é ser bailarino hoje em dia e o que é este poder do corpo também como manifesto social e político.O Ídio é, de facto, uma grande descoberta. Ele  foi laureado do Prémio SEDA [Salavisa European Dance Award] da Fundação Calouste Gulbenkian, do qual fazemos parte, ele e a Dorothée Munyaneza foram os primeiros laureados deste prémio que a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu lançar em homenagem ao Jorge Salavisa que foi o primeiro director do Ballet Gulbenkian. A Bienal é parceira e apresenta estes dois coreógrafos. Vai ser um dos nossos espectáculos também de destaque, embora ele já tenha sido apresentado em França, mas nunca apresentou o seu trabalho em Lyon. E é um espectáculo muito, muito forte, que concilia um lado coreográfico muito interessante, mesmo um lado de retrato social, quase um espectáculo antropológico do que é hoje a sociedade moçambicana. É também, para mim, um dos grandes destaques desta Bienal.”Na última edição tinha prometido um fórum com curadores de vários cantos do mundo, incluindo o moçambicano Quito Tembe, director artístico da Plataforma de Dança Kinani de Moçambique. Este projecto como se concretiza agora? “Este projecto concretiza-se finalmente. Ou seja, ele iniciou-se na Bienal 2023 com o encontro dos curadores e dos artistas e durante estes dois anos eles foram-se encontrando e imaginando o que é que seria este fórum, que é a parte mais reflexiva da Bienal e tudo o que acontece à volta dos espectáculos, nomeadamente a parte mais de discussão e de reflexão do que é a dança fora de um contexto privilegiado do centro da Europa.Efectivamente, um artista aborígene australiano ou um artista brasileiro que viva num dos Estados mais pobres, como é, por exemplo, o Piauí, o seu trabalho de dança é muito diferente. Muitas das vezes, para poderem ser bailarinos e coreógrafos, têm mais dois ou três trabalhos complementares e a relação com o tempo é outra, a relação com o dinheiro é outra, a relação com as instituições é outra. Eu acho que é muito importante para a Bienal se inspirar de outras práticas, de outras formas também de fazer. Este fórum é constituído, de facto, por cinco curadores e artistas vindo de Taiwan, Austrália, Moçambique, Brasil e Estados Unidos, com cinco grandes temáticas e à volta dessas temáticas há uma data de actividades que se ligam a estas temáticas que vêm das pesquisas coreográficas destes cinco artistas. Por exemplo, a artista americana é enfermeira e coreógrafa e o seu trabalho é sobre o cuidado, o cuidado que se tem que ter com o corpo quando se é coreógrafo, mas quando se é enfermeiro também. Então, são mesmo outras formas de mostrar o que o corpo pode para além do que ele faz num palco.”Uma das linhas de força desta Bienal talvez seja a criação lusófona. A dança também fala português?“A dança fala português de uma forma muito, muito forte. Há artistas coreógrafos portugueses ou que estão em Portugal que são grandes nomes da dança. Podemos falar de dois grandes nomes da dança: Marlene Monteiro Freitas e Marco da Silva Ferreira. Marlene não vai estar na Bienal, mas está logo a seguir na temporada da Maison de la Danse. São mesmo artistas que contam. Quando se fala em dez grandes nomes de coreógrafos actuais, o Marco e a Marlene aparecem sempre...”A Marlene Monteiro Freitas que vai abrir o Festival de Avignon este ano… “Abre o Festival de Avignon exactamente com essa peça da qual somos co-produtores também e que apresentamos depois na Maison de la Danse. De facto, há um grande interesse pelo que se passa por Portugal e há uma grande particularidade que é: são artistas que são autores. O trabalho é muito, muito autoral, ou seja, não se parece com nada de outro. Muitas das vezes nós vemos filiações, nós vemos muitos artistas - e nada contra, há artistas excelentes, mas que tu percebes de onde é que eles vêm. Tu vês um trabalho da Marlene Monteiro Freitas e não se parece com nada, tu vês e dizes que é um trabalho da Marlene. Isso é muito interessante, é algo que distingue porque, para além de serem coreógrafos, são verdadeiramente autores. Autores com um universo completamente identificado e muito particular. Estes três - a Tânia, a Marlene e o Marco – assim o são e nós temos que ter muito orgulho desta nova geração de coreógrafos e de coreógrafas portuguesas.”Relativamente à filosofia e ao conceito desta Bienal, no editorial de apresentação do programa, o Tiago Guedes escreve que “a Bienal reafirma a importância do colectivo em diferentes locais, seja em palco, na rua ou em espaços inesperados”… Num mundo em crise e face aos abalos ecológicos, políticos, sociais, o que é que pode a dança nestes palcos políticos? “Desde logo, o que é que pode o corpo? O corpo neste momento está em perigo. Ele está em perigo nas guerras que estão às nossas portas. Ele está em perigo quando no Brasil são assassinados corpos trans, corpos não normativos -  aliás, nós apresentamos Davi Pontes & Wallace Ferreira que falam exactamente nisso, um corpo em combate, o que é que pode ser uma coreografia quando um corpo tem que estar completamente em combate? Eu acho que uma Bienal quer mostrar toda a diversidade da dança e a dança é um espelho da nossa sociedade e é um acto político em si. Quando tu expões o corpo desta maneira, quando o corpo está em perigo em muitas geografias do nosso mundo, é muito importante, de facto, colectivamente, defender este posicionamento do corpo e estes olhares outros que os corpos podem fazer na nossa sociedade. É certo que, nesta edição, à imagem da imagem que escolhemos para a nossa Bienal, que são braços que se agarram uns aos outros, é esta ideia de estar juntos e como é que colectivamente os corpos podem ter mais força do que um corpo individual. É uma imagem ao mesmo tempo de resistência e uma imagem de ternura também. Isso é algo que é muito importante hoje em dia: como é que, em conjunto, nós podemos fazer face a uma sociedade que, a meu ver, está bem complicada a vários níveis e a arte, em si, não deve só ser uma fruição da beleza, ela deve sublinhar, por um lado, os males do mundo, mas como é que o corpo responde de uma forma mais sensível, de uma forma menos directa, e como é que nós podemos ter momentos de suspensão, mas que, por vezes, eles nos dão também uma visão do mundo bastante dura, mas os corpos podem responder de outra forma.”

Daily Easy Spanish
La historia de la creación del Centro Pompidou, el edificio pionero que escandalizó a Francia

Daily Easy Spanish

Play Episode Listen Later Apr 13, 2025 41:54


Fue objeto de burlas cuando se presentó su diseño; sin embargo, desde entonces ha seguido influyendo en la arquitectura de los edificios públicos.

El ojo crítico
El ojo crítico - Andrés Trapiello: espías y traiciones en la España de los 40

El ojo crítico

Play Episode Listen Later Apr 8, 2025 54:26


El escritor Andrés Trapiello presenta 'Me piden que regrese', una novela ambientada en la España franquista de los años 40. Espionaje, contraespionaje, diplomáticos, policías, rateros de uñas limpias y un personaje clave: un estadounidense llamado Smith que, en otro tiempo, se apellidó Cortés. Un thriller literario que entrelaza el retrato político con una mirada aguda al alma humana.Javi Alonso, nuestro experto en cómic, nos invita a adentrarnos en el particular universo de 'Hotel Abuel', el nuevo trabajo gráfico de Marta Altieri. Una historia visual que aborda con sensibilidad temas intergeneracionales, memoria familiar y transformación personal.También es noticia la adquisición de Velintonia, la casa del poeta Vicente Aleixandre, por parte de la Comunidad de Madrid. La propiedad fue comprada en tercera subasta y se prevé que se convierta en un centro de referencia artística nacional. Las novedades sobre esta operación nos las trae Mari Luz Auñón.La fotografía ocupa otro espacio destacado. Ya está en marcha la nueva edición de PhotoEspaña, que se celebrará entre el 30 de abril y el 14 de septiembre. Con más de un centenar de exposiciones, el festival se ha presentado oficialmente revelando algunas de las líneas temáticas que lo atravesarán. Lo cuenta Ángela Núñez.Y cerramos con una historia de mudanzas: en marzo de este año, el Centro Pompidou de París cerraba sus puertas temporalmente. Desde entonces, se inició el complejo proceso de traslado de sus colecciones, actividades y personal. Antonio Delgado, corresponsal de RNE en la capital francesa, nos explica cómo se está viviendo este gran movimiento cultural.Escuchar audio

Artes
"Paris Noir" mostra o lugar de proa dos artistas negros nos grandes movimentos do século XX

Artes

Play Episode Listen Later Mar 19, 2025 6:52


Durante a segunda metade do século XX, Paris serviu primeiro de escola de arte e depois como cidade agregadora do pensamento africano, com os maiores vultos culturais senegaleses, americanos, cubanos ou angolanos a passarem pela Cidade da Luz. A exposição "Paris Noir", no Centro Pompidou, conta este período e quer projectar estes artistas pioneiros no futuro. No pós-Segunda Guerra Mundial, numa altura os movimentos das independências estavam em pleno andamento em África, muitos pintores, escultores, mas também filósofos, escritores, poetas e pedagogos africanos ou vindos das Américas instalam-se a Paris, participando nas grandes correntes artísticas como o surrealismo ou o abstracionismo a partir dos anos 40. No entanto, esta passagem não tinha qualquer reflexo nas retrospectivas organizadas até hoje no Centro Pompidou, um museu parisiense dedicado à arte contemporânea.Esta reflexão, levou os curadores do museu a idealizarem a exposição "Paris Noir", aproveitando a ocasião para mostrar 40 obras adquiridas nos últimos anos pelo fundo dedicado ao continente africano no seio desta instituição francesa. Em entrevista à RFI, Eva Barois de Caevel, comissária associada desta exposição, explicou que a palavra noir, ou preto, vai muito para além da definição de uma raça ou de uma geografia, mas que a exposição agrega diferentes artistas que devido às suas origens foram vítimas de racismo ou subvalorizados no mundo da arte."Nesta exposição temos também, por exemplos afro-colombianos e afro-brasileiros, assim como cubanos ou dominicanos. É muito importante porque esta não é uma exposição sobre geografia ou raça. É uma exposição que trata de uma experiência comum compartilhada e estes artistas fazem parte da História. Para encontrarmos estes artistas, muitas vezes é levada a cabo uma investigação aprofundada sobre cada um e, a partir de um, descobrimos um outro e um militante pela resistência, muitas vezes leva-nos a outro militante. E descobrir estes artistas e fazê-los descobrir ao público foi o nosso mote e posso mesmo dizer que descobrimos muitos mais, mas não conseguimos mostrar todos. Às vezes o público até pode achar estranho já que a nível geográfica não ficamos só em África, mas não tem só a ver com ser negro e africano. Por exemplo, estamos a expor aqui um artista indiano, Krishna Reddy, que viveu em Paris vários anos e estava na cidade durante o Maio de 68 e foi vítima de racismo porque era constantemente confundido com um argelino. E as suas obras reflectem isso. E, assim, claro que nesta exposição não nos cingimos só a artistas de países francófonos, mas temos também lusófonos e artista vindos de outras regiões", explicouA história desta exposição começa a ser contada em 1947 quando é fundada a editora Presença Africana, pelo senegalês Alioune Diop, com a consciência negra a sedimentar-se à volta de pensadores como Leópold Sédar Senghor com a participação de Aimé Césaire, político, poeta e escritor da Martinica, e da sua mulher, Suzanne, a participarem na revista Tropiques. Juntam-se a esta efervescência artistas afro-americanos como o escritor James Baldwin ou o pintor Beauford Delaney.É neste clima que se realiza o primeiro congresso de artistas e escritores negros na Sorbonne em 1956. Ao mesmo tempo, Sarah Maldoror, uma jovem francesa com origens na Guadalupe, cria em Paris a primeira companhia de teatro para negros depois de constatar, ainda como actriz, que só lhe davam papéis de empregada de quarto tanto no teatro como no cinema. Foi exactamente no círculo da editora Presença Africana que Sarah Maldoror conheceu Mario de Andrade, escritor e fundador do Movimento Popular de Libertação de Angola, que viria a ser seu marido.Este encontro levou-a a interessar-se pelos diferentes movimentos de libertação nos países lusófonos em África, com Maldoror a realizar algumas das obras cinematográficas mais emblemáticas destes movimentos como Armas para Banta, rodado em 1970 na Guiné-Bissau, ou SAMBIZANGA, rodado em Angola em 1973."A escolha de Sarah Maldoror era óbvia para nós desde o início para figurar nesta exposição. Por um lado, porque Maldoror é uma artista fascinante, mas também por causa de um aspecto realmente importante que é o facto de a história de muitos dos artistas nesta exposição nunca ter sido registada ou cuidada pelas instituições francesas. Foi sim, cuidada pelos próprios artistas ou por pensadores contemporâneos. Sarah Maldoror é uma figura extremamente importante nesse aspecto. Trabalhámos com a sua filha, Anouchka de Andrade e foi a Anouchka quem nos emprestou algumas das obras da exposição. Teremos uma mostra de cinema com os filmes de Sarah Maldoror em Abril e ao longo da exposição vamos mostrando aqui trechos dos seus filmes . Ela tem não só esta faceta de coleccionadora, mas de documentarista e queremos homenageá-la. Conseguimos restaurar os seus filmes e estamos muito interessados em continuar a estudar os seus interesses e como eles entraram no seu cinema. E, claro, o seu compromisso militante , que acho que também será celebrado durante a retrospectiva, com muitos testemunhos, muitos convidados, entre eles artistas. Será um grande evento dentro desta exposição", disse Eva Barois de Caevel.Entre algumas das obras dos fundos de Sarah Maldoror apresentadas nesta exposição, estão dois quadros do pintor angolano Vítor Manuel Teixeira, conhecido como Viteix, que se instalou em Paris em 1973. Viteix vai voltar a Angola em 1976 tentando através da sua arte criar uma união nacional e concluindo alguns anos mais tarde uma tese de doutoramento na Sorbonne sobre este tema.A exposição estende-se até aos anos 2000, com muitos artistas e combates a passarem por Paris como testemunham as obras de Victor Anicet, Basquiat ou o dominicano José Castillo. Mas esta é, sobretudo, uma exposição virada para o futuro, sendo a última a ser apresentada neste museu parisiense antes de grandes obras de reabilitação que deverão durar até 2030. Nesse momento, o desejo de Eva Barois de Caevel é que o Centro Pompidou reabra as suas portas com uma nova visão da cultura e intervenção social."Esta é realmente uma exposição que para nós é um ponto de partida, como uma grande cartografia que serve de primeiro marco e que a partir de 2030 se vai desdobrar em propostas temáticas para o museu. Há muitos assuntos que podemos retirar daqui desde o militantismo, à questão da Argélia ou à questão da tricontinentalidade, todos esses são assuntos que precisam ser abordados em sua totalidade", concluiu a comissária associada.

Reportagem
Centro Pompidou em Foz do Iguaçu "terá foco na América Latina", diz em Paris representante do governo paranaense

Reportagem

Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 6:19


Uma comitiva técnica da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC) está em Paris até domingo (16) para tratar do projeto de construção do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu, em parceria com o Centre Pompidou. O projeto da primeira filial do tradicional centro cultural francês no continente americano terá um investimento previsto de R$ 200 milhões e a obra deve ficar totalmente pronta em 2027, de acordo com o Governo do Paraná. A RFI Brasil conversou com Luciana Casagrande Pereira, secretária estadual da Cultura paranaense para saber mais detalhes sobre a iniciativa.  Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisA comitiva brasileira desembarcou na capital francesa na segunda-feira (10) para reuniões, workshops e visitas técnicas com equipes do Centre Pompidou para troca de experiências, planejamento e diretrizes de concepção do novo espaço dedicado à arte no oeste do Paraná. As negociações com a instituição francesa começaram em 2022. O museu brasileiro será um espaço pluridisciplinar, abrangendo artes visuais, cinema, música e dança, consolidando-se como um centro cultural dinâmico no país.  “Para a gente, é uma grande oportunidade. É uma visibilidade para os nossos artistas. É uma entrada no circuito internacional de arte e é importante para a população ter acesso a esse acervo importante que o Pompidou tem, mas sempre dialogando com o nosso território”, destaca Luciana Casagrande Pereira, secretária da Cultura do Paraná. “Não é um Pompidou que chega exatamente como o da França e se instala na nossa região. O projeto científico foi concebido entre a nossa equipe e a equipe do Pompidou, mas ele nasce do zero. Sobre as exposições, o que vai ser apresentado, ainda estamos iniciando essa construção”, explica. O projeto arquitetônico da primeira sucursal de um dos mais famosos espaços de arte moderna e contemporânea de Paris na América terá a assinatura do arquiteto paraguaio Solano Benítez. “Ele é um arquiteto internacional, que já ganhou o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza e que conhece a nossa região”, diz Luciana Casagrande Pereira sobre a escolha do autor. “Ele respeita muito o território, entende a nossa cultura, como nos comportamos ali”, acrescenta. “Tenho certeza de que será um orgulho não só para nós paranaenses e brasileiros, mas para os países vizinhos também”, completa. A ideia é de que a natureza seja um elemento central no conceito arquitetônico do edifício, que ficará a cerca de 10 minutos de carro do Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as famosas cataratas do Iguaçu. “Solano Benítez tem um estilo. Ele trabalha com o tijolo, que é um material milenar, que não tem nada de inovador, mas a técnica que ele usa é muito inovadora”, revela a secretária de Cultura. “Nós não vamos importar material de nenhum outro país. Nós vamos construir com a nossa matéria-prima, que é a terra”, comenta. A construção será feita em um terreno de 24 mil metros quadrados cedido pela CCR Aeroportos, empresa responsável pela administração do aeroporto de Foz do Iguaçu. “Eu não digo que é complexo, eu digo que é desafiador, é instigante”, afirma Luciana Casagrande Pereira. “Tem o projeto arquitetônico, mas você tem a preparação da cidade, da região, a sensibilização das pessoas, da comunidade, para receber. Tem a questão jurídica, financeira, tudo que um projeto deste tamanho envolve. Mas temos obtido muito sucesso em todos esses desafios e estamos muito animados”, acrescenta. “É um projeto grande, de 10.000 metros quadrados e nós estamos planejando as inaugurações em algumas fases. Pretendemos entregar o museu completo em 2027, mas em 2026 nós já teremos uma algumas partes abertas”, antecipa. A secretária de Cultura explica por que Foz do Iguaçu foi escolhida para abrigar a nova sede do Centre Pompidou. “Eu acho que há o interesse pela região de tríplice fronteira. Além disso, o Paraná passa por um momento de muita segurança jurídica”, continua. “Nós somos o primeiro estado em educação, o que é bem importante. É uma região muito fértil, onde nós estamos plantando este projeto. Então, acho que é uma somatória de valores”, conclui. O avanço na concretização do museu acontece em um ano chave para o Centre Pompidou de Paris, que fechou as portas, na segunda-feira à visitação nas salas de exposição permanentes para passar por uma grande reforma que deve durar cinco anos. Até setembro de 2025, o local abrigará ainda pequenas exposições temporárias, antes de interromper totalmente o seu funcionamento para a realização de um projeto colossal de restauração, cuja remoção do amianto será a parte mais demorada. A previsão é de reabertura em 2030. “Neste período de metamorfose do Pompidou estaremos ainda mais presentes no Brasil e no Paraná, será um momento crucial para todos nós, estamos muito felizes com este projeto”, afirma Laurent Le Bon, presidente do Centre Pompidou, citado pela equipe paranaense presente em Paris.  Uma comitiva do centro de artes francês, incluindo o presidente da instituição, esteve no Brasil em julho do ano passado para conhecer o espaço e definir detalhes do projeto de construção. Na ocasião, também foi feita a assinatura de parceria de colaboração técnica para a construção do museu no Paraná. Para Alice Chamblas, chefe de desenvolvimento internacional do Centre Pompidou, o Paraná tem uma paisagem cultural muito rica, especialmente na capital Curitiba. “Mas entendemos que é um desejo do Governo do Estado equilibrar essa paisagem, fortalecendo a cultura em outras regiões e o projeto do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu vem exatamente a esse encontro”, afirma a francesa, também citada pela equipe brasileira.    Carolina Loch, diretora de implantação do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu, explica que o acervo do museu estará muito conectado ao território onde o prédio será construído. Porém, os visitantes irão encontrar peças importantes da coleção francesa. “O museu terá um foco muito grande na América Latina, em especial nos países da tríplice fronteira, ao mesmo tempo em que teremos trabalhos que já são apresentados ao público na Europa, a partir da coleção do Pompidou, estabelecendo novas narrativas”, explica Loch.       A vinda da missão paranaense à Paris ocorre em um momento simbólico, já que 2025 marca o Ano do Brasil na França e o Ano da França no Brasil. “Eu acho que dá mais destaque. Ele não foi pensado para isso. Mas certamente é uma grande ação, tanto para o Brasil quanto para França”, afirma a secretária de Cultura do Paraná.  Sobre o Centre Pompidou Mais do que um museu de arte em Paris, o Centre Pompidou é um complexo cultural efervescente, que abriga biblioteca, ateliê de escultura, cinema, dança e um centro de estudos musicais e acústicos. O edifício, localizado no coração da cidade, chama a atenção pelos traços da construção, como a tubulação colorida, escadas rolantes visíveis e vidro e aço que cercam a estrutura, com vista para diversos cartões postais da capital francesa. O projeto imaginado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers, a pedido do então presidente francês Georges Pompidou, destoa do resto da arquitetura em uma região conhecida por seus prédios que datam de outro século e chegou a ser chamado de “máquina horrível” durante a sua construção.   Inaugurado em 1977, o Beaubourg, como é carinhosamente conhecido, possui um rico acervo de arte moderna e contemporânea de cerca de 140 mil obras, de 1905 até à atualidade. Considerado um dos principais espaços de exposição de arte moderna e contemporânea do mundo, o Pompidou compete com o MoMA de Nova York para saber quem tem a maior coleção do planeta. O complexo cultural abriga peças de artistas como Pablo Picasso, Joan Miró, Salvador Dalí, Frida Kahlo e Francis Bacon.  Com o fechamento temporário, uma parte de sua impressionante coleção será exibida no Grand Palais, também em Paris, assim como nas filiais do Pompidou fora da capital francesa, como na cidade de Metz, no leste da França, ou no exterior, como em Málaga, na Espanha, em Xangai, na China e, em breve, em Bruxelas, na Bélgica. Outra parte das obras será exposta em um polo artístico previsto para ser inaugurado em 2026, em Massy, a 30 minutos ao sul de Paris.   

SER Málaga
Una ciudad Universitaria dentro del Centro Pompidou

SER Málaga

Play Episode Listen Later Feb 7, 2025 4:06


Cultura
Pintora francesa Suzanne Valadon revolucionou representação feminina, na vida e na arte

Cultura

Play Episode Listen Later Jan 31, 2025 6:41


"Eu desenhei loucamente para que, quando não tivesse mais olhos, pudesse enxergar com as pontas dos dedos." A frase é de Suzanne Valadon, artista pioneira que desafiou convenções em sua vida e obra, e que agora ganha uma grande retrospectiva no Centro Pompidou de Paris. Anticonformista por natureza, Valadon demolia regras – inclusive ao pintar escandalosos nus masculinos, algo impensável para sua época.  Filha de pai desconhecido e criada no ambiente boêmio e popular de Montmartre do início do século 20, Suzanne Valadon começou trabalhando como modelo para grandes nomes da pintura da época, como Toulouse-Lautrec e Renoir. Mas ela não se contentou em ser apenas musa e conquistou seu espaço como artista reconhecida nesse meio eminentemente masculino. Valadon desafiou constantemente as normas sociais e artísticas de sua época. De origem modesta e filha de uma lavadeira, ela lutou para conquistar um lugar para si no mundo da arte, apesar dos preconceitos associados ao fato de ser mulher e às suas origens.Nathalie Ernoult, curadora da exposição no Centro Pompidou de Paris, fala sobre o começo de sua carreira em Montmartre. "Ao chegar em Paris, Suzanne Valadon trabalhou em diversos pequenos empregos para se sustentar e ajudar sua mãe, mas essas ocupações eram mal remuneradas. Foi então que lhe sugeriram se tornar modelo, uma atividade mais bem paga na época. Em Montmartre, onde existia um verdadeiro 'mercado de modelos', ela rapidamente chamou a atenção dos maiores artistas do século 19, como Puvis de Chavannes, Renoir e Toulouse-Lautrec. Para Suzanne, posar como modelo não representava apenas uma imersão no mundo da arte que marcaria profundamente seu destino, mas uma verdadeira oportunidade financeira. Ser modelo para ela significava ganhar mais dinheiro", precisa Ernoult.Autodidata e filha de uma lavadeiraEla se reinventou e forjou sua identidade mudando seu primeiro nome (de Marie-Clémentine para Suzanne). Desde muito jovem, não se conformou com as expectativas tradicionais das mulheres de sua época, como conta Flore Mongin, autora de uma biografia sobre a artista. "Marie-Clémentine Valadon, futura Suzanne Valadon, chegou a Paris aos 5 anos com sua mãe, em um ambiente popular marcado pela miséria. Criada sozinha pela mãe lavadeira, ela cresceu em Montmartre, um bairro vibrante de Paris, que foi um terreno fértil para o seu desenvolvimento. Desde a infância, demonstrou uma personalidade forte e um gosto acentuado pelo desenho, características que se tornariam centrais em sua trajetória artística. Montmartre, com sua efervescência cultural, foi o cenário de sua evolução, moldando a mulher e a artista que ela se tornaria, da infância à adolescência", afirma a escritora.Suas representações das mulheres romperam com os clichês da época, mostrando corpos naturais e não idealizados em poses cotidianas, como detalha a curadora da mostra, que fala sobre uma de suas obras mais transgressoras, a "Odalisca". Suzanne Valadon "revisita e transgride o modelo clássico da odalisca em uma de suas obras-primas. Diferentemente da odalisca tradicional, frequentemente retratada nua e em uma postura sensual, seu modelo aqui está vestido, usando um pijama descontraído, com calças listradas e uma regata", contextualiza."A mulher fuma um cigarro, com livros displicentemente colocados ao seu lado, e sua expressão é séria, distante de qualquer sugestão de sedução. Valadon apresenta aqui a imagem de uma mulher livre e moderna dos anos 20, rompendo completamente com o arquétipo das odaliscas idealizadas. Tendo sido ela mesma modelo e posado para nus reclinados, Valadon conhecia profundamente a forma como os pintores representavam e objetificavam o corpo feminino. Com essa pintura, ela oferece uma visão radicalmente diferente", sublinha a especialista do Pompidou."Você é uma de nós": o apoio de DegasMas é o impressionista Edgar Degas, o artista mais importante do grupo de Montmartre na época, quem vai desempenhar um papel-chave na vida de Suzanne Valadon, como relata a curadora da mostra, Nathalie Ernoult. "Com os recursos que tinha à disposição, Suzanne Valadon desenhava sem cessar, em qualquer lugar que pudesse. Enquanto posava como modelo, observava atentamente os artistas ao seu redor, analisando suas técnicas de pintura e esboço. Dotada de um grande senso de observação e de uma memória visual impressionante, ela aprendeu a desenhar quase instintivamente, de forma autodidata", lembra."Um dia, ela teve a coragem de mostrar seus desenhos a Bartholomé e Toulouse-Lautrec, que imediatamente reconheceram seu talento. Lautrec a incentivou fortemente a apresentar seu trabalho a Edgar Degas, encontro que marcaria uma virada decisiva em sua carreira artística. Degas, que era uma figura central da época, se tornaria mais tarde um de seus maiores apoiadores e mentores", destaca. Foi Edgar Degas quem reconheceu seu talento, comprou seus desenhos e disse: "Você é uma de nós."Entre os amores escandalosos que Suzanne nunca escondeu, figura uma relação relâmpago com Eric Satie, como conta a biógrafa da artista. "Sim, Montmartre era um lugar propício para os amores, e de fato Eric Satie ficou muito apaixonado. Ele foi um amor transitório de Suzanne Valadon e também um amante passageiro, já que a história deles não durou muito tempo. Eram duas personalidades muito fortes que não estavam necessariamente destinadas a se entender", conta Flore Mongin.Apesar do reconhecimento, Valadon enfrentou muitos desafios. Ela foi recusada por não ter um "mestre" reconhecido na Escola de Belas Artes de Paris. E mesmo quando começou a pintar, sua ousadia escandalizava – como no caso de "Adão e Eva", onde retratou seu jovem amante nu a seu lado.Com a exposição no Centro Pompidou de Paris, até o dia 26 de maio de 2025, e os novos livros dedicados a ela, Suzanne Valadon finalmente sai do esquecimento para ocupar o lugar que merece na história da arte.

Carrusel de las Artes
Surrealismo, los cien años de su nacimiento

Carrusel de las Artes

Play Episode Listen Later Nov 22, 2024 13:11


El Centro Pompidou presenta una vasta exposición sobre el surrealismo, corriente artística nacida en París que se extendió por todo el mundo. En esta edición también se aborda la obra de Luis Buñuel, considerado el primer cineasta surrealista. Y en la crónica musical, compositores que adhirieron al Manifiesto del surrealismo, como Eric Satie o Boris Vian.

Cultura
Mostra em Paris celebra centenário do Surrealismo com 'labirinto' monumental de 500 obras

Cultura

Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 6:39


Abrangendo mais de 40 anos de excepcional efervescência criativa, entre 1924 e 1969, a exposição “Surrealismo” no Centro Pompidou de Paris comemora o centenário do movimento que começou com a publicação do Manifesto Surrealista de André Breton. Cerca de 500 pinturas, esculturas, desenhos, textos, filmes e documentos de artistas como Salvador Dali, Miró, René Magritte, Max Ernst e Dora Maar, incluindo muitos empréstimos excepcionais, estão expostos em uma área de 2.200 m². As obras revelam até que ponto esse movimento artístico, que nasceu em 1924 em torno de poetas como André Breton e se espalhou pelo mundo, foi visionário e permanece contemporâneo em seu desejo de não apenas transformar a relação entre os seres humanos e a natureza, mas lançando um olhar crítico e político sobre seu próprio tempo.Reproduzindo a forma de um labirinto, formato de predileção e projeção dos surrealistas, a mostra gira em torno de uma cena central na qual é apresentado o manuscrito original do "Manifesto Surrealista", documento valioso emprestado excepcionalmente para o ocasião da Biblioteca Nacional da França.Cronológico e temático, o percurso segue figuras literárias que inspiraram diretamente o Movimento Surrealista, como Lautréamont, Lewis Carroll e o Marquês de Sade, e também mitologias e temas que alimentaram o movimento, como a pedra filosofal, a floresta, a noite, o erotismo, o inconsciente. A cenografia brinca com a ilusão de ótica, tão cara aos surrealistas.O desafio surrealista a um modelo de civilização baseado apenas na racionalidade técnica e o interesse do movimento por culturas que conseguiram preservar o princípio de um mundo unificado (a cultura dos índios Turahumara, descoberta por Antonin Artaud, e a dos Hopis, estudada por André Breton) atestam sua modernidade.  Segundo Marie Sarré, co-curadora com Didier Ottinger, vice-diretor do Museu Nacional de Arte Moderna da França, “mais do que um dogma estético ou um formalismo, o surrealismo é uma filosofia que, por mais de 40 anos, reuniu homens e mulheres que acreditavam em uma relação diferente com o mundo”. O pôster da exposição apresenta uma criatura estranha, um monstro antropomórfico, com roupas largas e coloridas, faixas de tecido torcidas em todas as direções, terminando em mãos que lembram as garras de uma ave de rapina. No centro, na altura do busto, um abismo de sombras se abre. Logo acima, uma cabeça assustadora com uma mandíbula longa e desdentada. E um título que soa como uma ironia, “O Anjo do Lar”, uma obra de Max Ernst, pintada no auge da Guerra Civil Espanhola em 1937, ano em que Guernica foi bombardeada. Ela também é conhecida como “O triunfo do surrealismo” e é um lembrete de que o surrealismo sempre triunfa.Marie Serré dá mais detalhes sobre a exposição: "É essencial lembrar da preferência dos surrealistas pelas artes populares. Muito cedo eles questionaram completamente essa hierarquia entre as Belas Artes e as artes chamadas populares. Seu modelo não são as exposições de museu, são as festas regionais, o trem fantasma, o parque de diversões. Era necessário sublinhar isso fazendo os visitantes da mostra no Centro Pompidou adentrarem o espaço da exposição através desta enorme boca que reproduz o Cabaré do Inferno, que ficava na Praça Clichy, em Paris, logo atrás do ateliê de André Breton, que os surrealistas tinham o hábito de frequentar", explica.A exposição não escapa, no entanto, ao olho crítico dos franceses, como ressalta Françoise, uma aposentada que veio direito de Grenoble (leste) para ver a mostra no Pompidou. "A exposição foi feita de maneira muito interessante, por temas, mas ela é muito grande. Fica difícil apreciar tudo, ela acaba saturando o olhar da gente em um determinado momento". Ela manda um recado para os visitantes que ainda não conferiram a exposição em Paris."É melhor escolher um horário com menos gente, porque é realmente difícil ter acesso às obras", avisa.Já o brasileiro Bruno Damasco gostou da experiência. "Passamos por essa exposição com artistas mais das décadas de 1930, 40 e 50, como Salvador Dali, Miró, trabalhos fortes e que são boas referências, tanto de artistas famosos como de alguns que eu não conhecia, da Alemanha e da Suécia, bem bonito, gostei. Não conhecia ainda esse espaço, tinha visitado apenas os museus mais clássicos de Paris", contou.A mostra valoriza as muitas mulheres que participaram do Movimento Surrealista, com obras de Leonora Carrington, Remedios Varo, Ithell Colquhoun, Dora Maar, Dorothea Tanning e outras, e reflete ao mesmo tempo a expansão mundial do Surrealismo, apresentando artistas internacionais como Tatsuo Ikeda (Japão), Helen Lundeberg (Estados Unidos), Wilhelm Freddie (Dinamarca) e Rufino Tamayo (México), entre outros.A exposição "Surrealimo" fica em cartaz do Centro Pompidou de Paris até o dia 13 de janeiro de 2025.

Reportagem
Dupla brasileira é finalista na França do prestigioso prêmio Marcel Duchamp de arte contemporânea

Reportagem

Play Episode Listen Later Oct 2, 2024 6:11


A dupla brasileira Angela Detanico e Rafael Lain está entre os quatro finalistas da 24ª edição do prestigioso prêmio Marcel Duchamp de arte contemporânea. Essa é a primeira vez que brasileiros são selecionados para a mais importante recompensa de artes plásticas e visuais da França. Os artistas brasileiros, radicados em Paris há mais de 20 anos, concorrem com os artistas franceses Gaëlle Choisne, Noémie Goudal e Abdelkader Benchamma.O prêmio Marcel Duchamp foi criado em 2000, numa parceria da Association pour la diffusion internationale de l'art français (Associação para a Difusão Internacional da Arte Francesa) e o Centro Pompidou. Ele visa promover as artes plásticas e visuais francesas e dar maior visibilidade internacional aos artistas escolhidos por sua inovação, incentivando novas formas de criação.Os finalistas, franceses ou radicados na França, realizaram especialmente para esta edição do prêmio Marcel Duchamp obras que estão expostas no Centro Pompidou de Paris a partir desta quarta-feira (2). São vídeos, desenhos, esculturas e instalações monumentais. Cada finalista ocupa uma sala de uma das galerias do Beaubourg.“O Florescimento da Luz”Para a ocasião, o coletivo Detanico & Lain montou a instalação “Flowering of Light”, ou “O Florescimento da Luz”. Três partes compõem o universo poético criado pela dupla para essa exposição, que levou quase um ano para ficar pronta.A primeira delas coloca em relação “dois tempos muito distintos, que são o começo do universo, campos de galáxias muito antigas de 13 bilhões de anos atrás, em relação com campos de flor, que são fotos que nós fizemos na primavera passada”, descreve Rafael Lain. Segundo Angela Detanico, eles trabalham “naquilo que constitui a imagem, que é a luz".A segunda peça “é uma constelação de estrelas, constelação do Rio Eridanus, com os nomes das estrelas codificados no sistema de círculos concêntricos de metal espelhado”. E na última, “os nomes dos mares da lua projetados em um disco de pedras brancas, como num Jardim zen”, completa Rafael.  “Esse imaginário celestial é uma tentativa de compreensão do mundo que muitas vezes é maior do que nós”, sintetiza Angela.Radicados em ParisAngela Detanico é formada em linguística e Rafael Lain é tipógrafo. A linguagem com suas várias representações está no centro da obra artística da dupla que se inscreve na tradição da poesia e da arte concreta brasileira.A obra do coletivo Detanico & Lain tem espaço na cena contemporânea internacional. Em 2004, eles receberam o prêmio Nam June Paik, um dos mais prestigiosos de mídia-arte do mundo. Em 2007, representaram o Brasil na Bienal de Veneza, e muitas instalações da dupla estão expostas em diversos países.A nomeação para o Marcel Duchamp foi uma surpresa e “uma alegria”. Independentemente da premiação, Rafael Lain diz que “o mais importante realmente é fazer a exposição, mostrar o trabalho, a pesquisa”.Gaúchos de Caxias do Sul, o casal veio a Paris em 2002 para uma residência artística no Palais de Tokyo e decidiu se estabelecer na cidade, lançando uma ponte entre o Brasil e a França. “Trabalhar cada vez mais, ter projetos na França e no Brasil também. É sempre muito importante para a gente manter esses dois pés, um em cada lado do Oceano Atlântico”, afirma Angela Detanico.O prêmio Marcel Duchamp distribui € 90 mil (cerca de R$ 540 mil), sendo € 35 mil para o vitorioso, escolhido por um júri internacional formado por artistas, colecionadores e diretores de grandes instituições culturais. O vencedor da 24ª edição será conhecido no dia 14 de outubro, mas os trabalhos dos quatro finalistas podem ser vistos no Centro Pompidou de Paris até 6 de janeiro de 2025.

El ojo crítico
El ojo crítico - Contar la verdad con la 'Ropa de casa' de Martínez de Pisón

El ojo crítico

Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 54:33


'Ropa de casa' de Ignacio Martínez de Pisón es una novela para reflexionar sobre contar la verdad y sobre todo contársela a uno mismo. Un libro que bien podrían ser las memorias del escritor que hoy nos ha visitado. Es el primer día para la escritora Laura Fernández que vendrá cada 15 días para hablarnos de sus escritores fantásticos, sus monstruos del Lago Ness y sus mundos increíbles. Esta primera jornada intentamos averiguar la mejor manera de aterrizar en un lugar desconocido. En octubre se cumplen cien años de la publicación del manifiesto fundador de la más célebre de las vanguardias: el surrealismo que sacudió el arte y se ha convertido en un concepto popular. Un siglo después el Centro Pompidou en París lo celebra con una gran exposición que ya ha visto nuestro corresponsal Antonio Delgado. También pasamos por la Universidad Internacional Menéndez Pelayo porque han nombrado Doctor Honoris Causa al Premio Nobel de Literatura Jon Fosse y ha atendido a los medios esta mañana en Santander. Escuchar audio

Decor e Arte
Decor e Arte - O Centro Pompidou será fechado

Decor e Arte

Play Episode Listen Later Jul 16, 2024 1:26


O Centro Pompidou, uma das visitas obrigatórias em Paris, será fechado temporariamente. No Decor e Arte de hoje, Janina Ester te conta mais sobre o assunto. Confira! See omnystudio.com/listener for privacy information.

El ojo crítico
El ojo crítico - Raquel Lanseros sobre el amor, 'El Sol y otras estrellas'

El ojo crítico

Play Episode Listen Later Jun 18, 2024 53:13


Raquel Lanseros, poeta jerezana, indaga por primera vez en el amor con 'El Sol y otras estrellas', su nuevo poemario. La ganadora del Premio de Poesía Generación del 27 en 2018 y del Nacional de la Crítica por 'Matria' es una de las voces más importantes de nuestra poesía. Después entramos en el mundo cómic con Javier Alonso que trae 'El ojo del lobo' de Mathieu Sapin, basado en la novela de Daniel Pennac y publicado por Astiberri.En París más tinta en el Centro Pompidou porque allí se inaugura una exposición enorme dedicada al cómic: 'El cómic a todos los niveles'. Un paseo de cientos de planchas por todos los generos que han marcado este arte. Y terminamos con Rosario de Velasco en el Museo Thyssen Madrid con una exposición monográfica sobre una de las artistas figurativas más imprescindibles. Escuchar audio

Artes
Palco do Pompidou acolhe espectros e rituais de Catarina Miranda

Artes

Play Episode Listen Later May 15, 2024 15:27


ΛƬSUMOЯI é um espectáculo que cruza dança, teatro, instalação sonora e instalação visual e que se afirma como “uma construção de arte contemporânea”. A obra de Catarina Miranda é apresentada, a 17 e 18 de Maio, no centro de arte contemporânea Pompidou, em Paris. A história parte de uma peça japonesa de teatro Noh, do século XV, em que o fantasma de uma criança-guerreira deambula pelo campo de batalha. A peça fala de espectros e rituais e mostra como a dança pode tornar visível o invisível. ΛƬSUMOЯI é apresentada como “uma peça de dança para um quinteto e um palco luminoso”, mas os palcos de Catarina Miranda mobilizam movimento, teatro, instalação sonora, instalação visual, histórias visíveis e rituais invisíveis. A criadora resume que ΛƬSUMOЯI é “uma construção de arte contemporânea”, inspirada na peça japonesa de teatro Noh de título homónimo, em que o fantasma de uma criança-guerreira, morta em combate, deambula por um campo de batalha. A inspiração surge da formação em teatro Noh, no Kyoto Art Center, no Japão, depois de se ter licenciado em Coreografia pelo Instituto Internacional de Coreografia/Centro de Montpellier e em Artes Visuais pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto.ΛƬSUMOЯI é uma peça também definida como apotropaica, ou seja, uma dança que afasta o mal e que convoca o invisível. O resultado é um espectáculo em que se cruzam espectros e sombras, danças ancestrais e linguagens futuristas. O espaço cénico oscila entre a penumbra e reflexos fosforescentes, nos quais os corpos se dissolvem e se revelam, ao ritmo de uma composição sonora também ela "apotropaica".ΛƬSUMOЯI estreou a 27 de Abril no festival Abril Dança Coimbra e foi apresentado a 30 de Abril no Festival Dias da Dança no Porto. A 17 e 18 de Maio, a peça vai estar no Centro Pompidou, em Paris, onde Catarina Miranda apresentou, em Março de 2022, o espectáculo “Cabraqimera” e a instalação vídeo “Poromechanics”.Catarina Miranda: "Não é só dança, é arte contemporânea" RFI: A Catarina Miranda está no Centro Pompidou pela segunda vez. O que significa para si, artista visual, mas também coreógrafa?Catarina Miranda, Artista: “Eu penso que enquanto artista ou arquitecta de palco, é super entusiasmante apresentarmos estes espectáculos em diferentes palcos e com diferentes públicos. Para mim, vir ao Pompidou - e vir uma segunda vez a convite da Chloé [Siganos] - é de uma importância extrema porque durante todo o meu percurso eu nunca me senti artista visual ou coreógrafa ou música. Eu senti-me sempre uma artista de arte contemporânea, uma criadora de arte contemporânea. Mais do que artista, eu sou criadora e o Pompidou para mim também é a confirmação de que o trabalho que eu desenvolvo - e que desenvolvo sempre com equipas- é uma construção de arte contemporânea, não fica preso no formato da dança. Para mim, o Pompidou, que é um espaço a que eu vim muito nova, em que estudei as peças, que é dos museus com o maior espólio de arte contemporânea, obviamente, é um grande apreço estar cá porque sinto que estou no local correcto para apresentar este género de trabalho. Porque não é só dança, é arte contemporânea.”O que significa ΛƬSUMOЯI?"ΛƬSUMOЯI é o título homónimo de outro espectáculo de uma peça de teatro Noh, que eu estudei em 2018, num programa que se chama Traditional Theater Training, em Kyoto. Foi uma peça que, de certa forma, criou algum afecto comigo em algumas questões e eu pensei que seria interessante usar o mesmo título. Em termos de tipografia está manuseado, mas mesmo a palavra é o nome de um fantasma, de uma criança-guerreira que voltou ao campo de batalha para se vingar da sua própria morte. Depois foi uma personagem ficcionada e popularizada porque era uma criança aristocrata, era poeta, músico, artista. Então, era uma pessoa que não estava de todo preparada para enfrentar uma guerra e que acaba por ser morta e ser apanhada num conflito entre território e poder, que é uma temática que podemos rapidamente transpor para hoje, para toda a ontologia humana - uma criança que é apanhada no meio de marcas, no meio de um clã ou de outro."Como é que toda essa história e essa fantasmagoria se reflectem em palco? "O que me marcou e me afectou nesta peça foi não tanto a narrativa do espetáculo Noh, mas alguns conceitos que eu senti que gostaria de traduzir em palco e na temporalidade da arquitectura do palco. A primeira foi a sensação de: qual é o devir de ser espectro? O que é que implica ser espectro? Como se estabelece comunicação? Que corpo é este? Que sensação é esta de um espectro voltar para sempre ao sítio onde houve ruptura com o seu corpo e que cria uma segunda dependência que é a espectro-geografia, ou seja, a geografia está impregnada dos eventos que ali acontecem, que podíamos também facilmente dar exemplos concretos de hoje. E qual é essa relação do mundo dos vivos com o mundo do desconhecido que levanta questões mais filosóficas do que é que acontece quando há separação, quando há ruptura do corpo e o corpo fica desmembrado."A dança e o corpo são presença. Como é que se torna presente o que está ausente?"O que eu pensei é que seria muito interessante, por um lado, trabalhar níveis de visibilidade e níveis de presença, quase viajar entre níveis do que é visível e o que não é visível. Por isso, a arquitectura do palco é estabelecida enquanto lugares lumínicos e de sombra, quase como se estivéssemos sempre a atravessar vários níveis de comunicação e de visibilidade, mas também a necessidade de afirmar esse espectro na sua realidade, na sua condição nova. E na sua condição, se for o seu centro, reencontrará o seu corpo ou “remembrará” o seu corpo numa nova condição, até física. Por outro lado, não estará tão dependente desta obsessão de voltar para sempre a um ponto no tempo e no espaço."A obra começa na penumbra, ao som de uma composição sonora metálica. Depois há sons mais techno e electrónicos que marcam o compasso dos bailarinos em transe, por vezes em modo robótico. Há qualquer coisa de ancestral que se cruza com o futurista. Como é que cruzou estas diferentes linguagens e porquê estas escolhas?"Eu fui buscar várias referências de movimento ao teatro Noh em termos da essencialidade de gesto, do gesto essencial, da manipulação de objectos e também a elementos de outras danças mais religiosas, como o vudu e o candomblé, onde tanto a dança como a música têm o denominador comum do ritmo e do êxtase e da comunidade.  Ao escolher uma equipa de co-criadores de dança contemporânea e de danças também urbanas e de teatro, fomos compondo gestualidades que são composições de grupo, quase como se fossem memórias de organização social, mas também depois afirmações individuais de personagens que são sempre a mesma personagem e que aí também vai beber um pouco aos fantasmas que cada bailarino tem na sua memória muscular. Ou seja, o nosso corpo carrega também em si fantasmas, não no sentido filosófico, mas realmente temos toda uma aprendizagem impregnada na nossa musculatura a que também fomos tirar partido e, por isso, muitas danças ou muitas técnicas contemporâneas foram também traduzidas nesta composição coreográfica.Um ponto muito carinhoso para nós durante a peça toda, tanto em termos coreográficos como em termos da composição musical, é a questão apotropaica."Quer explicar-nos o conceito?"São todos os comportamentos, todas as acções e objectos que servem para afastar o mal, afastar a morte, afastar a doença, afastar o azar. Isso ocupa a banda sonora inteira, do início ao fim, e também as acções da peça, como o manuseamento de isqueiros para fazer faísca, palmas, vocalizes, chamamentos vocais, sussurros… Foi sempre tudo gravado pelo Lechuga Zaphiro e desenvolvido com os bailarinos para que houvesse realmente uma dança apotropaica, no sentido desta peça não só espantar, mas ser atraída por…"Espantar os fantasmas, mas ao mesmo tempo chamar os fantasmas?"Sim. Este palco é um quadrado suspenso, tem um chão e tem um tecto. A luz vem de cima e de baixo, quase como se estivéssemos a dobrar a luz do sol que pudesse iluminar de cima e de baixo ao mesmo tempo. O palco é todo desenhado por linhas de horizonte. Na cultura nipónica não existe nem céu nem inferno como na cultura cristã. Então, sendo ilhas, as almas podem repousar para além do mar, para além da linha do horizonte. Esta cenografia é toda cheia de linhas de horizonte."A linha é um elemento que não está apenas no espaço desenhado em palco, no rectângulo do chão e no do tecto. Há também uma fita vermelha que une os intérpretes. Esta é uma fita lendária na cultura nipónica. Que fita é e porquê utilizá-la?"É quase como se eu pudesse transportar a minha alma para outro corpo. Na cultura nipónica, seria uma fita do destino em que as almas estão juntas. Elas são irmãs gémeas e amam-se mutuamente, mas penso que aqui não é tão relativo a essa simbologia. É mais como eu consigo manter a minha linha de existência de várias formas, não só pelo gesto, mas também por me transportar para outro corpo ou por me projectar noutro corpo porque estamos sempre a falar de duplos e de dimensões dobradas.E a questão da linha do horizonte vem porque eu estava a falar sobre comunicação. Se eu pensar que este espaço é um espaço intersticial de linhas de horizonte onde eu não sei tudo - nós não sabemos tudo em termos de quântica e de compreensão do mundo - mas se nós pudéssemos ter todas as dimensões ao mesmo tempo, num só espaço, seria quase uma caixa de comunicação, uma telefonia em que podemos ter tudo a comunicar com tudo. E essa linha vermelha também vem nessa leva de comunicação entre corpos."A comunicação também acontece porque temos não apenas a dança, o movimento, mas também a instalação sonora, a instalação visual. Além de coreógrafa, é artista visual. Há uma vontade deliberada de acabar com as fronteiras em palco?"Penso que não é uma opção individual, pessoal, mas há realmente uma grande liberdade, de um grande prazer de podermos imaginar, projectar ideias que não estão só contidas num só formato. A arquitectura do palco permite-nos potenciar todos os sentidos e é, por isso, que me interessa trabalhar níveis de percepção que não são só dependentes do movimento, mas de como é que é percebido e, muitas vezes, como é que eu posso criar tensão pela oposição do som e da luz e do movimento ou como os posso dinamizar todos ao mesmo tempo e criar uma sensação de alívio, por exemplo."Falámos do som, do movimento, ainda não falámos propriamente da luz. Há cores fosforescentes, chamas douradas com as tais faíscas, há néons azuis... Como foram orientadas estas escolhas?"A peça é uma peça nocturna que vive entre os brancos, os roxos, os lilases e os azuis frios. À medida que a peça se vai desenvolvendo, nós vamos entrando num vermelho sangue, a linha vermelha que sai da boca, uma linha que aparece mais tarde com ‘o diabo da Costa do Marfim, o diabo dos casacos'. Há também um grande sol que aparece na plataforma de cima, em contraposto com uma pessoa sozinha a confrontar-se com a sua própria morte. A peça foi gerida de um luar para algo que é mais ontológico, que é mais carnal. Daí esta viagem, dos tons frios para o vermelho."Falou do ‘diabo dos casacos'. Há personagens atribuídas a cada intérprete?"A meu ver, todos os intérpretes são a mesma personagem, são o fantasma cansado desta criança. E são mais do que isso, são o confronto com a própria perda, com a perda de si próprio, de uma desintegração do corpo e, ao mesmo tempo, confronto também com o início de um novo ciclo e a afirmação desse novo ciclo.O monstro dos casacos, se assim lhe chamarmos, é uma personagem diferente. Ele é a adição de todas as superfícies, de todas as peles desta personagem, como se fosse o tempo. São várias peles, são várias superfícies. No teatro Noh existe uma ponte que leva da porta até ao palco, que é simbolicamente uma ponte que leva da realidade dos mortos à realidade dos vivos. Muitas vezes, a personagem principal sai com um figurino e volta a entrar com um figurino demoníaco. Ao longo de todas as peças Noh, há sempre uma revelação da personagem que começa, por exemplo, como uma rapariga inocente que está a contar uma história, mas que depois se revela um demónio que foi ruturado por alguma razão. E a mesma coisa também no espetáculo de marionetas japonesas, o Bunraku. Há sempre transformações, clivagens e revelações e isso interessa-me muito. Esta personagem vem nessa leva do que é mais do que humano, a temática é mais do que humana, passa para o abstracto, são superfícies que se movem de formas caóticas e não temos de explicar tudo no sentido narrativo."

Mundo Ciencia
Lacan en el Centro Pompidou de Metz: cuando el arte se funde con el psicoanálisis

Mundo Ciencia

Play Episode Listen Later May 3, 2024 14:03


El Centro Pompidou de Metz, al este de Francia, consagra una exposición a Jacques Lacan con obras que reflejan algunas de las nociones fundamentales de este psicoanalista francés que fundó su propia escuela. Obras de René Magritte, Salvador Dalí conviven con otras más clásicas como el Narciso de Caravaggio pero también instalaciones divertidas como la de Leandro Elrich y su Consultorio del Psicoanalista.  Reportaje. Por Ivonne SánchezLacan, L'exposition. Quand l'art recontre la psychanalyse (Lacan la exposición, cuando el arte se encuentra con el psicoanálisis) es la apuesta un tanto osada que ha hecho el Centro Pompidou de Metz con un abanico de obras de diversas épocas para reflejar el universo particular de este psiquiatra y fundador de su propia escuela de psicoanálisis, la Escuela Freudiana de París, disuelta por el propio Lacan en 1980 tras una serie de disputas internas.La muestra nos recibe con la voz característica de Jacques Lacan, de sus célebres seminarios donde exponía sus conceptos provenientes de su experiencia analítica, la lectura de Sigmund Freud, combinada con elementos de la filosofía, el estructuralismo, la lingüística estructural y hasta las matemáticas.La psicoanalista Paz Corona, una de las curadoras de la muestra fue nuestra guía para este reportaje radiofónico:La exposición da la bienvenida al visitante con la obra de Leandro Elrich El consultorio del Psicoanalista, con un juego de reflejos, para luego toparse con una obra de Caravaggio, Narciso. Ambas obras hacen referencia a uno de los conceptos claves de Lacan, el Estadio del Espejo.La muestra, concebida por dos historiadores de arte y dos psicoanalistas tiene una selección rica y  ecléctica que incluye obras de René Magritte y de Salvador Dalí.Y es que Jacques Lacan fue gran amigo de los surrealistas. Pero también se exhibe El Origen del Mundo de Gustave Courbet. Esta obra la adquirió el propio Lacan en 1955. Fue su hija Judith Miller quien al heredarla la donó al Museo de Orsay.Para la muestra, esta pintura de Courbet se exhibe junto a un paisaje de André Masson que Lacan mandó a pintar para sobreponer y "ocultar" el Origen del Mundo. Es la primera vez que se pueden ver juntas estas dos obras, una al lado de la otra. 

Radio León
Una aproximación arquitectónica al nuevo Museo de San Isidoro (02/05/2024)

Radio León

Play Episode Listen Later May 2, 2024 13:18


Autor de proyectos como la remodelación del Museo Arqueológico Nacional o el Centro Pompidou de Málaga, el madrileño Juan Pablo Rodríguez Frade firma la reforma y ampliación del Museo de San Isidoro de León, que acaba de ser presentada al público. En nuestra sección semanal sobre Arquitectura leonesa, nuestro colaborador y referente en la materia, Eloy Algorri, comparte sus primeras impresiones en torno a una intervención que ha buscado evitar que el continente no eclipsara ni restara protagonismo a un contenido excepcional desde el punto de vista del patrimonio histórico.

Vida em França
Pompidou expõe Amadeo de Souza-Cardoso em diálogo com Sonia e Robert Delaunay

Vida em França

Play Episode Listen Later Apr 3, 2024 16:20


O Centro Pompidou, em Paris, acolhe entre esta quarta-feira, 3 de Abril, e 9 de Setembro, uma exposição sobre as cumplicidades dos pintores Amadeo de Souza-Cardoso, Sonia e Robert Delaunay. O “triângulo artístico” começou em Paris e continuou em Portugal durante a Primeira Guerra Mundial. Helena de Freitas, uma das curadoras da exposição, destaca que este é um “ponto de viragem" no  reconhecimento da obra do pintor português, oito anos depois da grande retrospectiva no Grand Palais. A exposição “Amadeo de Souza-Cardoso, Sonia et Robert Delaunay. Correspondances" abre ao público esta quarta-feira, 3 de Abril, e está patente até 9 de Setembro. Cerca de trinta obras mostram as “correspondências” formais, temáticas e conceptuais dos três artistas, numa escolha que resultou das “correspondências” de três curadoras - Helena de Freitas, Sophie Goetzmann e Angela Lampe – e de duas instituições – o Centro Pompidou e a Fundação Calouste Gulbenkian.Além de ilustrar as cumplicidades deste “triângulo artístico”, a exposição volta a colocar Amadeo de Souza-Cardoso [1887-1918] entre os nomes que fizeram a história da arte do século XX. A mostra surge oito anos depois da retrospectiva do pintor português no Grand Palais, também comissariada por Helena de Freitas, que encara esta nova exposição como “um ponto de viragem” no reconhecimento internacional de Amadeo de Souza-Cardoso. No fundo, é mais uma tentativa de “colocar o artista neste complicado puzzle da História da Arte, onde ele era uma peça que não existia”.A Curadora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian fez uma visita guiada à RFI e mostrou como o pintor português esteve no centro das vanguardas do seu tempo e como o casal Delaunay se deixou influenciar pela cultura e artesanato popular portugueses.RFI: A exposição está num dos principais museus de arte moderna e contemporânea do mundo e acontece oito anos depois da retrospectiva no Grand Palais, também em Paris. O que representa para o reconhecimento do pintor Amadeo de Souza-Cardoso?Helena de Freitas, Curadora: A exposição do Grand Palais foi muito importante para que esta fosse possível. Esta tem, de facto, para mim, para nós, Fundação Gulbenkian, um significado muito especial porque está no coração de uma grande colecção francesa e internacional. Não é uma exposição à parte, ela está integrada no percurso da colecção e isso é uma das questões mais importantes porque é o patamar de reconhecimento internacional de Amadeo enquanto artista, integrado numa grande colecção internacional.Foi preciso esperar oito anos para voltarmos a ter Amadeo de Souza-Cardoso em Paris…Sim, foi preciso esperar algum tempo. Seja como for, Amadeo tem sido bastante solicitado para empréstimos um pouco por todo o lado. Portanto, há que fazer um trabalho em continuidade e esta exposição, na sequência da grande exposição de 2016, no Grand Palais, vem de alguma maneira estabelecer mais um passo importante nesse caminho que é o caminho de colocar o artista neste complicado puzzle da História da Arte, onde ele era uma peça que não existia. É um trabalho muito difícil, para o qual é preciso muita persistência e muita continuidade. Aqui traça-se um caminho. Este é um ponto muito importante. É uma espécie de ponto de viragem no reconhecimento do artista.Um ponto de viragem? Eu acho que sim, que é um ponto de viragem porque está no coração do Pompidou, durante vários meses. Digamos que é uma pequena grande exposição porque vai estar de 3 de Abril a 9 de Setembro nas salas da colecção do Pompidou. Isto é muito importante.O que conta a exposição? A exposição é a história do encontro entre o artista português Amadeo de Souza-Cardoso e Sonia Delaunay e Robert Delaunay que já se tinham encontrado em Paris durante o período em que o Amadeo viveu em Paris, de 1906 a 1914. Mas durante o período da guerra, quando Amadeo regressa a Portugal, em 1914, Sonia e Robert Delaunay, como refugiados de guerra, instalam-se em Vila do Conde, muito perto de onde o artista português viveu de 1914 até 1918, o ano da sua morte.Portanto, neste período, entre 1915 e 1917, eles desenvolveram projectos e contactos com alguma regularidade. Estes projectos têm um nome chamado “Corporation Nouvelle”, “Nova Corporação”. É uma ideia que nasce em Portugal e que era, de alguma maneira, uma forma de romper as fronteiras desta condição de guerra e de fechamento de fronteiras. Foi um projecto que foi pensado pelos Delaunay, onde Amadeu se inscreveu e era um projecto bastante utópico de realização de “expositions mouvantes”, de exposições itinerantes. São projectos que, de alguma maneira, deslocavam e faziam uma inversão daquilo que fazia a agora chamada Ecole de Paris, do centralismo parisiense. Era uma ideia de quebrar um pouco com essa rigidez de colocar tudo ao centro. É um projecto bastante original, muito moderno e bastante antecipador.E que se concretiza? Eles fazem essas exposições itinerantes?Infelizmente não se concretizaram. Podemos seguir toda a correspondência trocada entre estes três artistas. Estamos aqui a falar deste triângulo artístico, mas há outros artistas neste grupo. Esta exposição só se foca nos três, com as duas colecções: a colecção Gulbenkian e a Colecção Pompidou. A correspondência começou por ser muito amistosa, mas acaba por esfriar no final, quando Amadeo percebe que faz um esforço enorme para participar neste grupo - inclusive fazendo um trabalho que ele considera medíocre, que não lhe interessa, que é um trabalho com aguarelas para fazer uns álbuns de promoção para tentar encontrar meios financeiros para a realização destas exposições. Mas, no final, as exposições não se realizaram e a ideia utópica de desfazer este centralismo acaba por não se concretizar.Este triângulo artístico dá origem a uma exposição mais de 100 anos depois. Como é que surgiu a ideia da exposição e porquê concretizá-la agora?Há um passado nesta exposição. Esta exposição não teria acontecido se não tivesse havido, em 2016, no Grand Palais, uma grande exposição do artista Amadeo de Souza-Cardoso. As coisas, na verdade, acabam por pegar umas nas outras. Eu fui fazer uma conferência sobre o Amadeo, a convite da Fundação Giacometti. Nessa conferência estava uma pessoa que eu não conhecia e que me colocou uma questão pertinente: « Como é que pensa continuar a internacionalização de um artista que ainda é bastante desconhecido do público francês e internacional? » Eu disse: “Olhe que eu tenho pensado bastante no assunto e parece-me que um formato possível seria concretizar pequenos depósitos em museus internacionais e, de alguma maneira, desfazer a reunião de um peso enorme de obras de Amadeo num só museu ou em dois ou três. Portanto, tentar deslocalizar a obra e torná-la mais ampla no sentido da sua geografia, da apresentação ao público.” Esta senhora chama-se Angela Lampe. Acabámos por nos encontrar para falarmos do assunto. E começou então a nossa correspondência, que até está no título desta exposição. Portanto, é uma correspondência entre os três artistas e que está no catálogo - enfim, uma selecção dessa correspondência - e a correspondência das três curadoras para chegarmos a este formato, que é um formato muito leve, bastante ecológico.Na verdade, as obras vieram todas de Lisboa, da Fundação Gulbenkian, para o Museu Pompidou, nesta solução de três artistas de duas colecções e que aqui é apresentada como se fosse em espelho:   de um lado, vemos o desenvolvimento, a base de Amadeo de Souza-Cardoso e, do outro, vemos pontuações muito importantes de Robert e de Sonia Delaunay.À entrada encontramos um grande painel com duas fotografias muito importantes destas correspondências. É uma fotografia de Amadeo em Manhufe, olhando-nos de alto, com o seu olhar superior - como ele gostava de estar em Portugal e em França, como sempre esteve – e, ao lado, da família Sonia e Robert Delaunay e do seu filho Charles, como ele dizia “Le Petit Peintre”. Há aqui a construção deste “élan” familiar entre os três nas duas fotografias.Ambas as fotografias são em Portugal, portanto?Ambas as fotografias são em Portugal. Eu imagino que a fotografia da família Delaunay seja na sua casa de Vila do Conde, que se chamava La Simultanée e que ainda existe com uma placa em Vila do Conde.Porquê “La Simultanée”?Porque era o movimento que eles teorizaram e desenvolveram do ponto de vista artístico, o Simultaneísmo, e portanto, chamaram a casa “La Simultanée”, com uma placa na casa que regista essa memória.Como é que é as cumplicidades deste triângulo artístico são articuladas no percurso da exposição?Tentámos, nesta exposição, sinalizar os pontos de encontro, as ressonâncias, os ecos no trabalho de cada um. Houve períodos em que o trabalho oferece muitas cumplicidades no orfismo, na descoberta da cor e da luz, mas, ao mesmo tempo, também as divergências, os pontos de desencontro e a autonomia de cada um dos artistas. Do lado do Amadeo, tentámos localizar, por exemplo, os discos órficos que ele desenvolve entre 1912 e 1913, mas que já estavam inscritos no seu programa artístico. Por exemplo, há uma pequena aguarela chamada “Clown, Cavalo, Salamandra”, que é uma das aguarelas mais icónicas de Amadeo, em que vemos já inscritos os tais círculos. Portanto, é um trabalho muito precoce, onde se percebe que é desde logo um símbolo, um sinal já do seu trabalho.Um trabalho que Amadeo desenvolve em múltiplas soluções mais próximas dos Delaunay, mas também mais afastadas, quando ele, na fase final, recupera esses círculos, mas objectificando-os, incluindo mesmo, de uma forma um pouco irónica, com moscas lá dentro ou transformando-os em alvos de tiro ao alvo ou em padrões de tecidos. Cada artista, na verdade, apresenta aqui uma autonomia muito forte.Mas vemos semelhanças, como as influências da arte decorativa e popular portuguesa, não é?É muito forte, sem dúvida, porque foi o período em que, de facto, eles estiveram mais próximos, quando o Roberto e Sonia Delaunay se encantaram e se maravilharam com a luz de Portugal, com todo a arte popular, e Amadeo, Eduardo Viana, enfim, há um grupo que de se formou e que iam às feiras, aos mercados, compravam as bonecas populares. Havia um maravilhamento com a arte popular. A Sonia Delaunay reconheceu a luz, os padrões, os objectos da sua Ucrânia e, portanto, há aqui um encontro entre as duas periferias.Quais são as obras em que mais vemos essa influência portuguesa?Temos aqui a pintura talvez mais reveladora desta cumplicidade - “Chanson populaire, la Russe et le Figaro”. As canções populares alimentaram a própria iconografia de Amadeo, de Robert e de Sonia Delaunay. Aquela boneca é uma boneca popular, mas também é a Sónia. Nós sabemos que ela é “a russa”.É um retrato de Sonia Delaunay?É um retrato de Sonia Delaunay evidentemente, embora não seja explícito.  “Le Figaro” é o jornal que ambos liam em Vila do Conde. Depois, nestas pinturas de Amadeo [“Título desconhecido (Máquina registadora)” e “Título desconhecido (Entrada)”] também é importante perceber a introdução de publicidade, tecidos, padrões que depois encontramos em Sonia Delaunay. A ideia das marcas está aqui também presente, mas sobretudo nestas duas pinturas “Nature Morte Portugaise [1916], onde nós vemos a sugestão dos frutos, dos mercados e, sobretudo, a luz e a vibração das formas, articuladas com a luz muito presente e muito forte, os potes…E aqui uma mesa claramente portuguesa [‘La Verseuse', 1916], com a melancia, com a representação dos frutos, com as cerâmicas, o pano que evidentemente brilhou nos olhos de Sonia Delaunay porque são, de facto, muito próximos de uma cultura popular também ucraniana, a que ela evidentemente era muito ligada.Portanto, há aqui algumas pinturas que são muito próximas. Como também este trabalho de Sonia Delaunay [“La Prose du Transsibérien et de la Petite Jehanne de France”] se encontra com “A Lenda de São Julião Hospitaleiro”, o manuscrito que Amadeo fez a partir de Flaubert, em 1913. Amadeo foi até mais antecipador nessa articulação entre texto e imagem no manuscrito de Flaubert, “A Lenda de São Julião Hospitaleiro” e esse manuscrito está aqui aberto e passamos todas as páginas em vídeo de modo a que o público possa aperceber-se da riqueza e da modernidade daquelas soluções que são muito avançadas para o seu tempo e muitíssimo precoces.Também nesta aguarela de Amadeo [“Canção d'Açude - Poema em Cor”], de 1913, na mesma data da prosa do Transiberiano, vemos um poema, mas um poema absolutamente articulado com as representações figurativas, em que as próprias letras, as próprias palavras já têm uma dimensão de imagem. Portanto, tudo isto é muitíssimo antecipador no seu tempo. Aqui é um grande sinal luminoso da criatividade e da inventividade do artista Amadeo de Souza-Cardoso.Por que é que Robert e Sonia Delaunay vão para Portugal? Quanto tempo lá ficam?Eles ficam durante dois anos, em períodos entrecortados, porque foi uma passagem muito atribulada. Eles são refugiados da guerra. Claramente, o Roberto teve que ser refugiado, ele era reformado, tinha problemas cardíacos e a ideia era mesmo estar refugiado. Foi, segundo eles, uma passagem de sonho pela Península Ibérica, em Vila do Conde e, mais tarde, em Espanha.Sonia Delaunay chegou a estar presa em Portugal, uma semana?Sim, é verdade. Houve uma confusão com os seus círculos. Imaginou-se que eles seriam códigos cifrados de mensagens para os alemães. Enfim, os círculos que sempre fizeram parte do seu trabalho! Portanto, foi um gigantesco equívoco e acabou por estar fechada e prisioneira. Revistaram-lhe todas as coisas. Foi um momento muito difícil para o casal e, na verdade, foi o Amadeo quem intercedeu, quem a ajudou e conseguiu resolver esse problema e esse equívoco. Sonia e Robert Delaunay ficaram-lhe muito gratos.

Cultura
Paris realiza 'Olimpíada cultural' com programação artística durante os JO 2024

Cultura

Play Episode Listen Later Feb 2, 2024 6:04


Desde a Grécia Antiga, cultura e esporte convivem enquanto parâmetros de civilização, mas a ideia de combinar atletas e artistas remonta à criação dos Jogos Olímpicos modernos: em 1912, a escultura, a arquitetura, a literatura, a música e a pintura tornaram-se modalidades olímpicas. Embora as artes não sejam mais consideradas olímpicas desde 1949, cada edição dos Jogos inclui uma Olimpíada Cultural, evento paralelo que está incluído na Carta Olímpica, documento que enquadra a competição. Em Paris 2024, não será diferente, segundo a secretária de Cultura da capital francesa, Carine Rolland. "A Olimpíada Cultural é uma obrigação imposta à cidade-sede dos Jogos como parte do relacionamento entre a cidade-sede e o Comitê Olímpico Internacional. Ela remonta aos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 e, desde então, sempre que sediamos um desses eventos olímpicos e paraolímpicos, somos obrigados a participar. Nos eventos olímpicos e paraolímpicos, as atividades culturais devem ser planejadas para acompanhar a chegada do evento. "Assim que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio terminaram, entramos na Olimpíada Cultural de Paris 2024, que deve organizar o evento cultural além do evento esportivo. E, dentro dessa obrigação, para a prefeita de Paris, e para mim ao lado dela, essa foi uma oportunidade maravilhosa de dar vida aos Jogos por meio da cultura em uma cidade que está muito empenhada em fazer da cultura um meio de construir a sociedade", diz Rolland."Portanto, não se trata apenas de entretenimento, de dizer que durante os Jogos Olímpicos é bom ter outras atividades, além dos eventos esportivos. É uma maneira de dizer que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são um momento extremamente importante para Paris. Estamos fazendo tudo o que podemos para que tudo dê certo, e a cultura é parte integrante disso, e vamos fazer desta uma Olimpíada cultural a mais unificadora possível", completa a secretária de Cultura de Paris.Com Paris 2024, a cidade deseja aproveitar esses eventos culturais para "promover os vínculos entre arte e esporte, incentivar o diálogo entre territórios, ocupar o espaço público e, de forma mais ampla, reunir as culturas do mundo num mesmo evento olímpico"."Isso já está acontecendo desde o outono de 2021. Temos um grande evento artístico chamado Nuit Blanche. No outono de 2021, ela já tinha sido inteiramente dedicada à Olimpíada Cultural. Foi uma harmonia de eventos durante a noite em Paris e nos arredores, reunindo arte e esporte. Foi o primeiro grande evento a sair do papel. Desde então, muitas coisas estão acontecendo", afirma Rolland."Em outras palavras, a longo prazo, houve residências de artistas em ambientes esportivos. Isso pode ter existido no passado, mas não foi pensado de forma tão abrangente, de forma tão forte. Agora, os artistas estão se instalando em instalações esportivas e clubes esportivos. E isso dá origem a criações cruzadas que serão apresentadas na época dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, um pouco antes, na primavera", sublinha.Desde o lançamento da Olimpíada Cultural de Paris, em outubro de 2021, a cultura foi introduzida em novos ambientes e espaços públicos, e o esporte serviu de inspiração para novas formas de expressão artística. "O mesmo vale para os jovens. Os jovens parisienses há muito tempo têm acesso a cursos de esportes durante as férias. Desde o início da Olimpíada Cultural, propusemos que um certo número desses cursos incluísse atividades esportivas e artísticas de meio período. É o chamado Paris sport, vacances et culture. E todo verão, há eventos artísticos no espaço público que combinam arte e esporte", relembra."No final das contas, o que quero dizer é que estamos realmente inventando coisas novas. Pode ser que haja um show ou outro. Veremos no próximo verão. Você já sabe o que será feito nas ruas ou praças de Paris. Estou pensando em uma grande criação do [diretor de teatro e dramaturgo] Mohamed El Khatib chamada Stadium, que está diretamente relacionada ao esporte. Então Mohamed El Khatib vai fazer o Stadium XXL, porque tudo é maior durante os JO de Paris 2024", afirma.Outros destaques da Olimpíada CulturalJean-Max Colard, curador de um dos maiores centros de arte contemporânea da capital francesa, o Centro Pompidou, contou à RFI que eventos estão planejados com a etiqueta "Olimpíada Cultural". "É claro que acho muito importante que uma instituição como o Centro Pompidou participe dos Jogos Olímpicos. É importante que as instituições culturais não estejam ausentes desse evento nacional e internacional e que não estejam simplesmente voltadas para suas próprias agendas ou seus próprios problemas, mas que também estejam abertas às grandes questões e aos grandes momentos que atravessam nossas sociedades", afirma."Implementamos um programa que já começou, pois criamos uma espécie de visita guiada às coleções uma vez por mês sobre o tema. E isso continua, agora que estamos entrando no ano de 2024. Na primavera, teremos algo extraordinário com o selo da Olimpíada Cultural, uma caça ao tesouro que estamos organizando ao mesmo tempo e em total colaboração com os cinco principais museus nacionais de Paris - o Louvre, a Orangerie, o Museu d'Orsay e o Centro Pompidou – que estão unindo forças para oferecer ao público uma “caça ao tesouro”. É uma maneira bastante interessante de trazer pessoas que se interessam por esporte. É uma forma de levar as pessoas aos museus, de fazê-las ver o local de uma maneira diferente. Também instalaremos na piazza do Centro Pompidou, uma incrível obra de arte, uma escultura do artista Raphaël Zarka. É uma escultura sobre a qual você vai poder andar de skate. Ela se chama Cycloïde Piazza e será incrível para amadores e profissionais desse esporte. E será realmente uma obra de arte no espaço público durante a Olimpíada, na praça pública do Centro Pompidou”, afirma Colard."Ainda é cedo. A realidade é que sabemos que [o programador e organizador] Thomas Joly está preparando grandes surpresas, isso é certo. Às vezes, as surpresas foram um pouco divulgadas, foram divulgadas quando não iam acontecer. Portanto, sabemos que alguns artistas foram previstos e que isso aconteceria, mas no final não será o caso das cerimônias", diz a secretária de Cultura de Paris."Quanto ao resto, nós realmente queremos uma Olimpíada cultural que esteja viva, que esteja em toda a cidade, que possa ser compartilhada. Haverá grandes destaques no palco e em outros lugares, como as cerimônias de abertura e encerramento, que serão assistidas pelo mundo inteiro. Como sabemos, haverá um público incrível para o resto. É uma experiência da cidade que estamos oferecendo naquele momento. Tem que ser algo que possa ser compartilhado por aqueles que estarão lá. Essa é a nossa prioridade", diz Rolland sobre os eventos com o selo da Olimpíada Cultural de Paris 2024.

Podcasteando con amigos
E98 (Especial Arte Contemporáneo): ¿Por qué no gusta?¿Qué es arte y qué no? Límites morales del arte

Podcasteando con amigos

Play Episode Listen Later Jan 27, 2024 67:19


Dirigido y moderado por José Luis Arranz. Hoy nos acompañan Sandra Pedraja, Gloria Arranz, Adolfo Santos y Ángel Caparrós. Opinión, debate y entretenimiento. Buena compañía y buena conversación. * Episodio callejero desde... El Museo Living & Experience Club · Calle Madre de Dios, 11 · 29012-Málaga * Hemos hablado de... · ¿Por qué no gusta el arte contemporáneo? · ¿Qué es arte y qué no es arte? · ¿Hay límites morales en el arte? · ¿Cómo influyen las galerías (o las instituciones públicas) en la promoción del arte? · ¿Cómo podemos hacer que el arte sea más accesible para el público en general? · ¿Suele el arte contemporáneo romper con las corrientes anteriores? · ¿Qué relación tienen la tecnología y el arte? * Directo emitido el... 27 de enero de 2024 * 'Podcasteando con amigos' en... WhatsApp: https://www.podcasteando.es/agora Instagram: https://www.instagram.com/podcasteandoconamigos * Conócenos mejor... GLORIA ARRANZ AVILÉS (Málaga, 2002) es artista plástica y estudiante de cuarto curso de Bellas Artes en la Universidad de Málaga. En 2023 participa en el comisariado colectivo de la exposición 'Más allá del límite' en la Colección del Museo Ruso con la tutorización de Marc Montijano. En el mismo año, presenta el proyecto de gestión cultural La Antigua Tabacalera en el Centro Pompidou de Málaga. En 2024 es beneficiaria de la Beca de Ayudas de Iniciación a la Investigación participando en el proyecto Npsicoartes. SANDRA PEDRAJA es malagueña. Escribe para el Diario Sur desde hace una década, componiendo, con una visión profunda y una perspectiva única, un mapa actualizado de la geografía artística que nos rodea. Pedraja es una voz experta, dedicada a la crítica escénica musical y es una presencia habitual entre los principales exponentes de la producción artística contemporánea en el ámbito andaluz. Trasciende este aspecto, desempeñando una labor de difusión y de gestión cultural con carácter internacional. JOSÉ LUIS ARRANZ SALAS (Málaga, 1968) es Informático y Comunicador. Cuenta con más de 30 años de experiencia profesional en los diferentes sectores de las Tecnologías de la Información, la comunicación y la docencia. Docente vocacional ha impartido cursos en distintos centros y universidades. Es emprendedor en Celinet Soluciones Informáticas. Entrevistador en Entrevistas a Personas Interesantes (Mejor Blog de Actualidad en los Premios 20 Blogs de 20 Minutos). Podcaster en Podcasteando con amigos. Articulista en Mentes Inquietas y otros medios físicos y digitales. ÁNGEL CAPARRÓS VEREDA (Málaga, 1968) es Informático, administrador de sistemas, especializado en diseño y programación de equipamientos electrónicos de automoción, control de acceso, flotas, laboratorios y observatorios astronómicos. Astrófilo desde que vió unos puntos brillantes en el cielo, y constructor de telescopios desde que aprendió a usar la sierra y el martillo. Ha diseñado equipos de software y hardware abierto orientados al control de telescopios y la astrofotografía que, para su sorpresa, aún siguen siendo construidos y usados por aficionados en todo el mundo. Afortunado padre de dos niñas, ignora felizmente todo lo relacionado con el fútbol profesional. ADOLFO SANTOS FLORIDO (Málaga, 1968) es Informático, padre y talibán del asfalto. Cuenta con más de 25 años de experiencia en TIC y especialmente en el Tráfico y la Seguridad Vial con mayúsculas, tema donde piensa que aún no se ha hecho ni innovado lo suficiente. Enamorado de su familia, del Software Libre, de la movilidad sostenible y de los desplazamientos en bicicleta, sueña que algún día será posible atravesar Europa dando pedales con las máximas garantías.

Reserva natural
Reserva natural - Arte, naturaleza y libros - 11/01/24

Reserva natural

Play Episode Listen Later Jan 11, 2024 28:59


¿Cómo ha inspirado la naturaleza a los creadores durante el último siglo? Si esta pregunta os estimula tenéis, sin duda, una cita con una exposición que congrega las obras de grandes artistas de muchas partes del mundo, de un amplio abanico de disciplinas y gran diversidad de formatos. La muestra lleva el nombre de 'Arte y naturaleza. Un siglo de biomorfismo', y a través de ochenta obras nos hace viajar mezclando distintos lenguajes creativos que estimulan en el observador dosis de emoción ante la belleza recreada o de crispación por sus amenazas. Pintores como Kandisnsky, Picasso, O´Keeffe o Klee, fotógrafos como Haussman, arquitectos, cineastas... brillan en esta propuesta expositiva ideada por el Centro Pompidou de París y la Fundación La Caixa. Puede verse todavía en Barcelona hasta el próximo domingo, y en febrero aterrizará en Madrid. Hoy hacemos un recorrido en compañía de Muntsa Ciurana, coordinadora de la exposición dentro de la fundación. Y qué mejor para acompasar esta propuesta que la revista literaria que nos trae cada vez que estrenamos una estación el periodista y escritor, y colaborador de este programa, Javier Morales. Una selección de algunos de los últimos títulos editados que tienen como referente el medio ambiente en un sentido amplio.Escuchar audio

Designaholic
“Llevo la arquitectura en la sangre” — Tatiana Bilbao — designaholic 141

Designaholic

Play Episode Listen Later Nov 28, 2023 76:31


Tatiana Bilbao, nació en la Ciudad de México, estudió arquitectura en la Universidad Iberoamericana y se catapultó a diversas fronteras con proyectos en Europa, Asia y América consiguiendo reconocimientos internacionales. Sus proyectos forman parte del acervo de la Colección de arquitectura del Centro Pompidou en París y ha sido invitada como profesora visitante en diversas universidades como Rise, Columbia y Yale.En el episodio de hoy Tatiana y Jorge Diego platican sobre la visión arquitectónica que Tatiana brinda a los proyectos de su estudio donde la mirada multicultural y multidisciplinaria logra crear espacios humanizados, con la finalidad de abrir nichos para el desarrollo cultural y económico.También, nos platica sobre sus más grandes proyectos al día de hoy y como, tras una trayectoria admirable, aún siente que le queda mucho más por alcanzar.No te pierdas nuestros episodios, publicamos todos los Martes.Síguenos en: Instagram https://www.instagram.com/designaholic.mxFacebook https://www.facebook.com/designaholicmx/Twitter https://twitter.com/designaholicmx Suscríbete a nuestro newsletter semanal “Las 5 de la Semana” aquí: https://bit.ly/30yyPD0Nuestra página web es: http://designaholic.mxTambién te dejo mi cuenta personal donde además de publicar sobre mi estudio y los proyectos que hacemos, comparto mucho más sobre Arte, Arquitectura y Diseño. Instagram https://www.instagram.com/jd_etienneTwitter https://www.twitter.com/jd_etienne Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Crónica Cultural
Huelga en el principal museo de arte moderno de París

Crónica Cultural

Play Episode Listen Later Nov 23, 2023 1:29


El Centro Nacional de arte y de cultura Georges Pompidou hace frente a una huelga de una parte de sus trabajadores, desde el 16 de octubre. Los empleados temen por sus trabajos durante el cierre durante cinco años del museo, debido a una importante renovación del edificio. Cada día las filas de visitantes son largas en el acceso principal del conocido Centro Pompidou, incluso antes de las 11am, hora de apertura. Este inmenso y colorido edificio acoge la colección de arte moderno más extensa de Europa. Sin embargo, el público se topa desde hace más de un mes con una banderola donde se lee “En grève” (En huelga).Este museo multidisciplinario se prepara para una importante renovación que supondrá un cierre total durante cinco años a partir de 2025, y los empleados no tienen ninguna visibilidad sobre sus empleos durante y después de ese período.“Tenemos varias reivindicaciones. La primera es el mantenimiento de las actividades del museo durante el cierre. Habíamos pedido que se abriera un museo temporal para realizar la mayoría de las actividades y exposiciones. Esto fue rechazado por la dirección. Además, muchos empleados temen que sus trabajos desaparezcan en favor de proveedores externos de servicios. Desde hace años estamos viendo ese fenómeno en ciertas áreas donde ya no se contrata. La renovación del museo tiene lugar en este contexto de incertidumbre donde la mayoría de los servicios no sabe que van a hacer en dos o tres años”, explicó Ollivier Melt, representante del sindicato Unsa.Una coalición de sindicatos ha discutido con el presidente del museo, Laurent Le Bon, y el Ministerio de la Cultura francés, sin que se haya llegado a un acuerdo. Al contrario, ambos se han negado a garantizar el retorno de los empleados a sus puestos de trabajo, considerando que es “demasiado pronto” para pronunciarse sobre une reapertura que tendrá lugar en siete años. Por su parte, la titular de Cultura, Rima Abdul Malak, descartó el despliegue de los agentes del museo a una estructura provisional.Más de 50 años después de su inauguración, el Centro Pompidou necesita ponerse al día en materia de seguridad, accesibilidad y sobre todo de remoción del asbesto en su estructura. Las obras durarán hasta enero del 2031.“No estamos en contra de las obras. Pero no se estudió a fondo la posibilidad de llevar a cabo la renovación, manteniendo el museo abierto parcialmente”, agregó Melt, quien detalló que los empleados del Pompidou recondujeron la huelga hasta mediados de diciembre.El martes, el personal de la Biblioteca Pública de Información (BPI), que funciona en las instalaciones del Centro Pompidou, se unió a la huelga. Representantes sindicales de otras instituciones culturales como el Museo del Louvre, la Torre Eiffel o el Museo Picasso, expresaron su solidaridad para con los empleados del Pompidou.

Convidado
Emmanuel Macron inaugurou centro dedicado à língua francesa

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 30, 2023 10:03


Esta segunda-feira, em Villers-Cotterêts, no nordeste de França, o presidente francês Emmanuel Macron inaugurou a Cité Internationale de la Langue Française, o “primeiro projecto dedicado à língua francesa no mundo”, de acordo com a ministra da Cultura, Rima Abdul-Malak. O centro de promoção da língua francesa surge numa altura em que esta língua perde peso no mundo, lembra o historiador de arte Pierre Léglise Costa. A Cité Internationale de la Langue Française abriu portas no palácio onde o rei Francisco I assinou, em 1539, o decreto que impôs a língua francesa para a redacção de textos jurídicos. Vai ser aqui que, em 2024, se vai realizar a cimeira da francofonia porque, de acordo com a ministra da Cultura, o centro pretende ser “o coração palpitante da francofonia”. O palácio fica em Villers-Cotterêts, uma cidade marcada pelo desemprego e pela desindustrialização, dirigida, desde 2014, pelo autarca da União Nacional (extrema-direita) Franck Briffaut e que, em 2022, viu a então candidata Marine Le Pen a liderar a primeira e segunda das eleições presidenciais. Este é o segundo projecto cultural mais caro do Estado francês, depois do restauro da catedral de Notre Dame de Paris. O restauro do palácio de Villers-Cotterêts custou mais de 200 milhões de euros e mobilizou 600 trabalhadores e artesãos.Neste programa, falámos com o historiador de arte Pierre Léglise Costa sobre as ambições culturais e políticas da Cité Internationale de la Langue Française.RFI: O que é a Cité Internationale de la Langue Française e para que serve?Pierre Léglise Costa, Historiador de Arte: Serve para afirmar a língua francesa como uma das línguas mundiais pois é falada em vários continentes. É uma das línguas europeias que, por causa ou graças - segundo o ponto de vista da colonização - existe tanto na América, principalmente no Canadá, como na África francófona, como em certas regiões do Oceano Pacífico, como na Europa - em França, numa parte da Bélgica e numa parte da Suíça. A ideia também nasceu no século XVIII em que o francês era a língua diplomática internacional. Toda a gente falava francês. Na Rússia falava-se francês diplomaticamente. Por exemplo, a imperatriz Catarina da Rússia tinha como convidados escritores franceses importantes. Mesmo um bocadinho antes, no século XVII, filósofos franceses viajavam pela Europa e falavam em francês, claro. Este é “o primeiro projecto dedicado à língua francesa no mundo”, de acordo com a ministra da Cultura. Numa altura em que a França perde politicamente algum peso, nomeadamente, em África, outra ambição simbólica deste projecto cultural é usar a língua como ferramenta de "soft power"? Sim. A França é representada no Conselho da ONU e a língua francesa é uma das três línguas oficiais desde o começo da fundação da União Europeia e depois juntaram-se outras línguas, claro, mas o francês mantém-se uma das três línguas de comunicação. A meu ver, e só a meu ver, era mais interessante falar em francês, em alemão, em português ou noutra língua do que em inglês porque agora, além da Irlanda, já não se justifica que o inglês seja a única língua de comunicação da União Europeia porque o Reino Unido já não pertence à União Europeia.Então, se esse peso da língua francesa já existe, porquê criar um espaço específico para o exibir?A meu ver -mas eu penso que não sou o único - precisamente porque a força da língua francesa está a perder peso no mundo consideravelmente. Quando eu vejo os próprios franceses comunicarem em inglês internacionalmente. Por exemplo, Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] fala perfeitamente francês, mas a maior parte do tempo exprime-se em inglês, nem sequer na sua própria língua, o alemão. Daí, uma posição de reivindicação da importância da língua francesa que literariamente, culturalmente, principalmente no mundo ocidental, é uma língua primordial.A língua francesa é também, digamos, um elemento identitário. Este palácio que estava abandonado e que foi restaurado situa-se em Villers-Cotterêts numa localidade marcada pelo desemprego e pela desindustrialização e que há vários anos se virou para a extrema-direita. O que representa a implantação deste espaço da língua francesa em terras da União Nacional de Marine Le Pen?A cidade de Villers-Cotterêts, de facto, tem como presidente de câmara um homem de extrema-direita, mas isso pode mudar. A eleição de um presidente de câmara ou a eleição de um deputado varia, não é uma coisa definitiva e espero que não seja uma coisa definitiva. Foi também uma cidade onde Marine Le Pen, em 2022, venceu as duas voltas das eleições presidenciais…Tem toda a razão, mas é uma zona que está em grandes dificuldades económicas e outras. O grande palácio de Villers-Cotterêt é nacional, não pertence à câmara. É um monumento nacional francês. É, de certo modo, independente da vontade ou das atitudes ou da política do presidente da câmara local e da região porque é um monumento nacional.Até porque o restauro deste palácio custou mais de 200 milhões de euros e foi financiado pelo Estado...Pois, é o Estado porque é um momento nacional e é um monumento que foi classificado nos monumentos nacionais importantes. É um palácio bastante antigo. No começo, havia já um castelo, palácio, no século XIII. Depois, no século XVI tornou-se um palácio importante. O rei Francisco I transformou o palácio. Depois, Luís XIV ofereceu o palácio ao irmão, ao Duque d'Orléans, que o transformou e que fez do palácio um centro de cultura e de diversas actividades culturais e musicais. Caiu um bocadinho no século XVIII e, depois, sobretudo no século XIX foi uma escola, foi um hospital, foi várias coisas e depois ficou meio abandonado. Recentemente, foi recuperado. Justificam-se estes 200 milhões de euros de restauro?É melhor utilizar 200 milhões de euros no restauro de um monumento nacional, de uma língua francesa, num museu para a educação e a cultura, do que na guerra. A França é um país rico. A gente esquece que a França é um país rico e que existem grandes fortunas. Porque não utilizar esse dinheiro para um restauro, não somente arquitectónico, mas sobretudo para uma finalidade positiva? Do ponto de vista francófono - não só francês, mas francófono porque o museu é um museu sobre a francofonia - a ideia é manter uma língua, mas também através da língua. A língua não vale só por ela própria, vale por tudo o que ela transmite: a cultura, as artes, as ciências, tudo isso se passa através também da língua e da história da língua. Portanto, a história de uma francofonia e da língua escrita. Há uma tradição em França, uma ambição também, de os Presidentes deixarem um museu como "legado". Foi o caso do Centro Pompidou, foi o caso do Quai Branly. Agora, Emmanuel Macron aposta nesta Cité Internationale de la Langue Française numa cidade dominada pela extrema-direita. Há aqui mais um peso simbólico de um legado de Emmanuel Macron?Sim, muito provavelmente, eu não estou na cabeça, nem no escritório do Presidente, mas muito provavelmente foi para fazer como todos os Presidentes, excepto um ou dois. Marcar fisicamente, materialmente a importância da cultura em França. O Centro Pompidou assinalou uma revolução, tanto arquitectónica e sobretudo por tudo o que contém. Quer dizer, é um centro cultural geral, é uma biblioteca muito importante, é um museu de arte moderna e contemporânea de grande importância até mesmo internacional. O Museu do Quai Branly é um museu em que a cultura francesa se expande para outras civilizações. Agora, porque não a língua francesa num momento em que precisamente a influência da língua francesa em África, por exemplo, está a perder-se por razões políticas, militares e outras? Curiosamente, no outro dia estava a ver na televisão os novos dirigentes do Mali e de outros países da África Ocidental, que expulsam os militares franceses, a falarem em francês. Finalmente, a língua mantém-se como meio de comunicação internacional. Porque não uma história geral desta língua francesa? Porque o museu vai ser um museu muito interactivo, tanto tecnologicamente, como em diversos espaços da francofonia. Aliás, aproveito para dizer: porque não a mesma coisa com o português em Portugal. Afinal, o português é também a terceira língua europeia falada no mundo.

Artes
Retrospectiva de artista congolês Chéri Samba no museu Maillol em Paris

Artes

Play Episode Listen Later Oct 18, 2023 10:49


A exposição "Chéri Samba - na colecção de Jean Pigozzi" reúne mais de cinquenta obras em grande formato e é anunciada como a primeira retrospectiva do pintor congolês. A exposição ocupa os dois pisos do museu Maillol, em Paris, e aborda cinco temáticas: Auto-retratos, A mulher, Kinshasa, Congo e África, Geopolítica, História da arte revista e corrigida. "Estou feliz por voltar a ver todos os meus filhos. Considero todas as minhas obras como filhos e voltar a vê-las traz-me uma grande alegria", reage Chéri Samba à retrospectiva que lhe é dedicada desde terça-feira, 17 de Outubro, no museu Maillol, em Paris.Durante o século XX, Chéri Samba tornou-se num dos pintos mais celebres, uma das figuras incontornáveis da arte popular congolesa e da arte urbana dos anos 70. Chéri Samba assume-se como pintor-jornalista, "faço o mesmo trabalho que vocês jornalistas. Sempre me vi como um pintor-jornalista ou um jornalista-pintor", conta.Chéri Samba descobre cedo a sua vocação pelo desenho, deixa a escola aos 16 anos para se instalar em Kinshasa, onde começa a trabalhar na área da publicidade e cria as suas primeiras bandas desenhadas. Em 1975, abre o seu atelier e dá os primeiros passos na pintura figurativa e narrativa, sempre coloridas, incorporando textos em lingala, em kikongo e em francês.A obra de Chéri Samba alimenta-se da actualidade, que interpela, denuncia, caricatura e provoca, sempre com recurso ao humor. "Gosto de explorar a actualidade, mas não qualquer marco da actualidade. O que me interessa é interpelar consciências", conta-nos o pintor, que retrata há mais de quarenta anos o dia-a-dia, expondo conflitos sociais, morais e políticos."Preciso que a minha obra seja fiel ao que quero retratar porque preciso que a minha obra transmita a verdade. À imagem acrescento textos porque até mergulhar nesta aventura da arte não via obras com textos. As pessoas diziam-me: 'nunca vimos obras de arte com texto'. A minha ideia sempre foi a de criar uma nova corrente, que chamo de 'a garra sambaiana'. Por fim, tenho uma terceira preocupação que é a presença de humor. Podemos conquistar a atenção das pessoas através do humor. Podemos chocar as pessoas sem que elas percebam e todos sorriem e riem-se. É isso de que gosto", acresenta Chéri Samba.A obra do pintor congolês vive uma reviravolta em 1989 com a exposição "Mágicos da terra" no Centro Pompidou, que apresenta pela primeira vez artistas dos cinco continentes. Passadas vários anos, é aqui em Paris, no museu Maillol, que Chéri Samba se volta a encontrar com mais de 50 das suas obras, "as minhas crianças", como diz. "Nunca pensei que as minhas obras tinham desaparecido, antes pelo contrário, sei que as minhas crianças estão em boas mão. Se as tivesse guardado em casa teria feito um mau trabalho porque é preciso que as obras circulem, para que sejam vistas por todos", conta.As guerras preocupam Chéri Samba, ele que diz não perceber que haja "pessoas com a inteligência de construir armas para matar homens. Não estamos a falar de estupidez, estamos a falar de inteligência em favor da maldade. Não percebo isto e é o que mais me preocupa hoje", admite o artista congolês.O artista plástico guineense, Nú Barreto, descreve Chéri Samba como "um dos raros artistas africanos a ser coleccionado no MoMA, em Nova Iorque, ou no Centro Pompidou, em Paris. São raros os artistas que conseguem chegar a este patamar. É dos maiores artistas críticos que arrasta preocupações sobre a sociedade, a política, a economia e o quotidiano", acrescentando que "Chéri Samba continua a ser uma referência, com um lugar de destaque no mundo".No celebre tríptico "que futuro para a arte", obra "manifesto" apresentada em 1997, Chéri Samba critica a falta de representação de artistas africanos nos museus ocidentais. De forma provocadora, o artista congolês questiona se esta indiferença das instituições não revela uma forma de racismo. À pergunta colocada em 97 "Que futuro para a arte?" - Chéri Samba diz já ter encontrado a resposta. "Na altura, havia artistas que não eram reconhecidos como artistas por serem africanos. A única justificação que nos davam era o facto de não existirem museus e galerias em África. Nada disto fazia sentido", concluiu.Quando Chéri Samba evoca no seu trabalho "esta lacuna imensa", a ausência da arte africana em país ocidentais, ele força países a desenvolverem-se como foi o caso "do Benim, da Nigéria ou do Gana, que têm mostrado preocupações culturais. O Congo também está a fazer um trabalho de fundo. Está a desenvolver-se e isso é primordial", acrescenta Nú Barreto.A exposição "Chéri Samba - na colecção de Jean Pigozzi" pode ser vista no museu Maillol até 7 de Abril do próximo ano.

Appleton Podcast
Episódio 109 - "A magia, o olhar. A percepção." - Conversa com Francisco Tropa

Appleton Podcast

Play Episode Listen Later Oct 12, 2023 109:33


Francisco Tropa nasceu em 1968 e vive e trabalha em Lisboa.O tempo, os contos e a estética formal são os principais elementos do seu trabalho. O artista liga histórias, recontando mitologias, tecnologias, ciência e sociedades. Tropa utiliza vários meios - escultura, desenho, performance, gravura, instalação, fotografia e filme - para transmitir uma série de reflexões catalisadas pelas diferentes tradições da escultura e da ciência. As suas instalações abundam em objectos precisos e preciosos, formas geométricas e elaboradas, protótipos delicados e máquinas complexas. A noção de tempo é o elemento mais evidente das suas peças. O tempo é também determinante no trabalho de atelier do artista, que por vezes desenvolve os seus projectos ao longo de vários anos.Para além de representar Portugal na Bienal de Veneza (2011), participou também na Bienal de Rennes (2012), na Bienal de Istambul (2011), na Manifesta (2000), na Bienal de Melbourne (1999) e na Bienal de São Paulo (1998). Algumas das suas exposições individuais mais recentes incluem: O Coração e os Pulmões, Museu de arte moderna de Paris, França (2022); Che Vuoi? Le Creux de l'Enfer, Thiers, França (2022); O Pirgo de Chaves, Fundaçào Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal (2019); Scripta, Centro National da Dança, Paris, França (2018); Gigante, Centro Pompidou, Paris, França (2018); Links:https://www.galeriewolff.com/artists/Francisco-Tropa https://www.quadradoazul.pt/en/qa/artist/francisco/ https://www.serralves.pt/ https://contemporanea.pt/edicoes/01-02-03-2023/francisco-tropa-o-coracao-e-os-pulmoes https://gulbenkian.pt/cam/agenda/francisco-tropa/ https://www.publico.pt/2011/04/20/culturaipsilon/noticia/francisco-tropa-apresenta-scenario-que-representa-portugal-em-veneza-1490628 https://makingarthappen.com/2011/06/12/bienal-de-veneza-2011-francisco-tropa/ Episódio gravado a 05.10.2023 http://www.appleton.pt Mecenas Appleton:HCI / Colecção Maria e Armando Cabral / A2P / MyStory Hotels Apoio:Câmara Municipal de Lisboa

Cultura
Reconhecimento inédito pela França de obras espoliadas pelos nazistas vai facilitar devolução

Cultura

Play Episode Listen Later Jul 24, 2023 6:16


Durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 100.000 obras de arte foram roubadas dos judeus pelos nazistas na França. Pinturas, esculturas, objetos de arte e até instrumentos musicais foram saqueados, e tiveram de ser recuperados e devolvidos após a guerra. Quase 80 anos após a Liberação, algumas obras ainda não voltaram a seus proprietários, ou melhor, aos descendentes de seus proprietários. Uma lei inédita que reconhece essas espoliações foi promulgada no país no domingo (23).   A nova regulamentação vai facilitar a restituição dessas propriedades saqueadas dos judeus entre 1933 e 1945. Muitos historiadores dedicam suas carreiras a rastrear essas obras, que geralmente são exibidas publicamente em museus. Identificá-las, provar sua espoliação e depois devolvê-las é, no entanto, uma tarefa meticulosa que pode levar anos.A nova lei facilitará aos descendentes de famílias saqueadas pelos nazistas a recuperação de suas propriedades. O alvo são as coleções públicas francesas, que supostamente contêm dezenas de pinturas, escritos e objetos tirados pelos nazistas de seus proprietários entre a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, e o fim da Segunda Guerra Mundial. Em termos práticos, essa nova lei possibilitará o desvinculamento de determinadas obras do patrimônio público por decreto, após a realização de todas as verificações habituais, para que elas possam ser rapidamente devolvidas aos legítimos proprietários que foram vítimas da perseguição nazista. Até agora, era necessário ter paciência enquanto o vaivém parlamentar autorizava ou não a restituição de uma obra de coleções públicas.Missão especial para identificar obras roubadas por nazistasA devolução dessas obras deve ser ainda mais rápida porque, em 2019, a França criou uma Missão de Busca e Apreensão de Bens Espoliados para identificar obras culturais de procedência duvidosa.Até abril de 2023, 15 obras de coleções públicas francesas já haviam sido devolvidas aos seus legítimos proprietários, após anos de resistência administrativa. Com essa nova lei, os atrasos devem ser bastante reduzidos.A via-crúcis dos descendentesO cheiro de tabaco se espalha pela sala de estar de May Monteux. O cômodo não é tão pequeno, mas parece apertado: está cheio de móveis, com as prateleiras transbordando de livros, esculturas e bugigangas. Cada centímetro quadrado da parede é coberto por pinturas, algumas das quais têm uma história especial: foram roubadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.Seu proprietário era Marcel Monteux, avô de May. Esse colecionador de arte foi roubado por ser judeu. "Ele foi preso, internado no campo de Drancy em 31 de julho de 1944 e deportado para Auschwitz no comboio nº 77", diz sua neta à RFI, sentada em frente a uma xícara de café e algumas fotos antigas. "Ele não teve sorte, pois no dia seguinte houve uma greve dos ferroviários e os trens pararam de circular. Ele morreu assim que chegou; pegou tifo e não sobreviveu", lembra.Hoje, May, de 90 anos, continua a luta de sua avó, sua "ídola" que, durante a Liberação, conseguiu que muitas obras de arte pertencentes a Marcel Monteux lhe fossem devolvidas. O próprio colecionador está imortalizado em uma pintura: um jovem elegante de terno e gravata borboleta, posando com um charuto e um jornal. A pintura está pendurada na sala de estar de May, em frente ao sofá.Notas amareladas pelo tempoPara localizar as obras saqueadas que não foram devolvidas à sua família, a aposentada contou com a ajuda da historiadora Emmanuelle Polack, especialista no mercado de arte durante a Ocupação nazista na França."Ela dispunha de uma lista bastante vaga, porque meu avô, seu marido, era um jogador e um grande gastador", ironiza May. Por exemplo, quando ele pedia dinheiro emprestado, penhorava um quadro. Então, para não se confundir, ele fazia uma lista", relata a descendente. Uma espécie de inventário, portanto, da coleção de Marcel Monteux.Graças a essas anotações rabiscadas em papéis amarelados, May e Emmanuelle Polack conseguiram encontrar mais evidências para obter a devolução de uma pintura: Bord de rivière reflété dans l'eau, de Camille Bombois. A pintura está exposta em um museu em Passau, na Alemanha. No decorrer de seu trabalho, a historiadora viu essa pintura, cuja procedência era suspeita, e entrou em contato com o descendente do colecionador. Uma segunda pintura, exibida no mesmo museu alemão, também foi identificada como pertencente à família Monteux e retrata Jean-Paul Monteux, pai de May, pintado por Maurice Denis. No final do processo, duas obras foram encontradas e devem ser devolvidas nas próximas semanas."Razzia""Hitler foi recusado durante duas vezes na Escola de Belas Artes de Viena, e desenvolveu, por causa disso, uma amargura notável em relação ao episódio. Por causa disso, ele vai instituir um Estado-maior dedicadoà expoliação de obras de arte, especialmente aquelas que pertenciam às famílias judias, com uma cartografia muita precisa dos principais mercadores de arte, nos arredores da Praça Vendôme, em Paris, e igualmente nas grandes galerias da Rive Droite, e, depois, junto aos colecionadores mais famosos, como a família Rotschild", conta Emmanuelle Polack, historiadora e especialista no assunto.Quando Hitler chegou ao poder em 1933, ele não perdeu tempo e começou a fazer espoliações de obras de arte e outras propriedades, visando principalmente os judeus. Na França, a partir do verão de 1940, "houve uma grande pilhagem [Razzia, na expressão como é utilizada em francês, usando a palavra de raiz árabe]", explica Polack. Cerca de 450 caixas [cheias de obras de arte, nota do editor] foram levadas para a embaixada alemã. Rapidamente, não havia espaço suficiente, então o Louvre ofereceu três salas e, finalmente, o Musée du Jeu de Paume tornou-se o local para armazenar as obras espoliadas", lembra a expert.Após a Liberação, 60.000 objetos culturais saqueados foram devolvidos à França, graças ao trabalho da combatente da Resistência Francesa, Rose Valland. Uma grande parte foi devolvida, mas cerca de 2.000 pinturas, esculturas e objetos de arte cujos proprietários não puderam ser identificados ou encontrados foram confiados a museus franceses. Essas obras não pertencem aos museus nacionais", explica Emmanuelle Polack. "Eles são seus únicos protetores. Cabe a eles continuar a pesquisa de procedência", insiste."Trabalho de memória"Há vários anos, a historiadora vem ajudando o Louvre a restaurar obras em suas coleções que foram identificadas como espoliadas, ou cuja procedência é suspeita. Ela auxilia os curadores dos departamentos em suas pesquisas, direcionando-os especialmente para arquivos que possam fornecer evidências, como um catálogo de leilão da Ocupação que atestaria uma venda forçada.Mas a busca pela procedência se torna mais complicada a cada ano: os proprietários das obras, ou seus descendentes, desaparecem ou não sabem que sua família foi vítima de espoliação. Emmanuelle Polack é consciente disso: "Nunca conseguiremos devolver todas as obras, mas o que é realmente importante é fazer esse trabalho de memória. Parece-me que devemos isso à lembrança das vítimas dos abusos da Segunda Guerra Mundial, afirma à RFI.Antes da lei promulgada no domingo (23), mesmo quando uma obra era identificada como saqueada de um museu francês, era necessário recorrer à Justiça para devolvê-la, pois as coleções nacionais são inalienáveis. A nova regulamentação facilita as restituições.Um Chagall devolvido a herdeiros é leiloado por US$ 7,4 milhõesUma pintura de Marc Chagall, que está entre as 15 obras roubadas pelos nazistas e devolvidas pela França aos herdeiros das famílias saqueadas em abril do ano passado, foi vendida por US$ 7,4 milhões em novembro de 2022 em um leilão organizado em Nova York.A pintura a óleo "O Pai", pintada em 1911, foi adquirida em 1928 pelo luthier polonês David Cender, que perdeu todos os seus bens quando foi forçado a viver no gueto judeu de Lodz.Deportado para o campo de Auschwitz, onde a mulher e a filha perderam a vida, o músico sobreviveu e passou a morar na França em 1958, onde faleceu em 1966, sem recuperar sua pintura.Nesse ínterim, a obra foi exibida em exposições de arte e ficou demonstrado que foi o próprio Chagall quem a comprou de volta, provavelmente entre 1947 e 1953, desconhecendo sua origem, segundo o Ministério da Cultura francês.Após a morte na França do artista judeu de origem russa em 1985, "O Pai" passou a fazer parte das Coleções Nacionais em 1988, antes de ser enviado ao Centro Pompidou e preservado no Museu de Arte e História do Judaísmo de Paris.(Com informações recolhidas por Marion Cazanove, da RFI, e agências)

LA FARÁNDULA
LA FARÁNDULA. Gero Domínguez

LA FARÁNDULA

Play Episode Listen Later Apr 28, 2023 30:01


Hoy celebramos el Día Internacional de la Danza con Gero Domínguez. Este bailaor nacido en Málaga, se crió y formó en el Conservatorio Superior de Danza. Gero ha bailado por todo el mundo, ha sido bailarín solista en la ópera 'Carmen' de Calixto Beito y ha creado su propia compañía. Mañana estrena en el Auditorio del Centro Pompidou de Málaga, su pieza 'El Primer Círculo', junto a Nuria Estébanez. -- Escúchanos en Canal Málaga Radio y en tu plataforma de podcast favorita. -- Síguenos en @lafarandulaenpodcast_

Enfoque internacional
Bloquean el Museo del Louvre en protesta por la reforma de las pensiones

Enfoque internacional

Play Episode Listen Later Mar 27, 2023 1:58


En vísperas de la décima jornada de huelgas y protestas contra la cuestionada reforma de las pensiones, el Museo del Louvre de París fue bloqueado este lunes por sus empleados. "Esta iniciativa se inscribe en la continuación de la movilización sindical para exigir que se retire la reforma de las pensiones", explican los empleados en huelga.  Este lunes 27 de marzo centenares de turistas se quedaron sin poder acceder al Museo del Louvre en París. En la víspera de una nueva gran jornada de movilización contra la reforma de pensiones, empleados del museo y sindicatos del sector cultural se pusieron en huelga y bloquearon las entradas de la institución. Es la primera vez desde el inicio de las protestas en diciembre, que el Louvre cierra sus puertas debido a la huelga.  Frente a una fila interminable de turistas boquiabiertos, los empleados del Museo del Louvre se congregaron para bloquear la entrada ubicada en la célebre pirámide de vidrio. Este martes, día de protestas, el museo cierra como cada semana, por eso decidieron bloquear la institución el lunes. Para Christian Gallani, portavoz de la CGT, qué mejor manera de visibilizar las demandas del sector cultural que con el mayor símbolo de las artes en Francia.  "Reclamamos más empleos. En 14 años, este museo perdió 200 puestos de trabajo. Exigimos que se creen empleos, para que de ese modo se aumenten las cotizaciones sociales que permitan financiar las pensiones. Fue aquí en el Museo del Louvre que nuestro presidente Macron vino a celebrar su primera victoria electoral. Se presentó como un faraón frente a la pirámide pero ahora ha perdido su poder", explica.  A unos metros, los turistas aguardan, divididos entre la incomprensión, la simpatía y la rabia ante la movilización contra el retraso de la edad de jubilación. "Nosotros en Argentina nos jubilamos a los 70 años y las mujeres a los 65, así que esto no es nada. Que se pongan a laborar. Ya nos cancelaron un primer vuelo de Madrid a París por las huelgas. No puede ser. Salimos de Argentina con lío y vinimos al lío", dice un turista argentino que ha venido a visitar París con su madre. Otra familia de españoles se resigna, salvo la hija pequeña que llora porque dice "no voy a poder ver a la Mona Lisa".  No muy lejos del Louvre, la policía desalojó la plaza frente al Centro Pompidou, donde estaban reunidos jóvenes manifestantes el domingo a la noche.

Cultura
Cabaret, Asterix e Obelix e homenagens a Picasso prometem animar a agenda cultural francesa de 2023

Cultura

Play Episode Listen Later Jan 6, 2023 7:29


O ano novo revela também o início de uma agenda cultural trepidante para 2023 na França. Pablo Picasso e Marcel Proust serão lembrados em diversos projetos, pelos aniversários de morte. O mundo das artes visuais ainda terá exposições de Degas, Manet, Warhol e Basquiat. A dupla Asterix e Obelix volta às telas esse ano como um dos maiores lançamentos do cinema, enquanto os musicais animam a noite parisiense. Andréia Gomes Durão, da RFI Nas artes visuais, o mundo lembra os 50 anos da morte do mais francês dos espanhóis, o pintor Pablo Picasso. Além disso, a partir de março, o Museu d'Orsay promove um confronto da obra de Edgar Degas com a de Édouard Manet. Outro “duelo” ocupa a Fundação Louis Vuitton, a partir de abril, com uma centena de telas pintadas a quatro mãos pela dupla Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat. Enquanto essas mostras não começam, o público já pode visitar “Décadrage Colonial” (Desconstrução Colonial, em tradução livre), no Centro Pompidou, que explora uma densa história da representação do corpo negro. A exposição exibe fotos do próprio acervo do museu. As imagens mostram imagens pseudocientíficos, fantasias exóticas, erotização, e têm como ponto de partida a Exposição Colonial de 1931, em Paris, e as reações que o evento provocou. “É preciso lembrar que a exposição colonial era uma vitrine do império francês, com 8 milhões de visitantes. Uma produção ilustrada, visual, de produtos derivados, com os visitantes convidados a fazerem ‘a volta ao mundo' em um único dia. E os [artistas] surrealistas, assim como os militantes coloniais da esquerda, se organizam para denunciar essa colonização que é principalmente econômica, mas, também, cultural”, explica Damarice Amao, assistente do gabinete de fotografia do Museu Nacional de Arte Moderna da França e que assina a curadoria da exposição. "Em busca do tempo perdido" Na literatura, 2023 também continua lembrando os cem anos da morte de Marcel Proust (em 22 de novembro de 1922) e a Biblioteca Nacional da França rende homenagem ao autor com uma exposição que evidencia, principalmente, o processo de produção e criação do escritor francês. “O que vai impressionar o público é até que ponto Proust trabalha: ele corrige, escreve à mão, escreve nas entrelinhas, cola papéis quando não tem mais espaço, assim como também faz decupagens para ir mais rápido no seu trabalho, porque ele sempre tinha medo de morrer antes de acabar. E foi o que aconteceu no final. É o trabalho de um homem que estava muito doente, e não é uma doença imaginária, ele realmente sofria de asma, o que não se podia tratar na época", revela Nathalie Mauriac Dyer, diretora de pesquisa do Instituto francês de Textos e Manuscritos Modernos e do Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês). Dyer acrescenta que "Ele [Proust] muito frequentemente tinha crises de asma, o que o impedia de trabalhar. Mas quando ele trabalhava, o fazia de uma forma hercúlea, de uma forma feroz”. Nomeada com o título de sua obra que se tornaria uma das mais importantes da literatura mundial, a exposição “Em busca do tempo perdido” é ambientada na estética da Belle Époque para inserir o visitante na atmosfera mundana vivida por Proust. Enquanto as editoras competem por lançamentos em torno do autor, histórias em quadrinhos, reedições de sua correspondência, múltiplos romances e ensaios ressuscitam o escritor e sua obra nas livrarias. Encontro de dois mundos Já os afeitos à arte mas também à história podem visitar a mostra “Splendeurs des oasis d'Ouzbékistan” (Esplendores dos oásis do Uzbequistão), que ocupa o Museu do Louvre. A exposição traz pinturas murais tiradas dos palácios dos príncipes, joias em ouro, alguns dos mais antigos exemplares conhecidos do Corão, estátuas de perfil grego ou influenciadas pelo budismo. O evento é uma viagem que atravessa sete séculos de história, passando pelas rotas da seda e por uma grande pluralidade de culturas. “A ideia central é o meio entre dois grandes polos, da história antiga até hoje, com a China a leste e o Mediterrâneo, com suas diferentes civilizações, a oeste. O que faz dessa região da Ásia Central um local de diferentes culturas, que liga também o sul e o norte, como o Cazaquistão atual e até mesmo a Sibéria”, conta Rocco Rante, arqueólogo do Departamento de Arte Islâmica do Louvre, que responde pela curadoria científica da mostra. A inauguração teve a presença do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, e do presidente uzbeque, Chavkat Mirzioev. São quase 180 obras de valor inestimável e algumas nunca saíram desta ex-república soviética da Ásia Central, que se tornou essencial no jogo diplomático. Outra exposição, literalmente faraônica, poderá ser visitada a partir de abril, no grande salão de La Villette, que recebe a mostra “Ramsés”. Depois do sucesso de Tutancâmon, o público é convidado a mergulhar no coração do reino de um dos maiores construtores do antigo Egito. Serão mais de 180 peças originais, em que algumas nunca saíram do Egito. "Ramsés e o Ouro dos Faraós" tratá a Paris um tesouro de mais de 3 mil anos entre joias, máscaras reais, além de móveis dos túmulos inviolados da cidade de Tanis. A exposição também oferecerá uma experiência de realidade virtual para o visitante descobrir o templo de Abu Simbel e a tumba de Nefertari. Dos quadrinhos para as telas Dos museus para os cinemas, quem volta à grande tela é uma dupla velha conhecida do público francês. O filme “Asterix e Obelix: O Império do Meio”, dirigido por Guillaume Canet e com um orçamento colossal de € 65 milhões, estreia em fevereiro. Enquanto isso, outro herói das histórias em quadrinhos, Tintim, inspira “Le Parfum Vert” (O Perfume Verde), um filme de espionagem lúdico e engraçado do diretor Nicolas Pariser. “Eu me dei conta de que alguns desenhos de Tintim se pareciam muito com os filmes de Hitchcock, filmes contemporâneos, dos anos 30, se pareciam muito. Eu assisti tanto que, em um determinado momento, me dei conta de que deveria tentar fazer a mesma coisa, na França, hoje. E foi o que aconteceu: Voilà O Perfume Verde”, resume o cineasta.  Mas para quem prefere acreditar que Paris é sempre uma festa, como Hemingway, o mundo dos espetáculos também reserva surpresas. Depois de renunciar aos shows de dançarinas com plumas, o Lido de Paris passa a investir nos musicais. E para inaugurar esta nova fase da icônica casa de shows, nada mais glamuroso do que o clássico musical "Cabaret". O público assiste o espetáculo como se estivesse no Kit Kat Club, com direito a beber enquanto acompanha a performance. "Escolhemos essa forma artística, que consiste em abolir ‘a quarta parede', quer dizer, o obstáculo entre o público e os artistas”, celebra o novo diretor artístico da casa, Jean-Luc Choplin, para quem "o mundo dos espetáculos nunca irá parar". Fiel à versão original, "Cabaret" remete o público à atmosfera de perigo da Berlim dos anos 1930, traduzida pelos filmes em preto e branco, explica Robert Carsen, que responde pela mise en scène do show: “Pensei nessa angústia que eu absolutamente queria levar para o palco, de lembrar as pessoas do perigo do avanço da extrema direita, da ideologia que levou, nessa época, a eventos absolutamente inimagináveis, e de se lembrar do perigo disso neste momento. Nós não estamos à salvo, na França, na Europa, no mundo inteiro. Nós vivemos um momento perigoso.” * Os entrevistados foram ouvidos pelos jornalistas da RFI Muriel Maalouf, Sophie Torlotin, Sébastien Jédor e Isabelle Chenu.

Vida em França
Cidade francesa de Dijon revela “duas facetas” de Vieira da Silva

Vida em França

Play Episode Listen Later Dec 16, 2022 11:45


O Museu de Belas Artes de Dijon, em França, tem patente, de 16 de Dezembro até 3 de Abril, uma retrospectiva da pintora Maria Helena Vieira da Silva. A mostra apresenta “as duas facetas" da sua vida: aquela que ela quis mostrar ao público e aquela que ficou nos arquivos e na colecção de um casal de amigos. Faça a visita connosco neste programa. Maria Helena Vieira da Silva é apresentada como “a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional” pelo Museu de Belas Artes de Dijon que tem patente, desde 16 de Dezembro até 3 de Abril, uma retrospectiva da pintora de origem portuguesa e um piscar de olhos à sua esfera mais privada com a apresentação de obras e formatos menos conhecidos adquiridos por amigos coleccionadores. “Duas facetas” da sua vida, resume uma das comissárias da exposição, Naïs Lefrançois. “Quisemos mostrar duas facetas da vida de Vieira da Silva. Na retrospectiva, a faceta mais conhecida do público, que é comum à exposição do museu de Marselha, com as obras emprestadas de instituições públicas e privadas que estão no segundo andar e que permitem traçar a evolução da sua carreira, desde os trabalhos mais figurativos até às obras mais evanescentes e plenas de luz”, começa por explicar Naïs Lefrançois. “No rés-do-chão está a segunda parte da exposição, dedicado ao espólio do Museu de Belas Artes de Dijon, com 32 obras oriundas de uma doação de coleccionadores parisienses e que deixam ver uma personalidade um pouco menos conhecida, mais engraçada e descontraída, um pouco diferente da obra a que estamos habituados e com uma apresentação de quadros menos conhecidos. Há pequenos formatos, artes gráficas e correspondência inédita”, acrescenta a conservadora do museu francês. A exposição começa com um percurso cronológico da pintora que nasceu em Lisboa, em 1908, e que morreu em 1992, em Paris, a cidade das artes onde ela escolheu viver.  Intitulada “O Olho do Labirinto”, esta primeira parte conta com obras icónicas que já foram apresentadas, entre Junho e Novembro de 2022, no Museu Cantini, em Marselha, e que acompanham a evolução de um trabalho mais figurativo e tangível para uma dimensão de abstracção geométrica e lírica. O olhar do espectador perde-se nas telas labirínticas de enredos e tramas axadrezadas, linhas de fuga e de força que se entrecruzam e implodem em novas perspectivas espaciais e musicais, com referências a cidades, bibliotecas, ateliers, torres, fachadas, escadarias e muito mais. Obra maior, em dimensão e em simbolismo, é “Urbi et Orbi”, uma tela de grande formato que a artista doou ao museu de Dijon, em 1973, como explica a outra comissária da exposição Agnès Werly. “É o maior quadro de Vieira da Silva, tem uma dimensão de três metros por quatro metros. Ela nunca pintou outro quadro tão grande. É uma paisagem e é um quadro realmente muito representativo da sua arte porque mostra essa paisagem enevoada, chuvosa, muito poética e que apela à nossa imaginação. É também uma obra importante para nós porque a artista doou-a ao Museu de Dijon e queria que ele ficasse aqui junto com todas as obras da doação do casal Granville”, descreve Agnès Werly. “Os Granville foram um casal de coleccionadores, Kathleen e Pierre Granville, que conheceram muito bem Vieira da Silva e o marido Arpad Szenes. Eles coleccionaram obras de Vieira da Silva e nos anos 60 quiseram doar a sua colecção a um museu francês. Jacques Tulier, que na altura era professor de história de arte na Universidade da Borgonha, debateu muito com André Malraux, que era então ministro da Cultura, e ele insistiu para que a doação fosse para Dijon. Eles deram 700 obras, nomeadamente 32 de Vieira da Silva”, acrescenta a comissária da exposição. Eis, então, a segunda parte da exposição, intitulada “O Olho dos Coleccionadores”, que apresenta telas de pequeno formato, desenhos, postais e fotografias a mostrarem a cumplicidade entre o casal de coleccionadores e o casal de pintores. Destaque, ainda, para uma caixa de correio decorada por Maria Helena Vieira da Silva, uma encomenda de Pierre Granville para uma prenda especial. “Uma obra surpreendente é esta caixa de correio pintada pela Vieira da Silva e oferecida como prenda à sua amiga Kathleen Granville. É um objecto inesperado numa exposição de pintura. Trata-se de uma caixa de correio normal que o Pierre Granville comprou no Bazar de l'Hôtel de Ville em Paris e depois pediu à Vieira da Silva para a decorar no intuito de a oferecer à sua esposa Kathleen. Esta caixa de correio foi colocada no corredor do prédio deles, em Paris, e era simplesmente uma caixa de correio que servia para receber as cartas. Acabou por ser também doada ao museu com todas as outras obras e serviu durante algum tempo como 'livro de ouro': os visitantes deixavam mensagens lá dentro -  o que não é o caso hoje, mas foi uma história bonita.” No total, estão reunidas cerca de 80 obras da pintora nascida em Portugal mas que foi obrigada a adquirir a nacionalidade francesa em 1956. Das colecções do Museu de Belas Artes de Dijon há 18 pinturas, 17 obras em papel e a tal caixa de correio pintada, ou seja, um dos espólios mais completos da artista em França. Há, ainda, obras oriundas da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, do Comité Arpad Szenes-Vieira da Silva, da galeria Jeanne Bucher Jaeger, do Centro Pompidou, da Fundação Gandur para a Arte de Genebra e dos museus franceses de Colmar, de Grenoble e de Rouen. A homenagem à pintora acontece 30 anos depois da sua morte e pretende recordar a sua importância na reinvenção da arte moderna e na contemporaneidade dos conceitos que ela explorou. Ao longo da sua vida, o trabalho de Maria Helena Vieira da Silva foi amplamente reconhecido, com exposições, retrospectivas e prémios um pouco por todo o mundo. A pintora é apresentada como “a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional” pelo Museu de Belas Artes de Dijon, uma frase que faz todo o sentido para Marina Bairrão Ruivo, directora da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva. “A Maria Helena Vieira da Silva é, de facto, apresentada como a grande referência da arte abstracta do pós-guerra à escala internacional. É verdade. E quanto mais fazemos investigação sobre a obra dela e quanto mais se fazem exposições que mostram a extrema qualidade da obra desta artista, mais esta afirmação se torna verdadeira e mais se percebe a originalidade e a qualidade da sua obra. Primeiro, a obra de Vieira da Silva enquadrava-se na Escola de Paris, mas percebeu-se que esta artista não alinhava com os outros artistas numa coisa muito estabelecida e traçou o seu próprio caminho. É essa originalidade - sobretudo na procura de um espaço próprio, de uma espacialidade que a sua obra conseguiu de uma maneira muito original e notável - é essa redescoberta que hoje em dia ainda surpreende muitas pessoas pela qualidade que faz com que a sua obra ainda tenha, hoje, um lugar exemplar na história da arte do século XX, tanto na história da arte portuguesa, quanto na internacional”, explica Marina Bairrão Ruivo. Com uma enorme projecção internacional enquanto era viva, será que o trabalho de Maria Helena Vieira da Silva continua a chegar ao grande público? Para a directora da fundação criada pela artista, as retrospectivas deste ano de Marselha e Dijon, e outras na agenda, servem simplesmente para relembrar o seu papel na arte do século XX. “Há ideia que a Maria Helena Vieira da Silva terá ficado esquecida durante algum tempo, mas não é bem assim. Eu penso que quando se fazem grandes exposições, ela é relembrada. É apenas isso. Há várias exposições de seguida desta qualidade, como foi a de Marselha e agora a de Dijon; para o ano vamos ter uma enorme exposição em Rabat, Marrocos, sobre a sua obra; em 2024 vai haver uma grande exposição sobre o tema da liberdade nas comemorações do 25 de Abril. São coisas que vão ser muito surpreendentes. Eu penso que não ficou esquecido. Quando as obras dos artistas são mostradas novamente, são é relembradas”, acrescenta. Indissociável das suas telas são as cidades de Lisboa e Paris e as impressões/expressões de Portugal e França. “Portugal e França são indissociáveis na obra de Vieira da Silva. Portugal está na génese da sua essência porque foi lá que ela nasceu. Ela dizia que o seu nome era português, que tinha nascido no Bairro Alto no dia de Santo António, que não podia ser mais portuguesa e foi a Portugal que ela quis deixar a sua obra para se fazer o museu e para guardar a sua memória. Mas foi para Paris que ela quis vir estudar e viver porque em Portugal não podia progredir na sua carreira. Foi em Paris que encontrou o amor e o Arpad [Szenes] com quem casou. Foi em Paris que quis fazer a sua vida e que fez a sua carreira e, de facto, a sua carreira não teria sido tão importante se não estivesse em Paris. Portanto, ambos os países são indissociáveis da sua obra”, sublinha Marina Bairrão Ruivo, relembrando também o papel do Brasil aquando do exílio nos anos 40. Em 1980, Maria Helena Vieira da Silva disse que na sua pintura se via “uma incerteza, um labirinto terrível” mas que nesse labirinto “talvez se encontrasse uma qualquer certeza” e que talvez fosse isso que ela procurasse. Um labirinto de emoções, sensações, memórias para ver no Museu de Belas Artes de Dijon até 3 de Abril de 2023.

Sabiduría Psicodélica
Leo Heiblum: un músico muy inspirador

Sabiduría Psicodélica

Play Episode Listen Later Dec 6, 2022 49:07


En este episodio Yannina Thomassiny entrevista a Leo Heiblum, compositor mexicano que ha hecho la música de la mitad de las películas mexicanas que has visto en el cine. Es productor, asesor y colaborador de músicos tan impresionantes como Patti Smith y Philip Glass. entre muchos otros. Viene regresando a México después de montar una fantástica exposición en el Centro Pompidou de Paris: “Evidence”, un montaje audiovisual que recorre la obra de Arthur Rimbaud, Antonin Artaud y René Daumal. Leo es un ser psicodélico visionario que ha recorrido muchas prácticas espirituales, culturas y sonidos para crear lo que crea. Haciendo impresionantes composiciones con lo que nos rodea. Interesantísimo. Escucha, comparte y dale click a la campanita. www.belurecords.com

Convidado
“O Resto é sombra” de Pedro Costa, Rui Chafes e Paulo Nozolino no Pompidou

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 22, 2022 8:33


Decorre até dia 22 de Agosto a exposição “O Resto é sombra” de Pedro Costa, Rui Chafes e Paulo Nozolino no Centro Georges Pompidou. Com a curadoria de Philippe-Alain Michaud e Jonathan Puthier, a exposição é descrita como uma “apresentação imersiva”.  Uma parede negra a abrir a exposição que começa e termina debaixo do olhar de Ventura, um dos personagens dos filmes de Pedro Costa. O percurso, feito na escuridão, assume uma geografia variável e é definido pelo visitante. Ao microfone da RFI Philippe-Alain Michaud começa por explicar como se cruzam os trabalhos destes três artistas. “A exposição foi iniciada pela Catherine David [uma das curadoras do Museu Nacional de Arte Moderna, no Centro Georges Pompidou] e nós demos seguimento ao projecto. Acompanhamos os artistas na realização da exposição e na cenografia. A decisão de expor a seis mãos sem que fosse uma justaposição de três monografias, mas antes uma interferência, um diálogo entre as obras de três artistas que pertencem a meios diferentes: fotografias, filmes e esculturas. Foi uma uma escolha dos artistas e a nós como curadores cabe-nos a tarefa de os acompanhar e de conseguir concretizar o que eles querem”. Como é que eles se cruzam? “Na escuridão e na cenografia. Cruzam-se na escuridão, na sombra e daí o nome da exposição “O resto é sombra”. É aí que eles se encontram e se cruzam uns com os outros. Trata-se do elemento comum aos três. É na escuridão que eles se mostram.  A escuridão foi uma escolha, uma escolha arriscada. Quando o visitante entra na exposição sente-se desorientado. Fica numa posição de fragilidade. Penso que é importante que os visitantes da exposição sintam não diria esta ameaça, mas o desconforto de ter que caminhar a medo e com recurso ao tacto. Parece-me que esta fragilidade coloca o visitante numa boa posição para receber a exposição”. Jonathan Puthier também ele curador desta exposição fala numa certa “resistência”.  “Para resumir, talvez um termo que Rui Chafes usa, o de resistência. Há ali na forma como dialogam as obras do Pedro [Costa], do Paulo [Nozolino] e do Rui [Chafes], sem dúvida, este princípio de resistência, de resistência a ser facilmente visto. A escuridão produz esta configuração discreta das obras. Nesta exposição nada é fácil. É o visitante que tem de se esforçar para ir em direcção às obras, não são as obras que vêm em direcção a nós.  Para a cenografia trabalhamos com a arquitectura do Centro Pompidou e foi decidida mesmo antes de as obras estarem escolhidas. Para nós curadores é uma forma inversa de preparar a exposição. O que faz com que seja, também, para nós, uma forma de quebrar lugares ou restos de resistência sobre o que poderia ser a produção desta exposição. No final, conseguimos um percurso que prolonga esse distanciamento das fotografias, das esculturas e das imagens projectadas. O que leva o visitante a ser ele próprio a escolher o percurso, a orientação e a descobrir as obras. Outra grande questão que foi levantada foi a falta de texto. Não há texto na exposição, além das informações técnicas das obras expostas. A ideia era precisamente de não existir esse acompanhamento textual que canalizasse a leitura do visitante. Penso que é também para dar este aspecto algo desestabilizador a quem visita a exposição”.  Para o realizador Pedro Costa, a sombra, a escuridão desta exposição mais do que um trabalho de luz é uma arquitectura. “É uma arquitectura. Mais do que um trabalho de luz, é uma arquitectura da arquitecta que trabalha cá”.  Porque há a escuridão e também há todo o trajecto que é meio labiríntico.  “Sim, sendo das paredes escuras e digamos que relativamente apertadas, é um percurso sinuoso, labiríntico, onde as pessoas se podem perder. Perder no bom sentido e encontrar as peças de outra maneira, muitos pontos de vista. Há esquinas como nas ruas, é uma ideia pequeno bairro, pequeno ‘casbah', pequena medina onde há muitas vozes, muitas cores, muitos sopros, murmúrios e gritos, e as coisas passam de umas para as outras com uma circulação interessante, eu acho". A abrir a exposição está o Ventura, com os braços cruzados e as mãos viradas para fora. Numa outra sala, encontramos rostos de mulheres, dos seus filmes, e as mãos de Rui Chaves. Não pode dar aqui a sensação de que elas de alguma forma estavam algemadas? "Nenhum de nós trabalha muito com intenções, de querer fazer uma coisa que diga aquilo ou outro ou exprima isto ou outra coisa. Por mim falo, os meus filmes são aquilo que está ali, são aquela realidade, são pessoas que filmo no trabalho, em repouso, com problemas, que discutem, que monologam… De facto, é uma realidade do nosso país. É uma realidade relativamente esquecida, mas absolutamente maioritária. Eu até diria que o que se vê nesta exposição, por mim, pelos meus filmes, talvez seja 80% da humanidade, para não exagerar. Salvam-se uns resquícios em Saint Tropez e Los Angeles e o resto é aquilo, é isto, é uma grande miséria. Às vezes é muito visível, exterior, outras vezes é interior. Nós, os três, se reflectimos isso e as nossas obras reflectem isso é porque vivemos na realidade e temos alguma consciência dela. Mas não há uma intenção de provocação ou desencadear esses sentimentos. Estamos numa história, estamos no mundo e nesta realidade. Isso vê-se muito nas fotografias do Paulo [Nozolino]. O Paulo atravessou muito a história com a fotografia desde a última guerra, pelo menos, até às guerras mais recentes, até aos efeitos dessas devastações, até esta que se passa agora”.  Isto é uma exposição colectiva ou uma exposição individual onde cada um de vocês se vai cruzando com o outro? "É as duas coisas. Nós não trabalhamos em conjunto, aproximamos coisas. Ou seja, falou da primeira sala, o Rui e o Paulo trabalharam um bocadinho solitariamente e de repente acharam que Paulo tinha aquilo e o Rui tinha aqueloutro e juntos acharam bem. Eu, com o Rui, foi a mesma coisa. Trabalhamos por aproximações.  É um bocadinho como no cinema, colar duas imagens provoca uma terceira, que de facto não existe, é formada pelo espectador, é uma coisa que o visitante imagina ou consegue produzir de juntar aqueles rostos daquelas mulheres por exemplo como a fotografia do Paulo, ou com a escultura do Rui, etc".

Convidado
Temporada Cruzada: Uma ponte cultural entre Portugal e França

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 21, 2022 18:48


Os artistas portugueses estão em destaque em França, este ano, com a Temporada Cruzada Portugal-França. Louvre, Pompidou e Jeu de Paume são alguns dos museus franceses que se associaram a esta iniciativa para mostrar nomes e momentos da arte lusa. Em Portugal, também há uma programação para ir ao encontro da arte francesa. Neste programa, damos palco à Temporada Cruzada Portugal-França. A Temporada Cruzada Portugal-França, iniciada em Fevereiro e que se prolonga até Outubro, tem destacado a arte portuguesa em França e vice-versa. O programa de intercâmbio cultural e diplomático conta com mais de 200 eventos em Portugal e em França, entre exposições, espectáculos de teatro, música, dança, conferências e vários eventos em diferentes cidades dos dois países. Em Paris, por exemplo, os prestigiados Centro Pompidou, Museu do Louvre e o Jeu de Paume abriram as salas à arte portuguesa, a par de tantos outros espaços em França.  O Museu do Louvre tem actualmente uma exposição sobre o Renascimento Português e teve uma escultura monumental de Pedro Cabrita Reis nos jardins do museu. O Centro Pompidou tem uma exposição colectiva de Pedro Costa, Rui Chafes e Paulo Nozolino, enquanto o Jeu de Paume tem patente uma retrospectiva da obra de Pedro Costa. O Museu Cantini, em Marselha, tem uma exposição de Maria Helena Vieira da Silva e a Villa Tamaris Centre d'Art apresenta uma mostra de dez artistas contemporâneos portugueses. Houve, ainda, um festival de história de arte em que esteve o arquitecto Eduardo Souto Moura e muitos outros nomes da cultura portuguesa. Na música, a pianista Maria João Pires inaugurou a Temporada, na Philarmonie de Paris, mas na capital também passaram Fado Bicha, Lina & Raül Refree, Marisa, António Zambujo, Mû Mbana, Luca Argel, Kátia Guerreiro, João Berhan e Sopa de Pedra, entre outros. Marselha também recebeu vários nomes da cultura musical urbana no festival Iminente. O Festival de Avignon, com um novo director português, Tiago Rodrigues, terá também programação portuguesa, assim como várias salas francesas como o Théâtre de la Ville, o Odéon e o Théâtre national de Chaillot em Paris. Em Lisboa, o artista Gérard Fromanger esteve no museu Coleção Berardo e há uma exposição no MAAT do colecionador Antoine de Galbert, por exemplo. No Porto, por exemplo, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira tem uma exposição da cineasta Agnes Varda, o Teatro do Rivoli e o Teatro Nacional de São João tiveram um foco na criação teatral francesa contemporânea. A programação é vasta e pode ser vista aqui. A cultura é mesmo um dos elementos centrais da Temporada, mas também há outras áreas envolvidas. O objetivo é promover os valores europeus, a igualdade de género, o combate às alterações climáticas, a cultura, os oceanos, a língua, a ciência e o conhecimento. O Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, também recebe espectáculos franceses no âmbito da Temporada, e a RFI fez um programa especial em directo deste espaço, esta terça-feira, 21 de Junho, com o director artístico do teatro, Pedro Penim e a comissária da parte portuguesa da Temporada Cruzada, Manuela Júdice. O que ganha a cultura portuguesa com a Temporada e o que está na agenda em Portugal? Algumas das respostas neste programa. (Imagem e som de Romain Ferré e Richard Riffoneau)

Vida em França
Os "restos e as sombras" de Pedro Costa em exposição em Paris

Vida em França

Play Episode Listen Later Jun 16, 2022 17:11


O realizador português Pedro Costa tem neste momento, em Paris, uma exposição, uma retrospectiva, a estreia de um filme e dois livros acabados de ser publicados. É o “momento Pedro Costa” que por estes dias se vive na capital francesa. Acabam de ser publicados os livros Pedro Costa, Les Chambre du cinéaste com cinco textos do filósofo frances Jacques Rancière e Pedro Costa, Cinéaste de la lisière do investigador Antony Fiant. Até dia 26 de Junho está patente nos Jeu de Paume, nos Jardins das Tulherias, uma retrospectiva do realizador que vai desde a sua primeira longa-metragem O Sangue, de 1989, até ao filme Vitalina Varela premiado com o Leopardo de Ouro e prémio de melhor actriz no Festival de Locarno em 2019. Estreou, igualmente, esta quarta-feira em França o filme Cavalo Dinheiro, Ventura na versão francesa. Filme premiado em 2014 em Locardo (melhor realizador), mas inédito até agora nos écrans franceses e que pode ser visto em pleno Quartier Latin, no cinema Mèdicis. Também decorre até dia 22 de Agosto a exposição “O Resto é sombra” de Pedro Costa, Rui Chafes e Paulo Nozolino no Centro Georges Pompidou. Com a curadoria de Philippe-Alain Michaud e Jonathan Puthier, esta “apresentação imersiva”, como é descrita pelo Pompidou, tem uma cenografia labiríntica, com pouca luz, onde o visitante escolhe a geometria do seu percurso. Se a sombra é transversal ao trabalho destes três artistas, o resto também. O resto da luz, o resto das cidades, o resto de casas, de coisas, aquilo que resta da vida das pessoas. A adensar a intensidade da exposição está o barulho constante das demolições filmadas por Pedro Costa nos subúrbios de Lisboa. Foi, precisamente, numa das salas do Centro Pompidou onde decorreu esta conversa como realizador português  Pedro Costa. O resto é sombra. Porquê este título? “Nós, os três, durante muito tempo no trabalho de preparação, preferíamos ter os nossos três nomes como título da exposição. A certa altura o Philippe-Alain [Michaud] e o Jonathan [Puthier] pediram-nos um título para reforçar, para identificar melhor as coisas. É normal haver um título de uma exposição, caso uma coisa de catálogo. E nós pensámos, tínhamos várias ideias, cada um de nós e, a certa altura, reunimos e chegámos a esta citação do Fernando Pessoa, um poema do Pessoa apenas porque contém a palavra “sombra” que é muito comum em nós os três. Nos meus filmes, nas fotografias do Paulo [Nozolino] e mesmo nas esculturas do Rui [Chafes] que são todas em ferro negro. Portanto era uma palavra que se adequava bem. Todos gostávamos, todos aprovámos e passámos ao Philippe-Alain e ao Jonathan, que gostaram bastante. Acontece que é do Pessoa, que é o nosso poeta mais conhecido. Passou do título para os textos e, portanto, agora sabe-se que é uma citação do Pessoa. No meu caso, a palavra “resto” também é importante”.  O que nós vemos nesta exposição é muito o resto da sombra. Aquilo que saí do negro. A exposição é no escuro e o que sobressai são os restos. No seu caso, também mostra muito os restos da vida, os restos da demolição. “Exactamente, é isso mesmo. Tenho a sensação e tenho dito muitas vezes que estou, até pelo lado da produção, pelo lado do cinema, da maneira como se produz um filme, eu trabalho com restos, resto de coisas e restes de pessoas. As pessoas estão a tentar completar-se, estão quebradas, estão partidas. Pelo menos nestes sítios onde eu tenho trabalho há vinte anos e nos filmes tudo são restos, como disse, de casas, de cidades, de comunidades, etc. Enfim, são o que pode ser. Eu filmo com o que se pode apanhar”. De todo o trabalho que têm, e têm imenso, como é que chegaram a esta composição? “Isso foi um trabalho de grupo também com os curadores. A minha ideia, o convite começou por ser feito a mim em 2019, [acabou por ser adiado devido à pandemia], e eu trouxe o Rui [Chafes] e o Paulo [Nozolino] para o projecto. A partir daí começámos a pensar que peças, como compor as salas. Eu tinha feito uma exposição no Porto, no Museu de Serralves, onde duas das peças que estão cá também estavam lá, mas de uma maneira um bocadinho diferente por causa do espaço. O espaço em Serralves é muito diferente daqui, mas uma peça em colaboração com o Rui Chaves e outra com o Paulo Nozolino vieram. Depois tratava-se de compor, alongar com outras peças, com outras fotografias, com outras esculturas e talvez outros filmes. Isso foi uma discussão longa, desde 2019 até quase três meses antes da exposição. Quais as peças, quais as fotografias, como são as salas, a arquitectura, etc. Isso foi discutido em conjunto e chegámos a este resultado um bocadinho em colectivo”.  Esta escuridão também foi decidida por vocês?  “Sim. É uma arquitectura. Mais do que um trabalho de luz, é uma arquitectura da arquitecta que trabalha cá”.  Porque há a escuridão e também há todo o trajecto que é meio labiríntico.  “Sim, sendo das paredes escuras e digamos que relativamente apertadas, é um percurso sinuoso, labiríntico, onde as pessoas se podem perder. Perder no bom sentido e encontrar as peças de outra maneira, muitos pontos de vista. Há esquinas como nas ruas, é uma ideia pequeno bairro, pequeno ‘casbah', pequena medina onde há muitas vozes, muitas cores, muitos sopros, murmúrios e gritos, e as coisas passam de umas para as outras com uma circulação interessante, eu acho". A abrir a exposição está o Ventura, com os braços cruzados e as mãos viradas para fora. Numa outra sala, encontramos rostos de mulheres, dos seus filmes, e as mãos de Rui Chaves. Não pode dar aqui a sensação de que elas de alguma forma estavam algemadas? "Nenhum de nós trabalha muito com intenções, de querer fazer uma coisa que diga aquilo ou outro ou exprima isto ou outra coisa. Por mim falo, os meus filmes são aquilo que está ali, são aquela realidade, são pessoas que filmo no trabalho, em repouso, com problemas, que discutem, que monologam… De facto, é uma realidade do nosso país. É uma realidade relativamente esquecida, mas absolutamente maioritária. Eu até diria que o que se vê nesta exposição, por mim, pelos meus filmes, talvez seja 80% da humanidade, para não exagerar. Salvam-se uns resquícios em Saint Tropez e Los Angeles e o resto é aquilo, é isto, é uma grande miséria. Às vezes é muito visível, exterior, outras vezes é interior. Nós, os três, se reflectimos isso e as nossas obras reflectem isso é porque vivemos na realidade e temos alguma consciência dela. Mas não há uma intenção de provocação ou desencadear esses sentimentos. Estamos numa história, estamos no mundo e nesta realidade. Isso vê-se muito nas fotografias do Paulo [Nozolino]. O Paulo atravessou muito a história com a fotografia desde a última guerra, pelo menos, até às guerras mais recentes, até aos efeitos dessas devastações, até esta que se passa agora”.  Isto é uma exposição colectiva ou uma exposição individual onde cada um de vocês se vai cruzando com o outro? "É as duas coisas. Nós não trabalhamos em conjunto, aproximamos coisas. Ou seja, falou da primeira sala, o Rui e o Paulo trabalharam um bocadinho solitariamente e de repente acharam que Paulo tinha aquilo e o Rui tinha aqueloutro e juntos acharam bem. Eu, com o Rui, foi a mesma coisa. Trabalhamos por aproximações.  É um bocadinho como no cinema, colar duas imagens provoca uma terceira, que de facto não existe, é formada pelo espectador, é uma coisa que o visitante imagina ou consegue produzir de juntar aqueles rostos daquelas mulheres por exemplo como a fotografia do Paulo, ou com a escultura do Rui, etc". Neste momento decorrem várias iniciativas artísticas sobre si em Paris: esta exposição aqui no Centro Pompidou, o filme Ventura que acaba de estrear, uma retrospectiva no Jeu de Paume e há ainda dois livros publicados sobre si, aqui, este ano. É a sua consagração? Como é que olha para isto tudo?  "Não dessa maneira. Esta exposição já tem um passado. Devia ter acontecido há uns tempos e, se calhar, não tinha tanta confluência com outras coisas. O filme estava para sair, estava para estrear e o distribuidor calculou que fosse, talvez, uma altura melhor para o estrear visto haver dois acontecimentos simultâneos. Os livros são, não digo uma coincidência, mas não foram programados. Um foi apressado para sair, de facto, ao mesmo tempo, mas apenas pela circunstância de eu estar aqui durante algum tempo e poder fazer as chamadas apresentações, assinaturas. A pandemia mudou e atrasou isto tudo e fez esta espécie de concordância das coisas todas. É muito bom, claro, para mim".  O filme o Ventura acaba de estrear em França, depois de ter estreado anteriormente (há menos de seis meses) a Vitalina Varela, que é um filme posterior. De alguma forma não o defrauda, digamos assim, que os filmes tenham sido cronologicamente alterados? “Não são filmes da chamada actualidade. A circunstância de estarem trocados, ou seja, deste ser mais antigo e sair agora é simplesmente porque não houve, na altura, 2015, distribuidores interessados ou capazes de estrear o filme.  Só depois do Ventura ser distribuído por uma distribuidora francesa, é que propus esta saída desse filme que estava inédito e eles aceitaram. Está cumprido!” Mas acaba por ser fantástico um filme que fez há algum tempo, estrear agora em França e ter esta repercussão toda?  "Sim, é também porque os filmes que eu faço têm muitas ligações entre eles. A Vitalina, que está neste, já estava na própria Vitalina. O Ventura passa por imensos. As pessoas já conhecem um pouco do trabalho que eu faço, que para o bem é um trabalho que, eu acho que as pessoas acham interessante, sério e importante, espero e para o mal acham que é sempre a mesma coisa: os pobres dos bairros pobres de Lisboa".  Qual é o tempo desta história? Presente? Passado? Aquilo que se vê são os corredores da cabeça do Ventura? "É isso, é isso que disse. Não é mau isso dos corredores, já que há corredores cá em cima, escuros e que levam a diferentes realidades. No Ventura também há fantasmas, pesadelos e não diria traumas mas alguns esquecimentos que lhe aconteceram por volta da data simbólica 25 de Abril. O que se passa no filme é a história desta quebra, queda do Ventura, que é um operário da construção civil que, nesse ano de 1974, começou a perder-se pelas ruas de Lisboa e a perder-se no seu tormento. É uma história pouco contada, mas os emigrantes africanos nessa altura apanharam um grande susto. Tinham vindo para Portugal, vêm para Portugal, à procura de uma vida melhor e, de repente, deparam-se com greves, paragem do trabalho, patrões a fugirem para o Brasil e com soldados na rua. Com soldados contentes e alegres, mas muito ameaçadores para eles, para eles emigrantes que viviam já numa espécie de guetos, de prisões nos arredores e ainda hoje vivem". Essa realidade acaba por ser actual, muito actual ainda. "Eu digo sempre que se o 25 de Abril tivesse sido cumprido, eu não tinha feito estes filmes. Não eram necessários. Portanto se os filmes foram feitos, se este lamento soa verdadeiro é porque alguma coisa ficou por cumprir de um sonho que eu tive, que tiveram todos que eu acho que ainda há muitas pessoas que têm, que alimentam que é o sonho de uma uma espécie de justiça banal entre todos, não digo democracia, mas justiça".

Convidado
Louvre descobre “Idade de Ouro do Renascimento português”

Convidado

Play Episode Listen Later Jun 7, 2022 12:10


O Museu do Louvre apresenta, de 10 de Junho a 10 de Outubro, “A Idade de Ouro do Renascimento português”, com obras de Nuno Gonçalves, Jorge Afonso, Cristóvão de Figueiredo, Gregório Lopes, Mestre da Lourinhã e Frei Carlos. A exposição quer fazer renascer o interesse pela arte portuguesa dos séculos XV e XVI, até agora pouco conhecida em França. Chama-se "L´Age d´Or de la Renaissance Portugaise" ("A Idade de Ouro do Renascimento Português"), tem como palco o museu mais visitado do mundo, o Louvre, e é apresentada como a exposição que faz renascer o interesse pela arte portuguesa dos séculos XV e XVI, até agora pouco conhecida em França. Esta é, também, a primeira exposição de pintura portuguesa no Louvre. A mostra reúne 15 pinturas religiosas de Nuno Gonçalves, Jorge Afonso, Cristóvão de Figueiredo, Gregório Lopes, Mestre da Lourinhã e Frei Carlos. "L´Age d´Or de la Renaissance Portugaise" nasceu de uma colaboração entre o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa e o departamento de pinturas do Museu do Louvre. Na apresentação da exposição, esta terça-feira, que contou com a visita do primeiro-ministro português António Costa, os comissários falaram sobre a importância da colaboração entre ambos os museus. A conservadora da ala de Pinturas do Louvre, Charlotte Chastel-Rousseau, falou sobre a dificuldade em se adquirir pinturas renascentistas portuguesas, mas não excluiu a possibilidade de se abrir no Louvre, mais tarde, uma sala de pintura portuguesa. Por sua vez, o director do Museu Nacional de Arte Antiga, Joaquim Oliveira Caetano, confirmou que “há uma vontade dos dois museus que é de colaborar”. O comissário português desta exposição indicou que a promoção da pintura renascentista portuguesa tem vindo a ser uma das apostas do seu museu “desde a grande exposição dos Primitivos Portugueses, em 2010”, acrescentando que se tem notado “um grande interesse e algumas histórias da arte mais recentes têm vindo a colocar cada vez mais pintura portuguesa dentro da história da pintura europeia”. “É uma área que falta completamente ao Louvre e foi mais ou menos pacífico desde o início que era esta época que íamos apresentar”, resumiu Joaquim Oliveira Caetano. Na sala de apresentação dos novos projectos do departamento de pinturas do Louvre, na Ala Richelieu, a exposição começa com a pintura a óleo e têmpera sobre madeira “São Vicente Atado à Coluna” (1470), de Nuno Gonçalves, pintor régio de D. Afonso V e conhecido autor dos “Painéis de São Vicente”. Talvez seja esta a mais antiga representação de um nu na pintura portuguesa, a notar já uma sensibilidade aos valores renascentistas e marcada pela contenção narrativa da composição, com um espaço deliberadamente despojado a concentrar o olhar na isolada personagem do mártir. Esta obra é o mote para descobrir, a seguir, pinturas que vão constituir uma “idade áurea” na pintura portuguesa, na primeira metade do século XVI, graças à acção dos reis D. Manuel (1495-1521) e D. João III (1521-1557) que se rodearam de pintores na corte. As oficinas de Lisboa, reunidas em torno do pintor régio de D.Manuel, Jorge Afonso, inspiram-se nas invenções dos pintores flamengos e adoptam uma nova forma de pintar. Algo descrito, logo à entrada, como uma “notável síntese de invenções dos Renascimentos flamengo e italiano e da cultura portuguesa”. Entre as características desta “época de ouro”, está a combinação de “paisagens azuladas imbuídas de poesia, tecidos e acessórios preciosos, detalhes de arquitecturas requintadas com um sentido de observação e de narração apurado e por vezes irónico”. A ironia lê-se, por exemplo, na pintura “Inferno”, de um mestre desconhecido, do século XVI, um caldeirão de figuras a representar os “pecados capitais”, entre nus - incluindo um dos primeiros grandes nus femininos na pintura lusa - demónios e figuras grotescas e satíricas. De notar que esta “época de ouro” é, também, marcada pela estada em Portugal do mestre Jan Van Eyck, entre 1428 e 1429, e pelos conhecimentos importados no tempo da expansão portuguesa. Os reis D.Manuel (1495-1521) e D. João III (1521-1557) convidam pintores para a corte, como o pintor originário da Flandres, Francisco Henriques – representado na exposição com “A última ceia” - ou o Mestre da Lourinhã - representado pela pintura "S.Tiago e Hermógenes" - que levaram para Portugal uma técnica refinada de pintura a óleo, um novo interesse pelas paisagens e pelos efeitos decorativos dos tecidos e dos materiais preciosos. O pintor Jorge Afonso, representado pela obra A "Adoração dos Pastores"(1515), vai desempenhar um papel agregador ao formar um grupo de artistas que assimilam o novo estilo e executam a grande maioria dos retábulos encomendados pelo rei para as igrejas e os mosteiros. A escola luso-flamenga fica também marcada pelo interesse pelos detalhes naturalistas e pela representação de figuras e objectos do quotidiano. A exposição acontece no âmbito da Temporada Cruzada França-Portugal que, ao longo deste ano, tem vindo a destacar a arte portuguesa em França e a arte francesa em Portugal. Por outro lado, o evento insere-se na senda do Festival de História da Arte que decorreu este fim-de-semana em Fontainebleau e que teve Portugal como país convidado. De notar, ainda, que os jardins do Museu do Louvre acolheram uma escultura monumental do artista contemporâneo português Pedro Cabrita Reis, intitulada “As Três Graças”, de 14 de Fevereiro até esta terça-feira, 7 de Junho. A inauguração da exposição foi feita pelo primeiro-ministro português, António Costa, que esta tarde vai inaugurar, também, uma mostra sobre o coleccionador Calouste Gulbenkian, no Musée de La Marine, e a exposição colectiva “Le reste est ombre” [“O resto é sombra”], no Centro Pompidou, do realizador Pedro Costa, do escultor Rui Chafes e do fotógrafo Paulo Nozolino. António Costa disse que se trata de um percurso da história da arte portuguesa nos principais museus franceses no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França. Pedro Costa, Rui Chafes e Paulo Nozolino em destaque no Pompidou A mostra “Le reste est ombre” [“O resto é sombra”], no Pompidou, vai estar aberta ao público de 8 de Junho a 22 de Agosto e apresenta-se como um diálogo entre cinema, escultura e fotografia de três artistas contemporâneos portugueses que têm colaborado ao longo da sua carreira e cujo universo explora as sombras e as penumbras da natureza e do rasto dos indivíduos. A mostra é descrita, pelo Pompidou, como “um percurso mental e imersivo” onde os espectadores “deambulam num espaço voluntariamente labiríntico e mergulhados na obscuridade para experienciarem uma obra colectiva complexa no cruzamento das interrogações estéticas e políticas destes três artistas engajados, ao longo dos anos, numa colaboração fecunda”. Esta é uma semana preenchida na agenda artística portuguesa em França, no âmbito da temporada, com uma exposição de obras de Maria Helena Vieira da Silva no Museu Cantini, em Marselha, e dez artistas portugueses na Villa Tamaris Centre d'Art, em La Seyne sur Mer.

il posto delle parole
Carlo Alberto Parmeggiani "Il riccio e altre bestiarietà"

il posto delle parole

Play Episode Listen Later May 26, 2022 29:53


Carlo Alberto ParmeggianiRoland Cailleux, Pascal Colrat"Il riccio e altre bestiarietà"Italo Svevohttps://www.italosvevo.it/«All'andamento accelerato del contemporaneo, WIR risponde con un movimento lento con brio, dove il bello serve al ponderato».Alberto Gaffi, Gilles KraemerE se tutto d'un tratto ci scoprissimo simili a ciò che abbiamo sempre temuto o rifiutato? Quel lato oscuro, refoulé, rinnegato dell'animo umano riappare in tutti i racconti di Roland Cailleux, selezionati per questa antologia. La parola è data direttamente agli animali, in una carrellata tanto disparata quanto coerente a un punto fondamentale: far parlare l'altro, il diverso, equivale a guardarsi allo specchio. L'ironia sottile con cui questo gioco è condotto lo rende accettabile, eppure perfido. La stessa ironia pervade i racconti di Parmeggiani. Con il linguaggio erudito del cronista rinascimentale, l'autore ci ripropone i suoi vangeli apocrifi, sorta di bestiario medievale sull'eterna condizione umana. L'incontro tra questi due scrittori (avvenuto realmente molti anni fa alla Biblioteca Nazionale di Francia) e i loro bestiari “umani, troppo umani”, consente questa cooperazione franco-italiana. Così si costituisce una piccola biblioteca europea di grande fascino e di belle parole condivise che, nel loro felice dialogo con le illustrazioni di Pascal Colrat, ci danno un primo assaggio del Grand Tour che questa collana si propone di intraprendere nella cultura europea.Roland Cailleux (Parigi 1908 – Antibes 1980) Scrittore francese che ha diviso la sua vita tra la letteratura e la medicina. Da giovane pubblica un trattato sull'omeopatia e sarà il medico di André Gide e del premio Nobel Roger Martin du Gard. Scrittore raffinatissimo di soli sette romanzi, viene segnato dalla personalità artistica di Marcel Proust, la cui influenza gli ispirerà il romanzo Une lecture. Nel 1955 con Gallimard pubblica Les Esprits animaux, sorta di bestiario volteriano da cui, stranamente, sarà escluso Il riccio. Tra la penna e lo stetoscopio, il suo pregio resta tutto in una prosa che cerca di ripercorrere lo smascheramento del linguaggio che fu proprio degli scrittori americani di quel periodo.Carlo Alberto Parmeggiani (Carpi 1949) Ignorato scopritore di teoremi mai verificati e di eleganti congetture sul concetto di infinito, è uno scrittore italiano dal graffiante umorismo. Ha amato l'estero senza mai mettervi radici. Scrive, appartato nella sua città, note di costume, racconti brevi e romanzi tra cui Terre deserte (Robin edizioni, 2018) e L'importanza dell'azoto (Castelvecchi, 2020).Pascal Colrat (Parigi 1969) Ha studiato disegno e fotografia all' École Nationale Supérieure des Beaux-Arts di Parigi. Realizza fotografie, pitture e manifesti per la stampa e il teatro. Ha esposto al Centro Pompidou di Parigi (2002) e al Museo di Arte moderna e multimediale di Mosca (2016). Ha pubblicato con Riveneuve tre libri di disegni, tra cui Les Animals (2018).IL POSTO DELLE PAROLEascoltare fa pensarehttps://ilpostodelleparole.it/

CLM Activa Radio
La Roldana 19-05-22: Entrevista a Zoraida Álvarez Carvajal

CLM Activa Radio

Play Episode Listen Later May 19, 2022 21:44


Esta semana Aurora Morales estará con Zoraida Álvarez Carvajal Zoraida hizo el grado de Historia del Arte en la UNED, Experto en Educación de Museos, y Máster en Arquitectura y Patrimonio Histórico. En 2014 administró el Facebook del Conjunto Arqueológico de Carmona y trabajó 6 meses en un proyecto en el Centro Pompidou de París, para el Departamento de Arquitectura. Además, tiene cursados un montón de cursos y congresos de mujeres en la Historia del Arte y perspectiva de género. Actualmente trabaja como guía de turismo y también con visitas sobre mujeres en Sevilla. También imparte cursos divulgativos online, de hª del arte y patrimonio andaluz. Hoy Zoraida nos hablará de un proyecto muy especial que tiene entre manos. Su Instagram es @Artepolis.es

Deixar o Mundo Melhor
Rui Chafes

Deixar o Mundo Melhor

Play Episode Listen Later Apr 14, 2022 33:42


Nasceu em Lisboa em 1966 e tirou o curso de Escultura em Belas-Artes em Lisboa. Rui Chafes defende que a qualidade de uma obra de arte não pode [nem deve] ser avaliada pela quantidade de pessoas que gostam dela: "Sabemos que há obras de arte que são autêntico lixo e que têm milhares de pessoas a gostar delas e a bater palmas", o que só prova que este não é o critério para se avaliar um livro, uma pintura, uma intervenção, ou uma escultura. O escultor escolheu o ferro - que posteriormente pinta de preto - para seu companheiro de trabalho, porque este material quase que só teve uma função utilitária ao longo de muitos séculos. O ferro entrou no mundo da arte tarde, depois da Revolução Industrial: "Com o ferro fazem-se enxadas, fazem-se espadas, fazem-se tanques de guerra, fazem-se aviões, fazem-se martelos, é um material que sempre trouxe a vida e a morte ao mesmo tempo". Chafes foi distinguido com o Prémio Pessoa em 2015 e, em junho, vai ter uma exposição conjunta com o realizador Pedro Costa e o fotógrafo Paulo Nozolino no Centro Pompidou, em Paris. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Carrusel de las Artes
Yves Saint Laurent en diálogo con el arte

Carrusel de las Artes

Play Episode Listen Later Mar 2, 2022 16:14


Seis museos parisinos celebran al genial modisto francés con un diálogo entre sus creaciones de alta costura y las obras y artistas que lo inspiraron. En los estrenos del cine francés, “Rien à foutre” y la muy esperada “Notre-Dame se quema”, sobre el incendio que redujo a cenizas el techo de la catedral parisina. Y les hablaremos de los ganadores en los César del cine francés y en las “Victorias de la música”, donde brillaron dos superestrellas, el rapero Orelsan y la sublime Clara Luciani.  El gran modisto francés Yves Saint Laurent es el protagonista de una serie de exposiciones simultaneas en seis grandes museos parisinos. Estos museos revelan al público las diversas fuentes de inspiración del estilista fallecido en 2008 quien encontró en la pintura, la escultura o la literatura, la materia prima para sublimar el cuerpo femenino. Los museos del Louvre, Orsay, Picasso, de Arte Moderno, el Centro Pompidou y Yves Saint Laurent celebran con esta serie de muestras los 60 años del primer desfile de Yves Saint Laurent. En cada museo pueden verse los vestidos de Yves Saint Laurent junto a obras de Matisse, Picasso, Braque, Dufi, Van Gogh o Mondrian, en un colorido diálogo entre la moda y el arte plástico. “Con esta serie de exposiciones queríamos explorar hasta qué punto son importantes las fuentes de inspiración para un creador: ¿cómo surgen las ideas?, ¿cuál es el detonador para crear algo nuevo? En el caso de Yves Saint-Laurent hay una multitud de fuentes de inspiración: la pintura, la escultura, y también la literatura”, dijo Madison Cox, presidente de la Fundación Pierre Bergé-Yves Saint Laurent de París. Dos estrenos y una película de época ganadora del César Llega a las salas de cine “Rien à foutre”, cinta que describe el oficio de azafata en una compañía aérea de bajo costo. Cassandre vive sin apegos, ni responsabilidades, encadenando vuelos y fiestas con amigos efímeros. A través de este personaje interpretado por la francesa Adèle Exarchopoulos, “Rien à foutre”, desgrana las condiciones de trabajo apremiantes, y el estrés físico y psicológico del personal de vuelo. Una existencia que empuja a la soledad y la desilusión, lejos del cliché de una vida excitante por los cielos. Esta primera película de Emmanuel Marre et Julie Lecoustre se presentó en la Semana de la crítica del último Festival de cine de Cannes. De los cielos pasamos al infierno en la Tierra con la cinta “Notre-Dame brûle” (Notre-Dame se quema), una impresionante reconstitución del incendio en la famosa catedral Notre-Dame de París. Esta cinta cuenta minuto a minuto los acontecimientos de aquel triste 15 de abril del 2019 cuando el techo de catedral se redujo a cenizas ante los ojos atónitos del mundo. “Notre-Dame brûle” de Jean-Jacques Annaud es una experiencia cinematográfica única pero también un homenaje al cuerpo de bomberos de París, quienes enfrentaron las llamas en el emblemático monumento de la capital francesa. Completamos este repaso del cine francés con la cinta distinguida con el César a la Mejor película francesa en 2021: “Ilusiones Perdidas” de Xavier Giannoli, un largometraje de época impecable, basado en el libro del escritor Honoré de Balzac. “Ilusiones perdidas” narra la historia de un joven poeta que trata de hacerse un lugar en el implacable París del siglo XIX, donde reinan la hipocresía y el engaño. Orelsan y Clara Luciani, los mejores cantantes franceses La industria musical francesa entregó sus premios a los mejores artistas del año 2021. Sin sorpresas, Orelsan y Clara Luciani dominaron esta ceremonia de las Victoires de la musique, monopolizando cinco de los nueves premios que se entregaron. El rapero Orelsan se ganó tres premios en total: Mejor artista masculino, Mejor creación audiovisual y Mejor canción por "L'odeur de l'essence". De su lado, Clara Luciani se consagró como Mejor artista femenina y Mejor álbum. Luciani lleva tres años consecutivos en lo alto de su carrera y su álbum Coeur, habla de volver a encontrarse después del encierro que supuso la pandemia por el covid.

Architettura e un po' d'arte
Una nuova copertina!

Architettura e un po' d'arte

Play Episode Listen Later Feb 6, 2022 6:13


Ho aggiornato la copertina inserendo qualche architettura e un po' di colore per renderla più artistica! Ma conoscete le architetture che ho inserito? Sono sicuro di si ma in questo podcast ve ne parlo un po'... comunque sono il Burj Khalifa di SOM a Dubai, la Freedom Tower sempre dello studio SOM a New York, poi c'è la torre Hadid o torre Generali a Milano e sempre di Zaha Hadid l'Aquatics Centre di Londra. A destra di Renzo Piano lo Shard di Londra e il Centro Pompidou di Parigi progettato insieme a Richard Rogers.

Plaza Pauta
Richard Rogers según Pablo Allard

Plaza Pauta

Play Episode Listen Later Dec 21, 2021 38:48


El decano de la Facultad de Arquitectura y Arte de la Universidad del Desarrollo desmenuzó la obra y legado del arquitecto británico, fallecido el pasado sábado a los 88 años; autor de obras tan notables como el Centro Pompidou, en París.

Cultura
Rendez-vous cultural - Arco do Triunfo é “empacotado” em obra póstuma dos artistas Christo e Jeanne-Claude

Cultura

Play Episode Listen Later Sep 17, 2021 6:53


A partir deste sábado (18) até o dia 3 de outubro, o Arco do Triunfo, convergência de artérias de Paris, fica embrulhada por um material prateado. O projeto do empacotamento é assinado por Christo e Jeanne-Claude, casal irreverente que marcou o universo das artes plásticas nas últimas décadas. A dupla ficou principalmente conhecida por empacotar grandes monumentos, como a Pont-Neuf, de Paris, em 1985, e o Reichstag, sede do parlamento alemão em 1995. Eles também intervieram no Central Park, em Nova York, no Japao e na Italia. Eles nasceram no mesmo dia, 15 de junho de 1935 – Christo, na Bulgária, e Jeanne-Claude, no Marrocos, onde seu pai era um militar francês de família aristocrata. Christo Vladimirov Javacheff fugiu do regime comunista e chegou a Paris em 1958. Para ganhar a vida, fazia retratos a óleo da burguesia parisiense, enquanto paralelamente realizava seus trabalhos pessoais. O quadro de uma grande dama da sociedade levou Christo a conhecer sua futura mulher e cúmplice nas artes, Jeanne-Claude Denat de Guillebon. Em 1964 eles se mudaram definitivamente para os Estados Unidos. A partir de 1994, passaram a assinar as obras conjuntamente, como Christo e Jeanne-Claude. Ela morreu em 2009, de um aneurisma Em 2020, o Centro Pompidou de Paris dedicou uma retrospectiva à obra de Christo e Jeanne-Claude. A abertura estava prevista para março, mas foi adiada para julho, por causa da pandemia. Christo faleceu em maio, aos 84 anos, em Nova York, onde trabalhava no projeto do Arco do Triunfo.   A ideia do empacotamento começou quando Christo embrulhou um pote de tinta, envolvendo-o com resina e tela de linho. Depois, passou a embrulhar tudo e qualquer coisa. Ainda em Paris, sua primeira instalação, “Cortina de Ferro”, foi também um ato político e engajado, em 1962. Com barris de petróleo vazios e retrabalhados, ele fechou uma rua de Paris de madrugada, uma referência ao muro dividindo a Alemanha, que ele viu sendo construído. Depois interagiu com vastas paisagens americanas, já usando tecidos e cores. Em 1985, o artista embalou a famosa Pont-Neuf em Paris. A intervenção causou polêmica, muitos criticaram a ideia de "ocultar" um monumento histórico. Agora, é a vez do Arco do Triunfo. “Sempre fui um nômade. Fugi do comunismo, era um tempo difícil de se sobreviver. Eu já era estudante de arte, queria ir para Paris e consegui. A minha vida é a arte. A arte antes de tudo, liberdade total para a arte”, declarou Christo em 2016, ao jornalista José Marinho da RFI, durante uma mostra na Fundação Maeght, em Saint Paul de Vence, no Sul da França. As obras monumentais de Christo e Jeanne-Claude eram autofinanciadas – os artistas vendiam seus trabalhos para pagar os custos. O Arco do Triunfo, de 50 metros de altura, foi embrulhado com um tecido prateado e amarrado por 3 mil metros de cordão vermelho. Engenheiros e cordistas trabalharam 24h por dia para finalizar o projeto.   Laure Martin, historiadora de arte, supervisionou o projeto: “Usamos 25 mil metros quadrados de tecido, o que representa cinco campos de futebol. Precisamos também de 3 mil metros de cordão vermelho – é a distância que separa o Arco do Triunfo da pirâmide do museu do Louvre”. O embrulho parece agradar a maioria. Os turistas param para fotos, os franceses vão até ali para tirar fotos. O parisiense Jean Pierre aprova: “Eu amo o Arco do Triunfo porque sou francês e parisiense. Isso é arte, e assim sendo, provoca sempre reações positivas ou negativas. Eu aprovo. Eu vi quando ele empacotou a Pont-Neuf – acho que ela nunca foi tão admirada quando não podia ser vista. E agora é a mesma coisa, vamos prestar muito mais atenção no Arco do Triunfo agora que não podemos vê-lo". O Arco do Triunfo empacotado pode ser visitado até o dia 3 de outubro.  

Cultura
Cultura - Novo espaço de arte contemporânea em Paris marca volta da vida cultural após lockdown

Cultura

Play Episode Listen Later May 28, 2021 6:03


Depois de meses de lockdown, a vida cultural de Paris começa a respirar de novo, em etapas, com passos cuidadosos, já que o vírus continua à espreita. Nessa primeira leva de relaxamento das restrições sanitárias, a capital francesa ganha um novo endereço para a arte contemporânea, a Bourse de Commerce. Obras efêmeras e discussões contemporâneas fazem o visitante refletir sobre o tempo.  Reportagem de Patricia Moribe Por trás disso, ou melhor, na frente, está o bilionário francês François Pinault, 84 anos, que há muito tempo sonhava com um templo todo seu em Paris para exibir nacos de seu ostensivo acervo de milhares de peças. Ele já tinha tentado, sem sucesso, um projeto no espaço que hoje abriga a sala de concertos La Seine Musicale, na île de Seguin, em um subúrbio próximo de Paris. Impedido pela burocracia, Pinault acabou criando dois centros de arte contemporânea em Veneza. Há cinco anos, o bilionário e a prefeitura de Paris anunciaram um acordo para o uso do prédio que foi moradia de vários nobres. O local não poderia ser mais central, bem no coração da capital, no primeiro distrito, a meio caminho entre o Centro Pompidou e o museu do Louvre. Pinault vai poder ocupar o privilegiado endereço pelos próximos 50 anos. Quem o acompanha nessa aventura é o seu arquiteto de predileção, o japonês Tadao Ando, que adaptou os palazzi de Veneza e também assinou o projeto anterior nos arredores de Paris. Ando aproveitou a casca do edifício, ou seja, manteve toda a estrutura e a abóbada, e no interior construiu uma rotunda de concreto. Desta forma, os espaços de exibição respeitam o eixo circular. François Pinault supervisionou e deu o parecer final das várias exposições que compõem “Abertura”, a primeira temporada do novo espaço, como conta Catherine Burgeois, curadora da coleção Pinault. “São espaços bem diferentes. Para a rotunda, a ideia foi propor ao artista Urs Fischer uma adaptação de uma obra sua que já fazia parte do acervo. Tentamos dar uma ideia da coleção, que é engajada com artistas de universos diferentes. No térreo, por exemplo, temos uma monografia de David Hammons. É a primeira vez que esse artista é exibido com tanto destaque na Europa.” Todo formato cabe na Bourse de Commerce: pinturas, vídeos, esculturas. Em uma galeria dedicada à fotografia, a sociedade contemporânea é o foco de artistas como Michel Journiac e Cindy Sherman. Vários artistas evocam através de suas obras a identidade negra, como o próprio Hammons ou o brasileiro Antonio Obá. Obras de estrelas da arte contemporânea, como Jeff Koons e Damien Hirst, se mesclam com descobertas revigorantes. Numa rara entrevista recente à radio France Inter, Pinault diz que conta com uma equipe de curadores espalhados pelo mundo, para ajudá-lo na caça de talentos. Mas a imagem que deve marcar essa “Abertura” é a gigantesca “Rapto das Sabinas”, uma reprodução em cera da obra prima do italiano Giambologna, do século 16, exposta em Florença. Trata-se de uma verdadeira vela gigante, cujo pavio foi acendido na inauguração e vai consumir a escultura aos poucos. Ao redor, outras obras em cera de outros artistas também vão se transformar com o tempo. “O conjunto criou uma espécie de universo em que o público pode deambular.  Essa composição já foi apresentada na Mostra de Veneza e dura entre seis e oito meses. Isso tudo será filmado. Portanto, se uma pessoa vier daqui a três meses, ela vai ver uma nova etapa das peças, mas um vídeo vai mostrar como tudo era antes. O desaparecimento é tão belo quanto a forma inicial e podemos apreciar a beleza do passar do tempo”, explica Catherine Bourgeois. O espaço Bourse de Commerce foi inaugurado no último dia 23 de maio e fica no centro de Paris, pelos próximos 50 anos.

Cultura
Cultura - Festival em Paris revisita vitalidade da obra documental de Pasolini

Cultura

Play Episode Listen Later Apr 16, 2021 6:30


Os documentários de Pier Paolo Pasolini surpreendem por sua vitalidade e parecem conversar de maneira profunda com o público contemporâneo. Poeta, ensaísta, romancista e cineasta, Pasolini agora é homenageado pela Cinemateca do documentário do Centro Pompidou em Paris durante o festival Pasolini, Pasolinennes, Pasoliniens. Sua obra documental se traduz pelos appunti, método desenvolvido pelo multiartista italiano. Diretor forjado sob a égide do fascismo, sua obra documental é política, um panfleto crítico de sua geração, com ecos inesperados no século 21. “Disseram-me que tenho três ídolos: Cristo, Marx e Freud. Estas são apenas fórmulas. Na verdade, meu único ídolo é a realidade." A frase, atribuída a Pasolini durante as filmagens do premiado "O Evangelho Segundo São Mateus", reverbera o estado de espírito deste iconoclasta inconformista, que sempre detestou rótulos e etiquetas, um "deslocado entre deslocados".  Grande figura artística e intelectual da Itália do pós-guerra, Pasolini perdeu a vida em um assassinato ainda envolto em mistério na praia de Ostia, nos arredores de Roma. A obra documental do italiano é homenageada no festival Pasolini, Pasoliniennes, Pasoliniens [em português, Pasolini, Pasolinianas, Pasolinianos], em Paris, antecipando as comemorações de seu centenário, que será celebrado em 5 de março de 2022. Segundo o curador do festival, Arnaud Hee, em sua obra documental o artista italiano reverbera toda a sua polifonia criativa, onde podem habitar "todas as suas dimensões, poeta ou polemista, cineasta ou escritor". "Os appunti [apontamentos] podem ser traduzidos por 'notas' ou 'cadernos de notas'. É um método inventado por Pasolini. Uma forma inacabada de escritura documental, ou notas sobre filmes que não serão realizados, como na Palestina, ou não-completamente finalizados, como a Orestéia Africana. Os appunti são a verdadeira escritura documental pasoliniana, que têm um paralelo com sua dimensão literária, porque seu grande romance inacabado, 'Petróleo', retoma o princípio da escritura por appunti", destaca. Embora a obra de Pasolini seja reconhecida em todo o mundo, boa parte de seu público não conhece sua produção documental. "Os documentários de Pasolini também são menos conhecidos na França, é um fenômeno global. Frequentemente, quando se trata de obras híbridas como a dele, misturando ficção e documentário, notamos que os documentários ficam mais escondidos, mais desconhecidos", admite o programador do Centro Pompidou. O curador destaca a ruptura que Pasolini opera na linguagem dos documentários. "O documentário é uma escritura que tem menos margem econômica e a forma documental de Pasolini é algo muito espontâneo, de voluntariamente inacabado, algo que se assemelha a uma pesquisa filmada. Mas a obra de Pasolini não era nada marginal, ele estava no centro dos holofotes, era uma presença muito mediática e reconhecida", diz Hee. Mas não seria toda a obra de Pier Paolo Pasolini documental? O artista italiano passou a vida retratando lugares, personagens e sua linguagem, a partir de um aprofundamento vertical da realidade. Ao mesmo tempo, seus filmes traduzem o mundo moderno em ressonância com fábulas e mitos, para refletir sobre a sociedade. Mesmo se seu percurso fílmico se desloca para o exterior, tem-se a impressão de que este deslocamento serve a manter sua reflexão política sobre a Itália contemporânea. "As formas documentais permitem a Pasolini um duplo movimento, que é o de toda a sua obra, ficções e documentários combinados: abraçar a realidade virando-a para conduzi-la ao imaginário, à mitologia, às tensões entre o arcaísmo e a modernidade", afirma Arnaud Hee. O mergulho radical de Pasolini na linguagem documental e sua busca pelos lugares periféricos reflete seu olhar crítico sobre o mundo, como conta o curador do festival da Cinemateca do documentário de Paris. "Pasolini pesquisava alternativas. Ele considerava que a sociedade capitalista de consumo estava homogeneizando tudo, tornando tudo asséptico. Toda a sua pesquisa se concentrava em lugares considerados periféricos, onde se manifestava ainda uma forma de arcaísmo, como uma alternativa. Alguma coisa que resistisse, que opusesse resistência a essa homogeneização", lembra o programador. Depois de filmar a arquitetura iemenita, encenar a Orestéia de Ésquilo na África e gravar sua pesquisa de locações na Palestina, Pasolini se preparava para documentar a América Latina, antes de ser tragicamente assassinado em 2 de novembro de 1975. "Era seu projeto, na verdade, ele queria fazer uma espécie de Caderno de Notas para o Terceiro Mundo. Ele queria cobrir tudo, a América Latina e a América do Norte, numa espécie de cartografia mundial, ele queria completar essa cartografia", conclui o curador do festival. O festival Pasolini, Pasolinennes, Pasoliniens fica em cartaz até 21 de junho.

TSF - Mundo Digital - Podcast
Google e Centro Pompidou sugerem "ouvir" um Kandinsky

TSF - Mundo Digital - Podcast

Play Episode Listen Later Feb 10, 2021


Art talks: Podcast do Paulo Varella
A globalização da arte. Até que ponto ela se dá de forma igualitária?

Art talks: Podcast do Paulo Varella

Play Episode Listen Later Aug 21, 2020 33:22


Para falar sobre este assunto, eu conversei com a Amelia Siegel Correa (Ph.D). A inspiração para esta conversa veio de um trabalho super interessante dela sobre uma exposição que aconteceu em 1989 no Centro Pompidou em Paris, A exposição se chamou "Magiciens de la Terre". A ideia foi chamar artistas de diferentes países para fazer uma exposição global. Para quem não conhece a Amélia, aqui vai um pouco do curriculum dela. Ela se formou em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (2002), com mestrado em Sociologia pela UFPR (2006) e doutorado em Sociologia USP (2012), e Pós-doutorado em Sociologia. foi professora em História Social da Arte da PUC-PR, Professora da Pós-Graduação Fotografia e Imagem em Movimento Pós-doutorado em Antropologia pela Universidade de Copenhagen, tema: Global Europe: Constituting Europe from the outside in through artefacts'. Aqui vai um vídeo sobre a exposição (em italiano): https://youtu.be/gpPQwWYwNpM --- Send in a voice message: https://anchor.fm/art-talks/message

Cultura
Cultura - Centro Pompidou de Paris apresenta embrulhos monumentais de Christo e Jeanne-Claude

Cultura

Play Episode Listen Later Jul 24, 2020 12:38


“Christo e Jeanne-Claude: Paris” é a exposição em cartaz no Centro Pompidou, na capital francesa, que destaca o trabalho de uma das duplas mais marcantes da arte contemporânea, durante o período que viveram em Paris, de 1958 a 1964. Eles ficaram conhecidos pelas instalações gigantescas em que “embrulharam” grandes monumentos, como o Parlamento Alemão, em Berlim, em 1995, e a Ponte Neuf, em Paris, em 1985. A mostra estava prevista para abrir em março, mas foi adiada por causa da pandemia. Christo acabou morrendo em maio, aos 84 anos, em Nova York. Jeanne-Claude faleceu em 2009, de um aneurisma. Ambos nasceram no mesmo dia, 13 de junho de 1935, Christo na Bulgária e Jeanne-Claude, no Marrocos, onde seu pai era um militar francês de família aristocrata. Christo Vladimirov Javacheff fugiu do regime comunista e chegou a Paris em 1958. Para ganhar a vida, fazia retratos a óleo da burguesia parisiense, enquanto paralelamente realizava seus trabalhos pessoais. O quadro de uma grande dama da sociedade levou Christo a conhecer sua mulher, Jeanne-Claude Denat de Guillebon. Visitar a exposição é conhecer uma grande história de amor e a fase francesa dos artistas, que em 1964 se mudaram definitivamente para os Estados Unidos. Pacotes intrigantes  Christo empacotava tudo e qualquer coisa. Primeiro, pequenos objetos, como latas, usando lonas, tecido, cordas, arames e verniz. “Há de tudo, mas ele se recusava a dizer o que tinha no interior dos empacotamentos”, diz a curadora Sophie Duplaix. “O que interessa a ele é o volume, como fazer para destacar objetos retirando deles as próprias características, procurar as linhas de força desses volumes, não com o traço, mas com cordas. Seus embrulhos são variados, precisos e diferentes uns dos outros”, acrescenta Duplaix. Ainda em Paris, sua primeira instalação foi também um ato político e engajado, em 1962. Com barris de petróleo vazios e retrabalhados, ele fechou uma rua de Paris de madrugada, uma referência ao muro de Berlim, que ele viu sendo construído. Os barris também estão no Beaubourg. Jeanne-Claude, cúmplice e colaboradora desde então, saiu dos bastidores em 1994, quando a dupla passou a assinar juntos as obras em exteriores. Em 2016, durante uma mostra na Fundação Maeght, em Saint Paul de Vence, no Sul da França, ele falou com a RFI. “Sempre fui um nômade. Fugi do comunismo, era um tempo difícil de se sobreviver. Eu já era estudante de arte, queria ir para Paris e consegui. A minha vida é a arte. A arte antes de tudo, liberdade total para a arte”, disse. Incômodo temporário Quando Jeanne-Claude morreu, em 2009, ela estava trabalhando no projeto para cobrir uma ponte de 10km de extensão em Arkansas, nos Estados Unidos. Christo falou à RFI a respeito da intervenção da dupla em espaços públicos: “É uma área que pertence a milhares de pessoas. O objetivo é criar um incomodo temporário. As pessoas ficam incomodadas e precisar prestar atenção no lugar onde pisam, literalmente”. A exposição no Beaubourg de Paris traz todas as etapas do “empacotamento” da Ponte Neuf, um projeto que levou dez anos para ser concretizado, em 1985. Há muitos croquis, desenhos, cálculos, correspondências e fotos. A exposição sobre Christo e Jeanne-Claude no Centro Pompidou acontece até 19 de outubro de 2020, mas no ano que vem, a dupla assina ainda um outro projeto já confirmado: o empacotamento do Arco do Triunfo, em Paris.

Architettura e un po' d'arte
Architettura High-Tech e un po' di futurismo

Architettura e un po' d'arte

Play Episode Listen Later May 29, 2020 9:51


Caratteristiche del High-Tech: stile architettonico sviluppato negli anni '70 seppur anni prima con il futurismo ed in particolare con Sant'Elia ci fossero delle chiare similitudini. Inoltre breve descrizione del Centro Pompidou di Parigi. #architettura #high-tech #renzopiano #normanfoster #richardrogers #santelia #futurismo #Pompidou

Eslovaquia hoy, Magazín sobre Eslovaquia
Juraj Jánošík y Joan de Serrallonga – dos héroes, dos culturas diferentes. A pesar de ello tienen mucho en común ¿Han pensado al (29.4.2020 16:30)

Eslovaquia hoy, Magazín sobre Eslovaquia

Play Episode Listen Later Apr 29, 2020 7:39


Juraj Jánošík y Joan de Serrallonga – dos héroes, dos culturas diferentes. A pesar de ello tienen mucho en común ¿Han pensado alguna vez que es posible coleccionar también las historias del pasado? Los habitantes de Banská Štiavnica están creando un mosaico de las memorias vinculadas con su ciudad En el Centro Pompidou en Paris expone el eslovaco Tomáš Libertíny

Artes
Artes - Encontro "China-África" no Centro Pompidou

Artes

Play Episode Listen Later Mar 9, 2020 11:25


Os artistas angolanos Kiluanji Kia Henda, Yonamine e Binelde Hyrcan têm obras expostas na exposição “China-África”. Uma das obras que abre a exposição “China-África” pertence a Kiluanji Kia Henda. O artista angolano filma uma palanca - um dos símbolos nacionais de Angola - e conta a condição como objecto simbólico, como artefacto etnográfico que cruzou tempo e memória perturbados por uma guerra civil.  Na exposição "China-África", o Centro Pompidou dá voz a dez artistas africanos, asiáticos, mas também europeus, que procuram compreender a relação entre os dois continentes. O primeiro Presidente angolano Agostinho Neto detido em Lisboa escreve o poema, "Havemos de voltar", uma ode à beleza de Angola e à riqueza do seu país. As belezas selvagens da palanca do Museu Nacional de História Natural, que o artista Kiluanji Kia Henda usou na instalação que veste o nome do poema de Agostinho Neto e onde a palanca também parece estar nostálgica. "Havemos de voltar À bela pátria angolana Nossa terra, nossa mãe Havemos de voltar", escreve o presidente-poeta. Foi entre estas duas definições da riqueza que se escreveu a história de África, absorvida nesta exposição pelo artista angolano explica Kiluanji Kia Henda.  

Cosmópodis
T03E18 - Penumbras de Boltanski

Cosmópodis

Play Episode Listen Later Jan 26, 2020 40:48


Esta semana, los cosmopoditas bajan al estacionamiento del Centro Pompidou para presenciar “Fosse”, obra de Christian Boltanski, Jean Kalman y Franck Krawczyk presentada simplemente como una “ópera en un parking” a partir de la premisa de hacer del espacio la base del libreto en un espectáculo que no tenga principio ni fin y que el espectador no esté frente al escenario sino que deambule en el espacio escénico. En 40 minutos, Axel y Javier discuten sobre los desafíos de una obra participativa, de la dificultad de crear intimidad en la proximidad y de la progresiva desactivación de la instalación como espacio revolucionario. Suscribite y apoyanos en Spotify, Apple Podcasts, TuneIn, Stitcher, Soundcloud, Google Podcasts, Pocket Casts y en tu aplicación favorita. Escribinos a cosmopodis@gmail.com y seguinos en Instagram y en Twitter.

Cultura
Cultura - Francis Bacon: os fantasmas e tormentos de um pintor genial

Cultura

Play Episode Listen Later Sep 27, 2019 7:42


A galeria 2 do último andar do Centro Pompidou abre espaço para uma retrospectiva do trabalho de Francis Bacon (1909-1992), um dos artistas mais celebrados do século 20. O nome da mostra é “Francis Bacon com todas as letras”. Conhecido por suas obras figurativas deformadas e agonizantes, a exposição de Bacon traz 60 quadros de coleções públicas e privadas do mundo todo – incluindo 12 trípticos e uma série de retratos e autorretratos – e se concentra na produção das duas últimas décadas de vida do pintor. O ano de 1971 foi marcante para Bacon. Ele foi tema de uma retrospectiva no Grand Palais, de Paris – só Picasso antes dele teve a honra de expor ali em vida. Dois dias antes da vernissage, seu companheiro George Dyer se suicida. A partir daí, até a morte de Bacon na Espanha, em 1992, os pesadelos e a fantasmagoria em pinceladas etéreas ou selvagens se espalham pelos seus quadros. “Achei a exposição excepcional”, diz o artista plástico brasileiro Fernando Barata, radicado na França, viu a exposição e fala a respeito. “Há muitos trípticos, pois ele trabalhava muitas vezes em três telas ao mesmo tempo. São obras vindas de todo o planeta e reunidas em Paris. Livros Bacon volta agora ao Pompidou mais de 20 anos depois da última grande exposição em Paris dedicada a seu trabalho, em 1996. Desta vez, o fio condutor é a conhecida paixão do artista pela literatura, que alimentou suas inspirações visuais. Por isso, o nome da exposição, “Francis Bacon com todas as letras”. O curador Didier Ottinger conta que a ideia da mostra veio durante uma visita à Fundação Bacon, em Londres, no antigo ateliê do artista. “Havia muitos livros, todos com a particularidade de terem sido manuseados, com anotações, dobras, rasuras. Assim me dei conta da paixão que ele tinha pela leitura”, conta. “Depois eu soube que a biblioteca do Trinity College, de Dublin, tinha todos os livros de Bacon, tudo inventariado. Analisando essa biblioteca, eu vi que algumas obras, alguns autores eram recorrentes”, explica Ottinger. O percurso é dividido em seis partes, cada uma ligada a um livro, a um autor. Como Ésquilo, Friederich Nietzsche, Georges Bataille, Michel Leiris, Joseph Conrad e T.S. Eliot. Em um vídeo da exposição, Bacon fala da importância da literatura em sua vida e diz que gosta de livros que o inspiram visualmente. “Não acho que sua obra seja necessariamente literária, ele não descreve literariamente os livros que ele leu”, opina Fernando Barata. Ele dá como exemplo de artista mais literária a portuguesa radicada em Londres Paula Rêgo. “Bacon era uma pessoa muito culta, enigmática, difícil de decifrar, como todo grande artista”, diz Barata. “Ele tinha um lado atormentado e caótico, e outro, muito culto e civilizado. Ele vivia entre o caos e a organização desse caos. A literatura e a pintura funcionavam como antídotos para essa loucura, esse vulcão interior”. “Francis Bacon com todas as letras” fica em cartaz no Centro Pompidou de Paris até 20 de janeiro de 2020.

Cosmópodis
T02E15 - Días de luz

Cosmópodis

Play Episode Listen Later Dec 14, 2018 67:18


Esta semana, los cosmopoditas traen la luz al estudio 2. Axel y Javier invitan a Sol para ir a ver juntos la exposición “Fotografía. Arma de clase” en el Centro Pompidou. Entre denuncia social, movilización colectiva, internacionalismo, batalla cultural y utopía, los tres charlan sobre la fotografía social y documental en Francia entre 1928 y 1936, y las formas de exponer imágenes sin nostalgia y en resonancia con un presente a veces oscuro. Sesenta y siete minutos de programa, porque lo esencial es invisible a los ojos. Suscribite y apoyanos en Spotify, Apple Podcasts, TuneIn, Stitcher, Soundcloud, Google Podcasts, Pocket Casts y en tu aplicación favorita. Escribinos a cosmopodis@gmail.com y seguinos en Instagram y en Twitter en @cosmopodis.

Cosmópodis
T01E22 - Juego bonito

Cosmópodis

Play Episode Listen Later Jun 22, 2018 57:39


Tratando de explorar las órbitas más excéntricas y menos frecuentadas en semanas en la que todo parece gravitar alrededor de ese astro que es el Mundial, los cosmopoditas discuten "Discofoot", una pieza del Ballet de Lorraine recientemente montada en la explanada del Centro Pompidou, y el VAR, la nueva institución del aparato disciplinario del fútbol. ¿Puede pensarse el fútbol más allá de la lógica del antagonismo, como sublimación de la razón bélica? ¿Qué ocurre con sus posibilidades estéticas y políticas cuando se reemplaza su metáfora tradicional de funcionamiento, la de la batalla, por una nueva: la de la fiesta? ¿Se conjura la injusticia con la televigilancia, o es una forma más de abstraer y alienar las instancias subjetivas del ejercicio del poder? ¿Es el VAR es el la última invención de esa racionalidad que sueña un gobierno sin política, en nombre del mito de la verdad objetiva? Dispuestos a seguir subvirtiendo el deporte, los cosmopoditas se calzan los botines, agarran las raquetas, eligen los vinilos y empiezan a elongar. Al final, por culpa de un tirón en el gemelo izquierdo y un crack en la rodilla derecha, prefieren sentarse al escritorio a preparar el próximo episodio. Suscribite y apoyanos en Apple Podcasts, TuneIn, Stitcher, Soundcloud, Pocket Casts y en tu aplicación favorita. Escribinos a cosmopodis@gmail.com y seguinos en Instagram y en Twitter.

Fundación Juan March
Chema Madoz

Fundación Juan March

Play Episode Listen Later May 18, 2018 104:48


Chema Madoz (Madrid, 1958) es uno de los fotógrafos españoles con más proyección internacional. En 1999 el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía presentó la exposición Madoz. Objetos 1990-1999, primera muestra individual que el museo dedicó a un fotógrafo español vivo. A nivel internacional ha expuesto en instituciones como el Centro Pompidou de París, el Nederlands Fotomuseum en Róterdam, la Fondazione M. Marangoni en Florencia, el Museo de Bellas Artes de Caracas y el Multimedia Art Museum en Moscú. Ha recibido el Premio Nacional de Fotografía y el Premio PHotoEspaña en el año 2000, y el Premio de Cultura de la Comunidad de Madrid en la modalidad de Fotografía en 2012, entre otros. Su trabajo artístico ha sido calificado de "fotografía analítica o tropo visual" y su estilo visual como "racionalidad surreal o lógica de lo onírico", para referirse a las composiciones de objetos que protagonizan sus obras –en palabras del filósofo e historiador del arte Luis Arenas–. Para concluir, el periodista Antonio San José pedirá a Chema Madoz que enuncie tres propuestas que, a su juicio, podrían contribuir a mejorar la sociedad. El diálogo se complementará con la proyección de vídeos e imágenes relacionadas con la actividad del invitado.Más información de este acto

A suivre
Estoy aquí

A suivre

Play Episode Listen Later Apr 6, 2016 5:53


Museum fiction en el Centro Pompidou Afectada por pensamientos negativos, Emma se pierde en el Centro Pompidou. A lo largo de un camino que la conduce hasta el último piso, sus preocupaciones se desvanecen a medida que ella asciende por encima de la ciudad. Un paseo en gravedad cero y en relieve sonoro por las galerías del museo.Este programa se beneficia de un sonido binaural por un efecto de relieve en 3D : escuche con auriculares !En coproducción con el Centro Pompidou - revisar la pestaña museum fictions de la aplicación gratuita del Centro Pompidou para encontrar otras creaciones. Grabaciónes : enero de 2016 - Realización : Samuel Hirsch - Texto : Emma Broughton - Voz : Claire Rappin

Fundación Juan March
Inauguración de la Exposición "MAX ERNST". "La estética de Max Ernst"

Fundación Juan March

Play Episode Listen Later Feb 28, 1986 66:05


"Desde el 28 de febrero se ofrece en la Fundación Juan March una Exposición dedicada al artista alemán Max Ernst, compuesta por 125 obras, entre óleos, collages, acuarelas, gouaches, obra gráfica y una escultura en bronce. La muestra, que permanecerá abierta hasta el 27 de abril, fue inaugurada con una conferencia de Werner Spies, comisario de la misma. Las obras de Max Ernst, una de las figuras claves de la vanguardia artística del siglo XX, presentes en esta primera retrospectiva que se le dedica en España, provienen de diversos museos europeos y norteamericanos: el Museo de Arte Moderno de Nueva York; el Centro Pompidou, de París; la Fundación Guggenheim, de Venecia; la Fundación Menil, de Houston, y otras. Con ayuda de lodas éstas y del Instituto Alemán, de Madrid, ha organizado la exposición la Fundación Juan March. Estas 125 obras prácticamente abarcan toda la vida artística de Max Ernst, pues entre ellas se encuentran muestras de sus inicios, como «Autorretrato» y «Paisaje con sol» (de 1909), pasando por numerosos óleos y collages de la época dadá y surrealista, 'frotagges' y 'grattages' («La ciudad entera», 1936-37), así como obras de sus últimos años (Max Ernst murió en 1976). Como se señala en el catálogo, es ésta la ocasión de «dar a conocer de cerca una obra que figura entre los grandes viajes de exploración espiritual llevados a cabo en nuestro siglo. El sarcasmo, el humor grotesco, la crítica y, al lado de ello, la visionaria penetración a través del mundo de las apariencias, distinguen sus pinturas, dibujos, 'collages', 'frottages' y esculturas. Todas estas creaciones ofrecen a nuestros ojos y a nuestro entendimiento enigmas indescifrables. Marx Ernst quiere que sus obras nos desafíen y produzcan en nosotros irritación y perplejidad»."Más información de este acto